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VELHA RETÓRICA

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ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO
 
 
1 - DA VELHA À NOVA 
HISTÓRICA: 
1.1 - VELHA/ANTIGA/CLÁSSICA
 Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento 
integrante da retórica, como esta o é do discurso. 
A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção 
verbal, escrita ou oral, constituída de uma fras
começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a 
arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo 
principal a persuasão, a exemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, 
nos contos populares ou nas piadas (REBOUL. 2000, p. XIV). 
Nesse sentido, pode
portanto, o estudo da sua história antecede aos marco
propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do 
homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, 
naturalmente faz uso dela). 
Importa para o pres
sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia
após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser 
considerados cidadãos. A es
As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de 
domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio 
da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em 
que a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a 
necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica 
oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75)
Atribui-se a Córax
ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que 
ingressavam em juízo (seja como autores ou réus), conferindo
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO
Professora: Esp. Andreza de 
2º período – Bacharelado em Direito 
 
 
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO
 RETÓRICA: UMA BREVE ANÁLISE DA SUA EVOLUÇÃO 
/ANTIGA/CLÁSSICA RETÓRICA: 
Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento 
integrante da retórica, como esta o é do discurso. 
A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção 
verbal, escrita ou oral, constituída de uma frase ou por uma sequência de frases, que tenha 
começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a 
arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo 
xemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, 
nos contos populares ou nas piadas (REBOUL. 2000, p. XIV). 
Nesse sentido, pode-se abstrair que a retórica é inerente às relações humanas e, 
portanto, o estudo da sua história antecede aos marcos definidos pelos doutrinadores como 
propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do 
homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, 
naturalmente faz uso dela). 
Importa para o presente estudo o surgimento da retórica técnica, ou seja, 
sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia
após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser 
considerados cidadãos. A esse respeito, cumpre registrar que: 
As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de 
domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio 
da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em 
e a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a 
necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica 
oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75)
Córax a elaboração de um manual de retórica jurídica
ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que 
ingressavam em juízo (seja como autores ou réus), conferindo-lhes estratégias para convencer 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira 
Bacharelado em Direito 
 
1 
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO 
RETÓRICA: UMA BREVE ANÁLISE DA SUA EVOLUÇÃO 
Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento 
A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção 
e ou por uma sequência de frases, que tenha 
começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a 
arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo 
xemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, 
se abstrair que a retórica é inerente às relações humanas e, 
s definidos pelos doutrinadores como 
propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do 
homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, 
ente estudo o surgimento da retórica técnica, ou seja, 
sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia, 
após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser 
As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de 
domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio 
da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em 
e a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a 
necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica 
oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75) 
a elaboração de um manual de retórica jurídica que, diante da 
ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que 
lhes estratégias para convencer 
 
 
o julgador, eis que tinham que se defender ou acusar sozinhos
consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construção 
da retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo 
pautado não no verdadeiro, mas no verossím
Foi com os sofistas, a exemplo de 
o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o 
papel pejorativo da persuasão, cuja finalidade 
verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. 
Nesse sentido, a lição de Olivier Reboul:
Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo 
sem real
dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma 
realidade objetiva o 
outro critério senão o próprio sucesso:
aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, 
portanto, a do discurso, a retórica.
Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser 
verdadeiro, nem mesmo verossímil, só pode
próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o 
interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o 
verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao 
saber, mas 
Outro filósofo grego que merece atenção é 
discurso procurou moralizar a retórica, condicionando
nobre. Dessarte, buscou unir o ensino literário à forma
deveria servir a todos, diferentemente do que defendia 
Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a 
obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com 
funções basicam
educação ético
desenvolver a cultura. (ROHDEN, 1995, p. 514)
De semelhante modo, 
moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem 
da pólis, enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO
Professora: Esp. Andreza de 
2º período – Bacharelado em Direito 
 
