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Interações Medicamentosas em Idosos no Uso da Polifarmácia em uma Fundação Hospitalar de Montes Claros - MG

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FACULDADE DE SAÚDE IBITURUNA-FASI 
CURSO DE GRADUÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÂNGELA PEREIRA DA SILVA 
JULYANE SOARES RUAS 
JANINI TATIANE LIMA SOUZA MAIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM IDOSOS NO USO DA 
POLIFARMÁCIA EM UMA FUNDAÇÃO HOSPITALAR DE MONTES 
CLAROS - MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONTES CLAROS/MG 
2019 
 
RESUMO 
 
Objetivo: Caracterizar as interações medicamentosas em idosos no uso da polifarmácia 
em um hospital do Norte de Minas Gerais. Métodos: Trata-se de um estudo com caráter 
transversal, retrospectivo e documental com abordagem quantitativa, desenvolvido em 
um hospital na cidade de Montes Claros – MG. A população estudada foi de idosos a 
partir de 65 anos com o uso da polifarmacia, sendo a amostra composta por 242 
prontuários e prescrições médicas. A coleta das amostras aconteceu através de uma ficha 
de coleta, e os dados obtidos foram tabulados em uma planilha Microsoft Excel 2016, 
sendo realizada na Farmácia Central do referido hospital. A análise dos dados se deu 
através das informações disponíveis no banco de dados do Micromedex 2.0.Em seguida 
os resultados foram transferidos para planilhas e gráficos para uma melhor compreensão. 
Resultados: As interações que ocorreram em maior frequência foram as moderadas onde 
a mais evidenciada foi losartana x espirolactona (n=149) entre as interações graves se 
destacou omeprazol x clopidogrel (n= 71). Conclusão: O estudo evidenciou uma 
considerável frequência de interações medicamentosas (IM´s) entre os idosos, visto que 
essa é a população mais propícia as IM´s devido ao arsenal de fármacos que é composta 
a farmacoterapia dos mesmos. 
Palavras-chave: Polifarmácia. Idosos. Interações medicamentosas. 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To characterize the drug interactions in the elderly in the use of polypharmacy 
in a hospital in the North of Minas Gerais. Methods: This is a transversal, retrospective 
and documentary study with a quantitative approach, developed in a hospital in the city 
of Montes Claros - MG. The population studied was aged 65 years and older with the use 
of polypharmacy, and the sample consisted of 242 medical records and prescriptions. The 
collection of the samples was done through a collection sheet, and the data obtained were 
tabulated in a Microsoft Excel 2016 worksheet, being performed in the Central Pharmacy 
of the referred hospital. Data analysis was done through the information available in the 
Micromedex 2.0 database. Then the results were transferred to spreadsheets and graphs 
for a better understanding. Results: The most frequent interactions were those with 
moderate to severe losartan and spirolactone (n = 149). The most frequent interactions 
were omeprazole and clopidogrel (n = 71). Conclusion: The study evidenced a 
considerable frequency of drug interactions (IMs) among the elderly, since this is the 
population most propitious IMs due to the arsenal of drugs that is compounded by their 
pharmacotherapy. 
Keywords: Polypharmacy. Seniors. Drug interactions. 
INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento é um processo comum ao desenvolvimento humano e nesta fase 
