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Glossário de termos jurídicos

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GLOSSÁRIO DE TERMOS JURÍDICOS
 A
 
A CONTENTO – Diz-se de tudo que se fez satisfatoriamente, ou que se concluiu segundo os próprios desejos anteriormente manifestados.
 A CONTRARIO SENSU – Pela razão contrária.
 A FACTO AD JUS NON DATUR CONSEQUENTIA – Não se dá conseqüência do fato para o direito.
 À FÉ – Locução utilizada em documentos para significar que o que neles se expressa concerne à verdade e que a pessoa, que o firma, assim o declara à sua fé, isto é, sob sua honra, sob sua palavra, ou sob sua garantia.
 A FORTIORI – Pela mais forte razão; usa-se como técnica de raciocínio.
 A LATERE – Ao lado.
 A NON DOMINO – De um não proprietário; sem título de domínio.
 A POSTERIORI – Como técnica de argumentação, indica a conclusão extraída a partir dos efeitos.
 A PRIORI – Como técnica de argumentação, indica a conclusão a partir de hipóteses, sem a verificação das conseqüências ou resultados anteriores.
 A VERO DOMINO – Pelo verdadeiro dono.
 AB ACTIS – Dos autos; pertencente aos autos.
 AB INITIO – Desde o começo. É locução latina muito usada nas sentenças quando anulam o processo, desde o seu começo, ou petição inicial, para reforçar a determinação do decisório judicial.
 AB IRATO – Ato que é praticado sob o impulso de uma ira ou irreflexão, num momento de cólera.
 ABDICATIO TUTELAE – Desistir da tutela.
 ABERRATIO CRIMINIS – Erro do crime.
 ABERRATIO DELICTI – O mesmo que aberratio ictus.
 ABERRATIO FINIS LEGIS – Desvio da finalidade da lei.
 ABERRATIO ICUTS – resulta do ato praticado por alguém que, pretendendo ofender a outrem, atinge a um terceiro não visado. É, assim, o delito, cuja prática resultou contrariamente às intenções do agente, porquanto, embora conseqüente de ânimo, indiretamente doloso quanto ao atingido, se revela direto quanto à intenção que o motivou.
 ABERTURA DE FALÊNCIA – 1. Ato pelo qual se declara o estado de insolvência de um devedor comerciante e se autoriza o processo de falência correspondente, com a nomeação do síndico, arrecadação dos bens e verificação dos credores etc. 2. Movimento que marca a fase cognitiva do processo de quebra, iniciado com o recebimento do pedido em juízo e encerrado com a sentença e sua publicação.
 ABERTURA DE VISTA – Ato do serventuário colocando os autos à disposição da parte para sua ciência ou pronunciamento.
 ABIGEATÓRIO – Ladrão de animais de quaisquer espécies. Ladrão de cavalos.
 ABIGEATO – Furto de animais, estejam estes nos seus currais ou potreiros, ou estejam soltos no campo, desde que se considerem animais domésticos ou mansos. A captura de animais selvagens não se constitui abigeato. 
 ABJUDICAÇÃO – É o ato de extrair a coisa do detentor ilegítimo para entregá-la ao legítimo possuidor.
 ABOLITIO CRIMINIS – Abolição do crime. No Direito Penal, é a extinção da figura penal pela superveniência de lei que não mais a considera delituosa.
ABONO – Caução; garantia; gratificação em dinheiro, além dos vencimentos ou salário, concedida a funcionários públicos e a outras classes de trabalhadores. Ver art. 457 da CLT.
 AB-ROGAÇÃO – Revogação total de uma lei ou decreto, de uma regra ou regulamento, por uma nova lei, decreto ou regulamento. É ainda a ação de cassar, revogar, tornar nulo ou sem efeito um ato anterior.
 ABSENTE REO – Na ausência do réu.
 ABSOLVIÇÃO DA INSTÂNCIA – É expressão que foi substituída, pelo Código de Processo Civil de 1973, pela expressão "extinção do processo sem julgamento do mérito", qual seja, a liberação do demandado dos efeitos do processo.
 ABUSO DE AUTORIDADE – 1. Abuso de poder conferido a alguém, seja poder público (administrativo), como poder privado (pátrio poder, poder conjugal). Excesso de limites nas funções administrativas cujas atribuições são definidas e determinadas em lei. 2. Emprego de violência para execução de um ato, que se efetiva sob proteção de um princípio de autoridade. A jurisprudência caracteriza a sua existência, quando ocorrem os seguintes elementos: a) que o fato incriminado constitua crime; b) que o tenha praticado um funcionário público ou pessoa investida de autoridade pública; c) que haja sido cometido no exercício de sua função; d) que não se verifique motivo legítimo, que o justifique.
 ABUSO DE PODER – 1. Exorbitância dos poderes conferidos. Excesso de mandato. Exercícios de atos não outorgados ou não expressos no mandato ou na procuração. 2. Prática de atos que excedem as atribuições conferidas em lei ou que escapam à alçada funcional. 3. Arbitrariedade. Os prejuízos decorrentes do abuso de poder, devidos aos prejudicados, são ressarcidos pela Fazenda Pública.
 AÇÃO – 1. Direito subjetivo de uma pessoa (física ou jurídica) de demandar ou pleitear em juízo, perante os tribunais, o que lhes pertence ou o que lhes é devido. 2. O mesmo que processo. 3. Designa o ato pelo qual o representante do Ministério Público ou o particular vai perante a justiça pedir que se aplique a sanção legal contra o agente infrator um preceito instituído na lei penal. Dessa forma, conforme a ação venha pedir que se aplique a lei, para garantia de um direito, ou respeito a ela, tenha por escopo a garantia de matéria de ordem civil ou penal, a ação recebe o nome em referência e será: ação civil ou ação penal. Para o direito de ação (cível), é indispensável o concurso de várias condições: a) existência de um direito, violado ou sob ameaça de violação; b) legítimo interesse; c) interesse de agir; d) interesse econômico e jurídico; e) qualidade para agir.
 AÇÃO ACESSÓRIA – É a que, sem vida própria, surge anexa à principal, porque dentro dela se gera e se processa, seguido o seu rito processual. A reconvenção e a oposição são ações acessórias. Em regra, a competência para o conhecimento da ação acessória é a do juiz da causa principal.
 AÇÃO CAUTELAR – Tem a finalidade de, temporária e provisoriamente, assegurar um direito, a fim de que o processo possa conseguir resultado útil. A cautelar pode ser nominada (arresto, seqüestro, busca e apreensão) e inominada, ou seja, a que o Código não atribui nome, mas sim o proponente da medida (cautelar inonimada de sustação de protesto, por ex.). Pode ser preparatória, quando antecede a propositura da ação principal, e incidental, proposta no curso da ação principal, como incidente da própria ação. 
O Código de Processo Civil a denomina de medida cautelar, capitulando-a entre os processos acessórios. Sob o título genérico de medidas cautelares, o Código as especifica em preparatórias e preventivas, sendo a designação reveladora da oportunidade em que a medida se pede ou se impõe: se antes da ação principal, é preparatória; se no correr da ação principal, é preventiva. A ação cautelar vem durante a lide pedida por uma das partes para evitar que a parte, em face de atos do litigante contrário, possa ser prejudicada em seus direitos. Tende a impedir que embaraço ou ato violento da parte contrária, praticado contra direito ou contra a própria pessoa, venha a realizar-se. 
 AÇÃO CIVIL – Ou Ação Cível. Ação que se utiliza para a promoção da garantia ou defesa de um direito de ordem civil, em cujos institutos jurídicos encontra amparo. Em tal caso, tem sentido mais restrito, desde que a ação civil também compreende o pedido de indenização por infrações às leis penais.
 AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA – É a ação cível que se inicia nos tribunais e não nos juízos monocráticos, como as demais ações cíveis. Tem natureza funcional a competência para processar e julgar a ação cível originária, como se prevê na Constituição ao atribuir ao Supremo Tribunal Federal a competência para processar e julgar o litígio entre Estados estrangeiros ou organismos internacionais e a União, Estados, Distrito Federal e Territórios, inclusive entre os órgãos da administração indireta. A competência funcional, nos casos da ação cível originária, funda-se na qualidade da parte ou na matéria de litígio.
 AÇÃO CIVIL PÚBLICA – Instrumento disciplinado pela lei 7.347/85, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pelo Código de Defesa do Consumidor, que prevêem a responsabilizaçãodo infrator por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e qualquer outro interesse difuso ou coletivo. As ações civis coletivas serão propostas no foro do lugar da ocorrência do dano, cujo juízo terá competência funcional para o processamento e julgamento da demanda. Terá por objeto ou a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. A par da ação principal, poderão, as pessoas legitimadas, propor também ação cautelar, para prevenir dano iminente. São entes legitimados à propositura de ação civil pública: Ministério Público; União; Estados; Municípios; autarquias; empresas públicas; fundações; sociedades de economia mista; e associações interessadas, pré-constituídas há pelo menos um ano. Ocorrendo desistência infundada ou abandono da ção por quaisquer das partes legitimadas – exceto o MP, que não pode ficar inerte no feito, uma vez que uma de suas atribuições básicas é justamente a de impulsionar a causa – faculta-se ao representante do Ministério Público assumir a titularidade ativa, em substituição ao titular originário, prosseguindo com a demanda.
 AÇÃO COLETIVA – É aquela voltada para a tutela dos interesses coletivos e difusos.
