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Petição inicial de divórcio

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________
HANNAH ARENDT, brasileira, desempregada, maior e capaz, portadora do RG xxxxxxxx, inscrita no CPF xxxxxxxxxx, residente na Rua ..., Cidade/Estado, CEP xxxxxx vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos dos art. 226, §6º da CF/88, Emenda Constitucional nº 66/10, art 1573 do Código Civil e demais dispositivos legais, por intermédio de sua advogada adiante assinado, procuração em anexo, com endereço profissional xxxxxx, nº x, Cidade/Estado, CEP xxxxxx, onde recebe notificações e intimações sob pena de nulidade, propor a presente
AÇÃO DE DIVÓRCIO, REGULAMENTAÇÃO DA GUARDA, ALIMENTOS E PARTILHA DE BENS 
em face de MARTIN HEIDEGGER, brasileiro, casado, maior e capaz, residente e domiciliado na xxxxxx, número xxxxx, Cidade/Estado, CEP xxxxx, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: 
1. DA JUSTIÇA GRATUITA
1.1. Preliminarmente, a Autora esclarece, sob as penas da Lei 1.060/50 ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não estando em condições de arcar com as despesas deste ou de qualquer outro processo sem sacrifício do seu próprio sustento e o de seus familiares, motivo pelo qual, pede que - a bem da Justiça - lhe seja concedido o benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, consoante o disposto no art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV, da CRFB/88, bem como, os artigos 98 e 99 § 4º do Código de Processo Civil.
2. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
2.1. Na oportunidade, a Requerente suplica a Vossa Excelência, em seu despacho inicial, determine a designação de audiência de conciliação, objetivando compelir o Requerido ao comparecimento iminente ao Fórum desta Comarca, na tentativa de que seja realizado um acordo judicial com maior brevidade, em razão da precária situação financeira da Requerente.
3. DA SÍNTESE DA CONTROVÉRSIA
3.1. Trata-se o presente writt de Ação de Divórcio cumulado com a regulamentação de guarda, alimentos e a divisão dos bens adquiridos na constância do casamento, pelo que passaremos a discorrer sobre os fatos a seguir. 
3.2. A Autora e o requerido estão casados desde 2006 em regime de comunhão parcial de bens. O primeiro imóvel em que o casal residiu foi adquirido pela autora no ano de 2002, tendo o casal, posteriormente, adquirido um terreno em que construíram um sítio, e dois veículos, sendo um automóvel e uma motocicleta. No período do casamento, por imposição do requerido, a autora se afastou do mercado de trabalho, bem como dos estudos em sua faculdade para dedicar seu tempo a cuidar da casa e dos filhos do casal.
3.3. Do relacionamento marital, nasceram três filhos de nomes Aristóteles, Sócrates e Platão, de dois, quatro e cinco anos, respectivamente, sendo que Aristóteles necessita de cuidados especiais, com alimentação específica.
3.4. No ano de 2019, o casal passou por algumas dificuldades e a autora decidiu que não havia mais condições de permanecer no vínculo marital. Na oportunidade, ressalta que o requerido vem evidenciando comportamentos inadequados, motivo pelo qual não podem os menores serem submetidos a guarda compartilhada. 
4. DO DIREITO
4.1. DO DIVÓRCIO
4.1.1. Verifica-se no contexto acima apresentado, que a possibilidade de convivência em comum das partes minguou com o decorrer do tempo. A fim de evitar maiores transtornos na vida da autora, a mesma optou por requerer o divórcio.
4.1.2. O Código Civil contempla expressamente a hipótese em tela, quando dispõe acerca das hipóteses que dão ensejo a dissolução do vínculo conjugal, por impossibilidade da vida em comum, quando em seu art. 1.573, parágrafo único, assim estabelece:
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
4.1.3. Nesse diapasão, o vínculo conjugal deve ser extinto, com a decretação do divórcio, tendo em vista a impossibilidade da vida em comum, diante da perda do affectio maritalis, ou seja, os sentimentos decorridos da convivência entre marido e mulher cessaram com o tempo.
