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Abuso de Autoridade

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Crimes de ABUSO DE AUTORIDADE – Lei nº 4898/65 - Prof. GILBERTO THUMS -
ABUSO DE AUTORIDADE – Lei nº 4898/65
A Lei nº 4898 criminaliza as condutas realizadas com ABUSO DE PODER. Quando as autoridades violarem direitos e garantias fundamentais assegurados aos cidadãos, as autoridades responsáveis, responderão criminalmente por abuso de autoridade, além de outros crimes tipificados em leis especiais ou no Código Penal.
Sujeito ativo dos crimes da Lei nº 4898: qualquer func. Público – art. 5º -.o conceito é muito amplo, pode ser qualquer funcionário público. Todavia, um agente de portaria, que coloca crachá não é autoridade. Só o FP com poder de polícia administrativa, com poder de decisão, de subordinar ou de se fazer obedecer, no exercício da função, é que pode ser o autor desses crimes. O crime visa a punir o excesso de poder.[1: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.]
O abuso pode ser praticado fora do exercício funcional, desde que pratique o ato arbitrário, abusivo, invocando a autoridade de que é investido (ex. Juízes ou Promotores, Delegados), dando carteiraço e praticando atos não relativos à função, mas invocando seu cargo para praticar a arbitrariedade.
	- Ex. policial militar em trajes civis, trabalhando em danceteria. Caso ocorra um problema e agente invocar sua condição de policial, praticando atos abusivos, comete abuso de autoridade STF HC 59.676.
STJ: <span style=FONT-WEIGHT: normal; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; mso-bidi-font-weight: bold>O Tribunal a quo concluiu que o ora recorrente, delegado de Polícia, passou à frente do ora interessado, que se encontrava na fila de um banco. Começaram então a discutir e, no ápice do desentendimento, o delegado deu voz de prisão ao interessado por desacato à autoridade, recolheu-o à delegacia onde se lavrou o auto de prisão em flagrante e, para ser posto em liberdade, foi preciso pagar fiança. Concluiu-se que a conduta não se enquadra no tipo do art. 331 do Código Penal, pois o desentendimento não se deu em razão da função de delegado, mas porque alguém passou à frente de todos na fila. Entendeu-se, ainda, após reconhecer a responsabilidade do Estado pela prisão ilegal, julgar procedente a denunciação à lide, pois a conduta não se enquadra na função de delegado no momento do evento, consistindo em verdadeiro abuso de autoridade. O litisdenunciado, ora recorrente, agiu como agente público ao mobilizar o aparato estatal e efetuar a prisão ilegal. Logo há responsabilidade civil do Estado e, em razão do abuso, cabe ressarcir o Estado pelos valores despendidos com a reparação dos danos morais. A Turma não conheceu do recurso. </span><span style=FONT-FAMILY: 'Times New Roman'>REsp 782.834-MA, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20/3/2007.</span>
- O particular pode concorrer com o crime de abuso de autoridade, tendo consciência da qualidade do func.público de quem está executando o abuso.
- Funcionário subalterno sem poderes de autoridade (pode ser co-autor): tem o dever de conhecer a CF e as leis. Ex. Delegado manda inspetor invadir casa de forma ilegal. Ambos respondem por abuso de autoridade.
Sujeito passivo: 1. imediato o Estado, porque o é o garantidor dos direitos fundamentais; 
 2. mediato o cidadão, titular de direito, ou garantia violado.
## SE A VÍTIMA for criança/adolescente, aplica-se primeiramente as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, se não tiver previsão nesta estatuto (art. 230, 231, 232), porque a Lei nº 8069 é especial, também, e mais recente. Caso a conduta não tenha previsão no Estatuto da Criança e do Adolescente, então pode ser aplicada a Lei nº 4898.
Objetividade jurídica: exigência de que a Adm. Pública execute suas tarefas dentro da legalidade; proteção das garantias individuais da CF. 
Os crimes de abuso de autoridade são crimes formais, não exigem resultado, se ocorrer algum resultado, haverá concurso de crimes.
- Princípio da ESPECIALIDADE, conforme art. 12 do CP.
 - A lei 9455 – tortura - tem implícito o abuso de autoridade, vale a lei mais nova e específica, inclusive contém tipos penais mais graves. A tortura ‘absorve’ o abuso de autoridade se praticada no mesmo contexto. É possível, todavia, haver concurso entre abuso e tortura, desde que haja intervalo temporal significativo entre as condutas, indicando que não se trata de desígnio específico de tortura. Exemplificando: O Delegado de Polícia manda prender suspeito, sem mandado e sem estar em flagrante – arbitrariamente – comete o crime do art. 4º, letra ‘a’, da Lei nº 4898. Mais tarde, nas dependências de delegacia, percebendo que o suspeito não fornece qualquer pista sobre o crime que está a investigar, resolve submetê-lo a tortura com o fim de obter confissão, neste momento comete o crime do art. 1º, inc. I, letra ‘a’, da Lei nº 9455. Portanto, haverá concurso material e crimes.
