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ARTIGO 26

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ANÁLISE DA EFICÁCIA DA MOBILIZAÇÃO NEURAL NA FLEXIBILIDADE DOS 
MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS 
 
 
Fernando Antonio Rodrigues Cardoso 
Ana Patrícia Bastos Ferreira 
Débora Viviane Albuquerque Granja Santana 
 
 
RESUMO 
 
A falta da flexibilidade resulta em movimentos corporais imperfeitos, provoca o 
estresse mecânico das estruturas envolvidas, predispondo o indivíduo a lesões 
cumulativas do aparelho locomotor. Para restaurar a função nestas estruturas, pode 
ser utilizada a técnica de mobilização do sistema nervoso, que visa normalizar as 
funções mecânica e fisiológica desse sistema. Foi realizado um estudo experimental 
de caráter quantitativo, cuja amostra foi composta por 30 estudantes do curso de 
Fisioterapia. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos, cada um 
com 15 participantes. No Grupo 1 (G1) foi realizado um total de 10 sessões de 
mobilização neural do nervo ciático, e o Grupo 2 (G2) constituiu um grupo controle. 
As sessões foram realizadas duas vezes por semana e foram calculadas as médias 
de goniometria de amplitude de movimento (ADM) de flexão de quadril e extensão 
de joelho, além da flexibilidade mensurada através do Teste Dedo-Solo. Foi 
verificada uma diferença estatisticamente significante para o ganho de ADM após a 
aplicação da mobilização neural para a flexão de quadril (p-valor <0,001) e para a 
extensão de joelho (p-valor <0,001). A flexibilidade é uma capacidade fundamental 
para o desenvolvimento movimento humano, para a boa execução das atividades 
diárias, favorecendo assim, a prática e o desempenho do movimento especializado. 
Através dos resultados obtidos, foi possível evidenciar o aumento da flexibilidade 
dos isquiotibiais a partir do ganho de ADM nas articulações envolvidas, nos 
indivíduos submetidos à Mobilização Neural, comprovando a eficácia deste 
procedimento. 
 
