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ética de Aristóteles_Kant_e_Mill

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7
UNIDADE 7
A ética de Aristóteles, 
de Kant e de Mill
Objetivos de aprendizagem
Identifi car características básicas da ética de Aristóteles, 
de Kant e de Mill.
�
Seções de estudo
Seção 1 Aristóteles e a virtude
Seção 2 Kant e o dever 
Seção 3 Mill e a utilidade
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de conversa
Nesta unidade, você continua a estudar a Ética, ao conhecer, 
introdutoriamente, três teorias éticas tradicionais: a de 
Aristóteles, a de Kant e a de Mill. Cada uma destas éticas é 
considerada tradicional porque forneceu uma resposta inédita 
sobre como o homem deve agir moralmente e porque alcançou 
certa notoriedade e aceitação nas sociedades ocidentais.
Atente para o fato de que estas teorias foram propostas em um 
momento histórico e em um contexto sócio-político-cultural 
único, muito diferente do nosso. Simplesmente por conhecer 
estas éticas não signifi ca que devemos necessariamente segui-
las. Porém, ao conhecê-las, podemos identifi car que respostas 
estes grandes pensadores propuseram sobre o agir moral. Assim, 
teremos mais alguns elementos para refl etir sobre a nossa moral, 
de nosso tempo. Bom estudo!
Figura 8.1 – Discussão entre Aristóteles, Kant e Mill
(Alex Xavier)
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Filosofi a
Unidade 7
Seção 1 – Aristóteles e a virtude
A ética de Aristóteles (384-322 a.C.) é considerada, por muitos, 
como mais célebre que a ética de Sócrates. Uma das justifi cativas 
para esta posição refere-se ao fato de que Aristóteles desenvolveu 
o primeiro estudo profundo e sistemático sobre a Ética. 
Aristóteles, tal como Sócrates, 
também se dedicou a refl etir sobre 
a moral. Porém, diferentemente 
de Sócrates que nada escreveu (só 
conhecemos a fi losofi a de Sócrates 
a partir de registros e testemunhos), 
Aristóteles tem uma vasta produção 
bibliográfi ca, sendo que um dos seus 
livros, a Ética a Nicômaco, interessa-nos 
de modo especial. Por ela, podemos 
estudar o cerne da sua ética. A 
Ética a Eudemo também é um outro 
importante livro de Aristóteles, que 
aborda este tema.
Alguns elementos da ética de Sócrates são retomados na ética 
de Aristóteles. Sócrates, por exemplo, ao refl etir sobre a moral, 
fala-nos da virtude, da autonomia e da felicidade – elementos que 
também serão alvo de refl exão por parte de Aristóteles.
Se Sócrates pensa a virtude como algo que deve brotar da alma 
do sujeito, em função de um conhecimento inato, Aristóteles, por 
outro lado, pensa que a virtude não é uma habilidade inata que 
pode ser relembrada. 
Para Aristóteles, a virtude pode e deve ser adquirida e 
desenvolvida pelo exercício. Podemos, então, cultivar a virtude 
através de nossa autonomia racional de escolher o que fazer e do 
hábito de praticar boas ações. 
A virtude, assim, está ligada ao hábito de praticar boas ações, 
mas Aristóteles enfatiza que a virtude é conseqüência de nossa 
disposição, de nossa escolha racional, de nossa autonomia para 
praticar estas boas ações.
Que nasce conosco, que 
está presente em nós 
desde o nosso nascimento
Figura 8.2 - Aristóteles
(www.anderegg-web.ch)
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Se Sócrates não nos propôs o que era a virtude, Aristóteles, por 
outro lado, defi niu a virtude como o justo-meio, o meio-termo 
entre dois vícios, entre duas ações morais contrárias, radicais e 
extremas. A virtude, para Aristóteles, é a conseqüência de nossa 
escolha deliberada, de nossa disposição em equilibrar duas ações 
extremas, dois vícios. 
Veja o exemplo.
Imagine que, em determinado 
momento de nossa vida, 
considerando dois parâmetros 
extremos referentes ao prazer, 
podemos agir:
com libertinagem (isto é, 
devemos agir com devassidão?), 
que é um vício caracterizado 
pelo excesso;
�
ou com insensibilidade (isto é, devemos agir com 
indiferença, apatia?), que é um vício caracterizado 
pela falta.
Ora, como devemos agir nesta situação?
