Buscar

Casos Concretos e considerações AV2 - ADMINISTRATIVO II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AV2 – DIREITO ADMINISTRATIVO II
APONTAMENTOS DO PROFESSOR
1- Disserte acerca do Controle da Administração Pública, em especial sobre as atribuições do TCU.
Momento: 
A) Prévio ou preventivo – é aquele que ocorre antes da prática de um ato administrativo. Ex: concessão de liminar em mandado de segurança para impedir a prática futura de algum ato ilegal pela Administração Pública. 
B) Concomitante – é o controle que ocorre durante a prática de um ato administrativo. Ex: fiscalização de uma obra durante a execução
C) Posterior ou subsequente – é aquele que ocorre após a realização do ato administrativo. Ex: homologação de licitação após o preenchimento de todas as formalidades legais.
Objeto: 
A) Legalidade – controla-se o fato do ato ter sido praticado ou não nos termos da lei. Esse controle é feito pela administração pública ou pelo poder judiciário. ilegalidade = anulação.
B) Mérito – nesse caso o controle recai sobre aspectos de conveniência e oportunidade. Quem realiza o controle é a própria administração pública. O poder judiciário NÃO realiza controle do mérito do ato administrativo.
FORMAS:
A) Controle administrativo – é aquele realizado pela própria administração pública. Decorre da autotutela, que é o poder que possui a administração pública de controlar os seus próprios atos, anulando os ilegais ou revogando os inconvenientes ou inoportunos ao interesse público.
De acordo com a súmula 473, STF: “A administração pública pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque não se originam direitos, ou revoga-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
B) Controle legislativo – trata-se de um controle realizado pelo poder legislativo correspondente a cada ente da federação.
Câmara/Senado = União;
Assembleia Legislativa = Estado;
Câmara de vereadores = Município.
Esse controle pode ser de cunho POLÍTICO, realizado pelas comissões parlamentares de inquérito (CPI) ou FINANCEIRO, realizado com o auxílio dos Tribunais de contas. 
CPI’S: possuem poderes investigatórios próprios das autoridades judiciais e são criadas para apuração de fatos determinados e por prazo certo. As conclusões das CPI’S devem ser encaminhadas ao MP para que possam promover, quando for o caso, a ação de responsabilidade civil ou criminal contra infratores. (colhe as infrações, redige, encaminha ao MP para avaliar e adotar a medida criminal, ambiental, política, pública etc).
TRIBUNAL DE CONTAS: Por outro lado, o poder legislativo realiza o controle FINANCEIRO com o auxílio do TRIBUNAL DE CONTAS com o qual competirá:
A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República;
B) Julgar as contas dos administradores das entidades que compõem a administração direta e indireta;
C) Apreciar para fins de registro a legalidade dos atos de admissão de pessoal;
D) Realizar, quando necessário, auditoria de natureza contábil e financeira;
E) Fiscalizar o repasse de recursos financeiros da União para os Estados ou Municípios;
F) Prestar informações às casas legislativas de Fiscalizações realizadas;
G) Aplicar multa (pessoal) aos gestores públicos responsáveis por irregularidades;
H) Fixar prazo para adoção de providências;
I) Suspender a execução de determinados atos ilegais;
J) Representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos em fiscalizações.
C) Controle judicial – é o controle realizado pelo poder judiciário e que recai exclusivamente sobre os aspectos de legalidade dos atos administrativos. 
Obs: o poder judiciário NÃO controla o MÉRITO do ato administrativo.
O controle judicial, de forma diferente do controle administrativo, só pode ser iniciado mediante provocação. Os principais instrumentos de provocação são: 
· Mandado de segurança – tem como objetivo, assegurar direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade ou pelo abuso de poderm for autoridade pública;
· Ação popular – pode ser proposta por qualquer cidadão (eleitor) e visa a anulação de ato lesivo ao patrimônio público, a moralidade pública, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;
· Habeas data – tem como objetivo assegurar o conhecimento de informações constantes de registros ou bancos de dados públicos governamentais ou ainda, para retificar dados incorretos.
2- No que consiste a responsabilidade civil do Estado?
É a possibilidade (o dever que o Estado possui) de responder e eventualmente, reparar os danos causados a particulares, por agentes públicos em decorrência de sua atuação funcional.
Fundamento legal – art. 37, §6º da CF. OBS: não há lei específica sobre o tema. Já tramitou na câmara dos deputados um projeto para criar uma lei orgânica da administração pública, mas o mesmo não foi colocado em pauta.
· Evolução doutrinária:
- Período da Irresponsabilidade: o Estado podia causar prejuízos e danos às pessoas, que não seria responsabilizado;
- Período da Responsabilidade Subjetiva: o Estado começa a ser responsabilizado pelos danos causados, mas era preciso comprovar dolo ou culpa para sua responsabilização;
- Período da Responsabilidade Objetiva: A responsabilidade do Estado independe de dolo ou culpa. Basta comprovar que os danos foram causados por uma conduta da administração pública. Admite como excludentes o caso fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima. (adoção da teoria do risco administrativo)
Obs: a responsabilidade objetiva recai sobre as pessoas de direito público (União, Estados, DF, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas), como também sobre as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Obs2: respondem também de forma objetiva, as empresas concessionárias e permissionárias, uma vez que são pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
*ATENÇÃO*
As pessoas jurídicas de direito público, responderão pelos prejuízos causados por seus agentes, desde que tenham agido na condição de agente público.
Isso significa que não basta ser agente público e causar prejuízo a terceiro para ensejar a responsabilidade do Estado.
Ex: Policial fardado, em perseguição a criminoso em seu horário de trabalho, troca tiros em via pública e acaba batendo no carro de um particular inocente. Nesse caso, o Estado será responsabilizado, uma vez que o policial estava na condição de agente público.
Doutrina e jurisprudência entendem que a responsabilidade objetiva do Estado só existe diante de uma conduta comissiva (ação) praticada pelo agente público. No exemplo da perseguição policial, em que há prejuízos para terceiros, aplica-se a responsabilidade objetiva, uma vez que o dano causado decorre de uma ação.
Por outro lado, quando ocorrer uma omissão do Estado, a responsabilidade deixa de ser objetiva e passa a ser subjetiva, ou seja, o particular prejudicado deverá demonstrar dolo ou culpa por parte da administração pública.
Ex: fortes chuvas causam enchente e um particular tem sua casa alagada.
Nesse caso, não bastará a comprovação do dano, sendo imprescindível demonstrar também o dolo ou culpa do Estado em não limpar os bueiros e as “bocas de lobo” para facilitar o escoamento das águas.
Para Celso Antonio Bandeira de Mello, se assim não fosse, o Estado seria considerado um segurador universal, sendo certo que o direito administrativo adota a teoria do risco administrativo.
· Excludentes de responsabilidade civil do Estado:
- Caso fortuito/Força maior: fatos e fenômenos da natureza (força maior) ou decorrentes da ação humana (caso fortuito), excluem a responsabilidade da administração perante o administrado.
- Culpa exclusiva da vítima: a única responsável pelo dano sofrido é a vítima. Não há que se falar em responsabilidade da administração pública.
*No caso de culpa concorrente (Estado + vítima), haverá responsabilidade da administração pública, mas de forma atenuada.
· Prazo prescricional:
5 anos, a contar da data do fato danoso.
· Responsabilidade subsidiária do Estado (concessionários e permissionários): 
Uma vezrespeitados os recursos financeiros dos concessionários e permissionários que respondem objetivamente, o Estado será subsidiariamente, responsabilizado pelos danos causados.
3- Disserte acerca das modalidades de desapropriação.
Desapropriação consiste em um procedimento administrativo em que o poder público adquire a propriedade particular de forma compulsória para fins de interesse público, atingindo o caráter perpétuo e irrevogável do direito de propriedade.
Portanto, é um procedimento administrativo, contudo, também poderá ser judicializado. 
Sujeito ativo > poder público;
Objeto > transferência da propriedade – mediante justa indenização em dinheiro.
Obs: a lei considera insuscetível para fins de desapropriação, a propriedade produtiva, no tocante a reforma agrária. 
· Modalidades:
1. Necessidade pública – situação inesperada, emergencial, calamidade; 
Utilidade pública – situação conveniente. Ex: construção de um parque;
Interesse social – possui como objetivo auxiliar as camadas mais pobres (atenuação de desigualdades). Ex: desapropriação para construção de casas populares.
2. Função social da propriedade – o art. 182, §4º, CF e a Lei 10.257/01 (estatuto da cidade) determinam que, poderá ser exigido do solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado, a promoção de seus aproveitamento sob pena de:
- parcelamento ou edificação compulsória;
- IPTU progressivo com alíquota acrescida anualmente até o limite de 15%;
- desapropriação sob a justificativa de desrespeito ao Plano Diretor Urbano (a competência para desapropriar nesse caso é do município).
