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RESUMO SLIDE AULAS CIENCIA POLITICA

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1 
 
RESUMO DOS SLIDES DAS AULAS DE CIÊNCIA POLÍTICA - ESTÁCIO / JUIZ DE FORA 
 
Por Suzi Mara Almeida Passos 
 
 
Aula 1: 
 
A política e seus pontos essenciais 
 
Política 
Atividade pela qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol do bem-estar e da 
sobrevivência de toda comunidade. 
 
Politicagem 
Embora a política seja o meio, por excelência, pelo qual o grupo social atinge seus interesses, uma 
forma equivocada de se entender o conceito vem sendo utilizada com o intuito de neutralizar os 
poderes da cidadania e atender os interesses privados de poucos. 
 
A política e seus pontos essenciais 
 
Política e Poder – Se a política não pode ser compreendida sem que entendamos o conceito de poder, é 
possível afirmar que este consiste na habilidade dos indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios 
interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência de outras pessoas. 
 
O fenômeno político com exercício do poder e a busca do bem-comum 
 
A busca pelo bem-comum define a política em seu sentido mais amplo. Neste ponto, há uma relação 
incontornável entre bem-comum, autonomia cidadã e democracia. 
 
 
Aula 2: Política – Entre ciência e discurso 
 
A definição de Ciência Política e seus métodos 
 
A Ciência Política é uma área do saber que estuda os fenômenos políticos, o funcionamento de 
comunidades políticas e a convivência entre os seus membros. 
Visa, portanto, analisar a política, as estruturas e os processos de governo, utilizando-se de abordagem 
científica. 
 
O papel do discurso na construção da vontade coletiva 
 
O discurso político tem por objetivo expressar ideias de forma argumentativa e persuasiva. Seus 
conteúdos alteram-se de acordo com o contexto (político, social, econômico e jurídico). 
 
Nas sociedades contemporâneas democráticas, predominam a dinamicidade, a fragilidade e mesmo a 
provisoriedade dos discursos políticos. 
 
Tal discursividade no plano político considera a razão, a emoção e a autoridade de quem profere o 
discurso, daí os vários prismas pelo qual tal discurso político pode ser avaliado. 
 
As componentes do discurso político 
 
2 
 
Logos - Convicção – Puro raciocínio – Faculdades intelectuais – Busca da verdade – Auditório 
acredita na perspectiva do orador – motivos e razões. 
 
Pathos - Relativo aos sentimentos/afeto – deslocamentos emocionais para o convencimento do 
auditório – não é a força do argumento, mas a maneira como é transmitida para o auditório (alegria, 
tristeza, orgulho, desejo etc.). 
 
Ethos - As virtudes do caráter do orador – projetando dignidade, confiança e credibilidade. 
 
Análise do Discurso Político 
 
A Política acaba por se afirmar como um campo de batalha em que se trava uma guerra simbólica para 
estabelecer relações de dominação ou relações pactuais. Aqui não se trata exatamente de um discurso 
puro sobre as ideias, mas de um discurso de ideias contaminadas pelo discurso do poder. 
 
Enquanto o discurso das ideias pertence à problemática da verdade (dizer o “verdadeiro”), o discurso 
do poder se satisfaz com a problemática do verossímil (dizer o plausível, o aceitável, o razoável). 
 
 
O Estado: primeiros contornos 
 
• Sua definição no tempo histórico; 
• Não há modelo universalizável de Estado; 
• O Estado nacional propriamente dito como construção europeia: primeiros contornos. 
 
 
Aula 3: A origem do estado – principais linhas teóricas 
 
O fenômeno estatal e as teorias naturalistas 
 
O ser humano seria naturalmente gregário e a cidade é o fim (telos), a causa final da associação 
humana. 
Precede a família e até mesmo o indivíduo, tendo em vista que responde a este citado impulso social. 
Por isso, é um animal político (zoon politikon) inclinado a fazer parte de uma sociedade política. 
 
Teorias naturalistas 
 
O precursor da teoria naturalista é Aristóteles. 
O Estado é uma instituição natural, necessária e que decorre da natureza humana. 
 
As linhas contratualistas 
 
O contratualismo é uma linha teórica central que abarca várias concepções particulares, com 
características diversas, todas unidas pela ideia central de que o Estado é fruto de um contrato (ou 
pacto) entre seres humanos. 
 
Thomas Hobbes X John Locke X Jean Jacques Rousseau 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução Histórica do Estado
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hobbes e a fundamentação do Estado absolutista
 
• A visão antropológica hobbesiana. 
• O estado de natureza em Hobbes.
• O contratualismo hobbesiano. 
 
 
Na visão de em Hobbes, as finalidades 
 
a) Representar os cidadãos, pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus 
direitos e poderes; 
b) Assegurar a ordem, ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; 
c) Ser a única fonte da lei porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto.
 
 
Thomas Hobbes e o Estado Leviatã
 
Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos 
cidadãos que aceitam ceder seus direitos naturai
respeitar, sem qualquer tipo de contestação. Legitima o Estado Absoluto.
 
O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência.
 
 
Aula 4: A origem do estado – 
 
O Contratualismo lockeano 
 
O Estado de natureza em Locke
Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei 
natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, 
violência não é a regra. 
 
Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o 
signo da racionalidade humana.
 
Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisão política. 
• Vida 
• Liberdade 
• Propriedade 
 
Concepção 
Medieval 
de Estado 
o 
 
Hobbes e a fundamentação do Estado absolutista 
A visão antropológica hobbesiana. 
O estado de natureza em Hobbes. 
 
Na visão de em Hobbes, as finalidades do Estado são: 
, pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus 
, ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; 
porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto.
 
Thomas Hobbes e o Estado Leviatã 
Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos 
cidadãos que aceitam ceder seus direitos naturais a um poder comum, a cuja autoridade passam a 
respeitar, sem qualquer tipo de contestação. Legitima o Estado Absoluto. 
O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência.
 principais linhas teóricas II 
O Estado de natureza em Locke 
Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei 
natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, 
Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o 
signo da racionalidade humana. 
Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisão política. 
Estado 
Absoluto 
Estado Liberal
 
Estado Social
3 
 
, pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus 
, ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; 
porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto. 
Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos 
s a um poder comum, a cuja autoridade passam a 
O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência. 
Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei 
natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, a 
Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o 
Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisãopolítica. 
Estado Liberal 
Estado Social 
4 
 
O Direito de Resistência 
 
E se o governo não for capaz, por meio das leis, de garantir os direitos à vida, à liberdade e à 
propriedade? 
 
 
John Locke e o Estado Liberal 
 
A teorização política de Locke faz avançar a afirmação dos direitos naturais, na medida em que altera 
o paradigma contratual que passa a ser um “pacto de consentimento” e, não mais um “pacto de 
submissão” como na obra hobbesiana. 
 
O pacto de consentimento de John Locke reconhece o direito de resistência e com isso justifica o 
Estado liberal. 
 
 
O Contratualismo Rousseauniano 
 
A necessidade de se estabelecer um pacto legítimo, que devolvesse ao ser humano a liberdade natural 
perdida com o surgimento das relações sociais. 
 
O governo (corpo administrativo) está absolutamente limitado pela vontade geral (lei) do povo 
soberano que tem a função de submeter as vontades particulares. 
 
A visão rousseauniana concebe que a representação política não deve se dar por meio de uma 
democracia representativa, mas sim por intermédio de uma democracia direta, nos moldes daquela 
experimentada pelos gregos. 
 
Principais ideias 
 
Mandato Imperativo 
Democracia plebiscitária 
Concepção fortalecida de soberania popular 
Submissão do governo à lei 
 
 
Jean Jaques Rousseau e a Democracia Plebiscitária 
 
Dentre os contratualistas, Rousseau é aquele que assume posição teorizante que mais se aproxima do 
princípio democrático e da democracia plebiscitária de participação direta do povo. 
 
A ideia de mandato imperativo aproxima Rousseau da democracia plebiscitária 
 
 
Aula 5: A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado 
 
O Estado Moderno e sua configuração a partir de Vestefália 
 
ANTES DA PAZ DE VESTFÁLIA DE 1648 
 
Organização política típica da medievalidade: 
• Concepção dual de poder: poder temporal x poder eclesiástico; 
• Guerras Religiosas – Guerra dos 30 anos; 
5 
 
• Não existia o Estado nacional propriamente dito. 
 
 
Nascimento do Estado moderno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formação histórica do Estado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Território: a delimitação espacial do poder 
 
• O território é componente material da estrutura do Estado 
Exemplos: Estado da Palestina e a Questão da Ucrânia; 
• Base geográfica do poder estatal; 
• Base física sobre a qual o Estado irá exercer sua jurisdição soberana; 
• Define os limites dentro dos quais se exerce a soberania do Estado. 
 
O caráter multidimensional do território 
 
• Não se restringe ao elemento terrestre; 
• Incluir o espaço marítimo e o espaço aéreo; 
• Pode incluir áreas destacáveis do núcleo territorial do Estado; 
Exemplos: Ilhas Malvinas e Arco Britânico de Ilhas no Atlântico. 
• Inclui o solo, o subsolo, as águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente. 
 
 
Espaço marítimo 
 
MAR TERRITORIAL: 12 MILHAS 
ZONA CONTÍGUA: 24 MILHAS 
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: 200 MILHAS 
PLATAFORMA CONTINENTAL: ATÉ 350 MILHAS 
 
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 
(Montego Bay – Jamaica, 1982) 
 
• Navios e aeronaves de guerra; 
• Navios e aeronaves a serviço do estado; 
• Embaixadas e repartições diplomáticas; 
Formação do Direito 
Internacional Público: 
Sociedade Internacional 
de Estados Nacionais 
 
Paz de Vestfália 
de 1648 
Formação do Estado 
Nacional propriamente dito: 
Estado Absoluto com os três 
elementos essenciais - povo, 
território e soberania uma e 
indivisível 
 
Concepção 
medieval 
de Estado 
 
Paz de 
Vestfália 
de 1648 
 
Estado 
absoluto 
 
Revolução 
Francesa 
1789 
6 
 
• Direito de asilo; 
• Passagem inocente de navio mercante. 
 
