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[ABUSO DE AUTORIDADE - 2020] (LIVE 01)

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ABUSO DE AUTORIDADE
LEI 13.869/2019
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º  Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º  As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
Permite-se dolo eventual?
Exige-se dolo específico. O dolo eventual fica afastado.[footnoteRef:1] [1: Nesse sentido: Greco e Sanches.] 
Também, não há previsão para o crime culposo. 
Qual a consequência de o Ministério Público não apontar o dolo específico na denúncia?
A denúncia deverá ser rejeitada por inépcia (CPP, art. 395, I).
(QPP 2020) Policiais Civis percebem que um bar estava aberto durante vigência de decreto que determinava o fechamento desse tipo de estabelecimento por força da pandemia do COVID-19. Ao determinar o fechamento do bar, o proprietário se negou, alegando direito constitucional de livre exercício do trabalho. Um dos policiais, cujo irmão tem um bar vizinho e, portanto, concorrente daquele, decide dar voz de prisão ao homem e o conduz à delegacia por crime de desobediência. Neste caso, não há que se falar no dolo especial do crime de abuso de autoridade.[footnoteRef:2] [2: Correto.] 
(QPP 2020) Comete crime de abuso de autoridade o agente público que assume o risco de produzir o resultado de se exceder no poder que lhe tenha sido atribuído.[footnoteRef:3] [3: Errado.] 
§ 2º  A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade.
O que é crime de hermenêutica?
O objetivo deste dispositivo foi o de evitar aquilo que Rui Barbosa chamou de “crime de hermenêutica”, que ocorre quando o operador do Direito (especialmente, mas não somente o magistrado) é responsabilizado criminalmente pelo simples fato de sua intepretação ter sido considerada errada pelo Tribunal revisor.
 Essa proteção cabe apenas ao juiz?
A lei não limitou. Se a interpretação não foi teratológica, o agente público não pode sofrer em face de divergências de sua decisão. 
(QPP 2020) Um diretor de penitenciária, interpretando a Constituição, entente que nada justifica, no século atual, homens e mulheres cumprirem penas em estabelecimentos distintos, colocando ambos os sexos na mesma cela. Se demonstrada a finalidade específica de prejudicar terceiro o de benefício próprio, deverá o diretor responder pelo crime de abuso de autoridade.[footnoteRef:4] [4: Item correto.] 
(QPP 2020) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade, mesmo que demonstrado o ânimo de prejudicar terceiros.[footnoteRef:5] [5: Item falso.] 
CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º  É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas[footnoteRef:6]; [6: Não existem mais servidores equiparados a militares. ] 
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único.  Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
O abuso de autoridade permite a responsabilização de particulares, que não sejam considerados agentes públicos na definição da lei?
Sim. Desde que em concurso de pessoas com o agente público (CP, art. 30).
 (CESPE - MPU - Analista - Processual ) Hélio, maior e capaz, solicitou a seu amigo Fernando, policial militar, que abordasse seus dois desafetos, Beto e Flávio, para constrangê-los. O referido policial encontrou os desafetos de Hélio na praça principal da pequena cidade em que moravam e, identificando-se como policial militar, embora não vestisse, na ocasião, farda da corporação, abordou-os, determinando que se encostassem na parede com as mãos para o alto e, com o auxílio de Hélio, algemou-os enquanto procedia à busca pessoal. Nada tendo sido encontrado em poder de Beto e Flávio, ambos foram liberados. Nessa situação, Hélio praticou, em concurso de agente, com o policial militar Fernando, crime de abuso de autoridade.
Agente público de férias, licença, folga etc. pode responder por abuso?
As férias e licença não desligam os vínculos jurídicos entre o agente público e o Estado. A autoridade pode responder, desde que se valha do cargo (STJ, REsp 782.834-MA, 20/3/2007).
O agente público aposentado pode cometer crime de abuso de autoridade?