3. Reforma agrária – o art. 184 da CF prevê a possibilidade de desapropriação para fins de reforma agrária e o art. 186 do texto constitucional determina que a função social da propriedade, deve ser observada quando preenchidos os seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado do solo;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – bem estar dos proprietários e trabalhadores
Essa modalidade de desapropriação é exclusiva da União.
Art. 185, CF. “São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.”
4. Modalidade confiscatória – é destinada aos terrenos utilizados para a plantação de psicotrópicos proibidos. O patrimônio é expropriado e destinado ao assentamento de colombos para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentos.
Não há indenização ao proprietário, bem como não há prejuízos de outras sanções.
Todos os bens apreendidos em decorrência do tráfico ilícito de substâncias entorpecentes serão confiscados e revestidos em benefício da recuperação de pessoas viciadas e também destinados ao aparelhamento das atividades de fiscalização. 
A competência também é da União.
5. Desapropriação indireta – é um comportamento irregular da administração pública, em que ela disfarça uma modalidade restritiva de intervenção na propriedade (Ex: servidão), escapando do dever de indenizar através de um procedimento mais simples, quando na verdade, está tomando a propriedade para si.
Equipara-se com esbulho.
· Procedimento:
Fase declaratória – tem início com a declaração expropriatória (lei ou decreto), que não retira a propriedade, mas dela faz nascer o direito subjetivo. Em razão disso, surgem os seguintes efeitos:
1- Permissão para que as autoridades possam adentrar no imóvel (com moderação);
2- Indicação do estado do bem;
3- Início do processo de fixação de indenização.
Obs: após a fase declaratória, somente serão indenizadas as benfeitorias úteis e necessárias.
Fase executória – após a declaração, em que é afirmada a intenção de desapropriar, o poder público passa a agir de forma a dar continuidade no processo de transferência do bem.
A transferência pode ocorrer por via administrativa ou judicial, a depender do acordo estabelecido para fins de indenização.
Caso seja necessária a via judicial, a discussão da cause se limitará a controvérsia acerca de valores.
A imissão provisória na posse é uma prerrogativa conferida ao poder público, que permite que a administração pública ingresse na posse durante o procedimento, o que ocorre em razão de urgência da administração pública.
A atual jurisprudência do STF reconhece a possibilidade de imissão provisória na posse, ainda que não realizado o depósito.
4- No que consiste retrocessão?
Significa retroceder, retroagir, recuar. É também chamada de reversão ou reaquisição.
Consiste na devolução do domínio expropriado para que se integre/regresse ao patrimônio daquele de quem foi retirado.
Se após a desapropriação a administração pública não destinar ao objeto desapropriado uma finalidade pública, desaparece o pressuposto da desapropriação.
5- Diferencie tredestinação lícita da ilícita.
A tredestinação ocorre quando ao bem desapropriado a administração pública atribui finalidade diversa da originariamente prevista. É classificada como:
· Tredestinação lícita: ocorre quando a administração pública da outra destinação, porém, mantém o interesse público. Não há ilicitude em razão da modificação da finalidade pública. Portanto, não há que se falar em retrocessão.
· Tredestinação ilícita: ocorre quando a administração pública pratica desvio de finalidade. Não há manutenção do interesse público. Portanto, dá ensejo a retrocessão.
Obs: demora na utilização do bem, por si só, não significa retrocessão.
6- Apresente os conceitos de servidão, requisição, limitação, ocupação temporária e tombamento.
· Servidão administrativa: encontra previsão no art. 40 do Decreto Lei 3365/41 e constitui direito real que recai sobre coisa alheia, que impõe uma restrição ao direito de propriedade, afeta o caráter exclusivo do direito de propriedade. 
Ex: gaseodutos, redes elétricas, tubulação para saneamento.
· Requisição administrativa: constitui forma restritiva da propriedade que não retira a propriedade, mas retira seu caráter exclusivo. O administrador não pode de forma livre requisitar bens e serviços, estando condicionado à presença de perigo público iminente. Independe do consentimento do particular. Assemelha-se a uma desapropriação, mas com ela não se confunde, em razão da necessidade de perigo público. A indenização ocorre posteriormente.
Poderá incidir sobre bens móveis e imóveis.
Ex: requisição de aeronaves para salvamentos, requisição de leitos e serviços hospitalares, requisição de bens em casos de calamidades.
· Limitação administrativa: constitui forma de intervenção na propriedade que impõe obrigações gerais a proprietários indeterminados em benefício do interesse geral, normalmente relacionado à segurança, salubridade, estética e defesa nacional.
Por se tratar de condição inerente ao exercício de direito de propriedade, não há indenização. Além disso, constitui ato genérico, não instituindo nenhuma restrição ao patrimônio. 
Ex: altura de prédio, recuo, obrigação de demolir prédio em ruína.
· Ocupação temporária: é uma utilização transitória, gratuita ou remunerada de imóvel particular para fins de interesse público. 
Satisfaz o interesse público e normalmente está relacionada à realização de obras ou serviços temporários.
Obs: não se confunde com servidão, que não é temporária, e nem com requisição, que depende de iminente perigo público.
Ex: uso provisório de terrenos vizinhos a obras públicas e campanhas de vacinação em zona rural.
· Tombamento: constitui forma de intervenção na propriedade que atinge o caráter perpétuo da mesma. Possui como finalidade, proteger valores culturais, históricos e paisagísticos.
O particular, proprietário do imóvel tombado possui as seguintes obrigações:
I. Dever de conservação;
II. Inalienabilidade;
III. Proibição de destruir ou reformar sem autorização do IPHAN (instituto do patrimônio histórico artístico nacional).
7- Diferencie concessão de permissão.
· Concessão de serviço público – é a delegação da prestação deum serviço público feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência (mais complexa e completa), à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
O fato da administração pública delegar a execução do serviço público à iniciativa privada não impede a mesma de fiscalizar, e, se for o caso, intervir na prestação do mesmo, uma vez que é a detentora da titularidade do serviço.
Natureza > contratual;
Licitação > obrigatoriamente Concorrência;
Favorecidos > p. jurídica ou consórcio de empresas;
Objeto > serviço público.
· Permissão de serviço público – é a delegação, a título precário, mediante licitação, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para o seu desempenho.
· Natureza > contratual;
· Licitação > qualquer modalidade;
· Favorecidos > p. jurídica ou p. física;
· Objeto > serviço público.
8- AGENTES PÚBLICOS.
· Agentes públicos: é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporariamente ou não, com ou sem remuneração. O conceito de agente público é amplo, pois abrange todos aqueles que prestam um serviço para a administração.
· Classificação de agentes públicos:
I. Agentes políticos – são os componentes do primeiro escalão do governo. Ex: Presidente da República, Governadores, Prefeitos, Senadores, Deputados, Vereadores etc;
II. Servidores Públicos – são pessoas físicas que prestam serviço para a administração mediante a existência de um vínculo empregatício e com remuneração. São classificados em: 
a) Servidores estatutários: são ocupantes de cargos públicos e se submetem a um estatuto (lei que atribui direitos, deveres, atribuições e responsabilidades);
b) Empregos públicos (servidores celetistas): são ocupantes de empregos públicos e se submetem às regras da CLT;
c) Servidores temporários: são aqueles contratados por tempo determinado para atender uma necessidade excepcional de interesse público. Ex: calamidades públicas, surtos endêmicos.
· Particulares em colaboração com o Estado: São pessoas que desempenham função pública, mas sem a existência de vínculo direto com a administração pública, podem ser:
I. Agentes delegados - são aqueles que desempenham função pública por delegação. Ex: concessionários/permissionários.
II. Agentes honoríficos – sãos as pessoas que desempenham funções públicas relevantes em razão de sua condição cívica. Ex: jurados, mesário.
· DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS RELATIVAS AOS AGENTES PÚBLICOS.
1- Exigência de concurso público: a regra na constituição federal para a administração contratar pessoal para ocupar cargo ou emprego público é um procedimento especial denominado concurso público.
A administração pública direta e indireta, obedecerá a regra da aprovação prévia em concurso de provas ou de provas e títulos, de acordo com a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada as hipóteses de nomeação para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
2- Prazo de validade do concurso público: será de até 2 anos, prorrogável uma vez por igual período. 
Ex: 6 meses (prorrogação) + 6 meses.
3- Prioridade na nomeação: a constituição federal não veda a abertura de novo concurso público enquanto existir concurso anterior com prazo de validade vigente. A única exigência constitucional consiste na prioridade de nomeação dos aprovados no concurso anterior em relação aos novos aprovados.
