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1 RESUMO DOS SLIDES DAS AULAS DE CIÊNCIA POLÍTICA - ESTÁCIO / JUIZ DE FORA Por Suzi Mara Almeida Passos Aula 1: A política e seus pontos essenciais Política Atividade pela qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol do bem-estar e da sobrevivência de toda comunidade. Politicagem Embora a política seja o meio, por excelência, pelo qual o grupo social atinge seus interesses, uma forma equivocada de se entender o conceito vem sendo utilizada com o intuito de neutralizar os poderes da cidadania e atender os interesses privados de poucos. A política e seus pontos essenciais Política e Poder – Se a política não pode ser compreendida sem que entendamos o conceito de poder, é possível afirmar que este consiste na habilidade dos indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência de outras pessoas. O fenômeno político com exercício do poder e a busca do bem-comum A busca pelo bem-comum define a política em seu sentido mais amplo. Neste ponto, há uma relação incontornável entre bem-comum, autonomia cidadã e democracia. Aula 2: Política – Entre ciência e discurso A definição de Ciência Política e seus métodos A Ciência Política é uma área do saber que estuda os fenômenos políticos, o funcionamento de comunidades políticas e a convivência entre os seus membros. Visa, portanto, analisar a política, as estruturas e os processos de governo, utilizando-se de abordagem científica. O papel do discurso na construção da vontade coletiva O discurso político tem por objetivo expressar ideias de forma argumentativa e persuasiva. Seus conteúdos alteram-se de acordo com o contexto (político, social, econômico e jurídico). Nas sociedades contemporâneas democráticas, predominam a dinamicidade, a fragilidade e mesmo a provisoriedade dos discursos políticos. Tal discursividade no plano político considera a razão, a emoção e a autoridade de quem profere o discurso, daí os vários prismas pelo qual tal discurso político pode ser avaliado. As componentes do discurso político 2 Logos - Convicção – Puro raciocínio – Faculdades intelectuais – Busca da verdade – Auditório acredita na perspectiva do orador – motivos e razões. Pathos - Relativo aos sentimentos/afeto – deslocamentos emocionais para o convencimento do auditório – não é a força do argumento, mas a maneira como é transmitida para o auditório (alegria, tristeza, orgulho, desejo etc.). Ethos - As virtudes do caráter do orador – projetando dignidade, confiança e credibilidade. Análise do Discurso Político A Política acaba por se afirmar como um campo de batalha em que se trava uma guerra simbólica para estabelecer relações de dominação ou relações pactuais. Aqui não se trata exatamente de um discurso puro sobre as ideias, mas de um discurso de ideias contaminadas pelo discurso do poder. Enquanto o discurso das ideias pertence à problemática da verdade (dizer o “verdadeiro”), o discurso do poder se satisfaz com a problemática do verossímil (dizer o plausível, o aceitável, o razoável). O Estado: primeiros contornos • Sua definição no tempo histórico; • Não há modelo universalizável de Estado; • O Estado nacional propriamente dito como construção europeia: primeiros contornos. Aula 3: A origem do estado – principais linhas teóricas O fenômeno estatal e as teorias naturalistas O ser humano seria naturalmente gregário e a cidade é o fim (telos), a causa final da associação humana. Precede a família e até mesmo o indivíduo, tendo em vista que responde a este citado impulso social. Por isso, é um animal político (zoon politikon) inclinado a fazer parte de uma sociedade política. Teorias naturalistas O precursor da teoria naturalista é Aristóteles. O Estado é uma instituição natural, necessária e que decorre da natureza humana. As linhas contratualistas O contratualismo é uma linha teórica central que abarca várias concepções particulares, com características diversas, todas unidas pela ideia central de que o Estado é fruto de um contrato (ou pacto) entre seres humanos. Thomas Hobbes X John Locke X Jean Jacques Rousseau Evolução Histórica do Estado Hobbes e a fundamentação do Estado absolutista • A visão antropológica hobbesiana. • O estado de natureza em Hobbes. • O contratualismo hobbesiano. Na visão de em Hobbes, as finalidades a) Representar os cidadãos, pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus direitos e poderes; b) Assegurar a ordem, ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; c) Ser a única fonte da lei porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto. Thomas Hobbes e o Estado Leviatã Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos cidadãos que aceitam ceder seus direitos naturai respeitar, sem qualquer tipo de contestação. Legitima o Estado Absoluto. O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência. Aula 4: A origem do estado – O Contratualismo lockeano O Estado de natureza em Locke Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, violência não é a regra. Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o signo da racionalidade humana. Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisão política. • Vida • Liberdade • Propriedade Concepção Medieval de Estado o Hobbes e a fundamentação do Estado absolutista A visão antropológica hobbesiana. O estado de natureza em Hobbes. Na visão de em Hobbes, as finalidades do Estado são: , pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus , ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto. Thomas Hobbes e o Estado Leviatã Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos cidadãos que aceitam ceder seus direitos naturais a um poder comum, a cuja autoridade passam a respeitar, sem qualquer tipo de contestação. Legitima o Estado Absoluto. O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência. principais linhas teóricas II O Estado de natureza em Locke Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o signo da racionalidade humana. Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisão política. Estado Absoluto Estado Liberal Estado Social 3 , pois, personifica aqueles que a ele livremente delegaram todos os seus , ou seja, garantir a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto. Nasce a ideia de que o Estado, enquanto sociedade política, nasce de um contrato celebrado pelos s a um poder comum, a cuja autoridade passam a O pacto de submissão de Hobbes rejeita o conceito de direito de resistência. Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei natural pressupõe um estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, a Em Locke, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisãopolítica. Estado Liberal Estado Social 4 O Direito de Resistência E se o governo não for capaz, por meio das leis, de garantir os direitos à vida, à liberdade e à propriedade? John Locke e o Estado Liberal A teorização política de Locke faz avançar a afirmação dos direitos naturais, na medida em que altera o paradigma contratual que passa a ser um “pacto de consentimento” e, não mais um “pacto de submissão” como na obra hobbesiana. O pacto de consentimento de John Locke reconhece o direito de resistência e com isso justifica o Estado liberal. O Contratualismo Rousseauniano A necessidade de se estabelecer um pacto legítimo, que devolvesse ao ser humano a liberdade natural perdida com o surgimento das relações sociais. O governo (corpo administrativo) está absolutamente limitado pela vontade geral (lei) do povo soberano que tem a função de submeter as vontades particulares. A visão rousseauniana concebe que a representação política não deve se dar por meio de uma democracia representativa, mas sim por intermédio de uma democracia direta, nos moldes daquela experimentada pelos gregos. Principais ideias Mandato Imperativo Democracia plebiscitária Concepção fortalecida de soberania popular Submissão do governo à lei Jean Jaques Rousseau e a Democracia Plebiscitária Dentre os contratualistas, Rousseau é aquele que assume posição teorizante que mais se aproxima do princípio democrático e da democracia plebiscitária de participação direta do povo. A ideia de mandato imperativo aproxima Rousseau da democracia plebiscitária Aula 5: A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado O Estado Moderno e sua configuração a partir de Vestefália ANTES DA PAZ DE VESTFÁLIA DE 1648 Organização política típica da medievalidade: • Concepção dual de poder: poder temporal x poder eclesiástico; • Guerras Religiosas – Guerra dos 30 anos; 5 • Não existia o Estado nacional propriamente dito. Nascimento do Estado moderno Formação histórica do Estado Território: a delimitação espacial do poder • O território é componente material da estrutura do Estado Exemplos: Estado da Palestina e a Questão da Ucrânia; • Base geográfica do poder estatal; • Base física sobre a qual o Estado irá exercer sua jurisdição soberana; • Define os limites dentro dos quais se exerce a soberania do Estado. O caráter multidimensional do território • Não se restringe ao elemento terrestre; • Incluir o espaço marítimo e o espaço aéreo; • Pode incluir áreas destacáveis do núcleo territorial do Estado; Exemplos: Ilhas Malvinas e Arco Britânico de Ilhas no Atlântico. • Inclui o solo, o subsolo, as águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente. Espaço marítimo MAR TERRITORIAL: 12 MILHAS ZONA CONTÍGUA: 24 MILHAS ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: 200 MILHAS PLATAFORMA CONTINENTAL: ATÉ 350 MILHAS Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Montego Bay – Jamaica, 1982) • Navios e aeronaves de guerra; • Navios e aeronaves a serviço do estado; • Embaixadas e repartições diplomáticas; Formação do Direito Internacional Público: Sociedade Internacional