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1 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.revistamaiseducacao.com 
 E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com 
 
Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 302 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417 
 
 
EDITORA 
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS 
R454 
 
Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Fabíola 
Larissa Tavares – Vol. 2, n. 6 (ago. 2019) -. São Caetano do Sul: 
Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, 2019 
 
757 p.: il. color 
 
Mensal 
Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario-
V2-N6-2019> 
 ISSN:2595-9611 (on-line) 
 
1.Educação 2. Pedagogia I Tavares, Fabíola Larissa, ed. II. Título 
 
CDU: 37 
CDD: 370 
 
 
Gustavo Moura – Bibliotecário CRB-8/9587 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
3 
EDITORIAL 
Para hoje, afetos! 
 
Spinoza, filósofo muito caro a mim, refere-se em Ética(1677), 
sua principal obra, que "devemos, pois, nos dedicar, sobretudo, à tarefa 
de conhecer, tanto quanto possível, clara e distintamente, cada afeto, 
para que a mente seja, assim, determinada, em virtude do afeto, a 
pensar aquelas coisas que percebe clara e distintamente e nas quais 
encontra a máxima satisfação”. 
Nesse aspecto, faz-se necessário pensarmos os processos da 
educação de maneira que privilegiem as relações entre os envolvidos na 
caminhada, desde pais e responsáveis, até educadores e gestão escolar, 
com os estudantes. Pode-se verificar, ao mergulhar na filosofia de 
Spinoza que, ao sermos afetados pelo mundo, somos capazes de 
emergir de maneira ética para um bem viver conosco e com os outros. 
Diante disso, há muito, nós educadores temos debatido 
inúmeras maneiras para transformar em realidade teorias que afetem 
de forma satisfatória o processo escolar educacional em todas as suas 
instâncias - ensino fundamental, médio e superior. Por mais que as 
instituições políticas no Brasil tenham se mostrado historicamente em 
descompasso com nossos anseios ao instaurar a descontinuidade das 
políticas públicas educacionais como regra, as diversas práticas 
observadas como exitosas nos colocam a certeza de que todos os 
esforços ao longo dos anos têm valido, e muito, a pena. Todos os 
caminhos percorridos até o momento, trilhados com zelo, paciência, 
luta e intensidade, propõem que a vontade em transgredir um destino 
insistentemente imposto a nós seja o objeto de aspiração para dias 
melhores. Entretanto, para que o Brasil não seja apenas o país do futuro 
para sempre, debruçar-se nas teorias construídas dia-a-dia, por meio 
das relações empíricas que o "chão da escola" podem proporcionar, se 
faz necessário. 
Portanto, convido a todos para que se inspirem nos textos que 
virão a seguir, pois eles poderão ser capazes de nos afetar diretamente 
e, por assim dizer, satisfazer ao máximo nossos anseios por uma 
experiência que transforme o país das promessas em presente por meio 
da educação e, principalmente, dos afetos. 
 
Prof. Me. Rodrigo Gomes 
Mestre em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo. Especialista 
em Filosofia Contemporânea e História, Graduado em Sociologia e Política. 
Autor dos livros: Sertão Humano e Os sabores do mundo. Vontade poética. 
 
 
 
CONSELHO EDITORIAL 
Alex Rodolfo Carneiro 
Fabíola Larissa Tavares 
Fatima Ramalho Lefone 
Mariana Siqueira Silva 
Rodrigo da Silva Gomes 
Patrícia Regina de Moraes Barillari 
 
EDITORA-CHEFE 
Fabíola Larissa Tavares 
 
REVISÃO E NORMALIZAÇÃO 
DE TEXTOS 
Fatima Ramalho Lefone 
Rodrigo da Silva Gomes 
 
PROGRAMAÇÃO VISUAL E 
DIAGRAMAÇÃO 
Cíntia Aparecida da Silva Gomes 
 
PROJETO GRÁFICO 
Mônica Magalnik
COPYRIGTH 
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
Editora Centro Educacional Sem 
Fronteiras (agosto, 2019) - SP 
Publicação Mensal e 
multidisciplinar vinculada a 
Editora Centro Educacional Sem 
Fronteiras. 
Os artigos assinados são de 
responsabilidade exclusiva dos 
autores e não expressam, 
necessariamente, a opinião do 
Conselho Editorial 
É permitida a reprodução total ou 
parcial dos artigos desta revista, 
desde que citada a fonte. 
Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º 
andar sala 302 - Centro 
São Caetano do Sul – SP CEP: 
09510-111 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 4 
SUMÁRIO 
 
08 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA PARA UMA 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 
 Jane Kelly Christofani Jacinto 
 
17 A ARTE E SUA IMPORTÂNCIA 
 Tieta Geovana Rodrigues Batista 
 
22 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 Paola Silva Zamarioli 
 
30 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA PARA ALUNOS DOS 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 Jocilei Santos Barreto 
 
42 A GESTÃO ESCOLAR E A INSERÇÃO DAS 
TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 Jaciane Gomes Sousa de Lima Silva 
 Severina Ferreira de Lima 
 Valdemir Melo de Souza 
 
52 A HIPERATIVIDADE NA ESCOLA 
 Patricia Fujii de Matos 
 
68 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO 
PROFESSOR-ALUNO 
 Alex Sandro Tomazini 
 
