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2 Mobilização e manipulação articular de

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Prévia do material em texto

Mobilização e manipulação articular de 
membros inferiores
Apresentação
As lesões que acometem os membros inferiores, como fraturas do colo do fêmur, artroses, lesões 
ligamentares no joelho e entorses de tornozelo, podem trazer inúmeras consequências à função 
física e à qualidade de vida dos pacientes. A intervenção fisioterapêutica conta com muitos 
recursos para recuperar e melhorar os déficits apresentados, como técnicas de mobilização e 
manipulação articular direcionadas às articulações dos membros inferiores.
Com o desenvolvimento da Fisioterapia, muitas técnicas foram criadas e podem ser aplicadas para 
aliviar a dor e melhorar a amplitude de movimento das articulações. É possível citar as técnicas de 
Maitland, Mulligan, Kaltenborn, thrust, manobras osteopáticas e quiropráticas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as técnicas e os métodos de mobilização e 
manipulação articular aplicados aos membros inferiores, bem como entender a forma de aplicá-
los e relacionar cada um deles com as disfunções cinético-funcionais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever as técnicas e os métodos de mobilização e manipulação articular aplicados aos 
membros inferiores.
•
Aplicar a mobilização e a manipulação articular nos membros inferiores.•
Relacionar a mobilização e a manipulação articular nos membros inferiores com os distúrbios 
cinético-funcionais.
•
Desafio
As entorses em inversão são as lesões mais comuns na articulação do tornozelo e acometem os 
ligamentos laterais, podendo estar associadas com fraturas. Geralmente, são causadas por 
movimentos de inversão súbita combinados com plantiflexão do tornozelo. Essas lesões podem ser 
classificadas, de acordo com a severidade, em grau I, II e III. As entorses de grau III são causadas por 
significativa força de inversão sobre o tornozelo, podendo envolver a ruptura dos ligamentos 
talofibulares anterior e posterior e do calcaneofibular, assim como da cápsula. O tratamento 
envolve imobilização por até 6 semanas e, nos casos de fratura ou luxações instáveis, é necessário 
fazer cirurgia para estabilizar a articulação.
Veja um caso clínico de entorse de tornozelo em inversão:
Levando em consideração que você será o fisioterapeuta desse paciente, responda as seguintes 
questões:
a) Você poderia utilizar técnicas de mobilização e manipulação articular nesse caso? Explique os 
motivos.
b) Como você aplicaria essas técnicas? Explique o posicionamento do paciente e o seu, 
as técnicas escolhidas e o posicionamento das mãos.
Infográfico
Os membros inferiores exercem funções importantes na sustentação e no equilíbrio do corpo e, por 
isso, estão frequentemente expostos a lesões, sejam traumáticas ou por esforço repetitivo.
Como método de reabilitação física para essas lesões, é possível destacar as técnicas de 
mobilização e manipulação articular, que promovem também o alívio da dor e a melhora da 
amplitude de movimento.
No Infográfico a seguir, você vai ver algumas das lesões que podem acometer os membros 
inferiores e como as técnicas de mobilização e manipulação podem auxiliar no processo de 
reabilitação física.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c601fe91-11f4-49d6-bca2-106c4cb17dc7/7f0ab8ee-5d88-41fa-bfba-a080b27f32da.png
Conteúdo do livro
As lesões que atingem os membros inferiores podem ser de ordem traumática, por estresse, 
esforço repetitivo ou processos degenerativos. Independentemente de sua etiologia, essas lesões 
podem causar rigidez articular, limitar a função e gerar dor. Dentre os recursos fisioterapêuticos 
disponíveis para resolver tais déficits, estão as técnicas de mobilização e manipulação articular.
No capítulo Mobilização e manipulação articular de membros inferiores, da obra Recursos 
terapêuticos manuais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as técnicas e 
os métodos de mobilização e manipulação articular aplicados aos membros inferiores, bem como 
entender a forma de aplicá-los e relacionar cada um deles com as disfunções cinético-funcionais.
Boa leitura.
RECURSOS 
TERAPÊUTICOS 
MANUAIS
Gabriela Souza de Vasconcelos
Mobilização e manipulação 
de membros inferiores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as técnicas e os métodos de mobilização e manipulação 
articular aplicados aos membros inferiores.
 � Aplicar a mobilização e a manipulação articular nos membros inferiores.