Palavras-chave: Flexibilidade, Alongamento, Nervo Ciático, Fisioterapia. 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Um dos principais grupamentos musculares responsáveis pela função motora dos 
membros inferiores (MMII) diz respeito aos isquiotibiais. Localizado na região 
posterior da coxa, este grupamento é composto pelos músculos semitendinoso, 
semimembranoso e bíceps femoral. Essa grande massa muscular está envolvida 
diretamente nos movimentos de flexão do joelho e extensão do quadril, sendo 
ativada durante a bipedestação, ao caminhar e ao correr (HALL, 2005; FREITAS; 
DOMINGUES, 2008). 
A flexibilidade consiste na capacidade de uma articulação ou uma série de 
articulações movimentarem-se de maneira suave e fluida, ao longo de uma 
amplitude de movimento (ADM). Sem restrições e de forma indolor, esta função 
desempenha um papel importante na fase final de várias situações da dinâmica 
corporal (KISNER; COLBY, 2009; JESUS, 2004). 
Nesse contexto, a flexibilidade pode sofrer influência de três fatores: a estrutura 
óssea da articulação, a quantidade de tecido periarticular e a extensibilidade de 
tendões, ligamentos e tecido muscular que passam pela articulação. Geralmente, o 
hábito do sedentarismo é considerado um dos maiores responsáveis pela redução 
de flexibilidade, pois o desuso da estrutura ocasiona uma adaptação dos tecidos 
conjuntivos a comprimentos menores, com consequente perda da extensibilidade 
(CONCEIÇÃO; DIAS, 2004). 
Diante do exposto, a falta da flexibilidade resulta em movimentos corporais 
imperfeitos, o que contribui para o uso vicioso da estrutura anatômica em questão, 
provocando estresse mecânico e predispondo a lesões cumulativas do aparelho 
locomotor (CONCEIÇÃO; DIAS, 2004). A redução desta capacidade provoca uma 
alteração dos sistemas funcionais, e no caso da musculatura esquelética, essa 
situação pode estar associada à atrofia das fibras musculares (JESUS, 2004; 
FREITAS; DOMINGUES, 2008). 
Além da atrofia muscular, o sistema nervoso também pode sofrer alterações que 
resultam em disfunções nas estruturas que recebem sua inervação (LOPES; 
BARJA; MATOS, et al., 2010). Contudo, os sistemas nervosos central (SNC) e 
periférico (SNP) devem ser considerados como um todo, em virtude da sua notável 
capacidade de adaptação em resposta a qualquer movimento corporal, por formar 
um tecido contínuo. Em virtude desta característica, estresses no SNP são 
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transmitidos para o SNC e tensões do SNC podem ser levadas para o SNP 
(ALMEIDA; MOREIRA, 2011). 
A porção central desse sistema é responsável pela recepção de estímulos sensoriais 
geradores de comandos motrizes que desencadeiam respostas no corpo humano. 
Já a porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos do 
SNC aos órgãos que realizam as ordens emanadas da porção central. Os nervos 
compreendem as vias que conduzem esses impulsos, e dentre os diversos nervos 
que constituem o corpo humano, nos MMII está o ciático (KIERNAN, 2003; BUTLER, 
2003; DANGELO; FATTINI, 2010). 
Com relação à localização topográfica do nervo ciático, após a sua saída do plexo 
lombar, ele abrange a região glútea, descendo para coxa, no ponto médio entre a 
tuberosidade isquiática e o trocânter maior do fêmur. Em decorrência da sua 
localização anatômica, este nervo é o responsável pela inervação dos músculos 
isquiotibiais (VICENTE; VIOTTO; BARBOSA, et al., 2007; BUTLER, 1989). 
Uma das técnicas terapêuticas direcionadas para o tratamento de alterações que 
acometem o sistema nervoso é a mobilização neural. O ato de mobilizar o tecido 
nervoso não é uma idéia recente, pois desde 1800 essa técnica vem se 
aperfeiçoando no meio científico, tanto na teoria quanto na prática. A técnica de 
mobilização do sistema nervoso visa normalizar as funções mecânica e fisiológica 
desse sistema, restaurando assim disfunções ocasionadas em estruturas músculo-
esqueléticas. Dessa maneira, este tipo de mobilização pode contribuir para 
minimizar os efeitos deletérios relacionados à falta de flexibilidade muscular e aos 
distúrbios neurais, sendo reconhecida como mais um recurso terapêutico 
direcionado ao retorno funcional do corpo (OLIVERIRA JUNIOR; TEIXEIRA, 2007). 
Diante deste contexto, o objetivo deste estudo foi comprovar a eficácia da 
mobilização neural no ganho da flexibilidade dos músculos isquiostibiais. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
Foi realizado um estudo experimental, caracterizando esta pesquisa como analítica, 
de corte transversal, através de uma abordagem quantitativa. 
A amostra deste estudo foi composta por 30 estudantes do curso de Fisioterapia, 
jovens e saudáveis, sem história de patologias musculoesqueléticas envolvendo os 
membros inferiores (MMII). Participaram da pesquisa acadêmicos de ambos os 
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sexos, com faixa etária variando entre 18 e 25 anos. A pesquisa foi realizada na 
clínica-escola de uma instituição de ensino superior (IES) privada localizada na 
região metropolitana do Recife. 
Os critérios de inclusão consistiram nos indivíduos serem considerados sedentários 
há pelo menos seis meses; em se comprometerem a não participar de nenhum 
programa de exercícios durante o período deste estudo e apresentarem 
encurtamento bilateral da musculatura posterior da coxa (grupamento dos 
isquiotibiais). 
Nos critérios de exclusão constaram os estudantes que apresentaram 
hipermobilidade articular (frouxidão ligamentar); trauma recente nos MMII; alterações 
congênitas ou patológicas dos MMII, além de indivíduos que apresentaram um 
Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 30, constatandouma situação de 
obesidade. 