74 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO 
DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
 Rosângela Barbieri Mendes 
 
84 A IMPORTÂNCIA DA MUSICALIZAÇÃO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Lilian Maria Muniz dos Santos 
 
92 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA 
NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Carla Pereira da Silva 
 
 
108 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 Milene Paula da Silva 
 
118 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO: JOGOS E 
BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Maria Luisa Belisario 
 
131 A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES 
ESPECIAIS NO ÂMBITO ESCOLAR 
 Alanne Santos Oliveira Melo 
 
139 A MENTALIDADE DA APRENDIZAGEM 
 Eveli Costa de Deus Fernandes 
 
157 A RELEVÂNCIA DA AFETIVIDADE PARA O 
PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 Janete Oliveira da Silva 
 
167 ADAPTAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA 
INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA EM SALA DE 
AULA 
 Ana Paula Baldez Sousa Parise 
 
180 ANÁLISE BIOMÉTRICA DA RECONSTRUÇÃO 
FACIAL DA RAINHA NEFERTITE: PLANEAMENTO 
DE EXPERIÊNCIAS E INVESTIGAÇÃO 
 Alex Sandro Pires de Lima 
 
192 AS FACES DOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA 
INFÂNCIA 
 Mônica Gayão Fragoso de Melo 
 
199 ASPECTOS DA FORMAÇÃO DOCENTE: 
POSSIBILIDADES E DESAFIOS NA EDUCAÇÃO 
ESPECIAL 
 Caroline Xavier Siqueira 
 Dorismar Recaldes 
 
208 BENEFÍCIOS DO BALLET CLÁSSICO PARA PÉS 
PLANOS 
 Mariana de Souza 
 
223 BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O 
LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DE SABERES 
 Elisangela Figueiredo de Moraes 
 
 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
5 
234 BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE 
 Kátia de Cássia Monteiro 
 
244 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E AS INTERAÇÕES 
FAMILIARES NO CAMPO DO DESENVOLVIMENTO 
COGNITIVO 
 Fátima Regina Marques 
 
254 CONTROVÉRSIAS SOBRE OS ANOS 1960 NO 
BRASIL 
 João Souza Filho 
 
267 CULTURA DA PAZ: UM CAMINHO PEDAGÓGICO 
Marina de Cássia Pagnani Bonazzio 
 
274 DA GERAÇÃO “COCA COLA” A GERAÇÃO “NEM – 
NEM”:DESAFIOS E INCERTEZAS NA CONSTRUÇÃO 
DE NOVOS TEMPOS 
 Rodrigo de Macedo França 
 
283 DESCOBRINDO A SURDOCEGUEIRA: EDUCAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO 
 Francisca Maria dos Santos Nunes 
 
292 DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES E 
COMPETÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Ana Cleuda Pereira Franco 
 
301 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E 
PSICOMOTRICIDADE 
 Agnes Aparecida do Prado 
 
310 DIREITO EDUCACIONAL E EDUCAÇÃO INFANTIL: 
LEGISLAÇÃO E CONCEITOS 
 Cibele Cristina de Lima Leão 
 
318 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL: DA TEORIA À PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 Eliete Maria Neves Torres 
 
336 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E INCLUSÃO 
NO MERCADO DE TRABALHO 
 Vania Imperial 
 
348 EDUCAÇÃO INFANTIL: CAMINHOS E 
TRAJETÓRIAS 
 Elaine Barbagallo Gomes de Souza 
 
362 EDUCAÇÃO INFANTIL: MEIOS MIDIÁTICOS 
FAVORECENDO A PRÁTICA DOCENTE 
 Alzenir Maria Ribeiro de Sousa 
 
370 ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA PROMOVER A 
INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO 
ESPECTRO AUTISTA 
 Ana Maria Alves Pereira 
 
380 FORMAÇÃODO PROFESSOR PARA INCLUSÃO 
 Maria Eliete de Souza Lima 
 
395 FORMAÇÃO SUPERIOR E QUALIDADE DO ENSINO 
 Edvania CriBstina Cipriano 
 
408 GESTÃO DEMOCRÁTICA E INCLUSÃO ESCOLAR 
 Larissa Carvalho dos Santos de Oliveira 
 
421 GESTÃO DO AMBIENTE ESCOLAR: ELEMENTO 
FUNDAMENTAL AO DESEMPENHO DE UMA 
ESCOLA DE QUALIDADE 
 Tatiane Jeronymo Mangolim 
 
432 INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL 
 Kelly Parra dos Santos Veiga 
 
441 INCLUSÃO ESCOLAR: UMA REALIDADE POSSÍVEL? 
 Rosana dos Santos Peres 
 
446 INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO DESENVOLVIMENTO 
DA PERSONALIDADE 
 Denice Santos dos Anjos 
 
454 INFLUÊNCIAS DA MÚSICA E MUSICOTERAPIA NO 
TRANSTORNO DO ESPECTRO DE AUTISMO 
 Andréia Passarelli de Jesus 
 
466 LEITURA CRIATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Simone Maria da Silva 
 
475 MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA: ANÁLISE 
E SÍNTESE 
 Karen Alessandra Pereira Delorenzi 
 
484 MATEMÁTICA E O JOGO NO PROCESSO DE 
APRENDIZAGEM 
 Adriana Mara Gallo 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 6 
494 MEDITAR?... POR QUÊ? 
 E SE AS CRIANÇAS MEDITASSEM NA ESCOLA? 
 SERÁ QUE OS EFEITOS DA MEDITAÇÃO SÃO 
RELEVANTES? 
 Henriette Ferreira da Cunha 
 
