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Radiologia Musculoesquelética O exame de escolha para avaliar pacientes com suspeita de fratura óssea traumática é o RAIO X CONVENCIONAL, por ser de fácil acesso, barato e fácil interpretação. Deve sempre ser pedido em pelo menos duas incidências perpendiculares (geralmente AP e Perfil), além de outras incidências se necessário. O RX permite o diagnóstico de fraturas, avaliando desvios associados, luxações e presença de corpos estranhos. Os casos de traumas em que o RX não mostre alterações, ou seja inconclusivo, e exista forte suspeita de fratura, recomenda-se o uso da TC. A TC tem mais sensibilidade em casos de fraturas ósseas menores, ou quando não há desvio dos fragmentos, permitindo a avaliação de partes moles e estruturas adjacentes. A RM pode ser utilizada de forma complementar em casos especiais, pois é sensível para casos de edema ósseo, avaliação de lesões musculares, ligamentares, meniscais e cartilagíneas, por exemplo. → Rizoartrose: nome dado a artrose quando ocorre na articulação carpofalagiana (especialmente no polegar); Doença Articular Degenerativa (Artrose) ➢ “Bico de papagaio” ➢ Caracteriza-se pela destruição pouco inflamatória das articulações; ➢ Pode ser idiopática, atingindo um grupo etário principalmente acima dos 50 anos devido ao processo senil, ou secundária, relacionadas a uma doença de base, como desvios de alinhamento (varo, valgo), infecções, hemartroses de repetição, fraturas intra- articulares prévias, etc. ➢ Compromete, em especial, as articulações interfalangianas, e as sustentadoras do peso (coluna, quadris e joelhos); ➢ Comprometimento ASSIMÉTRICO; ➢ Na imagem radiológica, observa-se: osteofitose (proliferações ósseas na periferia) marginal principalmente quando ocorre na coluna vertebral), redução dos espaços articulares (principalmente em quadril e joelhos), esclerose, cistos subcondrais e deformação articular. Normal versus patológico (artrose) Hérnia de Disco Ocorre por abaulamento ou protrusão posterior do disco intervertebral para o canal medular. No RX, podemos encontrar: diminuição do espaço intervertebral, nódulos de Schmorl e osteofitose. As hérnias discais são melhor evidenciadas na RM. Artrite Reumatoide ➢ Doença crônica, inflamatória, autoimune, onde há a formação de anticorpos contra a cartilagem articular. ➢ Pode ser de causa genética, exposição a fatores ambientais, hormonais e devido infecções, levando a um processo desorganizado de destruição e remodelação óssea. ➢ Pode afetar qualquer articulação sinovial, predominando nas mãos, joelhos, pés, cotovelos e ombros. ➢ Predomina nas articulações interfalangianas proximais e metacarpofalangianas; ➢ Os achados radiológicos incluem: edema de tecidos moles, sinovite, estreitamento simétrico dos espaços interarticulares, osteoporose periarticular, erosões ósseas marginais, destruição e anquilose dos ossos do carpo, luxações e subluxações articulares, comprometimento simétrico das articulações. Espondilite Anquilosante ➢ Artrite inflamatória crônica, predominante em homens jovens; ➢ Associada com o antígeno leucocitário HLA-B27; ➢ Acomete as grandes articulações, principalmente sacroilíacas e a coluna vertebral; ➢ Radiologicamente, pode-se observar uma forma quadrangular dos corpos paravertebrais, dando o aspecto conhecido como “coluna em bambu”; ➢ Achados: sindesmófitos, redução do espaço articular e esclerose! ➢ Uma sacroileíte simétrica também pode ser encontrada, em que se pode observar um borramento com irregularidades e esclerose óssea, até evoluir para uma obliteração completa da articulação. Gota ➢ Artropatia causada por depósito de cristais de urato de sódio nas articulações em pacientes com elevação de ácido úrico; ➢ Acredita-se que decorre de alterações no metabolismo das purinas, ou no seu processo de transformação em ácido úrico; ➢ Os achados radiológicos estão relacionados com a formação dos tofos, ou seja, massa de tecidos moles periarticulares em decorrência do acúmulo de cristais nas articulações, ocasionando aumento do volume das partes moles e erosões ósseas marginais periarticulares; ➢ A principal articulação atingida é o 1º metatarso (podagra); ➢ Há uma relativa preservação do espaço articular e ausência de osteoporose. Artrite Séptica ➢ Infecção da articulação por microorganismos piogênicos; ➢ O