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Izabela t63 1 Documentação Odontológica Art 17. É obrigatória a elaboração e manutenção de forma legível e atualizada de prontuário e a sua conservação em arquivo próprio seja de forma física ou digital. A documentação odontológica é uma importante ferramenta de gestão do consultório odontológico, e deve conter o registro das atividades e da comunicação do cirurgião-dentista com o paciente. Uma boa documentação deve possibilitar: • obtenção de diagnóstico e prognóstico precisos; • definição de um plano de tratamento; • avaliação interna da atividade laboral do cirurgião-dentista, por meio de indicadores de produtividade e de qualidade; • defesa do profissional perante eventuais reclamações de clientes insatisfeitos; • identificação post mortem de individuo. Ao conjunto de documentos gerados durante a relação da cirurgião- -dentista com o cliente, dá-se o nome de prontuário odontológico. Para que um prontuário alcance plenamente seus objetivos e proteja o cirurgião-dentista de problemas éticos e legais, deve retratar fielmente os detalhes do atendimento proposto e prestado, além da evolução do tratamento e as mudanças nas condições de saúde bucal do paciente decorrentes do atendimento. Prontuário deve conter: • Identificação do paciente; • Anamnese; • Planos de tratamento; • Consentimento informado; • Informes dados pelo paciente; • Contratos e recibos; • Evolução clinica de tratamento; • Raio-x e fotografias; • Prescrições e atestados. Izabela t63 2 Pré-tratamento: informações da situação do paciente, registros necessário de problemas antecedentes, discussão de caso, previsão de honorários; consentimento informado e orientações, contrato. Tratamento: informar ao paciente do progresso do paciente, manter registros atualizados, monitorar o progresso do tratamento, monitorar a cooperação do paciente e encaminhar para avaliações clinicas; Pós-tratamento: explicar os conceitos de retenção e recidiva, explicar a necessidade do paciente ter responsabilidade para a retenção a longo prazo. Conforme orientação do CFO, um prontuário mínimo adequado deverá conter uma ficha clinica odontológica composta pelos itens descritos a seguir: IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL: Conforme o art. 33 do CEO, uns todos os impressos profissionais devem conter, obrigatoriamente, o nome completo, a profissão (cirurgião dentista) e o numero de inscrição do profissional no Conselho Regional de seu respectivo estado. É facultada ao profissional à inserção de outras informações, desde que respeitadas às disposições do CEO. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: Identidade numera do cadastro individual de contribuinte (CIC), nacionalidade, naturalidade, estado civil, sexo, data de nascimento, profissão, endereços residencial e profissional, forma como chegou ao estabelecimento (indicação). Além disso, caso o paciente possua e vá́ utilizar algum convenio odontológico, deve indicar a empresa mantenedora e o numero de registro do segurado. Se o paciente for menor de 18 anos ou incapaz, devem se inserir dados relativos aos seus responsáveis legais. ANAMNESE – informação sobre a história clinica atual e pregressa do paciente, histórico medico pessoal e familiar. PLANOS DE TRATAMENTO – englobam as varias possibilidades de tratamento (inclusive as que o profissional em questão não realiza) descritas detalhadamente, incluindo procedimentos propostos, materiais a serem utilizadas, regiões bucais envolvidas e, quando possível, riscos decorrentes dos procedimentos propostos. EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO – anotação precisa do tratamento executado em cada consulta, intercorrências durante sua execução, alterações do plano inicial de trabalho, faltas às consultas e orientações adicionais de higiene, cuidados pré́ e pôs operatórias orientações sobre uso e higienização de próteses, solicitação de colaboração do paciente para bem do tratamento, dentre outras informações. Além disso, deve conter: • Documentação radiográfica; Izabela t63 3 • Documentação fotográfica, caso tenha sido realizada. Embora essa documentação seja opcional, é recomendada em especialidades como ortodontia, cirurgia bucomaxilofacial e estética; • Documentação histopatológica e laboratorial decorrentes de exames complementares, quando realizados; • Comprovação de realização de instruções de higiene; • Fichas de índice de placa e anotações de condições de higiene; • Recomendações