Para Aristóteles, devemos escolher o meio-termo 
relativo a estas duas ações radicais, extremas e 
antagônicas, entre estes dois vícios. Ou seja, devemos 
agir conforme a temperança (isto é, devemos agir 
com moderação). Neste caso, a temperança ou 
moderação é o meio-termo, é a virtude que há entre 
a libertinagem (vício caracterizado pelo excesso) e a 
insensibilidade (vício caracterizado pela falta).
�
Ao estudarmos a noção de virtude, a própria noção de vício 
também fi ca clara para nós. O que é o vício senão uma atitude 
extrema, uma ação moral caracterizada pela falta ou pelo excesso?
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Filosofi a
Unidade 7
Aristóteles refl ete sobre muitas outras virtudes. Se 
você quiser conhecer o raciocínio de Aristóteles sobre 
estas outras virtudes, estude a seguinte referência:
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. [a obra-prima 
de cada autor], Tradução Pietro Nasseti. São 
Paulo: Martin Claret, 2001.
Ou, se você preferir, visualize um quadro sintético 
referente às virtudes morais de Aristóteles, na página 
453, da seguinte referência:
CHAUI, Marilena. Introdução à história 
da fi losofi a. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2002. 
�
�
Observe que a ação virtuosa - referente ao nosso exemplo 
anterior: a moderação - é resultado da nossa escolha deliberada, 
racional e autônoma, uma vez que a ação virtuosa é algo que 
está em nosso poder, que está ao nosso alcance. Neste sentido, 
Aristóteles destaca que não há um ato moral quando não 
podemos escolher ou quando estamos diante de uma situação 
marcada pela necessidade (situação em que só podemos agir de 
um único modo) ou pela impossibilidade (situação em que não 
podemos agir de outro modo). 
Este pensador ainda explica que, no domínio da moral, lidamos 
com a inexatidão, com irregularidades, pois não há certeza 
sobre que ações, de fato, escolheremos. Ora, somos plenamente 
capazes de realizar escolhas racionais, virtuosas, mas precisamos 
reconhecer, também, que existem inclinações, desejos e paixões 
que podem infl uenciar em muito as nossas escolhas.
Qualquer homem pode concordar que devemos ser vituosos, 
até concordar que o meio-termo é um critério adequado para 
discernirmos como devemos agir, mas pode, mesmo assim, agir 
conforme a sua paixão ou desejo. 
Veja como a razão e o hábito são importantes, pois, por meio 
da razão, somos capazes de escolher ‘deliberadamente’ qual 
ação deve ser praticada; e, através do hábito das ações virtuosas, 
acostumamo-nos a frear, a evitar os vícios, assim como nos 
acostumamos a praticar boas ações. 
Examinada, meditada, 
refl etida
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Aristóteles também defendia que toda ação moral almeja um 
fi m. E que cada um destes fi ns, cada objetivo que traçamos, 
representa para nós um bem. Ora, se praticarmos uma ação 
moral, a honestidade, por exemplo, faz sentido que esta ação 
tenha uma fi nalidade e represente para nós um bem. 
Existem inúmeros, incontáveis bens, mas Aristóteles explica que 
o maior bem para os seres humanos é a felicidade, pois todos os 
outros bens visam, direta ou indiretamente, a felicidade. 
Diz o fi lósofo que a felicidade não é resultado de um consenso, 
não é a mesma coisa para todos. A felicidade também não é 
algo alcançável de pronto, imediatamente. A felicidade é um 
exercício contínuo que se realiza durante toda a vida e que 
requer dedicação. 
Aristóteles ainda previne que, para o homem agir com virtude e 
ser feliz, ele precisa reconhecer que algumas necessidades básicas 
devem ser satisfeitas - como ‘certa riqueza’, ‘amizade’, ‘beleza’, 
‘boa origem’,‘família’, - pois ‘não é fácil’ ser virtuoso e feliz sem 
estes meios.
Você sabe o que pensa Aristóteles sobre a relação 
entre a Ética e a Política?
Aristóteles afi rmava que a Ética e a Política estão 
extremamente ligadas uma vez que, através delas, 
estudamos as práticas do próprio homem. Ainda 
afi rmava que a Política está um passo além da Ética, 
pois o fi m almejado por meio do estudo da Ética é a 
felicidade do indivíduo. E o fi m almejado pelo estudo 
da Política é a felicidade pública, a felicidade dos 
cidadãos e dos indivíduos, enfi m, de todos àqueles 
que compõem a polis, a cidade. Por este motivo, ele 
propõe que, depois de estudarmos a Ética, devemos 
dedicar-nos ao estudo da Política, pensando, assim, na 
felicidade de todos.