ocorrem mudanças neurobiológicas estruturais, fisiológicas e químicas, que incidem 
sobre o organismo, ligados a fatores ambientais, socioculturais, qualidade e estilo de 
vida1. 
Entre as diversas alterações fisiológicas que acometem o idoso, está o aumento 
tecido adiposo, a baixa da atividade metabólica e do metabolismo hepático, que 
prejudicam a absorção e biodisponibilidade dos medicamentos2. Devido ao 
envelhecimento, ocorrem também modificações renais e hepáticas que reduzem a taxa 
de filtração glomerular, aumentando a concentração plasmática do fármaco, levando a 
uma resposta farmacológica maior, que pode vir a causar toxicidade no organismo3. 
É comum na prática clínica a associação entre medicamentos devido a várias 
condições de saúde que acometem idosos com idade acima de 65 anos, o que contribui 
para o crescente uso da polifarmácia.4 A polifarmácia é caracterizada pelo uso simultâneo 
de cinco ou mais medicamentos, constituindo uma prática recorrente entre os idosos.5 
Em um estudo realizado durante o ano de 2015, e executado em 272 cidades das cinco 
regiões do Brasil, foram entrevistados 8.803 usuários em centros de atenção primária á 
saúde, desse total 9,4% faziam uso da polifarmácia, sendo que 32% eram idosos acima 
de 65 anos.6 
A polifarmácia contribui para o aumento da utilização indiscriminada de 
medicamentos, o que dificulta o controle apropriado das condições de saúde do idoso, 
criando uma dificuldade de adesão ao tratamento, ocasionando em erros de medicação, 
interações entre medicamentos, reações adversas, prejuízos a qualidade de vida, e 
contribui para o crescente surgimento de morbimortalidade entre os idosos.7 
Os grupos de medicamentos que mais geram o uso da polifarmácia pelos idosos 
são os prescritos para tratamento de doenças cardiovasculares, trato gastrointestinais, 
metabólicas e neurológicas.8 Um estudo desenvolvido em uma Unidade Básica de saúde 
(UBS) no município de Ijuí-RS, no ano de 2013, apontou que mais de 90% dos 
medicamentos prescritos, tanto para homens quanto para mulheres, são indicados para o 
tratamento de doenças do sistema cardiovascular, seguidos pelos que atuam no sistema 
digestivo e metabolismo.9 
Interação medicamentosa é uma resposta farmacológica ou clínica à 
administração de uma combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois
agentes dados separadamente, onde o resultado final pode elevar ou reduzir os efeitos de 
um ou ambos os princípios ativos ou causar um novo efeito não relacionado.10 As 
interações medicamentosas entre fármacos podem vir a ser potencialmente letais, ou 
causar danos irreversíveis a saúde do paciente idoso, podendo causar prejuízos em sua 
resposta clínica, aumentando o tempo de internação.11 
O cenário acima demonstra o quão amplas são as variáveis ao redor de uma pessoa 
na terceira idade, faixa etária na qual surgem várias doenças que levam a outras 
consequências, como a polifarmácia e as interações medicamentosas, as quais afetam a 
qualidade de vida dos idosos. Diante do exposto, o intuito da presente pesquisa é 
responder ao seguinte problema: Quais os níveis de interações medicamentosas em idosos 
com o uso da polifarmácia no âmbito hospitalar? Assim, o objetivo do presente estudo foi 
caracterizar as interações medicamentosas em idosos no uso da polifarmácia em um 
hospital do Norte de Minas Gerais. 
 