4.1.4. A cônjuge virago voltará a usar o seu nome de solteira como tal, XXX
Neste tocante, cumpre lembrar, que a própria lei autoriza ao cônjuge a renunciar a qualquer momento ao nome do outro, conforme artigo 1.578, § 1º, do CC, cuja vênia pede para transcrever
Art. 1.578 [...]
§ 1º O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro.
APELAÇÃO CÍVEL. REGISTRO CIVIL. PRETENDIDA EXCLUSÃO DO PATRONÍMICO DO EX-MARIDO APÓS DECRETAÇÃO JUDICIAL DO DIVÓRCIO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. SUPRESSÃO QUE PODE SER BUSCADA A QUALQUER TEMPO. PREVALÊNCIA DO DIREITO À PERSONALIDADE E DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (ARTIGOS 11, CC/02 e ART. 1º, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). REFORMA DA SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. "A pessoa casada, que escolheu adotar o nome do cônjuge, tem liberdade para reconsiderar sua decisão inicial e voltar a usar o nome de solteiro (a), pelo qual foi reconhecido (a), ao longo da vida, seja pessoalmente, seja no meio social. É que a escolha em adotar o nome do marido (ou da esposa), por ocasião do casamento, não significa renúncia ao direito de personalidade, pois o nome (atributo da personalidade do indivíduo) é direito" irrenunciável ", vedada a" limitação voluntária "pelo titular. Caso em que o" mero arrependimento ", na ausência de prejuízo a terceiros, é motivo suficiente para deferimento do pedido de retorno do nome de solteira" (TJRS, AC nº 70063812408, Rel. Des. José Pedro de Oliveira Eckert, Oitava Câmara Cível, j. 23/4/2015).
(TJ-SC - AC: 03005093720168240070 Taió 0300509-37.2016.8.24.0070, Relator: Selso de Oliveira, Data de Julgamento: 07/02/2019, Quarta Câmara de Direito Civil)
4.1.5. A Emenda Constitucional nº 66/2010 tornou desnecessário o ajuizamento prévio da ação de separação para o fim da dissolução do casamento civil, autorizando a Requerente, desde logo a promover esta Ação de Divórcio.
4.2. DA PARTILHA DE BENS
4.2.1. A autora possuía um imóvel que fora adquirido no ano de 2002, portanto antes da realização do casamento. O casal residiu por algum tempo nesse mesmo imóvel, entretanto, a autora optou pela venda e adquiriu um terreno e dois veículos, sendo uma motocicleta e um automóvel. 
APELAÇÃO CÍVEL – SEPARAÇÃO LITIGIOSA – PARTILHA DE BENS – REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS – ART. 1658 E 1659 DO CÓDIGO CIVIL – DOCUMENTOS ACOSTADOS EM CONTESTAÇÃO EXTEMPORÂNEA QUE DEVEM SER ANALISADOS PELO JULGADOR – PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS – COMPROVAÇÃO DE AQUISIÇÃO DO IMÓVEL PELA RECORRENTE ANTES DO CASAMENTO – EXCLUSÃO DO BEM DA PARTILHA – RECURSO PROVIDO. Embora os argumentos constantes na contestação extemporânea não devam ser considerados pelo julgador, os documentos a ela anexados podem e devem ser analisados na ocasião do julgamento do feito. Nos termos dos arts. 1.658 e 1.659, I do Código Civil, no regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com exceção dos que cada cônjuge possuía ao casar. Restando comprovado nos autos que a recorrente adquiriu o imóvel objeto da controvérsia antes do casamento com o recorrido, deve o bem ser excluído da partilha decorrente da dissolução da sociedade conjugal.
(TJ-RR - AC: 08139374220168230010 0813937-42.2016.8.23.0010, Relator: Des. , Data de Publicação: DJe 12/07/2019, p.)
4.2.2. Saliente-se que foi construído um sítio no terreno adquirido durante o período em que estiveram juntos. Antes de mais nada, vale ressaltar que bens adquiridos antes do casamento não podem ser partilhados visto que ao contraírem as núpcias as partes elegeram o regime de comunhão parcial de bens, nos termos do art. 1.658 do Código Civil, entretanto apenas as benfeitorias feitas ao terreno adquirido com o montante proveniente da venda do imóvel da autora entrarão na partilha, vejamos:
Art. 1658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se osbens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.(g.n)
4.2.3. Definido o regime de comunhão, art. 1.660 do Código Civil, assim dispõe sobre os bens a serem partilhados:
I- os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um cônjuge.
