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DIREITO EMPRESARIAL 
APLICADO 1 
Prof. Luís Eduardo Lessa Ferreira
Doutorando em Direito Privado - UFPE
Mestre em Direito Privado - UFPE
RECIFE, 2019.
Conteúdo Programático
1. UNIDADE I
1. Introdução ao Direito Empresarial:
1.1. Evolução Histórica do Direito Empresarial;
1.2. Conceito e relação com outros ramos do direito;
1.3. Fontes e Características do Direito Empresarial;
Empreendedorismo
“O sistema capitalista tem como característica inerente uma força denominada de processo de 
destruição criativa, fundamentando-se no princípio que reside no desenvolvimento de novos 
produtos, novos métodos de produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir o 
velho para se criar o novo.” - Joseph A. Schumpeter, “Capitalismo, socialismo e democracia” 
(1942). 
→ Associação direta do empreendedor ao desenvolvimento econômico.
Liberdade de iniciativa: → O art. 170 da Constituição Federal prevê que a ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social.
Riscos da atividade empresarial
Conceito: Risco é existência de obstáculos potenciais à consecução dos 
objetivos de uma organização, à luz das incertezas do mercado e do setor de 
atuação da organização, do ambiente macroeconômico e dos próprios processos 
da organização. (eproc-SC, 2019). 
Principais espécies: risco de saúde e segurança, risco ambiental, risco 
financeiro, risco legal, risco do negócio, risco tecnológico, risco operacional, risco 
regulatório, risco externo, risco interno, dentre outros. 
Princípio da autonomia patrimonial
1. Personalização: A personalidade jurídica é um instituto que surgiu para incentivar o desenvolvimento 
das atividades econômicas, ao possibilitar que as pessoas naturais atuassem diretamente em negócios, 
assumindo responsabilidades, porém, com o elemento da limitação do risco. (QUINTAS, 2018). 
2. Autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, prevista no artigo 1.024 do Código Civil, o 
qual dispõe que “os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, 
senão depois de executados os bens sociais”. A autonomia patrimonial é a chave para possibilitar a limitação 
da responsabilidade dos sócios.
3. O uso inadequado da personalidade jurídica pode ensejar situações nas quais os sócios ou 
administradores visam esquivar-se de quaisquer responsabilidades, indevidamente, com base na autonomia 
patrimonial das pessoas jurídicas. 
4. (disregard doctrine): foi pensada inicialmente pela jurisprudência, com o objetivo de solucionar 
situações abusivas, nas quais a personalidade jurídica e a sua autonomia patrimonial eram usadas por 
administradores e sócios como um escudo de não responsabilização e de não comprometimento de seu 
patrimônio, para praticar atos prejudiciais a seus credores, como fraudes. 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
HISTÓRIA DA CODIFICAÇÃO COMERCIAL 
1.1. Evolução Histórica do Direito Empresarial;
Vocês vão encontrar 3 ou mais classificações possíveis.:
I - 
: a) Idade Antiga; b) Idade Média ou Mercanzia; c) Idade Moderna ou Idade 
Contemporânea. 
II -
Quatro fases a) Idade Antiga; b) Idade Média; c) Idade Moderna; d) Idade 
Contemporânea.
III -
a partir do exercício do comércio, dividindo-lhe em:
a) concepção subjetiva embrionária; b) concepção objetiva; c) concepção 
subjetiva moderna.
1a fase: Idade antiga 
a. trocas dos bens: negociação dos excedentes. dificuldade de uniformização dos valores. surgimento 
das moedas. 
“Tanto Waldirio Bulgarelli como Rubens Requião destacam a importância dos 
povos primitivos na atuação mercantil, lembrando, inclusive, que não tiveram um 
conjunto de normas especialmente destinadas ao comércio, embora façam 
menção à Lex Rhodia de Iactu, lei romana de inspiração fenícia, que cuidava do 
lançamento de carga ou parte desta ao mar. Tanto Waldirio Bulgarelli como 
Rubens Requião destacam a importância dos povos primitivos na atuação 
mercantil, lembrando, inclusive, que não tiveram um conjunto de normas 
especialmente destinadas ao comércio, embora façam menção à Lex Rhodia de 
Iactu, lei romana de inspiração fenícia, que cuidava do lançamento de carga ou 
parte desta ao mar”. (REQUIÃO, 2005. ´p.05; BULGARELLI, 2001. p.21)
Relação com o Direito Romano ?
