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MONITORAMENTO AMBIENTAL 2 ATIVIDADE 4

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Monitoramento Ambiental
Unidade Nº 4 – Projetos de Monitoramento
Aline Carneiro Silverol
Monitoramento Ambiental – Unidade nº 4 – Projetos de Monitoramento 1	
Introdução
Visando o equilíbrio ambiental e do bem-estar social e econômico, é necessário, no campo de diferentes atividades humanas, a adoção de planejamentos. Para que com ele se possa avaliar todas as consequências da implantação de empreendimentos diversos, e definir ações para a mitigação dos impactos ambientais. Mas para saber como agir, é necessário obter os dados por meio do monitoramento ambiental.
As atividades ligadas a este tipo de monitoramento tem por objetivo controlar o desempenho ambiental do empreendimento, por meio da observação de parâmetros determinados de acordo com o ambiente a ser monitorado. Além disso, a detecção qualquer problema que demande a intervenção, a minimização e a adoção de medidas de controle do dano ou impacto ambiental.
1. Projetos de rede de monitoramento
O planejamento é de grande importância nos estudos relacionados aos sistemas naturais. Especialmente, quando há a necessidade de realização de alguma interferência no meio ambiente. Por meio do planejamento, é possível se antecipar aos potenciais riscos, sugerindo soluções para minimizar os danos, caso eles aconteçam (Figura 1).
Figura 1 – O monitoramento ambiental é de grande importância para que as atividades econômicas possam ser desenvolvidas de forma harmoniosa com o meio ambiente. Fonte: Pixabay, 2019. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/usina-termel%C3%A9trica- 3767893/ Acessado em: 06/05/2019.
Uma das formas de se planejar os possíveis danos, impactos ambientais e outras ações relacionadas ao meio ambiente é por meio de projetos. E em monitoramento ambiental, os projetos são essenciais para o planejamento das ações e medidas necessárias para monitorar um empreendimento e seus impactos.
Você sabia? As previsões de impacto feitas em um EIA são sempre hipóteses acerca da resposta do meio ambiente às solicitações impostas pelo empreendimento. A validade dessas hipóteses somente poderá ser confirmada – ou desmentida – se o projeto for efetivamente implantado e seus impactos devidamente monitorados. De modo equivalente, a eficácia dos programas de gestão e sua capacidade de garantir o nível de proteção ambiental pretendido somente podem ser comprovadas mediante um programa adequado de monitoramento. Por essas razões a maioria das regulamentações exige que um plano de monitoramento seja parte do EIA. (SÁNCHEZ, 2014, p. 411).
Mas o que é um projeto? Vamos conhecer?
1.1. Projetos de monitoramento
De forma geral, um projeto pode ser definido como um planejamento sistematizado para a solução de um determinado problema ou as ações necessárias para atingir um objetivo ou meta. Um projeto pode apresentar diversos focos, e, para elaborá-lo, é necessário identificar o objetivo, ou seja, o problema que precisa ser resolvido como, por exemplo, a recuperação de um impacto ambiental.
O monitoramento ambiental é um processo de coleta de dados, de estudo e de acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais. Possui como objetivo a identificação e a avaliação, de forma qualitativa e quantitativa, das condições dos sistemas naturais em um determinado
momento, assim como a evolução ao longo do tempo. No monitoramento ambiental, também são consideradas outras variáveis como os aspectos sociais, econômicos e institucionais, pois também influenciam as características do meio ambiente.
Bom, e o que são os projetos de redes de monitoramento?
Os projetos de monitoramento são instrumentos que compõem os estudos de impacto ambiental (EIA). As previsões dos impactos ambientais são feitas pelo estudo de impacto ambiental, em decorrência da atividade que será desenvolvida pelo empreendimento. As hipóteses sobre os possíveis impactos ambientais só podem ser confirmadas ou refutadas por meio de uma rede de monitoramento ambiental, com a coleta de dados e análise, para assim vigilar contra possíveis mudanças nos sistemas ambientais.