microorganismo pode chegar à articulação por inoculação direta, como ocorre em ferimentos perfurantes, fraturas intra-articulares expostas, após cirurgias ou na osteomielite; ➢ Outro mecanismo importante é a disseminação a partir de um foco de osteomielite adjacente, ou por via hematogênica, instalando-se na membrana sinovial; ➢ Staphylococcus aureus, Haemophylus influenzae ou microorganismos gram+; Osteomielite ➢ Principal agente etiológico: S. aureus; ➢ As principais alterações radiológicas são: edema de partes moles, com obliteração dos planos adiposos, edema ósseo, lesão osteolítica, reação periosteal, presença de gás, abcesso de Brodie (lesão osteolítica com halo esclerótico) e alterações no trabeculado ósseo, tornando-o grosseiro, irregular e esclerótico. → Padrão ouro: RM com contraste! → RX pode mostrar alterações em casos de osteomielite crônica. Avaliação Radiológica no Trauma Exame de escolha: RX EM MAIS DE UMA INCIDENCIA! Na avaliação de fraturas, devemos analisar: → Localização; → Tipo: o Completa – atinge as duas corticais; o Incompleta – atinge apenas uma cortical; o Cominutiva – fratura completa, quando existem mais de 2 fragmentos ósseos; o Compressiva – mais frequente nos corpos vertebrais; o Afundamento – ocorre principalmente nos ossos do crânio; o Em galho verde – ocorre em crianças, devido a elasticidade óssea, a fratura não rompe completamente as corticais, simulando uma fratura de um galho verde; → Alinhamento – avaliar o membro antes e após a redução; Observações: • Lesões de ossos longos: a imagem deve abranger a articulação acima e abaixo do osso; • Lesão articular: avaliar as diáfises acima e abaixo; • RM é usada para buscar lesões de partes moles; • US pode ser usado para ajudar a diagnosticar lesões musculares AGUDAS, pois depois de cronificadas devem ser vistas através de RM; A consolidação das fraturas pode ser caracterizada pela visualização do “calo ósseo”: formação osteogênica que se apresenta como uma área de densidade elevada, levando a um abaulamento do contorno ósseo na região da fratura. Com a evolução clínica, o calo ósseo vai se remodelando e em alguns meses está com aspecto semelhante ao de antes do trauma. Os métodos de imagem permitem uma excelente análise das complicações decorrentes do trauma, como infecções, pseudoartrose, osteoporose pelo desuso e derrame articular. A RM permite avaliar: condropatias patelares, lesões meniscais, lesões ligamentares, lesões tendíneas, edema ósseo, bursites, etc. Uma pseudoartrose é formada quando há uma consolidação inadequada, levando a formação de uma falsa articulação. Criança Vítima de Maus Tratos ➢ Deve-se examinar bem a pele, pois a disposição dos ferimentos muitas vezes auxilia na diferenciação de lesões intencionais e acidentais; ➢ Todas as fraturas devem ser avaliadas levando em conta a idade, desenvolvimento e história da criança; ➢ Fraturas múltiplas inexplicáveis, em diferentes estágios de consolidação, são típicas de maus-tratos; ➢ As localizações mais comuns são as extremidades!; ➢ O traço da fratura também pode sugerir o mecanismo que a provocou: fraturas espiralares e transversas de ossos longos de lactentes sugerem maus-tratos – SUGESTIVO DE LESÕES POR TORÇAO E ALTO IMPACTO; ➢ RX completo do esqueleto deve ser solicitado em crianças com menos de 2 anos e, em alguns casos, até os 6 anos; ➢ TC e RM podem ser solicitadasquando há suspeita de lesão do SN, tórax ou abdome; ➢ TCE provocado pode levar a: lesão externa, com fraturas lineares, deprimidas ou cominutivas; lesão interna, produzida por “sacudida” ou impacto, levando a hematomas Subdural ou subaracnóideo e hemorragias retinianas; ➢ Traumatismos torácicos são pouco frequentes, podendo decorrer de compressão anteroposterior “síndrome do bebê sacudido” ou de tração violenta; pode ocorrer lesão secundária, como hematoma, contusão pulmonar, fratura de costelas, esterno e clavícula, pneumotórax e hemotórax; ➢ Podemos encontrar lesões viscerais abdominais do tipo: hematomas intramurais (duodeno e jejuno), retroperitoniais, vísceras sólidas (pâncreas, fígado e baço); ➢ Deve-se avaliar a presença de hemoperitônio, pneumoperitônio ou obstrução intestinal. Fraturas de Estresse ➢ Podem ser fraturas de fadiga (ocorrem por sobrecarga crônica e estresse repetitivo sobre o tecido ósseo normal), ou fraturas por insuficiência (ocorrem