 
Aula 6: Povo – Traços característicos e distintivos 
 
O conceito de povo em uma perspectiva jurídico-política 
O conceito jurídico-político de povo está relacionado com o vínculo da nacionalidade entre a pessoa e 
o Estado. 
A nacionalidade é o atributo que capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos e, com este status, 
participarem da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. 
 
Os conceitos de povo e população 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O conceito de nação 
 
A nação representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços 
linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, 
nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que não necessitam ocupar um mesmo 
espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo 
destino. 
 
Pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma 
nacionalidade podem ser membros de nações diversas. 
Curdistão é a “pátria” de cerca de 30 milhões de curdos que vivem na Turquia, Síria, Iraque e Irã. A 
grande maioria, mais de metade, vive no Sul da Turquia e representa 20% da população turca. É um 
povo com língua própria, hábitos e tradições seculares e que aspira à constituição de um estado. 
 
Podem existir diversas nações dentro de um mesmo Estado. Da mesma forma que pode existir uma 
única nação espalhada por diversos Estados diferentes. 
 
O conceito de nacionalidade 
 
• Em sentido jurídico-político, demarcando o vínculo entre um membro do povo e o Estado. 
• Em sentido étnico-cultural, demarcando os laços linguísticos, culturais ou espirituais, ou mesmo 
os interesses, ideais e aspirações comuns. 
 
Conceito de cidadão 
 
É o nacional no pleno gozo dos seus direitos políticos. 
A nacionalidade é condição necessária, mas, insuficiente para definir o conceito de cidadão. 
Todo cidadão é nacional, porém nem todo nacional é cidadão. 
Conceito de povo: o conjunto de 
membros de uma sociedade política 
ligados pelo vínculo jurídico-
político da nacionalidade. 
 
Conceito de população: o 
conjunto de pessoas que se 
encontram na base geográfica de 
poder do Estado, sem que isso 
importe necessariamente 
possibilidade de participar da vida 
política do País. 
 
 
7 
 
 
Aula 07: A soberania como elemento essencial: traços característicos e distintivos 
 
A construção histórica do conceito de soberania na modernidade 
 
No contexto de concepção dual de poder, Jean Bodin engendra a teoria da soberania absoluta 
do Estado, seja no plano interno, seja no plano externo. 
É importante aqui lembrar que a Paz de Vestfália, de 1648, simboliza, a um só tempo, o nascimento do 
Estado nacional propriamente dito, como, também, a formação do Direito internacional Público, tal 
qual é concebido nos dias atuais. 
A ideia de soberania tem uma dimensão histórica, na medida em que nem sempre existiu tal conceito. 
 
A rigor, trata-se de uma construção intelectual do Estado Moderno em oposição ao fragmentado poder 
da era medieval. 
O grande precursor do conceito de soberania foi Jean Bodin, com o desiderato de legitimar o poder do 
Rei de França no contexto de disputa entre o poder temporal e o poder espiritual. 
 
No decorrer da própria Modernidade, o conceito de soberania vai sendo desenvolvido a partir da 
elaboração das teorias clássicas dos filósofos contratualistas. 
Primeiro, com Hobbes e a legitimação do Estado Absoluto, depois com Locke e a ideia de limitação da 
soberania estatal no plano a partir das garantias das liberdades individuais (paradigma do Estado 
Liberal), até, finalmente, chegar-se a Rousseau e a ideia de soberania popular e democracia 
participativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os traços definidores do conceito de soberania 
 
Em essência, o conceito de soberania designa o poder político no Estado, expressando internamente 
seu poder de comando, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes 
dentro do Estado (soberania interna). 
Por outro lado, sob uma perspectiva externa, a soberaniasignifica o atributo que possui o Estado 
nacional de não ser submetido às vontades estatais alienígenas. Assim, somente o Estado é dotado de 
soberania, sendo que outras comunidades ou pessoas coletivas de direito interno, no limite, podem ser 
dotadas tão somente de autonomia. 
 
Legalidade e legitimidade como fundamentos da soberania 
 
A ideia de legalidade deve ser vislumbrada como a submissão às leis produzidas pelo próprio Estado, 
podendo ou não refletir as aspirações da sociedade como um todo. 
O conceito de legitimidade projeta a ideia de que o poder soberano no Estado Moderno não basta estar 
submetido às diretrizes legais (conceito de legalidade), mas também deve se preocupar em atender as 
aspirações legítimas da sociedade (conceito de legitimidade). 
Formação do Direito 
Internacional Público: 
 
Fim da sociedade universal 
do Estado Feudal e 
nascimento da Sociedade de 
Estados Nacionais 
 
Formação do Estado Nacional 
propriamente dito: 
 
Coexistência dos três 
elementos essenciais do 
Estado 
(povo, território e soberania 
una e indivisível) 
 
Paz de Westphalia 
de 1648 
 
8 
 
Enquanto a legalidade exige apenas uma adesão externa (bastando que o cidadão cumpra a norma 
emanada), o reconhecimento da legitimidade exige que o seguimento ao ordenamento se dê 
por uma adesão interna, psicológica. 
A concepção de legitimidade se atrela ao grau de lealdade de todos os seus cidadãos, ao grau de 
adesão por convicção. 
Corresponde ela à adesão do Auditório Universal de Perelman ou à ideia de Comunidade aberta de 
intérpretes da Constituição de Härberle. 
 