	
Elemento subjetivo: dolo – o agente não visa à defesa social, age com capricho, vingança, truculência, etc. tem plena ciência de que está realizando arbitrariedade, violando direitos da pessoa humana. Sabe que está violando as leis e está agindo al´me dos poderes legais que lhe foram conferidos em razão da função. São crimes dolosos não admitem culpa nem a forma tentada.
- crimes admitem participação, inclusive por omissão.
# CONCURSO DE CRIMES:
Alguns crimes absorvem o abuso de autoridade se praticados no mesmo contexto histórico, como por exemplo: homicídio, tortura. Mas, se ficar evidenciado o desígnio de violar garantias constitucionais além de lesar outros bens jurídicos, tem-se um concurso material de crimes. Neste sentido, ver as súmulas 90 e 172 do STJ.
Há vários entendimentos acerca do tema. Predomina o do concurso material entre os tipos penais – que afirma a autonomia dos preceitos penais em comento, Lima da Fonseca é adepto desta posição, dizendo caber absorção apenas no caso de contravenção de vias de fato (art. 21).[2: “Em defesa da corrente acerca da aplicação de concurso material, uma vez que, realmente causa algum estupor o fato de o agente ser condenado por dois crimes com apenas uma conduta (concurso material), Paulo Lúcio Nogueira diz que o abuso de autoridade é ‘figura autônoma’, não podendo ser excluída outra infração mais grave, que for praticada simultaneamente, como a lesão ou o homicídio.“Parece-nos que, exatamente pelo acima exposto, não se pode concordar com a orientação de que o crime de abuso fica absorvido pelo crime de lesões (corrente 4, supra), porque duas ordens juridicamente protegidas restaram feridas: uma, a órbita de garantia expressa na Constituição, relativa a cada cidadão, de a Administração Pública não permitir que seus agentes se utilizem da violência contra o administrado, uma esfera pública; outra, pelo atingimento do corpo da pessoa, que o Estado deve assegurar incólume, ferimento a direito da personalidade, esfera privada, portanto. Assim, a regra do concurso material parece-nos a mais consentânea, no caso, com o tipo de proteção penal.“É diverso o caso das vias de fato, porque presente aquilo que Nélson Hungria denominou de crime-anão. Não existe, na hipótese de vias de fato, ferimento ao corpo, e sim um atentado, assim como já fala o art. 3.ª, “i”, ora comentado. As vias de fato por si só já atentam contra a incolumidade física do cidadão. Daí que o Promotor de Justiça não pode denunciar uma autoridade por essa contravenção, e sim pela Lei do Abuso, uma vez que aquela fica absorvida por esta, não havendo qualquer espécie de concurso”FONSECA, Antonio Cezar Lima da. Abuso de Autoridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997. p.78-79. ]
A doutrina de Passos de Freitas corrobora esse entendimento:[3: “Realmente, o crime de abuso tem como objetivo resguardar os direitos constitucionais integrantes da cidadania, contra desmandos da autoridade ou seus agentes, finalidade diversa do tipo previsto no art. 129 doCP. De conseqüência, se além do crime de abuso de autoridade é cometido outro crime, de aplicar-se a regra da cumulação de penas (CP, art. 69)”.FREITAS, Gilberto Passos de, e FREITAS, Vladimir Passos de. Abuso de Autoridade. São Paulo: RT, 1999. 8.ª ed. Revista e ampliada de acordo com a CF de 1988. p.56.]
No STJ há entendimento pela possibilidade de concurso de crimes entre a lei do abuso e os crimes contra a honra.[4: PENAL. RECURSO ESPECIAL. DIFAMAÇÃO E INJÚRIA. ABUSO DE AUTORIDADE. CONDUTA PRATICADA POR JUIZ EM AUDIÊNCIA. POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE CRIMES.A Lei 4.898/65 não pode ser tida como especial em relação aos tipos do Código Penal de difamação e injúria (arts. 139 e 140), porquanto o seu texto não recepcionou todos os casos de agressão à honra das pessoas. O Juiz, na condução da causa, pode praticar tanto abuso de autoridade quanto crime contra a honra, já que no ambiente processual transitam vários sujeitos (partes, testemunhas, advogados, serventuários) e a conduta pode atingi-los de forma intencional diversa, ou seja, a objetividade jurídica da ação pode ser enquadrada em mais de um tipo penal.Recurso conhecido em parte e, nessa parte, provido para, afastada a ilegitimidade do querelante-recorrente, determinar o recebimento da queixa-crime pela difamação e seu julgamento na forma que bem entender o juízo competente, decretando-se, de ofício, a prescrição da ação quanto ao crime de injúria. (RESP 684532 / DF ; RECURSO ESPECIAL 2004/0121652-0 Relator(a) Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA (1106) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 08/03/2005 Data da Publicação/Fonte DJ 14.03.2005 p. 421).]