por traumas de baixo impacto em tecido ósseo alterado; ➢ As fraturas de fadiga afetam principalmente os ossos dos membros inferiores, em especial metatarso, tíbia, fíbula e fêmur; ➢ As fraturas por estresse geralmente acometem colo do fêmur e sacro; ➢ RX é o exame inicial para avaliação em casos de suspeitas, porém a RM é o exame mais sensível e específico, demonstrando alterações precoces na medula óssea acometida; ➢ A cintilografia óssea também é um exame muito sensível, porém pouco específico; ➢ TC é usada apenas em alguns casos. Necroses Avasculares ➢ Também são conhecidas como necroses assépticas, infartos ósseos ou osteonecroses; ➢ Decorrem da interrupção direta da circulação ou de circunstancias subjacentes associadas, que levam ao comprometimento vascular direto; ➢ Corticoterapia, tabagismo, alcoolismo, lúpus, anemia falciforme, coagulopatia, pancreatite crônica, radioterapia, etc, são fatores de risco; ➢ Radiologicamente, se apresentam por redução volumétrica óssea, associada à esclerose e à irregularidades corticais; ➢ Na RM verificam-se áreas de edema ósseo nas fases agudas, e intenso hipossinal na fase tardia, relacionada com as áreas de esclerose pela morte do tecido ósseo; ➢ Ocorre principalmente em: epífise de cabeça de fêmur, escafoide do carpo, cabeça do 2º e 3º metatarso, semilunar do carpo, tuberosidade da tíbia, navicular do tarso, apófise do calcâneo; ➢ Quando acomete a superfície articular do osso, denomina-se osteocondrite dissecante; → Doença de Legg-Perthes e Doença de Kienbock! Displasia de Quadril ➢ Doença que causa do desenvolvimento anormal da cabeça femoral e do acetábulo; ➢ Rastreamento: bom exame clínico! ➢ O ultrassom é o exame usado para avaliar pacientes de 5-6 meses, enquanto a cabeça do fêmur ainda não está ossificada; ➢ A partir dos 6 meses, a ossificação da epífise femoral prejudica a avaliação por ultrassom, e o RX se torna o principal método; ➢ O RX permite avaliar a morfologia do acetábulo e posição da cabeça do fêmur, através das linhas e ângulos (linhas de Hilgenreiner e de Shenton) ➢ A TC e RM são mais usadas em casos duvidosos, planejamento terapêutico ou avaliação em PO; Osteoporose/Osteopenia ➢ Osteoporose é uma doença caracterizada pelo comprometimento da resistência óssea, aumentando o risco de fraturas; ➢ Osteopenia é usado para definir qualquer condição que envolva redução fisiológica da quantidade total de osso mineralizado, comumente observada em idosos e mulheres após a menopausa; ➢ A medida da Densidade Mineral Óssea (DMO) é o parâmetro utilizado tanto para rastreamento quanto para acompanhamento, sendo a densitometria óssea é o método de escolha; ➢ As indicações de realização de densitometria são: mulheres pós menopausa, homens > 70 anos, PCT com história de fraturas por insuficiência ou fatores de risco conhecidos (corticoterapia ou imobilização prolongada, hiperparatireoidismo, etc); ➢ A Densitometria Óssea avalia a coluna lombar (L1-L4), fêmur proximal (colo femoral e total) direito e/ou esquerdo e rádio distal (adultos); ➢ A OMS define: o DMO NORMAL: igual ou maior que -1,0; o OSTEOPENIA: -1,1; o OSTEOPOROSE: igual ou inferior a -2,5. ➢ Para a população de risco, uma DMO é considerada normal quando está maior que -2,0. Doença de Paget ➢ Doença esquelética crônica, causada por um distúrbio da remodelação óssea relacionada com alterações na atividade dos osteoblastos e osteoclastos; ➢ Os ossos apresentam crescimento anormal, aumentam de volume e tornam-se frágeis; ➢ Os ossos mais comprometidos são: fêmur, pelve, crânio, tíbia e vértebras; ➢ Os principais achados são: espessamento da cortical, aumento do volume do osso e trabeculado grosseiro; ➢ Na calota craniana são frequentes as lesões líticas circunscritas, bem como são comuns deformidades em curvatura de ossos longos. Patológico versus Normal ❖ Fratura de Colles ___________________________________________ ❖ Fratura de Smith ❖ Fratura de Monteggia ___________________________________________ ❖ Fratura de Jones ❖ Fratura de Boxer’s _____________________________________________ ❖ Fratura de Bennet → Em infecções na coluna: RM fecha diagnóstico; → Doença de Paget: fase lítica (osteólise), fase mista (espessamento e distorção do trabeculado ósseo e da cortical) e fase blástica (esclerose extensa e difusa);
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