de Estados Nacionais Paz de Vestfália de 1648 Formação do Estado Nacional propriamente dito: Estado Absoluto com os três elementos essenciais - povo, território e soberania uma e indivisível Concepção medieval de Estado Paz de Vestfália de 1648 Estado absoluto Revolução Francesa 1789 6 • Direito de asilo; • Passagem inocente de navio mercante. Aula 6: Povo – Traços característicos e distintivos O conceito de povo em uma perspectiva jurídico-política O conceito jurídico-político de povo está relacionado com o vínculo da nacionalidade entre a pessoa e o Estado. A nacionalidade é o atributo que capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos e, com este status, participarem da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. Os conceitos de povo e população O conceito de nação A nação representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que não necessitam ocupar um mesmo espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo destino. Pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas. Curdistão é a “pátria” de cerca de 30 milhões de curdos que vivem na Turquia, Síria, Iraque e Irã. A grande maioria, mais de metade, vive no Sul da Turquia e representa 20% da população turca. É um povo com língua própria, hábitos e tradições seculares e que aspira à constituição de um estado. Podem existir diversas nações dentro de um mesmo Estado. Da mesma forma que pode existir uma única nação espalhada por diversos Estados diferentes. O conceito de nacionalidade • Em sentido jurídico-político, demarcando o vínculo entre um membro do povo e o Estado. • Em sentido étnico-cultural, demarcando os laços linguísticos, culturais ou espirituais, ou mesmo os interesses, ideais e aspirações comuns. Conceito de cidadão É o nacional no pleno gozo dos seus direitos políticos. A nacionalidade é condição necessária, mas, insuficiente para definir o conceito de cidadão. Todo cidadão é nacional, porém nem todo nacional é cidadão. Conceito de povo: o conjunto de membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico- político da nacionalidade. Conceito de população: o conjunto de pessoas que se encontram na base geográfica de poder do Estado, sem que isso importe necessariamente possibilidade de participar da vida política do País. 7 Aula 07: A soberania como elemento essencial: traços característicos e distintivos A construção histórica do conceito de soberania na modernidade No contexto de concepção dual de poder, Jean Bodin engendra a teoria da soberania absoluta do Estado, seja no plano interno, seja no plano externo. É importante aqui lembrar que a Paz de Vestfália, de 1648, simboliza, a um só tempo, o nascimento do Estado nacional propriamente dito, como, também, a formação do Direito internacional Público, tal qual é concebido nos dias atuais. A ideia de soberania tem uma dimensão histórica, na medida em que nem sempre existiu tal conceito. A rigor, trata-se de uma construção intelectual do Estado Moderno em oposição ao fragmentado poder da era medieval. O grande precursor do conceito de soberania foi Jean Bodin, com o desiderato de legitimar o poder do Rei de França no contexto de disputa entre o poder temporal e o poder espiritual. No decorrer da própria Modernidade, o conceito de soberania vai sendo desenvolvido a partir da elaboração das teorias clássicas dos filósofos contratualistas. Primeiro, com Hobbes e a legitimação do Estado Absoluto, depois com Locke e a ideia de limitação da soberania estatal no plano a partir das garantias das liberdades individuais (paradigma do Estado Liberal), até, finalmente, chegar-se a Rousseau e a ideia de soberania popular e democracia participativa. Os traços definidores do conceito de soberania Em essência, o conceito de soberania designa o poder político no Estado, expressando internamente seu poder de comando, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado (soberania interna). Por outro lado, sob uma perspectiva externa, a soberaniasignifica o atributo que possui o Estado nacional de não ser submetido às vontades estatais alienígenas. Assim, somente o Estado é dotado de soberania, sendo que outras comunidades ou pessoas coletivas de direito interno, no limite, podem ser dotadas tão somente de autonomia. Legalidade e legitimidade como fundamentos da soberania A ideia de legalidade deve ser vislumbrada como a submissão às leis produzidas pelo próprio Estado, podendo ou não refletir as aspirações da sociedade como um todo. O conceito de legitimidade projeta a ideia de que o poder soberano no Estado Moderno não basta estar submetido às diretrizes legais (conceito de legalidade), mas também deve se preocupar em atender as aspirações legítimas da sociedade (conceito de legitimidade). Formação do Direito Internacional Público: Fim da sociedade universal do Estado Feudal e nascimento da Sociedade de Estados Nacionais Formação