o julgador, eis que tinham que se defender ou acusar sozinhos, cuja finalidade prática 
consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construçãoda retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo 
pautado não no verdadeiro, mas no verossímil (HENRIQUES, 2008, p. 6). 
Foi com os sofistas, a exemplo de Górgias, com a retórica do belo, e 
o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o 
papel pejorativo da persuasão, cuja finalidade precípua consistia não no convencimento do 
verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. 
Nesse sentido, a lição de Olivier Reboul: 
Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo 
sem realidade objetiva capaz de criar o consenso de todos os espíritos, para 
dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma 
realidade objetiva o logos, o discurso humano fica sem referente e não tem 
outro critério senão o próprio sucesso: sua aptidão para convencer pela 
aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, 
portanto, a do discurso, a retórica. 
Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser 
verdadeiro, nem mesmo verossímil, só poderá ser eficaz; em outras palavras, 
próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o 
interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o 
verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao 
saber, mas sim ao poder (2008, p. 9/10). 
Outro filósofo grego que merece atenção é Isócrates. Em seu ensino da prática do 
discurso procurou moralizar a retórica, condicionando-a ao serviço de uma causa justa e 
nobre. Dessarte, buscou unir o ensino literário à formação moral. Para ele, 
diferentemente do que defendia Górgias: 
Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a 
obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com 
funções basicamente estilísticas. Isócrates viu na retórica um instrumento de 
educação ético-politica para promover a justiça, exprimir a glória e 
desenvolver a cultura. (ROHDEN, 1995, p. 514). 
De semelhante modo, Platão cuidou de subordinar a retórica aos ditames do cam
moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem 
, enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira 
Bacharelado em Direito 
 
2 
, cuja finalidade prática 
consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construção 
da retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo 
il (HENRIQUES, 2008, p. 6). 
, com a retórica do belo, e Protágoras, com 
o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o 
precípua consistia não no convencimento do 
verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. 
Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo 
idade objetiva capaz de criar o consenso de todos os espíritos, para 
dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma 
, o discurso humano fica sem referente e não tem 
sua aptidão para convencer pela 
aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, 
Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser 
rá ser eficaz; em outras palavras, 
próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o 
interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o 
verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao 
. Em seu ensino da prática do 
a ao serviço de uma causa justa e 
ção moral. Para ele, a arte da retórica 
Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a 
obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com 
ente estilísticas. Isócrates viu na retórica um instrumento de 
politica para promover a justiça, exprimir a glória e 
cuidou de subordinar a retórica aos ditames do campo da 
moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem 
, enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa 
 
 
retórica consistia no emprego da verdade ao discurso do orador. P
a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) 
ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de 
argumentação. 
Encerrando a Velha Retórica, 
e professor de retórica na Academia Platônica, compreendeu 
transmitida como técnica, como prática, 
essa arte, alvo das ambições políticas. 
havia feito. Sócrates observou 
as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parec
ser. Assim, Aristóteles passou
ciência da retórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação
autonomia no campo da ciência
Dedicou-se ao estudo técnico do assunto o que o
composta por três livros: n
retóricos: o deliberativo (que persuad
futura) o judiciário (que acusa
o epidítico (que elogia ou censura
futuras); no segundo, Aristóteles trat
bem como o caráter dos homens
no terceiro livro, cuidou de tratar d
clareza, a correção gramatical
compõem este último livro.
psicologia humana, vez que tratou, por um lado, d
científicas sobre o fenômeno da persuasividade
argumentos com a maior facilidade.
Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e 
não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em 
dois tipos ou duas estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, 
do fato para a regra, tratando
particular, tratando-se de uma dedução 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO
Professora: Esp. Andreza de 
2º período – Bacharelado em Direito 
 
retórica consistia no emprego da verdade ao discurso do orador. Por sua vez, má retórica seria 
a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) 
ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de 
Encerrando a Velha Retórica, e não menos importante, Aristóteles
e professor de retórica na Academia Platônica, compreendeu que, até então
transmitida como técnica, como prática, e que alguns levavam a vida inteira para dominar 
das ambições políticas. Começou sua carreira examinando
observou que os políticos, através de sua oratória, 
as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parec
passou a investigar as causas dessa persuasividade, e formul
etórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação
autonomia no campo da ciência. 
se ao estudo técnico do assunto o que o levou a editar sua obra “A Retórica”, 
composta por três livros: no primeiro se dedicou à analise e fundamentação d
retóricos: o deliberativo (que persuade ou dissuade, se o auditório tiver que julgar uma ação 
(que acusa ou defende, se o auditório tiver que julgar uma ação passada
o epidítico (que elogia ou censura, se o auditório não tiver que julgar a
Aristóteles tratou do plano emocional (ira, amizade, confiança etc.), 
o caráter dos homens e sua relação com a recepção do discurso retórico
cuidou de tratar do estilo e da composição do discurso retórico, 
correção gramatical, o uso da metáfora e as partes que compõem o di
livro. Sua obra não foi apenas um livro de retórica, mas também de 
humana, vez que tratou, por um lado, da técnica, e por outro, 
meno da persuasividade dos adversários capaz de 
argumentos com a maior facilidade. 
Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e 
não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em 
estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, 
do fato para a regra, tratando-se de uma indução),e o entimema - que parte do geral para o 
se de uma dedução – (REBOUL, 2000, p. 154). 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira 
Bacharelado em Direito 
 