Para o procedimento de avaliação dos participantes, foi realizada a Goniometria das 
articulações do quadril e do joelho (bilateralmente) e também o Teste da Distância 
Dedo-Solo, para verificar a flexibilidade da cadeia posterior. Para a avaliação da 
flexibilidade da cadeia muscular posterior da coxa, foi utilizado um goniômetro 
universal da marca Carci com duas hastes de 20 cm de comprimento e eixo com 
precisão de medida de dois graus, para ser registrada a goniometria de quadril e 
joelho, bilateralmente. Também foi utilizada uma fita métrica para aplicar o Teste de 
Dedo-Solo em cada participante. Durante a realização dos procedimentos 
experimentais foi utilizada uma maca, para que os participantes permanecessem 
posicionados em decúbito dorsal. 
O encurtamento dos músculos isquiotibiais foi verificado posicionando os voluntários 
em decúbito dorsal e fazendo a elevação do membro inferior (MI) avaliado, 
progredindo para a flexão do quadril com o joelho estendido (o MI contralateral ficou 
em repouso, apoiado na maca durante a avaliação). A presença de encurtamento 
era confirmada quando os indivíduos apresentavam uma flexão de quadril menor 
que 90 graus, com o joelho do MI avaliado estendido. 
Para realizar a goniometria dos quadris, o eixo do goniômetro foi posicionado ao 
nível do trocânter maior do fêmur, com braço fixo acompanhando uma linha 
imaginária localizada na região lateral do tronco e o braço móvel acompanhando a 
face lateral da coxa do MI avaliado. Todos os voluntários foram posicionados em 
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decúbito dorsal e o pesquisador responsável solicitou que realizassem a flexão do 
quadril com extensão simultânea do joelho ipsilateral. Os membros superiores 
(MMSS) permaneceram em repouso ao longo do corpo, durante todo o 
procedimento. Enquanto era realizada a goniometria do quadril avaliado, o MI 
contralateral permanecia estendido. Em seguida, esta mesma mensuração foi feita 
no MI oposto. 
Para realizar a goniometria dos joelhos, cada voluntário foi posicionado em decúbito 
dorsal, mantendo as pernas fletidas com os pés apoiados em uma maca. Em 
seguida, um dos quadris era flexionado a 90° e o avaliador responsável solicitava 
que o participante estendesse ativamente o joelho. O goniômetro era posicionado 
com o braço fixo apontando para o trocânter maior do fêmur, o fulcro no centro da 
articulação do joelho seguindo a linha do côndilo lateral do fêmur, e o braço móvel 
apontava para o maléolo lateral. Posteriormente, foi procedida a mensuração da 
perna contra-lateral. 
Outro teste de flexibilidade utilizado consistiu no Teste Dedo-Solo, no qual cada 
voluntário foi posicionado em ortostatismo, com os pés paralelos e braços ao longo 
do corpo. Em seguida, o avaliador responsável solicitava ao participante que fizesse 
a flexão do tronco mantendo os braços e a cabeça relaxados. Quando alcançada a 
posição de máxima flexibilidade, o avaliador media a distância perpendicularmente 
do terceiro dedo da mão direita até o encontro ao solo. 
Os dados coletados durante a avaliação inicial dos voluntários foram registrados em 
uma Ficha de Avaliação, elaborada especificamente para este fim, para que as 
variáveis pudessem ser comparadas ao final da fase de procedimentos 
experimentais. 
Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos, cada um com 15 
participantes. Nos indivíduos do Grupo 1 (G1) foram aplicadas manobras de 
Mobilização Neural do nervo ciático, e os participantes do Grupo 2 (G2) fizeram 
parte de um grupo Controle (e portanto não participaram dos procedimentos 
experimentais, sendo apenas submetidos às avaliações inicial e final). Todos os 
participantes foram instruídos a usar roupas apropriadas para não impedir a 
execução do movimento adequado de flexão de quadril, além de possibilitar a 
visualização da articulação do joelho durante todas as etapas da pesquisa. 
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Inicialmente, todos os sujeitos foram avaliados e, após serem randomizadamente 
escolhidos, apenas os voluntários do G1 foram submetidos à Mobilização Neural do 
nervo ciático. Foram realizadas 3 séries de 1 minuto para cada MI, com intervalo de 
30 segundos de descanso entre cada série. Para este procedimento, os indivíduos 
ficavam em decúbito dorsal em uma maca, e um pesquisador responsável 
posicionava-os em flexão de 90º do quadril com 90º do joelho, de forma passiva. 
Posteriormente, para iniciar a mobilização neural, realizava a extensão completa do 
joelho fazendo a dorsiflexão do tornozelo do MI tratado, com movimentos 
oscilatórios entre a dorsiflexão e a posição neutra do tornozelo, por 1 minuto 
ininterruptamente. Este procedimento foi efetuado outras duas vezes. Em seguida, o 
mesmo procedimento foi realizado com o MI contralateral. Este protocolo de 
mobilização neural de ciático foi realizado com a freqüência de 2 vezes por semana, 
totalizando 10 sessões. 
Nenhum tipo de aquecimento prévio foi realizado, antes da execução dos 
procedimentos, a fim de influenciar possíveis alterações teciduais. Ao final do 
período de procedimentos, todos os participantes de ambos os grupos foram 
reavaliados, mensurando-se as mesmas variáveis da avaliação inicial, para fins de 
comparação. 
Foram seguidos os preceitos éticos determinados pelo Conselho Nacional de Saúde 
através da resolução 196/96 que regulamenta as Diretrizes de pesquisas 
envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). Este projeto foi aprovado pelo Comitê 
de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital de Câncer de Pernambuco sob nº CAAE: 
1857.0.000.447-11. Aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido, para leitura e autorização voluntária dos procedimentos. 
 