4.2.4. Dessa forma Excelência, da venda do sítio, deverá ser descontado o valor do terreno que será única e exclusivamente da autora, e o valor remanescente deverá ser partilhado entre o requerido e a requerente. Por oportuno, ressalta-se que os bens móveis, quais sejam, a motocicleta e o automóvel não serão inclusos na partilha, visto que são provenientes de um direito que a autora já possuía antes da constância do casamento.
4.3. DA REGULAMENTAÇÃO DA GUARDA
4.3.1. Desta união, veio ao mundo os filhos ARISTÓTELES, SÓCRATES E PLATÃO, conforme se dimana da cópia das Certidões de Nascimento, em anexo.
4.3.2. No que diz respeito à guarda dos menores, necessário se faz que esta permaneça com a genitora, ora autora desta demanda, isso se postula pelo fato de o genitor apresentar comportamento inadequado. É sabido que atualmente as regras sobre a guarda das crianças sofreram mudanças e a tendência é para compartilhamento da guarda entre os pais, ou seja, a divisão das responsabilidades, nos moldes da Lei 13.058/2014. Entretanto, o Réu tivera atitudes inadequadas, motivo pelo qual a autora pede a guarda unilateral dos menores. Sobre a guarda dispõe o art. 1583 do Código Civil: 
Art. 1.583 – A guarda será unilateral ou compartilhada §2° a guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: 
I – Saúde e segurança; 
I- Afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; 
II- Educação.
4.3.3. Assim Exa., é possível perceber que o Réu possui comportamento inconsequente, colocando em risco a formação moral dos menores, não apresentando condições para educar e salvaguardar as crianças devido à suas irresponsabilidades. Diante do exposto, no caso dos autos, quem reúne a melhor condição de possuir a guarda dos menores é a genitora, pois já exerce esta condição assegurando a garantia dos direitos das crianças, sendo resguardado ao Réu a visita quinzenal, com finais de semanas alternados, já que o mesmo faz questão de visitá-los.
APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. ACORDO QUANTO À PARTILHA DE BENS E AO DIREITO DE VISITAS. FEITO QUE PROSSEGUIU QUANTO À GUARDA DO FILHO MENOR E À FIXAÇÃO DE ALIMENTOS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA COM A FIXAÇÃO DA GUARDA UNILATERAL EM FAVOR DA MÃE E DA VERBA ALIMENTAR EM PROL DO INFANTE EM 30% DO SALÁRIO MÍNIMO DO GENITOR. APELO DA AUTORA. VERBA ALIMENTAR. PLEITO DE MAJORAÇÃO. QUANTUM FIXADO QUE ATENDE AO BINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE. VALOR MANTIDO. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e dos recursos da pessoa obrigada a prestar a mencionada verba, não importando em majoração quando observada a proporcionalidade. RECURSO ADESIVO DO GENITOR. PRETENSÃO DE GUARDA UNILATERAL DO MENOR. CRIANÇA ADAPTADA AO AMBIENTE FAMILIAR PROPORCIONADO PELA MÃE. AUSÊNCIA DE MOTIVOS À MODIFICAÇÃO DA GUARDA. PRESERVAÇÃO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. DECISÃO MANTIDA. Pertinente a manutenção da guarda com a genitora, quando demonstrado que esta exerce a guarda do filho em ambiente saudável, atendendo ao melhor interesse da criança envolvida. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOS IMPROVIDOS.
(TJ-SC - AC: 00229579620138240033 Itajaí 0022957-96.2013.8.24.0033, Relator: João Batista Góes Ulysséa, Data de Julgamento: 26/09/2019, Segunda Câmara de Direito Civil)
5. A autora propõe, flexibilizar os dias e os horários de visitas, desde que sejam previamente estabelecidos e acordados, e que tal ato não imponha prejuízo ao rendimento escolar dos filhos. E no que diz respeito às férias escolares, feriados prolongados e às festividades de final de ano, propõe acordarem mutuamente e previamente com quem as crianças permanecerão durante os referidos períodos.