# discussão sobre os arts. 322 e 350 do Código Penal concurso aparente de normas:
- jurisprudência se divide, mas predomina o entendimento da revogação do art. 322. Fragoso, Mirabete, Vladimir P. Freitas. o STF entendeu até 1986, não há julgados depois desta data, que o art. 322 tem vigência parcial, para as hipóteses de violência moral, sem emprego de ‘vis absoluta’, isto é, não tocar fisicamente a vítima, apenas utilizando-se de ameaças (RT 449/504) TJ-SP idem, RT 511/332. não há nenhum julgado no STJ a respeito e a doutrina majoritariamente entende revogado o art. 322. Quanto ao art. 350, a Lei nº 4898 só revogou o “caput” e o inciso III, redação = ao art. 4º, a, b, Vladimir, P. Freitas.
 - Os incisos I e II do art. 350 do CP, são apenas explicação do caput.
 - Já o inciso IV continua em vigor, em face de sua generalidade e abrangência Vladimir P. Freitas.
# TIPOS PENAIS EM ESPÉCIE
- art. 3º apresenta condutas genéricas, e não admitem tentativa.
 CONSTITUI ABUSO DE AUTORIDADE, QUALQUER ATENTADO À:
- a) liberdade de locomoção é um atentado ao direito constitucional de ir, vir ou de ficar. Não se trata de prisão ilegal, porque esta hipótese tem previsão expressa no art. 4º, letra ‘a’. São condutas que violam o direito da pessoa à livre locomoção. 
 
Exemplos: conduzir alguém à delegacia para averiguação, recolher “aos costumes”, “convite para obrigar a acompanhar policiais”, “ficar detido” em repartição policial, condução coercitiva ilegal. Chá de banco de várias horas para seu ouvido como suspeito de um crime, sem direito de ausentar-se do local e ficar à disposição da autoridade, sem hora marcada e sem previsão de início ou térmico do procedimento policial. A vítima está ‘detida’ e não presa. Por isso não se deve confundir com o art. 4º, letra ‘a’ – que trata de prisão ilegal, em que o indivíduo foi algemado, recebeu voz de prisão.
 Na hipótese de recolher pessoas para ‘check up’ em delegacia. A pessoa não está presa, mas detida ilegalmente, o que configura o crime da letra ‘a’ do art. 3º.
 
 busca pessoal: será o crime do art. 3º letra ‘a’, se não houver fundada suspeita, conforme dispõe o art. 240, § 2º do CPP, do contrário, pode ser considerado ato abusivo. Revistar uma pessoa ou seu veículo, por mero capricho, sem nenhuma justificativa, apenas para sacanear o indivíduo, configura o crime da letra ‘a’. As barreiras policiais, com finalidade preventiva de combate ao crime, como tráfico de drogas, armas, contrabando, etc, está plenamente justificada, porque não representa ato individual de violar direitos fundamentais das pessoas, mas conduta que é dirigida a todos, indistintamente, com o objetivo de segurança pública.
	
 no caso de identificação criminal, ver os requisitos exigidos pela Lei nº 12037/2009, art. 3º. Haverá abuso de autoridade se a hipótese de identificação criminal for abusiva, pode tipificar o art. 3º, letra ‘a’ ou art. 4º letra ‘b’ se o propósito era de expor a vexame a pessoa com a identificação criminal.
Art. 5º, II, da CF - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim, todas as condutas arbitrárias, praticadas por autoridades, e que violarem este direito fundamental, constituem abuso de autoridade.
- art. 3º, b) inviolabilidade do domicílio: art. 5º, XI, CF: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Não se aplica o conceito do Código Civil sobre domicílio/residência. Deve-se observar o conceito da expressão casa, previsto no art. art. 150, § 4º, Código Penal. Abrange as dependências, inclusive quintal cercado. Também abrange escritório (gabinete), consultório, oficina onde profissional exerce atividade regulamentada (ex. optometrista). Resumo: considera-se casa todo o compartimento habitado em que há vida privada. Quarto de hotel, motel, etc., barraca de lona, desde que ocupada para repouso (preservação da intimidade e da privacidade). Não pode ser local aberto ou acessível ao público ou habitação coletiva, nem depósitos de material, empresas, salvo as salas de direção, presidência.
 - exemplos de abuso:
 - busca e apreensão em residência sem mandado.
- invadir casa a procura de suspeitos, sem mandado.
- não é crime se a casa for invadida em situação de FLAGRANTE. Observar as hipóteses de crime permanente (caso de depósito de drogas, armas, etc).
- mandado de prisão contra toda uma vila, sem identificar morador ou o número da casa. Algumas autoridades distinguem casa de barraco, ou casebre. É abusivo.