4- Reserva de percentual de vagas aos portadores de deficiência: a CF/88 prevê que a lei deverá reservar percentual de cargos ou empregos públicos para pessoas portadoras de deficiências, bem como definir os critérios de sua admissão (art. 37, VIII, CF). No âmbito federal, a lei 8112/90 (estatuto dos servidores públicos federais), reserva o percentual de 20% das vagas oferecidas no concurso, sendo certo que o Decreto nº 3298/99 fixa o mínimo de 5%.
5- Direito à livre associação sindical dos servidores públicos civis: A CF/88 garante ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. Trata-se de direito garantido ao servidor público civil, pois aos militares esse direito é vedado (art. 142, §3º, IV, CF).
6- Direito de greve: o servidor público poderá exercer o direito de greve nos termos e nos limites definidos em lei específica. Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, isto é, não autoaplicável, pois depende de edição de regulamentação legal. Como ainda não existe lei regulamentando o exercício do direito de greve, esse direito, em tese, não poderia ser efetivado. Em razão da demora na elaboração da lei, o STF decidiu pela aplicação da Lei 7783/89, que regulamenta o direito de greve do empregado da iniciativa privada.
7- Fixação de remuneração e revisão geral: a remuneração dos agentes públicos somente poderá ser fixada ou alterada através de lei específica, assegurada à revisão geral anual.
8- Teto remuneratório: os agentes públicos não poderão receber remuneração maior do que o subsídio pago mensalmente aos ministros do STF. Trata-se do chamado teto absoluto. Por outro lado, existe ainda o chamado subteto, isto é: 
I. Nos municípios – nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito;
II. Nos estados e no DF: 
· Poder Executivo - nenhum servidor poderá ganhar mais do que o governador do Estado ou do DF;
· Poder Legislativo - nenhum servidor poderá ganhar mais do que os deputados estaduais ou distritais;
· Poder Judiciário – nenhum servidor poderá ganhar mis do que os desembargadores do respectivo tribunal de justiça (ADIN 3854 suspendeu a eficácia em relação aos juízes de direito).
9- Irredutibilidade de vencimentos e subsídios: os subsídios e vencimentos dos ocupantes de cargos ou empregos públicos são irredutíveis, em que pese a necessidade de se respeitar o teto remuneratório.
10- Acumulação de cargos públicos: em regra, não se admite a acumulação de cargos públicos, sejam eles provenientes da administração direta ou indireta. Excepcionalmente, quando existir compatibilidade, admite-se a cumulação de:
A) Dois cargos de professor;
B) Um cargo de professor com outro de técnico ou científico (pesquisador);
C) Dois cargos ou empregos privativos de profissional da saúde com profissões regulamentadas.
· Atenção: a EC77/2014 alterou os incisos II, III e VIII do § 3º do art. 142 da CF para estender aos profissionais de saúde das forças armadas a possibilidade de cumulação de cargo.
11- Obrigatoriedade de regime jurídico único: nos termos da CF, a administração pública estará obrigada a escolher um regime jurídico único para os seus servidores (estatutário ou celetista).
Com o advento da EC 19/98 tal obrigatoriedade foi extinta, e, recentemente, o STF, na concessão de liminar na ADIN 2135, restabeleceu a situação original impondo novamente a obrigatoriedade de regime jurídico único.
12- Estabilidade: é a garantia de permanência do servidor no serviço público, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
A) Aprovação em concurso público para cargo de provimento efetivo;
B) Efetivo exercício de atividade pública pelo período de 3 anos;
C) Aprovação em estágio probatório.
No entanto, a garantia de permanência no serviço público, adquirida com a estabilidade NÃO será absoluta, isto é, o servidor estável poderá ser desligado da administração pública dos seguintes modos:
A) Sentença judicial transitada em julgado;
B) Processo administrativo, assegurada a ampla defesa;
C) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho;
D) Nos casos de despesa de pessoal acima dos limites estabelecidos na lei de responsabilidade fiscal.
· Principais disposições acerca dos servidores públicos previstas na Lei 8112/90
· Lei 8112/90 (estatuto do servidor público federal);
· Justificativa para análise – impossibilidade de estudar todos os estatutos estaduais / municipais.
· Muitos estatutos estaduais / municipais são verdadeiras cópias da Lei 8112/90.
· Conceitos preliminares:
· Servidor público – é a pessoa legalmente investida em cargo público;· Cargo público – conjunto de atribuições e responsabilidades direcionadas a um servidor;
· Provimento – ato administrativo pelo qual uma pessoa física vincula-se com a administração pública, ou a um novo cargo, para a prestação de um serviço;
· Vacância – ato da administração que desfaz o vínculo da pessoa física com a administração pública ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor.
*** Formas de provimento – é o ato que materializa o provimento da pessoa a um cargo público.***
· Espécies de nomeação: 
· Nomeação em caráter efetivo – ocorrerá quando se tratar de cargo efetivo;
· Nomeação em comissão – ocorrerá para cargos de confiança.
A pessoa aprovada em concurso público, uma vez nomeada, terá direito subjetivo a posse. Posse é o ato pelo qual são cometidas ao servidor as atribuições, os direitos, deveres e responsabilidades do cargo público. O nomeado terá o prazo de 30 dias para tomar posse, contando da data da publicação do ato de provimento (nomeação).
O servidor terá o prazo de 15 dias, contados da data da posse, para entrar em exercício. 
O exercício consiste ao efetivo desempenho do cargo.
· O estágio probatório consiste no período de provas em que o servidor nomeado será avaliado a respeito de sua aptidão e capacidade para o desempenho do cargo público. Essa avaliação levará em consideração:
· Assiduidade;
· 
· Disciplina;
· Iniciativa;
· Produtividade;
· Responsabilidade.
ATENÇÃO: o período de estágio probatório previsto na redação original do art. 20 da lei 8112/90 era de 24 meses. Contudo, a MP 431/2008 traz o prazo para 36 meses (equivalentes aos 3 anos de estabilidade) essa MP foi convertida na Lei 11784/08, que voltou a determinar o prazo de 24 meses.
Porém, o STJ vem adotando novo posicionamento envolvendo esse assunto, visto que no julgamento do MS 12523 entendeu que, com o advento da EC 19/98, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos seria equivalente aos 3 anos de estabilidade. Nesse sentido, entenderam os ministros do STJ que a mudança do texto constitucional que instituiu o prazo de 3 anos para o alcance da estabilidade não pode ser dissociado do estágio probatório.
(confuso)
CASOS CONCRETOS
CASO CONCRETO 1
Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar,reside há dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto
querecebe do Estado de São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte
de seu pai, ex-servidor público. Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior,foi surpreendida com a suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em razão disso, deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o que acarretou, após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço público, o corte do fornecimento de luz em sua residência. Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela
concessionária?
Sim, o corte é possível visto que, nos termos do art. 6º, § 3º, II, da Lei 8.987/95 não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção, após prévio aviso, quando houver inadimplemento do usuário. Isto porque não se pode olvidar que a remuneração do serviço público, prestado pela concessionária, advém como regra geral, da tarifa paga pelo usuário, tarifa esta que é parte essencial da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, garantido constitucionalmente pelo Art. 37, XXI da CF. 
B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à
relação entre usuários e prestadores de serviços públicos? 
Não. A Lei 8.987/95 (Art. 6º) deve ser considerada norma especial em relação ao CDC, visto que disciplina relação especial de consumo (usuário de serviço público), razão pela qual o CDC (Art. 22) deverá ser aplicado apenas subsidiariamente.
CASO CONCRETO 2
O Estado W resolve criar um hospital de referência no tratamento de doenças de pele. Sem dispor dos recursos necessários para a construção e a manutenção do ?Hospital da Pele?, pretende adotar o modelo de parceria público-privada. O edital de licitação prevê que haverá a seleção dos particulares mediante licitação na modalidade de pregão presencial, em que será vencedor aquele que oferecer o menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração estadual. Está previsto também, no instrumento convocatório, que a Administração deverá, obrigatoriamente, deter 51% das ações ordinárias da sociedade de propósito específico a ser criada para implantar e gerir o objeto da parceria. Esta cláusula do edital foi impugnada pela sociedade empresária XYZ, que pretende participar do certame. Diante disso, responda, justificadamente, aos itens a seguir. 
A) A modalidade e o tipo de licitação escolhidos pelo Estado W são juridicamente adequados? 
A modalidade de licitação não é adequada, uma vez que a Lei 11.079/04 prevê, obrigatoriamente, que a licitação ocorra na modalidade de concorrência (Art. 10). Já o tipo (critério de julgamento) está correto, uma vez que a Lei faculta a adoção desse critério de julgamento (Art. 12, II, a, da Lei 11.079/04).
B) A impugnação ao edital feita pela sociedade empresária XYZ procede?
Sim, considerando que a Lei 11.079/04 veda expressamente à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de propósito específico criadas para implantar e gerir o objeto da parceria (Art. 9º, § 4º).