 � Relacionar a mobilização e a manipulação articular nos membros 
inferiores com os distúrbios cinético-funcionais.
Introdução
As técnicas de mobilização e manipulação articular podem ser utilizadas 
nos membros inferiores para aliviar a dor e reestabelecer a amplitude de 
movimento dessas articulações, seja por lesões ou por períodos prolon-
gados de imobilizações. Dentre as principais técnicas de mobilização e 
manipulação aplicadas aos membros inferiores, é possível citar Mulligan, 
Maitland, Kaltenborn, thrust e manobras osteopáticas.
Neste capítulo, você vai estudar as técnicas e os métodos de mobi-
lização e manipulação articular aplicados aos membros inferiores. Você 
também vai compreender como aplicar essas técnicas e vai verificar a 
relação de cada uma delas com as disfunções cinético-funcionais. 
1 Técnicas de mobilização e manipulação 
articular
As técnicas de mobilização e manipulação articular são recursos terapêuticos 
comumente utilizados pelos fisioterapeutas com o intuito de aliviar a dor, 
diminuir a rigidez muscular, alongar o tecido ao redor de uma articulação, 
aumentar a consciência proprioceptiva, favorecer o processo de reparo tecidual 
e influenciar na estrutura e no comportamento mecânico de tecidos. Embora 
as técnicas de mobilização e manipulação sejam aplicadas com o mesmo 
objetivo, por definição, a mobilização articular consiste em movimentos 
passivos repetidos ou oscilatórios em baixa velocidade, enquanto a mani-
pulação articular é um impulso de curta duração, pequena amplitude e alta 
velocidade (DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012).
Entre as técnicas de mobilização, estão os deslizamentos e as distrações 
artrocinemáticas, conforme apontam Prentice (2012), Mulligan (2009), Maitland 
et al. (2007) e Kaltenborn (2001). Já entre as técnicas de manipulação, estão: 
thrust (DUTTON, 2010), grau V de Maitland (MAITLAND et al., 2007) 
e manobras osteopáticas (FRANÇOIS; SALLÉ, 2002). A maioria dessas 
técnicas foi desenvolvida para melhorar o posicionamento articular ou, até 
mesmo, reposicionar estruturas da coluna vertebral. Entretanto, atualmente, 
essas técnicas são utilizadas em todas as articulações do corpo, respeitando 
a artrocinemática articular e a regra do côncavo-convexo (DUTTON, 2010).
Nos membros inferiores, por exemplo, essas técnicas podem ser utilizadas 
para melhorar a dor e reestabelecer a amplitude de movimento em pacientes com 
lesões traumáticas, lesões por estresse, lesões de caráter degenerativo, lesões 
por esforço repetitivo, entre outras. Em função de trazerem resultados satisfa-
tórios para os pacientes, serem indicadas para tantos casos e necessitarem de 
poucos recursos para serem aplicadas, essas técnicas são amplamente utilizadas 
e recomendadas pelos fisioterapeutas (DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012). 
A técnica de Mulligan ou mobilização com movimento (MWM, do 
inglês mobilization with movement) é baseada no conceito de que falhas de 
posicionamento pequenas ocorrem nas articulações após lesão ou distensão, 
resultando em restrição de movimento e dor exacerbada pela contração ativa 
dos músculos nas posições errôneas ou inadequadas da articulação. Portanto, 
a MWM envolve o deslizamento acessório passivo, por meio de uma técnica 
corretiva aplicada pelo terapeuta, perpendicular ao plano articular, para cor-
rigir a falta de posição, combinada com o movimentoque estava restrito. Esse 
movimento pode ser realizado ativamente pelo paciente e sustentado por várias 
repetições. A dor, ou a ausência dela, será a guia do tratamento por meio dessa 
mobilização. Em casos de exacerbação dos sintomas, outra técnica deverá ser 
escolhida — ou seja, só é possível continuar aplicando a técnica de Mulligan 
se a dor diminuir ou desaparecer com o ajuste posicional (MULLIGAN, 2009).