do Estado Nacional propriamente dito: Coexistência dos três elementos essenciais do Estado (povo, território e soberania una e indivisível) Paz de Westphalia de 1648 8 Enquanto a legalidade exige apenas uma adesão externa (bastando que o cidadão cumpra a norma emanada), o reconhecimento da legitimidade exige que o seguimento ao ordenamento se dê por uma adesão interna, psicológica. A concepção de legitimidade se atrela ao grau de lealdade de todos os seus cidadãos, ao grau de adesão por convicção. Corresponde ela à adesão do Auditório Universal de Perelman ou à ideia de Comunidade aberta de intérpretes da Constituição de Härberle. Questão Discursiva O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas. A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão vejamos: “Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; (...) III – autodeterminação dos povos; IV – não intervenção; V – igualdade entre os Estados; (...)” “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. (...)” Diante do exposto anteriormente, pergunta-se: Em face do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal? A qual dos contratualistas é possível relacionar a soberania aludida no Art. 14 da Carta Magna? Justifique. Aula 8: A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado As teorias da separação de poderes e do sistema de freios e contrapesos O sistema de freios e contrapesos (checks and balances) propicia o controle recíproco entre os poderes da União, de modo a evitar a predominância cêntrica de um deles sobre os demais, e preservando entre eles uma relação de necessário equilíbrio. O controle mútuo entre os poderes simboliza mais uma forma de garantir um dos pilares do constitucionalismo democrático, que é a separação de poderes. 9 Sistema de Freios e Contrapesos Formas de estado As formas de Estado são as seguintes: Estado Unitário e Estado Federal. Tal classificação é feita levando-se em consideração o modo de exercício do poder no território do Estado. Ou seja, o elemento que caracteriza a forma de Estado é a existência ou não de poderes regionais com capacidade de auto-organização política, administrativa e financeira (Estados autônomos). Estado unitário Estado Unitário é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização política. Estado Unitário tem apenas um Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, daí a ideia de uma única ordem jurídica central. Os três poderes são todos centrais, inexistindo seus congêneres em âmbito regional ou local, caracterizando assim a centralização política. No entanto, isso não quer dizer que o Estado Unitário não possa sofrer uma descentralização administrativa, gerando relativa autonomia local para municípios, províncias, departamentos, circunscrições, comunas ou condados. Todos os países latino-americanos, à exceção do Brasil, Argentina, México e Venezuela, são Estados Unitários. Na Europa, podemos citar como exemplo de Estados Unitários: França, Espanha, Itália e Portugal. A figura a seguir mostra as diferenças entre as duas formas de Estado. • Veto do Presidente da República nos projetos de lei já aprovados pelo Congresso Nacional. • Poder discricionário do Presidente da República de escolher os Ministros do STF e submetê-los à aprovação do Senado Federal. • Poder de fiscalização das contas públicas de todos os poderes pelo Congresso Nacional (artigo 70 da CF/88). • Poder do STF, dos Tribunais e dos Juízes singulares de declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos feitos pelo Poder Legislativo no controle de constitucionalidade. • Possibilidade de Impeachment do Chefe do Executivo com julgamento pelo Senado Federal após autorização da Câmara dos Deputados. • Poder de legislar do Presidente da República mediante a edição de Medidas Provisórias com força de lei. • Controle recíproco entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário 10 Estado federal O federalismo é um instituto jurídico de origem estadunidense. O conceito de federação nasceu com a formação dos Estados Unidos da América, no exato momento em que as treze ex-colônias britânicas abrem mão de sua soberania em prol da formação de um único Estado Federal. O conceito de federalismo nasceu juntamente com o conceito de presidencialismo em contraposição ao parlamentarismo, sistema de governo até então dominante na Europa. Se por um lado, o berço do parlamentarismo é a Inglaterra, por outro, a união das treze ex-colônias inglesas a partir da Convenção de Filadélfia de 1787 é a origem de uma nova forma de Estado, a federação, e de um novo sistema de governo, o presidencialismo. 1) É politicamente descentralizado. 2) Há manifestação do poder constituinte derivado decorrente (Constituições Estaduais). 