O monitoramento ambiental pode ser classificado de acordo com as fases do empreendimento. Faz parte do processo de avaliação de impactos ambientais. As etapas de implantação do empreendimento são (Sánchez, 2014,
p. 411): pré-operacional, operacional e pós-operacional.
A fase pré-operacional corresponde ao monitoramento realizado durante os estudos de base, e que pode continuar depois da conclusão do estudo de impacto ambiental, mas antes de ser iniciada a implantação do empreendimento. O monitoramento operacional é aquele realizado durante as etapas de implantação, funcionamento e desativação. E o pós-operacional, realizado após o encerramento da atividade, sendo realizado a depender do tipo de empreendimento. A exemplo de um tipo que o demanda temos as atividades com disposição de resíduos e atividades de mineração.
E como elaborar um projeto ou plano de monitoramento ambiental?
O plano de monitoramento ambiental faz parte do Estudo de Impacto Ambiental. Neste caso, como o plano é um componente do estudo, algumas seções como a caracterização do empreendimento, natureza das atividades, entre outros, estão presentes no EIA, não sendo necessário repeti-los.
Desta forma, para a elaboração de um projeto de rede de monitoramento ambiental, os seguintes pontos devem contemplados:
1.1.1. Objetivos do monitoramento ambiental
O objetivo geral do monitoramento é a promoção de mecanismos eficientes que garantam a execução e o controle das ações planejadas nos planos e programas ambientais, além da adequada condução das obras, no que se refere aos procedimentos ambientais, mantendo-se um elevado padrão de qualidade ambiental na sua implantação e na sua operação.
É importante reforçar que, quando os objetivos do monitoramento ambiental em uma determinada área ou em um sistema ambiental específico forem determinados, eles devem ser bem claros. Alguns exemplos de objetivos que podem ser usados são:
· Averiguar os reais impactos de um empreendimento;
· Detectar as mudanças não previstas;
· Alertar quando determinados impactos ultrapassarem os limites previstos, para que as ações de minimização sejam realizadas;
· Avaliar a eficácia dos programas de gestão ambiental implantados no empreendimento;
· Testar uma determinada medida mitigadora para um impacto ambiental;
· Acompanhar	os	resultados	de	análises	diversas	e	implantar melhorias;
· Comparar os impactos monitorados com os impactos previstos no estudo de impacto ambiental;
1.1.2. Justificativa do monitoramento ambiental
A justificativa é um dos objetos mais importantes de um plano ou um projeto, pois é neste item em que é argumentada a importância do projeto, ou seja, a relevância do monitoramento ambiental para o empreendimento.
No item justificativa deve ser reforçado que, com a implantação de um sistema de gestão ambiental associado a um plano de monitoramento ambiental, torna-se possível o controle dos possíveis danos e impactos ambientais. Ainda, também é possível prever e planejar as ações de
monitoramento e de mitigação, já descritas no Estudo de Impacto Ambiental, para que sejam realizadas de forma efetiva.
Além disso, a importância da execução eficiente e do acompanhamento dos programas ambientais propostos por meio do monitoramento deve ser enfatizada, uma vez que os dados obtidos serão provenientes de interferências causadas durante a fase de implantação e operação do empreendimento. Com o monitoramento, será possível determinar os impactos previamente, estando vigilante para que não causem prejuízos ambientais relevantes.
1.1.3. Monitoramento dos sistemas naturais
Para o planejamento da execução desta tarefa em diferentes contextos, é importante descrever o sistema natural que será monitorado (águas, solos ou ar) e explicar os conceitos essenciais do conjunto de sistemas que serão monitorados. Bem como seu funcionamento e as interações que realiza, suas características físicas, químicas e biológicas em condições normais, ou seja, antes da instalaçãodo empreendimento.