Na Roma antiga não teve, efetivamente, um 
Direito do Comércio apesar de serem abundantes as transações comerciais 
efetuadas entre o Império Romano e outros povos, ou seja não existiu um 
direito especial regulador das relações comerciais.
 A decorrência da falta de um direito específico é 
porque no direito Romano exigia um tratamento igualitário a todos os 
cidadãos o que impedia a criação de um direito de classe com prerrogativas 
e disposições aplicáveis apenas um segmento profissional, mas afirma J. X. 
Carvalho Mendonça que não faltavam regras e institutos que hoje se 
compreendem no direito comercial, pois não se pode deixar de admitir que o Ius 
Gentium melhor se adaptava às atividades de comércio, chegando inclusive 
alguns autores a sustentar ser esse direito uma conseqüência do tráfico mercantil.
2a fase: Direito Comercial na Idade Média
a. o período em que o direito comercial começa efetivamente a tomar a forma 
definida.
b. Nesse período apareceu o direito comercial, não como um corpo de obra legislativa, 
mas derivado do trabalho dos próprios comerciantes, que o construíram com os seus 
usos e com as leis, que reunidos em classe, criaram.
c. Artesões e comerciantes uniram-se em corporações, as famosas “corporações de 
ofícios”, procurando uma tutela jurídica para as suas atividades. Os mercadores 
(burguesia), por serem discriminados pela sociedade e legislação da época, 
associaram-se nessas corporações e estabeleceram regras para a regência do 
comércio. Despontou, assim, o ius mercatorium, ou seja direito do comércio. 
Corporações de ofício: estruturação burocrática
“Tais corporações tinham patrimônio próprio, constituído pela 
contribuição dos associados e por taxas extraordinárias e 
pedágios. A sua magistratura formava-se por meios de 
cônsules dos comerciantes (cônsules mercatorum), eleitos pela 
assembléia dos comerciantes, tendo funções políticas 
(defender a honra e dignidade das corporações a que 
pertenciam, ajudar os chefes manter a paz etc.), funções 
executivas (observar e fazer observar os estatutos, leis e usos 
mercantis, administrar o patrimônio etc.) e funções judiciais, 
julgando as causas comerciais.(OLIVEIRA, 2005. p. 221)
Conclusão da 2a fase: 
Fase estritamente subjetivista do direito comercial a serviço 
do comerciante, ou seja, um direito corporativo, profissional, 
especial e autônomo, que amparava apenas a classe dos 
comerciantes e artesãos vinculados às corporações e 
submetidos a regras comerciais por eles próprios 
estabelecidas. 
3a fase: D. Comercial no Liberalismo Econômico
a. A terceira fase surge, então, com o Code de Commerce de 1807 que marca o início da 
etapa contemporânea na evolução do direito comercial. 
b. Princípios da liberdade e igualdade perante a lei, inauguram a fase OBJETIVA do D. 
Comercial.
c. O Código qualifica como comerciantes os que fazem da prática de atos de comércio 
profissão, e como comerciais uma série de atos (incluindo alguns ligados a indústria 
transformadora e aos serviços) que sejam praticados por comerciantes. As relações 
jurídicas mercantis não seriam mais definidas pela natureza do sujeito que as integravam, 
mas sim pelos atos por eles praticados. 
d. nova fase do direito comercial se baseou na Teoria dos Atos de Comércio.
Problema: a compra e venda de imóveis é um ato de comércio mesmo que não praticado 
de um comerciante.
Conclusão da 3a Fase.