Questão Discursiva 
 
O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, 
suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que 
se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em 
praticamente todas as constituições modernas. 
A Constituição brasileira tem alguns dispositivos 
(no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão vejamos: 
 
“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
 I – independência nacional; (...) 
III – autodeterminação dos povos; 
IV – não intervenção; 
V – igualdade entre os Estados; (...)” 
 
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I – plebiscito; 
II – referendo; 
III – iniciativa popular. (...)” 
 
 
Diante do exposto anteriormente, pergunta-se: 
Em face do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve 
considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal? 
A qual dos contratualistas é possível relacionar a soberania aludida no Art. 14 da Carta Magna? 
Justifique. 
 
Aula 8: A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado 
 
As teorias da separação de poderes e do sistema de freios e contrapesos 
 
O sistema de freios e contrapesos (checks and balances) propicia o controle recíproco entre os poderes 
da União, de modo a evitar a predominância cêntrica de um deles sobre os demais, e preservando entre 
eles uma relação de necessário equilíbrio. O controle mútuo entre os poderes simboliza mais uma 
forma de garantir um dos pilares do constitucionalismo democrático, que é a separação de poderes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Sistema de Freios e Contrapesos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formas de estado 
 
As formas de Estado são as seguintes: Estado Unitário e Estado Federal. 
Tal classificação é feita levando-se em consideração o modo de exercício do poder no território do 
Estado. 
Ou seja, o elemento que caracteriza a forma de Estado é a existência ou não de poderes regionais com 
capacidade de auto-organização política, administrativa e financeira (Estados autônomos). 
 
 
Estado unitário 
 
Estado Unitário é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa 
para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização política. 
Estado Unitário tem apenas um Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, daí a ideia de uma única 
ordem jurídica central. 
Os três poderes são todos centrais, inexistindo seus congêneres em âmbito regional ou local, 
caracterizando assim a centralização política. 
No entanto, isso não quer dizer que o Estado Unitário não possa sofrer uma descentralização 
administrativa, gerando relativa autonomia local para municípios, províncias, departamentos, 
circunscrições, comunas ou condados. 
Todos os países latino-americanos, à exceção do Brasil, Argentina, México e Venezuela, são Estados 
Unitários. Na Europa, podemos citar como exemplo de Estados Unitários: França, Espanha, Itália e 
Portugal. A figura a seguir mostra as diferenças entre as duas formas de Estado. 
 
 
 
 
• Veto do Presidente da 
República nos projetos 
de lei já aprovados pelo 
Congresso Nacional. 
 
• Poder discricionário do 
Presidente da República 
de escolher os Ministros 
do STF e submetê-los à 
aprovação do Senado 
Federal. 
 
• Poder de fiscalização das 
contas públicas de todos 
os poderes pelo 
Congresso Nacional 
(artigo 70 da CF/88). 
 
 
 
• Poder do STF, dos 
Tribunais e dos Juízes 
singulares de declarar a 
inconstitucionalidade de 
leis ou atos normativos 
feitos pelo Poder 
Legislativo no controle 
de constitucionalidade. 
 
• Possibilidade de 
Impeachment do Chefe 
do Executivo com 
julgamento pelo Senado 
Federal após autorização 
da Câmara dos 
Deputados. 
 
• Poder de legislar do 
Presidente da República 
mediante a edição de 
Medidas Provisórias com 
força de lei. 
• 
Controle recíproco 
entre o Executivo, 
o Legislativo 
e o Judiciário 
 
10 
 
Estado federal 
 
O federalismo é um instituto jurídico de origem estadunidense. 
O conceito de federação nasceu com a formação dos Estados Unidos da América, no exato momento 
em que as treze ex-colônias britânicas abrem mão de sua soberania em prol da formação de um único 
Estado Federal. 
O conceito de federalismo nasceu juntamente com o conceito de presidencialismo em contraposição ao 
parlamentarismo, sistema de governo até então dominante na Europa. 
Se por um lado, o berço do parlamentarismo é a Inglaterra, por outro, a união das treze ex-colônias 
inglesas a partir da Convenção de Filadélfia de 1787 é a origem de uma nova forma de Estado, a 
federação, e de um novo sistema de governo, o presidencialismo. 
 
1) É politicamente descentralizado. 
2) Há manifestação do poder constituinte derivado decorrente (Constituições Estaduais). 
3) A vontade regional é considerada pelo Poder Central. 
 
 
Cláusula pétrea 
 
A forma federativa foi transformada em cláusula pétrea pela Constituição de 1988. 
Portanto, o princípio federativo é indissolúvel e não pode ser retirado do corpo Constitucional de 1988 
nem mesmo por Emenda ou Plebiscito. 
O Estado brasileiro jamais deixará de ser uma federação, a não ser que surja uma nova Constituição e, 
portanto, um novo Estado, obra de um novo poder constituinte originário. 
 