CASO CONCRETO 3
Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do Município ABCD, que atuam na defesa, preservação e conservação do meio-ambiente foram qualificadas pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Buscando obter ajuda financeira do Poder Público para financiar parte de seus projetos, as 3 (três) entidades apresentaram requerimento à autoridade competente, expressando seu desejo de firmar um termo de parceria. Com base na narrativa fática, responda às indagações abaixo, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) O poder público deverá realizar procedimento licitatório (Lei n. 8666/93) para definir com qual entidade privada irá formalizar termo de parceria? 
Não é necessária a realização de procedimento formal licitatório, tendo em vista que o termo de parceria não possui a natureza jurídica de contrato, por não haver oposição entre as vontades das partes / inexistirem obrigações recíprocas, mas, sim, a conjunção de esforços para realização de objetivos comuns (art. 2º, § ú, da Lei 8.666). Contudo, deverá ser realizado procedimento seletivo simplificado a fim de garantir a observância dos princípios da Administração Pública, como forma de restringir a subjetividade na escolha da OSCIP a formalizar o “termo de parceria”.
B) Após a celebração do termo de parceria, caso a entidade privada necessite contratar pessoal para a execução de seus projetos, faz-se necessária a realização de concurso público?
Não. Por não integrarem a Administração Pública, as OSCIP’s não se submetem às regras de concurso público, nos termos do art. 37, II, da CF.
CASO CONCRETO 4
Uma determinada microempresa de gêneros alimentícios explora seu estabelecimento comercial, por meio de contrato de locação não residencial, fixado pelo prazo de 10 (dez) anos, com término em abril de 2011. Entretanto, em maio do ano de 2009, a referida empresa recebe uma notificação do Poder Público municipal com a ordem de que deveria desocupar o imóvel no prazo de 3 (três) meses a partir do recebimento da citada notificação, sob pena de imissão na posse a ser realizada pelo Poder Público do município. Após o término do prazo concedido, agentes públicos municipais compareceram ao imóvel e avisaram que a imissão na posse pelo Poder Público iria ocorrer em uma semana. Desesperado com a situação, o presidenteda sociedade empresária resolve entrar em contato imediato com o proprietário do imóvel, um fazendeiro da região, que lhe informa que já recebeu o valor da indenização por parte do Município, por meio de acordo administrativo celebrado um mês após o decreto expropriatório editado pelo Senhor Prefeito. Indignado, o presidente da sociedade resolve ajuizar uma ação judicial em face do Município, com o objetivo de manter a vigência do contrato até o prazo de seu término, estipulado no respectivo contrato de locação comercial, ou seja, abril de 2011; e, de forma subsidiária, uma indenização pelos danos que lhe foram causados. A partir da narrativa fática descrita acima, responda aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) É juridicamente correta a pretensão do locatário (microempresa) de impor ao Poder Público a manutenção da vigência do contrato de locação até o seu termo final? 
Não, porque a desapropriação extingue o contrato de locação, liberando o bem de qualquer ônus real ou pessoal que incidia sobre a propriedade anteriomente, haja vista que a desapropriação consiste em modo originário de aquisição de propriedade.
B) Levando-se em consideração o acordo administrativo realizado com o proprietário do imóvel, é juridicamente correta a pretensão do locatário (microempresa) em requerer ao Poder Público municipal indenização pelos danos causados?
Sim. Assim como os proprietários, os locatários também podem sofrer danos com a desapropriação pelo poder público, visto que a sociedade locatária experimenta prejuízos distintos dos suportados pelo proprietário. O proprietário é indenizado pela perda da propriedade (art. 5, XXIV, CF) enquanto que a sociedade locatária pela interrupção do negócio e pela perda do estabelecimento empresarial (fundo de comércio).
CASO CONCRETO 5
O Prefeito do Município XYZ desapropriou um sítio particular para instalação de um novo centro de atendimento médico de emergência. Entretanto, antes do início das obras, o Estado ABC anunciou que o Município XYZ receberá um novo Hospital Estadual de Atendimento Médico Emergencial. Responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) O Município pode desistir da construção do centro de atendimento médico e destinar a área desapropriada à construção de uma escola? 
Sim. Após a efetivação de uma desapropriação, o ente expropriante deve empregar o bem à finalidade pública que desencadeou o processo de desapropriação. Em não o fazendo, estar-se-á diante da tredestinação, que nada mais é do que a destinação do bem em desconformidade com o plano inicialmente previsto. A tredestinação, entretanto, distingue-se em lícita (na qual o bem é empregado em finalidade diversa da inicialmente pretendida, mas ainda afetada ao interesse público) e ilícita (na qual não se emprega o bem em uma utilização de interesse público). A tredestinação lícita, isto é, a alteração na destinação do bem, por conveniência da administração pública, resguardando, de modo integral, o interesse público, não é vedada pelo ordenamento.
B) Com o anúncio feito pelo Estado, o antigo proprietário do sítio desapropriado pode requerer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da indenização?
Não. A tredestinação lícita, por manter o bem afetado a uma finalidade de interesse público não configura direito de retrocessão, isto é, o direito do particular expropriado de reaver o bem, em virtude da sua não utilização. E a própria legislação de regência, o Dec-lei n. 3.365/1941, dispõe, em seu Art. 35, que os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação.
CASO CONCRETO 6
O Estado “Y”, mediante decreto, declarou como de utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, em favor da concessionária de serviço público “W”, imóveis rurais necessários à construção de dutos subterrâneos para passagem de fios de transmissão de energia. A concessionária “W”, de forma extrajudicial, conseguiu fazer acordo com diversos proprietários das áreas declaradas de utilidade pública, dentre eles, Caio, pagando o valor da indenização pela instituição da servidão por meio de contrato privado. Entretanto, após o pagamento da indenização a Caio, este não permitiu a entrada da concessionária “W” no imóvel para construção do duto subterrâneo, descumprindo o contrato firmado, o que levou a concessionária “W” a ingressar judicialmente com ação de instituição de servidão administrativa em face de Caio. Levando em consideração a hipótese apresentada, responda, de forma justificada, aos itens a seguir. 
A) É possível a instituição de servidão administrativa pela via judicial? 
Sim. O fundamento legal da servidão é o Art. 40, do Dec-Lei 3.365/41. Assim, às servidões se aplicam as regras de desapropriação presentes no Decreto Lei em referência, dentre as quais a possibilidade de instituição pela via judicial.
B) Um concessionário de serviço público pode declarar um bem como de utilidade pública e executar os atos materiais necessários à instituição da servidão?
Os concessionários não podem declarar um bem como de utilidade pública, mas, de acordo com o Art. 3º, do Dec-Lei 3.365/41, c/c o Art. 29, VIII, da Lei 8.987/95, os concessionários de serviços públicos podem executar/promover a instituição de servidão administrativa.
CASO CONCRETO 7
As empresas “Frangão”, “Quero Frango” e “Frangonne”, que, juntas, detêm dois terços da produção nacional de aves para consumo, realizam um acordo para reduzir em 25% a comercialização de aves de festa (aves maiores, consumidas especialmente no Natal), de modo a elevar o seu preço pela diminuição da oferta (incrementando o lucro), bem como reduzir os estoques de frango comum, cujo consumo havia caído sensivelmente naquele ano. Às vésperas do Natal de 2009, as empresas são autuadas pelo órgão competente, pela prática de infração da ordem econômica. Em suas defesas, as três alegam que a Constituição consagra a liberdade econômica, de modo que elas poderiam produzir na quantidade que desejassem e se desejassem, não sendo obrigadas a manter um padrão mínimo de produção. Seis meses depois, os autos são remetidos ao julgador administrativo, que, diante do excessivo número de processos pendentes, somente consegue proferir a sua decisão em outubro de 2013. Em alegações finais, as empresas apontam a prescrição ocorrida. Sobre a situação dada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) A conduta das três empresas é lícita? 
Não. A Lei 12.529/11, ao estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, prevê uma série de condutas que constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, caso tenham por objeto ou possam produzir como efeito o aumento arbitrário dos lucros. Dentre elas, destaca-se acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma, os preços de bens ou serviços ofertados individualmente ou a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens (Art. 36, § 3º, I).
B) É procedente o argumento da prescrição?
Sim. A Lei 12.529/11 estabelece a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de 3 anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso (Art. 46, § 3º).
CASO CONCRETO 8