505 MEIO AMBIENTE: CONHECENDO E APRENDENDO 
SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS:LIXO 
 Daniele da Silva 
 
517 MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Gabriela Cristina de Oliveira Solina Fornazari 
 
534 MUSICOTERAPIA: UM RECURSO EXPRESSIVO NA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 Fernanda Rodrigues dos Santos 
 
545 O ALUNO E O PROFESSOR DA CLASSE 
HOSPITALAR 
 Sidneia Silvia Barasini 
 
552 O DESENHO INFANTIL E A IMPORTÂNCIA DA 
ARTE PARA CRIANÇA 
 Rizoneide Maria Dias 
 
562 O DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA POR 
MEIO DA EDUCAÇÃO 
 Rosilei Maria Gaviolli Marques 
 
571 O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA COMO CAPITAL 
CULTURAL 
 Edson José Barbosa 
 
578 O ENSINO DE ARTE NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO 
DO CONHECIMENTO 
 Vivian Gomes Fiuza 
 
587 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 Judilene Tundis de Souza 
 Maria Lúcia Lau Damasceno Santos 
 
601 O MUNDO ENCANTADO DA POESIA DE CECÍLIA 
MEIRELES:ESTIMULANDO O TRABALHO COM 
POESIA NA SALA DE AULA 
 Silvina Fátima Ramos Ribeiro 
 
 
611 O PAPEL DO EDUCADOR NA AQUISIÇÃO DE 
HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS 
 Ana Claudia da Silva Liberato 
 
619 O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 Misael Gonçalves Figueiredo 
 
632 O PAPEL DO PROFESSOR NO 
DESENVOLVIMENTO DOS BÊBES E CRIANÇAS DA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Kelly Carvalho Andrade 
 
638 O REFLEXO DAS DIFERENÇAS DE GÊNERO EM: 
“VENHA VER O PÔR DO SOL” DE LYGIA 
FAGUNDES TELLES 
 Vandelice Ribeiro Passos Rodrigues 
 
651 O RESGATE DAS BRINCADEIRAS TRADICIONAIS 
COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO 
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Celma Macedo 
 
663 PARTICIPAÇÃO FAMILIAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA SE 
CONSTRUIR UMA EDUCAÇÃO DE GESTÃO 
PLURAL E DEMOCRÁTICA 
 Raquel Oliveira de Abreu 
 
676 PEDAGOGIA HOSPITALAR: UM PROCESSO DE 
INCLUSÃO 
 Josiane Aparecida Vergnianini 
 
688 PRÁTICAS EDUCATIVAS: A RELEVÂNCIA DO 
BRINCAR 
 Débora dos Santos Soares 
 
695 PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM: A DISLEXIA E O 
SEU IMPACTO NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM 
 Adelânia Dias dos Santos 
 
703 PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 Carmelita Oliveira Itacaramby 
 
716 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA OU 
SÍNDROME DE ASPERGER: QUAL DENOMINAÇÃO 
UTILIZAR? 
 Deli Vieira Silveira 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
7 
727 TRANSTORNOS MENTAIS NA CRIANÇA E NO 
ADOLESCENTE 
 Juleni de Fátima Rodrigues 
 
737 UMA ABORDAGEM CRÍTICA À TEORIA 
TRADICIONAL E À TEORIA CRÍTICA 
 Rita Aparecida dos Reis 
 
744 UMA FESTA NA HISTÓRIA 
 Nicole Fernandes Barcelo Barreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
 
244 
 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E AS INTERAÇÕES 
FAMILIARES NO CAMPO DO 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Fátima Regina Marques1 
 
RESUMO: Desde os tempos mais remotos da história humana contar histórias às crianças constitui 
um hábito de extrema importância e caráter socializante que perpassou o passado, com nossos 
pais e avós, as cenas clássicas que ficaram presas à tradição são hoje alvo de uma invenção que 
popularizou ainda mais esses contos, a televisão. Atualmente com tantas demandas por partes 
das famílias o hábito de contar histórias as crianças ficam cada dia mais distante do cotidiano. Ler 
uma história para as crianças de forma cotidiana é mais do que uma atividade simples, pois 
contribui tanto ao leitor, quanto ao receptor, ao leitor possibilita a aproximação e desenvolve a 
afetividade, para a criança beneficia seu desenvolvimento cognitivo em diversos aspectos. Como 
fundamentação teórica, utilizamos, entre outros: Abramovich (1995); Bettelheim (1980); Corso 
(2006). 
Palavras-Chave: Contos; Psicanálise; Desenvolvimento; Sonhos; Vida.
 