Comparação Confederação X Federação 
 
 
 
 
CONFEDERAÇÃO FEDERAÇÃO 
União de Estados Soberanos União de Estados autônomos 
Pacto dissolúvel entre Estados Pacto indissolúvel entre Estados 
Direito de secessão pode ser exercido Não se admite direito de secessão 
O tratado jurídico entre os estados confederados é 
o Tratado Internacional 
O tratado jurídico entre os estados federados é a 
Constituição 
 
 
Comparação EUA x Brasil 
 
Nos Estados Unidos: Federalismo centrípeto: Passagem de um Estado Composto Confederal para 
um Estado Simples Federal. 
 
No Brasil: Federalismo centrífugo: Passagem de um Estado Simples Unitário para um Estado 
Simples Federal. 
 
 
Aula 9: As formas clássicas de governo 
 
As teorizações aristotélica e maquiavélica na origem das formulações contemporâneas de formas 
de governoEmbora as classificações apresentadas por dois ícones da Filosofia política envolva uma tipologia não 
mais usada nos dias atuais, o objetivo desta segmentação temática é compreender o desenvolvimento 
11 
 
histórico das formas de governo a partir das classificações aristotélica (na Antiguidade) e maquiavélica 
(representativa do início da Modernidade). 
 
Classificação Tradicional de Aristóteles 
 
GOVERNO DE UM SÓ 
Forma pura = Monarquia 
Forma impura = Tirania 
 
GOVERNO DE ALGUNS 
Forma pura = Aristocracia 
Forma impura = Oligarquia 
 
GOVERNO DE TODOS 
Forma pura = Democracia 
Forma impura = Demagogia 
 
 
Visão de Parte da Doutrina (Dalmo Dallari) 
 
O presidencialismo não deixa de ser um sistema misto em que coexistem as três formas aristotélicas 
puras de governo (monarquia, aristocracia e democracia). 
a) O Poder Executivo seria a expressão de um governo unipessoal monárquico (governo de um só). 
b) O Poder Judiciário simbolizaria um corpo aristocrático cuja nota central é o déficit democrático 
porque não eleito pelo povo (governo de alguns). 
c) O Poder Legislativo, este, sim, representando o componente democrático do sistema (governo da 
maioria). 
 
Sistema de Freios e Contrapesos 
 
 
 
 
A Monarquia como forma de governo 
 
A transmissão do poder se dá em virtude dos laços de sangue (hereditariedade), sendo que o término 
do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições 
de cumprir suas atribuições (vitaliciedade). 
A condução ao exercício da função de monarca não decorre da escolha popular (a não 
representatividade popular), sendo que o monarca não tem responsabilidade política e, por isso, não 
deve explicações ao povo ou a qualquer órgão estatal (irresponsabilidade política como ausência de 
prestação de contas). 
 
Muitas monarquias dos dias atuais são formas de governo que se guiam pelo regime democrático 
(monarquias parlamentaristas). 
Vale, pois, afastar a confusão costumeira de associar a ideia de monarquia aos estados autocráticos ou 
mesmo Estados absolutistas. 
 Não que as monarquias absolutas tenham deixado de existir, mas, nos dias atuais, são minoria em face 
daquelas que adotam regimes democráticos. 
 
 
A República como forma de governo 
 
Repúblicas 
 
Principados 
 
Classificação de 
Maquiavel 
12 
 
A República tem como traços marcantes o acesso ao poder por meio de sufrágio censitário (república 
aristocrática) ou universal (república democrática), enquanto a permanência é limitada temporalmente 
por meio de mandato fixo, durante o qual, via de regra, há a responsabilização do governante. 
São características da República: a temporalidade, a eletividade e a responsabilidade. 
 
 
Aula 10: Os clássicos sistemas de governo 
 
O Parlamentarismo como sistema de governo 
 
O Parlamentarismo não é uma construção teórica surgida a partir de um pensamento político-
acadêmico sistematizado. Ele é produto de uma longa evolução histórica, cuja origem remonta aos 
primeiros séculos da monarquia britânica. 
O parlamentarismo inglês começou sua trajetória, em 1215, com a subordinação de João Sem Terra ao 
baronato. Em seguida, consolidou-se a Câmara dos Comuns, que combinou o poder ascendente da 
burguesia com a pequena e média nobreza rural. 
A partir da Revolução Gloriosa de 1688, o sistema inglês atingiu avançado patamar, uma vez que o 
parlamento passou a predominar sobre a realeza, com nítido primado do poder nacional sobre o rei. 
Ainda dentro desse quadro histórico de evolução, vale salientar a consolidação do Primeiro-Ministro 
como Chefe do Poder Executivo, completamente separado do Rei, Chefe de Estado. 
 
Características do Parlamentarismo 
 
• Organização Dualística do Poder Executivo: 
Distinção entre Chefe de Estado (Rei ou Presidente) e Chefe de Governo (Primeiro-Ministro). Para o 
Chefe de Estado, ficam reservadas as funções de representação do Estado, enquanto que para o 
Primeiro-Ministro cabe a Chefia do Gabinete ou Conselho de Ministros (Poder Executivo 
propriamente dito); 
 
• Colegialidade do órgão governamental: 
O Poder Executivo é um órgão colegiado composto pelo Primeiro-Ministro e pelos membros do 
Gabinete. 
A política geral do País depende da decisão da maioria dos membros do Gabinete (corpo deliberativo 
do poder executivo) e não da vontade unipessoal do Presidente da República como sói acontecer no 
presidencialismo. 
• Prazo do mandato do Poder Executivo (Gabinete e Primeiro-Ministro) é indeterminado: 
Os Poderes Executivo e Legislativo se entrelaçam de tal maneira que ocorrendo eventual 
descontentamento com as decisões políticas do Poder Executivo, a maioria do Poder Legislativo pode 
exigir a queda desse Poder Executivo (Gabinete e Primeiro-Ministro) a partir de um voto de 
desconfiança. Logo, é correto afirmar que o prazo do mandato do Poder Executivo é indeterminado. 
 