Não. Para ser sujeito ativo o agente público precisa manter vínculo com o Estado. Caso contrário, não poderá figurar como sujeito ativo do crime de abuso de autoridade. 
 
Quem julga o militar por crime de abuso de autoridade?
Trata-se de crime militar por extensão (CPM, art. 9o, II). Será julgado pela Justiça Militar da União (se das FAA) ou Estadual/DF (se policial militar ou bombeiro militar).
Obs.: As Súmulas 172 e 90 do STJ perderam a aplicabilidade:
Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. (Súmula nº 172/STJ).
Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele (Súmula 90/STJ).
(QPP 2020) Compete à Justiça Comum processar e julgar miliar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.[footnoteRef:7] [7: Errado. Teor da da Súmula 172 do STJ, que restou superada. ] 
CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º  Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.      
§ 1º  Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º  A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
A Defensoria Pública pode exercer a ação privada subsidiária da pública?
No caso da vítima pobre, cabe à Defensoria Pública promover a ação penal privada subsidiária da pública (LC n.80/94)
CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Seção I
Dos Efeitos da Condenação
Art. 4º  São efeitos da condenação:
O que são efeitos extrapenais da condenação?
São consequências que ocorrem com o trânsito em julgado da sentença condenatória, que podem ser de natureza civil (ex.: obrigação de indenizar), administrativa (ex.: inabilitação para exercício de cargo) etc. 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
São dos efeitos neste inciso:
a) Obrigação automática de indenização: a sentença condenatória é título executivo judicial, conforme o CPC (art. 515, VI);
b) Fixação do valor mínimo de reparação: trata-se de efeito não automático, já previsto no CPP, art. 387, IV.
Obs.: o CPP não exige para tal fixação de pedido do ofendido, mas o STJ tem julgados no sentido de que deve haver sim tal pedido na denúncia ou queixa, em respeito ao princípio da ampla defesa (STJ,AgRg no AREsp n. 389234-DF). No mesmo sentido, a Súmula 131 do TRF4. 
(QPP 2020) No crime de abuso de autoridade, trata-se de efeito automático a fixação pelo juiz do valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração.[footnoteRef:8] [8: Item errado.] 
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.
Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos
Art. 5º  As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III - (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
	Inabilitação
	Perda
	Suspensão
	Perde o atual e fica sem poder exercer outros. 
Obs.: excepcionalmente, pode haver inabilitação sem perda do cargo (ex.: o sujeito foi exonerado antes do trânsito).
	Perde o atual.
	Suspende temporariamente o exercício e remuneração 
	Prazo: 1 a 5 anos
	Não tem prazo
	Prazo de 1 a 6 meses
	Não automático
	Não automático
	Não automático
	Natureza: efeito extrapenal da condenação
	Natureza: efeito extrapenal da condenação
	Natureza: pena restritiva de direito
(QPP 2020) No crime de abuso de autoridade, a pena de inabilitação do exercício de cargo, mandato ou função terá o prazo de 1 a 6 meses.[footnoteRef:9] [9: Errado. Não se trata de pena, mas de efeito da condenação. ] 
CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
 
Art. 6º  As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Art. 7º  As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º  Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Independência relativa das instâncias
Regra: as instâncias são independentes.
Exceções:
a) Reconhecimento da (in)existência do fato;
b) Negativas ou afirmativa de autoria
c) Absolvição por excludente de ilicitude
Obs.: o reconhecimento da excludente da ilicitude não afasta a responsabilidade objetiva do Estado em indenizar (STJ, REsp n. 686486-RJ).
Obs.: nos Estatutos Militares há regras que afastam a pena disciplinar quando há absolvição no criminal. Isso não é importante, a não ser que esteja estudando para uma carreira militar específica, devendo o aluno verificar o respectivo Estatuto.
(QPP 2020) José, policial federal, estando em serviço, matou Paulo em legítima defesa. Pode o Estado ser demandado em razão do dano causado (homicídio) a pagar indenização a herdeiro da vítima.[footnoteRef:10] [10: Correto. Neste sentido, STJ – Resp n. 884198-RO.] 