1 Assistente de Diretor; Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I na Rede Municipal de São Paulo. 
Graduação: Licenciatura em Pedagogia. 
E-mail: fatiremarques@bol.com.br 
 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
 
245 
INTRODUÇÃO 
O presente artigo aborda de forma geral 
abordar alguns aspectos relevantes tanto para 
a socialização quanto para a aprendizagem 
tomando por base os estímulos dos contos e 
histórias populares. Acreditamos que as 
histórias e contos de fadas possuem uma força 
de articulação muito grande entre o ambiente 
no qual se desdobram as vivencias e o mundo 
do imaginário, o que pode proporcionar 
momentos de reflexões, contestações de 
valores e construção da identidade. 
Contar histórias às crianças é um hábito que 
permaneceu no passado, com nossos pais e 
avós; uma cena clássica que ficou presa na 
televisão. Hoje os pais estão tão saturados de 
tarefas que não tem tempo para os filhos, 
muito menos para ler uma história antes de 
dormir. Ler uma história para as crianças todas 
as noites é mais do que uma atividade simples 
para embalar isso pode as beneficiar 
significativamente tanto elas quanto quem lê, 
por exemplo, ler estimula a linguagem e 
imaginação, relaxa e cria laços mais fortes. 
Ouvir histórias torna as crianças mais 
reflexivas, pois nelas sempre encontraremos 
uma mensagem que as leve a entender o modo 
como devem agir e se comportar, a distinguir 
entre o bem e o mal. Isso ajuda a lutar contra 
seus próprios medos. Em muitas histórias a 
criança consegue identificar as emoções dos 
protagonistas, e conhecer o resultado e o que 
está acontecendo ao longo da narrativa, isso 
significa ter argumentos para enfrentar seus 
próprios temores, promovendo um sentimento 
de maior controle. 
A história é uma das bases para o 
desenvolvimento intelectual da criança, é 
contando histórias que se pode levá-lo a 
compreender coisas complexas mais 
rapidamente, seu cérebro trabalha com maior 
certeza estimulando a memória e o desejo de 
se expressar. Também desenvolve e amplia as 
capacidades de percepção e compreensão e 
aumenta a sensibilidade. Promover a leitura às 
crianças, desperta-lhes para um mundo mágico 
e cheio possibilidades, aumenta o seu desejo de 
aprender mais histórias e por isso é fácil 
compreender como a leitura pode tornar-se 
prazerosa. A criança aprende mais palavras, seu 
vocabulário torna-se mais amplo e esse aspecto 
vai ajudá-lo muito mais tarde, porque ele será 
capaz de ler muito melhor e, portanto, ter um 
melhor desempenho escolar. Crianças cujos 
pais frequentemente leem história, sabem 
ouvir e colocar em prática elementos que são 
muito necessários para um bom aprendizado. É 
uma medida muito eficaz para tranquilizar as 
crianças, especialmente quando as vemos 
muito inquietas ou ansiosas. 
Por intermédio da história inicia-se a 
interação tanto de pais e filhos, quanto das 
crianças com o mundo que as cerca. Ganhar sua 
confiança representa uma oportunidade para 
contar sobre coisas cotidianas da forma como 
elas as percebem o que também acontecerá 
sobre situações difíceis queestão vivendo, 
possibilitando orientação e apoio. Embora 
alguns pais não acreditem, por meio da leitura 
de histórias, os filhos podem aprender sobre a 
história da vida humana, sobre a preservação 
da vida animal e meio ambiente, letras, cores, 
números, palavras em outros idiomas, etc. 
longe de um clima enfadonho. 
 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
 
246 
CONTAR HISTÓRAIS REQUER 
AMBIENTE ADEQUADO 
Para que a hora de contar uma história seja 
um momento muito esperado para as crianças 
e que elas tenham os efeitos positivos que 
mencionamos anteriormente, devemos levar 
em conta alguns aspectos. A escolha um lugar 
que seja confortável e luminoso o suficiente 
para ler é indispensável para que o momento 
de ler seja mágico, um ritual que esperam com 
entusiasmo e prazer. 
A vida é com frequência desconcertante para 
a criança, ela necessita mais ainda que lhe seja 
dada a oportunidade de entender a si própria 
nesse mundo complexo com o qual deve 
aprender a lidar. Para que possa fazê-lo, precisa 
que a ajudem a dar um sentido coerente ao seu 
turbilhão de sentimentos. Necessita de ideias 
sobre como colocar ordem na sua casa interior, 
e com base nisso poder criar ordem na sua vida. 
(BETTELHEIM, 1980. p.13). 
É necessário entusiasmo para atrair a 
atenção da criança, e assim entender a história 
e receber a mensagem, quando a criança pede 
para voltar, deve-se fazê-lo com a mesma 
emoção, especialmente com crianças muito 
pequenas. É importante repetir as diferentes 
cenas da história várias vezes tentando usar as 
mesmas palavras, permitir que, conforme a 
história é contada, a criança possa ver as 
ilustrações. 
Durante a leitura, é primordial observar as 
reações e os movimentos da criança e, se 
necessário, fazer uma pausa quantas vezes 
forem necessárias para ouvir suas perguntas ou 
para verificar se ele está compreendendo a 
história. Deixar a criança participar o máximo 
possível, tanto ao escolher a história para ler 
(você pode dar muitas sugestões de escolha, 
sobre seus interesses ou preocupações), 
quanto no momento das interrupções para os 
questionamentos. Quando a criança está 
cansada, forçar a continuar torna-se um 
impeditivo para o bom andamento, pois não 
representará mais uma atividade gratificante 
para ela. 
Às vezes alternar, umas horas ler histórias e 
outras escutá-las, isso além de diferenciar as 
visões sobre o fenômeno coloca a importância 
no auge da criança que ora escuta e ora narra, 
isso criará uma corrente afetiva e grande 
cumplicidade entre as partes envolvidas. 
Desenhar alguns dos personagens ou cenas da 
história que eles leram ou ouviram no dia 
anterior pode representar um importante 
recurso pedagógico. Os traços que podem 
parecer rabiscos trazem consigo grandes 
mensagens, já que serão expressos os medos, 
expectativas e interesses que movem o 
imaginário das crianças. Outra maneira de 
conhecer sua reação à história é fazer 
perguntas à criança relacionadas à história, 
como, por exemplo, se você gostou, quem você 
pensou, quem estava na história, etc. 
Para começar no mundo das histórias, 
também são sugeridos contos relacionados às 
tradições e ao folclore, bem como os contos de 
fada. Eles têm a função de afugentar pesadelos 
e medos noturnos. A criança adquire confiança 
em si mesma quando verifica que o 
protagonista conseguiu derrotar o lobo ou a 
bruxa. As histórias que começam com a frase 
tradicional "Era uma vez" têm uma grande força 
evocativa. Eles têm o poder de introduzir a 
criança em um mundo diferente. Livros com 
imagens, vinhetas ou pictogramas provocam na 
criança o desejo de começar a ler e os contos 
 