 AÇÃO CONEXA – É a ação que se promove, simultânea e cumuladamente, com outra ação, desde que tenda a fins diversos e que exista, entre ambas, uma certa relação jurídica de analogia ou identidade, de modo que mostre a imperiosa necessidade de um julgamento único.
 AÇÃO CRIMINAL OU PENAL – Procedimento judicial que visa à aplicação da lei penal ao agente ou agentes de ato ou omissão, nela definidos como crime ou contravenção. Pode ser de natureza pública ou privada. 
 AÇÃO CUMULADA – Entende-se a ação que, proposta juntamente com outra ou simultaneamente com esta, é processada em conjunto ou simultaneamente.
 AÇÃO DE ANULAÇÃO – É o remédio jurídico de que se utiliza alguém para anular ato jurídico que lhe traga prejuízo ou que não tenha sido formulado segundo os princípios de direito. Tem sempre o objetivo de anular atos jurídicos que não se tenham composto consoante as regras de direito ou que foram praticados em contravenção a obrigações contraídas. Basta que o ato se mostre fundado em vício ou defeito para que seja passível de anulação. Os atos são anuláveis quando o consentimento em que se fundaram emanou de erro substancial.
 AÇÃO DE IMPROBIDADE – Proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada (art. 17 da Lei nº 8.429/92), visando obter a reparação de danos causados por atos de improbidade administrativa definidos na Lei nº 8.429/92.
 AÇÃO DE NULIDADE – É o meio legal de que se utiliza alguém com o intuito de ser decretada a ineficácia de ato jurídico ou contrato nulo. Seu intuito é de promover a pronúncia de sua ineficácia pelo Judiciário, visto que, substancialmente viciado, ele não tem nenhuma valia, nem pode surtir qualquer efeito. Se a lei declara o ato nulo, é como se ele não existisse; o procedimento judicial vem somente promover a declaração de sua invalidade, pois em verdade essa condição poderia ser argüida em qualquer tempo, e o juiz a conhece desde que dela tome ciência, em toda e qualquer oportunidade. O ato nulo não é, como o anulável, passível de retificação. Nem mesmo ao juiz cabe suprir o defeito que o fere de morte.
 AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE – É a ação pela qual o possuidor da coisa avoca a proteção da Justiça para haver de que foi usurpado ou esbulhado. Tem também a denominação de esbulho, interdito de reintegração e ação de força espoliativa.
 AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO – É o meio judicial de que alguém se utiliza, quando prejudicado ou ofendido, para pedir a reparação dos danos que lhe foram causados. Desse modo, a ação se formula diante do direito de exigir reparações, contra a pessoa obrigada a prestá-las.
 AÇÃO DECLARATÓRIA – Tem por objetivo obter sentença, desprovida de qualquer força de execução compulsória, embora com pela e efetiva força de coisa julgada, a afirmação (declaração positiva) ou negação (declaração negativa) da existência de um direito ou de uma relação jurídica, da falsidade ou autenticidade de um documento ou obrigação. Não tem por princípio pedir ou exigir qualquer prestação de coisa ou de fato, mas tem o efeito de evitar a ação petitória, embora não a substitua. 
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – Ação que tem por objeto principal a declaração da constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Entretanto, se julgada improcedente, a Corte declarará a inconstitucionalidade da norma ou do ato. É proposta perante o Supremo Tribunal Federal. Somente podem propô-la o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados ou o Procurador-Geral da República.
 AÇÃO "DIFFAMARI" – É a que assiste ao prejudicado por editorial divulgado na imprensa, que abale o seu crédito, para haver responsável por sua publicação a indenização dos danos morais e materiais, que dela resultarem. Antigamente, a ação de difamação, também chamada de lei diffamari, tinha por escopo obrigar o difamante a vir provar a difamação, para que, não o fazendo, fosse condenado a perpétuo silêncio. A ação se justifica perante a prova do prejuízo. É, assim, uma das modalidades da ação de indenização, fundada na prática de ato ilícito. 
 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) – Ação que tem por objeto principal a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Será proposta perante o Supremo Tribunal Federal quando se tratar de inconstitucionalidade de norma ou ato normativo federal ou estadual perante a Constituição Federal. Ou será proposta perante os Tribunais de Justiça dos Estados quando se tratar de inconstitucionalidade de norma ou ato normativo estadual ou municipal perante as Constituições Estaduais. Entretanto, se julgada improcedente, a Corte declarará a constitucionalidade da norma ou ato. A Constituição Federal de 1988 ampliou a titularidade para a propositura da ação.
 AÇÃO INCIDENTE – É a ação que possa surgir durante o curso de uma ação, isto é, durante o processo da ação principal, e que segue seu destino, processando-se com ela ou dentro dela, em atenção ao pedido feito por uma das partes. Mostram-se ações incidentes: a reconvenção, a habilitação incidente, o atentado, os embargos de terceiro, a oposição, as alienações judiciais, as cauções, etc.
 AÇÃO INOMINADA – É aquela que não se titulariza nem pelo procedimento nem pelo pedido.
 AÇÃO JUDICIAL – Indica precisamente o exercício da ação. Ou melhor, serve para expressar o ato diante do qual o titular de um direito vem perante a justiça para formular a demanda. O mesmo que processo judicial; demanda.
 AÇÃO NOXAL – O mesmo que ação de perdas e danos.
 AÇÃO ORDINÁRIA – Assim se denomina a ação quando é rituada pelo processo ordinário, isto é, o procedimento comum a todas as ações que não tiverem, em virtude de princípio legal, rito próprio ou especial. Segundo o Código de Processo Civil, toda ação que não tiver rito especial estabelecido por lei, terá por norma o processo ordinário. O processo ordinário começará sempre pela citação ao réu, seguindo-se a sua contestação.
 AÇÃO ORIGINÁRIA – Designa a ação cível originária e a ação que deu origem a um recurso.
 AÇÃO PENAL – Ato pelo qual se promove a punição de um crime ou contravenção. Somente pode ser objeto de processo cirminal por ação do Ministério Público ou da parte ofendida, ou de quem tenha qualidade para representá-la, desde que se permita procedimento criminal por ação privada. Quando a ação penal se exercita por iniciativa do Ministério Público, e a ele somente se comete este direito, diz-se que a ação penal é pública. Será privada, quando cabe sua iniciativa, isto é, cabe pedir a imposição da pena à própria pessoa ofendida, ou quando somente por sua solicitação pode ser promovida a ação penal. Os crimes de homicídio são de ação pública. Os crimes sexuais são de ação privada. A ação penal se extingue pela morte do criminoso,pelo perdão da parte ofendida ou pela prescrição.
 AÇÃO POPULAR – Meio processual de assento constitucional, que legitima qualquer cidadão a promover a anulação de ato lesivo ao patrimônio público, ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor popular, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
 AÇÃO RECURSÓRIA – É aquela em que o devedor solidário que honrou a obrigação, persegue dos demais o ressarcimento; o mesmo que ação regressiva.
 AÇÃO REGRESSIVA – É fundada no direito de uma pessoa (direito de regresso) de haver de outrem importância por si dependida ou paga no cumprimento de obrigação, cuja responsabilidade direta e principal a ele pertencia.
 AÇÃO RESCISÓRIA – É ação intentada com o objetivo de ser anulado decisório judicial, que já tenha passado em julgado, porque tenha sido proferido contra expressa disposição de lei ou porque tenha violado direito expresso, a fim de que se restabeleça a verdade jurídica, colocando-se o direito ofendido em sua posição anterior. Toma sempre a direção da sentença,. Inquinada nula, para que seja decretada a sua insubsistência e se restabeleça a relação jurídica que por ela foi desfeita. Não é um recurso. È perfeita ação, que não tenta nem prova um novo exame de autos, para retificação ou modificação do decreto judiciário anterior. 
 ACAREAÇÃO DE TESTEMUNHAS – É o ato pelo qual, seja em processo civil ou em penal, a pedido das partes ou por iniciativa do próprio juiz, em virtude de divergências ou contradições nos depoimentos de duas ou mais testemunhas, se põe uma em presença da outra, a fim de se chegar à verdade, concluindo-se pela exata afirmativa ou negativa dos depoimentos contraditórios. Pode ocorrer tanto entre as testemunhas como entre estas e as partes. No processo civil, a acareação se efetiva sempre na audiência de instrução.
 ACAUTELAR – Ato de defender-se ou prevenir-se.
 ACCESSORIUM SUI PRINCIPALIS NATURAM SEQUITUR – O acessório sempre acompanha o principal.
 ACIONAR – Propor ação contra uma pessoa, em defesa de um direito ameaçado de violência ou já atingido por ela, ou para exigir o cumprimento de uma obrigação assumida.
 ACÓRDÃO – Resolução ou decisão tomada coletivamente pelos tribunais. O conjunto de acórdãos dos tribunais forma a sua jurisprudência, que se diz mansa e pacífica quando se verifica repetida e uniforme para os mesmos casos e iguais relações jurídicas, submetidas a seu veredicto.