• Responsabilidade política solidária entre o Gabinete e o Primeiro-ministro: 
Isto significa dizer que o voto de desconfiança do Parlamento atingirá todo o Gabinete, ou seja, ao 
receber um voto de desconfiança, o Primeiro-Ministro renunciará juntamente com todo o seu Conselho 
de Ministros. Trata-se do princípio da solidariedade do Gabinete no âmbito do sistema parlamentarista 
de governo. 
 
Sistema de Freios e Contrapesos 
 
 
 
 
 
Voto de Desconfiança 
do Parlamento 
para o Gabinete 
 
Direito de Dissolução 
do Parlamento: 
Convocação de novas 
eleições 
Equilíbrio entre os 
Poderes Executivo e 
Legislativo no âmbito 
do sistema 
parlamentarista de 
governo 
 
13 
 
Equilíbrio entre Executivo e Legislativo 
 
O Direito de Dissolução do Parlamento é o contraponto da responsabilidade política do Poder 
Executivo perante o Parlamento. 
Tal direito é o instrumento jurídico de atuação do Poder Executivo em relação à onipotência do Poder 
Legislativo, isto é, evita a imposição da vontade unilateral das maiorias parlamentares. Eis aqui, a 
essência democrática do sistema parlamentarista de governo. 
 
 
O Presidencialismo como sistema de governo 
 
O sistema presidencialista foi criado pelos Estados Unidos da América, juntamente com a concepção 
do federalismo. 
 Nasceu em 1787, como reação ao parlamentarismo da monarquia absolutista inglesa, com o objetivo 
de impor um novo sistema de governo de cunho limitado e voltado para a garantia das liberdades 
individuais. 
 
Inspirados nas ideias de Montesquieu, os fundadores do Estado norte-americano criaram uma nova 
forma de governo, originando a figura do Presidente da República, como Chefe de Governo e, 
também, Chefe de Estado, porém com poder limitado por uma Constituição e por controle 
legislativo/judiciário. 
 
 
Características do Presidencialismo 
 
• O Presidente da República é, a um só tempo, Chefe de Estado (função de representação e vínculo 
moral do Estado) e Chefe de Governo (direção do poder executivo). 
 
• O Poder Executivo é unipessoal, isto é, monocrático, cabendo, exclusivamente, ao Presidente da 
República exercer a chefia do Poder Executivo (magistratura executiva una). Os Ministros de 
Estado são meros auxiliares do Presidente da República (cargos de confiança e de livre nomeação e 
exoneração: cargos ad nutum). 
• O poder presidencial deriva da própria nação, ou seja, o Presidente da República é escolhido pelo 
povo, em eleição direta (caso do Brasil) ou quase direta (caso dos Estados Unidos). 
 
• O mandato presidencial tem prazo determinado, ou seja, uma vez eleito pelo povo, o Presidente 
da República não pode ser destituído pelo Congresso Nacional a partir de um voto de desconfiança 
ou moção de censura. Além disso, não existe, no Brasil, o chamado RECALL, instituto jurídico 
que dá ao eleitorado a possibilidade de revogar mandatos por infidelidade às teses programáticas. 
 
• O poder de veto do Presidente da República e sua participação efetiva no processo de elaboração 
das leis. Além do direito de veto, o chefe do poder executivo é investido ainda de importantes 
funçõeslegislativas, tais como: direito de apresentar projetos de lei e de emenda constitucional, 
direito de emitir medidas provisórias com força de lei em caso de relevância e urgência e direito 
de editar leis delegadas após autorização dada pelo Congresso Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Aula 11: A democracia como regime de governo 
 
O Regime democrático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A democracia em suas tipologias clássicas 
 
A Democracia dos Antigos: a democracia direta ateniense como paradigma. 
 
• Assembleias populares para fins deliberativos; 
• Exigência de técnicas especiais de retórica; 
• Viabilidade em cidades com número limitado de cidadãos 
 
A Democracia dos Modernos: as democracias representativas da modernidade. 
 
• Transmissão das deliberações aos representantes (mandatos políticos); 
• Maior debate sobre ideias (negociação); 
• Típico modelo em sociedades plurais (dissenso e consenso). 
 
 
Sociedades contemporâneas 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Brasil: modelo representativo + participação direta 
(plebiscito, referendo e iniciativa popular) 
 
Critérios definidores de um regime democrático 
 
- Soberania Popular; 
- Igualdade Política; 
- Regra da Maioria; 
- Liberdade de manifestação. 
 