pré́ e pós-operatórias; • Esclarecimentos diversos, incluindo limitações para a realização de determinados procedimentos; • Termo de consentimento esclarecido; • Planos de tratamento e previsão de honorários devidamente anuídos pelo paciente; • Moldagens de gesso eventualmente realizadas; • Cópias de quaisquer documentos fornecidos ou emitidos ao paciente, como prescrições e receitas, atestados, declarações, recibos, relatórios e laudos, pareceres e encaminhamentos, com a assinatura e a ciência de quem recebeu. Um prontuário pode conter, também, um contrato de prestação de serviços. Uma vez estabelecida à relação profissional entre o cirurgião-dentista, sua equipe e o paciente, passa a existir um acordo de vontades entre as partes, o qual pode ser determinado por um contrato escrito e assinado. No entanto, mesmo que o contrato não exista por escrito, sua ausência não redime o profissional de suas responsabilidades, pois na relação entre profissional e paciente fica subentendido um contrato verbal ou tácito. A versão escrita, se bem executada, é mais um documento capaz de resguardar e embasar a defesa do profissional perante uma acaba judicial. Para isso, o contrato deve ser bem feito e bem redigido, pois uma boa documentação vale mais do que um contrato falho. Quanto à̀ ciência e à validação dessa documentação, é muito importante colher a assinatura do paciente nas fichas de marcação de tratamento proposto e executado e em qualquer documento gerado. As assinaturas devem estar datadas pelo paciente, e sua falta pode dificultar a defesa do cirurgião-dentista diante de um eventual problema, pois um documento não assinado pode não constituir prova jurídica. A assinatura do paciente ou responsável legal nos documentos odontológicos confirmam sua ciência e aprovação. A legislação prevê̂ que o prontuário é propriedade do paciente, mas a sua guarda cabe ao cirurgião-dentista. Essa propriedade dá ao paciente o direito de obter copia autentica do prontuário a qualquer momento que solicitar. Quanto ao período de guarda dos documentos, não há um período consensual determinado para a guarda do prontuário odontológico. Os prazos de prescrição para infrações éticas, civis e criminais diferem entre si, o que dificulta a sistematização de um período especifico. A anamnese corresponde ao conjunto de informações relativas à̀ historia medica e clinica do paciente. Quando bem realizada, deve conter os seguintes itens: Izabela t63 4 • Queixa principal ou motivo da consulta, registrada de acordo com as palavras e os termos utilizados pelo paciente. • Evolução da doença atual, visando traçar um caminho que leve a corretos diagnóstico, prognóstico e planejamento terapêutico. • Histórico medica e odontológico, com questionário de saúde adequado à especialidade desenvolvida pelo profissional, registrando o passado e o presente das condições de saúde e do estado geral do paciente, seu histórico familiar e a interpretação dos dados obtidos. • Exame clinica extra e intramural, com o registro das informações colhidas em ficha clinica e odontógrafa. Além do odontógrafa, pode-se usar a descrição dente a dente das condições de saúde bucal, sendo essa a forma que melhor se adapta as necessidades éticas e legais. Atestado e Receitas Atestados: são afirmações, por escrito, de um fato ocorrido e suas consequências. Tem como objetivo indicar a existênciade um estado mórbido ou estado de saúde bucal com uma finalidade específica (trabalhista, escolar, esportivo, militar, notificador ou outros fins). Não se recomenda o uso da expressão “para os devidos fins”. Identificação pessoal e profissional do cirurgião-dentista. Identificação completa do paciente – nome, RG, endereço (opcional). Finalidade de sua expedição. Horário e data de atendimento do paciente. Indicação do período de repouso, preferencialmente em horas (24 h, 48 h), quando recomendado. Local e data de expedição. Assinatura do cirurgião-dentista responsável pela declaração. Carimbo com nome, qualificação profissional e número do registro no Conselho de Classe, mesmo que o atestado seja fornecido em receituário ou outro papel timbrado. Receitas são prescrições escritas, efetuadas por profissional legalmente habilitado, de substancias medicamentosas com finalidade profilática, curativa, paliativa ou de diagnostico, contendo orientações para o paciente quanto à̀ sua utilização. A Lei no 5.081,7 que regula o exercício da odontologia, determina, no art. 6o, que “[...] compete ao cirurgião-dentista prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em odontologia [...]”