 
 
MÉTODOS 
 
 
Trata-se de um estudo com caráter transversal, retrospectivo e documental, com 
abordagem quantitativa, realizado em um hospital, no município de Montes Claros/MG. 
O campo de estudo é considerado uma das principais instituições hospitalares do 
Norte de Minas, o qual atende municípios próximos e do sul da Bahia, abrangendo, 
aproximadamente, 1.500.000 indivíduos, dos quais, mais de 80% são usuários do SUS. 
A unidade escolhida para a realização do estudo foi a Farmácia Central do referido 
hospital. 
A população estudada foi de idosos a partir de 65 anos, que faziam uso da 
polifarmácia e que estiveram internados nesse mesmo hospital no período de janeiro de 
2019 a maio de 2019, sendo a amostra composta por 242 prontuários e prescrições 
médicas, obtida a partir de um intervalo de confiança de 95%, uma vez que eram 
atendidos aproximadamente, por semana, 400 idosos com uso de polifarmácia. 
As unidades de internação escolhidas para a realização do estudo foram a clínica 
médica, apartamento II, neurologia e cardiologia. 
Foram coletados prontuários e prescrições que possuíam dados legíveis, e foram 
excluídas as prescrições que já haviam sido analisadas e passadas para a ficha de coleta 
de dados, onde não houveram alterações dos medicamentos prescritos, e pacientes que 
com idade inferior a 65 anos e que não faziam uso de polifarmácia. 
A coletadas amostras aconteceu através de uma ficha de coleta de dados, dividida 
em dados dos pacientes (gênero/ idade/mês da internação) e dados clínicos 
(diagnóstico/medicamentos prescritos/interações/nível de severidade das interações), e os 
dados obtidos foram tabulados em uma planilha Microsoft Excel 2016, sendo realizada 
na Farmácia Central do referido hospital. A análise dos dados se deu através das 
informações disponíveis no banco de dados do Micromedex 2.0. 
De acordo com a gravidade, as interações medicamentosas foram classificadas 
como leve, moderada e grave, assim como os efeitos dessas interações também foram 
verificadas através do Micromedex 2.0. 
 Para a análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva e teste qui-quadrado 
para verificar o grau de associação entre as variáveis, utiizando-se o programa SPSS 
(Statistical Package for the Social Science) versão 22.0 
Respeitando os princípios éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos, 
o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, e aprovado pelo 
parecer de número 3.175.459. 
 
RESULTADOS 
 
A partir da aplicação da metodologia proposta, são apresentados a seguir os 
resultados obtidos. A tabela 1 mostra a caracterização da amostra correspondente a 242 
indivíduos, em que se observa um número maior de mulheres (n=144) em relação aos 
homens amostrados (n=98). A faixa etária predominante foi de participantes entre 80- 
84 anos (n=69) e uma das principais doenças apresentadas foi a insuficiência cardíaca 
(n=72). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1. Caracterização da Amostra. 
 
Categorias Frequência % 
Sexo 
Feminino 144 59,5 
Masculino 98 40,5 
Faixa etária 
65-69 56 23,1 
70-74 27 11,2 
75-79 52 21,5 
80-84 69 28,5 
85-89 29 12,0 
90-94 09 03,7 
Principais doenças 
Angina 19 07,9 
Arritmia Cardíaca 09 03,7 
Asma 09 03,7 
Bronquite Crônica 03 01,2 
Diabetes 21 08,7 
Doença Pulmonar 
Obstrutiva Crônica 
07 02,9 
Hepatomegalia 06 02,5 
Influenza(gripe) e 
Pneumonia 
14 05,8 
Insuficiência Cardíaca 72 29,8 
Síndrome Coronariana 
Aguda 
35 14,5 
Transtorno da Valva 
Pulmonar 
06 02,5 
Outras 41 16,9 
Número de Interações 
Nenhuma 28 11,6 
1 47 19,4 
2 55 22,7 
3 55 22,7 
4 30 12,4 
5 21 08,7 
6 03 01,2 
7 03 01,2 
Total 242 100,0 
Fonte: dados da pesquisa 
A tabela 2 ilustra as principais doenças apresentadas pelos indivíduos pesquisados, 
em função do sexo e idade. É possível que não exista diferença significativa (p>0,05) 
entre a categoria sexo, sendo que o maior índice foi observado, em ambos os sexos, a 
insuficiência cardíaca. Quanto à faixa etária, observou-se significância (p=0,00), sendo 
que os dados mostram que a insuficiência cardíaca foi a mais evidenciada, e a faixa etária 
que mais apresentou foi de 60-65 anos (n=21), seguindo a de 75-79 (n=19), e em terceiro 
a de 80-84 anos (n=16). 
 
