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ESTERILIZAÇÃO BIOENGENHARIA ESTERILIZAÇÃO, AGENTES ESTERILZANTES, ESTERLIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS, MEIOS DE CULTURA E AR. AULA 03 ESTERILIZAÇÃO Esterilização é o processo físico ou químico que destrói ou inativa todas as formas de vida presentes em um determinado material, especialmente microrganismos incluindo bactérias, fungos e vírus. Possui um significado absoluto, uma substância ou material não pode ser parcialmente estéril. Um material estéril é totalmente isento de qualquer organismo ativo, e deve se manter indefinidamente DESINFECÇÃO Desinfecção é um processo menos rigoroso de eliminação de microrganismos, envolvendo usualmente o uso de um agente químico, denominado desinfetante ou germicida, geralmente líquido e à temperatura ambiente ou moderada. Não implica necessariamente na eliminação de todos os microrganismos, sendo direcionada aos mais prejudiciais. Ex: Antisséptico é um desinfetante, aplicável em seres animados (humanos e animais) para eliminar microrganismos patogênicos. CONSERVAÇÃO Visa eliminar os riscos à saúde do consumidor, bem como prevenir ou retardar o surgimento de alterações indesejáveis nos alimentos. • Existem diversas maneiras para que esse controle seja exercido: – Uso de métodos mecânicos para a remoção dos microrganismos presentes; – Através de manutenção de condições desfavoráveis à multiplicação microbiana; – Através da desidratação; – Através de uso de conservantes químicos; – Através da irradiação do alimento; – Através do uso de temperaturas elevadas; – Através do uso de baixas temperaturas; – Através da combinação de dois ou mais métodos citados; CONSERVAÇÃO Pasteurização • Tratamento térmico (geralmente 62°C por 30 min, seguido de resfriamento brusco) para redução drástica no número de microrganismos presentes em alimentos, normalmente leite, seus derivados, e bebidas enlatadas ou engarrafadas Tindalização • Processo de esterilização capaz de eliminar esporos altamente resistentes ao calor. Consiste em manter, o material a 100°C por vários minutos, resfriá-lo a temperatura ambiente e incubá-lo por cerca de 24 h. O procedimento é repetido várias vezes. Durante a incubação, os esporos passam à forma vegetativa, onde são susceptíveis à destruição durante o aquecimento seguinte. ESTERILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS Esterilizar um equipamento significa eliminar todas as formas de vida de seu interior ou superfície. Em alguns processos biotecnológicos industriais a eliminação parcial da população microbiana dos equipamentos é suficiente para garantir a qualidade que se deseja no produto. A esterilização de equipamentos é feita pela aplicação de métodos físicos ou químicos. métodos físicos: calor seco, calor úmido, radiação ultravioleta, radiação com partículas gama ultra-som. métodos químicos hipoclorito, fenóis, formaldeído, óxido de etileno, ozônio, dióxido de enxofre ESTERILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS • Reatores bioquímicas e tubulações são, geralmente, esterilizados pela aplicação de calor úmido (vapor saturado). • Equipamentos destinados ao processamento de produtos de fermentação (bombas, filtros, centrífugas, misturadores, separadores, colunas cromatográficas, homogeneizadores, etc.) são preferencialmente esterilizados por calor úmido. • Material de laboratório utilizado durante o processo é esterilizado por calor úmido (autoclaves), seco (fornos) e mais raramente por radiação ultravioleta. ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO Atua por oxidação da matéria orgânica. Utilizada para esterilizar material de aço inox, vidraria, óleos e etc. Realizado em estufas Processo lento se comparado ao calor úmido. Temperatura de 160°C a 220°C 160°C por 2 horas Promove a despirogenização. ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO • VANTAGENS: Fácil instalação, baixo custo de manutenção e operação Não é tão corrosiva para instrumentos metálicos e afiados Não desgasta a superfície de vidros. • DESVANTAGENS: Difusão e penetração do calor são lentas Necessários longos períodos e altas temperaturas Materiais podem ser danificados pelo processo de oxidação Calor seco tende a estratificar-se ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO O agente de uso mais frequente é o calor úmido, fornecido por vapor de água saturado. Vantagens: facilidade de obtenção, de manuseio, eficácia Custo relativamente baixo ESTERILIZAÇÃO DE REATORES VAZIOS A esterilização de reatores vazios consiste em injetar vapor diretamente em seu interior e promover inicialmente a expulsão de todo o ar presente. Após a expulsão do ar, o reator é fechado e injeta-se vapor até que a temperatura e pressão internas sejam adequadas, comumente 121°C e 1 atm. Terminada a esterilização, a entrada de vapor é fechada e ar esterilizado deve ser injetado, para evitar que o resfriamento e a consequente condensação do vapor presente no interior do reator gere vácuo, que pode provocar danos e promover a entrada de ar contaminado. ESTERILIZAÇÃO EM AUTOCLAVES A esterilização por calor úmido de reatores de pequeno porte (até cerca de 30 L) e de vidrarias e outros materiais, inclusive meio de cultura, é em geral feita em autoclaves. ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Radiação ultravioleta é utilizada para esterilizar materiais sólidos, como vidrarias, utensílios metálicos, embalagens, etc. Os raios ultravioleta agem diretamente sobre o DNA e RNA, alterando a estrutura dessas moléculas e provocando danos ao processo de manutenção e divisão celular. BAIXO PODER DE PENETRAÇÃO Desinfecção de superfícies ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO GAMA Radiação gama, em geral produzida por cobalto 60 ou césio 137, tem poder de penetração extremamente alto. O bombardeio de microrganismos por gama gera grande quantidade de alterações nas moléculas de DNA, danificando-as, em geral irreversivelmente. Adicionalmente, inúmeras moléculas internas aos microrganismos são ionizadas (a água, por exemplo), dando origem a espécies tóxicas altamente reativas, como os peróxidos e vários radicais livres. Aplicações: artigos médico-hospitalares, plásticos, alimentos ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO gás liquefeito (C2H4O), incolor; mistura 10% ETO e 90% CO2 (altamente explosivo); aplicação em material termolábil: plásticos, equipamentos médicos, kits de diagnóstico e instrumental de aço; temperatura de 450 a 550 C, com umidade (40% a 70% UR). altamente reativo. Tendência à polimerização (acelerada quando na presença de ácidos e bases) carcinogênico e teratogênico ESTERILIZAÇÃO DE MEIOS • Esterilização de meios de fermentação por aquecimento A vapor Muitos processos fermentativos existem A presença de microrganismos estranhos “contaminantes”; • Exemplo: 1. Penicilina os contaminantes podem produzir penicilinase; 2. Fermentação acetona-butanólica, A bactéria pode ser destruída por virus bacteriófagos; Os contaminantes consomem açúcares E nutrientes, competindo com os microrganismos de interesse. O grau de eliminação dos contaminantes depende de cada caso. 16 • Processos de esterilização por aquecimento • Processos descontínuo: O meio é colocado no fermentador e então todo o sistema é aquecido com vapor. Esteriliza-se o meio e o fementador ao mesmo tempo, podendo ser por vapor direto ou indireto; O aquecimento com vapor direto, provoca diluição do meio entre 10 e 15%; A esterilização descontínuca tem as seguintes fases: 1. AQUECIMENTO: elevação da temperatura próximo de 120 oc; 2. ESTERILIZAÇÃO: temperatura é mantida constante durante o tempo de esterilização; 3. RESFRIAMENTO: refrigera-se o sistema por serpentina ou pela camisa do fermentador. 