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FACULDADE ESTÁCIO - SEAMA Disciplina: TEORIA GERAL DO PROCESSO Aluna: VANDREZA TAVARES DA SILVA Matrícula: 201903211931 Turma: 3001 Macapá - AP, 11 de Maio de 2020. Resenha Crítica “ Cooperação Internacional” No novo CPC, ao regular a cooperação jurídica internacional, tratou de forma sistemática e adequada do procedimento de auxílio direto e de cumprimento de cartas rogatórias. Em decorrência do princípio da territorialidade da jurisdição e da soberania, a autoridade de um juiz não pode extrapolar os limites territoriais do seu próprio país, a Cooperação Internacional se dá quando sentenças e/ou decisões tiverem de ser cumpridas em outro país. Sendo assim, nesses casos a prestação jurisdicional dependerá necessariamente da cooperação mútua internacional. No Brasil, a cooperação jurídica internacional adota modelo padronizado internacionalmente, por meio do qual cada Estado-Parte possui uma “autoridade central” que será responsável pelo trâmite burocrático dos pedidos de assistência em face de outro Estado-Parte (cooperação ativa e passiva). Ou seja, exige-se a intermediação de duas autoridades centrais, não havendo, portanto, a comunicação direta entre o juiz brasileiro e a autoridade estrangeira. Entre os mecanismos de cooperação jurídica internacional, encontra-se a carta rogatória. O instrumento é regulamentado pelo artigo 36 do Código de Processo Civil, cujo caput estabelece que "o procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal". Em uma breve ementa sobre a legalização da carta rogatória, expõem-se que no Código de 1973, a competência atribuída para expedição da mesma, era do STF, em conformidade com a então vigente Constituição de 1967, competência também mantida na redação original da Constituição de 1988. Porém, a Emenda Constitucional 45/2004 modificou a competência do exequatur de carta rogatória e de homologação de sentença estrangeira para o Superior Tribunal de Justiça. Posteriormente, o procedimento foi regulamentado pela Emenda Regimental nº 18 de 2014, que alterou o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça (RISTJ). O dispositivo estabelece expressamente a natureza de jurisdição contenciosa do procedimento de exequibilidade das cartas rogatória em território brasileiro. Isso implica em dizer que os atos processuais que transcendam as fronteiras nacionais e tenham o condão de afetar direitos e garantias de jurisdicionados residentes e domiciliados no Brasil, deverão ser submetidos ao crivo das autoridades judiciárias. Assim, independentemente do regime a que se submetem às cartas rogatórias nas esferas de cooperação jurídica (multilateral, bilateral ou via diplomática, por reciprocidade), o procedimento de exequatur, no Brasil, está automaticamente vinculado à observância de um contencioso e de garantias do devido processo legal. Esse procedimento, no entanto, é limitado, cabendo à autoridade judicial tão somente um juízo de delibação quanto à carta rogatória. "Isso porque uma parte citada, intimada ou notificada no Brasil, por exemplo, somente poderia questionar a ausência de requisitos formais ou pressupostos para a concessão de exequatur da carta rogatória". O Código não definiu expressamente as peças e informações necessárias para os pedidos de carta rogatória, que dependerão da natureza do ato a ser praticado e da previsão em tratados de que o Brasil seja signatário, o mesmo se aplica à tradução e autenticação das peças. Ainda no tocante aos requisitos para o exequatur da carta rogatória, o CPC/2015 trouxe expressamente a aplicabilidade dos requisitos para a homologação de sentença estrangeira, elencados no art. 963 no que for cabível. Assim, a decisão a ser cumprida via carta rogatória no Brasil deve (i) ser proferida por autoridade competente; (ii) ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; (iii) ser eficaz no país em que foi proferida; (iv) não ofender a coisa julgada brasileira; (v) estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; (vi) não conter manifesta ofensa à ordem pública. Também se aplica o disposto no artigo 962, §2º do CPC, segundo o qual "a medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido o contraditório em momento posterior". Em sendo, a parte requerida, revel ou incapaz, a esta será nomeado curador especial. Além disso, o Ministério Público atuará no procedimento, tendo vista dos autos e podendo impugnar o pedido de concessão do exequatur. Por fim, o parágrafo segundo do artigo 36 do CPC veda, em qualquer hipótese, a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. Embora se saiba que no juízo de delibação realizado há, em certa medida, uma apreciação crítica do conteúdo da decisão judicial a ser cumprida, o que pretende o dispositivo é "impedir que a autoridade judiciária brasileira de alguma forma profira uma nova decisão, reapreciando esse mérito de modo a compatibilizá-lo com a ordem pública nacional. Assim sendo, se do juízo de delibação resultar conclusão no sentido da incompatibilidade, caberá ao STJ simplesmente negar o exequatur e restituir a carta rogatória sem cumprimento5".
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