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Adoção de Crianças Maiores e Adolescentes: Aspectos Psicológicos Núcleo Psicossocial das Varas da Infância e Juventude de Curitiba Michelle Rover Barbosa Conceito •Adoção Tardia •Adoção de Crianças Maiores ou Adolescentes Principal Diferença entre as Adoções • Período ou tempo de adaptação e integração da criança ou adolescente na nova família. Tempo Jurídico • Período de aproximação •Estágio de Convivênvia Tempo Psicológico • Construção do Vínculo Afetivo Construção do Vínculo Afetivo • A formação do vínculo não é instantânea! • Afeto se forma a partir da convivência e é algo conquistado. • O amor da mãe não é inato e não há uma “vocação natural” para a maternidade; • Idealização da figura materna; • Cada história de adoção é singular e traz trajetórias realmente únicas de cada criança rumo à integração familiar. • Embora a adoção de uma criança com mais de 2 anos de idade não traga, necessariamente, maiores problemas, ela envolve algumas características especiais. É importante destacar: Enfrentamento do preconceito social Alguns exemplos: • “Mas por que adotar uma criança tão grande?” • “Como você vai conseguir educar uma criança com a personalidade formada?” • “Ela se lembra do passado dela. Vai ser uma criança revoltada...” Comportamento regressivo Alguns exemplos: • Voltar a falar ou comer como um bebê; • Usar fraldas; • Poderá ocorrer enurese ou ecoprese; • Pedido para mamar no seio. Comportamento Agressivo Ritmo de desenvolvimento global da criança Esforço da criança para se identificar com as novas figuras parentais Necessidade de preparação e acompanhamento do processo • Ninguém nunca poderá dizer que está totalmente pronto; • A preparação deve ser contínua; • A troca de experiências em grupos de pais adotivos também foi identificada como muito importante na prevenção de dificuldades maiores e alívio da ansiedade; • Importância do acompanhamento psicoterapeutico. Tempo de Adaptação 1- Encantamento; 2- Segurança e liberdade – raiva e decepção; 3- Integração Winnicott, 2012 Construção do Vínculo Afetivo • Os pais devem ser firmes e incansáveis no desejo de ter este filho, por mais que ainda não o amem como tal. • Vocês já decidiram ser pais e mães, mas, só se tornarão de fato se persistirem nesse papel diariamente pelo tempo que for necessário. Outras questões importantes que os pais devem saber sobre os filhos que irão chegar pela via da adoção: • Respeito por sua história de vida • Busca pela família de origem Outras questões importantes que os pais devem saber sobre os filhos que irão chegar pela via da adoção: • Respeito às características individuais; Outras questões importantes que os pais devem saber sobre os filhos que irão chegar pela via da adoção: • Tratar a adoção com naturalidade e respeitar a sua privacidade; Outras questões importantes que os pais devem saber sobre os filhos que irão chegar pela via da adoção: • Evitar a superproteção; Prenome ■ A alteração só é justificada quando atende aos interesses da criança. ■ Aceitação da história e de suas próprias limitações. ■ “A criança não deve ter o prenome mudado porque não se sabe a importância nociva que isso pode ter” (Dolto, 1990, p. 233) A escolha do perfil • O estabelecimento de um perfil visa preservar os interesses da criança, que deverá ser inserida em uma família disponível para acolhe-la; • Idade, sexo, cor da pele, condições de saúde, grupo de irmãos, histórico da criança e dos genitores; • Reconhecer os próprios limites do que se sente preparado para lidar; • É importante que os adotantes possam imaginar, pensar e falar o que esperam desse filho, apropriando-se do desejo. A escolha do perfil • Quanto mais nova a criança, mais imprevisível o seu prognóstico, em termos de desenvolvimento integral (saúde, aspectos cognitivos, físicos, etc) • A criança vai se mostrando aos poucos a partir da convivência... • Não há certificados de garantias! A escolha do perfil “Faz parte do desejo de ser pai/mãe a fantasia infantil de ‘ter um bebê’ para amar e brincar, um bebê para ‘chamar de meu’. É nesse lugar romantizado e pueril que esperamos os filhos. Mas eles não conseguem, e nem devem, tentar corresponder a isso. Entre o filho do sonho e a pessoa que chega, temos um luto a realizar. Costuma ser omitida essa parte da história, qual seja, que ganhar um bebê lindo e maravilhoso implica sentir-se um tanto triste. Nesse desencontro entre sonho e realidade temos a chance de crescer enormemente. Chances não são garantias, mas se aproveitadas podem ser muito gratificantes ” Iaconeli, Vera. Criar Filhos no Século XXI. São Paulo. Editora Contexto: 2019. Idealização Filho ideal Filho real Filho sonhado, idealizado Filho possível • Manifestações decepcionantes: fala incorreta, mau desempenho escolar, diferença de hábitos e valores. Os pais biológicos também precisam realizar um trabalho de luto do filho ideal para o filho real. A desilusão sobre a criança idealizada é determinante para a consolidação da vinculação. (Winnicott, 2000) “No procedimento de habilitação para adoção ainda não há a criança real; fala-se de um projeto, de desejos, fantasias, expectativas, preconceitos, ideais. Quando ocorre o encontro real com a criança, muitas outras questões costumam entrar em cena, como em toda situação de parentalidade. Os medos, fantasias e preconceitos, até então tratados de forma abstrata, ganham uma nova dimensão” (Levy et al., 2009, p. 63). Muito obrigada! mcrb@tjpr.jus.br
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