(QPP 2020) José foi absolvido por crime de abuso de autoridade por ausência de provas. Neste caso, a absolvição afasta a possibilidade de ressarcimento à vítima.[footnoteRef:11] [11: Falso.] 
(QPP 2020) José foi absolvido por abuso de autoridade por falta de tipicidade penal. Neste caso, não poderá José ser punido administrativamente.[footnoteRef:12] [12: Falso.] 
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
Deve a Administração aguardar o desfecho do processo penal para aplicar a sanção administrativa?
Não. Apurada a falta funcional, pelos meios adequados (processo administrativo, sindicância ou meio sumário, dependendo da gravidade da sanção), o servidor fica sujeito, desde logo, à penalidade administrativa correspondente.
A responsabilidade do agente público na esfera civil é objetiva ou subjetiva?
A responsabilidade do Estado é objetiva, que pode agir regressivamente contra o agente, devendo-se demonstrar dolo ou culpa no dano.
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 9º  Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais:      
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
O sujeito ativo deste crime é apenas o Juiz?
O entendimento é de que o termo “decretar” teria sido no sentido de “determinar”. Provavelmente, a jurisprudência vai dar esse sentido amplo para o termo, ampliando os sujeitos ativos. 
(QPP 2020) Juiz, por mero capricho, decreta a prisão de depositário infiel. Neste caso, não há que se falar em crime de abuso, tendo em vista que o art. 9o da Lei de Abuso de Autoridade pune a decretação ilegal de medidas de privação de liberdade de natureza penal e processual penal.[footnoteRef:13] [13: Falso. ] 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’
Qual seria esse “prazo razoável” quando a decisão não ocorre em audiência de custódia?
1a Posição: um dia como no despacho de mero expediente (CPP, art. 800, III)
2a Posição: cinco dias como decisão interlocutória (CPP, art. 800, II)
3a Posição: 48 horas, mesmo prazo para o juiz conceder a fiança (CPP, art. 322, parágrafo único)[footnoteRef:14]. [14: Esta é majoritária, por enquanto. ] 
4a Posição: trata-se de conceito aberto que deverá ser analisado com base nas peculiaridades do caso concreto.
Art. 10.  Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
a) Condução de testemunha: CPP, Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.
b) Condução de investigado/réu: Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório[footnoteRef:15], reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que lhe for aplicável. [15: STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906).
] 
Qual a providência que deve adotar a autoridade policial quando, no curso do inquérito, desejar ouvir uma testemunha/investigado, mas este, após intimado se nega a comparecer?
1a Posição
Deve a autoridade policial representar ao juiz competente, demonstrando o periculum in mora e o fumus boni iuris, a fim de que o juiz conceda a medida cautelar satisfativa preparatória da ação penal. Porém, jamais realizar manu militare a referida condução coercitiva. (RANGEL, 2009. p. 148)
No mesmo sentido, defende NUCCI que, por se tratar de modalidade de prisão cautelar somente o juiz pode decretá-la.
2a Posição
Precedente do STF: Assentou-se que a própria Constituição asseguraria, em seu art. 144, § 4º, às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais. O art. 6º, II a VI, do CPP, por sua vez, estabeleceria as providências a serem tomadas pelas autoridades referidas quando tivessem conhecimentoda ocorrência de um delito. Assim, asseverou-se ser possível à polícia, autonomamente, buscar a elucidação de crime, sobretudo nas circunstâncias descritas. Enfatizou-se, ainda, que os agentes policiais, sob o comando de autoridade competente (CPP, art. 4º), possuiriam legitimidade para tomar todas as providências necessárias, incluindo-se aí a condução de pessoas para prestar esclarecimentos, resguardadas as garantias legais e constitucionais dos conduzidos. Observou-se que seria desnecessária a invocação da teoria dos poderes implícitos. (STF, HC 107644/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.9.2011. (HC-107644)
Art. 12.  Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Qual o prazo legal para a comunicação da prisão?