A descrição das características gerais dos sistemas naturais que podem ser afetados pelo empreendimento é de grande relevância para que as metodologias a serem utilizadas no monitoramento ambiental sejam bem compreendidas. Cada sistema natural apresenta características peculiares, que interferem diretamente na forma e no planejamento do monitoramento ambiental (Figura 2).
Figura 2 - O monitoramento ambiental tem por objetivo contribuir para a proteção dos sistemas ambientais ao mesmo tempo em que as atividades econômicas possam ser realizadas. Fonte: Pixabay, 2019. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/rio-de-janeiro-brasil- cidade-52883/ Acessado em: 06/05/2019.
1.1.4. Metodologia do monitoramento ambiental
A metodologia, de forma geral, pode ser definida como um item que descreve quais serão as ações necessárias para que o objetivo de um projeto seja cumprido, ou seja, que apresente resultados.
Em um plano de monitoramento ambiental, a metodologia é de grande importância para que se tenha sucesso no processo de monitorar os sistemas naturais nas diversas etapas que envolvem a instalação de um empreendimento. Na metodologia, deverá ser apresentado:
· Os parâmetros a serem monitorados, que variam de acordo com o sistema natural e sua relação entre os outros sistemas; e com a atividade do empreendimento, pois cada atividade pode gerar um ou vários tipos de impactos, ampliando o número de parâmetros a serem observados.
· A localização das estações de coleta, que deve ser determinada pelo planejamento da malha amostral. Este planejamento tem como objetivo escolher as áreas em que os materiais serão amostrados. Os locais são determinados de acordo com o sistema natural a ser monitorado, a maneira como ocorrerá instalação do empreendimento, os parâmetros que precisam ser observados, entre outros. Além disso, também é considerado o tratamento estatístico em que os resultados serão submetidos, para que os dados sejam validados de forma correta.
· A periodicidade de coleta de amostras, que deve ser planejada de acordo com o sistema ambiental a ser monitorado, com os parâmetros a serem observados e também considerar circunstâncias adversas, como eventos climáticos, acidentes ambientais, entre outros.
· A definição dos métodos para o monitoramento dos parâmetros e a coleta de dados, como as técnicas de coleta, a preservação das amostras, as análises de campo e laboratoriais em que as amostras serão submetidas, e o tratamento estatístico dos dados coletados (Figura 3).
Figura 3 – A etapa laboratorial é de grande importância no monitoramento ambiental, pois é neste momento em que os dados são obtidos e posteriormente interpretados. Fonte: Pixabay, 2019. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/laborat%C3%B3rio-an%C3%A1lise- qu%C3%ADmica-2815641/ Acessado em: 06/05/2019.
Desta forma, deve-se estudar o problema, para buscar as possíveis soluções ou medidas mitigadoras, considerando os recursos necessários e/ou disponíveis para se solucionar o problema, como os recursos humanos, financeiros, tecnologia necessária, em quanto tempo as fases serão implementadas e o que se pretende alcançar com a solução deste problema. Além disso, deve ser considerado também, que, durante a execução do projeto, o mesmo deve ser monitorado e avaliado.
Você quer ver? Neste vídeo, você poderá observar um exemplo prático de monitoramento ambiental de uma instalação de uma usina solar. Acesse em:
<https://www.youtube.com/watch?v=yWNOSFa-8TY>.
Para que o monitoramento seja realizado, é importante a elaboração de um planejamento, que irá resultar em um projeto de monitoramento, para determinar os objetivos da ação, a justificativa, a forma em que será executada, entre outros aspectos. Além disso, o monitoramento não deve permanecer restrito somente aos indicadores físicos, químicos e biológicos, mas também
monitorar os indicadores de impactos sociais e econômicos. Ou seja, de que forma os resultados obtidos no monitoramento ambiental podem impactar a sociedade e a economia da região em que o empreendimento está instalado.
