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Universidade Federal de Alagoas Centro de Tecnologia Graduação em Engenharia Ambiental Lista de Exercícios da disciplina de Tratamento de Águas Residuárias 1 Período: 2013.1 Data da distribuição: 30/07/2013 Data de entrega: 08/08/2013 Professor: Marcio Gomes Barboza Discente:Sofia Melo Vasconcellos Nota:____________ 1. Disserte sobre sistemas de flotação por ar dissolvido (FAD) para tratamento de águas residuárias. 2. Disserte sobre tanque de equalização. 3. Disserte sobre a realização de ensaio de sedimentação floculenta em coluna. 4. Disserte sobre decantadores circulares mecanizados. 5. Disserte sobre, pelo menos, dois modelos hidrodinâmicos de reatores. 6. Apresente a equação de balanço de massa do reator (lagoa de estabilização do tipo facultativa), em regime de mistura completa, com fluxo contínuo e cinética de primeira ordem. Apresente um desenho esquemático. 7. Apresentar a equação de balanço de massa de um reator de lodos ativados(tem recirculação), em regime de mistura completa, com fluxo contínuo e cinética de primeira ordem. Apresente um desenho esquemático. 8. Determinar a eficiência de remoção de matéria orgânica um reator da questão anterior, sabendo que o coeficiente cinético é de 0,30 d -1 e o tempo de detenção hidráulica é de 10 d. 9. Das concepções de sistemas de tratamento abaixo, teoricamente qual é a mais eficiente, sabendo que os coeficientes cinéticos são iguais? Demonstre. a. Um reator de mistura completa tempo de detenção T. b. Três reatores em série, cada um com tempo de detenção T/3. c. Um reator com fluxo do tipo pistão. 1. A flotação é um processo que envolve três fases: líquida, sólida e gasosa. É utilizado para separar partículas suspensas ou materiais graxos ou oleosos de uma fase líquida. A separação é produzida pela combinação de bolhas de gás, geralmente o ar, com a partícula, resultando num agregado, cuja densidade é menor que a do líquido e, portanto, sobe à superfície do mesmo, podendo ser coletada em uma operação de raspagem superficial. Entre as várias de se introduzir bolhas de ar necessárias para fazer a separação sólido-líquido por flotação, está a flotação por ar dissolvido, que consiste em provocar a produção de bolhas através da supersaturação do líquido, com ar, podendo ser realizada a vácuo ou a pressão. Na flotação a vácuo por ar dissolvido, o liquido é primeiramente saturado com ar a pressão atmosférica e então é aplicado vácuo ao líquido, e são formadas as bolhas de ar. No caso da flotação por pressurização, o ar é injetado na entrada de uma câmara de saturação, enquanto o líquido se encontra sob pressão. No interior dessa câmara ocorre a dissolução de ar na massa líquida pressurizada, sendo, em seguida, o líquido exposto a condições atmosféricas. A redução brusca de pressão provoca o desprendimento do ar na forma de minúsculas bolhas, que aderem às partículas em suspensão, flutuando à superfície. Este tipo de pressurização pode ocorrer de 3 formas: pressurização total do efluente, pressurização parcial, ou com recirculação. A mais utilizada é esta última, onde ocorre a pressurização de uma parcela do afluente já clarificado, recirculando e misturando a mesma com o afluente. 2. A vazão de uma água residuária em uma unidade industrial pode variar amplamente dependendo do tipo e variedades de processos e em função das etapas especificas dos processos. Dessa forma, os tanques de equalização tem a finalidade de regular essas vazões, além de homogeneizar o efluente. Pode ocorrer de duas formas: na linha de todo o processo, onde todo o fluxo passa pelo tanque de equalização; e fora da linha de processo, onde apenas uma fração do fluxo acima de uma fração pré-determinada é direcionada para o tanque de equalização. 3. A decantação floculenta é caracterizada por um aumento gradual da velocidade de decantação do corpo em suspensão. Este fenômeno acontece quando os sólidos em suspensão interagem entre si ligando- se por adsorção ao hidróxido do metal em forma de gel, aumentam a sua massa obrigando a uma queda acelerada. Trajetória curvilínea com a concavidade voltada para baixo. Esse mecanismo é denominado de varredura. Este tipo de decantação acontece na camada superior da decantação primária devido à remoção dos sólidos em suspensão no esgoto bruto, na camada superior de decantadores secundários e na remoção de flocos químicos de águas e efluentes. Este processo é tanto mais acelerado, quando mais densa for a distribuição de partículas em suspensão (existe uma concentração de partículas em suspensão, a partir da qual a decantação torna-se retardada ou zonada). Para avaliar a capacidade de decantação de um determinado efluente é importante submete-lo a testes em coluna estática de sedimentação. Estas colunas deverão ter uma altura superior a 2,5m para permitir avaliar os fenômenos que acontecem nos decantadores reais. O diâmetro deverá ser de 0,15m para que o ensaio não seja perturbado pelo efeito de parede que um tubo de diâmetro inferior a este pode provocar. 4. No floculador, a água é agitada em velocidade controlada para aumentar o tamanho dos flocos para, em seguida, a água passar para os decantadores, onde os flocos maiores e mais pesados possam se depositar. Essas águas, são encaminhadas para os decantadores, onde após processada a sedimentação, a água já decantada é coletada por calhas superficiais separando-se do material sedimentado junto ao fundo das unidades constituindo o lodo, onde predominam impurezas coloidais, matéria orgânica, hidróxido de Alumínio (ou de Ferro) e impurezas diversas. Esses lodos são mais ou menos instáveis, dependendo principalmente da fração de matéria orgânica de que ele seja composto, e precisam ser retirados e dispostos adequada e periodicamente. Quando se trata de água bruta de má-qualidade, especialmente por excesso de matéria orgânica, o lodo deve ser retirado antes que entre em processo de fermentação. Os processos de retirada de lodo dos decantadores podem ser mecanizados ou não. No caso de instalações de grande capacidade e que produzem grandes quantidades de lodo, ou em casos em que se deseja economizar água com o descarte do lodo, prevalecem os mecanizados, que podem ter várias formas, como a circular, que pode ser vista na figura abaixo: Decantador circular, com raspagem mecanizada. 