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Práticas Fisioterapêuticas na Atenção Primária . Prof. Marco Aurélio Braz. Anápolis 2019.2 Unidade IV - Fisioterapia e humanização na atenção primária: Seção 4.3- Fisioterapia e humanização: Fisioterapia e humanização: Diante de todo contexto da humanização, a fisioterapia também precisou de um novo contexto, para isso, foi necessário olhar para a formação desse profissional. A fisioterapia tradicional que era inspirada no modelo biomédico, precisou ser repensada, pois não olhava o ser humano como um todo, e sim por partes. Fisioterapia e humanização: Por isso as disciplinas passaram ser integradas e o estudo do homem, que antes era realizado de uma maneira linear, passou a ser estudado de maneira a interagir com o meio em que vive. Essa mudança foi importante para que o aluno pudesse compreender o processo de saúde-doença, visando não só o biológico, mas também o social, e trouxe um contexto real do ser humano, bem como a formação de um profissional humanizado. Fisioterapia e humanização: Os maiores objetivos da profissão de fisioterapia é: Manter; Preservar; Restaurar; Desenvolver a integridade de sistemas, órgãos e/ou função. Isso tudo só é possível a partir do conhecimento do todo, conhecimento holístico do ser humano, necessitando de uma visão sistêmica, para que se consiga pensar além da ausência da doença. Fisioterapia e humanização: É importante que se forme profissionais que não foquem o conhecimento na doença, pois não produzirá saúde, ou seja, se a conduta fisioterapêutica ficar apenas no campo físico, perderá a sua essência. Fisioterapia e humanização: O foco na humanização se tornou necessário pensando na: Qualificação do atendimento terapêutico; Na conscientização do profissional da saúde, em especial o fisioterapeuta; Na satisfação do profissional e do paciente. É importante promover o reconhecimento do usuário como pessoa, como um ser humano que naquele momento está doente, e não apenas como um indivíduo que está com alguma doença. Fisioterapia e humanização: Para atendimento fisioterapêutico humanizado, é crucial que se tenha um atendimento: Atencioso; Respeitoso e digno; Deve haver privacidade; Individualidade e respeito perante os valores culturais e éticos do paciente. Fisioterapia e humanização: A humanização na fisioterapia na atenção primária é pensar em ações em conjunto com as equipes da UBS, pois garante maior resolutividade e qualidade nos atendimentos aos pacientes. A interação dos profissionais da saúde com a Fisioterapia ocorre diariamente, além de reuniões para discutir casos clínicos que visam aprimorar e adaptar condutas, atitudes e procedimentos para um melhor atendimento e uma recuperação mais íntegra, seja no campo terapêutico ou no social, colocando assim a prática da humanização nos serviços. Fisioterapia e humanização: Todo profissional da saúde, incluindo o fisioterapeuta, precisa estar ciente e sensibilizado quanto ao processo de humanização, pois enxergar o ser humano na sua totalidade e individualidade é ter consciência do seu papel profissional diante daqueles que necessitam de atendimento e procuram a fisioterapia, entendendo os seus problemas psíquicos e também sua atitude frente à doença. Fisioterapia e humanização: De acordo com a Organização das Nações Unidas, as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), afirma que em 2011, 1 bilhão de pessoas possuíam alguma deficiência. De acordo com dados demográficos de 2010 (apud OLIVEIRA, 2012), no Brasil, o número de pessoas com deficiência se aproximou a 23,9%, com 7% para deficiência física. Pensando na inclusão social, a sociedade viveu um período compreendido de exclusão e separação social até 1940. Fisioterapia e humanização: Nessa exclusão, os deficientes eram tidos como inúteis, porém, no século XX, essa fase perdeu forças e a união se instaurou, construíram-se unidades para mantê-los, as quais eram consideradas, acima de tudo, assistenciais. Entre a décadas de 50 e 80 houve um movimento da integração contra a separação social, que ajudou as pessoas com deficiência física a mudarem o quadro e conseguirem uma inserção no meio social por meio da adaptação. Fisioterapia e humanização: Assim, desde a década de 80 a inclusão social tem sido reconhecida mundialmente, fazendo surgir importantes ações políticas e sociais. Antes disso, em muitos países, inclusive no Brasil, a inclusão de pessoas com deficiência se baseava em direitos sociais destacados apenas em documentos legais. Os governos, aos poucos, vêm