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AS CRENÇAS IRRACIONAIS QUE CAUSAM E MANTÉM AS PERTURBAÇÕES NOS SERES HUMANOS(3) (1)

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AS CRENÇAS IRRACIONAIS QUE CAUSAM E MANTÉM AS PERTURBAÇÕES NOS SERES HUMANOS
(Albert Gelis)
Perturbações emocionais
Na sociedade existente, a família e outras instituições, direta ou indiretamente, nos doutrina de tal forma que chegamos a crer em uma quantidade de ideias supersticiosas ou sem sentido.
Este conceito não é original da TR (Teoria Nacional), já que os filósofos a têm afirmado durante séculos e muitos sociólogos e antropólogos têm documentado (Ellis; 1961a,1962b; FRAZER, 1959; HOFFER, 1951, 1955; ROKEACH, 1960; ROSEFELD, 1962; TABORI, 1959, 1961). Em um texto sociológico recente, por exemplo, Cuber, Hanper e Kenkel (1956) tratam de forma incisiva o tema “a antiga” acepção não nacional de posições de valores na sociedade americana e indicam que muitos de nossos valores mais queridos e defendidos de forma dogmática – como os referentes ao matrimônio monogâmico, a liberdade, a ambição, a democracia, a educação, a religião monoteísta, a tecnologia e a ciência – só são assumidos como valores “bons”, raramente são revisados ou questionados de forma séria pelos que se ocupam em mantê-los na cabeça das crianças repetidamente. Como La Barre (1955) observa acertadamente: em nossa sociedade “uma criança forçosamente chega a ser um pensador correto antes de aprender a pensar”.
Escritores psicanalíticos recentes têm ensinado também a forma como as superstições e os preconceitos socialmente inculcados têm causado um perturbação humana muito difundida. Honey (1930), /from (1941,1955), /reich (1949) e outros têm tentado mostrar como os ensinamentos sociais ilógicos têm sido uma primeira causa de neuroses e têm insistido que nada, uma troca na perspectiva das ideias ou das filosofias básicas dos homens e mulheres modernos logrará reduzir de forma significativa suas tendências neuróticas.
Na intenção de ir mais além destes pensadores sociológicos e psicanalíticos, e ser mais específico em relação às ideias em que se baseiam as aberrações mentais, descartando alguns dos aspectos mais ilógicos e irracionais que estão onipresentes na civilização ocidental e que parece que devam inevitavelmente a uma neurose generalizada. Estas ideias podem ser classificadas de diferentes maneiras, a seguinte lista não significa que seja definitiva, nem imparcial, senão que constitui uma das possíveis aproximações classificatórias que se pode eleger para as atuais irracionalidades.
1ª CRENÇA
Ideia irracional nº 1: A ideia de que é uma necessidade extrema para o ser humano adulto ser amado e aprovado por praticamente cada pessoa significativa de seu meio.
Ainda que, a menos se tenha afirmado, e pode ser certo, que as crianças necessitam amor e aprovação, embora é desejável, sem dúvida que os adultos sejam amados e aprovados por grande parte de pessoas com quem chegam a ter uma relação íntima, é questionável se para os adultos é absolutamente necessário serem aprovados por cada pessoa de seu meio, considerada como significativa para eles (Riesman et al.,1953; Lipsete and Lowenthal, 1961; Bain, 1962). O crer que alguém deve ser aprovado pelas pessoas importantes é irracional por sete razões:
1. O “exigir' que se deva ser aprovado por todos os que lhe goste fixa objetivo inalcançável e perfeccionista, por que ainda que 99 pessoas o aceitem, sempre existirá a pessoa 100 ou 101, etc., que não aceitará.
2. Embora quando não se consegue a aprovação de todos os que considere importante, se necessita de forma extrema sua aprovação, seguirá estando preocupado constantemente pelo fato de “quanto lhe aceitaram” ou se ainda lhe dão o sinal de aprovação, por conseguinte, um grau considerável de ansiedade deve acompanhar a necessidade extrema de ser amado (Loevinger, 1992; Stewart, 1962).
3. É impossível, não importa os esforços que se façam, que alguém já “sempre” simpático. É inevitável que não “lhe” gostemos de algumas dessas pessoas, cuja a aprovação é altamente valorizada, por seus próprios preconceitos intrínsecos, ou lhes sejamos indiferentes.
4. Supondo que se possa, teoricamente, ganhar a aprovação de praticamente cada pessoa que se queira, haveria de gastar-se muito tempo e energia nisso, de forma que ficariam poucas possibilidades para outras atividades proveitosas.
5. Ao tentar de forma incessante “o ser aprovado” pelos demais, invariavelmente se chega a ser adulador e pegajoso - e por conseguinte se abandonam muito de suas próprias necessidades e preferências, chegando a ser bastante, ou bem menos auto diretivo.
6. Se de forma obrigatória e obsessiva se busca a aprovação dos demais, o qual se terá que fazer arbitrariamente a definição de que “o ser aprovado” é uma necessidade que uma preferência, haverá uma tendência a conduzir-se de forma tão insegura e molesta para os outros que terminarão perdendo sua aprovação e respeito e, por conseguinte, destruirão seus próprios objetivos.
7. O “amar” mais que “o ser amado”, é uma atividade de expressão própria criativa e absorvente, pelo que a necessidade extrema de ser amado tende mais a ser inibitória que apoiar o amor.
Em lugar de tentar de forma ilógica resolver os problemas através do amor e aprovação, as pessoas racionais deveriam mais certeiramente lutar por uma vidas produtiva, criativa e de amor. Mais especificamente:
1. Deveriam tentar, não erradicar todos os seus desejos de aprovação, senão extirpar as necessidades excessivas e envolventes de amor.
2. Deveriam tentar honestamente ser aprovadas em muitos casos por razões práticas (como o companheiro ou uma ascensão profissional), mas que (como uma criança) buscar “o ser amado” “por si mesmo”, por sua “alma imortal” ou pelo fato de aumentar sua (falsa) autoestima. Compreenderiam que a verdadeira autoconsideração nuca vem da aprovação dos demais, mas do carinho a si mesmo e de seguir a maioria dos nossos próprios interesses, independente dos demais aprovarem ou não.
3. Deveriam quando não se é amado ou aprovado pelos que gostaria que estivessem ao seu lado, admitir que é repugnante e frustrante, porém abster-se de crer que é horroroso e catastrófico.
4. Não deveriam nem conformar-se pelo fato de conformar-se, nem rebelar-se pelo fato de rebelar-se, mas perguntando-se a si mesmos de vez em quando: “Que quero fazer na realidade, no curso de minha relativamente curta vida? “Mas que: “Que creio que agradaria aos demais se o fizesse?”.