RESULTADOS 
Para a análise dos dados foi construído um banco de dados na planilha 
eletrônica do Microsoft Excel, com posterior exportação para o software SPSS 
versão 13, no qual foi realizada a análise estatística. Foram calculadas as 
frequências percentuais, médias e o desvio padrão. Para comparação entre os 
valores obtidos antes e depois de cada procedimento (goniometria de quadril, 
goniometria de joelho e o teste de dedo-solo), foi utilizado o teste de Wilcoxon, 
considerando isoladamente cada grupo. Para avaliar a existência de diferença 
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estatisticamente significante em relação aos resultados finais obtidos pelos 
participantes de cada grupo, foi aplicado o teste de Mann-Whitney. Em toda a 
análise foi considerado o nível de significância de 5% (p < 0,05). 
Foram avaliados 30 participantes, de ambos os sexos, cuja média de idade 
correspondente a 20,9 ± 2 anos, sendo apresentadas a idade mínima de 18 anos e 
máxima de 25 anos. 
 
Gráfico 1- Distribuição dos voluntários segundo o sexo. 
 
 
No Gráfico 1 está representada a distribuição dos voluntários avaliados segundo o 
sexo. Foi possível observar uma predominância relacionada ao sexo feminino 
(83,3%), e apenas 16,7% destes indivíduos eram do gênero masculino. 
 
 
A Tabela 1 ilustra a análise descritiva das medidas de Goniometria de Quadril e 
Joelho e do teste de Dedo-Solo antes e depois a Mobilização Neural, na qual os dois 
primeiros dados estão mensurados em graus, e o terceiro, em centímetros. O delta 
simbolizado por “Δ” significa a diferença entre os valores mensurados antes e depois 
do procedimento. É importante mencionar que a melhora na ADM do quadril é 
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percebida à medida que o valor da goniometriade quadril aproxima-se de 90º. Já 
para as demais variáveis (goniometria de joelho e teste dedo-solo), estima-se uma 
melhora quando os valores aproximam-se de 0 (zero). 
No grupo submetido à Mobilização Neural (G1), a goniometria inicial do quadril 
evidenciou uma média de 61º. Após a aplicação da técnica, o resultado observado 
foi uma média de 79,8º. Desta forma, foi observado um ganho de 18,8° em relação à 
ADM do quadril, confirmando assim a diferença estatisticamente significamente 
obtida (p-valor <0,001). Para a goniometria de joelho, a média inicial observada foi 
de -36,9º, e após a aplicação da técnica, o resultado encontrado foi correspondente 
a -11,8º. Neste sentido, a diminuição destes valores confirma a relação 
estatisticamente significante encontrada (p-valor <0,001). Em relação ao teste de 
Dedo-Solo, antes da aplicação do procedimento foi verificada uma média de 10,4cm, 
e após a aplicação da técnica, a média encontrada correspondeu a 1,3cm. A 
redução destes valores possibilitou a obtenção de uma relação estatisticamente 
significativa (p-valor <0,001). 
 