3) A vontade regional é considerada pelo Poder Central. Cláusula pétrea A forma federativa foi transformada em cláusula pétrea pela Constituição de 1988. Portanto, o princípio federativo é indissolúvel e não pode ser retirado do corpo Constitucional de 1988 nem mesmo por Emenda ou Plebiscito. O Estado brasileiro jamais deixará de ser uma federação, a não ser que surja uma nova Constituição e, portanto, um novo Estado, obra de um novo poder constituinte originário. Comparação Confederação X Federação CONFEDERAÇÃO FEDERAÇÃO União de Estados Soberanos União de Estados autônomos Pacto dissolúvel entre Estados Pacto indissolúvel entre Estados Direito de secessão pode ser exercido Não se admite direito de secessão O tratado jurídico entre os estados confederados é o Tratado Internacional O tratado jurídico entre os estados federados é a Constituição Comparação EUA x Brasil Nos Estados Unidos: Federalismo centrípeto: Passagem de um Estado Composto Confederal para um Estado Simples Federal. No Brasil: Federalismo centrífugo: Passagem de um Estado Simples Unitário para um Estado Simples Federal. Aula 9: As formas clássicas de governo As teorizações aristotélica e maquiavélica na origem das formulações contemporâneas de formas de governoEmbora as classificações apresentadas por dois ícones da Filosofia política envolva uma tipologia não mais usada nos dias atuais, o objetivo desta segmentação temática é compreender o desenvolvimento 11 histórico das formas de governo a partir das classificações aristotélica (na Antiguidade) e maquiavélica (representativa do início da Modernidade). Classificação Tradicional de Aristóteles GOVERNO DE UM SÓ Forma pura = Monarquia Forma impura = Tirania GOVERNO DE ALGUNS Forma pura = Aristocracia Forma impura = Oligarquia GOVERNO DE TODOS Forma pura = Democracia Forma impura = Demagogia Visão de Parte da Doutrina (Dalmo Dallari) O presidencialismo não deixa de ser um sistema misto em que coexistem as três formas aristotélicas puras de governo (monarquia, aristocracia e democracia). a) O Poder Executivo seria a expressão de um governo unipessoal monárquico (governo de um só). b) O Poder Judiciário simbolizaria um corpo aristocrático cuja nota central é o déficit democrático porque não eleito pelo povo (governo de alguns). c) O Poder Legislativo, este, sim, representando o componente democrático do sistema (governo da maioria). Sistema de Freios e Contrapesos A Monarquia como forma de governo A transmissão do poder se dá em virtude dos laços de sangue (hereditariedade), sendo que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições (vitaliciedade). A condução ao exercício da função de monarca não decorre da escolha popular (a não representatividade popular), sendo que o monarca não tem responsabilidade política e, por isso, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão estatal (irresponsabilidade política como ausência de prestação de contas). Muitas monarquias dos dias atuais são formas de governo que se guiam pelo regime democrático (monarquias parlamentaristas). Vale, pois, afastar a confusão costumeira de associar a ideia de monarquia aos estados autocráticos ou mesmo Estados absolutistas. Não que as monarquias absolutas tenham deixado de existir, mas, nos dias atuais, são minoria em face daquelas que adotam regimes democráticos. A República como forma de governo Repúblicas Principados Classificação de Maquiavel 12 A República tem como traços marcantes o acesso ao poder por meio de sufrágio censitário (república aristocrática) ou universal (república democrática), enquanto a permanência é limitada temporalmente por meio de mandato fixo, durante o qual, via de regra, há a responsabilização do governante. São características da República: a temporalidade, a eletividade e a responsabilidade. Aula 10: Os clássicos sistemas de governo O Parlamentarismo como sistema de governo O Parlamentarismo não é uma construção teórica surgida a partir de um pensamento político- acadêmico sistematizado. Ele é produto de uma longa evolução histórica, cuja origem remonta aos primeiros séculos da monarquia britânica. O parlamentarismo inglês começou sua trajetória, em 1215, com a subordinação de João Sem Terra ao baronato. Em seguida, consolidou-se a Câmara dos Comuns, que combinou o poder ascendente da burguesia com a pequena e média nobreza rural. A partir da Revolução Gloriosa de 1688, o sistema inglês atingiu avançado patamar, uma vez que o parlamento passou a predominar sobre a realeza, com nítido primado do poder nacional sobre o rei. Ainda dentro desse quadro histórico de evolução, vale salientar a consolidação do Primeiro-Ministro como Chefe do Poder Executivo, completamente separado do Rei, Chefe de Estado. Características do Parlamentarismo • Organização Dualística do Poder Executivo: Distinção entre Chefe de Estado (Rei ou Presidente) e Chefe de Governo (Primeiro-Ministro). Para o Chefe de Estado, ficam reservadas as funções de representação do Estado, enquanto que para o Primeiro-Ministro cabe a