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Prova de Constitucional Avançado v2

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Universidade Estácio de Sá 
4038036189 
 11/06/2020 21:10 
A Nome: Ana Cristina Andrade Peixoto 
Matrícula: 200401062522 
Disciplina: CCJ0135 / DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO 
 Data: 18/06 /2020 Período: 2020.1 / AV2 Turma: 2005 
 
1. Que instrumento pode ser manejado por parlamentar que deseje interromper a votação 
de um projeto de emenda constitucional que vise adotar o voto indireto para eleição do 
presidente da república? Qual sua fundamentação? Que tipo de controle de 
constitucionalidade estaria sendo exercido? 
 
R: O instrumento adequado é o Mandado de Segurança, com base no art. 5º, inciso LXIX. 
O fundamento é o direito líquido e certo do parlamentar de participar do processo 
legislativo hígido. No caso em tela, a proposta de emenda agride o inciso II, do parágrafo 
4º do artigo 60, da CF/88, que trata das cláusulas pétreas. 
Ao impetrar o MS o parlamentar estaria provocando o Controle preventivo judicial. 
 
2-Emenda à Constituição insere novo direito na Constituição da República. Trata-se de 
uma norma de eficácia limitada, que necessita da devida integração por via de lei. 
Produzido o diploma legal regulador (Lei Y), ainda assim, alguns dos destinatários não se 
encontram em condições de usufruir do direito a que fazem jus, por ausência de 
regulamentação da norma legal pelo órgão competente (o Ministério da Previdência 
Social), conforme exigido pela citada Lei Y. Passados dois anos após a edição da Lei Y, 
Mário, indignado com a demora e impossibilitado de usufruir do direito 
constitucionalmente garantido, é aconselhado a impetrar um Mandado de Injunção. Não 
sabendo exatamente os efeitos que tal medida poderia acarretar, Mário consulta um (a) 
advogado(a). A orientação recebida foi a de que, no seu caso específico, a adoção, pelo 
órgão judicante, de uma solução concretista individual iria satisfazer plenamente suas 
necessidades. Diante dessa situação, responda fundamentadamente aos itens a seguir. 
 
a) Assiste razão ao(à) advogado(a) de Mário quanto à utilidade do acolhimento do 
Mandado de Injunção com fundamento na posição concretista individual? 
R: A teoria concretista individual é uma das posições reconhecidas pelo STF como 
passível de ser adotada nas situações em que é dado provimento ao Mandado de 
Injunção. Segundo esse entendimento, diante da lacuna, o Poder Judiciário deve 
criar a regulamentação para o caso específico, ou seja, a decisão viabiliza o exercício 
do direito, ainda não regulamentado pelo órgão competente, somente pelo 
impetrado, vez que a decisão teria efeitos "inter partes". Como se vê, o órgão 
judicante, ao dar provimento ao Mandado de Injunção, estabeleceria a 
regulamentação da lei para que Mário (e somente ele) pudesse usufruir do direito 
constitucional garantido. 
b) A que órgão do Poder Judiciário competiria decidir a matéria? 
 
R: Segundo o Art. 125, inciso I, alínea h, da CRFB/88, compete ao Superior Tribunal 
de Justiça processar e julgar o Mandado de Injunção quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão federal, da administração direta ou 
indireta. No caso, o Ministério da Previdência é um órgão da administração pública 
federal, sendo, portanto, o Superior Tribunal de Justiça o órgão judicial competente 
para processar e julgar a ação de Mário. 
 
 
3. Quais os efeitos da decisão em controle difuso no Brasil? 
 R: No controle difuso, incidental ou concreto, em regra, os efeitos da decisão são 
válidas somete entre as partes envolvidas no processo, ou seja, o feito é Inter partes. 
Não obstante, tais efeitos retroativos (Ex Tunc) somente têm aplicação para as 
partes e no processo em que houve a citada declaração. 
 
4. A Assembleia Legislativa do Estado X elaborou Lei Estadual que determina que os 
veículos apreendidos pelas polícias militar e civil, caso não sejam reclamados no 
período de três anos, serão levados a hasta pública, repartindo-se o produto do leilão 
entre o Estado e o Município. O Governador do Estado, preocupado com a 
constitucionalidade da lei, visto que ela atingirá patrimônio privado, consulta o 
Procurador Geral do Estado. Com base no caso apresentado, responda aos itens a 
seguir. 
 
A) A Lei Estadual está de acordo com as normas da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988? Justifique. 
R: 
No tocante a questão, há de se versar que estamos diante de um vício formal de 
constitucionalidade, pois a Lei Estadual viola o Art. 22, inciso I, da CRFB/88, que dispõe 
ser da competência privativa da União legislar sobre Direito Civil, já que trata de perda 
da propriedade. 
 
B) O Governador do Estado X pode propor, perante órgão da União, alguma medida 
judicial visando à impugnação da Lei Estadual? Justifique. 
 
R: Ante o exposto e a questão apresentada, podemos concluir que o Governador é um 
dos legitimados ativos à propositura de ADI, de acordo com o Art. 103 da CRFB. A 
pertinência temática está presente, sendo possível questionar esse ato normativo por 
meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade, de acordo com o Art. 102, inciso I, a, da 
CRFB/88 e a Lei nº 9.868/99. 
 
5. Disserte sobre o Mandado de Segurança, abordando prazos, legitimidade... 
 
R: O mandado de segurança é um instrumento normativo e, tem por finalidade 
proteger os direitos individuais e da coletividade, não amparado por hábeas corpus 
nem habeas data, devido a uma ação ou omissão de uma autoridade coatora, de 
forma ilegal ou abuso de poder; dando portanto, a sociedade uma leve certeza de 
justiça com respeito total ao direito existente em nossa sociedade. 
 
 Este mandado tem que ser impetrado no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da 
ciência do ato, de afronta ao direito líquido e certo, pelo impetrante. 
 
O prazo tem natureza decadencial, não podendo ser interrompido e nem suspenso. 
Vide o Art. 18, da Lei 1.533/51. 
Terá legitimidade para pleitear a segurança o titular do direito subjetivo líquido e 
certo lesado ou ameaçado de lesão, que o fará em face daquele que constrange sua 
esfera jurídica, desde que se trate de pessoa investida em funções estatais. A 
legitimidade para a referida ação deve ser aferida quando do ajuizamento e é 
exclusiva do titular da pretensão. 
 
 
Campus: NITERÓI III 
Prova Impressa em 11/06/2020 por DEBORAH FRAGA LINSHE GISMONTI 
Ref.: 4038036189

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