. Este mesmo artigo acrescenta que “[...] compete ao cirurgião-dentista prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente [...]”, desde que ele tenha conhecimento para tal, pois terá́ responsabilidade sobre o ato praticado. Apenas nessas condições o cirurgião-dentista pode utilizar substancias que não sejam indicadas, especificamente, para odontologia. Além das medicações de uso comum, existem substancias a serem prescritas em receituário de controle especial e acompanhadas de notificação de receita. Izabela t63 5 As prescrições ou receitas odontológicas comuns devem ser emitidas em talonário próprio, sem restrição quanto à̀ cor do papel, contendo minimamente as seguintes informações: • Cabeçalho – identificação pessoal e profissional da cirurgião dentista: nome completo, CRO, profissão/especialidade; • Superinscrição – identificação completa do paciente: nome, RG, endereço (opcional); • Forma de uso do medicamento – interno (deglutido) ou externo (vias enterais ou parenterais) • ..Inscrição – nome genérico (sal) do fármaco, forma farmacêutica e concentração. Devesse evitar a prescrição por nome comercial; • Subscrição – quantidade total do medicamento a ser fornecida. Para fármacos de uso controlado, essa quantidade deve vir expressa em algarismos arábicos seguida de parênteses contendo a quantidade por extenso; • Adscrição – orientações do profissional ao paciente: recomendação de como utilizar o fármaco, dose, horários e duração do tratamento; e. • Data, carimbo (nome, qualificação e número de registro no conselho) e assinatura do profissional.; A receita, além de prescrever um medicamento, é um importante documento de orientação. O verso do receituário pode ser utilizado para dar continuidade à prescrição, contendo o prazo de agendamento de consulta de controle ou retorno, orientações de repouso, dietas, possíveis efeitos colaterais ou outras informações referentes ao tratamento. Tanto a receita quanto as orientações devem ser escritas de modo legível e de maneira clara, de fácil compreensão. O profissional deve evitar recomendações genéricas, do tipo “tomar junto às refeições”, “tomar ao deitar ou na hora de dormir”. Essas afirmações inespecíficas podem gerar “acidentes“ por serem mal interpretadas pelo paciente”. Responsabilidade do Cirurgião-Dentista Responsabilidade: qualidade ou condição de responsável; Responsável: que responde pelos próprios atos ou pelos outrem; Responsabilidade Obrigação Moral (mais extensa responde por si próprio) Jurídica (existência de um dano ocasionado violação de um dever). Tipos de responsabilidade: moral (juiz interior), social (normas) e profissional (jurídica). Funda-se ato ilícito: ação ou omissão imputável ao agente, danosa ao lesado e contraria á ordem jurídica. Izabela t63 6 Responsabilidade do CD no exercício da profissão: civil e criminal é justiça comum, a ética é administrativa. Responsabilidade jurídica: • Civil é a obrigação que a pessoa tem de recompor a situação anterior ou de indenizar; • Penal é a obrigação que o individuo tem para com o Estado de se submeter a pena que lhe é imposta em face de lide; • Civil o cliente pode processar o convenio pelo profissional ou plano pode se sentir lesado e acionar o cliente. • Criminal responde quem causou o ato de indenização; Temos o crime doloso que é quando o agente quis o resultado e culposo quando o agente deu causa ao resultado por negligencia imperícia ou imprudência. Obrigação contratual: atividade prudente e diligente na prestação de certo serviço para atingir um resultado sem vinculo em obtê-lo. Obrigação contratual de resultado: o credor tem o direito de exigir do devedor à produção de um resultado que lhe seja útil, sem o que se terá um inadimplemento obrigacional, o devedor só se isentara da responsabilidade de indenizar o obrigado se provar que não agiu culposamente. A responsabilidade civil nada mais é do que o dever de uma pessoa de reparar o dano causado à outra, em decorrência de culpa ou dolo no ato que causou o prejuízo a outrem. Essa reparação, em regra, será́ financeira e obrigará o responsável a reparar monetariamente o ofendido, indenizando o na proporção da extensão do prejuízo causado. O ato ilícito, para o cirurgião-dentista, é aquele praticado culposamente, em desacordo com a norma jurídica; é o que viola direito subjetivo individual, causando prejuízo a outrem, criando o dever de reparar tal lesão. Para que se