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AULA 1 - AUDITORIA

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AUDITORIA
1. Conceitos e Objetivos
Etimologicamente, a palavra auditoria se origina do Latim audire (ouvir). Inicialmente foi utilizada pelos ingleses (auditing) para significar o conjunto de procedimentos técnicos para a revisão da contabilidade. Atualmente, possui sentido mais abrangente. 
No sentido lato, auditoria é o processo de confrontação entre uma situação encontrada e um determinado critério, ou, em outras palavras, é a comparação entre o fato ocorrido e o que deveria ocorrer. 
Pode-se afirmar também que, nessa acepção, auditoria significa um conjunto de procedimentos técnicos aplicados de forma independente sobre uma relação que envolve a obrigação de responder por uma responsabilidade conferida (relação de accountability – que, consoante a Fundação Canadense de Auditoria Integrada, presume a existência de pelo menos duas partes: uma que delega a responsabilidade e outra que a aceita), com o compromisso de prestar contas na forma de como a delegação foi ou está sendo cumprida, objetivando emitir um informe de como essa obrigação está sendo cumprida. Ou seja, para verificar se os relatórios e informações decorrentes dessa relação são adequados e justos. 
Segundo a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores – INTOSAI, a auditoria “é o exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com vistas a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e normas”. Pode ser conceituada também como o processo de exame independente de determinadas situações, objetivando a emissão de juízos sobre a conformidade com padrões, que são denominados de critérios de auditoria. 
Auditoria é o ato de confrontar a condição – situação encontrada – com o critério – situação que deve ser – na forma demonstra na figura a seguir: 
Fig. 01 – Conceito de auditoria
 (
CRITÉRIO 
) (
CONDIÇÃO
) x
 (
AUDITORI
A
 
)
A definição dos critérios auditorias é de fundamental importância para a realização dos exames. Pode-se até a afirmar que sem critério não há auditoria. Leclerc et all (1996, p. 227) corroboram este entendimento, quando afirmam: 
Outra característica importante é a existência de critérios apropriados, relevantes e acordados, sobre os quais o auditor baseará seu exame e a opinião resultante. Sem estes critérios, os auditores não poderiam emitir uma opinião que uma terceira parte pode julgar como objetiva e, os relatórios resultantes poderiam ser considerados como parciais ou altamente subjetivos. 
Em um sentido estrito, a auditoria se restringe apenas ao universo contábil ou financeiro. Surge daí o conceito de Auditoria Contábil, que objetiva, após aplicação de procedimentos específicos com base em normas profissionais e de forma independente, a emissão de opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis ou financeiras, o que significa dizer se essas representam apropriadamente à situação orçamentária, financeira e patrimonial, o resultado das operações, as mutações ou variações no patrimônio e as fontes e aplicações de recursos de uma organização, em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e legislação pertinente. 
Uma boa auditoria pode contribuir para resguardar os direitos de terceiros, para reduzir a ineficiência das operações e a prática de atos abusivos e para assegurar a adequação das demonstrações contábeis e outras informações financeiras. Seu surgimento de forma sistemática confunde-se com o próprio processo de acumulação de capital.
É também, uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre de determinado dado.
A auditoria das demonstrações contábeis visa às informações contidas nessas afirmações, assim é evidente que todos os itens, formas e métodos que as influenciam também estarão sendo examinados. O exame da auditoria engloba a verificação documental, os livros e registros com características controladoras, a obtenção de evidências de informações de caráter interno ou externo que se relacionam com o controle do patrimônio e a exatidão dos registros e as demonstrações deles decorrentes. A ênfase que se dá a cada situação depende de uma série de decorrências dos diferentes segmentos que compõem a organização.
Os exames de auditoria obedecem às normas de auditoria e incluem procedimentos de comprovação dos dados em estudo caracterizados por uma atitude de reflexão competente e independente. 
Um quadro sinóptico da visão da auditoria pode ser assim resumido:
 (
Patrimônio da Entidade
)
 (
Demonstrações e Informações Contábeis
)
 (
Contábeis
) (
Financeiros 
) (
Controles 
) (
Gerenciais
)
 (
AUDITORIA
)
 (
Atitude Preventiva
) (
Atitude Profissional
) (
Atitude Mental
)
Atitude mental
A atividade da auditoria é fundamentalmente crítica, voltada às regras em vigor por força das normas implantadas para o controle do patrimônio, testando sua atividade e cerceamento às possibilidades de riscos e erros.