Você quer ver? Neste vídeo, você poderá conhecer um outro exemplo prático de monitoramento ambiental. Acesse mais este conteúdo de fundamento da execução	desta	atividade:
<https://www.youtube.com/watch?v=9ozQX7By7qQ>.
O monitoramento ambiental é um procedimento dinâmico, pois, a medida em que os resultados são obtidos e analisados, muitas vezes são necessários o reajustamento e a atualização do plano. Além disso, esses ajustes também devem ser realizados de acordo com as mudanças que o empreendimento sofre ao longo do tempo.
Desta forma, podemos dizer que o plano de monitoramento proposto nos estudos de impactos ambientais é apenas o início de um programa contínuo de monitoramento, que deve acompanhar todo o ciclo de vida de um empreendimento, e ainda após o encerramento das atividades.
Portanto, o monitoramento ambiental pode atuar com uma ferramenta em sistemas de gestão ambiental. E conforme veremos a seguir, a gestão ambiental é o caminho para que empreendimentos diversos possam alcançar a excelência em termos de responsabilidade para com o meio ambiente.
2. Monitoramento Ambiental como Ferramenta em Sistemas de Gestão Ambiental
Com o aumento da preocupação ambiental e da busca, por parte das dimensões econômicas e sociais, pela sustentabilidade, torna-se cada vez mais evidente que a consciência ambiental desempenha um papel definitivo na construção da cidadania. Toda a sociedade tem avaliado o seu próprio comportamento e como as suas ações se refletem na conservação dos sistemas naturais.
A mudança de atitude e da forma de pensar com relação ao meio ambiente, deixando de vê-lo como um objeto de exploração, mas também como um sistema interdependente dos demais, também se reflete na dimensão econômica.
As empresas passaram a ser responsabilizadas pelo meio ambiente e pela manutenção da sustentabilidade, sendo cobradas por sua postural tanto pela sociedade civil quanto pelo poder público.
É neste contexto que surge o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A gestão ambiental pode ser definida como uma área do conhecimento que estuda e administra o exercício de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, renováveis ou não, visando preservar os sistemas naturais para todas as gerações (Barsano e Barbosa, 2014).
Desta forma, o sistema de gestão ambiental possui como objetivo orientar as ações corporativas em busca do equilíbrio das dimensões sociais, econômicas e ambientais. Além disso, constitui-se em um conjunto de políticas, práticas e procedimentos técnicos e administrativos que uma empresa deve implantar para a obtenção de um melhor desempenho ambiental.
O sistema de gestão ambiental deve contribuir e incentivar o uso de práticas que garantam a conservação e a preservação da biodiversidade, o reuso dos recursos naturais e a redução do impacto ambiental das atividades humanas sobre os sistemas naturais (Barsano e Barbosa, 2014).
Os conhecimentos associados a gestão ambiental são (Barsano e Barbosa, 2014):
· A busca por técnicas para a recuperação dos sistemas naturais degradados;
· A implantação de técnicas de reflorestamento;
· A implantação de métodos para a exploração sustentável de recursos naturais;
· A realização de estudos de riscos e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação de atividades produtivas;
Monitoramento Ambiental – Unidade nº 4 – Projetos de Monitoramento 19	
· A busca de soluções para o reaproveitamento de resíduos inservíveis, como pneus, pilhas e baterias, entulho, entre outros.
Com a busca pela prática da gestão ambiental nas empresas, foi introduzido o conceito de valorização ambiental no meio empresarial. A valorização ambiental nada mais é do que o conjunto de ações que resultam na valorização do meio ambiente, como por exemplo a economia de matérias- primas, a destinação adequada de resíduos sólidos de acordo com o programa de coleta seletiva estabelecidopelas autoridades competentes (CONAMA), a preferência por produtos que sejam recicláveis, a manutenção de relações comerciais com empresas que tenham responsabilidade social (certificação ISO 14000) (Barsano e Barbosa, 2014). Desta forma, podemos dizer que o principal objetivo é a preservação de um meio ambiente adequado a todas as gerações. Todas essas ações conduzem a empresa a conquistar os chamados certificados de excelência, como a série ISO 14000.