3 
or sua vez, má retórica seria 
a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) 
ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de 
Aristóteles, discípulo de Platão 
até então, essa era apenas 
e alguns levavam a vida inteira para dominar 
sua carreira examinando-a tal qual Sócrates 
 conseguiam persuadir 
as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parecessem 
a investigar as causas dessa persuasividade, e formulou a 
etórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação, conferindo-lhe 
levou a editar sua obra “A Retórica”, 
e e fundamentação dos três gêneros 
se o auditório tiver que julgar uma ação 
se o auditório tiver que julgar uma ação passada) e 
tiver que julgar ações passadas nem 
(ira, amizade, confiança etc.), 
e sua relação com a recepção do discurso retórico; por fim, 
a composição do discurso retórico, tais como a 
o uso da metáfora e as partes que compõem o discurso também 
Sua obra não foi apenas um livro de retórica, mas também de 
outro, trouxe algumas idéias 
capaz de desmontar seus 
Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e 
não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em 
estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, 
que parte do geral para o 
 
 
Diferentemente de Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida 
social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em 
vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem 
contribuir para a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o 
ser humano possa clarificar suas ideias e comunicá
Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível 
distinguir três domínios: retórica, moral e verdade
o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para 
defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente 
da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores mor
cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em 
si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma 
ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se 
exprimir, são as suas in
palavra
Assim, a retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a 
utiliza. Ademais, sua retórica 
retórica das paixões apresentada pelos sofistas
Para ele, a importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de 
persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se 
apresenta. Neste sentido, a retórica est
suas bases fincadas na psicologia e na lógica. (LIMA, 2011, p. 11)
 
 
REFLEXÃO: 
“O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê
compreender uma parte de nós mesmos. É 
mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por 
que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no 
entanto, o direito também nos oprime 
não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente 
sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, 
inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para 
compreende-lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter
Mas só quem o ama é capaz de dominá
Júnior). 
 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO
Professora: Esp. Andreza de 
2º período – Bacharelado em Direito 
 
Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida 
social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em 
vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem 
a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o 
ser humano possa clarificar suas ideias e comunicá-las socialmente (LIMA, 201
Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível 
domínios: retórica, moral e verdade e que: 
o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para 
defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente 
da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores mor
cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em 
si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma 
ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se 
exprimir, são as suas intenções que determinarão o tipo de uso que fará da 
palavra (SILVA, 2019). 
retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a 
retórica se apresenta como retórica de raciocínio, 
apresentada pelos sofistas. 
importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de 
persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se 
apresenta. Neste sentido, a retórica esteve e estará sempre ligada à política e 
suas bases fincadas na psicologia e na lógica. (LIMA, 2011, p. 11) 
“O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê
compreender uma parte de nós mesmos. É saber, em parte, por que obedecemos, por que 
mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por 
que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no 
entanto, o direito também nos oprime e tira-nos a liberdade. Por isso, compreender o direito 
não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente 
sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, 
eparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para 
lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter
Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo, rendendo-se a ele” (Tércio Sampaio Ferraz 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira 
Bacharelado em Direito 
 
4 
Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida 
social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em 
vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem 
a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o 
las socialmente (LIMA, 2011, p. 46). 
Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível 
o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para 
defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente 
da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores morais que 
cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em 
si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma 
ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se 
tenções que determinarão o tipo de uso que fará da 
retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a 
apresenta como retórica de raciocínio, em oposição à antiga 
importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de 
persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se 
política e à ética, tendo as 
“O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê-lo é 
saber, em parte, por que obedecemos, por que 
mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por 
que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Serlivre é estar no direito e, no 
nos a liberdade. Por isso, compreender o direito 
não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente 
sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, 
eparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para 
lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. 
se a ele” (Tércio Sampaio Ferraz

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