 ACORDAR – Determinar, resolver uniformemente ou de comum acordo uma questão aventada. Decidir por pluralidade de votos alguma coisa, submetido à apreciação de um colégio ou de uma instituição.
 ACTIO – Ação.
 ACTIO IUDICATI – Ação de execução da coisa julgada. 
 ACUMULAÇÃO DE PENAS – Dá-se, na hipótese de concurso, material (maus de uma ação ou omissão), ou formal (uma só ação ou omissão), quando o agente pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Tratando-se de concurso formal, as penas só se aplicam cumulativamente se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos.
 ACUSAÇÃO – Imputação criminal, feita a uma pessoa. Atuação funcional do promotor público, como órgão do Ministério Público, na alçada penal. Libelo crime acusatório é a peça articulada da acusação.
 AD CAUSAM – Para a causa; na causa.
 AD CAUTELAM – Por cautela.
 AD JUDICIA – Locução latina para indicar a cláusula que se comete em um mandato judicial. A cláusula ad judicia implica a concessão de mandato judicial para o foro em geral.
 AD EFFECTUM – Para efeito.
 AD HOC – Para isto; para este fim específico. Indica substituto ocasional, designado para a feitura ou prática de um ato ou solenidade, pela ausência ou impedimento do serventuário ou funcionário efetivo. Exercício temporário de uma função pública.
 AD NUTUM – Condição unilateral de revogação ou anulação de ato. 
 AD REFERENDUM – Para a aprovação. 
 ADIÇÃO DA DENÚNCIA – É o ato pelo qual o promotor público, após ter oferecido a denúncia, vem aditá-la para incluir novos nomes ou novos fatos, que a ela se integram. Aditamento da denúncia.
 ADITAMENTO – Adição. Acréscimo de informação, quando possível, a um documento com a finalidade de complementá-lo ou esclarecê-lo. 
 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – Instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente. Cabe-lhe ainda as atividades de consulta e assessoramento jurídico do Poder Executivo. Tem por chefe o Advogado-Geral da União. 
 AGER PUBLICUS – Terras de domínio público.
 AGRAVADO – 1. Decisão ou despacho. 2. A parte recorrida no recurso de agravo.
 AGRAVANTE – 1. Circunstância acidental que, além da reincidência, contribui para maior gravidade do delito, e que sempre majora a pena, quando não constitui ou qualifica o crime. 2. A parte que recorre no recurso de agravo.
 AGRAVAR – 1. Impetrar o recurso de agravo. 2. Aumentar a gravidade de qualquer acontecimento, com a prática de atos ou circunstâncias que modifiquem a normalidade do fato ou ato. 
 AGRAVO – Recurso contra decisão interlocutória ou contra despacho de juiz ou membro de tribunal agindo singularmente.
 AGRAVO DE INSTRUMENTO – Recurso cabível para o Tribunal tanto das decisões interlocutórias propriamente ditas quanto de despacho de juízes de 1º grau que causem gravame à parte, a terceiro ou ao Ministério Público.
 AGRAVO RETIDO – Recurso de decisão interlocutória que, a requerimento do agravante, fica retido nos autos, a fim de que dele conheça o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
 ALVARÁ – É um documento expedido por autoridade judiciária ou administrativa, contendo ordem para que alguém possa praticar certos atos ou direitos; alvará de soltura: mandado expedido por juiz ou tribunal, para que um indivíduo que se encontra preso, e a quem foi concedido habeas corpus, seja posto em liberdade.
 ALVARÁ DE SOLTURA – Ordem judicial que determina a liberdade de uma pessoa que se encontra presa; quando cumprida ou extinta a pena, será posta, imediatamente, em liberdade. Ver artigo 685 do Código de Processo Penal.
 ANALOGIA JURÍDICA (JURIS) – Ocorre quando o princípio para o caso omitido se deduz do espírito e do sistema do ordenamento jurídico considerado em seu conjunto. Ocorre quando se aplica à espécie não prevista em lei, e com a qual não há norma que apresenta caracteres semelhantes, a um princípio geral de direito.
 ANALOGIA LEGAL (LEGIS) – Essa forma de analogia é empregada quando o caso não previsto é regulado por um preceito legal que rege um semelhante; compreende uma argumentação trabalhada sobre textos da norma penal, quando se verifica a insuficiência de sua redação.
 AMICUS CURIAE – Amigo do tribunal, significando o terceiro no processo que é convocado pelo juiz para prestar informações ou esclarecer questões técnicas, inclusive jurídicas, que interessam à causa.
 ANIMUS – Expressão latina que, traduzida por ânimo, serve para mostrar o elemento intencional, que se leva em conta em um certo número de situações jurídicas, para determinar a natureza exata destas útlimas. A qualidade da intenção é sempre designada pelo acréscimo de outro vocábulo, que assim completa o sentido da expressão. Ex.: animus nocendi (vontade de prejudicar). 
 ANISTIA – É o termo que se usa na linguagem jurídica para significar o perdão concedido aos culpados por delitos coletivos, especialmente de caráter político, para que cessem as sanções penais contra eles e se ponha em perpétuo silêncio o acontecimento apontado como criminoso.
 ANTE ACTA – Antes do ato.
 APELAÇÃO – Recurso contra a sentença proferida em 1º grau, que extingue o processo, com ou sem julgamento do mérito, a fim de submeter ao grau superior o reexame de todas as questões suscitadas na causa e nos limites do próprio recurso. 
 APELAÇÃO CÍVEL – É o recurso que se interpõe de decisão terminativa ou definitiva de primeira instância, para instância imediatamente superior, a fim depleitear a reforma, total ou parcial, da sentença de natureza cível com a qual a parte não se conformou.
 APELAÇÃO PENAL – É a que se interpõe em processo penal, seja pelo representante do Ministério Público, seja pelo próprio réu.
 APELADO – A parte que figura como recorrida na apelação.
 APELANTE – Quem interpõe a apelação.
 APUD – Junto de. Utilizada para assinalar as citações feitas em obras, que não são de autoria da pessoa cuja locução, sentença ou texto se faz referência.
 ARBITRAMENTO – Determinação de um valor estimativo para situações em que não tem critérios bem definidos para a avaliação. Em matéria processual civil, tem-se a liquidação da sentença por arbitramento. É uma das formas de se fazer a liquidação da sentença quando esta não determinar o valor ou não individuar o objeto da condenação. Utiliza-se a liquidação por arbitramento quando: determinado pela sentença ou convencionado pelas partes; o exigir a natureza do objeto da liquidação. 
 ARESTO – Decisão de um tribunal; equivale a acórdão.
 ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – Proposta perante o Supremo Tribunal Federal, tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Ver a Lei nº 9.882/99 e Constituição Federal, art. 102, § 1º. 
 ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – Também chamada de incidente de inconstitucionalidade. É o procedimento mediante o qual as pessoas ou entidades descritas no art. 103 da Constituição Federal impugnam atos ou legislação de natureza normativa que contrariem os preceitos da Carta Magna. 
 ARGÜIÇÃO DE SUSPEIÇÃO – Processo utilizado para afastar de causa um juiz, membro do Ministério Público ou servidor da Justiça sobre o qual haja uma desconfiança de parcialidade ou envolvimento com a causa.
 ARRESTO – Apreensão judicial de bens do devedor, ordenada pela justiça, como meio acautelador de segurança ou para garantir o credor quanto à cobrança de seu crédito, evitando que seja injustamente prejudicado, pelo desvio desses bens. Chamado também de embargo.
 ATENUANTE – Circunstância que diminui o grau de responsabilidade do réu, e, conseqüentemente, da pena.
 ATO ADMINISTRATIVO – Designa todo o ato praticado por delegado dos poderes públicos no exercício de suas funções administrativas, seja dirigindo os negócios públicos, que são atribuídos à sua competência, seja promovendo todas as medidas e diligências indispensáveis á sua realização. 
 ATO JURÍDICO – Denominação que se dá a todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. A validade do ato jurídico requer agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei. 
 AUDIÊNCIA – Reunião solene, presidida pelo juiz, para a realização de atos processuais.
 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO – Aquela marcada pelo juiz para ultimação do processo, com a realização dos atos finais de instrução e pronunciamento da sentença por ele. Esta audiência se compõe de três fases: instrução, debates orais e leitura da sentença.
 AUTO – Todo termo ou toda narração circunstanciada de qualquer diligência judicial ou administrativa, escrita por tabelião ou escrivão, e por estes autenticada, mostrando-se, assim, as várias peças ou assentos de um processo, lavrados para prova, registro ou evidência de uma ocorrência. No plural, autos designa as pelas pertencentes ao processo judicial ou administrativo, tendo o mesmo sentido que processo, constituindo-se da petição, documentos, articulados, termos de diligências, de audiências, certidões, sentenças, etc.
 AUTOR – Aquele que promove uma ação em juízo.
 AUTUAÇÃO – Assim se diz do ato inicial, por que se começa o processo, seja judicial ou administrativo. Desse modo, ajuizada a ação, pelo despacho dado na petição inicial, o processo começa a se formar pela autuação dela, com os documentos que leva junto. E a forma material desta autuação consiste em se dar uma capa à primeira peça processual apresentada, com as indicações relativas à ação, nomes do autor e réu, data de sua apresentação, etc.
  