Você conheceu, introdutoriamente, alguns pontos fundamentais 
da ética de Aristóteles, mas atente para o fato de que existem 
outros pontos também importantes, que podem ser objeto de seu 
estudo se você desejar aprofundá-lo. 
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Filosofi a
Unidade 7
A ética de Aristóteles fornece uma resposta singular sobre como 
devemos agir. Se você fi cou impressionado, pode até pensar que 
nenhuma ética concorreria com esta. Contudo, a ética de Kant, 
assunto da próxima seção, representa uma grande ‘opção’ para o 
modo de como devemos agir. 
Seção 2 – Kant e o dever
Como estudamos na seção anterior, conforme a ética de 
Aristóteles, nós devemos cultivar a virtude com vistas à 
felicidade. A ética de Kant (1724-1804), por outro lado, atenua 
a importância da felicidade – em relação às ações morais que 
praticamos. Para entendermos esta afi rmação, precisamos 
conhecer alguns elementos da ética de Kant.
Kant é outro grande pensador da 
Filosofi a e, como tal, escreveu 
sobre diversos temas. A essência da 
ética de Kant está disposta em seu 
livro intitulado Fundamentação da 
Metafísica dos Costumes (1785); mas 
seu livro Crítica da Razão Prática 
(1788) também é importante para 
entender a sua ética. 
Para Kant, a moralidade vigente 
não deve impor ao indivíduo o que 
ele deve fazer, e sim o indivíduo 
deve impor a si mesmo uma moral. Veja que a moral kantiana 
procura transcender à história, à cultura e à tradição. Imagine 
a revolução que este fi lósofo defl agrou na Prússia e mesmo na 
Europa, ao colocar em xeque a moral vigente e tradicional - um 
pouco antes da Revolução Francesa, no fi nal do século XVIII. 
Assim, a ética de Kant prima pela autonomia, pois valoriza o 
indivíduo enquanto legislador de sua própria moral e não a 
moralidade que nos é exterior. Cada ser humano, racional e livre, 
Ultrapassar, elevar-se acima de
Figura 8.3 - Immanuel Kant
(www.fredsakademiet.dk)
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pode pensar como deve agir. A moral, na perspectiva kantiana, 
tem como base a lei - determinada pelo próprio indivíduo.
Mas a questão é, como podemos determinar esta própria lei 
moral? Antes de conhecermos de que modo o indivíduo pode ser 
legislador de si mesmo, vamos entender o que é dever e o que é 
boa vontade. 
O dever, para Kant, é uma obrigação moral que requer, por 
defi nição, liberdade. Assim, o ato de não roubar, por exemplo, 
pode ser considerado como uma obrigação moral à medida que eu 
tiver liberdade para agir.
Kant pensa que devemos agir considerando o dever, mas que 
tal ação deve ser praticada, sobretudo, em função de uma boa 
vontade. A boa vontade signifi ca que ‘devemos’ agir por 
‘respeito ao dever’, considerando o dever imposto por nossa 
própria moral. 
Esta boa vontade deve ser aplicada por todos os homens, em 
todas as situações e a toda hora. Neste sentido, a boa vontade 
deve ser aplicada universalmente, alcançando todos os indivíduos 
e situações.
Observe que a compreensão de Kant sobre a boa vontade implica 
que temos a ‘obrigação’ de agir sempre por respeito ao dever, 
independente do resultado que a ação possa acarretar para nós. 
Veja dois exemplos de ações baseadas na boa vontade, em que 
agimos por respeito ao dever.
Eu não roubo, pois, em função da boa vontade, eu 
respeito o dever.
Eu não minto, pois, em função da boa vontade, eu 
respeito o dever (mesmo que eu vá para a cadeia por 
tal ação, falando apenas a verdade).
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Unidade 7
Atenção!
Conforme a situação descrita no primeiro exemplo, 
muitas pessoas aceitariam agir em função da boa 
vontade.
De acordo com a situação descrita no segundo 
exemplo, muitas pessoas defenderiam que é um 
absurdo agir, neste caso, em função da boa vontade. 