· 24 horas, que é o prazo de envio do IP e de emissão da nota de culpa (CPP, art. 306, §1o e §2o).
(QPP 2020) Autoridade que deixa de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária dentro do prazo legal, poderá responder por crime de abuso. Na falta de prazo estabelecido pela lei, a doutrina ensina que deverá o juiz avaliar a demora na comunicação em cada caso.[footnoteRef:16] [16: Falso.] 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem:
I - deixa de comunicar, imediatamente (24 horas), a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II - deixa de comunicar, imediatamente (no primeiro momento possível), a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
	Prazo de comunicação da prisão em flagrante
	Prazo de comunicação da prisão temporária/preventiva
	Comunicação de qualquer prisão à família ou pessoa indicada
	Execução de alvará de soltura e promoção de soltura, vencido o prazo da prisão 
	24 horas
	24 horas
	Imediatamente 
	Sanches e Greco: imediatamente no alvará e imediatamente no caso do vencimento do prazo. 
Art. 13.  Constranger (forçar/obrigar) o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência (ex.: ministrando drogas ou submetendo a privação de sono etc.), a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:     
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
	Lei de Abuso de Autoridade
	Lei de Tortura
	Art. 13.  Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
(...)
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro
	Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a conduta da autoridade que divulga imagens de suspeito de estupro, com a finalidade de receber denúncias de crimes sexuais possivelmente praticados pelo agente. [footnoteRef:17] [17: Item errado.] 
Art. 15.  Constranger (forçar/obrigar) a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
· CPP, Art. 207.  São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
· Exemplos de vedações:
· Médicos (Resolução CFM Nº 2.217/2018
· Jornalistas (CF, art. 5o, XIV)
· Religiosos
· Advogados (art. 7o, XIX, EOAB)
· Deputados e Senadores (art. 53, §6o, CF)
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:       
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a conduta da autoridade que decide persistir com perguntas durante o interrogatório, após o investigado ter dito que reversará o direito ao silêncio. No entanto, deve o interrogado mencionar esse direito a cada pergunta para que todas fiquem consignadas.[footnoteRef:18] [18: Errado.] 
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a conduta de autoridade que decide prosseguir com interrogatório, após a testemunha ter invocado o direito ao silêncio.[footnoteRef:19] [19: Errado. ] 
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
A presença do advogado é obrigatória no interrogatório policial?
Segundo posição amplamente majoritária, não. Mas, em respeito à redação da nova lei de abuso, passará a ser quando o interrogado optar por ser assistido neste ato. Lembramos que o interrogatório é também um momento para o suspeito apresentar sua versão dos fatos e se “defender”[footnoteRef:20] das imputações. [20: Coloco a palavra entre aspas porque não existe propriamente defesa no IP. ] 
Entendo que, assim, deve o delegado parar o ato e consignar o fato no auto de interrogatório.
Art. 16.  Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
· Previsão constitucional: art. 5o, LXIV
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a conduta de policiais militares realizando trabalho velado que prende pessoa em flagrante, fazendo-o acreditar de que se tratam de policiais civis.[footnoteRef:21] [21: Correto. ] 
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a conduta de particular que finge ser servidor público em ato de prisão em flagrante.[footnoteRef:22] [22: Errado. Em tese, art. 45 e/ou 46 da Lei de Contravenções. ] 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 18.  Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
O que é repouso noturno?
1a Posição: sinônimo de noite (doutrina tradicional)
2a Posição: dia é período de 6 às 20 horas (CPC, art. 212)
3a Posição: noite é período entre 21 e 5 horas (Lei de Abuso, art. 22, §1o, III).