O sistema do Código Comercial Francês de 1807 se revelou frustrante, apesar que o 
Code Commercetenha se tornado modelo para codificações oitocentistas, entre elas 
podemos citar, o código espanhol, português, boliviano, paraguaio, uruguaio, chileno, 
argentino, alemão de 1861 e o antigo código comercial brasileiro (1850), jamais foi 
possível identificar um critério unificador e geral para a qualificação de atos de 
comércio, enquanto que, de outro lado, tornava-se impossível delimitar a fronteira 
divisória do direito privado, na medida em que veio a se generalizar a utilização de 
institutos originalmente mercantis.
4a Fase: Direito comercial da empresa
Esta última fase se iniciou em meados da década de 40, com a Teoria da Empresa, com a 
promulgação do Códice Civile em 1942 e se estende até os dias atuais. O direito 
comercial de hoje está voltado para atividade empresarial.
Segundo o Código Civil Italiano no art. 2.082 é considerado empresário “quem exerce 
profissionalmente uma atividade económica organizada para o fim da produção ou da 
troca de bens ou serviços”.
Considera-se atividade empresarial aquela desenvolvida profissionalmente e com 
habitualidade, seja por um empresário individual, seja por uma sociedade empresária, de 
forma economicamente organizada, voltada à produção e circulação de mercadorias e 
serviços. Portanto, o foco do direito comercial atual é a empresa, entendida como atividade
 profissional econômica e organizada voltada à obtenção de lucros.
HISTÓRIA DO D. COMERCIAL NO BRASIL
Diversos autores costumam dividir a História do direito comercial brasileiro em três grandes fases ou 
períodos:
a) do Brasil colonial;
b) do Brasil imperial; 
c)) do Brasil republicano. 
Outros no entanto preferem usar o critério legislativo para dividir a história do direito comercial brasileiro 
em:
a) primeira fase (1822-1850);
b) segunda fase (1850-1890);
c) terceira fase (1890 em diante).
Primeira fase do direito comercial no Brasil (1500-1808)
Na primeira fase do direito comercial no Brasil gravita na exploração permanente de
Portugal, até a chegada de D. João VI, em 1808. 
As relações jurídicas, até então, eram reguladas exclusivamente com base na legislação 
portuguesa, bem como a Lei da Boa Razão, e em caso de omissões, aplicar-se-ia a lei dos 
Povos Cultos. 
Ordenações Afonsinas → Ordenações Manuelinas → Ordenações Filipinas. 
Podemos afirmar que neste período não tínhamos um direito comercial autônomo e
nem mesmo um direito comercial.
Segunda fase do direito comercial no Brasil (1808-1850)
Chegada da Família Real. Pode-se afirmar que o direito comercial brasileiro tem início com 
a lei de abertura dos portos. 
É criada em 23 de Agosto de 1808, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e 
Navegação. 
Por Alvará de 12 de Outubro de 1808 é fundado o Banco do Brasil;
Em Julho de 1809, por ordem do Príncipe Regente são dados recursos ao Tribunal da Real 
Junta do Comércio; 
Resultou disso enorme expansão comercial e industrial dentro dos limites do nosso 
território.
Processo de criação do C. Comercial de 1850
Somente em 14 de Março de 1832 a Regência nomeou Comissão, que 
tinha por fim proceder aos estudos para a criação de um código 
comercial. Vencidas as suas metas, a comissão remeteu o projeto à 
Câmara em 1834. Após demorada tramitação, o documento consegue 
ser transformado em lei. Assim, em 6 de Março de 1850 a Câmara 
aprovou integralmente o projeto. Sancionado, transformou-se na Lei nº 
556, de 25 de Junho de 1850 – Código Comercial Brasileiro.
Terceira fase do direito comercial no Brasil (1850-2002)
Início com a promulgação do Código Comercial Brasileiro. 
Código estava dividido em três partes:
a) a primeira sobre o Comércio em Geral (arts. 1º a 456 – Revogado pelo Código Civil 
em vigor)
b) a segunda sobre o Comércio Marítimo (arts 457 a 796) e;
c) a terceira sobre as quebras (arts. 797 a 913 – revogado pela Lei 7.661/45 e, hoje vigora a 
Lei 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005, disciplinando a Recuperação e a falência.