5.1. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS.
5.1.1. Fixar pensão alimentícia provisória a ser paga pelo requerido é necessária, uma vez que não é justo permitir que as despesas essenciais à sobrevivência dos filhos recaiam somente sobre a responsabilidade da genitora.
5.1.2. A razão dos alimentos provisórios requeridos nesta demanda é manter as necessidades básicas das crianças enquanto resolver o conflito.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA, DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. PENSÃO ALIMENTÍCIA DESTINADA À MENOR. ARBITRADO OS ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM 30% (TRINTA POR CENTO) DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE PELA JUÍZA DA CAUSA. DIREITO INTERTEMPORAL RESPEITO AOS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS. SITUAÇÃO JURÍDICA CONSOLIDADA SOB A VIGÊNCIA DA NORMA REVOGADA. DICÇÃO DO ART. 14 DA LEI Nº 13.105/2015, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL VIGENTE. IRRESIGNAÇÃO DO AGRAVANTE. A FIXAÇÃO DA PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA EM FAVOR DOS FILHOS DEVE CONSIDERAR O BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. A MANUTENÇÃO DO ALIMENTADO NÃO PODE CONVERTER-SE EM ÔNUS INSUPORTÁVEL AO ALIMENTANTE, E NÃO PODE DEIXAR O MENOR BENEFICIADO NECESSITADO, DEVENDO SER PROPORCIONAL À REALIDADE FÁTICA-ECONÔMICA DAS PARTES. AUSÊNCIA DE PROVA CAPAZ DE DEMONSTRAR A NECESSIDADE DE REDUÇÃO DO QUANTUM FIXADO PELA JUÍZA DA CAUSA. AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO, DECISÃO INTERLOCUTÓRIA MANTIDA. (Classe: Agravo de Instrumento, Número do Processo: 0009404-41.2015.8.05.0000, Relator (a): João Augusto Alves de Oliveira Pinto, Quarta Câmara Cível, Publicado em: 11/05/2016 )
(TJ-BA - AI: 00094044120158050000, Relator: João Augusto Alves de Oliveira Pinto, Quarta Câmara Cível, Data de Publicação: 11/05/2016)
5.1.3. O referido rogo encontra-se previsto no art. 4º da Lei nº 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, conforme se expõe:
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
5.1.4. Nesse sentido, Maria Berenice Dias, que citando Silvio Rodrigues e Carlos Alberto Bittar, narra:
“Talvez se possa dizer que o primeiro direito fundamental do ser humano é o de sobreviver. E este, com certeza, é o maior compromisso do Estado: garantir a vida dos cidadãos. Assim, é o Estado o primeiro a ter obrigação de prestar alimentos aos seus cidadãos e aos entes da família, na pessoa de cada um que integra. (...). Mas infelizmente o Estado não tem condições de socorrer a todos por isso transforma a solidariedade familiar em dever alimentar. Este é um dos efeitos que decorrem da relação de parentesco.”
5.1.5. Portanto para assegurar aos menores, proteção jurisdicional aos direitos fundamentais durante o curso do processo, requer-se que sejam arbitrados alimentos provisórios, no percentual de 30% (trinta por cento) dos rendimentos do genitor, a serem pagos até o dia 10 (dez) de cada mês mediante depósito na Conta Poupança de nº xxxxx, agência xxxx, operação xxx, Banco xxxxxx, em nome da genitora.
5.2. DOS ALIMENTOS EM CARÁTER DEFINITIVO
5.2.1. A Constituição Federal, em seu art. 229, dispõe:
Art. 229. Os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
5.2.2. Entretanto, o art. 1.634, inciso I do Código Civil revela que “a criação e a educação dos filhos menores compete aos pais”. Como já explicitado introito supra, compete também ao requerido promover a subsistência dos menores.
5.2.3. A ação de alimentos é disciplinada pela Lei nº 5.478/68 e em seu art. 2º, informa com clareza que “O credor de alimentos, exporá suas necessidades, provando apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor”.