Veja que, no exemplo, a minha felicidade fi caria 
comprometida se eu fosse preso. Ora, Kant pensa que 
mais importante do que a felicidade do indivíduo 
é agir por respeito ao dever, conforme uma boa 
vontade. Kant não está dizendo que não podemos ser 
felizes, mas enfatiza que devemos agir corretamente, 
independentemente do fato de sermos felizes. Assim, 
devemos agir por respeito ao dever, mesmo que tal 
ação nos deixe infelizes. 
Observe que a moral kantiana procura transcender às 
inclinações, às paixões, às tendências, aos impulsos ou aos desejos 
pessoais, pois o homem deve obedecer unicamente à lei moral, 
determinada pela própria razão – com base na boa vontade e 
assim respeito ao dever.
A partir da idéia de boa vontade, Kant propõe uma máxima 
para o indivíduo orientar a constituição de sua própria moral: o 
imperativo categórico. 
O imperativo categórico expressa que devo agir de tal modo, que 
minha ação torne-se um modelo de moralidade, não apenas 
para mim, mas para todos os homens e em todas as situações.
O imperativo categórico expressa que a máxima de minha 
ação deve tornar-se uma lei universal. Veja que o imperativo 
categórico permite que o próprio indivíduo constitua um modelo 
universal de conduta, ou seja, uma lei moral.
Assim, o indivíduo torna-se legislador de si mesmo, ao ser 
capaz de agir exclusivamente por respeito ao dever, conforme 
uma boa vontade e ao obedecer à lei que é determinada por 
sua consciência racional e moral, em função do imperativo 
categórico. 
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Universidade do Sul de Santa Catarina
A lei moral é então alcançada pelo homem ao considerar o 
imperativo categórico na análise das situações particulares que 
vivemos. 
Assim, se tivermos dúvidas acerca de que ação moral devemos 
praticar, referente, por exemplo, à prática de mentir ou de roubar, 
devemos aplicar o imperativo categórico. Mas, lembre-se! A ação 
que você determinar para si mesmo praticar é a mesma que você 
admitirá como legítima para os outros praticarem.
Saiba mais sobre o signifi cado de imperativo!
Para Kant, ‘imperativo’ indica que uma ação deve 
ser praticada. Existem, basicamente, dois tipos de 
imperativos, o hipotético e o categórico.
O imperativo hipotético explicita que uma ação 
deve ser realizada, mas, para tanto, uma condição 
específi ca, anterior, deve ser satisfeita. Como exemplo, 
temos: ‘Se queres respeito, então não roube’.
O imperativo categórico, por sua vez, explicita que 
uma ação deve ser praticada e que tal ação, ordem, 
não está vinculada a nenhuma condição. O imperativo 
categórico é uma ordem formal que nunca está 
condicionada à situações ou à particularidades.
Veja que a ética de Kant é formal, pois propõe uma forma de 
ação que deve valer para todos os homens. A fórmula de Kant 
para a ação não tem um conteúdo específi co e nem se refere a 
um exemplo particular. Assim, à medida que Kant refl ete sobre 
as questões morais, ele valorizou um formato, um modelo, um 
padrão em função do qual nós devemos orientar nossas ações, 
nosso agir.
Conforme o imperativo categórico, a forma da minha ação 
tem validade universal,pois se aplica a todas as pessoas, a 
todo o universo de seres humanos, e tem validade para todas as 
situações. O imperativo categórico expressa que devo agir de tal 
forma, que a ação que eu pratico seja válida não apenas para 
mim, mas para todos os outros indivíduos. 
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Filosofi a
Unidade 7
Embora o imperativo categórico tenha validade universal, seja 
válido para todos os indivíduos, perceba o quanto ele é vazio 
de conteúdo. Ele não diz o que você deve fazer, mas diz de que 
forma deve ser a sua ação.
Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre 
a ética de Kant, estude a seguinte referência:
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica 
dos costumes e outros escritos. [A obra-prima 
de cada autor], Tradução Leopoldo Holzbach. São 
Paulo: Martin Claret, 2005.
�
Seção 3 – Mill e a utilidade
O londrino John Stuart Mill (1806-1873) defendeu uma ética 
utilitarista, principalmente através do seu livro Utilitarismo. 
É viável falar em uma ética utilitarista, pois há várias éticas 
utilitaristas produzidas, conforme as especifi cidades defendidas 
por alguns outros fi lósofos. 