5. Tendo em conta fazê-lo de forma planejada, inteligente e tranquila e não, de maneira louca e sempre errônea. Com esse propósito, deveriam compreender que uma das melhores formas de ganhar amo é dá-lo sinceramente.
Ideia irracional nº 2: A ideia de que para considerar-se valioso se deve ser muito competente, suficiente e capaz de conseguir qualquer coisa em todos os aspectos possíveis.
Muita gente, ou a maioria em nossa sociedade, pretendendo mais que os cidadãos de qualquer outra sociedade que alguma vez haja existido, creem que se não são muito competentes, suficientes capaz em todos os aspectos – ou pelo menos em um aspecto importante – são uns inúteis e podem muito bem acovardar-se e morrer. Esta é uma ideia irracional por várias razões:
· Nenhum ser humano pode ser totalmente competente e destacado em todos os aspectos ou na maior parte deles; a maioria das pessoas não destaca de fato, nenhum aspecto importante. Tentar ter êxito está bem, já que se triunfa em um trabalho, um jogo ou um projeto artístico, importam vantagens reais (tais como uma compensação econômica ou a satisfação de haver participado). Embora o “existir” que se deve ter êxito é fazer-se a si mesmo vítima da ansiedade e dos sentimentos de inutilidade pessoal.
· Ainda que ter êxito de forma racional e o consegui-lo ter distintas vantagens (em particular em nossa sociedade), a energia necessária para consegui-lo normalmente gera tensão excessiva, pretensão e força mais além d suas próprias possibilidades físicas; com a aparição, consequente, de distintas variedades de enfermidades psicossomáticas.
		O indivíduo que tem a obrigação de obter um êxito clamoroso não só está desafiando-se para comprovar seu próprio poder senão queinvariavelmente está se comp0arando com os demais e lutando por ser melhor. Para tanto está se dirigindo por outros mais que por si mesmo e se impondo tarefas em essência impossíveis (já que o que importa é que possa destacar-se em um campo concreto, pois o mais provável é que sempre haja outros que, todavia, sejam melhores). Não tem sentido estar s comparando de forma inversa com o sucesso dos demais, posto que não se tem nenhum controle sobre o comportamento deles, mas só sobre o de si mesmo. Em vários casos, tampouco se tem controle sobre as realizações e características próprias – por exemplo, não pode ser bonito quando se é feio, nem um bom concertista de piano quando se é surdo – para tanto não tem sentido preocupar-se muito por estes aspectos tão incontroláveis.
		Ao dá uma grande ênfase à filosofia do êxito, confunde o valor extrínseco de si mesmo (o valor que as demais pessoas dão ao comportamento ou às características próprias) com o valor intrínseco (a vivacidade ou o próprio valor) (Martman, 1959). Definir a validade pessoal em função dos êxitos extrínsecos e sustentar que para ser feliz se deve superar os demais, significa subscrever-se a uma filosofia fascista e em absoluto democrática.
		Em essência não difere nada da ideia de que se deve ser branco ou cristão, ou posicionar-se frente a uma identidade dial para ser um homem respeitado e valorizado.
		Concentrar-se em uma crença de que se deve ter êxito e ser competente ao menos, aparta o indivíduo de um objetivo importante é viver feliz, ou expressar, através da experimentação que há ao descobrir-se quais são os interesses próprios mais positivos e agradáveis na vida, e com decisão (não importando o que os demais pensam), dedicando grande parte da relativamente curta existência ao objetivo almejado.
		A aprovação pelo êxito, normalmente, dá-se como resultado enorme medo de provar a sorte, cometer um erro, ou de fracassar em certas tarefas – o medo tende a entorpecer de forma sucessiva os êxitos pelos quais está se lutando. Uma excessiva autoconsciência na realização de qualquer ato que se venha a cometer, normalmente, sobrevém a preocupação de fracassar (e como consequência achar-se inútil), quase sempre leva a uma ausência total de gosto pelo trabalho, e a uma tendência a fracassar completamente nele.
		Em lugar de concentrar-se de forma ilógica em sua necessidade de ter êxito em todos os problemas ou em cargos com que se encontram na vida, um indivíduo – atuará de forma bem mais razoável se seguir esta trajetória:
1. Deve tentar atuar, mais do que destruir-se a si mesmo no intuito de atuar bem. Deve concentrar-se em desfrutar, não só com o resultado, mas com o processo daquilo que faz.
2. Quando tentar atuar bem para sua própria satisfação, mais que por agradar ou ser melhor que os demais. Deve sentir-se envolvido em seus trabalhos, mais por razões estéticas e artísticas, que por razões puramente egoístas.
3. Quando tentar (ou planejar) atuar bem, deve fazê-lo por sua própria satisfação, insistindo em fazê-lo, não perfeitamente, nem lutando pela superação, mas por sua própria superação.
4. Deve, de vez em quando, pôr em questão suas lutas e perguntar-se honestamente se está lutando para alcançar um objetivo em si, ou alcançar um objetivo para sua própria satisfação.
5. Querer atuar bem m qualquer assunto ou problema implica aprender a aceita seus erros e confusões, em vez de horrorizar-se ante eles, e tentar melho9rar a situação. Deve aceitar ou admitir a necessidade de praticar e praticar e praticar as coisas nas quais se quer ter êxito, forçando a si mesmo praticar aquilo em que se teme fracassar, deve-se admitir o fato de que os seres humanos em geral são animais limitados e que, particularmente, cada um tem suas limitações precisas e concretas.
		Ideia irracional nº 3: A ideia de que certa classe de pessoas é vil, malvada e infame e que deve ser seriamente culpabilidade e castigada pela sua maldade.
		Muitos indivíduos se sentem alterados, enfadados e rancorosos porque creem que algumas pessoas – no geral, onde eles mesmos se incluem de forma muito especial- são pessoas más; que à causa de sua maldade atuam de forma imoral, e que o único meio de impedir que atuem dessa maneira é fazendo-lhes sentir-se culpados e castigando-as (Rigor, 1962). Estas ideias não são válidas, nem racionais, porque:
1. A ideia de que algumas pessoas são más ou infames vem da antiga doutrina teológica do livre-arbítrio, a qual pressupões que cada pessoa tenha a liberdade de atuar “correta” ou erroneamente, tendo como referência a verdade absoluta e a justiça ordenada por “Deus” ou pela “lei natural”. Se alguém fizer uso do livre-arbítrio de forma “errônea” é um malvado “pecador”. Esta doutrina não tem uma base científica, porque seus termos – chaves – incluindo os de “verdade absoluta”, “Deus”, “livre-arbítrio” e “lei natural” - são apenas definições e não podem ser provadas nem refutadas em termos empíricos e científicos.