Quando essas ações são executadas em busca da valorização ambiental, elas permitem uma drástica redução de custos diretos, como o desperdício de matérias-primas e de recursos cada vez mais escassos e caros, como água e energia, entre outros. Também quanto os custos indiretos, que pode ser sanções e indenizações judiciais relacionadas a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcionários e da população próxima às unidades de produção da empresa.
2.1. Sistema de Gestão Ambiental e a série ISO 14000
As normas da Série ISO 14000 foram desenvolvidas pelo Comitê Técnico 207 da Internacional Organization for Standardization (ISO -TC 2074) (Nicolella et. al 2004). A série ISO corresponde a um grupo de normas que fornece as ferramentas e estabelece um padrão de Sistema de Gestão Ambiental, abrangendo seis áreas bem definidas: Sistemas de Gestão Ambiental (Série ISO 14001 e 14004), Auditorias Ambientais (ISO 14010, 14011, 14012 e 14015),
Rotulagem Ambiental (Série ISO 14020, 14021, 14021 e 14025), Avaliação de Desempenho Ambiental (Série ISO 14031 e 14032), Avaliação do Ciclo de Vida de Produto (Série ISSO 14040, 14041, 14042 e 14043) e Termos e Definições (Série ISO 14050) (Nicolella et al. 2004).
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) oficializou as NBR5 ISO: a) 14001; b) 14004; c) 14010; d) 14011 e, e) 14040. Destas, a NBR
Série ISO 14001/1996, trata dos requisitos para implementação do Sistema de Gestão Ambiental, sendo passível de aplicação em qualquer tipo e tamanho de empreendimento (Silva et al.,2003 apud Nicolella et. al 2004).
De forma geral, as normas contidas na Série ISO 14000 são dirigidas para o empreendimento e para o produto. As normas dirigidas para o produto dizem respeito a determinação dos impactos ambientais de produtos e serviços sobre o seu ciclo de vida, rotulagem e declarações ambientais (Nicolella et. al 2004). Já as normas dirigidas para a organização proporcionam um abrangente guia para o estabelecimento, manutenção e avaliação de um sistema de gestão ambiental (Meystre, 2003 apud Nicolella et. al 2004).
Você quer ver? Para saber mais sobre as normas da série ISO 14000 e seus objetivos e práticas de implementação? Veja este vídeo e amplie o seu conhecimento: <https://www.youtube.com/watch?v=TBTyJNokg7k>.
A Norma NBR Série ISO 14001 trata das principais exigências para a implantação e adoção de um sistema de gestão ambiental, orientando a empresa na elaboração da política ambiental e no estabelecimento de estratégias, objetivos e metas, levando em consideração os impactos ambientais significativos e a legislação ambiental em vigor no país (ISO,1996 apud Nicolella et. al. 2004).
2.2. Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14001
Segundo a NBR Série ISO 14001 (1996 apud Nicolella et. al. 2004), as normas de gestão ambiental têm por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema ambiental eficaz, passível de integração com outros elementos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar os seus objetivos ambientais e econômicos.
Essas normas enfatizam os seguintes aspectos da gestão ambiental: sistemas de gerenciamento ambiental, auditoria ambiental e investigações
relacionadas, rotulagem e declarações ambientais; avaliação de desempenho ambiental e termos e definições. Este conjunto reflete e atende as necessidades das empresas, criando uma base comum para o gerenciamento empresarial das questões relativas ao meio ambiente (Nicolella et. al 2004; Barsano e Barbosa, 2014).
A NBR ISO 14001, portanto, especifica os principais requisitos de um sistema de gestão ambiental para que as empresas possam formular políticas e objetivos que considerem os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos para o meio ambiente.