 
 
A tabela 2 ilustra a análise descritiva das medidas de Goniometria de Quadril e 
Joelho e do teste de Dedo-Solo do Grupo Controle (G2), na qual os dois primeiros 
dados estão em graus, e o terceiro, em centímetros. No grupo Controle (G2), a 
goniometria inicial do quadril evidenciou uma média de 55,1º. Na reavaliação, o 
resultado observado foi uma média de 55,7º. Desta forma, não foi verificada 
diferença estatisticamente significante (p-valor <0,159), não havendo ganho em 
relação à ADM do quadril. Para a goniometria de joelho, a média inicial observada 
foi de -36,5º e na reavaliação o resultado encontrado foi correspondente a -36,2º. 
Neste sentido, não houve variação estatisticamente significante dos valores, com o 
p-valor <0,478. Em relação ao teste de Dedo-Solo, na primeira avaliação, foi 
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verificada uma média de 12,2cm, e na ultima avaliação, a média encontrada foi 
equivalente a 12,3cm. Posto isso, não houve diferença estatisticamente significativa 
(p-valor <0,888). 
 
 
 
A tabela 3 ilustra a análise descritiva das medidas finais de Goniometria de Quadril e 
Joelho e do teste de Dedo-Solo do Grupo de Mobilização Neural (G1) e grupo 
Controle (G2). No Grupo Controle (G2) a média para a Goniometria de quadril foi de 
55,7°, enquanto que no grupo de Mobilização Neural (G1), a goniometria final da 
referida articulação evidenciou uma média de 79,8º, demonstrando que a aplicação 
da técnica gerou um valor superior ao encontrado no grupo controle, além de ser 
constatado um valor estatisticamente significante (p<0,001). Para a goniometria de 
joelho, G1 obteve uma média de -11,8°, já o grupo controle permaneceu com 36,2°, 
mostrando mais uma vez que o G1 teve um valor estatisticamente significante. E 
para o teste de dedo-solo, o G1 apresentou uma média de 1,3cm, e no G2 foi 
observada uma média de 12,3cm. 
 