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 
 
 
247 
folclóricos que tratam de temas e costumes da 
nossa sociedade ajudam a criança a conhecer as 
tradições ancestrais. 
Pode-se começar com histórias ilustradas, 
escolher narrativas que digam histórias simples 
e claras sobre a ideia e a linguagem usada, a 
ação deve ser linear e não muito longa, já que a 
capacidade de atenção não é desenvolvida em 
fase inicial. As histórias apropriadas envolvem 
personagens fantásticos, objetos estranhos que 
falam e se movem, países maravilhosos ou 
cidades encantadas, personagens e situações 
que possam se assemelhar ao real. 
Protagonistas que são crianças podem servir 
como elemento de identificação. Esta é uma 
boa oportunidade para introduzir valores 
morais nas narrativas, justamente graças a essa 
identificação (TELES, 2014). 
De acordo com as fases de desenvolvimento, 
os livros de aventura e os detetives incluídos os 
animam, esses tipos de histórias são muito 
úteis para trabalhar certos valores (empatia, 
solidariedade, amor, respeito, etc.). O 
misterioso e desconhecido fascina-os. 
Recomenda-se romances realistas que tratam 
de temas como primeiro amor, conflitos 
pessoais; romances que refletem realidades de 
seu ambiente social e que podem ser usados 
para continuar trabalhando e reforçando 
valores. 
É verdade que a maioria dos pais e os 
problemas de trabalho não têm muito tempo 
para nossos filhos, e a única coisa que se busca 
em grande parte no final do dia é ir para casa e 
descansar, contudo, existem outras maneiras 
que também podem nos ajudar a relaxar, como 
ler para nossos filhos. Recuperar os hábitos de 
gerações passadas e contar histórias para os 
filhos é uma atividade prazerosa para ambos. 
Era uma vez, estas três palavras podem não 
representar um poder mágico para os adultos, 
mas para as crianças tem o poder de nos 
transportar na imaginação, numa adição 
temporal, espaço (em um país distante) e 
maravilhoso. A abertura do conto é, antes de 
tudo, a abertura para todas as possibilidades. 
Mas o que, no conto, age e torna possível 
pensar, sonhar, brincar? O que faz dele uma 
ferramenta terapêutica? 
Uma das primeiras virtudes do conto é que, 
de uma forma maravilhosa, trata das questões 
fundamentais do homem. É dirigido a todos 
nós, ao grupo quanto ao indivíduo e, claro, à 
criança. Ele também intervém mais e mais em 
diferentes formas de terapia. Sua linguagem 
tem a familiaridade da narrativa oral. É para ser 
dito e não lido. Ele preserva e transmite a 
experiência humana e nos fala sobre 
nascimento e morte, homem e mulher, riqueza 
e pobreza, inveja e rivalidade, aprendendo 
sobre a vida, o mistério das origens. 
 