Esta norma se aplica aos aspectos ambientais que podem ser controlados pelas organizações, e sobre os quais supõe-se que elas tenham influência, demonstrando o papel fundamental dos estudos de impactos ambientais e do plano de monitoramento ambiental.
O sistema de gestão ambiental apresentam alguns princípios definidores, que são baseados na NBR Série ISO 14001, onde através dos quais podem ser verificados os avanços de uma empresa em termos de sua relação com o meio ambiente, que são (Nicolella et al. 2004):
· Política ambiental;
· Planejamento;
· Implementação e operação;
· Verificação e ação corretiva;
· Análise crítica.
2.2.1. Princípio da política ambiental
A Política Ambiental pode ser definida como a declaração da organização, que expõem suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para a ação e definição de seus objetivos e metas ambientais. A política ambiental estabelece, dessa forma, um senso geral de orientação e fixa os princípios de ação para a organização (Nicolella et al. 2004).
Geralmente, a Política Ambiental da empresa é afirmada por meio de um documento oficial, que aborda todos os valores e filosofia da empresa relativos ao meio ambiente, bem como aponte os requisitos necessários ao atendimento de sua política ambiental, por meio dos objetivos, metas e programas ambientais determinados pela empresa.
Dessa forma, a Série ISO 14001, no seu requisito relativo à política ambiental, a empresa deve assegurar (Nicolella et al. 2004):
· Uma política que seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços;
· Uma política que inclua o compromisso com a melhoria contínua e a prevenção da poluição;
· Uma política que inclua o comprometimento com a legislação e com as normas ambientais aplicáveis e demais requisitos subscritos pela organização;
· Uma política que forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;
· Uma política ambiental que esteja disponível para o público.
2.2.2. Princípio do planejamento
Para que a Política Ambiental seja cumprida, é necessário que seja feito um planejamento para que as políticas possam ser cumpridas. No caso da Série ISO 14001, o planejamento deve incluir os seguintes tópicos (Nicolella et al. 2004):
· Aspectos ambientais: neste tópico, a empresa deverá identificar todos os impactos significativos, reais e potenciais, relacionados as suas atividades, produtos e serviços, para que possa controlar os aspectos sob sua responsabilidade;
· Requisitos legais e outros requisitos: são definidos pela política ambiental da empresa que coloca com clareza os comprometimentos, destacando o atendimento à legislação, as normas ambientais aplicáveis e outros requisitos ambientais.
· Objetivos e metas: são as descrição a serem alcançadas em um determinado intervalo de tempo, refletindo os aspectos e impactos ambientais significativos e relevantes, visando o desdobramento em metas e objetivos ambientais a serem alcançados operacionalmente por setores específicos da empresa, com responsabilização definida.
· Programas de Gestão Ambiental: na forma como concebido pela Série ISO 14000, o Programa de Gestão Ambiental deve ser entendido como um roteiro de implantação e manutenção de um sistema de gestão ambiental que permita alcançar os objetivos e metas determinados. O programa de gestão ambiental deve apresentar um cronograma de execução, que permita comparação entre o realizado e o previsto, recursos financeiros necessários ao cumprimento das atividades e a definição de responsabilidades e prazos de cumprimento dos objetivos e metas.
2.2.3. Princípio da implementação e da operação
O princípio da implementação e da operação referem-se aos mecanismos de apoio necessários que as empresasdeverão providenciar para que a política ambiental, seus objetivos e suas metas sejam atendidos. Para isso, a série ISSO 14001 sugere os seguintes tópicos (Nicolella et al. 2004):
· Estrutura organizacional e Responsabilidade: o fornecimento de recursos humanos, financeiros, tecnológicos e logísticos, essenciais à implantação e controle do sistema de gestão ambiental, por parte do empreendimento.
