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petição inicial 1 trabalho dia 03 de julho

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA REGIONAL DE DUQUE DE CAXIAS DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS
Cintia, Carina e Cristal, menores impúberes, neste autos devidamente representadas por sua genitora, Rochele, brasileira, solteira, confeiteira, portadora da identidade de número xxx, expedida pelo XXX, e inscrita no CPF sob o número xxx, residente e domiciliada nesta cidade na xxx, por seu advogado devidamente constituído conforme instrumento de mandato em anexo, vem perante Vossa Excelência propor
AÇÃO DE ALIMENTOS
em face de Carlos, brasileiro, divorciado, profissão, inscrito no CPF sob o número xxx, domiciliado nesta cidade na xxx, pelos motivos de fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Ab initio, a Demandante formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.
Consoante o art. 98 do mesmo dispositivo, a Autora informa não ter condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo de seu sustento ou o de sua família, uma vez que trabalha como confeiteira autônoma, sem emprego formal.
II. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO:
A autora tem interesse na realização da audiência de mediação, de acordo com o artigo 334 do Código de Processo Civil.
III. DOS FATOS:
As autoras são filhas de Carlos e Rochele, conforme se comprova na respectiva certidão do Registro Civil de Nascimento. Ambos foram casados por cinco anos, os quais residindo no bairro da Barra da Tijuca. No entanto, com o passar dos anos, o casamento dos dois se desgastou e então, houve o divórcio.
Todavia, o casal deixou três filhas menores impúberes, que ficaram sob a guarda exclusiva da mãe. Rochele, a mãe, a qual é professora em uma escola, está com os salários atrasados há quatro meses, sem qualquer previsão de recebimento. e passou a residir em Duque de Caxias, visto seus poucos recursos.
Carlos vinha contribuindo de forma espontânea para o sustento das crianças, no entanto, estranhamente, deixou de fazê-lo.
Rochele, como representante e a genitora com a guarda das crianças, decidiu procura-lo e explicou a situação, todavia, Carlos ficou enfurecido e alegou que a mesma era uma interesseira e visava apenas o lucro fácil, não pensando, em qualquer momento, nas suas filhas.
IV. DOS FUNDAMENTOS:
A despeito da relação jurídica que os vincula, vem o requerido descumprindo a obrigação legal de prover a manutenção das requerentes, expondo-as a privações, desatendendo assim às normas jurídicas que regulam a matéria, no que tange ao dever de sustento, como determinam os artigos 1.566, IV, 1.590, 1.694 e seguintes, todos do Código Civil.
Cumpre frisar que a tal obrigação tem fundamento também no artigo 229 da CRFB, e no artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo, portanto, presumida a necessidade da criança.
A requerente encontra amparo legal, também, nos artigos 1695 e 1696 do Código Civil que dizem:
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele de quem se reclamam, pode fornece-los, sem desfalque no necessário ao seu sustento.
O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Nesse passo, cabe trazer à baila e abalizada opinião de CAHALI, que leciona: 
“Assim, a obrigação alimentar do art. 1.696 do Código é proporcional, segundo o art. 1.694, parágrafo 1º., à capacidade econômica de quem os deve e às necessidades de quem os reclama; trata-se, pois, de uma obrigação de conteúdo variável e contingente, enquanto o dever de sustento dos filhos menores, imposto aos genitores, caracteriza-se como sendo absoluto, sem qualquer consideração às respectivas fortunas.” 
Também, há que se ressaltar a jurisprudência do nosso ilustre tribunal acerca da matéria:
0055332-54.2018.8.19.0021 - APELAÇÃO
1ª Ementa
Des(a). SÉRGIO SEABRA VARELLA - Julgamento: 28/08/2019 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS. A SENTENÇA FIXOU OS ALIMENTOS DEFINITIVOS EM 20% DOS RENDIMENTOS LÍQUIDOS DO ALIMENTANTE EM CASO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU 35% DO SALÁRIO MÍNIMO CASO NÃO HAJA O REFERIDO VÍNCULO, ALÉM DE ARCAR COM 50% DOS GASTOS REFERENTES AO UNIFORME, MATERIAL ESCOLAR, MEDICAMENTO E TRATAMENTO MÉDICO/ODONTOLÓGICO. IRRESIGNAÇÃO DO RÉU. 1. Interposição de dois recursos de apelação em face da mesma sentença. Princípio da unirrecorribilidade. Não conhecimento do segundo recurso. 2. O STJ fixou tese no sentido de que nas ações que discutem a prestação de alimentos, o princípio da congruência deve ser relativizado, para dar lugar à proporcionalidade da prestação alimentar. 3. Incabível acolher a alegação de sentença extra petita nas hipóteses de arbitramento de forma de pagamento diferente daquela pleiteada pelo alimentado. Precedentes do TJRJ e STJ. 4. O magistrado, ao arbitrar os alimentos, deve equacionar a possibilidade econômica do alimentante e a necessidade do alimentado, de modo que não configurem fonte de enriquecimento sem causa. Binômio necessidade e adequação. Art. 1.694, §1º, do Código Civil. 5. Havendo modificação da situação financeira do genitor ou da necessidade do autor, o valor da pensão alimentícia poderá ser alterado, conforme disposição expressa do art.1.699 do Código Civil. 6. A fixação do percentual de 35% do salário mínimo em caso de ausência de vínculo empregatício ou de 20% de seus ganhos líquidos mensais caso haja vínculo empregatício, concilia os interesses das partes, pois, além de contribuir para as necessidades básicas do menor, também não compromete o sustento do próprio alimentante. 7. Manutenção da sentença. 8. NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO. 
V. DOS PEDIDOS:
Requer as Autoras:
1. A concessão do benefício da gratuidade de justiça;
2. A citação do Réu para, querendo, apresentar sua defesa e comparecer à audiência de conciliação a ser designada;
3. A fixação de alimentos em 15% do salário do Réu;
VI. DAS PROVAS:
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a documental, documental superveniente, testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
VII. DO VALOR DA CAUSA:
Dá a causa o valor de: R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 16 de junho de 2020
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