5.2.4. Assim, resta mais que provado que o genitor tem o dever de prestar alimentos não podendo de forma alguma se escusar de tal dever em nenhuma hipótese.
APELAÇÃO CÍVEL. FIXAÇÃO DE ALIMENTOS. FILHOS MENORESDE IDADE. DEVER DE SUSTENTO. DECISÃO ADEQUADA AO EQUILIBRIO DO BINÔMIO ALIMENTAR. VALOR MANTIDO. Os pais possuem dever de sustento em relação aos filhos menores, como dita o art. 1.566, inc. IV, do Código Civil, sendo que o valor da verba alimentar deve atentar às necessidades do beneficiário e às possibilidades da pessoa obrigada (§ 1º do art. 1.694 do CCB). No caso, são presumidas as necessidades das crianças, como idades entre 02 e 14 anos, e certas as possibilidades do alimentante, que tem remuneração mensal total em valor superior a 7 salários mínimos. Assim, considerando que se trata do sustento de três filhos, que a genitora está desempregada e as referidas possibilidades do apelante, não há falar em redução dos alimentos, fixados pela sentença em 30% dos seus rendimentos, tomado o valor bruto, excetuados os descontos obrigatórios. NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70081015299, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 12/06/2019).
(TJ-RS - AC: 70081015299 RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Data de Julgamento: 12/06/2019, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 14/06/2019)
5.2.5. Desta feita, se faz necessário que Vossa Excelência fixe alimentos definitivos no percentual de 30%(trinta por cento) dos seus rendimentos, a serem pagos até o dia 10(dez) de cada mês, mediante depósito na Conta Poupança de nº xxxxx, agência xxxx, operação xxx, Banco xxxxxx, em nome da genitora.
5.3. DOS ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS PARA A AUTORA
5.3.1. Como explicitado introito supra, por imposição do requerido a autora afastou-se do mercado de trabalho e dos seus estudos para dedicar-se aos trabalhos domésticos, quais sejam, cuidar da casa e dos filhos.
5.3.2. Com o rompimento do laço matrimonial, a autora experimentou uma discrepância abrupta e involuntária na sua qualidade de vida, visto que está afastada do mercado de trabalho e não possui condições financeiras para suprir suas necessidades e as dos seus filhos.
5.3.3. Dessa forma, vem respeitosamente requerer alimentos compensatórios por um determinado período para que possa se recolocar no mercado de trabalho e assim, através do seu próprio esforço conseguir se manter.
5.3.4. Em que pese a requerente possua bens, não poderia simplesmente cerrar os olhos para a dedicação oferecida ao requerido e seus filhos por anos. Dedicação essa que exigiu de si própria a escolha entre a sua carreira profissional ou o sucesso do seu matrimônio. Ademais, um dos menores possui necessidades especiais, o que evidencia a indispensabilidade da genitora aos cuidados do filho a todo momento.