A Administração de certo estado da federação abre concurso para preenchimento de 100 (cem) cargos de professores, conforme constante do Edital. Após as provas e as impugnações, vindo todos os incidentes a ser resolvidos, dá-se a classificação final, com sua homologação. Trinta dias após a referida homologação, a Administração nomeia os 10 (dez) primeiros aprovados, e contrata, temporariamente, 90 (noventa) candidatos aprovados. Teriam os noventa candidatos aprovados, em observância à ordem classificatória, direito subjetivo à nomeação?
O direito subjetivo à nomeação, que decorreda vinculação da Administração à necessidade de preenchimento das vagas que fundamentou a abertura do concurso, exceto se houver fato posterior que elimine essa necessidade. Os pressupostos da abertura do concurso (necessidade de preenchimento das vagas e disponibilidade financeira para remuneração desses cargos) e necessidade de ato motivado para explicar os fatos que eliminaram o interesse público para a nomeação.
CASO CONCRETO 9
O Presidente da República, inconformado com o número de servidores públicos na área da saúde que responde a processo administrativo disciplinar, resolve colocar tais servidores em disponibilidade e, para tanto, edita decreto extinguindo os respectivos cargos. Considerando a hipótese apresentada, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, responda aos itens a seguir. 
A) A extinção de cargos públicos, por meio de decreto, está juridicamente correta? Justifique. 
Não. É matéria a ser disciplinada por lei, na forma do Art. 48, X, da CF. Seria possível a extinção de cargos públicos por decreto apenas se estivessem vagos. (Art. 84, VI, “b”, CF).
B) É juridicamente correta a decisão do Presidente da República de colocar os servidores em disponibilidade? 
A opção é inconstitucional, pois o Chefe do Executivo utiliza o instituto da disponibilidade com desvio de finalidade. A disponibilidade não tem por finalidade sancionar disciplinarmente servidores públicos.
C) Durante a disponibilidade, os servidores públicos percebem remuneração?
A remuneração será proporcional ao tempo de serviço (Art. 41, §3º, da CF).
CASO CONCRETO 10
O Governador do Estado “N”, verificando que muitos dos Secretários de seu Estado pediram exoneração por conta da baixa remuneração, expede decreto, criando gratificação por tempo de serviço para os Secretários, de modo que, a cada ano no cargo, o Secretário receberia mais 2%. Dois anos depois, o Ministério Público, por meio de ação própria, aponta a nulidade do Decreto e postula a redução da remuneração aos patamares anteriores. Diante deste caso, responda aos itens a seguir. 
A) É juridicamente válida a criação da gratificação? 
Não, uma vez que a CF estabelece, no Art. 37, X, que a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica. Além disso, o § 4º do art. 39 prevê que os Secretários Estaduais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
B) À luz do princípio da irredutibilidade dos vencimentos, é juridicamente possível a redução do total pago aos Secretários de Estado, como requerido pelo Ministério Público?
Sim, uma vez que a irredutibilidade não garante a percepção de remuneração concedida em desacordo com as normas constitucionais. Não há direito adquirido contra regra constitucional ou legal.
CASO CONCRETO 11
João, servidor público federal, ocupante do cargo de agente administrativo, foi aprovado em concurso público para emprego de técnico de informática, em sociedade de economia mista do Estado X. Além disso, João recebeu um convite de emprego para prestar serviços de manutenção de computadores na empresa de Alfredo. Com base no exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) É possível a cumulação do cargo técnico na Administração Federal com o emprego em sociedade de economia mista estadual? E com o emprego na iniciativa privada? 
Não é possível a cumulação do cargo público com o emprego SEM estadual, na forma do Art. 37, XVII, da CF, bem como do Art. 118, § 1º, da Lei nº 8.112/1990. De outro lado, não há qualquer vedação, constitucional ou legal, ao exercício de atividade remunerada (não comercial) junto à iniciativa privada (no caso, como prestador de serviços de manutenção de computadores), desde que não haja incompatibilidade de horários prejudicial ao serviço público.
B) Caso João se aposente do cargo que ocupa na Administração Pública federal, poderá cumular a remuneração do emprego na empresa de Alfredo com os proventos de aposentadoria decorrentes do cargo de agente administrativo?
É possível a cumulação, pois, conforme o Art. 37, § 10, da CF, só é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do Art. 40 ou dos artigos 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública.
CASO CONCRETO 12
Luiz foi secretário de assistência social do Estado “X” durante cinco anos e acaba de ser cientificado de que o Ministério Público Estadual ajuizou, contra ele, uma ação de improbidade administrativa por ter celebrado contrato, indevidamente rotulado de convênio, sem a observância do devido procedimento licitatório. Luiz argumenta que não houve, de sua parte, má-fé ou intenção de fraudar o procedimento licitatório. Além disso, comprova que adotou todas as medidas de cautela que poderiam ser razoavelmente exigidas de um administrador público antes de celebrar o ajuste. Por fim, informa que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) competente teria aprovado as contas que prestou na qualidade de ordenador de despesas, não identificando qualquer dano ao erário. Considerando a hipótese apresentada, responda, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, aos itens a seguir. 
(A) O argumento de Luiz, ao pretender afastar a improbidade administrativa sob o fundamento de que não teria agido com a intenção de fraudar o procedimento licitatório, deve prevalecer? 
Sim. Inexistindo enriquecimento sem causa e dano ao erário, a conduta do agente enquadra-se na hipótese do Art. 11 da Lei 8429/92. Tal dispositivo exige presença do elemento subjetivo dolo para a caracterização da improbidade. No caso, afasta-se também a culpa de Luiz, pois ele demonstrou que tomou todas as cautelas exigíveis antes da celebração do ajuste.
(B) O argumento de Luiz, ao pretender descaracterizar o ato de improbidade administrativa invocando a aprovação de suas contas pelo TCE, deve prevalecer?
O argumento não deve prevalecer, tendo em vista a independência das instâncias. Nesse sentido, confirma-se a norma do Art. 21, II, da Lei n. 8.429/92.
CASO CONCRETO 13
Maria é filha da servidora pública federal Josefina, aposentada por invalidez em janeiro de 2013. Depois de uma briga com sua genitora, formula denúncia ao órgão federal competente, afirmando que sua mãe, na verdade, está apta para o exercício das funções inerentes ao seu cargo, o que se comprova mediante a verificação de que ela exerce semelhantes funções em um escritório privado desde fevereiro de 2013, quando se recuperou plenamente da doença. Depois de aberto o processo administrativo para fins de verificação de eventual erro na perícia médica e apuração da possibilidade de reversão ao serviço público ativo, o feito é encaminhado novamente ao mesmo médico, que retifica o laudo anterior, opinando pela possibilidade de a servidora ser mantida no serviço ativo, e remete o feito à autoridade superior para decisão. Antes da decisão final, Maria, já reconciliada com Josefina, formula pleito de desistência do processo administrativo, informando que, na verdade, contara inverdades sobre sua mãe e que esta é incapaz para o trabalho, tanto no serviço público quanto na iniciativa privada, juntando laudos médicos diversos, inclusive dos hospitais públicos em que sua mãe foi atendida. Diante de decisão fundamentada que determina o prosseguimento do processo, mesmo com a desistência da requerente, Maria interpõe recurso, argumentando que o processo não pode prosseguir diante da contrariedade da requerente e apontando a nulidade do processo pela participação do mesmo médico responsável pela primeira perícia. Com base no caso apresentado, responda, justificadamente, aos itens a seguir. 
A) Foi regular o prosseguimento do processo após a desistência formulada por Maria? 
Sim, porque a Lei 9.784/99 estabelece que a desistência ou renúncia do interessado, conformeo caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige (Art. 51, § 2º).
B) Uma vez que a decisão se baseou no laudo do citado profissional, é procedente o argumento da nulidade do processo pela participação do médico em questão?
Sim, pois a Lei de processo administrativo (Lei 9.784/99), ao prever as hipóteses de impedimento do servidor, estabelece ser impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha participado ou venha a participar como perito (Art. 18, II). Aquele servidor perito não poderia ter atuado no processo administrativo de revisão do ato, tendo em vista que o processo é baseado no laudo por ele emitido.
CASO CONCRETO 14
Marcos Silva, aluno de uma Universidade Federal, autarquia federal, inconformado com a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação, abordou a professora Maria Souza, servidora pública federal, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse instante, a professora, com o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, a professora foi denunciada pelo crime de lesão corporal. Na esfera criminal, a professora foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que a professora já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão. O PAD foi encaminhado à autoridade competente para a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. Em 10/04/2015, a servidora foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, e, em 10/09/2015, procurou seu escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, informando, ainda, que, desde o afastamento, está com sérias dificuldades financeiras, que a impedem, inclusive, de suportar os custos do ajuizamento de uma demanda. Como advogado(a), indique a peça processual adequada para amparar a pretensão de sua cliente, analisando todos os aspectos jurídicos apresentados?