Chefia do Gabinete ou Conselho de Ministros (Poder Executivo propriamente dito); • Colegialidade do órgão governamental: O Poder Executivo é um órgão colegiado composto pelo Primeiro-Ministro e pelos membros do Gabinete. A política geral do País depende da decisão da maioria dos membros do Gabinete (corpo deliberativo do poder executivo) e não da vontade unipessoal do Presidente da República como sói acontecer no presidencialismo. • Prazo do mandato do Poder Executivo (Gabinete e Primeiro-Ministro) é indeterminado: Os Poderes Executivo e Legislativo se entrelaçam de tal maneira que ocorrendo eventual descontentamento com as decisões políticas do Poder Executivo, a maioria do Poder Legislativo pode exigir a queda desse Poder Executivo (Gabinete e Primeiro-Ministro) a partir de um voto de desconfiança. Logo, é correto afirmar que o prazo do mandato do Poder Executivo é indeterminado. • Responsabilidade política solidária entre o Gabinete e o Primeiro-ministro: Isto significa dizer que o voto de desconfiança do Parlamento atingirá todo o Gabinete, ou seja, ao receber um voto de desconfiança, o Primeiro-Ministro renunciará juntamente com todo o seu Conselho de Ministros. Trata-se do princípio da solidariedade do Gabinete no âmbito do sistema parlamentarista de governo. Sistema de Freios e Contrapesos Voto de Desconfiança do Parlamento para o Gabinete Direito de Dissolução do Parlamento: Convocação de novas eleições Equilíbrio entre os Poderes Executivo e Legislativo no âmbito do sistema parlamentarista de governo 13 Equilíbrio entre Executivo e Legislativo O Direito de Dissolução do Parlamento é o contraponto da responsabilidade política do Poder Executivo perante o Parlamento. Tal direito é o instrumento jurídico de atuação do Poder Executivo em relação à onipotência do Poder Legislativo, isto é, evita a imposição da vontade unilateral das maiorias parlamentares. Eis aqui, a essência democrática do sistema parlamentarista de governo. O Presidencialismo como sistema de governo O sistema presidencialista foi criado pelos Estados Unidos da América, juntamente com a concepção do federalismo. Nasceu em 1787, como reação ao parlamentarismo da monarquia absolutista inglesa, com o objetivo de impor um novo sistema de governo de cunho limitado e voltado para a garantia das liberdades individuais. Inspirados nas ideias de Montesquieu, os fundadores do Estado norte-americano criaram uma nova forma de governo, originando a figura do Presidente da República, como Chefe de Governo e, também, Chefe de Estado, porém com poder limitado por uma Constituição e por controle legislativo/judiciário. Características do Presidencialismo • O Presidente da República é, a um só tempo, Chefe de Estado (função de representação e vínculo moral do Estado) e Chefe de Governo (direção do poder executivo). • O Poder Executivo é unipessoal, isto é, monocrático, cabendo, exclusivamente, ao Presidente da República exercer a chefia do Poder Executivo (magistratura executiva una). Os Ministros de Estado são meros auxiliares do Presidente da República (cargos de confiança e de livre nomeação e exoneração: cargos ad nutum). • O poder presidencial deriva da própria nação, ou seja, o Presidente da República é escolhido pelo povo, em eleição direta (caso do Brasil) ou quase direta (caso dos Estados Unidos). • O mandato presidencial tem prazo determinado, ou seja, uma vez eleito pelo povo, o Presidente da República não pode ser destituído pelo Congresso Nacional a partir de um voto de desconfiança ou moção de censura. Além disso, não existe, no Brasil, o chamado RECALL, instituto jurídico que dá ao eleitorado a possibilidade de revogar mandatos por infidelidade às teses programáticas. • O poder de veto do Presidente da República e sua participação efetiva no processo de elaboração das leis. Além do direito de veto, o chefe do poder executivo é investido ainda de importantes funçõeslegislativas, tais como: direito de apresentar projetos de lei e de emenda constitucional, direito de emitir medidas provisórias com força de lei em caso de relevância e urgência e direito de editar leis delegadas após autorização dada pelo Congresso Nacional. 