5.3.5. Em jurisprudência recente, o STJ decidiu que o dever de prestar alimentos ao ex cônjuge é medida excepcional e tem caráter temporário, o que se enquadra no presente writt visto que conceder alimentos provisórios a parte autora faz necessário para que possa ter um pouco de dignidade e possa se organizar para retornar as suas atividades laborais, vejamos:
RECURSO ESPECIAL - DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - PENSIONAMENTO ENTRE EX-CÔNJUGES - EXCEPCIONALIDADE - CARÁTER TEMPORÁRIO - CAPACIDADE LABORATIVA E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO DA EX-CONSORTE - EXONERAÇÃO - POSSIBILIDADE - PROVIMENTO DO APELO EXTREMO. Hipótese: Trata-se de ação de exoneração de alimentos julgada parcialmente procedente pelas instâncias ordinárias para exonerar o autor de prestar alimentos aos filhos, mantendo o dever em relação à ex-esposa. 1. Esta Corte firmou a orientação no sentido de que a pensão entre ex-cônjuges não está limitada somente à prova da alteração do binômio necessidade-possibilidade, devendo ser consideradas outras circunstâncias, como a capacidade do alimentando para o trabalho e o tempo decorrido entre o início da prestação alimentícia e a data do pedido de exoneração. Precedentes. 2. A pensão entre ex-cônjuges deve ser fixada, em regra, com termo certo, assegurando ao beneficiário tempo hábil para que seja inserido no mercado de trabalho, possibilitando-lhe a manutenção pelos próprios meios. A perpetuidade do pensionamento só se justifica em excepcionais situações, como a incapacidade laboral permanente, saúde fragilizada ou impossibilidade prática de inserção no mercado de trabalho, que evidentemente não é o caso dos autos. Precedentes. 3. A ausência de alteração nas condições financeiras dos envolvidos, por si só, não afasta a possibilidade de desoneração dos alimentos prestados à ex-cônjuge. Precedentes. 4. No caso em apreço, não se evidencia hipótese a justificar a perenidade da prestação alimentícia e excetuar a regra da temporalidade do pensionamento devido aos ex-cônjuges, merecendo procedência o recurso, em razão do lapso de tempo decorrido desde o início da prestação alimentar até o pedido de exoneração. 5. Recurso especial conhecido e provido. (STJ – Resp: 1370778 MG 2013/0053120-0, Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 10/03/2016, T4 – Quarta Turma, Data de Publicação: DJe 04/04/2016)
5.3.6. Dessa forma, requer a priori seja concedido alimentos provisórios em caráter temporário no valor de 20%( vinte por cento) dos seus rendimentos, a serem pagos até o dia 10(dez) de cada mês, mediante depósito na Conta Poupança de nº xxxxx, agência xxxx, operação xxx, Banco xxxxxx, em nome da autora.
6. DOS PEDIDOS
6.1. Ex positis, requer a Vossa Excelência: 
6.2. A concessão dos benefícios da justiça gratuita com fundamento no art.5º, LXXIV da CF/88, no art. 98 do CPC, bem como na Lei nº 1.060/50, visto que a autora é pobre na acepção jurídica do termo;
6.3. Que seja a presente ação julgada procedente, decretando-se o divórcio nos exatos termos da exordial, expedindo-se o competente mandado de averbação para que volte a usar o nome de solteira;
6.4. A fixação dos alimentos provisórios no percentual de 30%(trinta por cento) dos seus rendimentos, a serem pagos até o dia 10(dez) de cada mês, mediante depósito na Conta Poupança de nº xxxxx, agência xxxx, operação xxx, Banco xxxxxx, em nome da genitora;
6.5. A expedição de oficio a empresa X, situada na xxxxxx, Cidade/Estado, CEP: xxxxxxxx, na pessoa de seu representante legal, para que proceda o pagamento da pensão alimentícia mediante desconto em folha de pagamento a ser depositado até o dia 10 (dez) de cada mês.
6.6. A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público para que acompanhe o feito até o final, sob pena de nulidade.
6.7. A designação de audiência de conciliação;
6.8. A citação do Requerido no endereço de sua residência supra citado na qualificação das partes, para comparecer na audiência de conciliação a ser designada com maior brevidade possível, ou querendo contestar a presente sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;
6.9. Seja a presente julgada procedente nos termos da exordial, o deferimento da guarda dos menores em favor da Requerente, autorizando apenas a visita do genitor, aos alimentos em favor dos menores e da autora, bem como sejam os bens partilhados na forma da lei, consequentemente expeça-se os respectivos mandados de averbações que se fizerem necessários;
6.10. Seja o requerido condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios conforme previsto no CPC/2015;
6.11. Que todas as intimações e publicações deste processo sejam realizadas exclusivamente em nome da Bel xxxxxxx, OAB/XX nº xxxx, por ser esta a responsável pelo acompanhamento jurídico, sob pena de nulidade absoluta do ato;
6.12. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal, juntada de documentos, oitiva de testemunhas, e todas mais que se fizerem necessárias para o deslinde da causa, sem prejuízo de outras provas que se revelarem úteis a completa elucidação dos fatos.
Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxx
Nestes termos,
Pede deferimento.
Cidade/Estado, 13 de junho de 2020
Advogado(a) XX
OAB/XX

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