Mobilização e manipulação de membros inferiores2
Na mobilização de Maitland, movimentos fisiológicos passivos e osci-
latórios acessórios são aplicados à articulação, para obter reestabelecimento 
da amplitude de movimento, perdida devido à dor ou rigidez, e restaurar a 
cinemática ideal entre as superfícies das articulações. O grau, a frequência e a 
dosagem da mobilização são determinadas pela severidade, pela irritabilidade e 
pela natureza do distúrbio. Para a aplicação dessa técnica, existem cinco graus 
de oscilações entre a amplitude inicial e o limite anatômico da articulação:
 � do grau I ao II, o objetivo é o alívio da dor;
 � do grau III ao IV, o objetivo é reestabelecer a amplitude de movimento; e
 � no grau V (manipulação), o objetivo é reposicionar a estrutura, para 
obter alívio da dor e amplitude de movimento dentro do padrão de 
normalidade.
Para alcançar esses objetivos, o grau I é realizado no início da amplitude de 
movimento, o grau II, na amplitude intermediária, o grau III é um movimento 
de grande dimensão na direção do final da amplitude, e o grau IV é um movi-
mento de pequena dimensão no final da amplitude. Os graus I a IV são execu-
tados como movimentos do tipo oscilatório durante o tratamento. Por último, 
o grau V é caracterizado por um impulso de curta duração, pequena amplitude 
e alta velocidade (MAITLAND et al., 2007; HENGEVELD; BANKS, 2014).
Outra técnica de mobilização muito utilizada é a técnica de Kaltenborn. 
Ela consiste na aplicação de tração combinada com mobilização articular, 
por meio de três graus de tração. No grau I, ocorre neutralização da pressão 
nas articulações, sem produzir separação real das superfícies articulares. 
No grau II, ocorre a separação das superfícies articulares e o fim do jogo 
(movimentos que ocorrem independentemente dos movimentos fisiológicos) 
nas cápsulas articulares. Já no grau III, ocorre alongamento da cápsula articular 
e dos tecidos moles que circundam a articulação, para aumentar a mobilidade 
(KALTENBORN, 2001). 
Por fim, a osteopatia é um conceito global e integrativo e pode envolver 
técnicas de manipulações de articulações, músculos, fáscias, órgãos, buscando 
o restabelecimento dos impulsos nervosos. Por meio dessas manipulações, 
é possível realinhar as desordens de origem musculoesqueléticas ou não, 
conforme apontam François e Sallé (2002) e Rezende e Gabriel (2008).
3Mobilização e manipulação de membros inferiores
Estando o fisioterapeuta ciente de todas essas possibilidades de técnicas 
e das características de cada uma, é fundamental realizar uma anamnese 
detalhada, identificar os fatores que indicam e/ou que podem contraindicar a 
aplicação dessas manobras e traçar os objetivos fisioterapêuticos. A partir disso, 
o fisioterapeuta conseguirá escolher a melhor técnica ou talvez a combinação 
dessas técnicas para alcançar os objetivos propostos (DUTTON, 2010).
Regra do côncavo-convexo:
 � Se a superfície articular for convexa em relação à outra superfície, o deslizamento 
ocorre na direção oposta ao movimento do osso (movimento angular). 
 � Se a superfície articular for côncava, o deslizamento ocorre na mesma direção do 
movimento do osso (movimento angular). 
Essa regra é fundamental tanto para avaliar as restrições de amplitude nas articulações 
quanto para realizar a intervenção da mobilização articular escolhida (DUTTON, 2010). 
2 Técnicas de mobilização e manipulação 
articular aplicadas aos membros inferiores
As articulações que compõem os membros inferiores (quadril, joelho, tornozelo 
e pé) desempenham um importante papel no equilíbrio e na sustentação corporal, 
além de inúmeros movimentos dinâmicos e funcionais, como a marcha, os atos 
de sentar e levantar, a corrida e os saltos. Em função de elas serem rotineiramente 
exigidas por essas atividades funcionais, ficam mais expostas e são acometidas 
por lesões, sejam elas traumáticas, por estresse, por esforço repetitivo ou por 
degeneração articular (MAGEE, 2010; KISNER; COLBY, 2017). 
As lesões que acometem as articulações dos membros inferiores podem 
gerar dor, edema, restrição de movimentos e perda da função física. Além 
disso, o tratamento conservador de muitas dessas lesões envolve períodos de 
repouso ou de imobilização, que podem provocar restrições de amplitude e 
diminuição da função física e da qualidade de vida desses pacientes. Diante 
do que foi exposto, percebe-se que é imprescindível reestabelecer a amplitude 
de movimento e a função física desses pacientes. Para isso, as técnicas de 
mobilização e manipulação podem ser recursos aplicados pelo fisioterapeuta, 
em conjunto com as demais intervenções existentes (DUTTON, 2010).