Embora muitos descobrimentos psicanalíticos do último século indicam que se definirmos operacionalmente o “livre-arbítrio” como habilidade do indivíduo (mais relativa do que absoluta) de fazer suas próprias escolhas de conduta, em lugar de ser levado a atuar de acordo com as diversas influências que continuamente exercem sobre ele, podemos então aceitar de forma realista o fato de que os seres humanos de nosso tempo têm um escasso livre-arbítrio, ainda que nenhum necessariamente, já que com muita frequência ignoram ou não são conscientes de alguns de seus mais poderosos motivos (tais como seus impulsos sexuais e hostis), e portanto, encontram-se impelidos a atuar de forma que, conscientemente, não desejariam fazê-lo, sentindo-se envergonhados por ter atuado assim. Seus impulsos e desejos inconscientes anulam consideravelmente seu livre-arbítrio.
2. Quando as pessoas atuam de forma que, por si mesmas, ou outrem consideram “errônea” ou “imoral”, parece que o fazem porque em uma análise final, são demasiada simples, ignorantes ou perturbadas emocionalmente para evitar a ação. Ainda que tais indivíduos indubitavelmente causam ou são responsáveis por fazer danos a outros, é ilógico culpabilizá-los, é afirmar que são denegridos como seres humanos por sua simplicidade, ignorância ou perturbação.
É lógico afirmar: “Têm atuado de forma “errônea”, e o melhor que pode fazê-lo”; ou melhor dizendo dizendo: “Têm atuado de forma errônea, portanto são serem desapreciáveis e que merecem ser castigados severamente ou até eliminados”. Uma “má” ação não faz uma “má” pessoa (ainda que a Igreja católica assim tem considerado muitas vezes). O que existe é uma evidência de uma conduta indesejável por parte do indivíduo que, por seu bem e os demais, seria preferível que mudasse de conduta.
3. Por seu caráter biossocial (que inclui sua herança e sua aprendizagem), o homem é um animal falível de que só se pode esperar erros. Não é realista esperar que não seja assim e condená-lo por ser como é, por decepcionar as expectativas de si próprio. A frase “Cometeste um erro exorbitante, mas espero que da próxima vez aja melhor” é bastante correta. Sem dúvida, a frase “cometeste um erro exorbitante, não deveria tê-lo feito, deverás agir melhor da próxima vez”, carece de sentido; o que realmente significa é: “Esperei que ele fosse um anjo em lugar de um ser humano e que não cometesse erros; agora que ele demonstrou ser falível, exijo de forma menos realista que seja um perfeito anjo no futuro”.
4. A teoria de chamar infame a quem aja mal e culpá-lo ou castigá-lo por seus atos errôneos (e talvez antissociais), está baseada na suposição de que a culpa e o castigo normalmente levam o ser humano a abandonar o caminho errado e a agir melhor no futuro.
Ainda que esta suposição tenha alguma evidência em que basear-se (já que as crianças e os adultos, às vezes, mudam sua conduta quando são criticados ou castigados), a história do crime castigos humanos comporta consideráveis provas a favor da tese contrária, que seria de que os indivíduos que foram severamente castigados porseus “pecados”, no geral não agiram melhor, mas sim, pior, Enquanto que a penalização tranquila e objetiva de uma pessoa por seus erros	(como um experimentador penaliza o animal de laboratório que toma o caminho errado no labirinto) ajuda habitualmente o processo de aprendizagem (Morrer, 1960a), há muitas razões para pensar que a penalização severa e culpabilizante impede o processo humano ou facilita-o com efeitos prejudiciais (em especial sintomas neuróticos ) para o que aprende que o fato de culpabilizar não tem valor nenhum.
5. No campo teórico devemos esperar que ao castigar um indivíduo (em vez de reeducar lhe de forma objetiva) por atuar mal, terá efeitos muito pobres na aprendizagem. Se uma pessoa comete um erro (tanto por ação quanto por omissão) à causa de sua simplicidade inata, o fato de culpar-lhe não lhe fará menos simples, nem mais inteligente. Se comete este ato por ignorância é provável que o chamar atenção sobre sua culpabilidade não lhe ajudará muito a ser menos ignorante. E se o comete por uma perturbação emocional, é seguro que o culpar-lhe lhe servirá para ficar mais perturbado. Por conseguinte, é difícil compreender que o castigar de forma vingativa e molesta a uma pessoa por haver atuado mal, lhe vai ser útil para enfrentar o problema objetivo básico de capacidade e moralidade, é afirmar: “Agora que está cometido o erro, que é melhor fazer para corrigi-lo no futuro?”.
6. No fundo, a culpabilidade, a hostilidade e a cólera são quase, seguramente, a causa mais importante e séria na maioria das perturbações humanas (Chambres e Liberman, 1962). Se as crianças não forem educadas na filosofia da culpabilização própria e alheia, por erros atuais ou possíveis, é difícil que cheguem a se ansiosas, culpadas ou deprimidas (cujos sentimentos são o resultado da auto-culpabilização), ou hostis, intolerantes e ostentosos (que é o resultado de culpar os demais). Para tanto, se prepararmos nossas crianças para que sejam neuróticas culpabilizando-as e ensinando-as a culpabilizar, e se aas culpamos depois ainda mais severamente quando os sintomas neuróticos os obriguem a fazer uso de uma conduta antissocial e a cometer todo tipo de erros; não estamos alcançando o mais alto grau de estupidez e demência?
		Em lugar de estarmos tão preocupados por nossas más ações ou as dos demais, o indivíduo racional deve levar em conta o seguinte enfoque nos erros de ação ou omissão:
1. Não deverá criticar ou culpar os demais por suas falhas, e sim compreender que invariavelmente cometem tais (erros) atos por simplicidade (ingenuidade), ignorância ou perturbação emocional. Deverão tentar admitir às pessoas quando são simplórias e ajudá-las quando são ignorantes ou estão perturbadas.
2. Quando as pessoas nos culpam devemos perguntar se fazer algo errado e, caso não tivermos feito, compreender que a crítica dos demais é problema deles e representa, por sua parte algum tipo de defesa ou perturbação.
3. Deverá tentar entender porque as pessoas atuam assim, fazendo um esforço para ver as coisas desde a marca e referência delas quando creem que estão equivocadas; se há alguma possibilidade de fazer com que os demais deixem de cometer falhas, deverá tentar com calma. Se não há nenhuma possibilidade (a menos que ocorra) deverá resignar-se filosoficamente ante as más atuações dos demais dizendo-lhes: “É muito ruim que sigam atuando assim. Realmente muito ruim, mas meu ponto de vista não é necessariamente catastró0fico”.