Porém, em toda ética utilitarista a utilidade é o critério que deve 
orientar a escolha da ação moral. 
Na ética de Mill, especifi camente, 
defende-se que toda ação moral deve 
visar à utilidade em vista da realização 
da felicidade. A felicidade, por sua vez, 
é o maior bem que podemos almejar 
e está ligada fundamentalmente à 
ausência de dor e presença de prazer, 
mas não apenas isso, pois, para sermos 
felizes, também necessitamos cultivar a 
virtude e aprimorar o caráter.
Assim, toda ação moral deve considerar 
o critério da utilidade com vistas à 
Figura 8.4 - John Stuart Mill
(www.bun.kyoto-u.ac.jp)
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realização da nossa felicidade. E as ações morais são avaliadas 
- como corretas (boas) ou como incorretas (más) - à medida que 
se constituem meios para se alcançar a felicidade.
Ainda, as ações morais não devem visar à felicidade de um único 
indivíduo, de modo egoísta, e sim devem visar à felicidade do 
maior número possível de indivíduos.
Logo, a bondade da ação moral depende da ‘maior’ felicidade, 
para o ‘maior’ número de pessoas.
Então, como devemos agir moralmente? 
Segundo Mill, nossa ação moral deve considerar a utilidade como 
citério para a escolha da ação moral, com vistas à realização da 
felicidade, para o maior número de indivíduos.
Vamos a um exemplo.
Considere que você está em uma festa e, em função 
do contexto, tem a possibilidade de agir de inúmeros 
modos, por exemplo, com libertinagem, moderação 
ou com apatia, etc. A questão é:
 - Como você deve agir, conforme o 
utilitarismo de Mill?
Ora, você deve considerar a utilidade como critério 
para a escolha da ação moral, com vistas à realização 
da felicidade, para o maior número de pessoas. 
Observe que, conforme a ética de Mill, não precisamos agir 
de modo rígido, fi xo, formal - como é o caso da ética kantiana 
– pois para diferentes situações e diferentes indivíduos a utilidade 
das ações apresenta-se variável, mutável, diversa.
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205
Filosofi a
Unidade 7
Se para Kant a felicidade não é o fi m mais importante que 
orienta nossa ação moral, para Mill a felicidade representa o fi m 
mais alto, em função do qual devemos agir. Por outro lado, tanto 
na ética de Mill quanto na ética de Aristóteles, a felicidade é 
considerada como um fi m da ação moral. 
Embora a ética de Mill seja bem mais complexa do que aqui 
expomos, ela é de fácil entendimento e aplicação, razões que 
contribuem para sua grande aceitação.
Atenção!
Observe, com cuidado, que o utilitarismo de Mill 
implica que nada é ‘proibido’ e que ‘todas as normas 
são relativas’ - o que é extremamente delicado para o 
nosso harmônico convívio social.
Ora, se a bondade da ação depende da maior felicidade, 
para o maior número de pessoas, então o que garante 
que a felicidade da maioria não possa causar danos à 
felicidade de um número menor de pessoas? 
Vamos a um exemplo. Imagine um hospital com 
cinco pessoas na UTI. Destas, quatro morrerão se não 
receberem imediatamente pelo menos um órgão de 
algum doador. A outra pessoa presente na UTI é um 
doador universal que está em fase de recuperação. 
Veja que, na perspectiva do utilitarismo, justifi caria-
se abreviar a vida deste último para salvar a vida dos 
outros quatro. 
Em nossa sociedade, esta perspectiva utilitarista é, 
neste caso, inaceitável. Veja, então, que a aplicação do 
utilitarismo para “certas situações” é complicada, para 
não dizer absurda.
Se você desejar conhecer mais sobre o utilitarismo de 
Mill, consulte a seguinte referência:
MILL, John Stuart. Utilitarismo. Coimbra: Atlântida 
Editora, 1976.
�
filosofia_BCC_outros.indb 205filosofia_BCC_outros.indb 205 13/2/2007 15:01:0513/2/2007 15:01:05
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você estudou a ética de Aristóteles, a de Kant e 
a de Mill. Ao conhecer alguns elementos da ética de Aristóteles, 
identifi cou que devemos cultivar a virtude através da razão e do 
hábito; e que a virtude é a nossa escolha deliberada e autônoma 
do meio-termo entre dois vícios estremos. Viu que os vícios 
são ações morais marcadas pela falta ou pelo excesso. Também 
estudou que toda ação moral humana visa um bem, e que o 
maior bem a ser desejado e alcançado é a felicidade. Assim, para 
agirmos corretamente, devemos cultivar a virtude.