Tabela 2. Principais doenças (função do sexo e da idade) 
 
Angina Diabetes Influenza(gripe) 
e Pneumonia 
Insuficiência 
Cardíaca 
Síndrome 
Coronariana 
Aguda 
Total 
Sexo 
Feminino 14 15 09 34 14 144 
Masculino 05 06 05 38 22 98 
P 0,10 
Faixa 
etária 
 
65-69 0 09 04 21 10 56 
70-74 05 02 0 03 10 27 
75-79 07 09 0 19 02 52 
80-84 05 01 9 16 08 69 
85-89 02 0 01 11 04 29 
90-94 0 0 0 02 02 09 
P 0,00 
Total 19 21 14 72 36 242 
p>0,05 – não significativo pelo teste qui-quadrado. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 
A tabela 3 revela a gravidade das interações observadas entre os medicamentos, 
em função do sexo e da faixa etária. Observa-se que em ambas categorias foram 
encontradas diferenças significativas, sendo que a maioria daqueles que apresentaram 
interação leve foi do sexo feminino com apenas um tipo de interação (n=47), enquanto 
que na faixa etária, isso também foi observado, nas idades entre 75-79 anos (n=18). 
Tabela 3. Gravidade das interações entre os medicamentos 
 
 Leve Moderada Grave Total 
 0 1 2 0 1 2 3 4 5 0 1 2 
Sexo 
Feminino 86 47 11 20 71 41 12 0 0 0 50 10 144 
Masculino 84 08 06 13 32 18 27 05 03 03 25 11 97 
P 0,00 0,00 0,023 
Faixa 
etária 
 
65-69 37 12 07 11 26 14 04 01 0 0 10 01 55 
70-74 13 11 03 05 08 08 06 0 0 0 08 03 27 
75-79 29 18 05 03 20 14 10 03 02 0 14 03 52 
80-84 58 10 01 10 33 13 12 01 0 01 25 05 69 
85-89 25 04 0 02 14 09 03 0 01 0 15 07 29 
90-94 08 0 01 02 02 01 04 0 0 03 03 02 09 
P 0,00 0,00 0,00 
Total 170 55 17 33 103 59 39 05 03 145 75 21 241 
p>0,05 – não significativo pelo teste qui-quadrado 
Fonte: dados da pesquisa 
 
 
A presença de apenas uma interação moderada foi a que mais se destacou entre as 
categorias sexo e faixa etária (tabela 3). Observa-se que entre o sexo, também foi maior 
entre as mulheres (n=71), como na faixa etária de 80-84 anos (n=33). 
A figura 1 apresenta a relação das interações observadas na amostra analisada. 
Observa-se o maior número de interações foi observada entre os medicamentos Losartana 
x Espirolactona, seguida de Digoxina x Sinvastatina. E a figura 2 elenca os principais 
medicamentos apontados pela pesquisa, observando-se que os três mais frequentes são a 
losartana, omeprazol e sinvastatina. 
 
Figura 1. Principais interações medicamentosas observadas. 
*Aas (Ácido acetilsalicílico) 
Fonte: dados da pesquisa 
 
 
 
 
 
Figura 2. Ranking dos 10 principais medicamentos transcritos. 
*Aas (Ácido acetilsalicílico) 
Fonte: dados da pesquisa 
 
 
 
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Omeprazol x Clopidogrel
Aas x Heparina
Amiodarona x Digoxina
Sinvastatina x Clopidogrel
Losartana x Espironolactona
Digoxina x Sinvastatina
Captopril x Furosemida
Carvedilol x Digoxina
Losartana x Amiodarona
Ranitidina X Aas
Metformina x Digoxina
Prednisona x Hidroclorotiazida
Insulina Regular X Aas
71
45
14
41
149
92
38
25
34
36
3
17
5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Fr
e
q
u
ê
n
ci
a
Principais medicamentos
DISCUSSÃO 
 
