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Determinação biológica dos transtornos mentais

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RESENHA CRÍTICA
A determinação biológica dos transtornos mentais: uma discussão a partir de teses neurocientíficas recentes
FREITAS-SILVA, Luna Rodrigues, ORTEGA, Francisco. A determinação biológica dos transtornos mentais: uma discussão a partir de teses neurocientíficas recentes. Cad. Saúde Pública. 2016, vol.32. Epub Aug 29, 2016. 
Luna Rodrigues Freitas Silva, é professora adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGPSI/UFRRJ). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado e doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), com período de doutorado sanduiche no Department of Social Science, Health and Medicine, King´s College London (orientação de Nikolas Rose). Tem experiência nas áreas de Psicologia e Saúde Coletiva, tendo interesse nos seguintes temas: construção social da saúde e da doença; processos de medicalização; discursos sobre prevenção, promoção da saúde e risco; práticas de cuidado em saúde mental; atenção à infância e adolescência.
Francisco Ortega nasceu e foi criado em Madri, onde se formou na Universidade Complutense de Madri. Mais tarde, ele se mudou para a Alemanha, onde recebeu seu Ph.D em Filosofia pela Universidade de Bielefeld. Ele chegou ao Brasil em 1996 e foi Professor Associado de Filosofia na Universidade Federal de Goiás. Desde 1999, leciona no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, primeiro como professor visitante, depois como professor associado e, desde 2017, como professor titular.
Este artigo se trata da compreensão dos processos de formação dos transtornos mentais e como vem se mostrando desafiadora desde a fundação do campo psiquiátrico. O desenvolvimento das neurociências proporcionou novo fôlego à expectativa de encontrar estritamente no funcionamento biológico a explicação para o surgimento dos transtornos mentais. No entanto, tal objetivo não vem sendo alcançado com a esperada facilidade, de modo que novas hipóteses começam a se destacar nas pesquisas neurocientíficas. Neste artigo, identificamos as noções de epigenética, neurodesenvolvimento e plasticidade como os principais indicativos de um novo modo de compreender a biologia dos fenômenos mentais. A complexidade genética, o papel formativo do ambiente e as variações que caracterizam a vulnerabilidade implicam importantes modificações nas principais teses sobre a determinação biológica dos transtornos mentais, sugerindo uma reconfiguração dos limites entre o "social" e o "biológico" nas pesquisas em neurociências.
O artigo divide-se nos segundos subtítulos: Herança genética e ambiente, que fala sobre a identificação dos genes. O cérebro em desenvolvimento, sobre o entendimento dos transtornos mentais como transtornos do neurodesenvolvimento vem sendo valorizado como forma de explicar o caráter crônico e progressivo das patologias mentais. 
E por fim faz considerações sobre o determinismo biológico e seu impacto no campo da saúde mental.

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