-Casa com ‘puxadinho’ onde funciona bar, etc, separado apenas por uma cortina. O limite entre a privacidade e a área acessível ao público é a cortina. Se passar da cortina e entrar na casa, sem mandado, haverá crime de abuso de autoridade.
 em caso de perseguição policial, ver o art. 293 do CPP.
 quando o agente tem por objetivo praticar outro crime, mais grave, a violação fica absorvida, por tratar-se de crime-meio. Ex. Invadir uma casa e prender ilegalmente um indivíduo com o fim de tortura-lo na repartição policial. Se3rá somente o crime de tortura.
- CONFLITO de normas: 150 § 2º, do Código Penal com a letra b do art. 3º. Prevalece o tipo da lei 4898 pelo princípio da especialidade.
 
- c) sigilo da correspondência
Há entendimentos que abrange qualquer forma de correspondência (telegráfica, telefônica, telemática, (ex. e-mail)
A rigidez da regra deve ser relativizada por se tratar de lei de 1965:
-Nos presídios, podem ser abertas as correspondências dos presos pelo Diretor da penitenciária em homenagem à segurança, do contrário, admitir-se-ia que envelopes de correspondência fossem utilizados para traficar drogas, serras de ferro, armas, etc.; Não há regra legal escrita nesse sentido, mas a doutrina Vladimir, Mirabete, e o STF (RT 709/418) admitem que a segurança da penitenciária, bem como o impedimento da realização de crime a ser cometido pelo preso, autoriza a violação. Haveria ausência de dolo de violar direitos. É questão de bom senso.
NÃO CONFUNDIR a letra ‘c’ do art. 3º com a Lei nº 9296/96 – que trata de interceptação telefônica, telemática há tipo penal próprio no art. 10, com pena bemmais grave, quando feita sem autorização judicial. No caso, os ‘arapongas’ que grampeiam telefones para escutas ilegais, cometem o crime do art. 10 da Lei nº 9296, e a prova obtida é ilícita.
 d) consciência e crença questão puramente psicológica e individual, escapa do legislador, porque AINDA não é acessível a ninguém o pensamento de alguém pela autoridade. Muito menos será possível adivinhar a crença de alguém.
Cuidado com os crimes de preconceito. É possível que a autoridade incorra na Lei nº 7716, que trata do racismo e existe previsão expressa sobre o preconceito ou discriminação por motivo de crença. É outro crime, e não abuso de autoridade. 
Também é possível que a conduta da autoridade tenha tipificação na Lei nº 9455, que trata dos crimes de tortura. Uma das hipóteses é por motivo de preconceito religioso (art. 1º, I, c, da Lei nº 9455).
- e) livre exercício de culto religioso
 O CULTO religioso é um ato celebrado conforme RITUAL da religião. Pode ser qualquer religião, inclusive trabalhos de macumba ou rituais para tirar dinheiro de pobres em cultos religiosos. Se o culto religioso ofender regras legais pode haver crime. Ex; maus tratos a animais Lei nº 9605. Deve-se distinguir o simples ato de matar animais em culto religioso com a crueldade ou maus tratos. O que é criminalizado pela Lei nº 9605 são os atos de crueldade, que causam sofrimento do animal. O culto religioso também não pode ofender a moral pública ou causar desordem. Cabe à autoridade coibir. Exemplo: Culto realizado com poluição sonora em horário de silêncio é passível de interferência da autoridade.
- f) liberdade de associação desde que para fins lícitos
 - CF proíbe a associação de caráter paramilitar, 5º, XVII
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
 - Código Penal proíbe a associação para cometer crimes: tráfico de drogas, associação criminosa, organização criminosa, etc. Se o agente estiver cometendo crime ao se associar, evidentemente que a autoridade deve interferir e prender.
-g) direitos e garantias ao exercício do voto
trata-se de atentado ao direito do voto por autoridade pública. Ex. Coagir pessoa a votar em alguém sob ameaça de demissão. Prender pessoa para que não vote em determinado candidato, adversário político, quando a prisão sofrer restrições: Exemplo: o art. 236 do Código Eleitoral determina que 5 dias antes e 48h após encerrada a votação só cabe flagrante e prisão decorrente de sentença condenatória. Não cabe provisória. Deve ter MOTIVAÇÃO eleitoral para caracterizar o crime da lei 4898.
Ver Código Eleitoral lei 4737, que é lei especial
Constitui crime eleitoral:
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236: 
        Pena - Reclusão até quatro anos.
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
        Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
        Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada
Entendo que a lei eleitoral deve prevalecer sobre a Lei nº 4898 em face do princípio da especialidade, mas há entendimento diverso, inclusive julgados.
- h) direito de reunião 
As pessoas podem reunir-se livremente, desde que não seja para a prática de crimes. Assim, passeatas, protestos, etc. só pode sofrer restrições se tiver por objetivo a prática de atos ilegais. Ex. interditar rodovia para protestar por falta de segurança. Sua desobstrução só será possível por mandado judicial.