4. Deverá tentar compreender que seus próprios erros, como os demais, normalmente são resultado da ignorância ou de uma perturbação emocional; não deve culpar-se nunca por ser ignorante, estar perturbado ou ter falhas. Deverá aprender dizer-se: “realmente tenho atuado em tal coisa mal, ou tenho fracassado num trabalho em que normalmente deveria ter êxito. Para tanto, tenho metido a cara e tenho fracassado. Isso é ruim, mas não terrível, nem horroroso, nem catastrófico. E o ponto (de vista) mais importante não está relacionado com minha capacidade de fracasso, mas com a pergunta: Como posso aproveitar este erro para que o próximo seja menor? Isto não é mais que uma prova, uma vez mais, de que sou um homem falível. O que se trata agora é tentar ser um pouco menos falível”.
		Ideia irracional nº 4: A ideia de que é tremendo e catastrófico o fato de que as coisas não vão pelo caminho que gostaria que fossem.
		É assombroso como milhões de pessoas na terra se sentem terrivelmente abatidas e tristes quando as coisas não são da forma que gostariam que fossem, ou quando o mundo ´como é. O que é normal, que estas pessoas se sintam claramente frustradas quando não estão conseguindo o que querem. Mas ficar em forma de forma permanente tão deprimidas ou abatidas porque estão frustradas é completamente ilógico por muitas razões:
1. Não há nenhuma razão para crer que as coisas deveriam ser de forma diferente a que são, à margem de injusta ou desafortunada que seja a situação atual d cada um. Mas sim, há muitas razões, em especial os fatos da realidade, para que as situações e acontecimentos desagradáveis sejam como são. E o que determinadas condições ou pessoas repugnantes não nos goste é completamente racional, mas chegar a estar seriamente perturbado porque a realidade é a realidade, é absurdo. Às vezes, seria agradável que as coisas fossem de maneira diferente, ou que tivéssemos o que esperamos da vida, em lugar do que em realidade temos. Porém, o fato de que seria agradável que fosso assim, não transforma, nem nos dá razões sérias para chorar quando não é assim.
2. O “estar” de forma permanente abatidos por uma série de circunstâncias dadas nos ajudará a melhorá-las. Ao contrário, quanto mais abatidos estivermos pelos aspectos desagradáveis da vida, mais desorganizados e ineficazes serão nossos esforços encaminhados a melhorar as condições de nossa existência.
3. Quando as coisas não são como gostaríamos que fossem, é certo, devemos lutar, e às vezes com muita força, para mudá-las. Porém, quando é impossível mudá-las (por um momento ou para sempre), a menos que ocorra, a única coisa viável que se pode fazer é ficar filosoficamente resignados com nosso destino e aceitar as coisas como são. O fato de que as crianças, que têm pouca capacidade para pensar de forma filosófica, normalmente não podem suportar nenhum grau da inevitável frustração, não querendo dizer que os adultos não possam fazê-lo de forma tranquila. Eles podem, se a metade do esforço que dedicam convencendo-se de que não podem aceitar a dura realidade o empregar na intenção de aceitá-la.
4. Ainda que à primeira vista pareça bastante plausível a hipótese de Dollard e Miller de que a frustração leva inevitavelmente à agressão, uma análise mais detida das provas a favor desta hipótese mostra – tal como Pastore (1950, 1952) e Arnold (1900) têm indicado que realmente não é a frustração enquanto tal, senão uma atitude subjetiva e moralista que provoca hostilidade e agressão. Uma pessoa, por exemplo, que leva 20 minutos esperando um táxi num dia de frio e vê que finalmente este passa sem parar, não sentirá bem se descobrir que ele estava a serviço. Mas gritará s o condutor passar sem parar por nenhuma razão. Em ambos os casos, não pôde tomar o táxi e a frustração é idêntica.
De forma similar, os trabalhos recentes de Bécher, Livingston, Nelzack e outros (Nelzack, 1961), têm demonstrado que inclusive a experiência e reação frente à dor física, depende mais que a intensidade do estímulo doloroso dos preconceitos atitudinais (posturas), subjetivos e individuais da pessoa que é estimulada. Ainda que nos vejamos frustrados ou privados de algo que desejamos, não é necessário que nos sintamos infelizes, a não ser que definamos nossa preferência como uma necessidade extrema.
		Em lugar de ficar ilogicamente abatido pelas circunstâncias frustrantes da vida, ou pelas injustiças reais ou imaginadas de mundo, um ser humano racional pode adotar as seguintes atitudes:
1. Pode determinar-se as circunstâncias que se apresentam como frustrantes ou dolorosas são realmentedesagradáveis, ou se pelo contrário não está imaginando ou exagerando suas características irritantes. Se certas circunstâncias são intrinsecamente desagradáveis, o melhor que se pode fazer é enfrentá-las com calma e tentar que sejam melhores. Se por qualquer razão é impossível mudar ou erradicar a negativa situação existente, poderia aceitar filosoficamente ou resignar-se à sua existência.
2. De forma mais concreta, poderia perceber sua própria tendência a sentir as inevitáveis situações desafortunadas como catastróficas, dizendo: “Oh, Deus meu! Que situação tão terrível! Não posso suportá-la”. Questionar e desabafar esta tendência, transformando suas frases interiorizadas em: “É demasiado negativo que essas condições sejam tão frustrantes, porém não me eliminaram, e estou seguro que posso suportá-la, porque são desafortunadas, mas não catastróficas”.
3. Sempre que for possível, deve tentar sacar o máximo proveito das situações frustrantes, aprendendo com eles, aceitando-se como um desafio e interrogá-las de forma útil em sua vida.
4. Quando se está fatigado por sensações físicas desagradáveis, como uma dor de cabeça, se deve fazer o possível para eliminá-la, e se não consegui-lo, pôr em prática alguma forma de distração. Assim pode centrar-se em outros aspectos da vida, mais agradáveis (como ler ou jogar ping-pong) até que as situações desagradáveis desapareçam. Deverá aceitar suas inevitáveis irritações e zangas, e compreender que não aumentam porque se force a sentir-se enfadado quando está zangado (e para tanto duplicar e quadruplicar sua irritação original). (Ellis, 1957a).
		Ideia irracional nº 5: A ideia de que a desgraça humana se origina por causas externas e que as pessoas tem pouca capacidade ou nenhuma d controlar suas penas e perturbações.
		A maioria da pessoas na nossa sociedade crê que o que lhe fazem desgraçadas é resto das pessoas e os acontecimentos e os acontecimentos, e que se estas forças externas forem diferentes, elas não se sentiriam tão abatidas. Pensam que não colaboram em seu abatimento quando se dá alguma má circunstância, e que não têm controle sobre elas mesmas ou suas emoções nestas circunstâncias. Esta ideia não é válida por várias razões:
1. As demais pessoas e os acontecimentos em realidade, pouco dano podem fazer exceto um ataque físico ou privar (d forma direta ou indireta) de algumas satisfações concretas (como o dinheiro ou o alimento), porém, hoje em dia, isto é bastante raro. A maioria das “agressões” são ataques psicológicos cuja capacidade para fazer dano é mínima ou não existe, a não ser que se creia erroneamente que possam vir a danar. É impossível que ninguém possa ser prejudicado por ataques verbais ou gestuais, a menos que se deixem prejudicar ou em realidade prejudiquem-se a si mesmos. Não são as palavras ou os gestos o que fere, senão as próprias atitudes noções ante estes símbolos.