Mobilização e manipulação de membros inferiores4
As técnicas de mobilização e manipulação devem ser aplicadas aos mem-
bros inferiores, desde que algumas diretrizes sejam seguidas e respeitadas 
(DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012; KISNER; COLBY, 2017), conforme 
descrito a seguir.
 � Posicionamento do paciente: o paciente deve estar confortável e relaxado 
para a aplicação da técnica. Geralmente, as mobilizações dos membros 
inferiores são realizadas nos decúbitos (ventral, lateral ou dorsal). 
 � Posicionamento do fisioterapeuta: o fisioterapeuta deve estar em uma 
posição que empregue boa mecânica do corpo e que utilize a gravidade 
como auxílio à mobilização, sempre que possível. As macas com au-
torregulação são úteis para ajudar no posicionamento mais adequado 
do fisioterapeuta.
 � Posicionamento das mãos do fisioterapeuta: já que metade da articu-
lação deve ser estabilizada, enquanto a outra é mobilizada, uma mão 
terá a função de estabilizar, e a outra mão terá a função de mobilizar 
o segmento de interesse. 
 � Direção das mobilizações: a direção das mobilizações tende a ser pa-
ralela ou perpendicular a uma tangente sobre superfícies articulares 
adjacentes, sendo apropriada à artrocinemática da articulação que está 
sendo tratada. É importante respeitar a sensação dolorosa do paciente, e 
a mobilização não deve se mover dentro do ponto de dor ou através dele.
 � Ritmo, frequência e velocidade das mobilizações: a velocidade e a am-
plitude de movimento devem ser consideradas com o máximo cuidado 
possível, com base nos objetivos das intervenções, para recuperar o 
movimento articular, aliviar a dor, ou as duas coisas ao mesmo tempo. 
Em relação à amplitude, ao ritmo e à frequência, as técnicas de mo-
bilização são realizadas por meio de movimentos passivos repetidos 
dentro da amplitude articular, em baixa velocidade, até que se vença a 
barreira. As técnicas de manipulação, que são mais comumente aplicadas 
à coluna vertebral do que nos membros inferiores, são realizadas em 
alta velocidade, pequena amplitude e curta duração. Uma única mano-
bra de manipulação costuma ser suficiente para alcançar os objetivos 
terapêuticos.
 � Reavaliação do paciente: o paciente deve ser reavaliado após alguns 
movimentos, se a articulação estiver no estágio agudo de cicatrização, 
e com menos frequência para os outros estágios de cicatrização.
5Mobilização e manipulação de membros inferiores
As mobilizações devem ser realizadas no local da dor e nas articulações 
adjacentes, com a finalidade de produzir analgesia. A seleção da técnica de 
mobilização ou do grau em que será realizada depende da sensação de final de 
movimento percebida pelo fisioterapeuta e da gravidade da condição clínica 
do paciente (DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012; KISNER; COLBY, 2017). 
Leia o artigo “A osteopatia e a relação das disfunções sacroilíacas associados às variáveis 
baropodométricas”, da revistaInspirar, para entender como as manobras osteopáticas 
aplicadas na pelve podem interferir nos membros inferiores (NASCIMENTO et al., 2017).
3 Mobilização e manipulação articular 
nas disfunções cinético-funcionais 
dos membros inferiores
As lesões que atingem os membros inferiores podem ser de ordem traumática, 
por estresse, por esforço repetitivo ou por processos degenerativos. Muitas 
dessas lesões são tratadas com intervenções cirúrgicas ou com imobiliza-
dores por longos períodos, o que acarreta inúmeros déficits às articulações 
dos membros inferiores, como dor e limitação de amplitude de movimento. 
Como forma de resolver esses déficits, a fisioterapia conta com as técnicas 
de mobilização e manipulação articular (MAGEE, 2010; DUTTON, 2010; 
PRENTICE, 2012; KISNER; COLBY, 2017). 
No quadril, algumas das lesões mais frequentes são: fraturas, luxações, 
pós-operatórios, instabilidade articular, bursites trocantéricas, síndromes 
miofasciais, necrose da cabeça do fêmur, ruptura do labrum, doença de Legg-
-Calvé-Perthes, fraturas por estresse, osteíte púbica, contusões nas cristas 
ilíacas, entre outras. Essas lesões geram limitações dos movimentos pela 
rigidez imposta aos ligamentos e cápsulas que cercam o quadril.