configure o ilícito, é imprescindível haver um dano oriundo de uma atividade culposa. O cirurgião-dentista se enquadra como profissional liberal, por exercer com liberdade e autonomia a sua profissão, decorrente de formação técnica ou superior específica, legalmente reconhecida, formação essa advinda de estudos e de conhecimentos técnicos e científicos. Sendo um profissional liberal e prestador de serviços, a cirurgião dentista está exposto a questões éticas, por meio do Código de Ética Odontológico e demais resoluções, e também a questões criminais (Código Penal, Código de Processo Penal, leis penais e outras) e cíveis (Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor). A negligencia pode ser interpretada como a falta de pratica de determinada acabo considerada necessária ou obrigatória, por imposição técnica ou por segurança, ou mesmo decorrente de imposição legal. Tratasse de desatenção, omissão, falta de diligencia (preocupação) na pratica ou na realização de um ato. A imprudência, de modo geral, é caracterizada pelo excesso de acabo, em momento em que a situação impunha a pratica de um ato mais comedido e menos arriscado. É um ato afoito, com Izabela t63 7 falta de atenção. A imperícia decorre da pratica de atos por um agente que não detinha conhecimento suficiente para tanto, mostrando-se, assim, inapto para o exercício de determinada acabo. Refere-se à inexperiência, à ausência de saber ou de técnica. • AGENTE – representado pelo próprio cirurgião-dentista. • ATO PROFISSIONAL – exercício da atividade do prestador de serviços, ou seja, do serviço executado pelo cirurgião-dentista. • DANO – prejuízos e lesões porventura sofridos pelo paciente. • CULPA (negligencia, imprudência ou imperícia) – apuração das condições em que foi praticado o ato lesivo ao paciente, mais precisamente se o resultado decorreu de culpa da cirurgião dentista (investigando-se, assim, a presença ou não dos elementos que a caracterizam: negligencia imprudência ou imperícia), ou, excepcionalmente, se o profissional teve a intenção de causar odano (dolo). • CAUSA E EFEITO (nexo causal) – averiguação da compatibilidade entre o ato praticado pelo cirurgião-dentista e as alegadas lesões sofridas. Outro aspecto que merece uma analise, relacionado à̀ responsabilidade profissional do cirurgião-dentista, é a obrigação assumida no inicio do tratamento. Muitas são as situações em que o cirurgião-dentista, no ímpeto de ganhar o paciente, promete um resultado de tratamento que não é possível. Criasse assim uma expectativa irreal no paciente. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, cinco art. 26, o paciente que se sentir lesado teme direito de apresentar sua reclamação, caso os vícios sejam aparentes ou de fácil constatação (lesões que podem ser vistas pelo próprio paciente ou por terceiros sem a necessidade de utilização de técnicas ou exames mais apurados), nos seguintes prazos: • 30 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis (em regra, produtos descartáveis ou de pouca ou quase nenhuma durabilidade); • 90 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis (em regra, produtos de maior durabilidade no tempo e destinados ao uso mais prolongado). O ilícito penal é praticado pelo individuo que, por acabo ou omissão culpável, viola direito (antijuridicidade) tipificado em lei, ou seja, o agente que pratica a violação está sujeita à responsabilização penal por ter violado um tipo penal especifico previsto no Código Penal ou em outras leis de crimes específicos. Ao cometer um delito (crime), um individua considerado responsável será submetido a uma pena. Honorário Profissional do Cirurgião-dentista Honorários são uma forma diferencial de pagamento a que fazem jus os profissionais liberais pelos serviços que prestam. Art. 594 “toda espécie de serviço ou trabalho ilícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição. Izabela t63 8 1. Salários – operários; 2. Vencimentos – funcionários públicos; 3. Soldos – militares; 4. Lucros – comerciantes; 5. Honorários – profissionais liberais; Art 3° - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I. Menores de 16 anos; II. Os que tem enfermidades mentais; III. Os que mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade; Art 4° - São incapazes, relevantes para exercer certos atos, ou a maneira de os exercer: I. Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos; II. Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental tenham o discernimento reduzido; III. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV. Os pródigos; Quem é o credor? O CD legalmente habilitado. : Art 11 – Na fixação dos honorários profissionais serão considerados: I. A condição socioeconômica do paciente e da comunidade; II. O conceito do profissional; III. O costume do lugar; IV. A complexidade do caso; V. O tempo utilizado no atendimento; VI. O caráter de permanência temporariedade ou eventualidade do trabalho; VII. A circunstancia em que tenha sido o atendimento; VIII. A cooperação do paciente durante o atendimento; IX. O custo operacional; Art 12 – Constitui infração ética: I. Oferecer serviços gratuitos a quem possa remunera-los; II. Receber ou dar gratificação por encaminhamento do paciente; III. Instituir cobrança através de procedimento mercantilista; IV. Abusar da confiança do paciente submetendo-o a tratamento inesperado; V. Receber ou cobrar honorários complementares de paciente atendido em repartições públicas; VI. Receber ou cobrar remuneração adicional de clientes atendido sob convenio ou contrato; VII. Agendar, aliciar ou desviar, por qualquer meio paciente de instituição publica ou privada, para clínica particular; Izabela t63 9 Perda do direito de cobrança judicial: renuncia, rescisão contratual, abandono de paciente, salvo por motivo justificável, circunstancia em que que serão conciliados horários e indicado substituto, culpa do profissional, exercício ilícito da profissão, prescrição. Cobrança: Art 42 – Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Com relação aos honorários, conforme o novo CEO, um o cirurgião dentista tem permissão para decidir-lhes o valor, mas não tem licença para se humilhar e se desvalorizar a ponto de rebaixar o preço de seu trabalho em detrimento da qualidade, tornando-se vil, indigno, uma desonra para a profissão. Se o profissional sentir dificuldade para arbitrar seus honorários, poderá́ consultar uma tabela, atualizada, de valores referenciais para procedimentos odontológicos (VRPO). O cirurgião-dentista deve comunicar ao paciente o custo dos seus honorários profissionais, antes de iniciar os procedimentos. Na fixação de honorários, vários itens podem ser considerados: • Condição socioeconômica do paciente e da comunidade; • Conceito do profissional; • Costume do lugar; • Complexidade do caso; • Tempo gasto no atendimento; • Caráter permanente, temporário ou eventual do trabalho; • Cooperação do paciente; • custo operacional. Oferecer serviços odontológicos como forma de brinde, premio, vale presente, cartão ou caderno de descontos, ou fazer consultas e diagnósticos gratuitos, é infrações éticas contempladas neste ultimo CEO. Segredo e Sigilo Profissional Paciente Profissional • Código penal; • Código civil; • Normas especiais; • Moral e ética; Sigilo corresponde a guarda de um fato, ou seja, refere-se ao comportamento da pessoa em mante em reserva um segredo. é o meio utilizado para manter um fato no desconhecimento. Esse fato é o segredo. Izabela t63 10 Segredo profissional são aquelas informações que o paciente confidencia ao profissional, aquelas percebidas no decorrer do tratamento e, ainda, aquelas descobertas e que o paciente não tem intenção de informar. Não pode ser revelado. • Segredo natural que surge da própria natureza da coisa sem necessidade de promessa de guarda-lo; • Segredo prometido surge e nasce um promessa formulada depois da recebida confidencia; • Segredo confiado nasce de uma promessa formulada antes da recebida confidencia; Art 9°. Constitui infração ética: I. Revelar sem justa causa fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão do exercício de sua profissão; II. Negligenciar a orientação de seus colaboradores quanto ao sigilo profissional; 1°. Compreende-se como justa causa, principalmente: a. Notificação compulsória de doença; b. Colaboração com a justiça nos casos previstos em lei; c. Pericia odontologia nos seu exato limites; d. Estrita defesa de interesse legitimo dos profissionais inscritos; e. Revelação de fato sigiloso ao responsável pelo incapaz; 2° Não constitui quebra de sigilo a declinação do tratamento empreendido, na cobrança juridicial de honorários profissionais; Constitui infração ética a quebra do sigilo profissional sem justa causa. No entanto, quando é configurada a justa causa, a cirurgião dentista tem liberdade e até obrigação de quebrar o sigilo. São situações em que a justiça conta com a colaboração do cirurgião-dentista: • Casos de doença; • Quando o cirurgião-dentista tiver de agir como