2. Depois de observar de forma objetiva suas intensas emoções de infelicidade, averiguará a origem de suas frases ilógicas que está crendo e pensará. Então é lógico que as analise e de forma enérgica as questione e desafie até que fique convencido de suas próprias contradições e considere que não são defendíveis por mais tempo. Ao analisar e mudar suas próprias verbalizações de forma radical, poderá transformar e contrastar as ações autodestrutivas por aquelas que se estava impondo.
		Assim, se o indivíduo teme de forma muito intensa ao entrar em contato com pessoas aleijadas, se dará conta que não são os aleijados que, na realidade, lhe dão medo, mas suas próprias fusos (por exemplo, “os aleijados estão numa situação nada desejável, porque necessitam ajuda; se eu necessitasse de ajuda como eles seria terrível”). E as analisará de forma lógica (por exemplo, perguntando-se a si mesmo: “Existe alguma lógica na forma de relacionar a última parte desta frase – que se eu necessitasse ajuda como os aleijados seria terrível – com a primeira – que os aleijados estão numa situação nada desejável?”). Então, desafiará suas frases de forma resoluta (por exemplo, repetindo-se uma e outra vez: “ainda que, certamente não é desejável que seja um aleijado, não tem porque ser terrível ou catastrófico, nem significa que eu seria uma pessoa depreciável”).
		Finalmente, examinará e desmentirá as filosofias gerais falsas que existem detrás de seus temores específicos de entrarem em contato com aleijados, e se recordará que também pode chegar ser um “horroroso” aleijado e estar, portanto, numa situação “terrível”. Assim, demonstrará a si mesmo que: (a) ao estar em contato com aleijados (ou com qualquer tipo de enfermidade) nunca poderá se converter magicamente em um aleijado: (b) que praticamente nada que não seja desejável (como ser aleijado) é em realidade terrível ou catastrófico; e que (c ) quase sempre poderá com uma filosofia sã da vida, superar todas as habilidades físicas e qualquer outro tipo de adversidade, entanto, enquanto estiver vivo e se manter em atitude de pensar, planificar e atuar em relação com suas situações desafortunadas nas que possa se encontrar, etc.
		Ideia irracional nº 6: A ideia de que se algo é ou pode ser perigoso ou terrível, deverá sentir-se terrivelmente inquieto por isso; pensando constantemente na possibilidade de que isto ocorra.
		A maioria das pessoas em nossa sociedade se obstina a crer que se estão em perigo ou se existe alguma possibilidade de que lhes aconteça algo que temam, têm que permanecer preocupadas por esse perigo real ou em potencial. Esta é uma ideia irracional por várias razões:
1. Ainda que seja sábio prever que a possibilidade de um perigo planejar evitá-lo, planejar rechaçá-lo ou afrontá-lo com êxito, (o que normalmente se sente com “ansiedade”, “preocupação”, ou “temor intenso”), não é de natureza preventiva ou construtiva e ainda impede seriamente ser eficaz em prevenir ou enfrentar um fato real. Em primeiro lugar s está muito preocupado ou super. alterado por um assunto possivelmente arriscado, no geral a excitação e o nervosismo é tal que de fato impede ver de forma objetiva se esse “risco” é real ou está exagerado.
Assim, se alguém está temendo que um grupo de crianças que estão jogando bola possa uma levar uma bolada e ficar inconsciente; é provável que não se dê conta se a bola com que estão jogando é realmente dura ou perigosa (como uma bola de beisebol ou de gol) ou se é um objeto brando e inofensivo (como uma de plástico ou borracha). Por conseguinte, o preocupar-se ou alterar-se só leva a fantasiar sobre a “perigos idade” de uma situação, dado que em realidade não apresenta prova alguma desta.
2. A interna ansiedade ante a possibilidade de que um perigo ocorra com frequência impede de enfrentá-lo quando realmente ocorre. Assim, se sabe que as crianças na rua estão jogando com uma bola dura e perigosa, e alguém se encontra petrificado de medo, de pensar que ele ou alguém por quem sente afeto pode ser golpeado ou ferido, sua alteração entre este perigo real lhe fará, em vez de explicar às crianças de forma tranquila o perigo que correm usando esta bola e induzi-la que utilizem uma mais leve, enfrenta-as aos berros ou chamando a polícia, aborrecendo-as de tal maneira que de forma deliberada, elas sigam usando a bola dura.
3. Preocupar-se muito ante a possibilidade de que algo terrível ocorra, não só não evita que suceda, senão que contribui para sua aparição. Estar muito nervoso por temor ante um acidente de carruagem pode facilitar o acidente contra outra carruagem ou poste de luz, ao passo que se estivesse mais tranquilo, poderia tê-lo evitado.
4. Inquietar-se por uma situação perigosa, no geral, leva a exagerar as possibilidades de que essa ocorra. Assim, se alguém tem um medo horroroso de decolar com um avião, é provável que imagine que o seu avião possa ter um sério acidente, quando na realidade há uma possibilidade entre mil que isso ocorra. Ainda que quando uma preocupação num caso como esse, tenha alguma base real de morte, nenhum tem assas características tão exageradas que se lhe atribuem ao estar-se tão alterado.5. Alguns fatos muito temidos, como uma séria enfermidade e a morte ao final dos nossos dias, são inevitáveis e nada, nem a preocupação evitará que ocorra. Portanto, preocupar-se por fatos inevitáveis não determina que a possibilidade de que algo ocorra diminua, e ademais não só padecem as desvantagens dos temidos atos destinados que dão lugar a outros adicionais e, às vezes, muito mais castrastes, que são os de estarem preocupados por algo muito tempo antes de que isto ocorra de verdade. Assim, se alguém sabe, por exemplo, que daqui a “x” anos morrerá, sua ansiedade para impedir sua morte não logrará alongar o prazo deste fato, senão que fará com os dias que lhe restam sejam muito amargos para ele. Porém, se aceitar o inevitável de sua morte, poderá muito bem desfrutar desse tempo restante.