AS INSTÂNCIAS TERAPÊUTICAS 
DOS CONTOS 
Ao simplificar situações da vida, o conto 
permite algum acesso a processos primários 
inconscientes. As imagens que ele aborda 
abrem um caminho não catastrófico para o 
retorno daquilo que fora reprimido. O conto 
contribui para essa redução do limiar defensivo 
inconsciente ao abordar o sintoma 
desvirtuando as histórias. Oferece a criança a 
possibilidade de encontrar situações 
emocionais próximas às suas, mas em outro 
objeto. A história é, em si mesma, mediadora 
da vida psíquica, o conto é a representação e a 
narrativa de formações e processos da 
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248 
realidade psíquica, seu material é o sonho, a 
fantasia, o romance familiar, a representação 
de mecanismos de defesa psicóticos e 
neuróticos, os conflitos ligados a seu advento 
dá a diferença entre os sexos, na passagem 
desde o nascimento, à infância, adolescência e 
idade adulta, pode servi de referencial 
preparatório para as fases de maior ruptura da 
vida, a morte dos pais. Essa frase recapitula boa 
parte dos trilhos que tornam o interesse do 
conto revelador e mediador da vida psíquica. 
Os contos de fadas são terapêuticos porque 
o paciente encontra sua própria solução 
através da contemplação do que a história 
parece implicar acerca de seus conflitos 
internos neste momento da vida. O conto de 
fadas claramente não se refere ao mundo 
exterior, mas aos processos interiores que 
ocorrem num indivíduo (BETTELHEIM, p.980. p, 
123). 
Parece que a primeiravirtude terapêutica do 
conto é atuar no pré-consciente, ponte entre o 
inconsciente e a consciência, permitindo que o 
assunto para pensar e para simbolizar. O 
trabalho do conto permite uma reabertura da 
atividade e figurabilidade pré-consciente. 
Autoriza a criança a investir seus processos 
mentais pré-conscientes. Por intermédio da 
história a criança aprende a dominar o que 
existe fora dele antes de internalizar uma 
atividade de fantasia que irá fundamentar nele 
um lugar no qual as palavras e as coisas serão 
capazes de se conectar. Em todas as crianças, 
mas especialmente naquele cujo mundo 
interior não é suficientemente estruturado, 
sofrendo dificuldades e significativas 
simbolizações, contar histórias pode mediar um 
processo de restauração de sua curiosidade, 
um reinvestimento de seus processos mentais. 
O conto dá à criança a oportunidade de pensar 
e sonhar com o que acontece com ele, 
encontrar respostas imaginativas para as 
perguntas que ele faz sobre suas origens e seu 
futuro. 
O conto também desperta a figurabilidade 
na criança, conduzindo a experiência 
desorganizada, difícil de representá-la em 
relação a seus objetos reais, ao maravilhoso 
universo da representação. Derrotar a aflição 
da não-representação parece-nos ser uma das 
grandes virtudes do conto. O conto é uma 
expressão da imaginação humana, da 
capacidade de criação, de representação. 
A narração de histórias, especialmente no 
contexto de uma oficina que a emprega, cria 
um espaço de transição, intermediário entre a 
realidade interna e a realidade externa 
percebida por duas pessoas em comum. O 
conto – joga com palavras, e com sentidos – se 
encaixa neste espaço, assim como o jogo 
criador da vida. Este espaço permite que a 
criança faça uma distinção clara, esta área 
intermediária de experiência permanecerá ao 
longo da vida como modo de experimentação 
interna que caracteriza as artes, a religião, a 
vida imaginária, etc. 
A história contribui para a criação deste 
espaço de transição difícil de implementar para 
algumas crianças. As virtudes terapêuticas do 
conto de fadas também provêm do fato de que 
a criança encontra suas próprias soluções, e 
nisso meditando sobre o que a história conta 
sobre si mesmo e sobre seus conflitos internos 
num momento particular de sua vida. O efeito 
terapêutico está na reconstrução na 
imaginação e não na transposição, isso pois, em 
primeiro lugar por causa da distância que ele 
tira da realidade cotidiana que o conto nos 
 
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249 
permite ouvir o que de outra forma permanece 
nas sombras. A história tem, além disso, uma 
função de contêiner. No qual por sua estrutura, 
transmite um reservatório, uma matriz 
contendo, isto uma função autêntica que 
peneira a violência. O conto transforma os 
elementos destrutivos em traços organizadores 
e funciona como um dispositivo para os 
pensamentos, ele transforma os impalpáveis, 
porque são destrutivos, em representações 
figuráveis e toleráveis. 
O conto é um recipiente da possibilidade de 
pensar, um envelope psíquico, ao significado. 
Bem escolhido, com a sua abertura e 
encerramento, o trabalho de posição da criança 
e do contador de histórias na relação ouvinte e 
narrador, a narrativa pacto é uma ferramenta 
maravilhosa para conter na função de 
professor. No contexto da contação de 
histórias, a função de conter a situação do 
grupo também intervém. O conto funcionará 
como uma espécie de narrativa de um sonho 
comum, cada um desenvolverá certas linhas 
associativas, e o grupo encontrará uma 
primeira narrativa unificadora. O grupo 
permite que as crianças experimentem o 
pensamento com os outros e compartilhem 
algo por meio de seu envolvimento comum na 
história e nas particularidades do envolvimento 
de cada um. O poder dos contos de fadas só 
pode ser entendido se do mesmo modo for 
compartilhado e as crianças entre eles são 
cúmplices. 
 