Infelizmente os constitucionalistas brasileiros não admitem a relativização deste direito. Assim, se as pessoas que estão protestando, interditam uma rodovia e não deixarem passar ambulância com pessoa gravemente doente, nada pode ser feito. É a supremacia dos direitos fundamentais sem relativização. Eu estou fora deste entendimento. Lamento.
Art. 5º, inc. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
-i) incolumidade física do indivíduo
Consiste em agressão física sem causar lesões corporais. São vias de fato, tais como socos, pontapés, tapas, empurrões, agressões físicas sem lesão, praticadas arbitrariamente. Ex: bofetada, soco, etc. MAS também pode haver lesão grave e até morte. No caso, haverá concurso material de crimes (STJ) súmulas 90, 172 se envolver PM - cisão dos processos 
 distinguir a violência necessária para uso da força: estrito cumprimento do dever legal do crime de abuso de autoridade. Assim, se um indivíduo for preso e resistir com violência, está autorizado o emprego da força necessária para dominá-lo. Se, após algemado, a autoridade aplicar golpes desnecessários contra a pessoa já dominada e produzir lesões corporais, haverá o crime de lesão corporal – art. 129 do Código Penal, porque o emprego da força para dominar era necessário, porém as agressões posteriores foram produzidas arbitrariamente com dolo de ofender a integridade física da pessoa.
### Concurso com crime de tortura se, após prisão ilegal, a vítima é submetida à tortura com o objetivo de obter informações ou confissão, haverá concurso material da Lei nº 4898 (prisão ilegal) + Lei nº 9455.
- j) direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional
 
Trata-se de proteger o exercício de profissões regulmentadas. Assim, o profissional possui direitos assegurados por lei e a autoridade viola esses direitos.
A hipótese mais comum é o exercício da advocacia.
 caso de advocacia, mas alcança todas as profissões regulamentadas…
É norma penal em branco, uma vez que a lei deve assegurar o direito violado pela autoridade. Ex: advogado tem suas prerrogativas asseguradas no Estatuto da OAB (ver art. 7º da Lei nº 8906).
 dificuldades para atuar no inquérito policial, como por exemplo o acesso aos autos. Cabe mandado de segurança para garantir o direito de ter acesso. Por outro lado, se o juiz deferir o direito, está reconhecido que houve abuso de autoridade. SIGILO DO INQUÉRITO POLICIAL pode ser decretado pelo juiz. STJ (RMS 12.516-PR, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20/8/2002). Foram citados os seguintes precedentes do STF: HC 69.372-SP, DJ 7/5/1993, e do STJ: RHC 8.364-RJ, DJ 16/8/1999; HC 14.487-RS, DJ 4/6/2001; RHC 10.841-PR, DJ 3/9/2001, e RHC 11.124-RS, DJ 24/9/2001.)
Inquérito Policial e Direito de Vista
Constitui direito do investigado o acesso aos autos de inquérito policial ou de ação penal, ainda que tramitem sob “segredo de justiça” ou sob a rubrica de “sigilosos”. Com base nesse entendimento, a Turma superou o Enunciado 691 da Súmula do STF e deferiu habeas corpus para permitir que os pacientes, por intermédio de seus advogados, tenham acesso aos elementos coligidos no inquérito policial, que lhes digam respeito diretamente. Asseverou-se que a oponibilidade do sigilo ao defensor constituído tornaria sem efeito a garantia abrigada no art. 5º, LXIII, da CF, no qual assegurada ao indiciado a assistência técnica de advogado. Reportou-se, ademais, à orientação firmada pela Corte no HC 88190/RJ (DJU de 6.10.2006) nesse sentido, enfatizando-se que esse direito do causídico, passível de proteção por habeas corpus, limita-se ao acesso às informações relativas ao seu constituinte, não abrangendo aquelas referentes a terceiros eventualmente envolvidos. Outro precedente citado: HC 82354/PR (DJU de 24.9.2004). HC 94387/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.11.2008. (HC-94387)
Atualmente, a Lei nº 13245/2016, expressamente reconheceu o direito do advogado de acesso aos autos, inclusive em segredo de justiça, sob pena de crime de abuso de autoridade.
Lei nº 8096 – Estatuto daOAB - Art. 7º São direitos do advogado:
...
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)
...
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016).
- art. 4º, condutas específicas.
a) ordenar ou executar prisão ilegal (formal/material) ou com abuso de poder.
Trata-se de garantir o direito constitucional de liberdade previsto no art. 5º, inc. LXI a LXV da Constituição Federal. 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Assim, a prisão poderá ser ilegal do ponto de vista material – art. 302 do Código de Processo Penal, por não se tratar de situação de flagrante, – ou formal por não preencher as regras legais para a sua efetivação.
O art. 4º, letra ‘a’ absorve o tipo do art. 3º, letra ‘a’.
 - a prisão ordenada por Delegado de Polícia, ou por Promotor de Justiça (convites) são ilegais.
 - as prisões podem ser provisórias (enquanto não houver sentença definitiva) e definitivas, com condenação transitada em julgado.