B
 
BAIXA DOS AUTOS – Expressão simbólica significando a volta dos autos do grau superior para o juízo originário, após julgamento do último recurso cabível e interposto ou medida administrativa após a solução da lide.
 BANCO DO RÉU – Denominação dada ao lugar em que se senta o réu, quando tem de ser julgado pelo Tribunal do Júri. Por analogia, diz-se o ato pelo qual a pessoa é levada a julgamento: conduzi-la ao banco dos réus.
 BARRA DOS TRIBUNAIS – Divisão, em forma de gradil, que se separa o juiz do público, na sala de audiências. É, extensivamente, denominação dada ao lugar, na sala de audiências, reservado à realização das inquirições de testemunhas e onde os advogados fazem suas petições ao juiz. Usa-se a expressão levar às barras dos tribunais para significar que se quer ou se pretende levar a pessoa até a presença do juiz para ser julgada por ato, que se diz ou se pensa delituoso.
 BEM JURÍDICO – Diz-se da coisa, material (valor econômico) ou imaterial (interesse moral), que constitua ou possa constituir objeto de direito.
 BEM PÚBLICO – tanto pode ser tomado no sentido de coisa integrada ao domínio público, significando res nullius, como pode significar todo benefício ou utilidade que se promove para o bem-estar da coletividade, isto é, para seu sossego, para sua tranqüilidade e para a sua segurança.
 BENEFICIUM JURIS – Benefício de direito.
 BENEFICIUM LEGIS – Benefício da lei.
 BENS ARRESTADOS – É expressão usada na linguagem forense para indicar os bens que foram apreendidos em virtude de um mandado de arresto, indicando, assim, a especial condição em que se encontram em juízo, à disposição e sob vigilância da justiça, até que se ultime a pendência ou a controvérsia, que justificou a concessão da medida.
 BENS COMUNS – 1. Que não são suscetíveis de um apropriação por parte da pessoa, a fim de que os particularize em proveito ou utilidade própria. Serão os bens comuns a todos (communia omnium), de uso público: água, ar, etc. 2. Designam os bens que são possuídos em comunhão: têm dois ou mais titulares, pertencem a todos eles em comunidade.
 BENS DOMINIAIS – Ou bens dominicais. Bens propriamente imobiliários, isto é, os bens imóveis, sobre os quais incidem duas espécies de domínio: o direto (de senhor) e o útil (de possuidor). Mas, por extensão, também se designam pela mesma expressão os bens móveis, sobre os quais também incidem os direitos de seu proprietário, direitos que são diretos e direitos que são úteis, tal como ocorre nos imóveis. 
 BENS IMÓVEIS – Os que, por sua natureza de imobilidade ou fixação ao solo, seja natural ou artificial, mas de modo permanente, dele não se possam mover, em seu todo, sem se desafazerem ou se destruírem. Desse modo, em sentido próprio, por imóveis se entende o solo, como tudo que a ele se fixou em caráter permanente, sem a intervenção do homem (naturalmente) ou por sua vontade (artificialmente).
 BENS PÚBLICOS – Os bens de uso comum e os pertencentes ao domínio particular da União, dos Estados federados e dos Municípios. Em sentido lato, dizem-se públicos os bens destinados ao uso e gozo do povo, como aqueles que o Estado reserva para uso próprio ou de suas instituições e serviços públicos. Os bens públicos são inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis. 
 BIS IN IDEM – Significa imposto repetido sobre a mesma coisa, ou matéria já tributada. 
 BITRIBUTAÇÃO – Diz-se quando duas autoridades diferentes, igualmente competentes, mas exorbitando uma delas das atribuições que lhes são conferidas, decretam impostos que incidem, seja sob o mesmo título ou sob nome diferente, sobre a mesma matéria tributável, isto é, ato ou objeto. Na bitributação há uma competência privativa, conferida ao poder que está autorizado a cobrar determinado imposto, e outra arbitrária, decorrente da tributação, que se faz excedente e contrariamente, ao que se institui na Constituição. Não se confunde com o bis in idem. A bitributação é vedada pelaConstituição Federal. O bis in idem, embora imposto injusto e antieconômico, não se diz proibido por lei.
 BOA-FÉ – Intenção pura, isenta de dolo ou engano, com que a pessoa realiza o negócio ou executa o ato, certa de que está agindo na conformidade do direito, conseqüentemente, protegida pelos preceitos legais.
 BONA FIDES – Boa-fé.
 BREVI MANU – De pronto. 
 BUSCA E APREENSÃO – É a diligência policial ou judicial que tem por fim procurar coisa ou pessoa que se deseja encontrar, para trazê-la à presença da autoridade que a determinou. A busca e apreensão se faz para ir procurar e trazer a coisa litigosa, a pedido de uma das partes, para procurar e apreender a coisa roubada ou sonegada.
  
C 
 
CADUCAR – Fiar sem efeito ou sem valor, não surtir mais efeito, seja porque não se usou o direito que se tinha, seja porque se renunciou a ele, seja porque se deixou de cumprir ato subseqüente, que era da regra.
 CALÚNIA – Crime contra a honra, que consiste em imputar falsamente a alguém fato definido como crime.
 CAPACIDADE CIVIL – Aptidão ou autoridade legal, de que se acha investida a pessoa para praticar atos da vida civil, isto é, poder livremente dispor da sua vontade para contratar, adquirir direitos, aceitar obrigações, etc., com validade jurídica. A capacidade civil pode ser plena ou relativa. Em regra, a capacidade civil advém aos 18 anos, embora possa vir antes, nos casos de emancipação.
 CAPITIS DEMINUTIO – Redução da capacidade civil; perda de direitos civis.
 CAPUT – Cabeça; parte de abertura de um documento ou dispositivo de lei.
 CARTA AVOCATÓRIA – Ordem escrita emanada de autoridade superior à que lhe é hierarquicamente inferior, e a ela subordinada, para que envie à sua presença autos de processo, que se encontram em seu poder, já julgados ou para julgamento, a fim de que a autoridade avocante, segundo os princípios firmados na lei, que autoriza o avocamento, tome conhecimento do que neles se contém e delibere como for de direito e razão. A carta avocatória é, assim, instrumento do ato de requisição de processo.
 CARTA DE ORDEM – Ato pelo qual uma autoridade judiciária determina a outra, de hierarquia inferior, a prática de um ato processual, contanto que da mesma Justiça e do mesmo Estado. 
 CARTA PRECATÓRIA – É o expediente pelo qual o juiz se dirige ao titular de outra jurisdição que não a sua, de categoria igual ou superior à de que se reveste, para solicitar-lhe que seja feita determinada diligência que só pode ter lugar no território cuja jurisdição lhe está afeta. O juiz que expede a precatória é chamado de deprecante e o que recebe, deprecado. A precatória, ordinariamente, é expedida por carta, mas, quando a parte o preferir, por telegrama, radiograma, telefone e fax, ou em mão do procurador. 
 CARTA ROGATÓRIA – É o expediente pelo qual o juiz pede à Justiça de outro país a realização de atos jurisdicionais que necessitam ser praticados em território estrangeiro. 
 CARTA TESTEMUNHÁVEL – Aplicável no âmbito do processo penal, dar-se-á carta testemunhável, cujo requerimento deverá ser feito ao escrivão ou secretário do tribunal, da decisão que: denegar o recurso interposto; ou mesmo admitindo o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado e não terá efeito suspensivo.
 CARTÓRIO OU VARA JUDICIAL – É o local onde são praticados os atos judiciais relativos ao processamento e procedimento dos feitos civis e criminais. 
 CASUS ADVERSI – Motivo adverso.
 CAUSA MORTIS – Causa da morte.
 CAUSA SINE QUA NON – Causa indispensável.
 CAUTIO DAMNO INFECTO – Caução de dano provável.
 CIRCA MERITA – A respeito dos méritos.
 CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES – Assim se diz dos fatos que cercam a realização de um crime ou contravenção, em virtude dos quais a lei manda que se aplique pena mais severa. Desse modo, as circunstâncias agravantes podem decorrer da qualidade do criminoso, que, por seus antecedentes, se mostre um indivíduo nocivo à sociedade, ou como incidentes, que cercaram o crime, em virtude dos quais se evidencia a maior crueldade ou nocividade do criminoso.
 CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES – Ao contrário das agravantes, são as que requerem maior benignidade para o criminoso, em atenção a seus antecedentes ou circunstâncias em que o próprio crime se realizou.
 CIRCUNSTÂNCIAS DIRIMENTES – Elementos evidenciados na pessoa do criminoso ou na prática do crime, com força para inculpar o agente.
 CITAÇÃO – Ato pelo qual o réu é chamado a juízo para, querendo, defender-se da ação contra ele proposta. Chamamento a juízo de alguém, para reagir contra a postulação de alguém.
 CITATIO – Citação.
 CLÁUSULA EXORBITANTE – No Direito Administrativo, compreende as prerrogativas da Administração que, assim, exorbitam do Direito Privado.
 CLÁUSULA PÉTREA – Dispositivo constitucional imutável, que não pode ser alterado nem mesmo pela via de Emenda à Constituição. O objetivo é impedir inovações em assuntos cruciais para a cidadania ou o próprio Estado. A relação das cláusulas pétreas encontra-se no art. 60, § 4º, da Constituição Federal de 1988.
 COAÇÃO – Ato de constranger alguém; mesmo que coerção. 
COATOR – Designa a pessoa que exerce a coação.
 CO-ATOR – É a pessoa que, juntamente com outra, participa da execução de um ato, na qualidade de agente, tanto quanto a outra.
 COISA JULGADA – Sentença, que tendo tornado irretratável, por não haver contra ela mais qualquer recurso, firmou direito de um dos litigantes para não admitir sobre a dissidência anterior qualquer outra oposição por parte do contendor vencido, ou de outrem que se sub-rogue em suas pretensões improcedentes.
 COMPELAÇÃO – É a citação criminal ou o chamamento para comparecer a juízo criminal.
 COMPETÊNCIA – Significa tanto a capacidade, no sentido de aptidão, pela qual a pessoa pode exercitar ou fruir um direito, como significa a capacidade, no sentido de poder, em virtude do qual a autoridade possui legalmente atribuição para conhecer de certos atos jurídicos e deliberar a seu respeito.
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS – Em regra, o processo inicia no 1º grau de jurisdição, porém existem casos, em que a lei estabelece que o processo deve ter início perante os órgãos jurisdicionais superiores, em razão de determinadas circunstâncias, como a qualidade e função das pessoas, a natureza do processo. 
 COMPETÊNCIA RECURSAL – É a competência para admitir o recurso, no 1º grau, do juiz prolator da decisão, e, no 2º grau, do órgão julgador coletivo ou colegiado para conhecer, ou não, da matéria posta sub examine.
CONCESSA VENIA – Com a devida permissão.
 CONCORRÊNCIA PÚBLICA – Concorrência no sentido de competência de preço ou procura, de melhor oferta, para realização de um negócio ou execução de uma obra. A concorrência pública está adstrita a regras formuladas nas leis e regulamentos. Tem a finalidade de garantir o melhor serviço e o melhor preço, verificada pela execução da medida.
 CONCUSSÃO – Extorsão ou exigência abusiva de funcionário público ou autoridade pública que, encarregada de arrecadar dinheiro público, oriundo de impostos, direta ou indiretamente exorbita de seus deveres, fazendo com que o contribuinte pague mais do que realmente deve pagar. Ou, mesmo sem essa atribuição arrecadadora, mas em razão do cargo, exige de outrem qualquer vantagem, seja para si ou para outra pessoa.
 CONFLITO DE COMPETÊNCIA – Assim se diz da divergência ocorrida entre duas autoridades administrativas que se considerem igualmente competentes ou incompetentes para conhecer de determinada ação ou questão. Desse modo, a divergência deve incidir sobre o mesmo processo, visto que a procedência do conflito resulta não da incerteza da causa, mas do poder de julgar. 
 CONSENSUS OMNIUIM – Consenso geral.
 CONSUMIDOR – É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindonas relações de consumo.
 CONTENCIOSO – Todo ato que possa ser objeto de contestação ou de disputa, opondo-se, por isso, ao sentido de voluntário, em que não há contestação nem disputa, ou ao gracioso, em que não se admite contenda.
 CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO – Assim se designa o órgão da Administração Pública a que se atribui o encargo de decidir, sob o ponto de vista de ordem pública e tendo em face a utilidade comum, toda matéria obscura ou controversa ou todos os litígios havidos com o poder administrativo.
 CONTESTAÇÃO – Primeira defesa do réu, na qual ele procura reafirmar seus direitos, ao mesmo tempo em que contradita os do autor. Na esfera processual, a contestação traz assim o amplo sentido de reafirmação e oposição, simultaneamente. É a discussão.
 CONTRA JUS – Contra o direito.
 CONTRA LEGEM – Contra a lei.
 CONTRADITÓRIO – Princípio constitucional que assegura a toda pessoa, uma vez demandada em juízo, o direito de ampla defesa da acusação ou para proteção do seu direito (CF, art. 5º, LV).
 CONTRAFRAÇÃO – Falsificação, imitação fraudulenta.
 CONTRAVENÇÃO – Transgressão a preceito de lei, de regulamento ou de um julgado ou toda infração às cláusulas de um contrato.
 CORAM LEGE – Em face da lei.
 CORPUS JURIS CIVILIS – Ordenamento do Direito Civil.
 CORPUS IURIS CANONICI – Código de Direito Canônico.
 CORRUPÇÃO ATIVA – Crime praticado por particular contra a Administração em geral. Caracteriza-se pela oferta ou promessa de indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
 CORRUPÇÃO PASSIVA – Quando é o próprio funcionário quem solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem, desde que tais fatos ocorrem em razão da função, ainda que fora dela ou antes de assumi-la.
 CRIME – Definido legalmente como a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. A doutrina define crime como o "fato proibido por lei sob ameaça de uma pena" (Bento de Faria).
 CRIME COMISSIVO – É aquele que é praticado através de uma ação.
 CRIME CULPOSO – É o crime que teve como causa a imprudência, negligência ou imperícia do agente, se prevista e punida pela lei penal.
 CRIME DE RESPONSABILIDADE – regula o crime de responsabilidade do Presidente da República, dos ministros de Estado e do STF, dos governadores e secretários de Estado a Lei nº 1.079/50. O crime de responsabilidade dos prefeitos e vereadores tem sua base legal no DL nº 201/67. Segundo a Constituição Federal de 1988, art. 85, são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentam contra a Constituição e especialmente contra: a existência da União; o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e dos poderes constitucionais das unidades da federação; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do país; a probidade na administração; a lei orçamentária; o cumprimento da lei e das decisões judiciais.
 CRIME DOLOSO – É o crime voluntário, isto é, aquele em que o agente teve a intenção maldosa de produzir o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
 CRIME HEDIONDO – Em Direito Penal, é um adjetivo que qualifica o crime que, por sua natureza, causa repulsa. O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória. São considerados hediondos: tortura; tráfico de drogas; terrorismo; homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente; homicídio qualificado; latrocínio; extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada; estupro; atentado violento ao pudor; epidemia com resultado morte; genocídio; falsificação; corrupção ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889/56, tentado ou consumado. Veja Decreto-Lei n° 2.848/40.
 CRIME POLÍTICO – Todo fato culposo, seja praticado individualmente ou por grupo de pessoas, dirigido contra a segurança ou estabilidade das instituições públicas ou que resulte em lesão à ordem política.
 CULPA – Violação ou inobservância de conduta que produz lesão do direito alheio. Elemento subjetivo da infração cometida, compreendida pela negligência, imprudência ou imperícia que pode existir em maior ou menor proporção (da culpa levíssima à culpa grave), e obrigando sempre o infrator à reparação do dano.
 CUSTODIA LIBERA – Prisão domiciliar.
 CUSTOS LEGIS – Fiscal da lei.
  