 
Inicialmente, nota-se que os pacientes do gênero feminino constituem a maior 
parte da amostra estudada, o mesmo foi verificado por Silveira et al. (2013)12, em um 
estudo transversal sobre internações hospitalares de idosos no Brasil, onde 55,5% dessas 
internações foram relativas ao gênero feminino. A prevalência da polifarmácia também 
foi relacionada às mulheres e associadas ao aumento da idade, resultado esse também 
evidenciado por Pereira et al (2017)8 em estudo realizado em Florianópolis-SC sobre o 
uso da polifarmácia entre idosos, em que o índice da mesma foi maior em mulheres 
acima de 80 anos. 
A principal doença relacionada ao sexo e à idade foi a insuficiência cardíaca (IC) 
em ambos os gêneros e na faixa etária de 60-65 anos, resultado esse que se afirma pelos 
dados do Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de 
Cardiologia onde retrata que a incidência de IC é maior entre os indivíduos a partir de 65 
anos, e que nessa faixa etária dessa doença é responsável por 18% das hospitalizações no 
Brasil.13 
Observou-se a prevalência das interações medicamentosas classificadas como 
moderadas e por se tratarem de interações clinicamente significativas cujas combinações 
devem ser evitadas, é necessário destacar a importância clínica que deve ser dada a ela na 
terapia medicamentosa. A combinação entre Losartana x espironolactona (n=149) foi a 
mais identificada entre as interações moderadas e pode resultar em aumento do risco de 
hipercalemia, seguida por Digoxina x Sinvastatina (n=92) que pode ocasionar aumento 
dos níveis de digoxina no plasma. 
As interações graves mais frequentes foram: omeprazol x clopidogrel (n=71) que 
pode ocasionar redução das concentrações plasmáticas do metabolito ativo do clopidogrel 
e consequente redução da sua atividade antiplaquetária, seguida por ácido acetilsalicílico 
(Aas) x Heparina (n= 45), que pode ocasionar aumentodo risco de sangramento. 
Esses resultados foram evidenciados por Veloso et al. (2019)14 em estudo 
realizado em um hospital público situado em Belo Horizonte- MG, com uma amostra 
composta por 237 idosos, em que se avaliou os fatores relacionados as interações 
medicamentosas, observou-se que 85% das interações identificadas eram moderadas e 
entre elas losartana x clopidogrel e digoxina x sinvastatina. Entre as interações graves 
Aas x clopidogrel (n=46) foram umas das mais frequentes. 
É importante salientar que durante esse estudo o quadro clínico dos pacientes 
cujas prescrições foram analisadas não foi avaliado, devido a alguns efeitos das IM´s 
serem desejados pelo médico, dependendo da evolução clínica do paciente. As 
interações medicamentosas podem ser benéficas e úteis quando empregadas com a 
finalidade de alterar a dose de uma droga, reduzir efeitos adversos ou prolongar a 
duração de um efeito.15 
 Os medicamentos mais utilizados foram os que atuam no sistema cardiovascular, 
seguidos dos que atuam no sistema digestivo (conforme figura 2). Esses achados são 
coerentes com o perfil epidemiológico de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) 
no Brasil e com a alta prevalência de fatores de risco cardiovasculares entre os idosos já 
evidenciada nesse estudo. 
Em um estudo transversal realizado em 2017 no município de Aiquara-BA, por 
Sales; Casotti (2014)16 foi evidenciado que os medicamentos que mais levam ao uso da 
polifarmácia são para o sistema cardiovascular como a losartana, sinvastatina e Aas, em 
seguida os que atuam no trato alimentar como omeprazol e ranitidina. 
Os fármacos clopidogrel, Aas e digoxina foram os mais envolvidos entre as 
interações medicamentosas identificadas, as mesmas foram mais acometidas por 
mulheres. Em estudo desenvolvido por Passos et al. (2012)17 avaliou-se que as interações 
medicamentosas ocorreram em maior frequência pelo gênero feminino com um índice de 
61,8%. 
 
CONCLUSÃO 
 
 
O estudo evidenciou uma considerável frequência de interações medicamentosas 
(IM´s) entre os idosos, visto que essa é a população mais propícia às IM´s devido ao 
arsenal de fármacos que é composta a farmacoterapia dos mesmos. Este estudo 
proporcionou verificar a importância de se ter um farmacêutico no âmbito hospitalar, por 
ser um profissional apto para auxiliar no rastreamento das interações medicamentosas e 
na otimização da farmacoterapia. 
É de suma importância que se tenha mais pesquisas acerca desse tema para ampliar 
o conhecimento de toda a equipe de saúde, para que seja possível identificar as IM´s que 
ocorrem na farmacoterapia do idoso e implantar medidas a garantir segurança e eficácia 
do tratamento. Nesta perspectiva, a identificação dos aspectos relacionados as interações 
medicamentosas proporcionem direcionar medidas profiláticas para as mesmas. 
 