· Treinamento, Conscientização e Competência: o estabelecimento, por parte da empresa, dos procedimentos que demonstrem aos seus empregados a conscientização da importância e a responsabilidade em atingir a conformidade com a política ambiental; em avaliar os impactos ambientais significativos, reais ou potenciais de suas atividades, os benefícios ao meio ambiente que possam resultar da melhoria no seu desempenho pessoal; bem como as consequências potenciais da inobservância dos procedimentos operacionais recomendados; e, ainda, identificar as necessidades de treinamento, especialmente dos empregados cujas atividades possam provocar impactos ambientais significativos sobre os sistemas naturais.
· Comunicação: a criação, por parte da empresa, de procedimentos para a comunicação interna e externa, com a criação de canais de comunicação organizacional e técnica pata os vários níveis e funções dentro da empresa. Além disso, a empresa deverá receber, documentar e responder toda a comunicação recebida de partes externas à empresa, interessadas nos aspectos ambientais e no sistema de gestão ambiental, com a manutenção dos registros das decisões relativas aos aspectos ambientais importantes.
· Documentação do Sistema de Gestão Ambiental: a documentação é uma forma de divulgar as ações relacionadas a política ambiental da empresa, tanto para o público externo quanto para o público interno. A empresa deve escolher entre os vários tipos de documentações para atingir o público alvo da melhor forma possível.
· Controle de documentos: os documentos exigidos pela série ISO 14001 devem obedecer a procedimentos para o seu controle, de maneira que toda a documentação possa ser localizada, analisada e atualizada periodicamente quanto à conformidade com os regulamentos, leis e outros critérios ambientais assumidos pela empresa.
· Controle operacional: é a identificação, por parte da empresa, das operações e atividades realizadas pelo empreendimento e que apresentam potencialidade poluidora. Este controle tem por objetivo garantir o desempenho ambiental da empresa, no que diz respeito ao compromisso obrigatório assumido em sua Política Ambiental. O controle operacional consiste em ações relacionadas à prevenção da poluição e a conservação de recursos em novos projetos, em modificações de processos e nos lançamentos de novos produtos e embalagens. Em termos práticos, o controle operacional na empresa deve ser realizado abordando noções sobre as principais atividades que impliquem em controle ambiental: resíduos, efluentes líquidos, emissões atmosféricas, consumo de energia e água (Nicolella et al 2004).
· Preparação e atendimento a emergências: criação de mecanismos e planos de ação para que possam ser acionados a qualquer momento para atender a situações de emergência e eventos não controlados. Para que isso aconteça, é necessário identificar as possíveis situações emergenciais e definir as formas de mitigar e solucionar os impactos ambientais associados.
2.2.4. Princípio da verificação e da ação corretiva
O princípio da verificação e da ação corretiva baseia-se em verificar se a empresa está operando de acordo com o programa de gestão ambiental previamente definido, identificando aspectos não desejáveis e mitigando quaisquer impactos negativos, além de tratar das medias preventivas (Nicolella et al 2004).
A verificação e a ação corretiva são orientadas por quatro etapas básicas do processo de gestão ambiental: monitoramento e medição; não- conformidades e ações corretivas e preventivas; registros; e auditoria do sistema de gestão ambiental.
· Monitoramento e Medição: consistem em estabelecer medidas-padrão para a verificação do desempenho ambiental das empresas. Diversos parâmetros são avaliados e medidos, como as emissões atmosféricas, efluentes líquidos, ruídos, entre outros, e seus resultados comparados com os padrões recomendados pela legislação vigente. O monitoramento ambiental é muito importante para o acompanhamento do desempenho ambiental das empresas, além de se constituírem em ferramentas úteis para o gerenciamento das atividades ambientais, principalmente aquelas consideradas estratégicas.