D
 
DAÇÃO EM PAGAMENTO – Modalidade de extinção de uma obrigação em que o credor pode consentir em receber coisa que não seja dinheiro, em substituição da prestação que lhe era devida. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regulam-se pelas normas do contrato de compra e venda. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. Sendo o credor evicto da coisa recebida em pagamento, a obrigação primitiva se restabelece, ficando sem efeito a quitação dada. 
 DAMNATIO – Condenação.
 DAMNUM – Dano.
 DANO MATERIAL – Assim se diz da perda ou prejuízo que fere diretamente um bem patrimonial, diminuindo o valor dele, restringindo a sua utilidade, ou mesmo a anulando.
 DANO MORAL – Assim se diz da ofensa ou violação que não vem ferir os bens patrimoniais, propriamente ditos, de uma pessoa, mas os seus bens de ordem moral, tais sejam os que se referem a sua liberdade, a sua honra, a sua pessoa ou a sua família.
 DAR FÉ – Ato do serventuário que autentica o documento ou atesta a existência de um fato. O mesmo que portar por fé.
 DATA PERMISSA – Com a devida permissão. 
 DATA VENIA – Com devido consentimento. 
 DATIO IN SOLUTUM – Dação em pagamento.
 DATIVO – Serve para exprimir o que é dado ou quem é nomeado pelo juiz para distinguir do que é dado ou nomeado ex vi legis.
 DE JURE ABSOLUTO – Do direito absoluto.
 DE JURE PUBLICO – De direito público.
 DE MERITIS – Pelo mérito.
 DE PLENO DIREITO – Expressão para significar ou exprimir todo efeito jurídico que se produz ou se gera exclusivamente por força da lei (ex vi legis), não necessitando, assim, de qualquer intervenção ou consentimento da pessoa, ou a satisfação de qualquer outra formalidade.
 DECADÊNCIA – É a queda ou perecimento de um direito, pelo decurso do prazo prefixado ao seu exercício.
 DECISÃO – Denominação genérica dos atos do juízo, provocada por petições das partes ou do julgamento do pedido. Em sentido estrito, pronunciamento do juiz que resolve questão incidente.
 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – É o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, decide questão incidente. 
 DECISÃO MONOCRÁTICA – Decisão proferida por um único juiz.
 DECISUM – Decisão, sentença.
 DENÚNCIA – Peça processual onde os Procuradores da República formulam sua acusação perante o juiz competente a fim de que se inicie a ação penal contra a pessoa a quem se imputa a autoridade de um crime ou de uma contravenção.
 DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – É o tipo penal em que se prevê o ato de dar causa à instauração de investigação policial ou de processo judicial contra quem o agente saber ser inocente.
 DEPRECADA – Denominação que se dá à carta precatória. É o instrumento pelo qual o juiz de certa jurisdição pede a outro que se faça em seu juízo diligência ou se pratique ato de interesse da justiça.
 DERROGAÇÃO – É a ab-rogação; revogação; anulação parcial de uma lei.
 DESACATO – É um dos crimes praticados por particular contra a administração em geral. Consiste em desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
 DESAFORAMENTO – É o deslocamento de um processo, já iniciado, de um foro para outro, transferindo-se para este a competência para dele conhecer e julgá-lo. 
 DESERÇÃO – Em Direito Processual, indica o abandono ao recurso intentado por uma das partes emlitígio. A deserção dos recursos, seja de agravo, de apelação ou outro qualquer, decorre, em regra, da falta de preparo do recurso, isto é, da falta de pagamento das custas devidas, seja em primeira ou em segunda instância, no prazo regulamentar.
 DESPACHO – Na definição legal, são todos os atos do juiz que não sejam sentença nem decisões interlocutórias, praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. Atos de impulso processual. 
 DESPROVER – Rejeitar.
 DESTITUIÇÃO DE TUTELA – Ato pelo qual o juiz afasta o tutor da função, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.
 DIFAMAÇÃO – É a imputação ofensiva assacada contra a honorabilidade de alguém com a intenção de desacreditá-lo na sociedade em que vive, e provocar contra ele desprezo ou menosprezo público.
 DILAÇÃO – Na linguagem forense é expressão usada para se pleitear a prorrogação de prazos processuais.
 DILIGÊNCIA – Providência determinada pelo juiz, a pedido da parte ou ex officio, para que se cumpra uma exigência processual ou para que se investigue a respeito da própria questão ajuizada.
 DIREITO DE PETIÇÃO – A garantia constitucional deferida a qualquer pessoa de apresentar requerimento ou representar aos Poderes Públicos em defesa de direitos e contra abusos de autoridade.
 DIREITO LÍQUIDO E CERTO – Expressão que, referente ao mandado de segurança, significa os fatos apresentados pelo impetrante e que são demonstrados por documentos ou que, ao menos, não sofram impugnações quanto á sua existência.
 DIREITOS COLETIVOS – Espécie de direito subjetivo que ampara os membros de determinado grupo social ligados, entre si, através de relação jurídica básica e que, em decorrência, legitima a entidade a defender os interesses comuns através de ações coletivas.
 DIREITOS DIFUSOS – Espécie de direito subjetivo que decorre de situação fática a legitimar o ingresso em juízo para a sua proteção através de ações coletivas, como, por exemplo, o direito ao meio ambiente, o direito do consumidor e outros.
 DISCRICIONÁRIO – Todo poder que não está limitado, que se dirige pela própria vontade do agente, sem qualquer limitação exterior, segundo sua própria discrição, ou entendimento.
 DOLO – No sentido penal, é a intenção criminosa de fazer o mal, que se constitui em crime ou delito, seja por ação ou omissão.
 DOMÍNIO PÚBLICO – Soma de bens pertencentes às entidades jurídicas de Direito Público, como União, Estados e Municípios, que se destinam ao uso comum do povo ou os de uso especial, mas considerados improdutivos.
  