promovendo discussões, divulgações e defendendo a inclusão em vários ambientes sociais, como direitos de todos, inclusive das pessoas com deficiências, incapacitadas e desassistidas. Fisioterapia e humanização: A inclusão social pode ser compreendida como a participação dinâmica em muitos grupos de vivência social, e a deficiência, como uma disfunção ou perda de alguma função ou estrutura do corpo, sem esquecer da função psicológica. Diante disso, surge a ideia de que a família e a sociedade devem se adequar às necessidades de todos os indivíduos, quer seja deficiente ou não. O deficiente deve ser encarado como uma pessoa que pode exercer seu papel de cidadão, com liberdade e autonomia, tendo direitos e deveres. Fisioterapia e humanização: No Brasil, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo ações para criação de espaços de reabilitação para todo tipo de deficiência, física, mental, auditiva e visual. Esses centros de reabilitação têm como foco desenvolver atividades que visem desenvolver habilidades e capacidades a fim de gerar uma independência e inserção social dos indivíduos com deficiência, além disso, ajuda a desenvolver as aptidões pessoais. Fisioterapia e humanização: A humanização diante das pessoas com deficiência, desassistidas e incapacitadas se faz não apenas pela criação de centros de atendimento, mas também com um atendimento humanizado, que seja realizado por uma equipe multiprofissional, desde a recepção até o consultório, sem esquecer no espaço físico. Fisioterapia e humanização: Essa equipe deve ter o máximo de profissionais possíveis, tais como: Recepcionistas; Fisioterapeutas; Médicos; Psicólogos; Enfermeiros; Fonoaudiólogos; Técnicos de enfermagem; Nutricionistas; Terapeutas ocupacionais; Assistentes sociais, entre outros. Fisioterapia e humanização: Para que a pessoa com incapacidade possa ter uma assistência individualizada e plena, evitando a falta de comunicação que dificulta o atendimento humanizado. Pessoas com deficiência têm o direito de ter uma avaliação diante dessa equipe e diagnóstico para que sejam assistidos acordo com as suas necessidades, por meio de uma assistência especializada e grupos terapêuticos para: Uma melhora física, emocional e social; Promovendo tanto reabilitação como promoção de saúde para então gerar condições e possibilidades de inclusão no mercado de trabalho, na comunidade, na escola, na creche, numa instituição de ensino superior, e em qualquer outro lugar. Esse atendimento deve ser contínuo para que se possa manter e acompanhar os ganhos da assistência, além de prevenir problemas futuros. Fisioterapia e humanização: Além da assistência de uma equipe multiprofissional, o MS, juntamente com as secretarias de saúde e educação e o SUS, devem promover ações culturais e de lazer por meio de ações educacionais, por exemplo com uma abordagem biopsicossocial, para uma maior inclusão social das pessoas com deficiência. Fisioterapia e humanização: As ações em saúde, com foco nos adolescentes, crianças e gestantes devem ocorrer a partir de programas voltados para: Inclusão social; Acompanhamentos; Acompanhamento materno, pré e pós-natal diante de uma gestação com diagnóstico de doença ou alteração fetal; Acompanhamento do desenvolvimento e crescimento da criança especial; Programas de aconselhamento genético; Acesso à exames para diagnósticos de doenças genéticas; Campanhas, como de vacinação.Fisioterapia e humanização: Outro avanço importante para pessoas com deficiência foi a aprovação, em 2001, pela OMS da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (apud, FARIAS e BUCHALLA, 2005). Uma classificação que representa um reconhecimento diante das implicações individuais e sociais diante da deficiência física, considerando a função e estrutura do corpo, atividades e participação, além dos fatores ambientais. Com a CIF, foi possível codificar e qualificar as funcionalidades e incapacidades não apenas baseado nas doenças e/ou sequelas, mas diante do contexto biopsicossocial. Fisioterapia e humanização: Fisioterapia e humanização: Pensado em todo processo de humanização diante da rede de atenção primária e fisioterapia, reconhecemos que a saúde na UBS necessita da humanização para que se tenha um pleno atendimento. A fisioterapia é o instrumento fundamental para ganho e desenvolvimento do atendimento à saúde da população, em que se baseia na inclusão social, com foco na comunidade e na sua participação efetiva para conquista da saúde. Obrigado!!!!!
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