5. Um estudo hidrodinâmico é de fundamental importância para a otimização da geometria dos reatores biológicos. A modelagem matemática tem a finalidade de simular os fenômenos físicos envolvidos com o escoamento da fase líquida, tornando-se um ferramenta útil para o projeto e aumento de escala destes reatores. Foram escolhidos dois trabalhos que avaliaram modelos hidrodinâmicos em reatores: Carvalho,K.Q.; Salgado, M.T.; Passig, F.H.; Hidrodinâmica de reator UASB submetido à variação cíclica de vazão. Eng. Sanit. Ambient. vol.13 no.2 Rio de Janeiro Apr./June 2008. Neste trabalho, um reator UASB em escala piloto (160 l) foi usado com o objetivo de estudar seu comportamento hidrodinâmico quando submetido a variações cíclicas senoidais da vazão afluente. Os ensaios foram realizados com traçador eosina Y para as condições operacionais: vazão média afluente constante e igual a 16 l.h -1 e tempo de detenção hidráulica de 10 h (ensaios 1 e 2), e para vazão afluente submetida à variação senoidal de 40% (ensaios 3 e 4) e de 60% (ensaio 5). A variação da concentração do traçador no efluente foi ajustada pelos modelos teóricos de dispersão de fluxo e de reatores em série. O reator UASB apresentou comportamento similar ao de reator de mistura completa para vazão média afluente constante e similar ao reator de fluxo pistonado com a aplicação das variações senoidais cíclicas, sendo que o modelo de pequena dispersão apresentoumelhor ajuste matemático. Salgado, M. T. (2008). Modelo matemático para avaliação hidrodinâmica em reatores tubulares operando em regime não-permanente. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008. Neste trabalho foi aplicado um modelo matemático simulando a hidrodinâmica de reatores tubulares com dispersão para avaliar o efeito da variação de vazão afluente sobre os parâmetros hidrodinâmicos. As simulações foram efetuadas considerando vazão e volume constantes, vazão e volume variáveis e vazão variável e volume constante. Foi investigada a influência de dois tipos de ensaios estímulo-resposta, pulso e degrau, para aplicação de modelos matemáticos e determinação das curvas de distribuição do tempo de residência (DTR) experimentais. Teoricamente ambos devem fornecer os mesmos resultados embora o ensaio em pulso costume apresentar maior sensibilidade experimental. Conforme esperado, ambos os ensaios apresentaram os mesmos resultados finais. Também foram avaliados os traçadores empregados nos dois tipos de ensaios estímulo-resposta, pulso e degrau. Foram empregados três traçadores diferentes - verde de bromocresol, azul de bromofenol e eosina Y que proporcionaram curvas com diferentes características. Como ferramenta auxiliar da modelação foram estudas a determinação das curvas DTR experimentais com auxílio de duas técnicas distintas. Para calibrar o modelo matemático proposto foram utilizados dados de reatores em escala de bancada com diferentes configurações submetidas a variações de vazões afluentes. Os dados de um reator UASB em escala piloto - submetido a variações cíclicas de vazão afluente de 40 e 60% - foram empregados para calibrar e verificar o modelo matemático proposto. Os resultados encontrados com o modelo matemático proposto nesta pesquisa demonstraram que a variação de vazão afluente não deve ser negligenciada. O modelo utilizado representou adequadamente o reator UASB. Seus resultados, quando comparados aos modelos matemáticos que não consideram a variação de vazão, mostraram que para flutuações de vazão elevadas, vazões com valores até 60% maiores do que a vazão média, os valores dos coeficientes de difusão diferem significativamente em função das hipóteses empregadas no desenvolvimento do modelo matemático. 6. A forma geral para o balanço de massa em um reator de fluxo contínuo e mistura completa, é dada pela equação Assumindo a cinética de remoção de primeira ordem e que não ocorre acúmulo de matéria no interior do reator: Resolvendo a equação em função da concentração teremos: Quando reatores de mistura completa são utilizados em série, o mesmo princípio é utilizado para o dimensionamento. Se dois reatores são utilizados o segundo pode ser dimensionado pela equação a seguir: Assumindo a cinética de primeira ordem (rc = -kC) e resolvendo a equação em função de C2: Sabendo que C1,como sendo: Combinando as duas equações acima obtemos o valor de C2 em função de Co A seguir, esquema de um reator de mistura completa, e fluxo contínuo. 7. 8. Para reatores de mistura completa, a equação para a concentração é a seguinte: E a da eficiência: Como k=0,3 e T=10, temos: 9. Para reatores de mistura completa, a equação para a concentração é a seguinte: Para reatores com fluxo em pistão, a equação para a concentração é a seguinte: Para reatores com em série, a equação para a concentração é a seguinte: Com n sendo o número de reatores. E o cálculo da eficiência, feito da mesma forma para todos: Supondo as condições da questão anterior, onde k = 0,30 d -1 e T=10, para melhor visualização dos resultados. Temos: Reator de mistura completa: Ef (%)=66,67 Reator fluxo em pistão: Ef (%)=95 3 reatores em série: Ef (%)=57,82 10. REFERENCIAS
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