14 Aula 11: A democracia como regime de governo O Regime democrático A democracia em suas tipologias clássicas A Democracia dos Antigos: a democracia direta ateniense como paradigma. • Assembleias populares para fins deliberativos; • Exigência de técnicas especiais de retórica; • Viabilidade em cidades com número limitado de cidadãos A Democracia dos Modernos: as democracias representativas da modernidade. • Transmissão das deliberações aos representantes (mandatos políticos); • Maior debate sobre ideias (negociação); • Típico modelo em sociedades plurais (dissenso e consenso). Sociedades contemporâneas No Brasil: modelo representativo + participação direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular) Critérios definidores de um regime democrático - Soberania Popular; - Igualdade Política; - Regra da Maioria; - Liberdade de manifestação. - Poder distribuído limitado controlado exercício rotativo Demos + Kratos Povo + Poder Governo do Povo Governo do povo, para o povo e pelo povo (Pres. Abraham Lincoln) Antigos + Modernos Sistema misto (Estado e instituições) 15 Critérios definidores de um regime democrático Necessidade de conceder igual tratamento a sujeitos politicamente iguais. Critérios de Robert Dahl: a) Participação efetiva; b) Igualdade de voto; c) Entendimento esclarecido; d) Controle sobre os temas a serem deliberados; e) Inclusão do maior número de participantes. Os Planos da Democracia a) Formal – o que está escrito nas leis e na Constituição; b) Material – o que é efetivamente aplicado no mundo real Novos mecanismos da democracia: além das esferas institucionais tradicionais - Audiência pública; - Amicus curiae; - Manifestações populares; - Ciberdemocracia e transparência – acesso as ações do poder público. As críticas ao modelo representativo • Ausência de fidelidade dos representantes para com as demandas dos representados; • Falta de transparência e uso de métodos corrompidos pelos representantes do povo; • Desinteresse do titular do poder em participar da vida política. A democracia como regime superior • Maior exercício das liberdades individuais; • Exercício da autonomia; • Escolha das leis que regem a vida dos cidadãos por eles próprios; • Igualdade política. Aula 12: Os regimes autocráticos O Regime Autocrático Regime político em que o poder não é delegado ao seu detentor pela via da representação democrática Ordem Obediência Relação de poder: Detentor Destinatário + Órgãos de Estado 16 Não há terceiro a quem se possa recorrer por emanação de ato arbitrário pelo detentor do poder. O Regime Autocrático O detentor do poder (pessoa específica ou grupo dirigente) exerce monopólio desse poder em detrimento da vontade dos comandados. Há poucos obstáculos institucionais para limitar o poder do seu exercente, bem como raros meios para afastá-lo do exercício do poder. O acesso ao Regime Autocrático Não necessariamente por vias não institucionalizadas (revolução, golpe de Estado, insurreição),podendo haver o acesso pelas vias legais/ institucionais. A ascensão ou permanência do autocrata no poder pode vir a ser justificada por razões várias, tais como: divindade, razão de Estado, Tradição, ou mesmo o seu carisma. Os regimes autoritários e totalitários como espécies autocráticas Os regimes autoritários Além das características típicas de todo regime autocrático (elitista, com baixo grau de respeito à vontade popular, pouca transparência e baixo nível de controle dos atos governamentais), são características que distanciam os regimes autoritários dos totalitários, os seguintes: a) não se fundamentam em um primado ideológico; b) embora se caracterize por cerceamento às liberdades individuais e cidadãs, em alguns casos específicos podem distensionar o controle destas em algumas esferas específicas, tais como religião, economia e até mesmo, em alguns casos, no âmbito da política; c) preponderância das esferas executivo-administrativas em detrimentos das demais esferas do poder. Exemplos típicos de regimes autoritários: Autocracias tradicionais : Monarquias do mundo árabe Ditaduras militares : Ditadura militar de 1964 (Brasil) Os regimes autoritários São características geralmente identificadoras do regime totalitário (como espécie do gênero “Autocracia”, as seguintes: a) Existência de uma ideologia oficial (abrangente, não plural); b) Desconsideração da dicotomia público/privado; c) Monopólio dos meios de informação e das forças de coerção estatal; d) Direção centralizada da economia; e) Controle policial da população. O Fascismo como espécie totalitária Algumas características abrangentes dos modelos fascistas: 17 a) Antidemocrático; b) Antiliberal e xenofóbico; c) Anticomunista; d) Militarista; e) Imperialista e expansionista; f) Culto ao líder. O Nazismo como espécie totalitária O Nazismo, como regime de governo, possui além das características típicas apontadas ao Fascismo, duas outras que o especificam: o racismo e o expansionismo militar. O neonazismo: violência e intolerância O Stalinismo como espécie totalitária O stalinismo, como espécie totalitária, revela-se nas seguintes características: • Unipartidarismo; • Amplo centralismo político e econômico; • Forte repressão a ideologias dissidentes; • Culto à imagem do líder; • Forte censura aos meios de comunicação; • Alto grau de militarização. • Nacionalismo exaltado e forte incentivo ao patriotismo, com uso massivo de propaganda. O Regime Socialista: características gerais As linhas socialistas, em geral, seriam uma etapa para se atingir o Comunismo, sendo que suas vertentes defendem em maior ou menor