· Não-conformidades e Ações Corretivas e Preventivas: a não-conformidade significa qualquer evidência de desvio dos padrões estabelecidos com base na legislação e no comprometimento da empresa. As ações corretivas são os procedimentos que possibilitam a eliminação da não-conformidade e sua não reincidência. Já as ações preventivas são os procedimentos realizados para avaliar a possibilidade de ocorrência de não-conformidades, por meio de ações para a verificação de suas causas potenciais. Geralmente essas análises de risco são realizadas durante a elaboração dos estudos de avaliação dos impactos ambientais.
· Registros: refere-se a guarda de todos os documentos e atividades relacionadas ao sistema de gestão ambiental.
· 	Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental: a auditoria pode ser definida como um procedimento de verificação do cumprimento de todas as etapas
de implementação e manutenção do sistema de gestão ambiental. As auditorias do sistema de gestão ambiental devem ser periódicas.
2.2.5. Princípio da análise crítica
Após cada etapa da auditoria, é necessário que a corporação identifique a necessidade de alterações em sua política ambiental, nos seus objetivos e metas, ou em outros elementos do sistema. Essas alterações podem ser motivadas considerando possíveis mudanças nos cenários internos e externos, como novas pressões de mercado e as recentes tendências do ambiente externo da empresa.
Além disso, com o compromisso de melhoria contínua requerido pelo sistema de gestão ambiental, o processo de gestão pode ser revisado, bem como a implantação de melhorias diversas, para que o meio ambiente seja cada vez mais preservado e respeitado, buscando assim a sustentabilidade dos recursos.
A certificação da série ISO 14001 é concedida após a comprovação, por meio de auditoria externa, do atendimento dos requisitos. Após esta etapa, as empresas podem estampar em seus produtos os selos chancelados pela ISO, bem como os relativos a certificados específicos como os de gestão ambiental, auditoria ambiental e avaliação de desempenho
A nomenclatura das normas ISO para o Brasil carrega a sigla NBR, significando Normas Brasileiras, portanto NBR-ISO.
Síntese
A sociedade vem demonstrando uma grande preocupação com a qualidade do ambiente e com a utilização sustentável dos recursos naturais. Esta atitude tem-se refletido na elaboração de leis ambientais cada vez mais restritivas à poluição, à disposição de resíduos sólidos e líquidos, à emissão de ruídos e à exploração de recursos naturais. Devido a essas exigências por parte da sociedade e também do poder público, há um movimento crescente no mercado em busca da conscientização ecológica, no qual mecanismos como selos verdes e normas passam a ser qualidades desejáveis, não somente para a aceitação e compra de produtos e serviços, como também para a construção de uma imagem ambientalmente positiva junto à sociedade.
O monitoramento ambiental objetiva monitorar os sistemas naturais para evitar ou minimizar os impactos oriundos dos empreendimentos. Para que ele seja implantado, é necessário que se elabore um projeto ou plano de monitoramento ambiental. O projeto de monitoramento compõem um documento maior, que é o Estudo de Impacto Ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental tem por objetivo prever todos as possíveis consequências ao meio ambiente quando da implantação de um empreendimento, e propor as medidas de prevenção e mitigação.
Ainda, também vimos que o monitoramento ambientalfaz parte do sistema de gestão ambiental. Um conjunto de técnicas e disciplinas que dirigem as empresas na adoção de uma produção mais limpa e de ações de prevenção de perdas e de poluição. Através de uma série de protocolos sugeridos pelo sistema de gestão ambiental, é possível buscar certificações que agregam muito valor à corporação e aos produtos e serviços oferecidos.
Neste capítulo você teve a oportunidade de estudar:
· Compreensão e estruturação de projetos;
· Projetos de monitoramento ambiental;
· Sistemas de gestão ambiental;
· Sistemas de gestão ambiental e o monitoramento ambiental;
Bibliografia
BARBOSA, Rildo Pereira. Gestão Ambiental. Érica, 06/2014. [Minha Biblioteca].
BARRY, Roger G., CHORLEY, Richard J. Atmosfera, Tempo e Clima, 9ª edição. Bookman, 01/2012. [Minha Biblioteca].
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