 - prisões civis: pensão alimentícia, tem prazo máximo de 2 meses, porque não são de natureza penal, apenas tem o objetivo de compelir o devedor dos alimentos a fazer o pagamento da pensão. 
 - Prisões militares por transgressão da disciplina – É legal, desde que preenchidos as exigências da legislação militar.
 caracteriza o crime: todas as prisões ou detenções ilegais ORDENADAS ou EXECUTADAS. 
b) submeter pessoa presa a vexame ou constrangimento ilegal
Consiste na prática de atos de humilhação, aviltantes. Como por exemplo: obrigar o preso a mostrar o rosto para a imprensa; cuspir no preso; desfilar com o preso com os objetos do crime para mostra-lo à população, mandar rastejar, etc.
Se a vítima for criança ou adolescente, aplica-se o art. 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
(Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Também caracteriza o crime a uso abusivo de algemas – ver súmula vinculante do STF n 11.
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Fonte de Publicação DJe nº 157 de 22/08/2008, p. 1. DOU de 22/08/2008, p. 1. Legislação Constituição Federal de 1988, art. 1º, III; e art. 5º, III, X e XLIX. Código Penal de 1940, art. 350. Código de Processo Penal de 1941, art. 284. Código de Processo Penal Militar de 1969, art. 234, § 1º. Lei nº 4.898/1965, art. 4º, “a”.
c) deixar de comunicar imediatamente, ao juiz competente, a prisão de qualquer pessoa.
A disposição legal dá efetividade ao inciso LXII do art. Da Constituição Federal:
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
Ocorre que, na época em que a lei foi editada, a polícia podia mandar prender pessoas para investigação e ninguém ficava sabendo de seu paradeiro. A própria polícia escondia as pessoas para tortura e investigação e ninguém ficava sabendo. Com o advento da CF de 1988, o dispositivo em comento é mais do que necessário. Considerando que só o Juiz pode mandar prender ou então a pessoa deve estar em flagrante delito e para isto a polícia tem 24h para apresentar nota de culpa e lavrar a auto de prisão em flagrante, a audiência de custódia não afasta a norma penal em tela, porque antes mesmo da lavratura do auto de prisão, a autoridade policial tem o dever constitucional de comunicar imediatamente ao juiz a prisão efetuada. 
Não existe o prazo de 24 horas para comunicar ao juiz. Este prazo é para dar nota de culpa e lavrar o auto de prisão. A lei e a Constituição Federal dispões que é IMEDIATAMENTE, ou seja. Já. Quando a polícia apresenta algupem preso em flagrante ao delegado, após verificar a situação de flagrancia, o delegado determina a sua autuação e comunicará ao juiz imediatamente esta prisão.
Não avisar a família do preso, viola a Constituição Federal, mas não constitui crime na lei 4898. Salvo se for criança ou adolescente apreendida. Neste caso constitui o crime do art. 231 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
-d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ilegal que lhe seja comunicado.
Trata-se de dispositivo que tinha por objetivo obrigar os juízes observar a legalidade das prisões. Muitos eram coniventes com o regime militar. Considero o dispositivo inócuo na atualidade em face da existência de um estado democrático de direito que é garantido pelos magistrados. É indigno de ser juiz aquele que violar direitos fundamentais das pessoas. Não tenho conhecimento de caso nas últimas décadas.
Só se aplica aos casos de ilegalidade manifesta da prisão e na hipótese do juiz estar acobertando a autoridade policial ou prejudicando intencionalmente a pessoa presa. 
Se a pessoa apreendidafor criança ou adolescente, aplica-se o art. 234 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
-e) levar a prisão ou nela deter quem se propõe a pagar fiança nos casos previsto em lei.
Ver novo regramento do CPP, arts. 310 e 319 do CPP, modificados pela Lei nº 12.403/2011.
A fiança é uma garantia constitucional. 5º LXVI, mas constitui apenas uma das 9 medidas cautelares diversas da prisão preventiva. Assim, se alguém for preso em flagrante, deve observar o seguinte:
- fiança pelo DELEGADO só é cabível nos crimes cuja pena máxima é de até 4 anos.
- fiança pelo juiz só é fixada se não cabe prisão preventiva ou outra medida cautelar.
- fiança judicial está em desuso em razão da LIBERDADE PROVISÓRIA mediante outras medidas cautela diversas da prisão preventiva – art. 319 do Código de Processo Penal.
- ainda há os casos em que a pessoa que foi presa em flagrante se livra solta sem fiança, já na delegacia. São os casos de crimes de menor potencial ofensivo. A pena máxima no tipo penal é até 2 anos. Neste caso lavra-se um termo circunstanciado e não auto de prisão em flagrante. Lavrado o termo, a pessoa vai para casa, sem pagar nada a ninguém. Se o delegado resolver recolher a pessoa à cadeia, haverá o crime de abuso de autoridade. 