6. Muitos fatos normalmente temidos e perigos – como a possibilidade de ser diabético, se nasceu numa família com alto índice de diabete – na realidade, não apresenta tanto problema se é que aparece, mas a preocupação ante sua possível aparição lhes fazem ser assim. Se pode viver confortavelmente (ainda que se admita os inconvenientes) com diabete (ou, para o caso, com tuberculose, distintas formas de câncer ou de outras enfermidades em certo sentido graves) quando alguém é afetado por estes tipos de enfermidades. Portanto, dramatizar sobre os possíveis resultados de uma enfermidade ou mal não conduz a nada, ainda que haja bastantes possibilidades de que esse mal apareça.
		Um ser humano racional, em lugar de se prejudicar, sendo exageradamente temeroso, deverá adotar uma série de atitudes ante os possíveis obstáculos e perigos que podem lhe aparecer em sua vida:
1. Deverá compreender que a maioria das preocupações não são causadas por perigos externos, senão que a origem é o que está dizendo a si mesmo: “Não seria terrível se isto tão perigoso ocorresse?”
“Seria espantoso passar por isso e não poder fazer frente de forma conveniente”. Em lugar disso deverá examinar suas frases interiorizadas intrinsecamente catastróficas e mudá-las por uma filosofia mais sã: Que este fato perigoso ocorra seria algo molesto e desagradável, mas não seria terrível e poderia enfrentá-lo.
2. Deverá ensinar-se que seus medos irracionais não ajudar a evitar os perigos, de fato os aumentam e, normalmente, o que fazem é debilitar e frustrar muito mais que os temíveis insucessos que o fazem sentir tanto medo.
3. Deve compreender que muitos ou a maioria de seus medos, não são mais que formas encobertas de medos ao que os demais pensem, deve questionar-se e desafiar constantemente esta classe de temores e dar-se conta de quanto é tonto (pateta) no geral. Deverá perguntar-se que sentido tem a maioria de suas ansiedades atuais, ainda o houvessem afetado no passado – quando era menor – e o ter medo era bastante real.
4. Deverá de vez em quando fazer as coisas que mais lhe dão medo – como falar em público, expressar seus pontos de vista a um superior ou defender seus direitos – para demonstrar-se que não há nada intrinsecamente mais negativo nisto.
5. Não deverá se alarmar porque medos que já se haviam superado apareçam de novo de forma temporária, mas deverá trabalhar para erradicá-los uma vez mais, afrontando-os claramente e pensando neles, até que haja poucas possibilidades ou nenhuma de que voltem a afetar.
		Ideia irracional nº 7: A ideia de que é mais fácil evitar que enfrentar certas responsabilidades na vida.
		Muitas pessoas sentem que é muito mais simples fazer só o que é “fácil” ou “natural” ou o que é intrinsecamente agradável, evitando as dificuldades e responsabilidades. As ideias dessas pessoas são falsas em distintos aspectos:
1. A ideia de que existe uma forma fácil de resolver as dificuldades só se considera em relação com o momento exato da decisão, porém não se leva em conta os muitos problemas em mal-estares que acarretam. Assim, se alguém encontra dificuldade ao pedir um beijo da moça (ou tentar beijá-la haver pedido) e decide não enfrentar a uma possível rejeição, e no momento de tomar esta decisão negativa se sentirá bem e aliviado de haver abandonado o problema. Porém, tão pronto como este momento de alívio passe, a sensação será desagradável pela perda de algo provavelmente satisfatório, até porque não averiguou o que pensa a cerca de algo, ou si mesmo, até porque não tenha adquirido o hábito de beijar ou solicitar, etc. O “prazer” do momento pode dar como resultado horas, dias, inclusive anos de felicidade.
2. Ainda que o esforço que se necessita para evitar uma decisão ou uma dificuldade, com frequência parece que é fácil levá-lo a cabo e não têm consequência, em realidade é árduo e longo, já que se passa literalmente muitas horas de tortura e debates consigo mesmo de engenhosas argumentações e intrigas antes de decidir que não se comprometerá em uma tarefa difícil, porém, proveitosa em potencial. E o mal-estar que isto cria é dez vezes maior que o que se imagina que possa existir, se de verdade comprometer-se nela.
3. A confiança em si mesmo, em última análise, surge só do fazer algo e nunca evitá-lo. Estamos seguros de que podemos fazer algo no futuro (e divertimo-nos ao fazê-lo) essencialmente porque o temos feito já no passado e no presente, tendo alguns êxitos. Por conseguinte, se alguém passa grande parte de sua vida evitando problemas difíceis e responsabilidades, é provável que consiga uma vida “mais fácil”, porém quase seguramente paralelo à existência será muito insegura.
4. Muita gente supõe que uma vida fácil, evasiva e sem responsabilidades é também muito valiosa. Como Magda Arnold (1960) e Nina Bull (1960) têm afirmado recentemente, é um pressuposto duvidoso. Não parece que os seres humanos são “mais felizes” quando estão sentados de forma passiva sem fazer nada ou fazendo pouca coisa, e talvez nem quando estão (em relativamente poucos momentos) muito entusiasmados e emocionados com algo. Pelo contrário, parece que vai melhor quando têm um objetivo no sentido de estar comprometidos e trabalhar num projeto difícil e a longo prazo (seja no campo da arte, ciência, negócios ou qualquer outra coisa) de forma regular e relativamente tranquila.
		Se isto é certo, então uma vida fácil e sem responsabilidades pode ser satisfatória de forma temporária – em especial em períodos de férias depois de uma vida ativa – porém, é raro que seja proveitosa de forma contínua. Definitivamente, a vida é atividade, movimento, experiência, criatividade; e os seres humanos não conhecem certos tipos de satisfações muito importantes quanto centram-se em evitar aspectos difíceis e sugestivos da vida.
		Em lugar de evitar muitos desafios, dificuldades e responsabilidades da vida, o indivíduo racional pode muito bem seguir estes pontos:
1. Deverá fazer sem queixar-se (lamentar-se das coisas que necessite realizar, ainda que quando se desgoste de fazê-la e para tanto buscar alguma forma inteligente de evitar os aspectos dolorosos da vida que não sejam necessários. Se deve impor a disciplina de realizas as tarefas necessárias depois de haver-se convencido de forma lógica que sã necessárias, forçando-se literalmente a fazê-las e terminá-las o mais rápido possível.
2. Se rejeitar enfrentar certos problemas e responsabilidades da vida, não deve aceitar como um fato a ideia de que é indolente “por natureza” ou “de forma biológica”, senão que deve supor que detrás de cada rejeição existe toda uma cadeia de frases que indica uma falta de ansiedade ou de rebeldia. Deverá, de forma implacável, desvendar estas frases e analisá-las com lógica, até que as mude por outras mais sãs e impulsionadoras.