E
 
EDITAL DE CITAÇÃO – Edital que se insere na imprensa (Diário Oficial e jornais de grande circulação no local) para cumprir citação inicial à pessoa não encontrada ou que se encontre em lugar de difícil acesso.
 EFEITO SUSPENSIVO – Efeito normal de todo recurso, exceto se por disposição legal for dado unicamente efeito devolutivo, e cuja conseqüência é tornar a sentença inexecutável até o julgamento do recurso, ficando suspenso seus efeitos.
 EMBARGOS – O termo tem várias conotações mas, em síntese, significa autorização legal para suspender um ato; defesa de um direito, como embargos do executado ou do devedor, ou, ainda, como recurso (embargos de declaração ou embargos infringentes). 
 EMBARGOS À EXECUÇÃO – Meio pelo qual o devedor se opõe à execução, seja ela fundada em título judicial (sentença) ou em título extrajudicial (duplicata, cheque, contrato), com a finalidade de convertê-lo. 
 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Recurso contra decisão que contém obscuridade, omissão ou contradição, tendo como finalidade esclarecer, tornar clara a decisão. Em qualquer caso, a substância do julgado, em princípio, será mantida, visto que os embargos de declaração não visam modificar o conteúdo da decisão. Porém, a jurisprudência tem admitido, excepcionalmente, os embargos com efeito infringente, ou seja, para modificar a decisão embargada, exatamente quando se tratar de equívoco material e o ordenamento jurídico não contemplar outro recurso para a correção de flagrante equívoco.
 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – Recurso cabível quando ocorre divergência de turmas ou seções dos tribunais. 
 EMBARGOS INFRINGENTES – Recurso cabível quando não for unânime o julgamento proferido em apelação e em ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. 
 EMENTA – Resumo que se faz dos princípios expostos em uma sentença ou acórdão dos tribunais.
 EMOLUMENTOS – Ingressos eventuais de dinheiro, em benefício do servidor da Justiça, quando recebe remuneração, fixada em lei, diretamente da parte.
 ENTRÂNCIA – Hierarquia das comarcas, de acordo com o movimento forense, densidade demográfica, receitas públicas, meios de transporte, situação geográfica e fatores socioeconômicos de relevância. 
 ERRO SUBSTANCIAL – É aquele o que interessa à natureza do ato, o objeto principal da declaração, ou alguma das qualidades a ele essenciais. Tem-se igualmente por erro substancial o que disser respeito a qualidades essenciais da pessoa, a quem se refira a declaração de vontade. Este tipo de erro gera a anulabilidade dos atos jurídicos. 
 ESSENTIALIA DELICTI – Os elementos essenciais do crime.
 ESTÁGIO CONFIRMATÓRIO OU ESTÁGIO PROBATÓRIO – É o período de exercício, após nomeação, em que se apura se o nomeado tem condições para ser efetivado no cargo. A tal período, com referência a magistrados, denomina-se de vitaliciamento.
 EVENTUS DAMNI – Resultado do dano.
 EX ADVERSO – Do lado contrário.
 EX AUCTORITATE LEGIS – Por força da lei.
 EX BONA FIDE – De boa-fé. 
 EX NUNC – De agora em diante; a partir do presente momento. Refere-se a efeitos que não retroagem.
 EX OFFICIO – Por obrigação do ofício; oficialmente.
 EX TEMPORE – Imediatamente.
 EX TUNC – Desde o início. Refere-se a efeitos provenientes desde o início da nulidade.
 EX VI – Por efeito de; por determinação de.
 EXAÇÃO – Arrecadação ou cobrança de valores pertencentes ao fisco, promovida por pessoa a quem se atribui o encargo de os receber e guardar. Quando o funcionário excede sua autoridade, seja usando de meios impróprios para cumprir suas atribuições ou exigindo mais do que é devido pela parte, diz-se que praticou excesso de exação, que é delito previsto no Direito Penal.
 EXCEÇÃO DA VERDADE – Meio de defesa que se faculta ao acusado por crime de calúnia ou injúria para vir provar o fato incriminado, ou seja, a imputação por ele feita à pessoa, que se julga injuriada ou infamada. Somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
 EXCEPTIO – Exceção.
 EXCEPTIO VERITATIS – Exceção da verdade.
 EXCESSO DE EXAÇÃO – É um dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, consistindo na exigência de tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
 EXCESSO DE PODER – É a expressão usada para indicar todo ato que é praticado por uma pessoa, em virtude de mandato ou função, fora dos limites da outorga ou da autoridade que lhe é conferida.
 EXECUÇÃO – A fase do processo judicial na qual se promove a efetivação das sanções, civis ou criminais, constantes de sentenças condenatórias. Diz-se execução da sentença.
 EXECUÇÃO DA SENTENÇA – Série de atos atinentes à promoção da sentença, a fim de que se cumpram as determinações que nela se contêm. É esta a fase final da ação.
 EXEMPLI GRATIA (E.G.) – Por exemplo.
 EXEQUATUR – Significa "execute-se," cumpra-se". Ato pelo qual o Presidente do Supremo Tribunal Federal manda que se cumpra a sentença estrangeira, devidamente homologada, ou a carta rogatória emanada de autoridade estrangeira, independentemente de homologação. 
 EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE – Consiste no surgimento de causas que obstem a aplicação das sanções penais pela renúncia do Estado em punir o autor do delito. As causas de extinção mais comuns são a prescrição e a morte do agente. 
 EXTRADIÇÃO – É o ato pelo qualum Estado entrega a outro, por solicitação deste, um indivíduo para ser processado e julgado perante seus tribunais. 
 EXTRA PETITA – Diz-se da decisão do juiz fora do pedido formulado na petição inicial, o que resulta em nulidade do julgamento.
 
F
 
FACTA CONCLUDENTIA – Fatos concludentes. 
 FACULTAS FACIENDI – Faculdade de fazer.
 FALÊNCIA – Situação em que o comerciante, sem relevante razão de direito, não paga no vencimento obrigação líquida, constante de título que legitime a ação executiva.
FICTA POSSESSIO – Falsa posse.
FINITA CAUSA, CESSAT EFFECTUS – Finda a causa, cessa o efeito.
FIRMA ARGUMENTA – Argumentos fortes.
FORO JUDICIAL – Local público e oficialmente destinado a ouvir e atender as petições, as postulações, as provas dos fatos alegados e decidir o direito aplicável à relação litigiosa. Pode ser usado para designar o edifício público no qual funcionam os órgãos do Poder Judiciário, como também o juízo, poder jurisdicional ou o órgão do Poder Judiciário, compreendendo os juizados, respectivos cartórios e todo o aparelhamento necessário ao seu funcionamento. 
FÓRUM – Local destinado às repartições do Poder Judiciário.
FRAUDE PROCESSUAL – É um dos crimes contra a administração da justiça. Consiste em inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. A pena prevista é de detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Veja o Art. 347 do Código Penal.
FRAUS LEGIS – Fraude à lei.
FUMUS BONI IURIS – Fumaça do bom direito.
FUNÇÃO JURISDICIONAL – A jurisdição como função "expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo" (Cintra, Grinover e Dinamarco).
G
 
GRATIA ARGUMENTADI – Apenas pelo favor de argumentar.
GRATIA CAUSAE – Por favor.
GRATO ANIMO – Com reconhecimento.
GRAVIS TESTIS – Diz-se da testemunha digna de fé.
GRAU DE JURISDIÇÃO – É a ordem de hierarquia judiciária, que se divide em inferior e superior. A inferior decide em primeira ou anterior instância; a superior, nos tribunais, por meio de recurso, decide a causa já julgada na inferior.
H 
 
HABEAS CORPUS – Medida judicial de caráter urgente, que pode ser impetrada por qualquer pessoa, ainda que não advogado, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público, sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir. O habeas corpus pode ser preventivo – quando não consumada a violência ou coação, porém há receio de que venha a ocorrer – ou remediativo, quando visa fazer cessar a violência ou coação exercida contra a pessoa em favor de quem é impetrado (paciente). 
HABEAS DATA – Direito assegurado pela Constituição brasileira ao cidadão interessado em conhecer informações relativas à sua pessoa, contidas nos arquivos e registros públicos de qualquer repartição federal, estadual e municipal, bem como retificá-las ou acrescentar anotações que julgar verdadeiras e justificáveis (CF, art. 5º, LXX11, regulamentado pela Lei nº 9.507, de 12/11/97).
HABILITAÇÃO INCIDENTE – É a substituição de qualquer das partes no processo por motivo de falecimento, pelos seus sucessores ou interessados na sucessão. 
HASTA PÚBLICA – É a venda em praça ou leilão que se realiza nos auditórios da comarca, mediante pregão do respectivo porteiro, ou por intermédio de leiloeiro, devidamente autorizado pelo juiz competente.
HIC ET NUNC – Aqui e agora.
HOMICÍDIO – Morte de uma pessoa causada por outra, de forma dolosa ou culposa. A tipificação é feita pelo Código Penal no Art. 121: o 'caput' se refere ao homicídio simples; o § 2º ao homicídio qualificado e o § 3° ao homicídio culposo.
HONORIS CAUSA – Por causa da honra. Por título honorífico.
 