- no caso de crimes afiançáveis pelo delegado (pena até 4 anos) a pessoa presa for levada à cadeia porque não foi permitido o pagamento de fiança, ou nem foi arbitrada seu valor, haverá o crime de abuso de autoridade em tela.
-f) e g) – custas, emolumentos, ‘diárias de cárcere’.
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
- Após a edição da LEP (lei 7210/84) o sistema legal não mais prevê mais a possibilidade de cobrança de custas emolumentos e diárias de cárcere pelos condenados, logo os valores são INDEVIDOS. Assim, ou caracteriza CONCUSSÃO – art. 316 do CP -, por exigir vantagem indevida para soltar o preso, ou COBRA taxas indevidas e recolhe aos cofres públicos (art. 316, § 1º do Código Penal EXCESSO DE EXAÇÃO).
- Inaplicáveis, portanto, as disposições das letras f e g.
- h) ato lesivo à honra ou atentado ao patrimônio de pessoa natural ou jurídica, praticado com abuso ou desvio de poder.
O objetivo é fazer com que as autoridades respeitem a dignidade das pessoas. Tratar com respeito não significa bajulação nem deboche. Assim, o advogado trata o juiz com respeito e o mesmo faz o juiz em relação ao advogado. O indivíduo, ao ser abordado por policial, trata-o com respeito, mas o policial deve fazer o mesmo. [5: (...) A Lei 4.898/65 não pode ser tida como especial em relação aos tipos do Código Penal de difamação e injúria (arts. 139 e 140), porquanto o seu texto não recepcionou todos os casos de agressão à honra das pessoas. O Juiz, na condução da causa, pode praticar tanto abuso de autoridade quanto crime contra a honra, já que no ambiente processual transitam vários sujeitos (partes, testemunhas, advogados, serventuários) e a conduta pode atingi-los de forma intencional diversa, ou seja, a objetividade jurídica da ação pode ser enquadrada em mais de um tipo penal. Recurso conhecido em parte e, nessa parte, provido para, afastada a ilegitimidade do querelante-recorrente, determinar o recebimento da queixa-crime pela difamação e seu julgamento na forma que bem entender o juízo competente, decretando-se, de ofício, a prescrição da ação quanto ao crime de injúria. (REsp 684.532/DF, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 08/03/2005, DJ 14/03/2005, p. 421)]
É inadmissível, por exemplo, que um policial numa barreira, trate o motorista com agressividade, determinando que saia do veículo aos gritos e apontando arma para cabeça em procedimento de rotina, chamando-o de ‘vagabundo’, ‘marginal’. Ou, durante uma revista de rotina (busca pessoal) sem suspeita de estar abordando indivíduo perigoso, gritar palavras de baixo calão, ofendendo a dignidade ou o decoro da pessoa.
Pode ocorrer concurso de crimes de abuso de autoridade com crimes contra a honra, desde que o ato abusivo possa ser desdobrado. Foi o caso de um juiz que ofendeu o advogado durante audiência, chamando-o de imbecil, retardado, por fazer perguntas sem pertinência ao objeto da lide e ainda dizendo que deveria voltar aos bancos da faculdade para se instruir melhor.
- quanto ao atentado ao patrimônio, observa-se que não se trata de peculato, nem de furto ou apropriação indébita. Geralmente o atentado ao patrimônio consiste em causar danos no cumprimento de seu dever. Pode ser durante a realização de diligência, cumprimento de mandados ou menos de execução de prisão.
Exemplificando hipóteses: durante discussão com ciclista o policial apreende ilegalmente a bicicleta; Prefeito que determina despejo compulsório, arbitrário e violento, impedindo que a vítima continue a exercer comércio; Apreender veículo arbitrariamente, sem previsão legal e ausente qualquer infração às leis; causar dano durante busca domiciliar, destruindo coisas e apreendendo objetos não relacionados no mandado, por mero propósito de arbitrariedade, ou truculência.
-i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança.
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)
O objetivo neste tipo penal é garantir que as autoridades responsáveis pelo cerceamento de liberdade de alguém, observem o prazo máximo, sob pena de praticar crime de abuso de autoridade.
Nos casos de prisão temporária: são no máximo 5 dias, podendo ser prorrogado por mais 5 dias. No caso de crimes hediondos, são 30 dias, podendo ser prorrogados por mais 30 dias por decisão judicial (ver Lei nº 7960, e Lei nº 8072). É preciso ter cuidado, porque a contagem do prazo é de direito material, art. 10 do Código Penal. Ex: prisão por até 5 dias, executada na 2ª feira, às 23h50min. O preso deve ser solto até às 24h de 6ª feira, quando se completam os cinco dias, sob pena de crime de abuso de autoridade.
A hipótese da alínea i) se aplica para penitenciárias, delegacias, albergues, institutos psiquiátricos forenses, etc.