 
- Poder distribuído 
 limitado 
 controlado 
 exercício rotativo 
 
 
Demos + Kratos Povo + Poder 
 Governo do Povo 
 
Governo do povo, para o povo e pelo povo 
(Pres. Abraham Lincoln) 
 
Antigos 
+ 
Modernos 
 
Sistema misto 
(Estado e instituições) 
 
15 
 
 
Critérios definidores de um regime democrático 
 
Necessidade de conceder igual tratamento a sujeitos politicamente iguais. 
Critérios de Robert Dahl: 
a) Participação efetiva; 
b) Igualdade de voto; 
c) Entendimento esclarecido; 
d) Controle sobre os temas a serem deliberados; 
e) Inclusão do maior número de participantes. 
 
Os Planos da Democracia 
 
a) Formal – o que está escrito nas leis e na Constituição; 
b) Material – o que é efetivamente aplicado no mundo real 
 
Novos mecanismos da democracia: 
além das esferas institucionais tradicionais 
 
- Audiência pública; 
- Amicus curiae; 
- Manifestações populares; 
- Ciberdemocracia e transparência – acesso as ações do poder público. 
 
As críticas ao modelo representativo 
 
• Ausência de fidelidade dos representantes para com as demandas dos representados; 
• Falta de transparência e uso de métodos corrompidos pelos representantes do povo; 
• Desinteresse do titular do poder em participar da vida política. 
 
A democracia como regime superior 
 
• Maior exercício das liberdades individuais; 
• Exercício da autonomia; 
• Escolha das leis que regem a vida dos cidadãos por eles próprios; 
• Igualdade política. 
 
 
Aula 12: Os regimes autocráticos 
 
O Regime Autocrático 
Regime político em que o poder não é delegado ao seu detentor pela via da representação democrática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ordem Obediência 
Relação 
de poder: 
 Detentor Destinatário 
 + 
 Órgãos de Estado 
 
 
16 
 
 
Não há terceiro a quem se possa recorrer por emanação de ato arbitrário pelo detentor do poder. 
 
 
O Regime Autocrático 
 
O detentor do poder (pessoa específica ou grupo dirigente) exerce monopólio desse 
poder em detrimento da vontade 
dos comandados. 
Há poucos obstáculos institucionais para limitar o poder do seu exercente, bem como raros meios para 
afastá-lo do exercício do poder. 
 
O acesso ao Regime Autocrático 
 
Não necessariamente por vias não 
institucionalizadas (revolução, golpe de Estado, insurreição),podendo haver o acesso pelas vias legais/ 
institucionais. 
A ascensão ou permanência do autocrata no poder pode vir a ser justificada por razões várias, tais 
como: divindade, razão de Estado, Tradição, ou mesmo o seu carisma. 
 
Os regimes autoritários e totalitários como espécies autocráticas 
 
Os regimes autoritários 
 
Além das características típicas de todo regime autocrático (elitista, com baixo grau de respeito à 
vontade popular, pouca transparência e baixo nível de controle dos atos governamentais), são 
características que distanciam os regimes autoritários dos totalitários, os seguintes: 
a) não se fundamentam em um primado ideológico; 
b) embora se caracterize por cerceamento às liberdades individuais e cidadãs, em alguns casos 
específicos podem distensionar o controle destas em algumas esferas específicas, tais como religião, 
economia e até mesmo, em alguns casos, no âmbito da política; 
c) preponderância das esferas executivo-administrativas em detrimentos das demais esferas do poder. 
 
Exemplos típicos de regimes autoritários: 
 
Autocracias tradicionais : Monarquias do mundo árabe 
 
Ditaduras militares : Ditadura militar de 1964 (Brasil) 
 
Os regimes autoritários 
 
São características geralmente identificadoras do regime totalitário (como espécie do gênero 
“Autocracia”, as seguintes: 
a) Existência de uma ideologia oficial (abrangente, 
não plural); 
b) Desconsideração da dicotomia público/privado; 
c) Monopólio dos meios de informação e das forças de coerção estatal; 
d) Direção centralizada da economia; 
e) Controle policial da população. 
 
O Fascismo como espécie totalitária 
 
Algumas características abrangentes dos modelos fascistas: 
17 
 
 
a) Antidemocrático; 
b) Antiliberal e xenofóbico; 
c) Anticomunista; 
d) Militarista; 
e) Imperialista e expansionista; 
f) Culto ao líder. 
 
 
O Nazismo como espécie totalitária 
 
O Nazismo, como regime de governo, possui além das características típicas apontadas ao Fascismo, 
duas outras que o especificam: 
o racismo e o expansionismo militar. 
 
O neonazismo: violência e intolerância 
 
O Stalinismo como espécie totalitária 
 
O stalinismo, como espécie totalitária, revela-se nas seguintes características: 
• Unipartidarismo; 
• Amplo centralismo político e econômico; 
• Forte repressão a ideologias dissidentes; 
• Culto à imagem do líder; 
• Forte censura aos meios de comunicação; 
• Alto grau de militarização. 
• Nacionalismo exaltado e forte incentivo ao patriotismo, com uso massivo de propaganda. 
 