FONTE DE FINANCIAMENTO 
Os custos inerentes a pesquisa foram totalmente arcados pelas próprias autoras. 
 
CONFLITO DE INTERESSES 
As autoras declaram a inexistência de conflito de interesses com relação à pesquisa. 
 
 
COLABORADORES 
JTLSM, APS e JSR, concepção e desenho do projeto; APS e JSR, obtenção, análise e 
interpretação dos dados. JTLSM, revisão crítica do texto e aprovação final da versão a ser 
publicada. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
As autoras agradecem ao hospital por sua contribuição para que essa pesquisa fosse 
realizada, e por toda a colaboração e apoio dos farmacêuticos da Farmácia Central. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1. ESQUENAZI, D.; SILVA, S. B.; GUIMARÃES, M. A.Pathophysiological aspects of 
human aging and falls in the elderly. HUPE Magazine, v.13, n.2, 2014. 
 
2. SILVA, S. C. M.; AIRES, C. N; FIGUEIRA, Y. L. V.; BOGÉA, M. R. J.; 
MENDONÇA, M. J. Alterações fisiológicas do idoso e seu impacto na ingestão 
alimentar: uma revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. Esp., n. 6, 
p. 288-295, 2017. 
 
3. MANSO, E. M. G.; BIFFI, E. C. A.; GERARDI, T. J. Inadequate prescription of drugs 
to elderly people with chronic diseases in a health plan in the city of São Paulo. 
Brazilian Journal of Geriatrics and Gerontology, v. 18, n. 1, p. 151- 164, 2015. 
 
4. OLIVEIRA, L. P. B. A.; SANTOS, S. M. Uma revisão integrativa sobre uso de 
medicamentos por idosos na atenção primária à saúde. Revista da Escola de 
Enfermagem da USP, v. 50, n. 1, p. 74-163, 2016. 
 
5. RAMOS, L. R.; TAVARES, N.U.L.; BERTOLDI, A.D.; FARIAS, M.R.; OLIVEIRA, 
M.A.; LUIZA, V.L.; DAL PIZZOL, T.S.; ARRAIS, P.S.D.; MENGUE, S.S. 
Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil:um desafio de saúde pública. 
Revista de Saúde Pública, v. 50, supl.2, p.1-9, 2016. 
 
6. NASCIMENTO, R. C. R. M.; ÁLVARES, J.; GUERRA JÚNIOR, A.A.; GOMES, 
I.C.; SILVEIRA, M.R.; COSTA, E.A.; LEITE, S.N.; COSTA, K.S.; SOEIRO, O.M.; 
GUIBU, I.A.; KARNILKOWSKI, M.G.O.; ACURCIO, F.A. Polypharmacy: a 
challenge for the primary care of the Brazilian Unified Health System. Journal of 
Public Health, v. 51, Supl. 2, p. 1-19, 2017. 
 
7. RODRIGUES, M. C. S.; OLIVEIRA, C. Interações medicamentosas e reações 
adversas a medicamentos em polifarmácia em idosos: uma revisão integrativa. Revista 
Latino-Americana de Enfermagem, v. 24, n.1, P.1-24, 2016. 
 
8. PEREIRA, K. G.; PERES, M. A.; LOP, D.; BOING, A. C.; BOING, A. F.; AZIZ, M.; 
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Brasileira de Epidemiologia, v. 20, n. 2, p. 335-344, 2017. 
 
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Unidade Básica de Saúde do município de Ijuí- RS. Revista Brasileira de Geriatria e 
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