3. Deverá tentar não tornar-se demasiado disciplinado, nem fazer as coisas por um caminho demasiado árduo (normalmente pelo sentimento de culpa e como castigo). Mas tentará ajudar (ou ajustar) as suas necessidades disciplinadas, se é necessário planejar esquemas de trabalho, impondo-se metas razoáveis e lucros intermediários.
4. Deverá enfrentar o fato de que viver é exatamente o que seu nome implica, e que descansar ou evitar dificuldades, são intervaloslógicos na vida completa, mas que chegam a ser algo fatal se ocuparem a maior parte desta vida. Deverá aceitar de forma filosófica que quanto mais responsável e desafiante for sua vida, e mais problemas que tenha a resolver, possivelmente será mais interessante sobretudo vista a longo prazo.
		Ideia irracional nº 8: A ideia de que se deve depender dos demais e que necessita alguém mais forte em quem confiar.
		Ainda que teoricamente aprovamos a liberdade e a independência na nossa sociedade, muitos de nós creem que devemos depender de outros que necessitamos alguém mais forte em quem confiar. Esta é uma ideia irracional por várias razões:
1. Ainda que é verdade que todos somos algo dependente dos demais nesta sociedade tão complexa (já com dificuldade poderíamos comprar alimentos, viajar num trem, vestir-nos ou fazer cem coisas necessárias sem a considerável e colaboradora divisão de trabalho), sem obstáculos, não há razão para que esta dependência se maximize e literalmente se exija que os demais elejam ou pensem por nós. Sejamos colaboradores, mas não, servis.
2. Quanto mais se confia nos demais mais seguro é que, em primeira ou última análise, se deixe muitas outras coisas que se queriam fazer na vida, e se elejam coisas forçado pela extrema necessidade que os demais querem que se faça. A independência está inversamente relacionada com o individualismo e a independência, e não se deve ser autossuficiente e estar muito dependente dos demais ao mesmo tempo.
3. Quanto mais se confia em quem sejam os demais quem guiam e lhes ajude a fazer as coisas, menos terá que fazê-las por si mesmo e, como consequência, aprender com estas. Isto significa que quanto mais dependente for, tenderá a sentir-se mais ainda. Por outro lado, se alguém depende dos demais para sentir-se seguro porque não pode cometer erros ou suportar o sentimento d culpa, se é que os cometem em essência, mais que ganhar, perde segurança, já que a única segurança real que se pode ter na vida é a de saber que, apesar dos erros que se possam cometer, não se é um inútil, mas simplesmente uma pessoa falível. A dependência, num círculo vicioso, conduz à diminuição da confiança e ao aumento da ansiedade. O ser dependente configura uma busca de autoestima e a segurança que nunca termina e nunca se encontra.
4. Quando se depende dos outros, põe-se a si mesmo à mercê deles, e por conseguinte, de forças externas que no geral não se pode confiar. Se depende de si mesmo para tomar decisão e levá-las a cabo, ao menos se trabalha com o próprio pensamento e se confia nele e na própria conduta. Porém, se depende dos demais, nunca se saberá quando deixará de ser inseguro, se moverá a outro lugar ou se morrerá.
		Em lugar de lutar por depender de outras pessoas (ou numa hipotética abstração, como dos Estados ou de Deus), o indivíduo racional deverá fazer tudo o que possa para sustentar-se com seus dois pés, pensando e atuando como crê ser conveniente. Alguns objetivos pelos que se pode lutar em relação a este aspecto são:
1. Deverá aceitar o fato de que está e estará (em alguns aspectos essenciais) só neste mundo, que não é necessariamente terrível apoiar-se em si mesmo a ser responsável por suas decisões. Por muito que colabore com os demais muitos amigos que sejam, só o próprio conhece suas necessidades e estímulos e podem enfrentar seus problemas na vida.
2. Deve compreender claramente que nunca é algo terrível fracassar na consecução de um objetivo que os seres humanos aprendem com o fracasso e que seus fracassos não tem nada que ver intrinsecamente com sua valia como ser humano. Por conseguinte, deverá seguir lutando por aquilo que queira conseguir na vida ainda que, quando as possibilidades de obtê-lo são poucas, sobretudo adotar a filosofia de que é melhor arriscar-se e cometer erros por eleição própria que vender a alma por uma “ajuda” não necessária dos demais.
3. Não deve, de forma rebelde e defensiva, rejeitar qualquer ajuda dos demais, para provar que é “forte” e como pode valer-se só; às vezes se deve buscar e aceitar “ajuda” dos demais, quando é realmente necessário.
		Ideia irracional nº 9: A ideia de que o passado é um determinante decisivo da conduta atual, e que algo que alguma vez lhe comoveu (ou sensibilizou) deve seguir afetando indefinidamente.
		Muita gente hoje em dia, crê e atua, partindo da base de que algo que em alguma ocasião afetou sua vida de forma significativa ou lhe foi útil em dado momento de sua existência deve suprir sendo assim sempre. Esta é uma ideia irracional por várias razões:
1. Se alguém permite uma influência excessiva do passado, está caindo num erro lógico da super. generalização, já que pressupõe que quando esta coisa é verdade em alguma circunstância, é verdade em todas as circunstâncias. Pode ser certo, por exemplo, que alguém não seja capaz de defender seus direitos frente a seus pais ou outras pessoas no passado e por conseguinte, tivera que ser conciliador ou servil com eles para manter a paz e conseguir, assim, algumas das coisas que tanto desejava. Porém, isso não significa que agora vinte anos mais tarde, tenha que seguir sendo igualmente conciliador ou servil com os demais para proteger-se e obter o que quer.
2. Se está sobre uma grave influência dos fatos passados, normalmente se entregaram para solucionar os problemas soluções superficiais ou “fáceis” que foram úteis em alguma ocasião mas que agora podem ser bastante ineficazes. No geral, existem distintas alternativas para qualquer problema que têm diferentes graus de perfeição e eficácia. Quanto mais influenciado se esteja pelas soluções utilizadas com Êxito no passado menos provável será que se possam buscar alternativas melhores e possíveis para resolver os problemas atuais.
3. As chamadas influências do passado podem ser utilizadas como uma poderosa desculpa para evitar uma troca no presente. Assim, alguém temendo do que os demais possam pensar dele e sabe especialmente, que vai a uma terapia que tem que pensar e atuar de forma enérgica frente a seus medos para erradicá-los, uma das desculpas mais fáceis no mundo é dizer que está tão influenciado ou condicionado pelo passado que não é capaz de pensar de uma forma determinada para superar sua neurose. Esta utilização do passado como desculpa para não resolver os problemas no presente, normalmente conduz ao ciclo mais viciado de perturbação emocional.
Igualmente, se alguém, num ato de rebeldia se corta para ferir o próprio rosto, também pode rejeitar algo que gostaria de fazer em realidade (como ir para a universidade) devido a seus pais ou alguma outra pessoa no passado, afirmaram que ele fazia isto em consideração a eles. Continuando desta maneira, emocionalmente enraizado no passado, se pode obter a grande “satisfação” de obedecer aqueles “canalhas”.