Com a ética de Kant, você estudou que o indivíduo deve agir por 
respeito ao dever em função da boa vontade. A felicidade é então 
atenuada, pois mais importante é agir conforme o imperativo 
categórico, máxima formal que generaliza as ações morais que 
devem ser racionalmente escolhidas e praticadas. Deste modo, 
o indivíduo torna-se legislador de si mesmo, escolhendo ações 
morais autônomas e evitando uma moralidade que lhe é exterior, 
que é tradicional. Assim, mesmo diante das particularidades 
de ações morais específi cas vividas pelos indivíduos, é possível 
agir de modo moralmente correto considerando o imperativo 
categórico. 
Com a ética de Mill, você estudou que a utilidade é o critério 
que deve nortear nossa ação, com vistas à realização de nossa 
felicidade. Ainda viu que a ação é julgada como correta ou 
incorreta em função da maior quantidade de felicidade alcançada, 
para o maior número de indivíduos. 
Observe que as três éticas - a de Aristóteles, a de Kant e a 
de Mill - são éticas normativas, pois procuram estabelecer e 
normatizar como deve ser a ação para todos. 
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Filosofi a
Unidade 7
Atividades de auto-avaliação
Ao fi nal de cada unidade, você realizará atividades de auto-avaliação. O 
gabarito está disponível no fi nal do livro-didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
estimulando a sua aprendizagem.
1) Cace as palavras. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de 
identifi cação de alguns termos fundamentais relativos à ética de 
Aristóteles. Observação! Você precisa selecionar, no texto abaixo, estes 
termos fundamentais:
três locuções formadas por duas palavras.
oito palavras.
A ética de Aristóteles considera fundamental a escolha racional e o 
hábito como fundamentais para cultivar a virtude. Tal prática da virtude é 
conseqüência de nossa disposição autônoma em detrimento das nossas 
inclinações, paixões ou desejos. A virtude consiste, propriamente, na 
ação moral que considera o justo-meio como um equilíbrio entre dois 
vícios extremos. Tais vícios são marcados pela radicalidade da ação, seja 
pela falta ou peloexcesso. A prática da virtude tem sempre um fi m, que 
representa um bem para o próprio indivíduo, e o bem mais alto que 
podemos almejar e encontrar é a felicidade.
P A S E D A S D I S A B E M T U T J T
R I U Q A R I D S E M A C A V E Ó U R
A R E R C I D S E M A I V B R O N S S
F A T L U S S A X A R P E R I O N T N
V F E F I T A Í R É T I C A R A R O R
Í I R E Z Ó Q T Ó N E R R S I S T M E
C M N L S T A M Z G E J E T R E J E A
I O X I T E C Z V I R T U D E C A I D
O Q R C T L E R A S D E F G H I J O A
M Ã L I M E R A R R Ô H Á B I T O T P
E I T D A S M U I O I M S B O C R I E
R E R A S K C L R R P R A T P A V N S
Z A Á D A L B R É N Z E S X S U S E A
S A N E S C O L H A R A C I O N A L A
I S S R I T N E M A I R A T P U T H P
E D I S P O S I Ç Ã O A U T Ô N O M A
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2) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para 
tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética de 
Aristóteles, que foram extraídas do livro Ética a Nicômaco. Esta atividade 
visa exercitar sua capacidade de análise e síntese da ética de Aristóteles.
I) “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem 
que esse bem supremo é a felicidade [...] porém, divergem 
a respeito do que seja a felicidade [...] Voltemos ao bem [...] 
ele é a fi nalidade em todas ações e propósitos, pois é por sua 
causa que os homens realizam tudo o mais. Se, pois, existe uma 
fi nalidade visada em tudo o que fazemos, tal fi nalidade será o 
bem atingível pela ação, e se há mais de uma, serão os meios 
atingíveis por meio dela”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 19-25).
( ) Para ser virtuoso e feliz, 
o homem precisa satisfazer 
certas necessidades básicas, 
até mesmo materiais. A 
prosperidade alcançada a 
partir destes meios, permite, 
mais facilmente, praticar a 
virtude e alcançar a felicidade.