I
 
IBIDEM – No mesmo lugar. 
ID EST – Isto é, ou seja.
IDONEA VERBA – Palavras oportunas.
ILIS QUAESITUM – Direito adquirido
IMPEDIMENTO – Circunstância que impossibilita o juiz de exercer, legalmente, sua jurisdição em determinado momento, ou em relação à determinada causa. 
IMPETRADO – 1. É a designação do réu no mandado de segurança. 2. Parte adversa do recurso (vulgo).
IMPETRANTE – 1. É a designação do autor no mandado de segurança. 2. Que ou quem recorre (vulgo).
IMPETRAR – 1. Ajuizar algum remédio processual, em geral o mandado de segurança ou o habeas corpus. 2. Diz-se do ato de ajuizar mandado de segurança.
IMPRIMATUR – Imprima-se. 
IMPROBUS – Desonesto. 
IMPROBUS ADMINISTRATOR – Administrador desonesto. 
IMPUGNAR – Contestar, combater argumentos ou um ato, dentro de um processo, apresentando as razões.
IMPUTAÇÃO – acusação a alguém, por meio de queixa-crime ou denúncia do órgão público, pela prática de um delito.
IMPUTÁVEL – Suscetível de imputação, ou seja, que pode receber acusação por meio de queixa-crime ou denúncia do órgão público, pela prática de um delito, a partir de 18 anos de idade.
IN ABSENTIA – Na ausência. 
IN ABSTRATO – Em abstrato; em teoria.
IN CONCRETO – Culpa objetiva. 
IN CONTINENTI – Imediatamente. 
IN FINE – O fim. 
IN LIMINE – No começo; liminarmente. 
IN NOMINE – Em nome. 
IN OPPORTUNO TEMPORE – Em tempo oportuno.
IN VERBIS – Textualmente, com as mesmas palavras, o que se vai escrever ou ler a seguir.
INCIDENTE DE FALSIDADE – Meio processual pelo qual se argúi falsidade de documento apresentado como prova. 
INCONSTITUCIONALIDADE – Inadequação ou ofensa da lei, do ato normativo ou do ato jurídico à Constituição.
 INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – Ocorre quando o legislador ou o administrador se omite em dar execução a unia norma constitucional.
 INIMPUTÁVEL – Que não é suscetível de imputação, que não pode ser responsabilizado por delitos cometidos. No Brasil, são inimputáveis, por exemplo, os menores de 18 anos.
 INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO – Inquérito Público e a Ação Civil Pública são instrumentos relativamente recentes de que dispõe o cidadão para a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
 INQUÉRITO POLICIAL – É feito na polícia. Se o crime é de competência da Justiça Federal, o inquérito tramita na Polícia Federal. O inquérito pode começar por iniciativa do delegado, por requerimento de qualquer cidadão ou por requisição do Ministério Público Federal.
 INSTÂNCIA – É o mesmo que grau de jurisdição. 
 INSTÂNCIA ÚNICA – É o juízo exclusivo de julgamento de uma causa, não podendo ser interposto recurso ordinário de sua decisão para outra instância gradativa. 
 INSTRUÇÃO – Fase processual em que o juiz, ouvidas as partes, fixa os pontos controvertidos sobre que incidirá a prova. Instrução criminal: fase processual penal destinada a deixar o processo em condições para o julgamento. Veja Arts. 451 e seguintes do Código de Processo Civil e Arts. 394 a 405 do Código de Processo Penal.
 INSTRUÇÃO CRIMINAL – Fase do processo penal destinada a apurar a existência, espécie e circunstância do crime, e sua autoria.
 INTIMAÇÃO – É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. São efetuadas de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário. Veja Arts. 234 a 242 do Código de Processo Civil.
 INTENTIO LEGIS – Contenção da lei.
 INTERDIÇÃO – É um ato judicial pelo qual se declara a incapacidade de determinada pessoa natural maior de praticar certos atos da vida civil. Está regulada nos arts. 1.768 a 1.778, do NCC (Lei nº 10.406/02).
 INTERDIÇÃO DE DIREITO – Ato pelo qual se priva uma pessoa de praticar certos atos ou gozar de certos direitos civis ou políticos, ou, ainda, de adquiri-los. 
 INTERDICTO RETINENDAE POSSESSIONIS – Ação de manutenção de posse.
 INTERESSE COLETIVO – É aquele comum à coletividade, desde que presente o vínculo jurídico entre os interessados.INTERESSE DIFUSO – É aquele que, muito embora refira-se igualmente à coletividade, não obriga juridicamente as partes envolvidas (ex.: habitação, consumo, etc.).
 INTERESSE INDIVIDUAL PARTICULAR OU PRIVADO – É o interesse que não ultrapassa a esfera de cada pessoa. 
 INTERESSE PÚBLICO – Interesse geral. Tudo que diz respeito ao bem comum. É de toda sociedade.
 INTERNA CORPORIS – Interno à corporação.
 INTERPRETARIO CESSAT IN CLARIS – A interpretação cessa quando a lei é clara.
 IPSIS LITTERIS OU VERBIS – Pelas mesmas palavras. 
 IPSO FACTO – Pelo mesmo fato. 
 IURA NOVIT CURIA – O tribunal deve conhecer os direitos.
 IURE ET FACTO – Por direito e de fato. 
 IURIS ET DE IURE – De direito e por direito (diz-se da presunção absoluta, que não admite prova em contrário). 
 
J
 
JUDICIUM ACCUSATIONIS – Juízo da acusação.
 JUDICIUM CAUSAE – Juízo da causa.
 JUIZ – Pessoa constituída de autoridade pública para administrar a justiça.
 JUIZ CLASSISTA – Denominação do juiz leigo, não togado, isto é, não necessariamente formado em Direito, que é escolhido pelos sindicatos de trabalhadores e de empregadores, para um mandato temporário na Justiça do Trabalho. 
 JUIZ DE DIREITO – É o magistrado, isto é, o juiz togado; aquele que integra a magistratura, por haver ingressado na respectiva carreira segundo os preceitos da lei, constitucional e ordinária, por atender aos respectivos requisitos de habilitação, proferindo as decisões nas demandas no, respectivo grau de jurisdição. 
 JUIZ DE FATO – O mesmo que jurado. Juiz não togado, escolhido entre cidadãos de notória idoneidade, entre 21 e 60 anos de idade, para compor o conselho de sentença nos julgamentos do Tribunal do Júri. 
 JUIZ DE PAZ – Tem a competência de presidir o ato do casamento civil. Atua em cartórios de registro civil.
 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS – Órgãos da Justiça ordinária instituídos pela Lei nº 9.099, de 26/9/1995, de criação obrigatória pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, no âmbito da sua jurisdição, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência. Têm como motivação fundamental abreviar a solução dos litígios, desafogando a justiça ordinária. Orientam-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível a conciliação do sempre que possível a conciliação das partes. Restringem-se a causa de reduzido valor econômico, que não excedam a 40 salários mínimos. Causas de até 20 salário mínimos não necessitam de advogados. Somente as pessoas físicas capazes podem propor ações. Pessoas jurídicas, o insolvente civil, o incapaz e o preso não podem demandar no Juizado Especial. Os Juizados Especiais Criminais julgam os delitos considerados de baixa lesividade.
 JUÍZO COLETIVO OU COLEGIADO – É todo aquele em que a função judicante é exercida conjuntamente por três ou mais membros.
 JUÍZO DE RETRATABILIDADE – É a possibilidade, nos casos previstos em lei, de o magistrado reconsiderar a sua decisão. 
 JUÍZO MONOCRÁTICO OU SINGULAR – É aquele de um só juiz.
 JULGAMENTO – Ato da decisão jurisdicional efetuado pelo Juiz ou pelo Tribunal ao resolver uma causa.
 JURADO – O mesmo que juiz de fato. Juiz não togado, escolhido entre cidadãos de notória idoneidade, entre 21 e 60 anos de idade, para compor o conselho de sentença nos julgamentos do Tribunal do Júri.
 JURE PROPRIO – Por direito próprio.
 JURIS ET DE JURE – De direito e por direito. Refere-se à presunção que não admite prova em contrário.
 JURIS TANTUM – Somente de direito; refere-se à presunção que admite prova em contrário.
 JURISDIÇÃO – Atividade do Poder Judiciário destinada a solução de conflitos entre pessoas relativos a direitos tutelados pelo estado.
 JURISDIÇÃO CONTENCIOSA – É aquela em que há conflito caracterizado pela disputa entre duas ou mais partes, que pleiteiam providências opostas do juiz.
 JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA OU GRACIOSA – Quando não há disputa entre as partes, mas a intervenção do juiz é necessária, exercendo-se a jurisdição no sentido de simples administração. O exemplo mais comum ocorre em caso de separação consensual. Nela não há lide a ser proposta por sentença. Ao juiz cabe apenas homologar o pedido, fiscalizando a regularidade do ajuste de vontade operado entre os consortes.
 JURISPRUDÊNCIA – É o conjunto de decisões iguais sobre um mesmo assunto.
 JUS ACCUSATIONIS – Direito de acusar.
 JUS COMMUNE – Direito comum.
 JUS LIBERTATIS – Direito à liberdade.
 JUSTIÇA FEDERAL – Poder Judiciário formado por juízes federais integrantes das Seções Judiciárias, uma em cada Estado e no Distrito Federal, e pelos Tribunais Regionais Federais.
  