17 ESTERILIZAÇÃO POR AQUECIMENTO • Processos de esterilização por aquecimento A destruição térmica dos microrganismos ocorrem quando a temperatura está acima da temperatura mínima letal (80 a 100 oc). • Desvantagens da esterilização descontínua: a) Manutenção do meio em teperaturas relativamente altas por períodos longos, favorecendo o desenvolvimento de reações químicas e decomposiçãode nutrientes; b) Elevados consumos de vapores no aquecimento e de água no resfriamento; c) Problemas de corrosão nos equipamentos; d) Tempo não produtivo relativamente elevados, 18 ESTERILIZAÇÃO POR AQUECIMENTO Pode ser por vapor direto ou indireto também. O meio preparado é bombeado para um trocador de calor de placas ou tubos, A temperatura sobe instantâneamente e mantida por um determinado tempo de residência; O meio é enviado para outro trocador de calor para o resfriamento; O meio é enviado para um fermentador, já esterilizado; 19 ESTERILIZAÇÃO CONTÍNUA ALGUNS VALORES NUMÉRICOS DE ESTERILIZAÇÃO CONTÍNUA a) vapor de aquecimento: vapor saturado (6,8 a 8,5 atm b) bombas de recalque do mosto não esterilizado podem ser bombas centrífugas, rotativas ou de pistão; c) tempo de enchimento do fermentador: não superior a 8 hs; d) temperatura de esterilização: 130 A 165 oC; 20 ESTERILIZAÇÃO CONTÍNUA Temperaturas mais altas, porém tempos de permanência entre 5 e 10 minutos, o que diminui a destruição dos nutrientes melhorando a fermentação; Meios com densidade ou viscosidade altas, como mostos de cereais, o processo contínuo dispensa motores de potencia elevada, o que seria necessário no caso do processo descontínuo; Economia de vapor, de água de resfriamento; Os esterilizadores podem ser utilizados nos processos de cozimentos e de sacarificação; 21 VANTAGENS DESCONTINUO VS. CONTINUO Cinética da destruição térmica dos microrganismos: A velocidade de destruição depende: a) dos microrganismos b) do meio c) da temperatura Do ponto vista cinético a destruição é dada pela equação de primeira ordem: Onde: n= número de mo vivos após determinado tempo de aquecimento K= constante de destruição térmica 23 NK dt dN * CINÉTICA DA DESTRUIÇÃO TÉRMICA DESTRUIÇÃO DE NUTRIENTES O aquecimento de um meio com o objetivo de destruir microrganismos nele existentes acarreta, simultaneamente, alterações em sua composição. Reações indesejáveis, cujas velocidades aumentam com a temperatura, podem prejudicar a posterior atividade dos microrganismos da fermentação A temperatura escolhida para a esterilização do meio desempenha, nesse particular, papel relevante Quanto maior for a temperatura escolhida para se conseguir a destruição de uma dada quantidade de microrganismos do meio, menor será a destruição de nutrientes existentes nesse meio e, consequentemente, melhores serão os resultados obtidos na fermentação posterior. ESTERILIZAÇÃO DO AR As fermentações aeróbias, com o microrganismo em suspensão, constituem os processos fermentativos de maior importância industrial atualmente. Em tais fermentações a quantidade de ar introduzida no sistema é grande e é perfeitamente aceitável, que haja grande preocupação quanto a esterilização do ar a ser admitido nos fermentadores. A maior parte dos processos fermentativos é conduzida com agitação vigorosa, e o ar fornecido ao fermentador deve ser estéril. O número de partículas e microrganismos depende da localização da indústria, do movimento do ar e do tratamento prévio que o ar foi submetido MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO DO AR • Calor seco - normalmente antieconômica ou de difícil realização. • Radiações - Apenas as radiações UV poderiam ter aplicação prática, porém pouco usada devido ao grande tempo de exposição. • Filtração - o de maior aplicação na indústria. Filtros feitos de lã de vidro, acetato de celulose, etc. – Filtros com poros - retenção mecânica dos microrganismos (cartuchos de membranas de ésteres de celulose, nylon); – Filtros de camadas de material fibroso (lã-de-vidro) - Atua na combinação de vários efeitos físicos: inércia, bloqueio, difusão, separação por gravidade e atração eletrostática. FLUXO LAMINAR FIM DA AULA
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