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ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO 1 - DA VELHA À NOVA HISTÓRICA: 1.1 - VELHA/ANTIGA/CLÁSSICA Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento integrante da retórica, como esta o é do discurso. A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção verbal, escrita ou oral, constituída de uma fras começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo principal a persuasão, a exemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, nos contos populares ou nas piadas (REBOUL. 2000, p. XIV). Nesse sentido, pode portanto, o estudo da sua história antecede aos marco propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, naturalmente faz uso dela). Importa para o pres sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser considerados cidadãos. A es As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em que a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75) Atribui-se a Córax ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que ingressavam em juízo (seja como autores ou réus), conferindo TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO Professora: Esp. Andreza de 2º período – Bacharelado em Direito ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO RETÓRICA: UMA BREVE ANÁLISE DA SUA EVOLUÇÃO /ANTIGA/CLÁSSICA RETÓRICA: Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento integrante da retórica, como esta o é do discurso. A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção verbal, escrita ou oral, constituída de uma frase ou por uma sequência de frases, que tenha começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo xemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, nos contos populares ou nas piadas (REBOUL. 2000, p. XIV). Nesse sentido, pode-se abstrair que a retórica é inerente às relações humanas e, portanto, o estudo da sua história antecede aos marcos definidos pelos doutrinadores como propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, naturalmente faz uso dela). Importa para o presente estudo o surgimento da retórica técnica, ou seja, sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser considerados cidadãos. A esse respeito, cumpre registrar que: As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em e a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75) Córax a elaboração de um manual de retórica jurídica ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que ingressavam em juízo (seja como autores ou réus), conferindo-lhes estratégias para convencer TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira Bacharelado em Direito 1 ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA E JUSTIFICAÇÃO RETÓRICA: UMA BREVE ANÁLISE DA SUA EVOLUÇÃO Preliminarmente, cumpre compreender que a argumentação jurídica é elemento A respeito desses elementos, Olivier Reboul definiu discurso como “toda produção e ou por uma sequência de frases, que tenha começo e fim e apresente certa unidade de sentido”, ao passo que conceituou retórica como “a arte de persuadir pelo discurso”. Contudo, salientou que nem todo discurso tem como objetivo xemplo daqueles empregados na poesia, na comédia, no romance, se abstrair que a retórica é inerente às relações humanas e, s definidos pelos doutrinadores como propulsores do seu surgimento, uma vez que não é concebível sustentar a existência do homem sem a prática da persuasão entre esse e seus pares (retórica natural: o homem, ente estudo o surgimento da retórica técnica, ou seja, sistematizada, cuja gênese data do séc. V a.C., através do trabalho desenvolvido na Grécia, após a consolidação da democracia, embora não muitos tivessem o privilégio de ser As transformações ocorridas na Grécia Antiga gerou uma necessidade de domínio de conhecimentos gerais para uso retórico, necessidade de domínio da técnica de falar para uso assemblear, entre outros. É nesse período, em e a voz passa a ecoar com maior importância, em que exsurge a necessidade de exercer a cidadania por meio do discurso, em que a técnica oratória define o homem público. (BITTAR, 2007, p. 75) a elaboração de um manual de retórica jurídica que, diante da ausência da figura dos advogados à época, orientava a atuação dos cidadãos gregos que lhes estratégias para convencer o julgador, eis que tinham que se defender ou acusar sozinhos consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construção da retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo pautado não no verdadeiro, mas no verossím Foi com os sofistas, a exemplo de o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o papel pejorativo da persuasão, cuja finalidade verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. Nesse sentido, a lição de Olivier Reboul: Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo sem real dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma realidade objetiva o outro critério senão o próprio sucesso: aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, portanto, a do discurso, a retórica. Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser verdadeiro, nem mesmo verossímil, só pode próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao saber, mas Outro filósofo grego que merece atenção é discurso procurou moralizar a retórica, condicionando nobre. Dessarte, buscou unir o ensino literário à forma deveria servir a todos, diferentemente do que defendia Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com funções basicam educação ético desenvolver a cultura. (ROHDEN, 1995, p. 514) De semelhante modo, moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem da pólis, enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO Professora: Esp. Andreza de 2º período – Bacharelado em Direito o julgador, eis que tinham que se defender ou acusar sozinhos, cuja finalidade prática consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construçãoda retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo pautado não no verdadeiro, mas no verossímil (HENRIQUES, 2008, p. 6). Foi com os sofistas, a exemplo de Górgias, com a retórica do belo, e o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o papel pejorativo da persuasão, cuja finalidade precípua consistia não no convencimento do verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. Nesse sentido, a lição de Olivier Reboul: Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo sem realidade objetiva capaz de criar o consenso de todos os espíritos, para dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma realidade objetiva o logos, o discurso humano fica sem referente e não tem outro critério senão o próprio sucesso: sua aptidão para convencer pela aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, portanto, a do discurso, a retórica. Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser verdadeiro, nem mesmo verossímil, só poderá ser eficaz; em outras palavras, próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao saber, mas sim ao poder (2008, p. 9/10). Outro filósofo grego que merece atenção é Isócrates. Em seu ensino da prática do discurso procurou moralizar a retórica, condicionando-a ao serviço de uma causa justa e nobre. Dessarte, buscou unir o ensino literário à formação moral. Para ele, diferentemente do que defendia Górgias: Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com funções basicamente estilísticas. Isócrates viu na retórica um instrumento de educação ético-politica para promover a justiça, exprimir a glória e desenvolver a cultura. (ROHDEN, 1995, p. 514). De semelhante modo, Platão cuidou de subordinar a retórica aos ditames do cam moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem , enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira Bacharelado em Direito 2 , cuja finalidade prática consistiu na captação de dinheiro pelo autor, o que não diminui seus méritos para a construção da retórica, do ponto de vista técnico. Sua contribuição fez nascer o discurso argumentativo il (HENRIQUES, 2008, p. 6). , com a retórica do belo, e Protágoras, com o relativismo pragmático (“o homem é a medida de todas as coisas”), que a retórica assumiu o precípua consistia não no convencimento do verdadeiro ou verossímil (razoável), mas sim em “vencer e deixar o interlocutor sem réplica”. Certamente porque o mudo do sofista é um mundo sem verdade, um mundo idade objetiva capaz de criar o consenso de todos os espíritos, para dizerem que dois e dois são quatro e que Tóquio existe... Privado de uma , o discurso humano fica sem referente e não tem sua aptidão para convencer pela aparência de lógica e pelo encanto do estilo. A única ciência possível é, Certamente o que muda? Muda que o discurso não pode mais pretender ser rá ser eficaz; em outras palavras, próprio para convencer, que no caso equivale a vencer, a deixar o interlocutor sem replica. A finalidade dessa retórica não é encontrar o verdadeiro, mas dominar através da palavra; ela já não está devotada ao . Em seu ensino da prática do a ao serviço de uma causa justa e ção moral. Para ele, a arte da retórica Enquanto Górgias enfatizou a função persuasiva da linguagem para a obtenção do poder político e dessa forma desenvolveu uma retórica com ente estilísticas. Isócrates viu na retórica um instrumento de politica para promover a justiça, exprimir a glória e cuidou de subordinar a retórica aos ditames do campo da moral e da ética, ao criar a dicotomia boa retórica e má retórica. A primeira cuidava do bem , enquanto que a segunda lhe seria perniciosa, perigosa, prejudicial. Para ele, boa retórica consistia no emprego da verdade ao discurso do orador. P a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de argumentação. Encerrando a Velha Retórica, e professor de retórica na Academia Platônica, compreendeu transmitida como técnica, como prática, essa arte, alvo das ambições políticas. havia feito. Sócrates observou as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parec ser. Assim, Aristóteles passou ciência da retórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação autonomia no campo da ciência Dedicou-se ao estudo técnico do assunto o que o composta por três livros: n retóricos: o deliberativo (que persuad futura) o judiciário (que acusa o epidítico (que elogia ou censura futuras); no segundo, Aristóteles trat bem como o caráter dos homens no terceiro livro, cuidou de tratar d clareza, a correção gramatical compõem este último livro. psicologia humana, vez que tratou, por um lado, d científicas sobre o fenômeno da persuasividade argumentos com a maior facilidade. Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em dois tipos ou duas estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, do fato para a regra, tratando particular, tratando-se de uma dedução TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO Professora: Esp. Andreza de 2º período – Bacharelado em Direito retórica consistia no emprego da verdade ao discurso do orador. Por sua vez, má retórica seria a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de Encerrando a Velha Retórica, e não menos importante, Aristóteles e professor de retórica na Academia Platônica, compreendeu que, até então transmitida como técnica, como prática, e que alguns levavam a vida inteira para dominar das ambições políticas. Começou sua carreira examinando observou que os políticos, através de sua oratória, as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parec passou a investigar as causas dessa persuasividade, e formul etórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação autonomia no campo da ciência. se ao estudo técnico do assunto o que o levou a editar sua obra “A Retórica”, composta por três livros: no primeiro se dedicou à analise e fundamentação d retóricos: o deliberativo (que persuade ou dissuade, se o auditório tiver que julgar uma ação (que acusa ou defende, se o auditório tiver que julgar uma ação passada o epidítico (que elogia ou censura, se o auditório não tiver que julgar a Aristóteles tratou do plano emocional (ira, amizade, confiança etc.), o caráter dos homens e sua relação com a recepção do discurso retórico cuidou de tratar do estilo e da composição do discurso retórico, correção gramatical, o uso da metáfora e as partes que compõem o di livro. Sua obra não foi apenas um livro de retórica, mas também de humana, vez que tratou, por um lado, da técnica, e por outro, meno da persuasividade dos adversários capaz de argumentos com a maior facilidade. Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, do fato para a regra, tratando-se de uma indução),e o entimema - que parte do geral para o se de uma dedução – (REBOUL, 2000, p. 154). TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira Bacharelado em Direito 3 or sua vez, má retórica seria a ausência da verdade no discurso, independentemente da concretização da persuasão do(s) ouvinte(s). Em resumo, desprezou a retórica e enalteceu a dialética como forma de Aristóteles, discípulo de Platão até então, essa era apenas e alguns levavam a vida inteira para dominar sua carreira examinando-a tal qual Sócrates conseguiam persuadir as pessoas às vezes de coisas perfeitamente absurdas, por mais persuasivas que parecessem a investigar as causas dessa persuasividade, e formulou a etórica como uma verdadeira Psicologia da Comunicação, conferindo-lhe levou a editar sua obra “A Retórica”, e e fundamentação dos três gêneros se o auditório tiver que julgar uma ação se o auditório tiver que julgar uma ação passada) e tiver que julgar ações passadas nem (ira, amizade, confiança etc.), e sua relação com a recepção do discurso retórico; por fim, a composição do discurso retórico, tais como a o uso da metáfora e as partes que compõem o discurso também Sua obra não foi apenas um livro de retórica, mas também de outro, trouxe algumas idéias capaz de desmontar seus Ele resgatou para a retórica a função de tratar daquilo que é verossímil ou provável, e não do que é verdadeiro, conforme defendia Platão. Dividiu os argumentos do discurso em estruturas argumentativas: o exemplo (que parte do particular para o geral, que parte do geral para o Diferentemente de Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem contribuir para a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o ser humano possa clarificar suas ideias e comunicá Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível distinguir três domínios: retórica, moral e verdade o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores mor cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se exprimir, são as suas in palavra Assim, a retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a utiliza. Ademais, sua retórica retórica das paixões apresentada pelos sofistas Para ele, a importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se apresenta. Neste sentido, a retórica est suas bases fincadas na psicologia e na lógica. (LIMA, 2011, p. 11) REFLEXÃO: “O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê compreender uma parte de nós mesmos. É mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para compreende-lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter Mas só quem o ama é capaz de dominá Júnior). TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO Professora: Esp. Andreza de 2º período – Bacharelado em Direito Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o ser humano possa clarificar suas ideias e comunicá-las socialmente (LIMA, 201 Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível domínios: retórica, moral e verdade e que: o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores mor cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se exprimir, são as suas intenções que determinarão o tipo de uso que fará da palavra (SILVA, 2019). retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a retórica se apresenta como retórica de raciocínio, apresentada pelos sofistas. importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se apresenta. Neste sentido, a retórica esteve e estará sempre ligada à política e suas bases fincadas na psicologia e na lógica. (LIMA, 2011, p. 11) “O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê compreender uma parte de nós mesmos. É saber, em parte, por que obedecemos, por que mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e tira-nos a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, eparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo, rendendo-se a ele” (Tércio Sampaio Ferraz TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Professora: Esp. Andreza de Souza Pereira Bacharelado em Direito 4 Platão, viu a retórica como algo que normalmente faz parte da vida social e política, como uma arte importante para o desenvolvimento dessas áreas, tendo em vista que a distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos e como estes podem a composição lógica e persuasiva dos argumentos é fundamental para que o las socialmente (LIMA, 2011, p. 46). Refutou a dicotomia platônica da boa e má retórica ao defender que é possível o bom ou mau uso da retórica, ou seja, o uso da arte do bem falar para defender argumentos verdadeiros ou falsos, depende única e exclusivamente da ética de quem assim procede, isto é, da prioridade de valores morais que cada um vai estabelecendo ao longo da sua vida. Quer dizer que a retórica em si, não é boa nem má, o seu uso é que a torna boa ou má. Portanto, é uma ilusão pensar que a má retórica não tem sentido; se o homem é livre de se tenções que determinarão o tipo de uso que fará da retórica pode ser bem ou mal usada, não é ela que é moral, mas sim quem a apresenta como retórica de raciocínio, em oposição à antiga importância da retórica na interpretação consiste na capacidade de persuadir o ouvinte, fazendo com que ele formule um juízo sobre a situação que a ele se política e à ética, tendo as “O direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana. Compreendê-lo é saber, em parte, por que obedecemos, por que mandamos, por que nos indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por que em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Serlivre é estar no direito e, no nos a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas... Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, eparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade. Para lo é preciso, pois, saber amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. se a ele” (Tércio Sampaio Ferraz
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