 L 
 
LATO SENSU – Em sentido amplo.
 LECEM HABEMUS – Temos lei. 
 LEGIS DISPOSITIO – Disposição da lei.
 LEGÍTIMA DEFESA – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Veja Art. 25 do Código Penal - Decreto-lei n° 2.848/40.
 LEGITIMATIO AD CAUSAM – Legitimação para o processo. 
 LEIS EXCEPCIONAIS – São leis editadas para reger fatos ocorridos em períodos anormais. Ex.: guerra, epidemia, inundações, etc. São leis auto-revogáveis, pois perdem a eficácia pela cessação das situações que as ensejaram. São leis utra-ativas, pois regulam os fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo após sua revogação.
 LEIS TEMPORÁRIAS – São leis que contam com período certo de duração. São leis auto-revogáveis, pois possuem data certa para perder a vigência. São leis utra-ativas, pois regulam os fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo após sua revogação.
 LEX LATA – Lei promulgada.
 LEX POSTERIOR DEROGAT PRIORI – A lei posterior derroga a anterior.
 LEX PRIVATA – Lei privada. 
 LIBERDADE ASSISTIDA – Regime de liberdade aplicada aos adolescentes autores de infração penal ou que apresentam desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária, para o fim de vigiar, auxiliar, tratar e orientar.
 LIBERDADE CONDICIONAL – Benefício concedido aos condenados, mediante determinados requisitos, antecipando o seu retorno ao convívio em sociedade.
 LIBERDADE PROVISÓRIA – É aquela concedida em caráter temporário ao acusado a fim de se defender em liberdade. 
 LICITAÇÃO – Ato em forma de concorrência, tomada de preços, convite, concurso ou leilão, promovido pela Administração Pública direta ou indireta, entre os interessados habilitados na compra ou alienação de bens, na concessão de serviço ou obra pública, em que são levados em consideração qualidade, rendimento, preço, prazo e outras circunstâncias previstas no edital ou no convite.
 LIDE – Sinônimo de litígio, processo, pleito judicial. Conflito de interesses suscitado em juízo. 
 LIMINAR – Ordem judicial destinada à tutela de um direito em razão da provável veracidade dos fundamentos invocados por uma das partes e da possibilidade de ocorrer dano irreparável em decorrência do atraso da decisão. O objetivo da liminar é resguardar direitos ou evitar prejuízos que possam ocorrer, ao longo do processo, antes do julgamento do mérito da causa.
 LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA – Pena restritiva de direitos limitada aos fins de semana. 
 LITIGANTE – Aquele que propõe ou contesta demanda em juízo, ou seja, quem é parte de um processo judicial.
 LITIS CONTESTATIO – Contestação da lide.
 LITISCONSÓRCIO – Situação em que, no processo, figuram vários autores ou vários réus, vinculados pelo direito material questionado.
 LITISCONSORTE – Participante de um litisconsórcio; ativo – quando for autor; passivo – quando réu.
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MÁ-FÉ – Consciência da ilicitude na prática de um ato com finalidade de lesar direito de terceiro.
 MAGISTRADO – Todo aquele que se acha investido da mais alta autoridade político-administrativa. O Presidente da República é o primeiro magistrado da nação. Em sentido mais restrito, é aquele a quem foram delegados poderes, na forma da lei, para administrar a justiça. 
 MAGISTRATURA – É o corpo de juízes que constituemo Poder Judiciário. 
 MANDADO – Como vocábulo jurídico significa ato escrito, ordem emanada de autoridade pública, judicial ou administrativa, em cumprimento de diligência ou medida que é determinada (mandado de citação, de penhora, de prisão, de apreensão). 
 MANDADO DE CITAÇÃO – Ato mediante o qual se chama ajuízo, por meio de oficial de justiça, o réu ou o interessado, a fim de se defender. 
 MANDADO DE INJUNÇÃO – Decisão da Justiça que interpreta, com força de lei para as partes, um direito constitucional ainda não regulamentado por lei ordinária.
 MANDADO DE SEGURANÇA – Ação deflagrada por pessoa a fim de que se lhe assegure, em juízo, um direito líquido e certo, demonstrado, violado ou ameçado por ato de autoridade, manifestamente ilegal ou inconstitucional. Esse direito não deve ser protegido por habeas corpus ou habeas data. O mandado de segurança é regulado pelas Leis nºs 1.533/51, 2.770/56, 4.166/62, 4.348/64, 5.021/66, 6.014/73, 6.07 1/74, 6.978/82, 7.969/89, 8.076/90 e 9.259/96. 
 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO – Pode ser interpretado por partido político, com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe, regulado pelo art. 5º, LXX, da Constituição Federal, visando a tutela de interesses coletivos ou difusos.
 MANDAMUS – Mandado de segurança.
 MANIFESTAÇÃO – Em Direito Administrativo, parecer, opinião sobre determinado assunto. Em Direito Processual, opinião da parte em atos do processo. Em Direito Político, expressão de agrado ou desagrado em reuniões populares de natureza política.
 MEDIDA CAUTELAR – É cabível quando houver fundado receio de que uma parte, antes da propositura ou julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
 MEDIDA DE SEGURANÇA – Medida de defesa social aplicada a quem praticou um crime, tentou praticá-lo ou prepara-se para praticá-lo, desde que o agente revele periculosidade social e probabilidade de que voltará a delinqüir.
 MEDIDA LIMINAR – Decisão judicial provisória proferida nos 1º e 2º graus de jurisdição, que determina uma providência a ser tomada antes da discussão do feito, com a finalidade de resguardar direitos. Geralmente concedida em ação cautelar, tutela antecipada e mandado de segurança.
 MEMORIAL – Escrito que os advogados encaminham aos magistrados para reforçar os seus argumentos, substituindo as razões orais.
 MENS LEGIS – O espírito da lei. É a finalidade da lei; o seu objetivo no âmbito social.
 MENS LEGISLATORIS – Intenção do legislador.
 MÉRITO – Questão ou questões fundamentais, de fato ou de direito, que constituem o principal objeto da lide.
 MERITUM CAUSAE – Mérito da causa.
 MINERVAE SUFFRAGIUM – Voto de minerva.
 MINISTÉRIO PÚBLICO – Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
 MODUS OPERANDI – Maneira de agir.
 MORTIS CAUSA – Por causa da morte.
 MUTATIS MUTANDIS – Com as devidas alterações.
 
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NEGLIGÊNCIA – É a inércia psíquica, a indiferença do agente que, podendo tomar as devidas cautelas exigíveis, não o faz por displicência, relaxamento ou preguiça mental. Veja art. 18, II, do Código Penal.
 NEMO IUS IGNORARE CONSENTUR – Ninguém pode ignorar a lei.
 NOMEAÇÃO À AUTORIA – Na linguagem processual civil, significa um dos casos em que se pode dar a intervenção de terceiros no decurso do litígio. Corresponde à situação em que a pessoa que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, nomeia à autoria o proprietário ou o possuidor. Veja Arts. 62 a 69 do Código de Processo Civil.
 NON ADIMPLETI CONTRACTU – Contrato não cumprido.
 NOTIFICAÇÃO – Medida cautelar nominada com a qual é dada ciência ao requerido para que pratique ou deixe de praticar determinado ato, sob pena de poder sofrer ônus previstos em lei.
 NOTITIA CRIMINIS – Comunicação do crime.
 NULLA ACTIO SINE LEGE – Não existe ação se não existir lei.
 NULLUM CRIMEN SINE LEGE – Não existe crime sem lei.
 NULLUM CRIMEN, NULLA POENA SINE PRAEVIA LEGE – Não existe crime nem pena sem lei prévia que os defina.
 NUMERUS APERTUS – Número ilimitado.
 NUMERUS CLAUSUS – Número limitado.
  
O 
 
OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER – A obrigação de fazer é aquela cujo objeto da prestação é um ato do devedor. Já a de não fazer consiste na abstenção da prática de determinados atos. 
 OBLIGATIO FACIENDI – Obrigação de fazer.
 OBLIGATIO NON FACIENDI – Obrigação de não fazer.
 OCCASIO LEGIS – Oportunidade da lei.
 OFICIAL DE JUSTIÇA – É o auxiliar da Justiça encarregado de proceder às diligências que se fizerem necessárias ao andamento do julgamento da causa e ordenadas pela autoridade judiciária.
 ONUS PROBANDI – Ônus da prova.
 ONUS PROBANDI INCUMBIT EI QUI AGIT – O ônus da prova incumbe ao que aciona.
 OPE IURIS – Pela força do direito.
 ORDINATORIUM LITIS – Instrução do processo.
 
P 
 
PACIENTE – Pode ser tanto a vítima do ilícito penal como aquele que sofre constrangimento ilegal em sua liberdade de ir e vir, favorecido pela impetração do habeas corpus. 
PARECER – 1. Opinião manifestada por jurisconsulto em torno de questão jurídica sobre dúvida de quem formula a consulta e que poderá, ou não, ser aceita pelo consulente. 2. Opinião expressa por assessor jurídico, em orientação administrativa. O parecer não obriga o consulente a seguir a opinião nele contida, salvo, na esfera administrativa, se o respectivo regulamento assim determinar, caso em que passa a ter caráter normativo. 3. Manifestação do Ministério Público no processo. Jamais pode ser tomado como sinônimo de decisão do juiz.
PARTE – É o sujeito da lide ou sujeito do processo. Quando se encontra no polo ativo, é denominado autor e, no polo passivo, é denominado réu.
PÁTRIO PODER – É o complexo de direitos que a lei confere aos pais, sobre a pessoa e os bens do filho.
PECULATO – É um dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. Caracteriza-se pela apropriação efetuada pelo funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. A pena prevista para este crime é de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Veja Arts. 312 e 313, do Código Penal.
PENDENTE LITE – Lide em trâmite.
PER SE – Por si próprio.
PERMISSA VENIA – Com o devido respeito.
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO – São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades e as fundações. Iniciam sua personalidade jurídica com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização do Poder Executivo. Ver arts. 44 e ss., do Código Civil (Lei 10.406/2002).
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO – São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Veja Art. 42 do novo Código Civil, lei 10.406/02, a vigorar em 11/01/03.
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO – São a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei. Se não existir disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil. Veja Lei 10.406/02, a vigorar em 11/01/03. Obs. O Código Civil (lei 3.071/16) considera como pessoas jurídicas de direito público interno: a União, cada um dos seus Estados e o Distrito Federal e cada um dos Municípios legalmente constituídos. 
PETIÇÃO – Peça escrita dirigida pelo interessado ao juiz ou membro de tribunal, requerendo ato

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