II) “o bem do homem vem a ser a atividade da alma em 
consonância com a virtude [...] Mas é preciso acrescentar ‘em 
uma vida inteira’, pois uma andorinha não faz verão, nem um dia 
tampouco; e da mesma forma um dia só, ou um curto espaço de 
tempo, não faz um homem feliz”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 27).
( ) A virtude não é inata. 
Mas, em função da natureza 
humana, é possível ser vituoso. 
A vitude é uma capacidade 
que se desenvolve com 
o hábito, e que deve ser 
exercitada.
III) “[...] a felicidade necessita igualmente dos bens exteriores, pois 
é impossível, ou pelo menos não é fácil, praticar atos nobres sem 
os devidos meios. Em muitas ações usamos como instrumento 
os amigos, a riqueza e o poder político; e há coisas cuja ausência 
empana1 a felicidade - como a estirpe2, a boa descendência3, a 
beleza. De fato, o homem de muito má aparência, ou mal-nascido, 
ou solitário e sem fi lhos, não tem muitas probabilidades de ser 
feliz [...] Como dissemos, pois, o homem feliz parece necessitar 
também desse tipo de prosperidade”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 30).
( ) Esta passagem relaciona 
bem e felicidade. O ‘bem’ 
representa a fi nalidade de 
todas as nossas ações. E, a 
felicidade é o bem supremo 
que todos os homems aspiram. 
Contudo, a felicidade não é 
consenso para todos.
IV) “Não é, portanto, nem por natureza nem contrariamente 
à natureza que as virtudes se geram em nós; antes devemos 
dizer que a natureza nos dá a capacidade de recebê-las, e tal 
capacidade se aperfeiçoa com o hábito [...] não foi por ver ou 
ouvir repetididamente que adquirimos a visão ou a audição, 
mas, pelo contrário, nós as tínhamos antes de começar a usá-las, 
e não foi por usá-las que passamos a tê-las. No entanto, com as 
virtudes dá-se extamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício”. 
(ARISTÓTELES, 2001, p. 40).
( ) O homem é virtuoso 
à medida que se propõe 
escolher deliberadamente, 
com a razão, o que fazer; e a 
vitude, neste sentido, é o meio-
termo entre dois vícios, que, 
por sua vez, estão marcados 
pelo excesso ou pela falta.
V) “A virtude é, então, uma disposição de caráter relacionada com 
a escolha de ações e paixões, e consistente numa mediania, isto 
é, a mediania relativa a nós, que é determinada por um princípio 
racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. É um 
meio-termo entre dois vícios, um por excesso e ourto por falta”. 
(ARISTÓTELES, 2001, p. 49).
( ) As ações virtuosas sempre 
visam um bem. Mas, para 
ser feliz, o homem necessita 
de uma vida inteira de ações 
virtuosas.
1 encobre, esconde
2 refere-se às gerações anteriores
3 refere-se às gerações posteriores
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Filosofi a
Unidade 7
Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens 
com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:
A) I, III, II, V, IV.
B) II, III, IV, I, V.
C) V, III, IV, I, II.
D) III, IV, I, V, II.
3) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para 
tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética 
de Kant, que foram extraídas do livro Fundamentação da Metafísica 
dos Costumes. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de análise e 
síntese da ética de Kant.
I) “devo agir sempre de modo que possa querer 
também que minha máxima se converta em lei 
universal”. (KANT, 2005, p. 29).
( ) O respeito ao dever é 
uma condição necessária e 
fundamental na ética kantiana; 
respeito ao dever que, sem o 
qual, não se pode falar em boa 
vontade.
II) “compreendo também que a necessidade 
de minhas ações, por puro respeito à lei [...] 
é o que consitui o dever perante o qual tem 
de se inclinar qualquer outro fundamento 
determinante, pois ele é a condição da boa 
vontade em si, cujo valor a tudo supera”. (KANT, 
2005, p. 31).
( ) Aqui se explicita que 
o imperativo categórico 
não depende de nenhuma 
outra ação moral. Também é 
explicito que tal imperativo 
indica ‘a’ necessária obrigação 
moral.
III) “o imperativo categórico [...] não é limitado 
por nenhuma condição e se pode chamar 
propriamente mandamento absoluto, posto que 
praticamente necessário”. (KANT, 2005, p. 44-47).
( ) Para agir, devemos 
considerar nossa racionalidade 
e autonomia. Todo aquele que 
não pensa por si mesmo, é 
dirigido por outro indivíduo.