CONTO, SONHO E NARRATIVA, 
UM EFEITO MATERNAL 
A oralidade inerente ao conto possibilita 
manter contato por meio dos olhos com os 
membros do grupo, compartilhar uma 
dimensão emocional e corporal mais forte ao 
impor a escrita a crianças em dificuldade. É 
indispensável para o trabalho a possibilidade da 
criança sonhar acordada e de fazer associações. 
É também a história quem permite o 
estabelecimento do pacto entre o narrador e 
seu público, contrato tácito entre quem quer 
contar e quem quer escutar. Por intermédio do 
pacto narrativo, a história oferece um prazer 
comum à criança que escuta e ao adulto que 
está dizendo. Neste espaço de prazer, espaço 
transicional, a criança será capaz de imaginar, 
isto é, de simbolizar. Este prazer está presente 
nas narrativas – tenham as especificidades que 
tiverem – um prazer em que a história preenche 
tanto a perda da mãe e do mundo e 
desempenha o papel de organizador 
secundário do espaço do corpo ameaçado 
dentro de seus limites no momento de 
adormecer. 
O ato de ler traz, portanto, benefícios aos 
leitores e, consequentemente, à sociedade, 
pois contribui para o desenvolvimento 
intelectual, aumentando a capacidade crítica e 
compreensiva, a aprendizagem, o 
desenvolvimento da linguagem, bem como 
ajuda a estabelecer um conceito global do 
mundo (PERES, 2010, p.6). 
O contador de histórias retorna, por meio do 
conto, com uma liberdade infantil que é negada 
em outro lugar e espaço. Enquanto a criança 
brinca de fantasia, escreve o adulto pode muito 
bem desfrutar da alegria da criança, do mesmo 
modo, enquanto a criança exulta, porque ele 
entende melhor, agora, algo que acontece nela, 
o prazer do contador de histórias pode nascer 
ou crescer dessa súbita percepção de que a 
criança está vivendo. 
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250 
Além de sua função ilimitada, a história nos 
parece ser capaz de desempenhar um papel 
central da maternidade, no sentido de que a 
maternidade, explica-nos. Não é a 
maternidade, mas apenas a sua realização 
simbólica assim a verbalização, no e por meio 
do conto, das ansiedades e desejos da criança. 
Esta maternidade restabelece o para-raios 
defeituoso em algumas crianças. Uma oficina 
de contos é baseada em um apoio duplo. Apoio 
do conto sobre a maternidade (da palavra 
sobre a ação, do significado sobre o corpo 
vivido), apoio do cuidado sobre o dispositivo 
institucional – a escola. Permite assim um 
trabalho de restauração. 
O nicho que guarda o sonho reconstrói o que 
guarda o psíquico, o sonho retira o que a vida 
desfez do eu da pele e a história também tece 
um pouco o que a vida retirou. Nos contos 
existe a necessidade do acolhimento, da 
possibilidade em ter tempo para sonhar. Sonho 
em comum, a história não é estranha ao sonho. 
Como o sonho, a história nos dá acesso a outras 
cenas e cenários. A fórmula nos introduz a 
outra cena psíquica a partir do “Era uma Vez”. 
Seu material fantástico pode ser tratado como 
o conteúdo manifesto do sonho porque ali se 
encontram os mesmos mecanismos de 
elaboração, condensação, figuração e 
deslocamento. 
Mas a história não é apenas um sonho, até 
mesmo acordada. É mais elaborado do ponto 
de vista narrativo do que o sonho. É construído 
para ser facilmente memorizado, enquanto o 
sonho nos escapa, é esquecido. Pelo contrário, 
ela evoca a capacidade materna do devaneio, 
permitindo o acesso da criança ao pensamento, 
ou o tempo a zona do sono em que o conto 
preenche tanto a perda de entes queridos 
como do mundo e desempenha o papel de 
organizador secundário do espaço corporal 
ameaçado dentro dos seus limites neste 
momento. 
 
CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA 
DOS CONTOS DE FADAS 
Freud estava muito interessado nas histórias, 
que aparecem em todo o seu trabalho, e ele se 
inclinou sobre seu simbolismo (Chapeuzinho 
vermelho e o lobo, por exemplo). Grande parte 
dos contos, deriva dos sonhos. Os contosde 
fadas podem vir de experiências contadas e 
recontadas. Além disso, a narrativa, como o 
sonho prossegue por oposição ou contraste, é 
lógico, tem significado manifestos e latentes, 
símbolos de utilização, interpreta e estende o 
conceito de realidade é uma forma de 
expressão dramatizada, contém elementos 
sexuais e culturais, exprime desejos, é 
humorística e utiliza mecanismos de 
deslocamento, avaliação e supervalorização. A 
magia" dos contos mantém todo o seu lugar na 
imaginação das crianças. 
A função das narrativas maravilhosas da 
tradição oral poderia ser apenas a de ajudar os 
habitantes de aldeias camponesas a atravessar 
as longas noites de inverno. Sua matéria? Os 
perigos do mundo, a crueldade, a morte, a 
fome, a violência dos homens e da natureza. Os 
contos populares pré-modernos talvez fizessem 
pouco mais do que nomear os medos presentes 
no coração de todos, adultos e crianças, que se 
reuniam em volta do fogo enquanto os lobos 
uivavam lá fora, o frio recrudescia e a fome era 
um espectro capaz de ceifar a vida dos mais 
frágeis, mês a mês (CORSO; CORSO, 2006. p,14). 
 