perito, ou em legitima defesa; • Quando houver necessidade de revelar o segredo à pessoa responsável pelo paciente. Sigilo profissional é um direito do cirurgião-dentista, 4 se sua convicção intima assim o decidir, mesmo quando solicitado a colaborar com a justiça. Isso se explica porque a requisição judicial, por si só́, não é justa causa e não há lei que a respalde. Contudo, quando a presença do cirurgião-dentista for solicitada judicialmente, ele precisa comparecer e, nesse caso, esclarecer que está impedido de quebrar o sigilo por ter tido conhecimento do fato no exercício da profissão. Em caso de doençasde notificação compulsória, ou seja, doenças de aviso obrigatório às autoridades sanitárias por poderem causar surtos e epidemias, o segredo profissional deve ser rompido, As seguintes situações não constituem quebra de sigilo: Izabela t63 11 • Declinação do tratamento odontológico realizado, quando da cobrança judicial de honorários; • Comunicação ao CRO e as autoridades sanitárias, caso se saiba da existência de condições de trabalho indignas, inseguras e insalubres. A exibição da imagem do paciente está liberada apenas em casos clínicos com fins Didático- acadêmicos, mediante consentimento do paciente. Exercício da Profissão Odontológica – Lei n°5.081, de 24 de agosto de 1966. Publicada no diário oficial de 26/08/1966, que regulamenta o exercício da odontologia no Brasil. ART 1 – o exercício da odontologia no território nacional é regido pelo disposto presente na lei. ART 2 – O exercício da odontologia no território nacional só é permitido ao CD habilitado por escola ou faculdade oficial ou reconhecida, após o registro do diploma na Diretoria de Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da odontologia, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade. ART 3 – Poderão exercer a odontologia no território nacional os habilitados por escolas estrangeiras, após revalidação do diploma e satisfeitas às demais exigências do artigo anterior; ART 4 È assegurado o direito ao exercício da Odontologia com as restrições legais ao diplomado nas condições mencionadas no decreto-lei n° 7.718 de 9 de julho de 1945, que regularmente se tenha habilitado para o exercício profissional somente nos limites territoriais do Estado onde funcionou a escola ou faculdade que diplomou. ART 5 – É nula qualquer autorização administrativa a quem não for legalmente habilitado para o exercício da Odontologia. Atribuições do Cirurgião-Dentista: ART 6 – compete ao CD: I. praticar todos os atos pertinentes a odontologia decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em curso de pós-graduação; II. prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em odontologia; (antibióticos, hemostáticos, analgésicos, antiinflamatorios); III. atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para justificação de falta de emprego; (não pode quebrar o sigilo profissional e deve utilizar o CID); IV. proceder a pericia odonto legal em foro civil criminal, trabalhista e em sede administrativa; V. aplicar anestesia local e troncular; VI. empregar a analgesia e hipnose, desde que comprovadamente habilitado, quando constituírem meio eficazes para o tratamento; Izabela t63 12 VII. manter, anexo ao consultório um lab. de prótese, aparelhagem e instalação adequadas para pesquisas e analises clinicas, relacionadas com os casos específicos de sua especialidade, bem como aparelhos de raio-x para diagnostico e aparelhagem de fisioterapia; VIII. prescrever e aplicar medicações de urgência no caso de acidentes graves que comprometem a vida e a saúde do paciente; IX. utilizar no exercício da função de perito-odontólogo em casos de necropsia, as vias de acesso do pescoço e da cabeça; Falsidade ideológica: Omitir em documento publico ou particular declaração que ele deva constituir ou nele, inserir fazer inserir declaração falsa ou diversa da que se deva ser escrito, com fim de prejudicar direto, criar obrigação ou alterar verdade dobre o fato juridicamente relevante. Pena de 1 a 5 anos e multa se o documento for publico e 1 a 3 anos se for particular. Artigo 7 – É vedado ao cirurgião-dentista: a. expor em público trabalhos odontológicos e usar de artifícios de propaganda para granjear clientela; (antes e depois); b. anunciar cura de determinadas doenças, para as quais não haja tratamento eficaz; c. exercício de mais de duas especialidades; d. consultas mediante correspondências, radio, televisão ou meios semelhantes e. prestação de serviço gratuito