- PENAS PARA OS CRIMES DA Lei nº 4898:
Art. 5º ...§ 3º. A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
As penas fixadas na lei são ridículas, pois o juiz poderá aplicar apenas uma delas ou cumular. De qualquer modo, a pena privativa de liberdade é de no máximo 6 meses, o que indica que se trata de crime de menor potencial ofensivo (Lei nº 9099), sendo da competência dos JECrims. Parece que a pena mais grave hoje é a perda do cargo, isto como pena principal. Resumindo:
1- multa – rege-se pelo CP – inclusive a prescrição.
2- detenção 10 dias a 6 meses
3- perda do cargo 
A pena de perda do cargo não está sujeita às regras do CP – art. 92, I, ‘a’, pois não se trata de efeitosda condenação, mas de pena principal. Servidores públicos em geral, quando são condenados por crimes funcionais (peculato, corrupção, etc) e a pena privativa de liberdade imposta é superior a um ano, o juiz poderá decretar também a perda do cargo como efeito secundário da condenação. Esta regra não se aplica na Lei nº 4898, porque não se trata de efeito da condenação, mas de pena principal, e por ser esta lei especial em relação ao Código Penal, conforme o art. 12 deste código, prevalece a pena de perda do cargo.
Há divergência entre os tribunais estaduais, mas o STJ entende que se aplica integralmente a Lei nº 4898.[6: (...) 3. A Lei n.º 7.209/84 aboliu as penas acessórias no Código Penal, convertendo as penas de inabilitação para o exercício de função pública e de perda de cargo público, respectivamente, em pena restritiva de direitos (art. 47, I, do CP) e efeito da condenação (art. 92, I, do CP). A Reforma de 1984, no entanto, não atingiu o § 5.º, do art. 6.º, da Lei n.º 4.898/65 (Lei de Abuso de Autoridade), permanecendo como pena acessória o afastamento das funções de natureza policial ou militar, no município da culpa. 4. Na prescrição, a pena acessória, assim como a pena de multa (art. 118 do CP), acompanham a pena privativa de liberdade. 5. Declaração, de ofício, da extinção da punibilidade estatal pela prescrição da pretensão punitiva superveniente, nos termos do art. 107, inciso IV, c/c. os arts. 109, inciso VI, 110, § 1º, e 118, doCódigo Penal. 6. Recurso especial prejudicado. (RESP 255646 / MG ; RECURSO ESPECIAL 2000/0037775-9 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ (1120) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 12/08/2003 Data da Publicação/Fonte DJ 15.09.2003 p. 344)]
Existem restrições para a aplicação da pena de perda do cargo a algumas categorias de servidores públicos:
Oficiais das forças armadas só perdem a função se for declarado indigno para o oficialato por decisão de Tribunal Militar (CF art. 142, § 3º , VI).
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Os oficiais das policias militares dos Estados ficam sujeitos à decisão do respectivo tribunal (júri ou TJM).
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
Magistrados e membros do MP: são vitalícios, só por sentença civil declaratória de perda de cargo.
4- pena de interdição de exercício de função pública – até 3 ANOS deve o réu perder o cargo para sofrer a interdição do exercício da função.
# QUESTÕES PROCESSUAIS
- COMPETÊNCIA para os crimes da Lei nº 4898 é dos Juizados Especiais Criminais – Lei 9099. No caso de crime de abuso de autoridade praticado por militar em serviço, a competência permanece na justiça comum, porque o abuso de autoridade não é crime militar, não está previsto no Código Penal Militar. Caso o militar pratique no mesmo contexto crime de abuso de autoridade e lesões corporais ou estupro ou outro crime que esteja previsto no CPM, então haverá cisão de processos. A justiça militar julgará o crime militar e a justiça comum o abuso de autoridade. Ver súmulas 90 e 172 do CTJ sobre o tema.[7: 3. A transação penal efetivada no Juízo Comum, relativa ao crime de abuso de autoridade, não impede a ação penal militar quanto ao delito do art. 209 do CPM. 4. Com efeito, porquanto inafastável a regra da competência absoluta em razão da matéria, o processamento da causa exige o julgamento em apartado dos delitos, sendo essa, portanto, uma das exceções à regra do simultaneus processus (art. 79, inciso I, do CPP), não havendo que se falar em ofensa aos princípios da intangibilidade da coisa julgada e do ne bis in idem. (Inteligência das Súmulas 90 e 172 do STJ). 5. Habeas Corpus não conhecido. (HC 135.760/RS, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 22/02/2013)]
Se o crime de abuso de autoridade estiver conexo com outro crime mais grave, o rito processual será o do crime mais grave.
Tratando-se de funcionário público federal como autoridade que praticou o crime de abuso de autoridade no exercício das funções, a competência é dos JECrims Federais.
Constituição Federal de 1988 – disposições referentes à Lei nº 4898
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consetimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duante o dia, por determinação judicial;  
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;  
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;   
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)  (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Lei nº 4898 de 9 de dezembro de 1965
Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELLO BRANCO  Juracy Magalhães

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