Código Comercial de 1850
Aplicado aos ato de comércio em si, praticado por qualquer pessoa, 
comerciante ou não, será sempre regido pela doutrina comercial. Exceto as 
atividades excluídas da mercancia tais como agricultura e pecuária 
(produtor rural); prestação de serviços; profissões intelectuais.
Quarta fase do direito comercial no Brasil (2002 até os dias atuais)
Com o crescimento do comércio no Brasil, e devido às grandes dificuldades e 
imprecisões das teoria caracterizadoras dos atos de comércio, não mais sendo esta 
suficiente para abranger e garantir a estabilidade do comércio nacional, passa, assim o 
direito comercial a se aproximar do sistema italiano, até resultar, em 2002, na 
incorporação total da teoria da empresa pelo direito nacional, com a criação do Direito 
da Empresa e com a unificação do direito privado, no novo Código Civil, retornando, 
finalmente, ao critério subjetivo de caracterização da matéria comercial.
O direito comercial de hoje está voltado para atividade empresarial.
CC/02: Teoria da Empresa
O art. 996 deste diploma prescreve que: “Considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços”.
Considera-se atividade empresarial aquela desenvolvida profissionalmente e com 
habitualidade, seja por um empresário individual, seja por uma sociedade empresária, de 
forma economicamente organizada, voltada à produção e circulação de produtos e 
serviços. (traz a ideia da lucratividade). 
Ideia de “Empresa”
Miguel Reale explica-nos que foi “empregada a palavra empresa no sentido de 
atividade desenvolvida pelos indivíduos ou pelas sociedades a fim de 
promover a produção e circulação das riquezas. É esse o objetivo fundamental 
que rege os diversos tipos de sociedades empresariais, não sendo demais realçar 
que, consoante terminologia adotada pelo projeto, as sociedades são 
sempre de natureza empresarial, enquanto as associações são 
sempre de natureza civil. Parece uma distinção de somenos, mas de grande 
conseqüência práticas, porquanto cada uma delas e governada por 
princípios distintos. Uma exigência básica de operabilidade norteia, 
portanto, toda a matéria de Direito da Empresa, adequando-o aos imperativos da 
técnica contemporânea no campo econômico-financeiro, sendo 
estabelecidos preceitos que atendem à livre iniciativa como 
aos interesses do consumidor” (REALE, 2000)
Ideia de “Empresa” - Asquini
Para Alberto Asquini definiu quatro perfis para considerar a sociedade como empresária 
aqui listados por Fábio Ulhoa Coelho: “subjetivo, funcional, patrimonial (ou objetivo) e 
corporativo”. 
PERFIL SUBJETIVO: a empresa é vista como empresário, isto é, o exercente de prestação 
de serviço autônoma, de caráter organizativo e com assunção de risco. 
PERFIL FUNCIONAL: Identifica-se a empresa à própria atividade. 
PERFIL PATRIMONIAL: corresponde ao patrimônio aziendal ou estabelecimento. 
PERFIL CORPORATIVO: considerada uma instituição, na medida que reúne pessoas – 
empresário e seus empregados – com propósitos comuns. 
Teoria da Empresa
Os requisitos impostos pelo Código Civil para caracterizar a atividade empresarial são:
a) a atividade econômica de produção de bens e serviços;
b) organização;
c) o profissionalismo no desempenho da atividade produtiva.
a) a atividade econômica de produção de bens e serviços
A atividade econômica é conjunto de atos destinados a uma finalidade comum que 
organiza os fatores de produção, para produzir ou fazer circular bens ou serviços. 
A economicidade da atividade exige que a mesma seja capaz de criar novas utilidades, 
novas riquezas, englobando aqui o aumento do valor do bem. 
Não sendo, caracterizado como atividade econômica aquela desenvolvida unicamente com 
o intuito da satisfação das necessidades pessoais do responsável, bem como aquela 
voltada exclusivamentepara produção do mercado, pois a segurança jurídica poderia ser 
atingida.