em consultórios particulares; f. divulgar benefícios recebidos de clientes; g. anunciar preções e serviços, modalidades de pagamento e outras formas de comercialização da clinica que signifiquem competição desleal; CEO secção 1: Art 34 constitui infração ética: Oferecer trabalho gratuito com intenção de autopromoção ou promover campanhas politicas oferecendo trocas de favores; Direito do trabalho Apesar dos CDs trabalhar de forma autônoma no consultório dificilmente deixaremos de lidar com questões de direitos trabalhistas, já que temos empregados nas clinicas. A relação do trabalho é estabelecida por meio de um contrato escrito, é apresentado pelo empregador, para assinatura do empregado. Este contrato formal é imprescindível para o estabelecimento da relação trabalhista, já que para o direito do trabalho o contrato pode ser verbal. O empregador precisa obrigatoriamente fazer o registro na carteira de trabalho no prazo máximo de 48h, sob pena de multa, devendo conter: data de admissão, salario, função e seus dependente. Izabela t63 13 O vale transporte pode ser descontado ate 6%. Os contratos de trabalho: normalmente são por tempo indeterminado e as leis trabalhistas consideram a possibilidade do contrato ser por tempo determinado ( 2 anos), e só podem ser prorrogados uma única vez, desde que não ultrapasse 2 anos. Sendo o contrato de prazo mais comum é o de experiencia, em que a lei permita sua contratação de forma temporária antes de efetiva-lo definitivamente, não podendo ultrapassar 90 dias. 1 – Quando o empregado já trabalhou em uma empresa e foi demitido: • não pode ser, dentro de 6 meses após esse fato, novamente contratado através de um contrato de experiencia, já que que o empregador conhece seu trabalho; 2 – O empregador não gostou do trabalho da pessoa em experiencia: • neste caso, o empregador precisa demiti-lo antes do termino do contrato sem justa causa, ficando obrigado a pagar metade daquilo a que o mesmo teria direito ate o final do contrato de experiencia; 3 – Empregado trabalhando por tempo indeterminado: • o empregador deseja manda—lo embora sem justa causa, terá de dar a ele um aviso prévio, ou seja, avisar que ele será demitido. Durante o mês de aviso prévio, o empregador é obrigado a conceder 2h por dia para o empregado procurar outro emprego. O empregado tem ainda a opção de, ao invés de abater 2h do seu horário normal, faltar 7 dias corridos, recebendo seu salário integralmente. Caso o empregado desejar sair do emprego de forma imediata, a lei reserva ao empregador o direito de reter a importância equivalente a 1 mês de salário. Rescisão de trabalho pode ser por parte do empregado ou do empregador, que será por justa causa ou sem causa justa. Demissão por justa causa: o empregado não tem direito a receber: • 13° salário, • Férias proporcionais; • Não pode levantar o FGTS; • Apenas tem o direito ao salário normal e férias vencidas; Demissão sem justa causa: o empregado TEM o direito de receber: • Um mês de aviso prévio; • 13° salário proporcional aos meses trabalhados; • Férias vencidas e proporcionais; • FGTS acrescidos de 40% sobre o valor depositado em nome do empregado. Izabela t63 14 Quando o empregado pede demissão ele deve dar o aviso prévio ao empregador. Se o mesmo se demitiu antes de completar 1 ano de serviço, não terá direito ao FGTS, terá direito a receber férias 13° salário proporcional aos meses trabalhados. Jornada de trabalho • 8h por dia; • 44h semanais; • Pode trabalhar 48 minutos a mais por dia para não trabalhar aos sábados; as horas extras podem existir, desde que, sejam pagar o valor de 50% do valor da hora normal de trabalho e pode se fazer no máximo 2h por dia. O trabalho noturno: É aquele realizado das 22:00 as 5:00 do dia seguinte, em que 1h de trabalho noturno equivale52’ e 30” e o empregado trabalha 7h e recebe correspondente a 8h. Locais de trabalho que expõem o empregado a agentes nocivos: devem conter adicional de insalubridade, devendo ser calculado sobre o salário mínimo. Já o adicional de periculosidade deve se adicionar 30% sobre o salário brutal. Férias: tem direito a férias após 1 ano de serviços prestados ao empregador, isso não significa que ele pode sair imediatamente de férias, tem 12 meses a partir da data de direito do empregado para decidir o momento oportuno, elas ocorrem durante 30 dias seguidos e pode se dividir, tendo o empregado o direito de receber mais 1/3 do salario normal. Bioética
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