Petição Inicial de Ação de Rito Ordinário. A competência é da justiça federal (art. 109, I, CF). Suj. ativo: Maria, Suj. passivo: UF. Gratuidade de justiça (lei 1.050/60). Mérito: violação ao contraditório e à ampla defesa da servidora, e a nulidade do PAD (art. 143, parte final, da Lei 8.112/90 e art. 5º, LV, da CF); que, na hipótese de absolvição penal, não há espaço para aplicação da falta residual, vez que a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa (art. 125 c/c o art. 126, ambos da Lei 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP); lesão patrimonial sofrida pelo não recebimento dos vencimentos no período em que esteve arbitrariamente afastada do quadro funcional. Tutela antecipada: a reintegração da servidora aos quadros funcionais, demonstrando o preenchimento dos seus requisitos: (art. 273, I do CPC): (1) fumus boni iuris consubstanciada na nulidade do PAD por violação ao contraditório (ausência de citação) e na sentença penal absolutória transitada em julgado, que reconheceu que a servidora agiu em legítima defesa; e (2) periculum in mora, demonstrado pelas dificuldades financeiras enfrentadas pela autora.
CASO CONCRETO 15
Determinada Sociedade de Economia Mista federal, exploradora de atividade econômica, é objeto de controle pelo Tribunal de Contas da União, o qual verifica, em tomada de contas especial, que há editais de licitação da estatal que contêm critérios de julgamento inadequados. Sobre o caso, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente, responda aos itens a seguir. 
A) Uma sociedade de economia mista que explora atividade econômica pode ser submetida ao controle do Tribunal de Contas? 
É possível o controle das SEM’s pelo TC, nos termos do art. 71, II, da CF, já que se trata de uma sociedade instituída pelo Poder Público. O STF firmou entendimento no sentido de que as SEM’s sujeitam-se à fiscalização pelos TC’s
B) O Tribunal de Contas pode determinar a aplicação de critérios que entenda mais adequados, para o julgamento de licitações?
É impossível que o TC, em controle prévio de editais de licitação, determine a modificação de critérios, o qual estaria substituindo a vontade do administrador em seu campo discricionário, em violação ao princípio da separação dos Poderes (art. 2º, da CF). Tal situação é excepcionada quando há fundado receio de irregularidade na licitação, como ocorre, por exemplo, quando há critério de julgamento manifestamente irrazoável, com suspeita de direcionamento do resultado do certame.
CASO CONCRETO 16
José, cidadão brasileiro que exercia o cargo de deputado estadual, foi condenado, em caráter definitivo, por improbidade administrativa, em julho de 2013. Com a condenação, os direitos políticos de José foram suspensos por cinco anos, embora ele tenha sempre afirmado ser inocente. Em outubro de 2013, ele ajuíza ação popular pleiteando a anulação da venda de uma série de imóveis públicos promovida pelo Governador, seu principal desafeto político, a quem culpa pelas denúncias que levaram à sua condenação. Segundo o relato da inicial, a venda ocorreu abaixo do preço de mercado. Diante de tal situação, responda fundamentadamente: 
A) José é parte legítima para a propositura da ação? 
Não. A CF prevê a suspensão dos direitos políticos no caso de condenação por improbidade administrativa (Art. 15, V, c/c o Art. 37, § 4º, ambos da CF), sendo certo que o gozo dos direitos políticos é requisito de legitimidade ativa.
B) Eventuais compradores dos imóveis, na condição de particulares, podem ser afetados pela decisão da ação popular e, por isto, também devem figurar no polo passivo?
Sim, uma vez que os beneficiários do ato lesivo ao patrimônio público devem ser parte na ação popular (Art. 6º da Lei 4.717/1965).
AVALIANDO APRENDIZADO E SIMULADO DA AV1
1- Genivaldo, ingressou em um ônibus de uma concessionária prestadora de serviço de transporte coletivo urbano com a finalidade de chegar em tempo em seu trabalho. No meio do percurso, o condutor foi obrigado a aplicar frenagem brusca, pois chovia bastante e fortes ventos causaram a queda de uma mangueira em frente ao veículo. Com a frenagem, Genivaldo sofreu fratura de fêmur e entorse no tornozelo, sendo necessário o atendimento emergencial em hospital particular, que estava mais próximo do local do acidente, obrigando a vítima a desembolsar quantia considerável pelo atendimento. Inconformado com o acidente e com a necessidade de gastar seu dinheiro com atendimento de saúde, Genivaldo ingressou com ação de reparação de danos contra a concessionária. Com base no relato anterior assinale a alternativa correta.
R: A concessionária responde objetivamente, porém, em sua defesa poderá alegar caso de força maior com base na Teoria do Risco Administrativo.
2- Levando-se em consideração a teoria do risco administrativo, usada para disciplinar a responsabilidade patrimonial do Estado, analise as alternativas a seguir:
I. A responsabilidade do Estado é subjetiva, estando condicionada à demonstração de culpa ou dolo do agente público.
II. A culpa exclusiva da vítima, o caso fortuito e força maior são causas excludentes da responsabilidade do Estado.
III. As autarquias estão sujeitas a normas constitucionais relativas a responsabilidade patrimonial do Estado.
É (são) afirmativa(s) verdadeira(s) somente:
R: II e III.
3- A educação básica obrigatória,inclusive para os que não tiveram essa oportunidade na idade própria, e o transporte coletivo urbano aos maiores de 65 anos de idade são medidas destinadas a amparar grupos de pessoas em situação de hipossuficiência e constituem exemplos de aplicação de importante princípio dos serviços públicos. Trata-se do princípio denominado:
R: Modicidade.
4- (2013 - IPAD - PGE-PE) No que toca ao tema da concessão e permissão de serviço público, marque a assertiva CORRETA:
R: A concessão de serviço público sempre será antecedida de licitação.
5- (OAB/FGV) Com relação à requisição administrativa, analise as afirmativas a seguir.
I. Terá sempre caráter de definitividade.
II. Será aplicada somente em situação de guerra ou de movimentos de origem política.
III. Será a indenização sempre a posteriori, caso seja devida.
IV. Incidirá apenas sobre bens imóveis.
Assinale:
R: se somente a afirmativa III estiver correta.
6- A respeito do conceito de serviço público, é correto afirmar:
R: São atividades erigidas a essa categoria por lei (elemento formal), em face da sua natureza de interesse público (elemento material), de titularidade do Estado (elemento subjetivo), prestadas diretamente por este ou por meio de concessão ou permissão.
7- Mário, técnico judiciário, no exercício irregular de suas funções, praticou ato omissivo culposo que resultou em prejuízo ao erário e a terceiros. Considerando que Mário faleceu, seus sucessores:
R: serão responsáveis pela reparação do dano até o limite do valor da herança recebida.
8- (2016/VUNESP) Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o instituto da desapropriação.
R: O objetivo da desapropriação é a transferência do bem desapropriado para o acervo do expropriante, sendo que esse fim só pode ser alcançado se houver os motivos ensejadores da desapropriação, quais sejam, a utilidade pública, a necessidade pública ou o interesse social.
9- Em relação a desapropriação, marque a alternativa correta:
R: Na desapropriação confiscatória, segundo recente decisão do STF, não se exige a participação direta do proprietário no cultivo ilícito. Se o proprietário não participou, mas agiu com culpa, deverá ser expropriado.
10- VI Exame de Ordem Unificado
Ambulância do Corpo de Bombeiros envolveu-se em acidente de trânsito com automóvel dirigido por particular, que trafegava na mão contrária de direção. No acidente, o motorista do automóvel sofreu grave lesão, comprometendo a mobilidade de um dos membros superiores. Nesse caso, é correto afirmar que:
R: não haverá o dever de indenizar se ficar configurada a culpa exclusiva da vítima, que dirigia na contramão, excluindo a responsabilidade do Estado.
11- Sobre a responsabilidade civil do Estado, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta:
R: O oficial da polícia à paisana que se envolve em tiroteio em transporte público, com resultado morte de passageiro, obriga o Estado a indenizar a vítima ou sua família no caso de morte.
12- (OAB) Quanto às características da intervenção do Estado na propriedade privada, podemos afirmar que:
R: Além do poder de policia, as modalidades restritivas de intervenção do Estado na propriedade privada são consideradas impositivas, cabendo ao particular apenas o dever de tolerância.
13- (OAB/CESPE) Em relação à desapropriação, pode-se afirmar:
R: a desapropriação é uma forma originária de aquisição da propriedade;
14- Em relação a desapropriação, marque a alternativa correta:
R: Na desapropriação confiscatória, segundo recente decisão do STF, não se exige a participação direta do proprietário no cultivo ilícito. Se o proprietário não participou, mas agiu com culpa, deverá ser expropriado.
15- (OAB) No que concerne à intervenção do Estado sobre a propriedade privada, é correto afirmar que:
R: as limitações administrativas constituem medidas previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social.