A ação da auditoria não pode se limitar àquilo que está registrado nos livros oficiais, mas também àquilo que pode ter sido omitido nos registros principais. Dependendo das circunstâncias vividas pelas empresas, determinados dados podem ter sido omitidos propositadamente dos registros principais que, se considerados, podem acabar transformando, por completo, a situação patrimonial e financeira da empresa em exame.
Suponha, por exemplo, o caso de uma empresa de transporte que pode ter perdido, por uma fatalidade, parte substancial dos equipamentos e veículos de transporte. Muito embora possam existir adequadas apólices de seguro sobre tais equipamentos, a continuidade operacional da organização pode estar ameaçada, e, com isso, colocando em risco a própria relação de continuidade da empresa.
A auditoria deve-se valer de todos os meios de provas que dispuser a seu alcance para apurar a propriedade dos registros contábeis, mesmo que recorra a provas externas, fora do setor ou da empresa em exame, até que se sinta plenamente satisfeita em suas convicções. Não pode existir, em nenhuma circunstância, falta de comprovação na conclusão do trabalho de auditoria, mesmo de elemento que dificulte a obtenção de prova e, com isto, seja indevidamente julgado como sendo desnecessário. Nesse caso, havendo dificuldade ou inviabilização de elemento de prova, trata-se de elemento impeditivo de opinião, uma vez que o trabalho do auditor é primado pela factualidade.
Atitude profissional
A atitude de auditoria, com vistas ao objeto em exame, reflete a combinação de uma educação profissional adquirida com o conhecimento técnico pelo estudo permanente de novas ferramentas de trabalho, regulamentações, aprimoramento pessoal e pela experiência adquirida através de trabalhos diferentes com o uso do raciocínio e julgamentos; complementados pela maturação pessoal dando-lhe capacitação mental e intelectual para avaliar e concluir os dados em exame.
Novos instrumentos financeiros de defesa patrimonial, terceirização de serviços anteriormente executados pela empresa, processamento de informações feito fora da empresa,são outros eventos que merecem o aprendizado de técnicas de auditoria a observar. A atualização de informação que praticamente ocorre de forma diária, como a mudança de legislação, implantação de sistemas e organismos de controles e de novas formas de riscos dada a velocidade que acontecem, assim como o de mecanismos financeiros são rotinas obrigatórias de estudo por parte do auditor.
Atitude preventiva
A auditoria deve primar pela construção de uma reputação proba, alicerçada em padrões morais inatacáveis. A aposição da assinatura do auditor no parecer de auditoria que acompanha as demonstrações contábeis implica no exercício de uma atitude preventiva, de alguém com força moral suficiente para poder dar credibilidade a elas e poder dizer, de forma clara e precisa, o que precisa ser dito em qualquer circunstância. Seu julgamento será a basepara que outras pessoas exerçam seus próprios julgamento sem relação às informações contidas nas demonstrações contábeis, e daí seu comprometimento por ser um juiz de um dado com provável atuando de forma capacitada e lícita na emissão de sua opinião.
O exame do auditor deve se concentrar nos dados em exame e deve olhar para a empresa,seus administradores, seus colaboradores de forma independente e isenta. Assim não pode ter realizado nenhum tipo de trabalho nesta empresa que possa comprometer sua opinião.
Seu trabalho deve se concentrar nas informações, nos controles, nos documentos e todos os fatores que de em a base solidificada de sua opinião.
O termo auditor
A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por conseqüência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais.
O termo auditor não é exclusivo do ramo contábil, existindo a mesma nomenclatura em outras diferentes atividades, porém exercidas com objetivos similares.
2. Evolução Histórica da Auditoria
Os primeiros vestígios de atividades relacionadas à auditoria, segundo Sá (2010, p. 21), surgiram na antiga Suméria, comprovados por meio de provas arqueológicas de inspeções e verificações de registros a mais de 4.500 anos antes de Cristo. 
Posteriormente, outros relatos aconteceram em Roma, em Londres, em Paris, em Veneza, em Milão e em Bolonha. Em Roma, por exemplo, ela surgiu para tornar-se um instrumento de controle do antigo império. 
A profissão da auditoria contábil remete ao século XIX na Inglaterra, com uma forte influência da revolução industrial e com a expansão de negócios para os Estados Unidos. O fator que alavancou atividade da auditoria foi o seguinte a grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como conseqüência do crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos.
O grande momento da auditoria ocorreu depois da crise americana de 1929, conhecida também como Grande Depressão.
Em essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da evolução da contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países, síntese do crescimento das empresas e da expansão das atividades produtoras; gerando crescente complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras como uma força motriz para o desenvolvimento da economia de mercado.
A veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do capital investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que confirmasse,de forma independente; a qualidade e precisão das informações prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor.
Embora cronologicamente haja indícios da existência da profissão de auditor desde o século XIV, esta é, em verdade, uma função nova que vem experimentando excepcional desenvolvimento com diferentes graus de especialização. Como a auditoria é proveniente da própria contabilidade, é justo que se indique o conjunto de dados históricos que permita comparabilidade entre as duas atividades
Foi a partir da criação do SEC, em 1934, nos Estados Unidos, que a profissão de auditor assume importância e cria um novo estímulo; uma vez que as empresas que transacionavam ações na Bolsa de Valores foram obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar maior credibilidade a suas demonstrações contábeis.
A evolução da Contabilidade, no sentido de se tomar um elemento informativo, dinâmico e de apoio aos administradores em geral, assumindo características modernas com o uso de equipamentos que permitem, inclusive, a contabilização de transações real time;acrescida do fato de servir de alerta à obediência e controle de transações e de seguimento às determinações fiscais e legais, impele numa dinâmica frenética ao aperfeiçoamento constante tanto da Contabilidade, como responsável pela implantação destes itens; quanto da Auditoria, como responsável que este conjunto harmônico reflita-se nas demonstrações contábeis e as tomem confiáveis.
A evolução da auditoria no Brasil está primariamente relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstrações contábeis auditadas.
As principais influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil foram:
a) filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;
b) financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais;
c) crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas;
d) evolução do mercado de capitais;
e) criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em1972; e
f) criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por Ações em 1976.
A Lei das Sociedades por Ações determinou que as companhias abertas, além de observarem as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma comissão.
Para os efeitos dessa Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou no mercado de balcão. Somente os valores mobiliários de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser distribuídos no mercado e negociados em bolsa ou no mercado de balcão.
A definição de companhia aberta adotada é mais ampla que o conceito fiscal de sociedade de capital aberto, pois toda companhia que faz apelo, por mínimo que seja, à poupança pública, cria; ao ingressar no mercado de capitais, relações que inexistem na companhia fechada e que exigem disciplina própria para proteção da economia popular e no interesse do funcionamento regular e do desenvolvimento do mercado de valores mobiliários.
A Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, criou a Comissão de Valores Mobiliários e estabeleceu a disciplina e fiscalização para as atividades de auditoria das companhias abertas, dando à referida Comissão atribuição de examinar a seu critério os registros contábeis, livros ou documentos dos auditores independentes. Segundo a referida lei, somente as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar as demonstrações contábeis de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. Além disso, estabeleceu que as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão, civilmente, pelos prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício de suas funções.
Como se observa, o exercício da auditoria independente ainda está condicionado àquelas empresas integrantes do Mercado de Capitais e as do Sistema Financeiro. Demais empresas são auditadas geralmente a pedido de seus acionistas, proprietários ou por acordos firmados com terceiros como financiadores, fornecedores etc. O exercício da auditoria independente ainda não é aplicável à totalidade das empresas e há todo um mercado a ser desenvolvido. Por esse motivo, também a boa técnica contábil deixa de ser utilizada e certamente não há um padrão quanto à adoção de princípios contábeis e fiscais usado uniformemente pelas empresas em geral.
Durante um recente período de tempo, determinadas ocorrênciasabalaram os alicerces das estruturas das empresas, as quais motivadas por fatores de elevação de seus valores patrimoniais confiáveis, em demonstrativos que impeliram outros a uma verdadeira catástrofe financeira mundial. 
Empresas anteriormente denominadas como ícones estruturais revelaram-se verdadeiros castelos construídos em areia, resultando em perdas a inúmeros acionistas e financiadores de projetos e de investimentos; os quais basearam suas decisões certamente em demonstrações contábeis e financeiras produzidas com características de beleza de lucros e resultados inatingíveis e com ausência de critérios consistentes.
Neste intervalo de tempo, tanto no Brasil como no exterior, estudos e alterações de legislações foram realizados para dar melhor adaptação às informações contábeis; pois permitem o desenvolvimento de normas internacionais que possam auxiliar não só no preparo como na interpretação das informações contábeis e financeiras de forma padronizada com aplicação internacional.
Referencias Bibliográficas:
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 510 p.
FRANCO, Hilario; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil: normas de auditoria, procedimentos e papéis de trabalho, programas de auditoria, relatórios de auditoria. 4.ed. atual. São Paulo: Atlas, 2001. 607 p
SÁ, Antônio L. de. Curso de Auditoria, 10 Ed. São Paulo: Atlas, 2010. 568 p.
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