 
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251 
Essa mágica permanece no poder das 
histórias, nas quais nossas interpretações 
possíveis e pessoais são inscritas. De fato, é 
esse poder que nos permite fazer a dupla 
jornada entre o mundo exterior e o mundo 
interior, entre o real e o imaginário. 
Na perspectiva dos contos de fadas de um 
ponto de vista teórico e clínico, Jung atribui 
grande importância, pois nessas histórias pode-
se estudar melhor a anatomia comparativa da 
psique. Mitos e lendas ajudam a encontrar 
modelos básicos da psique e do material 
cultural. Há material cultural consciente menos 
específico nos contos que são a mais pura e 
simples expressão de processos coletivos 
inconscientes, os contos descrevem nossos 
complexos primários, mas também a maneira 
pela qual aprendemos a nos comportar no 
relacionamento com eles. A história pode 
representar uma maneira de pensar, imaginar e 
experimentar uma "animalização", a descrição 
do lobo feita por a Chapeuzinho vermelho está 
bem e sugestivo e é limitado a cabeça do 
animal. É tão erótico, entregando o corpo da 
criança a um contato animal, que por sua vez 
anima a criança. Portanto, não é apenas a avó 
que é um lobo fantasiado, mas a própria 
menina, durante esses minutos tensos, torna-
se algo fora de sincronia com a família e a 
distinção homem e anima. É pelo seu conteúdo, 
seus mecanismos e a subjetividade com a qual 
reagimos a ele que o conto de fadas chega mais 
perto do sonho. Como no sonho, as ações dos 
personagens do conto, lutando com seus 
conflitos, buscam uma saída para seu desejo ou 
necessidade. Cada personagem constitui um 
polo de identificação possível ou impossível. O 
personagem possui três funções: as de 
identificação, transformação e intermediário. 
Mais precisamente, vincula processos 
primários e secundários, transforma fantasias 
inconscientes em narrativas estruturadas e 
atua como um intermediário entre o corpo e o 
meio social. 
 
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252 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A narrativa é uma forma de comunicação que constitui o ser humano no qual as 
experiências individuais são organizadas e comunicadas de maneira significativa. É feita 
intencionalmente e está associado a diferentes aspectos do entretenimento por meio da 
informação ou instrução sobre os princípios éticos e morais do ouvinte. Contar histórias é como 
a arte, vai além da narração cotidiana. Ela vive do contato direto entre contadores de histórias e 
ouvintes fisicamente presentes, criando ao longo do processo um interim no qual somente a 
vibração da palavra falada, as expressões e gestos do narrador na coexistência de contadores de 
histórias e ouvintes mundos imaginários faciais eloquentes em que as questões básicas da 
existência humana são percebidas em gestos e emoções ímpares. 
Desenvolvemos uma breve reflexão sobre as possibilidades que os contos tradicionais e as 
narrativas populares podem proporcionar às crianças em fase de desenvolvimento. As 
contribuições cedidas por essas histórias fantásticas vão para muito além das visões basilares de 
um senso comum castrador, pois trazem consigo prerrogativas importantes dos campos 
cognitivos, afetivos e sociais. 
Nas culturas não escritas, a narração é um meio para lembrar eventos passados (de 
significância nacional ou mundial) e sua estilização artificial, assim como para assegurar a 
identidade nacional. Com um roteiro heroico, esses substratos foram fixados e, assim, 
preservados do esquecimento. Hoje, essas narrativas formam um elemento básico do patrimônio 
cultural – que pode atuar em nível nacional ou internacional. Eles auxiliam a criança na 
organização de seu caos interno, é o poder da história para permitir inventar, criar e recriar um 
espaço para a imaginação, um espaço de compromisso entre sonho e realidade, princípios de 
prazer e realidade. O conto abre as portas e nos apresenta um esquema que por assim dizer nasce 
em uma família anônima em um lugar não localizado – a infância do herói nunca acontece sem 
acidentes ou em local identificável. Ele é quem relaciona a passagem por meio do cruzamento 
simbólico das aventuras do herói, o caminho de seu próprio conhecimento que a criança 
desenvolve. O conto aparece como um amalgama dos momentos cruciais do desenvolvimento. 
Consideramos que os contos têm ainda um poder particular, eles apresentam o simplório, 
como indiferente à sua situação. A criança é feliz enquanto nada é esperado dele, não é culpa 
dele se e a história nunca nos explica por que ele é considerado assim. Mas ele pode ter sucesso 
e até superar os outros. Ao mesmo tempo, a dificuldade dos mais fracos é reconhecido pelo grupo 
humano. O conto e o grupo servem para fazer essa conexão. O herói se lança contra o mundo 
(nas histórias, a obrigação de sair de casa é equivalente à necessidade de se tornar alguém). 
Mostra à criança como ter sucesso enfrentando os perigos com confiança, isto é, tomando 
consciência de seu próprio valor. 
 
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253 
REFERÊNCIAS 
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5 ed. São Paulo: Scipione; 
1995. 
 
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise nos Contos de Fadas. Trad. Arlene Caetano. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1980. 
 
CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO Mário. Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis. 
Porto Alegre: Artmed, 2006 
 
GIGLIO, Z. G. A utilização pedagógica do maravilhoso. In: Revista NEP, São Paulo: 
UNICAMP, p.65-85, 1993. 
 
PERES, Giani. Criar leitores: estratégias que podem ser usadas para favorecer a expressão 
da criança. In: Revista do professor (Porto Alegre). Porto Alegre, RS Vol. 26, n. 102 (abr./jun. 
2010), p. 5-9: il. 
 
TELES, Damares Araújo. A literatura infantil nos anos iniciais do ensino fundamental: 
importância e contribuições para a formação de leitores. 
Disponível:http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_or
al_idinscrito_184_90853e17a4727597548cf1f714335c0f.pdf.Data de Acesso em 18/08/2019. 
 
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_184_90853e17a4727597548cf1f714335c0f.pdf
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_184_90853e17a4727597548cf1f714335c0f.pdf
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