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Ação DEclaratoria de inexistencia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO.
Thais Lorrayne Alves de Souza, brasileira, estado civil, profissão, portadora do RG nº XXX.XXX.XXX-XX, inscrita sob o CPF nº 066.314.381-01, residente e domiciliada no endereço XXX, endereço eletrônico XXX, vem por seu advogado que subscreve a presente, a presença de V. Exa, com fulcro nos arts. 19º, I, e 319, ambos do Código de Processo Civil c/c art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente adiante declinados propor, 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C COM TUTELA ANTECIPADA 
em face de UNOPAR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S/A, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº 38.733.648/0001-40, com sede na Av. Mangalô, 742 - 56 - St. Morada do Sol, Goiânia - GO, CEP: 74475-115, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
PRELIMINARMENTE
I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Primeiramente, cumpre manifestar aos autos de que a autora faz jus à concessão do beneficio da gratuidade de Justiça, conforme a presente declaração de hipossuficiência (Doc. Anexo), haja vista que não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento do sustento da sua família, conforme assegura a Lei 1.060/50 e o art. 99 do Código de Processo Civil.
II – DOS FATOS
A Autora efetuou a solicitação da vaga para o curso de Marketing Digital na faculdade Unopar, através do site Quero Bolsa. Pagou a matrícula e aguardou o login e senha do site do aluno para começar os estudos, porém não houve contato da faculdade. A autora decidiu aguardar a quarentena para iniciar suas aulas. 
No dia 06 de Fevereiro de 2020, enviou um e-mail para a faculdade que não foi respondido, depois de algum tempo no dia 01 de Março de 2020, houve resposta da instituição dizendo que as matérias da sua antiga faculdade não foram aproveitadas. Recebeu então um SMS da instituição alegando que as parcelas das mensalidades estavam em atraso e diversas ligações de cobrança. 
Em uma dessas ligações foi informado que a autora estava matriculada na faculdade pois solicitou a matricula através do vestibular pela nota do enem. Logo após foi surpreendida com mensagens informando datas de provas, importante frisar que a autora sequer tinha login no site da faculdade. E que em suas tentativas frustradas apareciam mensagens de “matricula não encontrada”. A Requerente sequer assinou contrato com a faculdade e não enviou nenhum documento para a matrícula. A faculdade continuará a realizar as cobranças das mensalidades até o final do semestre letivo. 
III – DO DIREITO
Importante expressar nesta peça inicial, a relação de consumo entre a autora como consumidora, e a ré como fornecedora de serviços, preceitos básicos da relação consumerista expressa nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, senão vejamos:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se o consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
A relação consumerista entre as é evidente, tornando-se o Código de Defesa do Consumidor alicerce para análise da vulnerabilidade da autora em detrimento da ré.
O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 6º, inciso VIII, contempla dentre os direitos básicos inerentes ao consumidor, à facilitação da defesa de seus direitos, inclusive a inversão do ônus da prova ao seu favor, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
No presente caso, a autor possui o direito de ter invertido o ônus da prova, uma vez que ele, na qualidade de consumidor, constitui a parte hipossuficiente da relação, haja vista que não possui o conhecimento técnico da ré, enquanto fornecedora e prestadora de serviços. Deste modo, a autora merece, desde já, ter acolhido o pedido de inversão do ônus da prova.
Neste sentido, é o entendimento do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TELEFONIA (OI S/A). PLANO DE INTERNET PARA CELULAR. COBRANÇA EXCESSIVA. INSURGÊNCIA EM FACE DA SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. IRRESIGNAÇÃO DA AUTORA. JUSTIÇA GRATUITA. COMPROVAÇÃO DE RENDIMENTOS E DESPESAS. HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA CONFIGURADA. DEFERIMENTO. FATURAS COM VALORES EXORBITANTES, MUITO SUPERIORES AO CONSUMO MENSAL MÉDIO DA USUÁRIA. EVIDENTE ANORMALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, ANTE A HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA DA CONSUMIDORA. CORREÇÃO DOS DADOS DAS FATURAS NÃO COMPROVADA. BLOQUEIO DA LINHA TELEFÔNICA. TENTATIVAFRUSTRADA DE SOLUCIONAR O EQUÍVOCO POR MEIO DE CONTATO TELEFÔNICO. DESCUMPRIMENTO DO ACORDO CELEBRADO PERANTE O PROCON. DESCASO DA OPERADORA. DANO MORAL CARACTERIZADO. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM INDENIZATÓRIO. OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO INPC A PARTIR DO ARBITRAMENTO. JUROS DE MORA DE 1% AO MÊS DESDE A CITAÇÃO. INVERSÃO DOS ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ARBITRADOS EM 15% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO, A TEOR DO ART. 85, § 2º, DO NCPC. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. (TJSC, Apelação n. 0026925-12.2011.8.24.0064, de São José, rel. Des. Carlos Adilson Silva, j. 31-05-2016).