IV) “Esclarecimento signifi ca a saída do homem 
de sua menoridade, da qual o culpado é ele 
próprio. A menoridade é a incapacidade de 
fazer uso de seu entendimento sem a direção de 
outro indivíduo. O homem é o próprio culpado 
dessa menoridade se a sua causa não estiver na 
ausência de entendimento, mas na ausência de 
decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem 
a direção de outrem. Sapere aude! Tem a ousadia 
de fazer uso de teu próprio entendimento”. 
(KANT, 2005, p. 115).
( ) Esta é a formulação 
clássica do imperativo 
categórico. Esta passagem 
exprime que a ação moral 
que eu pratico deve sempre 
almejar uma forma, um 
modelo, de ação válida para 
todos os indivíduos.
Ouse saber!
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens 
com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:
A) I, II, III, IV. B) II, III, IV, I. C) III, IV, I, II. D) IV, III, II, I.
4) Estude e interprete as seguintes passagens referentes à ética de 
Mill, contidas na obra Utilitarismo. Esta atividade visa exercitar sua 
capacidade de análise e síntese da ética de Mill.
A) “A convicção que aceita a utilidade o princípio da maior 
felicidade como o fundamento da moral admite que as ações são 
corretas na proporção em que promovem a felicidade, e erradas 
na medida em que poduzem o contrário da felicidade” (MILL, 
1987, p. 16 apud BORGES; DALL’AGNOL; DUTRA, 2002, p. 33).
B) “O utilitarismo somente pode atingir os seus fi ns pelo cultivogeral da nobreza de caráter”. (MILL, 1987, p. 22 apud BORGES; 
DALL’AGNOL; DUTRA, 2002, p. 35).
5) Esta atividade visa exercitar sua capacidade de distinguir a ética de 
Aristóteles, de Kant e de Mill. Para tanto, marque as sentenças seguintes 
com ‘A’, ‘K’ e ‘M’ ao identifi car uma tese correspondente à ética de 
Aristóteles, de Kant ou de Mill.
a) ( ) a bondade da ação depende da maior felicidade, para o 
maior número de indivíduos.
b) ( ) a virtude pode ser cultivada através da razão e do hábito. 
c) ( ) a boa vontade signifi ca que devemos agir por respeito ao 
dever.
d) ( ) a utilidade deve nortear a nossa ação moral.
e) ( ) a virtude é o meio-termo entre dois vícios.
f) ( ) o imperativo categórico é a máxima que deve orientar as 
nossas ações morais.
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Filosofi a
Unidade 7
6) Caro aluno, em função dos estudos desenvolvidos nesta unidade, 
você deve ter percebido que a ação moral correta (boa) ou incorreta 
(má) depende de criérios, de regras, de fundamentos, que variam 
conforme a respectiva ética. As três éticas que você estudou são 
propostas de como devemos agir. Certamente, no percurso da 
história da humanidade, muitas outras teorias éticas ainda surgirão. 
O aparecimento de outras éticas depende da vontade de pensarmos 
nas éticas já existentes e de propormos alternativas. Bom, o desafi o 
(desafi o nada fácil) que lhe propomos é o seguinte: como podemos 
ser melhores? 
 Ao responder esta pergunta, indique (mínimo 20 e no máximo 30 
linhas) uma ética alternativa, ao expor um critério em função do 
qual nossas ações devem ser orientadas e ao expor um motivo que 
justifi que agirmos de modo moralmente bom. Esta atividade visa 
exercitar sua autonomia, refl exão, crítica e criatividade. 
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Unidade 7
Saiba mais
Você pode aprofundar o seu entendimento sobre a ética de 
Aristóteles, a de Kant e a de Mill ao estudar as seguintes 
referências:
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. [A obra prima de 
cada autor], Tradução Pietro Nasseti. São Paulo: Martin 
Claret, 2001.
BORGES, Maria de Lordes; DALL’AGNOL, Darlei; 
DUTRA, Delamar Volpato. Ética. [O que você precisa 
saber sobre], Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 
CHAUI, Marilena. Introdução à história da 
filosofia. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Companhia da 
Letras, 2002.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica 
dos costumes e outros escritos. [A obra-prima de cada 
autor], Tradução Leopoldo Holzbach. São Paulo: Martin 
Claret, 2005.
VÁZQUEZ, Adolfo Sanches. Ética. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
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