4. Exagerando a importância dos anos de formação, se tende a utilizar a frase certa: “Já que na minha infância aprendi a fazer as coisas de forma neurótica agora me resulta ser difícil de mudar”, mas se substitui o final de forma não legítima “...resulta impossível mudar, portanto posso renunciar resolver meu problema e seguir neurótico sem nenhum tipo de esperança”.
		Em lugar de supervalorizar a importância do passado e atuar d acordo com o que os psicanalistas chamam as relações de transferência, o indivíduo racional deve assumir os seguintes tipos de atitudes:
1. Pode aceitar o fato de que o passado é importante e estar nele a influência significativa de suas experiências passadas em muitos aspectos. Porém, deve saber também que seu presente é o passado determinado a esforçar-se para transformá-lo pode conseguir que amanhã seja diferente e presumivelmente mais satisfatória que hoje.
2. Em lugar de continuar fazendo coisas de forma automática no presente, porque o fazia assim, pode parar e pensar no fato de repetir seus atos passados. Quando se encontra muito agarrado por alguma influência passada que se considere perniciosa, deve lutar de forma enérgica e persistente em dois níveis, o verbal e o ativo: fazendo-se propaganda negativa sobrea importância d continuar atuando como antes e forçando-se a mudar de conduta em situações apropriadas. Assim, se teme comer frango porque sua mãe lhe ensinou de pequeno, que era algo prejudicial, tentará desafiar a filosofia de sua mãe (sua própria interiorização) respeito do frango, até que impeça a miná-la; então se esforçará a comer frango até que comprove por si mesma com os fatos, que não é um alimento prejudicial.
3. Em lugar de rebelar-se com rancor contra todas ou a maioria das influencias passadas, deve valorizar, questionar, desafiar e rebelar-se só contra aquelas ideias adquiridas que são realmente prejudiciais no momento atual.
		Ideia irracional nº 10: A ideia de que deverá se sentir muito preocupado pelos problemas e perturbações dos demais.
		Muitas pessoas consideram que o que outra faz ou crê é mais importante para suas vidas e que devem estar claramente preocupados pelos problemas e perturbações delas. Esta ideia vista em vários aspectos:
1. Os problemas dos restantes, com frequência, têm poucos ou nada a ver conosco e não há nenhuma razão para que devamos sentir-nos muitos preocupados, quando são diferentes de nós ou não estamos de acordo com sua forma de atuar. Se Mrs. Joana é muito severa com seus filhos, é uma desgraça para ela e sua família, e ao poder falar algo para ajudá-la a mudar ou proteger seus filhos, isso está bem porém, ela não é necessariamente uma criminosa porque não estamos de acordo com seus fatos – de fato, inclusive, é possível que ela esteja certa e nós, equivocados sobre a conveniência ou não de sua forma de atuar. E ainda que, quando for uma criminosa (se por exemplo, mutilar ou matar seus filhos), não há nenhuma razão para ver-se louco ou irado por sua conduta, ainda que se deve pôr em conhecimento imediato das autoridades competentes.
2. Ainda que, quando as pessoas estão tão perturbadas que façam coisas que nos molestam ou forem a maioria de nossos desgraçados não provém de suas condutas, mas da ideia de injustiça que se percebe atrás de sua forma de atuar. Assim, se alguém é mal educado conosco, sua má educação rara vez é o que nos causa dano; nós dizemos: “Que descarado! Como pode fazer isto a mim?” Oque realmente nos molesta é nossa não aceitação da realidade em nossas vidas mais que sua má educação.
3. Quando desgostamo-nos pela conduta dos demais supomos que temos um grande poder sobre eles e que o fato de não gostarmos melhorar de forma mágica sua conduta, mas por suposto que não será assim. Ainda que tenhamos uma enorme capacidade de nos controlar (o que raras vezes conseguimos), de fato temos pouco poder para mudar os demais. Quanto mais enfadados e molestos estivermos por sua conduta – prestando-lhes, por conseguinte, considerável atenção – menos probabilidades temos de induzir-lhes a mudar.
4. Ainda que quando induzimos aos demais a mudar porque estamos molestados por seus atos, pagamos um alto preço pela criação de nossas perturbações. Certamente, deve haver, e de fato há, outras formas menos destrutivas de tentar, sem se alterar, que os demais corrijam seus erros. Porém, para a maioria, estar terrivelmente perturbado pela conduta de outros não lhe ajuda nem aos demais.
5. Desgostar-se pela forma de condução de outras pessoas favorece a menos que se deixe de lado o que deveria ser a preocupação ideal (o principal), quer dizer, a forma que nos comportamos e as coisas que fazemos. Permitir-nos envolver em outras condutas a menos que se use como uma desculpa sutil para não resumir nossos problemas nem escaparmos de nós mesmos.
		Em lugar de nos sentirmos molestados quando as pessoas atuam de forma negativa ou fazem coisas que gostaríamos que não fizessem, faríamos muito melhor se adotássemos a seguinte atitude nesta ordem:
1. Devemos nos perguntar se realmente vale a pena preocupar-se com a conduta dos demais, desde o ponto de vista deles e do nosso próprio, devemos nos interessar só quando preocupamos o suficiente, quando pensamos que podemos ajudar a mudar, ou que nossa ajuda possa ser útil ao intervir no assunto.
2. Quando aqueles pelos quais definitivamente nos preocupamos estiverem atuando mal, não devemos nos preocupar demasiadamente por sua conduta, mas, de forma objetiva e tranquila, tentar fazê-los perceber seus erros e ajudá-los com carinho em seus obstáculos e dificuldades.
3. Se não pudermos eliminar a conduta autodestrutiva e desagradável dos demais devemos ao menos tentar não ficarmos desagradados com ou por renunciar a ideia de melhorar uma má situação.
		Ideia irracional nº 11: A ideia e que invariavelmente existe uma solução precisa, correta e perfeita para os problemas humanos e que se esta solução não for encontrada sobrevirá a catástrofe.
		Milhões de homens e mulheres de hoje em dia consideram que devem ter soluções perfeitas e seguras para os problemas que lhe afligem e que se tem que viver num mundo de imperfeição e inseguranças não poderão sobreviver felizes. Esta busca de segurança, controle absoluto e a verdade perfeita é muito irracional em vários aspectos:
1. Pelo que se sabe, não existe nem segurança, nem perfeição, nem verdade absoluta no mundo. Como Hans Beichenbach (1953) e outros.
		
Anderle, santos Salete texto de subsidio psicopedagógico – saletepsicopedagoga@gmail.com

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