grau, as seguintes características: • Administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção; • Igualdade de oportunidade e distribuição de bens aos cidadãos; • Atuação política típica de um Estado de bem-estar social. O Regime Socialismo e suas vertentes Nos dias atuais, entre outros modelos socialistas, possuem maior destaque os seguintes: • Social-democracia (socialismo de mercado), que defende a gradual e democrática (democracia na linha estudada na aula anterior) transição a uma perspectiva socialista que, afastada da visão comunista, não rechaça de todo o sistema capitalista; • Modelo chinês (sistema econômico de mercado socialista), com práticas capitalistas, ainda que com grande intervenção do Estado na gestão dos negócios; • Modelo bolivariano, em países da América do Sul, com ideais socialistas e um comércio internacional baseado na permuta. O Regime Comunista: características gerais 18 As linhas de orientação comunista, mais raras nos dias atuais, defendem, com maior ou menor veemência, as seguintes características: • Eliminação das classes sociais; • Ênfase na solidariedade e no trabalho humano; • Propriedades sob o forte controledo Estado; • Presença estatal em todas as esferas (cidadã e privada), o que, nos casos mais contundentes, relaciona o comunismo a uma perspectiva totalitária de poder. Aula 13: O Estado Constitucional de Direito e sua gênese com o Estado Liberal A ascensão do Estado liberal no âmbito do declínio do Regime absolutista O Estado Absoluto evidencia seu declínio a partir das reivindicações burguesas, em França, bem como da reação de colonos ingleses na América do Norte. São as revoluções liberais do século XVIII (Declaração de Virgínia de 1776 e Revolução francesa de 1789) que concedem maior evidência ao fenômeno histórico do nascimento do Estado liberal. Neste contexto, o Estado Liberal de Direito é, portanto, uma reação ao absolutismo, trazendo entre suas formulações a ideia de que o Estado deve ser limitado por uma Constituição e pelas leis feitas pelo próprio Estado. O Estado de Direito como decorrência do Estado liberal Com o objetivo de eliminar a concentração monolítica do poder político do Estado, o paradigma liberal defende a promulgação de uma constituição, rígida e escrita, que garante o equilíbrio da tríade funcional do poder, a saber: a) Poder Executivo (Administração Pública); b) O Poder Legislativo (criação do direito positivo); c) O Poder Judiciário (prestação da tutela jurisdicional). Eis aí o Estado de Direito, que tem por função garantir as liberdades, limitando os poderes arbitrários do Estado. Características do Estado Liberal O núcleo fundante do Estado Liberal se divide em duas ideias fundamentais: a) O respeito ao catálogo das liberdades públicas, mais precisamente a proteção dos direitos civis e políticos e, visando à obtenção deste objetivo, b) A limitação do poder estatal (com a pressuposta intervenção mínima na esfera privada dos cidadãos), buscando a manutenção do equilíbrio e independência entre os três poderes. • A concepção liberal surge em oposição dialética ao Estado absolutista, de cunho fortemente autoritário. Sua base filosófica é o pensamento lockeano, mas também é influenciada pelo pensamento de Rousseau, principalmente no que se refere às suas posições antiabsolutistas. É a base para a formação do chamado Estado de Direito, um modelo de Estado limitado pela lei. Nesse sentido, o constitucionalismo, como visão jurídico-política, está absolutamente enovelado com a concepção de um Estado de Direito, na qual os governantes estão abaixo da vontade expressa pela lei. Um Estado Democrático de Direito não admite desmandos por parte do corpo político ou mesmo por parte do corpo técnico do Estado. No atual estágio político por que passa o país é essencial que se 19 aponte que os desvios de conduta por parte dos exercentes do poderes da República é uma anomalia inaceitável. A visão do pensamento liberal tem como base a proteção dos direitos fundamentais de primeira geração (direitos civis e políticos). Diferença entre Liberalismo Político e Liberalismo Econômico • Apesar de ambos se fundamentarem no absenteísmo estatal, um não necessariamente implica no outro. • Este esclarecimento é vital, pois a visão negativa que, em geral, acompanha a expressão “neoliberal” (dado o seu viés eminentemente econômico) no Brasil, acaba por contaminar à expressão “liberal”, gerando compreensões errôneas sobre o conceito. • O liberalismo político foi um grande avanço, na medida em que consolidou a doutrina que defende a autonomia do indivíduo em face às intervenções indevidas de um Estado controlador. Liberalismo Político (ideais de limitação do poder do Estado) Diferentes percepções do modelo de Estado Liberal Liberalismo econômico (ideais de estalidade mínima e absenteísta)
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