Para aliviar os sintomas dolorosos e resolver a restrição de movimento, 
os deslizamentos femorais inferiores, com 90º de flexão do quadril, são 
usados para aumentar a abdução e a flexão. Os deslizamentos posteriores 
são realizados com o paciente em decúbito dorsal, estabilizando a pelve por 
baixo e usando o peso do corpo aplicado no fêmur para promover o desli-
zamento no sentido posterior e aumentar a amplitude de flexão do quadril. 
Mobilização e manipulação de membros inferiores6
Os deslizamentos anteriores aumentam a extensão e são feitos em decúbito 
ventral, com algum apoio para estabilizar a pelve por baixo, aplicando-se um 
deslizamento anteroposterior sobre o fêmur. As rotações femorais internas 
podem ser usadas para aumentar a rotação interna e são feitas pela estabilização 
do osso do quadril oposto, ao mesmo tempo que se promove a rotação interna 
do quadril por meio do joelho flexionado. As técnicas que podem ser utiliza-
das para as lesões do quadril são Maitland, Mulligan, Kaltenborn, manobras 
osteopáticas, além das técnicas de manipulação (trhust, grau V de Maitland, 
entre outras), conforme apontam Prentice (2012) e Kisner e Colby (2017). 
Em relação ao joelho, as lesões mais comuns são: fraturas, lesões ligamen-
tares, luxações ou subluxações patelares, pós-operatórios, lesões meniscais, 
contusões articulares, condromalácia patelar, osteoartrose, entre outras. Para 
reestabelecer a amplitude de movimento da articulação do joelho, devem 
ser realizadas mobilizações patelares, que incluem deslizamentos medial, 
lateral, superior e inferior, juntamente com os deslizamentos tibiais anteriores 
e posteriores, para garantir o retorno à artrocinemática articular normal. 
O deslizamento tibial posterior pode ser aplicado para melhorar a amplitude 
da flexão do joelho, enquanto o deslizamento anterior do joelho pode ser 
aplicado para melhorar a amplitude de extensão do joelho. As técnicas que 
podem ser utilizadas para as lesões do joelho são Maitland, Mulligan, Kal-
tenborn, manobras osteopáticas, além das técnicas de manipulação (trhust, 
grau V de Maitland, entre outras), ainda conforme Prentice (2012) e Kisner 
e Colby (2017).
As lesões que mais acometem o tornozelo e o pé são: fraturas, fraturas por 
estresse, luxações, entorses em inversão ou eversão, pós-operatórios, ruptura 
do tendão calcâneo, contusões articulares, contusões musculares, síndrome do 
estresse tibial medial, síndrome compartimental, entre outras. Em relação ao 
tornozelo, as mobilizações articulares destinadas ao aumento da dorsiflexão 
e da plantiflexão devem ser iniciadas primeiro. Para melhorar a plantiflexão, 
devem ser realizados deslizamentos tibiais posteriores e talares anteriores, 
enquanto, para melhorar a dorsiflexão, devem ser aplicados deslizamentos 
tibiais anteriores e talares posteriores. Os deslizamentos articulares sub-
talares e laterais podem ser usados para aumentar a inversão e a eversão.
No que diz respeito ao pé, o deslizamento calcaneocuboide anteropos-
terior (calcâneo estabilizado, enquanto mobiliza o cuboide) e talonavicular 
anteroposterior (uma mão estabiliza o tálus, enquanto a outra mobiliza o 
osso navicular) são usados para aumentar a adução e a abdução. O desli-
zamento cuboide-metatarsal anteroposterior é realizado com uma mão 
estabilizando o cuboide e a outra deslizando a base do quinto metatarso, para 
7Mobilização e manipulação de membros inferiores
aumentar a mobilidade do quinto metatarsal. O deslizamento tarsometatarsal 
anteroposterior melhora a mobilidade dos metatarsos. No deslizamento 
metatarsofalângico anteroposterior, o deslizamento anterior aumenta a ex-
tensão, e o deslizamento posterior aumenta a flexão das metatarsofalangeanas. 
As técnicas que podem ser utilizadas para as lesões do tornozelo e do pé são 
Maitland, Mulligan, Kaltenborn, manobras osteopáticas, além das técnicas 
de manipulação (trhust, grau V de Maitland, entre outras) (PRENTICE, 2012; 
KISNER; COLBY, 2017). 