16- O Município de Macapá pretende instalar o centro administrativo próximo a sede da Prefeitura, o qual passaria a funcionar as Secretarias de Saúde, Administração e Planejamento, entretanto, não dispõe de bem imóvel naquelas proximidades. Diante da situação, é recomendável que o Município se utilize do seguinte instituto:
R: Desapropriação
17- O Estado ao lançar mão, urgente e transitoriamente, das dependências de uma escola privada, pertencente a um particular, para atender demanda de perigo iminente. Nesse caso, aquele assim procedeu por meio de:
R: Requisição administrativa.
18- Após regular procedimento de desapropriação, na forma do Decreto Lei n. 3365/41, um Estado da Federação assume o domínio de imóvel anteriormente titularizado por Gilberto. A desapropriação foi realizada com a finalidade de construir uma escola pública no local. No entanto, após algum tempo, Gilberto descobre que a utilização do imóvel foi transferida, sem qualquer formalidade, ao diretório regional do partido do Governador do Estado. Indignado com a situação, Gilberto procura um advogado para orientá-lo. Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o correto esclarecimento a ser dado pelo advogado.
R: Uma demanda judicial deve ser ajuizada, visando reaver o imóvel, mediante a devolução de o valor indenizatório, ao argumento de ocorrência de tredestinação ilícita.
19- A chamada "desapropriação para política urbana" é uma espécie de desapropriação de competência dos municípios, conforme artigo 182 da Constituição Federal de 1998 e a Lei nº 10.257 de 2001. São condições para a utilização do instrumento de desapropriação nessa modalidade:
R: Especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, lei municipal autorizando tal medida, e que o proprietário não atenda às medidas anteriores que a lei determina.
20- O instituto da requisição, modalidade de intervenção estatal na propriedade,
R: incide sobre bens móveis, imóveis e serviços particulares.
21- Em relação aos militares, analise as afirmações abaixo e assinale a mais completa. 
I - Tem vínculo estatutário. 
II - São sujeitos a regime jurídico próprio. 
III - A remuneração é feita pelo Estado. IV - Não cabe Habeas Corpus nas prisões disciplinares militares.
R: Todas estão corretas.
22- A Administração Estadual desapropriou terreno urbano para fins de utilidade pública com intuito de edificar escola. Passados dez anos a escola teve de ser inteiramente demolida para dar lugar, em parte da área, a ampliação da rodovia. A parte remanescente não aproveitada na ampliação, para não ficar ociosa, foi transformada em posto de saúde. Em decorrência, assinale a alternativa correta:
R: Não há direito à retrocessão. A dinâmica da vida social admite que a Administração dê ao bem destino diverso do inicialmente previsto, desde que igualmente atendido o interesse público.
23- ¿DECRETO N. 4.887/2003. CONSTITUCIONALIDADE. CONCEITO DE QUILOMBO. REMANESCENTES DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS. SUPERAÇÃO DA ANTIGA NOÇÃO DE QUILOMBO COMO MERO AJUNTAMENTO DE NEGROS FUGIDOS. PRESENÇA HODIERNA E NO FUTURO. EFICÁCIA IMEDIATA DOS DISPOSITIVOS PERTINENTES A DIREITOS FUNDAMENTAIS. DENSIDADE E FORÇA MANDAMENTAL DO ART. 68 DO ATO DE DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT). FUNDAMENTALIDADE DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DA PRÓPRIA CULTURA. DIREITO À DIFERENÇA ÍNSITO NA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. LICITUDE DA UTILIZAÇÃO DO INSTITUTO DA DESAPROPRIAÇÃO COMO MEIO DE PROPICIAR A TITULAÇÃO. 1. Contrariamente ao que registra a história oficial, o quilombo jamais foi um mero amontoado de negros fugidos, existindo nele também índios, brancos e mestiços. 2. A nociva política do 'branqueamento' retira do negro a opção por ser ele mesmo, recusando-lhe a preservação de sua história, de seus costumes, de suas manifestações religiosas, de sua cultura. 3. Como direito fundamental que é, o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias guarda aplicabilidade imediata. 'Princípio é imperativo. Princípio estáno mundo jurídico. Princípio é mais do que regra. Não teria sentido exigir complementação para um princípio que é mais do que uma regra e que contém a própria regra'. (Desembargador Paulo Afonso Brum Vaz). [..] 6. A desapropriação, na hipótese, já está regulamentada em lei, que prevê o uso do instituto por interesse social, ausente qualquer vedação a seu uso no alcance do escopo constitucional inarredável de preservar e proteger o quilombo; ou o remanescente de quilombo. 7. Arguição de inconstitucionalidade que se rejeita¿ (doc. 80). Os embargos de declaração opostos foram acolhidos para esclarecimentos (doc. 104). ¿ BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 888145 / RS - RIO GRANDE DO SUL. Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA. publicada no DJe de 05/08/2015. Considerando as ideias acima, avalie as afirmações a seguir. I. A desapropriação por interesse social deve ser indenizada em Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 10 anos. II. A desapropriação por interesse social ocorre quando o bem a ser desapropriado interessa ao interesse de toda a coletividade e se incorporará ao patrimônio público de forma definitiva. III. A desapropriação apresentada no julgado é a pura aplicação do princípio da supremacia do interesse público, onde independentemente dos valores pessoais atribuidos ao bem, ele deve ser expropriado para buscar o interesse público. É correto o que se afirma em:
R: Afirmativa III, apenas.
24- Em relação aos agentes públicos, assinale a opção correta.
R: Artista consagrado contratado pelo poder público para representar o Brasil em congresso internacional é exemplo de agente credenciado, também considerado funcionário público para fins penais.
25- (Ano: 2015 Banca: FUNDATEC Órgão: SISPREM - RSP rova: Procurador Jurídico) De acordo com a doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (obra Direito Administrativo, 27ª ed.), "o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em favor de um serviço público ou de um bem afetado a fim de utilidade pública", corresponde a:
R: Servidão administrativa.
26- (ANALISTA MPU/2004) O recurso dirigido a uma autoridade ou órgão estranho à repartição que tenha expedido o ato impugnado denomina-se:
R: Recurso hierárquico impróprio.
27- Sobre agente político, assinale a alternativa correta.
R: todas estão corretas. 
São investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais;
Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado;
São pessoas físicas titulares de cargos do primeiro escalão do Governo que exercem funções políticas e constitucionais.
28- O sistema de controle interno não tem atribuição de:
R: aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa, as sanções legais, inclusive multa.
29- (OAB )- De acordo com o artigo 121 da Lei n 8.112/1990.o ¿servidor responde civil,penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Considerando esse comando legal, assinale a opção correta.
R: O Estatuto do Servidor Público Federal prevê que as sanções penais, cíveis e administrativas, podem ser cumuladas.
30- O provimento de cargo público confere àquele que tomou posse o status de servidor público. A propósito do provimento de cargos públicos, com base no que dispõe a Lei nº 8.112/1990
R: provimento de cargos de professores, técnicos e cientistas pode se dar com estrangeiros, no âmbito das universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais.
ALEXANDRINO Marcelo, PAULO Vicente. Direito Administrativo Descomplicado - 27ª ed. Brasil. Método, 2019
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado. 16. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
O assunto vem sendo debatido nos tribunais, que vem afirmando quanto legitimidade da interrupção do serviço público prestado sob regime de concessão, contanto que haja comunicação prévia, se o usuário deixar de pagar a tarifa correspondente, o que tem amparo na Lei nº 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da CRFB/88.
Pois muito embora a CRFB/88, contemple sobre o princípio da continuidade, dispondo que a prestação do serviço público não pode sofrer qualquer tipo de interrupção, o artigo 6º da Lei 8.987/95 deve ser considerado norma especial em relação ao CDC, visto que disciplina relação especial de consumo (usuário de serviço público), razão pela qual o CDC (Art. 22) deverá ser aplicado apenas subsidiariamente. Corroborando assim pela possibilidade de sua interrupção, sendo objeto de análise a hipótese com prévio aviso motivado por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Deste modo, nos termos do art. 6º, § 3º, II, da Lei 8.987/95 não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção, após prévio aviso, quando houver inadimplemento do usuário. Isto porque não se pode omitir que a remuneração do serviço público, prestado pela concessionária, advém como regra geral, da tarifa paga pelo usuário, tarifa esta que é parte essencial da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, garantido constitucionalmente pelo Art. 37, XXI da CRFB/88.
Como já dito anteriormente o tema da interrupção, e mesmo a restrição, da prestação do serviço público ante o descumprimento da contraprestação a que está obrigado o usuário, quando em jogo o acesso a bens imprescindíveis à sobrevivência digna, é causa de conflito de interesses ao qual não pode permanecer indiferente o Estado, titular do serviço.
Paulo Cesar Soares Cabral JuriCidades Revista da Consultoria Jurídica do Ministério das Cidades – Revista da AGU. Brasília. 2008
AV2 
–
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO II
 