 
O Regime Socialista: características gerais 
 
As linhas socialistas, em geral, seriam uma etapa para se atingir o Comunismo, sendo que suas 
vertentes defendem em maior ou menor grau, as seguintes características: 
• Administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção; 
• Igualdade de oportunidade e distribuição de bens aos cidadãos; 
• Atuação política típica de um Estado de bem-estar social. 
 
 
O Regime Socialismo e suas vertentes 
 
Nos dias atuais, entre outros modelos socialistas, possuem maior destaque os seguintes: 
• Social-democracia (socialismo de mercado), que defende a gradual e democrática (democracia na 
linha estudada na aula anterior) transição a uma perspectiva socialista que, afastada da visão 
comunista, não rechaça de todo o sistema capitalista; 
• Modelo chinês (sistema econômico de mercado socialista), com práticas capitalistas, ainda que com 
grande intervenção do Estado na gestão dos negócios; 
• Modelo bolivariano, em países da América do Sul, com ideais socialistas e um comércio 
internacional baseado na permuta. 
 
 
O Regime Comunista: características gerais 
 
18 
 
As linhas de orientação comunista, mais raras nos dias atuais, defendem, com maior ou menor 
veemência, as seguintes características: 
• Eliminação das classes sociais; 
• Ênfase na solidariedade e no trabalho humano; 
• Propriedades sob o forte controledo Estado; 
• Presença estatal em todas as esferas (cidadã e privada), o que, nos casos mais contundentes, relaciona 
o comunismo a uma perspectiva totalitária de poder. 
 
 
Aula 13: O Estado Constitucional de Direito e sua gênese com o Estado Liberal 
 
A ascensão do Estado liberal no âmbito do declínio do Regime absolutista 
 
O Estado Absoluto evidencia seu declínio a partir das reivindicações burguesas, em França, bem como 
da reação de colonos ingleses na América do Norte. São as revoluções liberais do século XVIII 
(Declaração de Virgínia de 1776 e 
Revolução francesa de 1789) que concedem maior evidência ao fenômeno histórico do nascimento do 
Estado liberal. 
Neste contexto, o Estado Liberal de Direito é, portanto, uma reação ao absolutismo, trazendo entre 
suas formulações a ideia de que o Estado deve ser limitado por uma Constituição e pelas leis feitas 
pelo próprio Estado. 
 
O Estado de Direito como decorrência do Estado liberal 
 
Com o objetivo de eliminar a concentração monolítica do poder político do Estado, o paradigma 
liberal defende a promulgação de uma constituição, rígida e escrita, que garante o equilíbrio da tríade 
funcional do poder, a saber: 
 a) Poder Executivo (Administração Pública); 
 b) O Poder Legislativo (criação do direito positivo); 
c) O Poder Judiciário (prestação da tutela jurisdicional). Eis aí o Estado de Direito, que tem por função 
garantir as liberdades, limitando os poderes arbitrários do Estado. 
 
 
Características do Estado Liberal 
 
O núcleo fundante do Estado Liberal se divide em duas ideias fundamentais: 
 
a) O respeito ao catálogo das liberdades públicas, mais precisamente a proteção dos direitos civis e 
políticos e, visando à obtenção deste objetivo, 
b) A limitação do poder estatal (com a pressuposta intervenção mínima na esfera privada dos 
cidadãos), buscando a manutenção do equilíbrio e independência entre os três poderes. 
 
• A concepção liberal surge em oposição dialética ao Estado absolutista, de cunho fortemente 
autoritário. Sua base filosófica é o pensamento lockeano, mas também é influenciada pelo 
pensamento de Rousseau, principalmente no que se refere às suas posições antiabsolutistas. 
 
É a base para a formação do chamado Estado de Direito, um modelo de Estado limitado pela lei. Nesse 
sentido, o constitucionalismo, como visão jurídico-política, está absolutamente enovelado com a 
concepção de um Estado de Direito, na qual os governantes estão abaixo da vontade expressa pela lei. 
 
Um Estado Democrático de Direito não admite desmandos por parte do corpo político ou mesmo por 
parte do corpo técnico do Estado. No atual estágio político por que passa o país é essencial que se 
19 
 
aponte que os desvios de conduta por parte dos exercentes do poderes da República é uma anomalia 
inaceitável. 
 
A visão do pensamento liberal tem como base a proteção dos direitos fundamentais de primeira 
geração (direitos civis e políticos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferença entre Liberalismo Político e Liberalismo Econômico 
 
 
• Apesar de ambos se fundamentarem no absenteísmo estatal, um não necessariamente implica no 
outro. 
• Este esclarecimento é vital, pois a visão negativa que, em geral, acompanha a expressão “neoliberal” 
(dado o seu viés eminentemente econômico) no Brasil, acaba por contaminar à expressão “liberal”, 
gerando compreensões errôneas sobre o conceito. 
• O liberalismo político foi um grande avanço, na medida em que consolidou a doutrina que defende a 
autonomia do indivíduo em face às intervenções indevidas de um Estado controlador. 
 
 
Liberalismo 
Político 
(ideais de 
limitação do 
poder do Estado) 
 
 
Diferentes 
percepções do 
modelo 
de Estado Liberal 
 
Liberalismo 
econômico 
(ideais de 
estalidade 
mínima e 
absenteísta)

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