Procure no YouTube o vídeo “7 mobilizações de coxofemoral”, do canal Marcos Milleno, 
e conheça sete exemplos de mobilizações articulares do quadril. 
As disfunções dos membros inferiores, como artroses, fraturas, luxações ou 
subluxações, lesões ligamentares, fraturas por estresse e demais lesões traumá-
ticas, por degeneração ou esforço repetitivo, trazem muitas consequências para 
a função física e a qualidade de vida dos pacientes. Os tratamentos cirúrgico, 
por imobilização e por repouso geram restrições da amplitude de movimento, 
limitação de movimentos e dor. Nesse contexto, as técnicas de terapia manual 
aplicadas às articulações dos membros inferiores podem devolver a função 
física, melhorar a mobilidade e a amplitude de movimento e promover o 
alívio da dor. Dentre essas técnicas, é possível destacar Mulligan, Maitland, 
manobras osteopáticas ou quiropráticas, trhust, entre outras.
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2010.
FRANÇOIS, R.; SALLÉ, J. Tratado de osteopatia: teórico e prático. São Paulo: Robe, 2002.
HENGEVELD, E.; BANKS, K. B. Maitland's peripheral manipulation. 4. ed. London: Elsevier 
Butterworth Heinman, 2014.
Mobilização e manipulação de membros inferiores8
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
KALTENBORN, F. M. Mobilização manual das articulações: extremidades. 5. ed. Barueri, 
SP: Manole, 2001.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. Barueri, 
SP: Manole, 2017.
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2010.
MAITLAND, G. et al. Manipulação vertebral. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
MULLIGAN, B. R. Terapia manual: técnicas NAGS SNAGS e MWM. 5. ed. São Paulo: 
Editorial Premier, 2009.
NASCIMENTO, F. R. et al. Osteopatia e a relação das disfunções sacroilíacas associados às 
variáveis baropodométricas. Revista Inspirar, v. 14, n. 4, 2017. Dipsonível em: https://www.
inspirar.com.br/revista/osteopatia-e-relacao-das-disfuncoes-sacroiliacas-associados-
-as-variaveis-baropodometricas/. Acesso em: 18 mar. 2020.
PRENTICE, W. E. Fisioterapia na prática esportiva: uma abordagem baseada em compe-
tências. 14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
REZENDE, R. P. D. B.; GABRIEL, A. Relações entre clínica e osteopatia. Revista da Sociedade 
Brasileira de Clínica Médica, v. 6, p. 194–196, 2008. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2008/v6n5/a194-196.pdf. Acesso em: 18 mar. 2020.
9Mobilização e manipulação de membros inferiores
Dica do professor
As técnicas de mobilização articular têm o objetivo de restabelecer a artrocinemática normal das 
articulações. Essas técnicas podem ser aplicadas em qualquer articulação do corpo, desde que a 
amplitude, a velocidade e a artrocinemática sejam respeitadas.
As lesões que acometem os membros inferiores, assim como os períodos de imobilização delas 
decorrentes, geram consequências para a articulação, como dor, restrição de movimento e perda da 
função física, que podem ser restauradas pelas técnicas de mobilização articular.
Nesta Dica do Professor, você vai ver como as técnicas de mobilização articular em membros 
inferiores.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0698acf50f801c4d2b54996e12b039b6
Exercícios
1) As técnicas de mobilização e manipulação articular são úteis para auxiliar no processo de 
reabilitação física dos membros inferiores, pois melhoram a dor e a mobilidade articular. 
Em relação a essas técnicas, marque a alternativa correta.
A) As técnicas de Maitland e Kaltenborn são desenvolvidas, exclusivamente, para as disfunções 
dos membros inferiores.
B) A técnica de Mailtand consiste em corrigir a falha de posicionamento articular associada com 
o movimento articular.
C) Na técnica de Mulligan ocorre a aplicação de tração somada com mobilização articular para 
melhorar a amplitude de movimento.
D) Kaltenborn tem três graus de tração: neutralização das articulações, separação das superfícies 
articulares e alongamento dos tecidos moles. 
E) As manobras osteopáticas consistem em movimentos fisiológicos passivos e oscilatórios 
acessórios para melhorar a amplitude de movimento.