DISCUSSÃO 
No contexto da terapia manual, esta pesquisa almejou demonstrar a eficácia da 
técnica de mobilização neural no ganho de flexibilidade dos músculos Isquiostibiais. 
De acordo com Monnerat e Pereira (2010), no decorrer dos últimos anos, observou-
se um grande avanço desta técnica que tem como objetivo restaurar o movimento e 
a elasticidade do sistema nervoso, melhorando a neurodinâmica e restabelecendo o 
fluxo axoplasmático, obtendo uma homeostasia dos tecidos nervosos. 
Segundo Mallmann; Moesch; Tome, et al., (2012), o termo neurodinâmica foi 
proposto em 1995 por Shacklock, por sugerir a inclusão da fisiologia, patofisiologia e 
patomecânica do tratamento do sistema nervoso. Atualmente, estudiosos como Hall 
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e Elvey (1999), Butler (2003), Shacklock (2007), e vêm trabalhando na divulgação da 
técnica de mobilização neural pelo mundo, comprovando a sua eficiência. 
Na perspectiva de Jesus (2004), a técnica de mobilização neural deve ser realizada 
com oscilações lentas em pacientes que apresentem algum comprometimento 
neural. Por obter resultados significativos em seus estudos, o autor defende que a 
mobilização do nervo interfere no fluxo axoplasmático, podendo melhorar a função 
neural do membro em que é realizada a técnica. 
Em relação ao gênero dos indivíduos, Ruaro; Ruaro; Reis, et al., (2006) analisaram 
a eficácia da técnica em indivíduos com lombociatalgia. A amostra foi composta por 
6 voluntários, sendo 5 do sexo feminino e 1 do sexo masculino, com média de idade 
de 46±14 anos. Quanto à distribuição pelo sexo, esta foi ligeiramente inferior à 
observada nos sujeitos selecionados para a presente pesquisa, entretanto, a faixa 
etária indicada foi bem superior. Já Smaniotto e Fonteque (2004) recrutaram uma 
amostra com 10 indivíduos do sexo feminino, com média de idade entre 23 a 45 
anos. Quanto à faixa etária, essa foi superior à do presente estudo. 
Ainda contemplando os achados de Smaniotto e Fonteque (2004), a mobilização 
neural tem se demonstrado eficaz para a alteração da flexibilidade da musculatura e 
o retorno das funções normais do sistema nervoso. Como resultado, é observado o 
consequente aumento de ADM, principalmente na flexão articular do quadril. 
Fonteque; Petry; Salgado, et al., (2005), descreveram a eficácia da mobilização 
neural no ganho de ADM do quadril, em comparação ao alongamento passivo. Os 
resultados obtidos variaram entre 14 e 28 graus de aumento na ADM de flexão de 
quadril no grupo submetido à mobilização neural. Estes achados assemelham-se 
aos do presente estudo, visto que os voluntários obtiveram um aumento de, em 
media, 18,8°. Já no estudo de D’agostin (2007), em que se verificou a flexibilidade 
da musculatura posterior da coxa e a graduação da dor em pacientes com hérnia 
discal (L5-S1), com princípios do método Reeducação Postural Global e também da 
mobilização neural, foi evidenciada uma melhora na flexibilidade e no quadro álgico 
após a intervenção, permitindo uma maior amplitude de movimento na flexão do 
quadril. 
Segundo Machado e Bigolin (2010), quanto à flexibilidade do joelho, após a 
intervenção da técnica, os sujeitos de sua pesquisa apresentaram uma melhora da 
flexibilidade estatisticamente significativa, e o programa de mobilização neural 
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mostrou ser eficaz no incremento da flexibilidade da cadeia muscular posterior. 
Comparando estes dados com os da presente pesquisa, também foi observado um 
aumento significativo na análise do ângulo de extensão do joelho, podendo-se 
assegurar a eficiência da técnica estudada na flexibilidade muscular. Corroborando 
com estes achados, Jesus (2004) e Lima; Vasconcelos; Arcanjo, et al., (2012) 
realizaram a técnica de mobilização neural, com oscilações lentas, em pacientes 
com tensão neural e em seguida verificaram um aumento da flexibilidade dos 
músculos isquiotibiais. Desta forma, concluíram que a mobilização do nervo interfere 
no fluxo axoplasmático, podendo ser esperada a melhora da função neural. 
No tocante à avaliação da flexibilidade da cadeia posterior por meio do Teste Dedo-
Solo, foi observado que os participantes da pesquisa de Machado e Bigolin (2010) 
obtiveram valores negativos, ou seja, ultrapassaram a linha zero, ao conseguirem 
encostar os dedos no solo. Com isso, ficou demonstrada acentuada melhora da 
flexibilidade dos músculos isquiotibiais. No presente trabalho, também foi verificado 
um aumento significativo da flexibilidade dessa musculatura após a aplicação da 
técnica, através deste teste. Para Oliverira e Teixeira (2007), apesar da técnica não 
atuar diretamenteem músculos e fáscias, pode ser observado um ganho da 
flexibilidade da musculatura envolvida, além do aumento ADM das articulações dos 
MMII. 
 
CONCLUSÃO 
Através dos resultados obtidos, a Mobilização Neural tem se mostrado capaz de 
melhorar a função do membro submetido á técnica, sendo possível evidenciar um 
aumento da flexibilidade dos isquiostibiais a partir do ganho de ADM nas 
articulações envolvidas. Perante esses achados, houve uma sobreposição no grupo 
de mobilização neural para o grupo controle, e os efeitos citados só ocorreram no 
grupo que usufruiu da técnica. Contudo, foi testificado que a capacidade dos 
indivíduos pode ser restaurada e potencializada pela mobilização neural, oferecendo 
um movimento articular cada vez mais livre. Porém, com a gama diversa de terapias 
disponíveis ao fisioterapeuta, é importante que este pratique uma terapia efetiva, e 
empregue técnicas como a mobilização neural com o intuito de promover uma 
melhor qualidade de vida aos indivíduos, baseando-se em evidências, de acordo 
com a avaliação clínica do paciente que esteja sob sua responsabilidade. 
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