 
APONTAMENTOS DO PROFESSOR
 
 
1
-
 
Disserte acerca do Controle da Administração Pública, em especial 
sobre as atribuições do TCU.
 
Momento: 
 
A) 
Prévio ou preventivo 
–
 
é aquele que ocorre antes da prática de um ato 
administrativo. 
Ex: concessão de liminar em mandado de segurança para impedir a 
prática futura de algum ato ilegal pela Administração Pública.
 
 
B) Concomitante 
–
 
é o controle que ocorre durante a prática de um ato 
administrativo. 
Ex: fiscalização de uma obra durante a exe
cução
 
C) Posterior ou subsequente 
–
 
é aquele que ocorre após a realização do ato 
administrativo. 
Ex: homologação de licitação após o preenchimento de todas as 
formalidades legais.
 
 
Objeto: 
 
A)
 
Legalidade 
–
 
controla
-
se o fato do ato ter sido praticado ou não n
os 
termos da lei. Esse controle é feito pela administração pública ou pelo 
poder judiciário. 
ilegalidade = anulação.
 
B)
 
Mérito 
–
 
nesse caso o controle recai sobre aspectos de conveniência e 
oportunidade. Quem realiza o controle é a própria administração públi
ca. 
O poder judiciário NÃO realiza controle do mérito do ato administrativo.
 
 
FORMAS:
 
A)
 
Controle administrativo
 
–
 
é aquele realizado pela própria 
administração pública. Decorre da autotutela, que é o poder que possui 
a administração pública de controlar os seus próprios atos, anulando os 
AV2 – DIREITO ADMINISTRATIVO II 
 
APONTAMENTOS DO PROFESSOR 
 
1- Disserte acerca do Controle da Administração Pública, em especial 
sobre as atribuições do TCU. 
Momento: 
A) Prévio ou preventivo – é aquele que ocorre antes da prática de um ato 
administrativo. Ex: concessão de liminar em mandado de segurança para impedir a 
prática futura de algum ato ilegal pela Administração Pública. 
B) Concomitante – é o controle que ocorre durante a prática de um ato 
administrativo. Ex: fiscalização de uma obra durante a execução 
C) Posterior ou subsequente – é aquele que ocorre após a realização do ato 
administrativo. Ex: homologação de licitação após o preenchimento de todas as 
formalidades legais. 
 
Objeto: 
A) Legalidade – controla-se o fato doato ter sido praticado ou não nos 
termos da lei. Esse controle é feito pela administração pública ou pelo 
poder judiciário. ilegalidade = anulação. 
B) Mérito – nesse caso o controle recai sobre aspectos de conveniência e 
oportunidade. Quem realiza o controle é a própria administração pública. 
O poder judiciário NÃO realiza controle do mérito do ato administrativo. 
 
FORMAS: 
A) Controle administrativo – é aquele realizado pela própria 
administração pública. Decorre da autotutela, que é o poder que possui 
a administração pública de controlar os seus próprios atos, anulando os

Outros materiais