2) Para a aplicação correta das técnicas de mobilização e manipulação articular e, 
consequentemente, alcance dos objetivos terapêuticos associados a elas, algumas diretrizes 
devem ser seguidas. 
Em relação a essas diretrizes, marque a alternativa correta.
A) Para a correta mobilização articular, a regra do côncavo-convexo deve ser seguida.
B) O posicionamento do terapeuta não traz vantagens mecânicas para a aplicação das técnicas.
C) A direção das mobilizações deve ser realizada no sentido do movimento restrito. 
D) O posicionamento das mãos depende da preferência e da habilidade do profissional.
E) A seleção da técnica de mobilização ou do grau em que será realizada depende da dor do 
paciente.
3) 
As lesões no quadril, frequentes em todas as faixas etárias, podem trazer limitações 
funcionais e interferir no bem-estar dos pacientes. 
Sobre a aplicação das técnicas de mobilização e manipulação articular para as disfunções do 
quadril, marque a alternativa correta.
A) Para melhorar a flexão e a abdução do quadril, devem ser realizados deslizamentos femorais 
superiores.
B) Os deslizamentos posteriores são realizados com o paciente em decúbito dorsal e promovem 
a extensão de quadril.
C) Os deslizamentos anteriores aumentam a extensão de quadril e são feitos em decúbito 
ventral. 
D) Os deslizamentos inferiores são aplicados para melhorar a mobilidade do movimento de 
adução do quadril.
E) A mobilização em rotação interna, na posição sentada, com o quadril estabilizado, auxilia no 
ganho de amplitude.
4) As técnicas de manipulação e mobilização articular podem ser aplicadas às lesões do joelho, 
independentemente de suas etiologias, para melhorar os sintomas dolorosos e a amplitude 
de movimento articular. 
Em relação a essas técnicas, marque a alternativa correta.
A) O deslizamento anterior da tíbia promoverá ganho de extensão do joelho.
B) As mobilizações patelares devem ser realizadas nos sentidos inferior e superior.
C) O deslizamento posterior da tíbia trará melhora para o movimento de extensão do joelho.
D) Os deslizamentos da tíbia só devem ser realizados em casos de osteoatrose de joelho. 
E) Para os casos de lesões ligamentares, apenas as mobilizações patelares devem ser aplicadas.
5) As lesões que acometem o tornozelo e o pé podem gerar restrições de movimento e dor. 
Nesse contexto, as técnicas de mobilização e manipulação podem trazer benefícios para a 
reabilitação física. 
Em relação à mobilização do tornozelo e do pé, marque a alternativa correta.
A) O deslizamento cuboide-metatarsal anteroposterior é aplicado para aumentar a adução e a 
abdução.
B) A ordem de início e realização das mobilizações do tornozelo não interfere nos ganhos de 
dorsiflexão e plantiflexão. 
C) O deslizamento tarsometatarsal anteroposterior é utilizado para melhorar a mobilidade do 
quinto metatarso.
D) O deslizamento anterior das metatarsofalangeanas é utilizado para aumentar a flexão dessas 
articulações. 
E) Para melhorar a plantiflexão, devem ser realizados deslizamentos tibiais posteriores e talares 
anteriores. 
Na prática
O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos quatro principais ligamentos do joelho e desempenha 
papel vital na estabilidade dinâmica dessa articulação. A função primária do LCA é prevenir a 
translação anterior da tíbia sobre o fêmur; contudo também serve como restrição secundária à 
rotação tibial interna, particularmente quando o joelho está em extensão total. O LCA é uma banda 
espessa de tecido conjuntivo e pode ser dividido em duas seções: feixe anteromedial e feixe 
posterolateral, chamados assim devido ao local onde se inserem na tíbia.
As lesões desse ligamento geralmente ocorrem em movimentos de pivô e drible, sendo comuns em 
vários esportes. O tratamento normalmente é cirúrgico e a reconstrução desse ligamento é feita 
por técnica artroscópica de reposição usando um tendão de enxerto do corpo do próprio paciente 
ou então de um doador.
Veja, Na Prática, um caso clínico de reconstrução do ligamento cruzado anterior.
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Saiba +
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https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/2341/2612
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https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/775/pdf
https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/9029/1/DM_Ricardo%20Soares.pdf
http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=3GOIANIA4&page=article&op=view&path%5B%5D=2376&path%5B%5D=1530

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