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a realização de interrogatório policial de indiciado durante repouso noturno.[footnoteRef:23] [23: Errado. Deve ser preso. ] 
Art. 19.  Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20.  Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:         
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
(QPP 2020) O ato de impedir, sem justa causa, a entrevista pessoale reservada do preso com seu advogado não se aplica na fase policial. [footnoteRef:24] [24: Falso.] 
(QPP 2020) Policiais militares que realizam prisão em flagrante em local público, tem o dever de permitir que o suspeito tenha entrevista pessoal e reservada com advogado, que rapidamente chegou ao local, mesmo que haja risco de fuga, pois o direito constitucional inafastável.[footnoteRef:25] [25: Falso. ] 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
(QPP 2020) Não configura abuso de autoridade quem impede o réu de comunicar-se com seu advogado, caso o interrogado esteja sob o regime disciplinar diferenciado.[footnoteRef:26] [26: Falso.] 
LEP (RDD)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:   (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 21.  Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade a manutenção de presos de ambos os sexos no mesmo conjunto arquitetônico.[footnoteRef:27] [27: Falso.] 
· LEP, art. 82, § 2o – O mesmo conjunto arquitetônico poderá obrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que devidamente isolados. 
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
(QPP 2020) Pode configurar abuso de autoridade manter adolescente infrator internado em cela de cadeia pública.[footnoteRef:28] [28: Item correto. ] 
Art. 22.  Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(QPP 2020) Policiais invadem, fora das condições legais, terreno particular que não é murado, nem delimitado por cercas ou por qualquer outro obstáculo ao livre acesso de pessoas, lá realizando busca pessoal em suspeito. Neste caso, como o local é acessível ao público, não há que se falar em abuso de autoridade.[footnoteRef:29] [29: Item errado.] 
§ 1º  Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º  Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
(QPP 2020) A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial.[footnoteRef:30] [30: Correto.] 
· A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).
· A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial.
STJ. 6ª Turma. RHC 83501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018 (Info 623).
Art. 23.  Inovar (altera/muda) artificiosamente (com artifício, esperteza, ardil), no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
	Fraude Processual CP
	Fraude Processual Lei de Abuso
	Fraude Processual Estatuto do Desarmamento
	Fraude Processual no CTB
	Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
	Art. 23 - Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
	Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
	Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24.  Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 25.  Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quemfaz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
· CPP, Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.                    (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o  São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.                  (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o  Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.             (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 27.  Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
(QPP 2020) Comete crime de abuso de autoridade o delegado que instaura inquérito policial contra pessoa que sabe ser inocente. [footnoteRef:31] [31: Item correto. Neste caso, trata-se de crime do art. 30 desta Lei.] 
Art. 28.  Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Atenção! Lei 9.296/96
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.        (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(QPP 2020) Na nova lei de abuso, o crime de divulgar gravação pune a conduta do agente público que, por exemplo, divulga trecho de interceptação telefônica com a finalidade de obter elementos sobre o que foi divulgado. [footnoteRef:32] [32: Item falso.] 
Art. 29.  Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 30.  Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:        (Promulgação partes vetadas) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Atenção!
Denunciação caluniosa do CP
        Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 31.  Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
(QPP 2020) Por ser tratar de modalidade cautelar sem prazo legal expresso, não há que se falar em abuso de autoridade na conduta de quem estende a constrição cautelar sem justificativa.[footnoteRef:33] [33: Item falso. ] 
Art. 32.  (VETADO).   
Art. 32.  Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:        (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
· Obs.: é direito do advogado: Art. 7o, XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos;             (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019)
· Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Atenção: EOAB!
Art. 7º-B  Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:      (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.    (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
Art. 7º São direitos do advogado:
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008)
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar;         (Vide ADIN 1.127-8)
Art. 33.  Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
(QPP 2020) A conduta conhecida por “carteirada” pode ser considerada abuso de autoridade.[footnoteRef:34] [34: Item correto.] 
Art. 36.  Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37.  Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38.  (VETADO).  
Art. 38.  Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:        (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
30
http://www.vouserdelegado.com.br/

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