No entanto, requer a inversão do ônus da prova para que a ré traga a este juízo a ligação de protocolo nº 201641589219 a fim de reafirmar a veracidade da alegação, visto que a autora não reconhece a cobrança dos valores, bem como sua negativação no cadastro de inadimplentes.
DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
Sabe-se que o credor pode inscrever o nome do devedor inadimplente nos órgãos de proteção ao crédito, visto que age no exercício regular de um direito (CC, art. 188, I).
Contudo, se a inscrição é indevida (v. G., inexistência de dívida ou débito quitado), o credor é responsabilizado civilmente, sujeito à reparação dos prejuízos causados, inclusive quanto ao dano moral. No caso dos autos, a demandante está sendo cobrada por débitos, um foi um supostamente contraído por um contrato inexistente uma vez que a mesma não enviou seus documentos a instituição e não assinou qualquer documento com a Requerida sendo descabida qualquer tipo de cobrança e/ou ameaça de inserção do nome do requerente no cadastro de restrição ao crédito.
Com efeito, a demandada, ao cobrar serviços não utilizados, praticou ato abusivo em desacordo com os princípios informadores do Código de Defesa do Consumidor e de todo o ordenamento jurídico.
A requerida além de não fornecer o serviço, impôs a autora cobrança de valores indevidos e, mesmo após alertada sobre a não contratação, continuou incessantemente a cobrar uma dívida inexistente, chegando a deixar a autora apreensiva sobre a inserção de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito.
DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
Disponibiliza o artigo 303 do Código de Processo Civil: 
Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Em referência ao artigo supracitado, cabe à requerente solicitar a antecipação dosefeitos da tutela haja vista que se trata de uma lide indevida, pois o erro persiste por omissão da parte requerida, que acarretou prejuízos a requerente, além do ´perigo de impossibilitá-la de utilizar seu CPF para obter créditos na praça. No entanto, se houvesse a eficácia na busca de reparação do dano, a medida judicial seria dispensável.
Quanto ao fumus boni iuris, não há o que se discutir sobre a legitimidade da requerente em pleitear em favor dos seus direitos, haja vista que é indubitável a legitimação para pleitear o direito ora proposto, uma vez que a mesma tem comprovado através de documentos o dano que pode vir a sofrer.
No que concerne ao periculum in mora, esse justifica, pois a requerente necessita de ter o quanto antes a suspensão da dívida, haja vista estar em iminente perigo de sofrer danos a sua moralidade e honra, tendo em vista que não houve contrato com a instituição, o que leva a conclusão de que nunca se tornou inadimplente e tão pouco de ter seu nome na lista de negativados.
DOS PEDIDOS
Diante do anteriormente exposto, tem a presente para REQUERER:
A- Deferimento da tutela antecipada, a fim de barrar a incidência do nome da autora do Órgão de Proteção ao Crédito tendo em vista uma negativação indevida, sob pena de multa diária a ser fixada por este Juízo;
B- Concessão dos benefícios da gratuidade da justiça;
C- A inversão do ônus da prova, na forma do art. 6º, VIII do CDC, ficando ao encargo da ré a produção de todas as provas que se fizerem necessárias ao andamento do feito.
D- O recebimento da presente ação devidamente instruída com os documentos que acompanham, determinando-se o registro e autuação;
E- Declarar inexistente qualquer débito, tendo em vista que a autora sequer possui contrato com a Instituição de ensino, conforme demonstrado nesta inicial;
F- Citação da ré, para que apresente resposta no prazo legal, sob pena de confissão e revelia;
G- Citação da ré para audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 334 do CPC; não ocorrendo auto composição, seja prazo para a mesma apresentar contestação nos termos do art. 335 do CPC;
H- Provar o alegado por todos os meios de provas e direitos admitidos, incluindo depoimento pessoal, testemunhal e produção de prova documental;
I- A condenação da ré ao pagamento das despesas e custas processuais e, em caso de recurso, honorários sucumbenciais na ordem de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;
Dá-se a presente o valor da causa em R$ 2.094,00 (dois mil e noventa e quatro reais).
Nestes termos, pede deferimento.
Goiânia, 22 de Abril de 2020.
José de Jesus Araújo
OAB XXXXX

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