Situação problema: 
Imaginemos as seguintes situações: Uma certa sociedade, capitalizada, desenvolve uma 
atividade produtiva em grande proporção, sem que tal produção seja destinada ao 
mercado e onde o único intuito é a doação dos gêneros produzidos para obras de 
caridade. A sociedade estaria afastada da aplicação das normas relativas à sociedade 
empresarial e se enquadraria no regime aplicável às sociedades simples.
b) organização
Quando afirma ser necessário uma organização não estamos nos referindo a 
organização societária, mas sim uma estrutura mínima para que possa a atividade ser 
desenvolvida, pois há sempre na empresa uma reunião de esforços, sem que seja 
necessária a forma da sociedade, porque o empresário pode ser um indivíduo, contanto 
que empregue, utilize e explore o trabalho de várias pessoas na execução de uma atividade 
econômica.
c)o profissionalismo no desempenho da atividade produtiva
Por último temos a questão do profissionalismo no exercício da empresa que deve ser 
exercido de forma habitual, contínua e estável na produção ou circulação de bens e 
serviços.
Atenção: A habitualidade, a continuidade e a estabilidade não deve ser observada de 
maneira absoluta, uma vez que existe empresas que funcionam durante determinado 
período e nem por este motivo deixam de ser caracterizadas como empresariais.
Em resumo… 
O Empresário e a sociedade empresária são quem exerce atividade, então são os
sujeitos de direito. 
O Estabelecimento é o complexo de bens organizados para desenvolver a 
atividade, assim o sujeito necessita do modo operante para desenvolver a 
ativadade. A empresa é o objetivo a ser desenvolvido, assim a empresa é a 
própria conseqüência.
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
(OAB Unificado – 2007,2) Considerando o atual estágio do direito comercial (empresarial) 
brasileiro, assinale a opção correta. 
A) O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da 
empresa. 
B) O Código Civil de 2002 não revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de 
responsabilidade limitada. 
C) O Código Civil de 2002, revogou totalmente o Código Comercial de 1850. 
D) A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar 
sobre direito comercial (ou empresarial).
Resposta
QUESTÃO OBJETIVA 1 - Letra D (artigo 22, I da CRFB)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho;
Aplicação 
QUESTÃO OBJETIVA 2: Assinale a alternativa correta: 
A) O Estabelecimento empresarial é composto exclusivamente de bens móveis e 
imóveis, utilizados pelo empresário ou sociedade empresária para o exercício da 
atividade empresarial. 
B) A atividade empresária não pode ser exercida por pessoas jurídicas. 
C) Quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística será 
sempre considerado empresário. 
D) De acordo com o Código Civil, considera-se empresário todo aquele que exerce, de 
forma profissional, atividade econômica organizada para a produção ou circulação de 
bens ou de serviços. 
Resposta
QUESTÃO OBJETIVA 2 - Letra D(artigo 966 do Código Civil)
D) De acordo com o Código Civil, considera-se empresário todo aquele que exerce, de 
forma profissional, atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou de serviços. 
Aplicação
Caso concreto: 
Dois artistas plásticos decidem abrir uma galeria de arte para expor e 
comercializar suas obras. Para tanto, pretendem alugar um imóvel e contratar 
5 colaboradores que trabalharão no regime da CLT. Diante dessa situação 
hipotética, e considerando seus estudos sobre a Teoria da empresa, adotada 
pelo ordenamento jurídico brasileiro, pergunta-se se essa atividade pode ser 
considerada como atividade empresarial. Justifique sua resposta.
Resposta
No caso em tela, a atividade desenvolvida pelos artistas plásticos não será 
considerada empresária, haja vista que se trata de profissão de natureza 
artística, nos termos do que dispõe o artigo 966, parágrafo único. O fato de 
ter auxílio de colaboradores não influencia na caracterização da atividade.,
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Para a resolução da questão
Deve ser ressaltado, ainda, que as atividades relativas a profissões intelectuais, científicas, 
artísticas e literárias não são exercidas por empresários, salvo se constituam elemento de 
empresa (art. 966, paragrafo único do Código Civil). 
Tal fator se deve que em tais atividades prevalece a natureza individual e intelectual 
sobre a organização, a qual é reduzida a um nível inferior, ou seja, os profissionais liberais 
serão considerados empresários se a organização dos fatores da produção for mais 
importante que a atividade pessoal desenvolvida.

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