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TRABALHO INFANTIL

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
BIANCA LUANDA DA SILVA MENEZES
CRISTIANE CARVALHO
TRABALHO INFANTIL
CANOAS
2019/2
BIANCA LUANDA DA SILVA MENEZES
CRISTIANE CARVALHO
TRABALHO INFANTIL
 
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar, para as disciplinas de: 
Pesquisa Social e Oficina de Formação 
Prof. Ana Carolina Tavares de Mello
Políticas Setoriais e Políticas Setoriais Contemporânea 
Prof. Paulo Sergio Aragão
 Instrumentalidade em Serviço Social
Prof. Amanda Boza Gonçalves
 Gestão Social e Análise de Políticas Sociais 
 Prof. Maria Angela Santini
Canoas
2019/2
 
TRABALHO INFANTIL: MECANISMO DE DEFESA E GARANTIAS DA CRIANÇA E ADOLESCENTES
RESUMO
O trabalho infantil é um tema pouco discutido em meio à sociedade e governantes, tendo em vista os altos índices de prevalência que ainda ocorrem em território global. O presente artigo aborda esta temática tão relevante visando apresentar mecanismos de defesa e garantias que protegem as crianças e adolescentes contra o abuso do trabalho infantil. O trabalho precoce prejudica a criança de várias formas, uma vez que sua estrutura física e emocional ainda está em desenvolvimento. Além disso, a criança é privada dos seus direitos quanto a estudar, brincar e se socializar com outras crianças. No Brasil, o trabalho infantil é proibido por lei, no entanto, o descumprimento desta lei ainda é muito significativo por motivos diversos, sendo que entre os principais estão às questões culturais, a necessidade de ajudar na renda familiar devido condições precárias e a falta de perspectivas quanto ao estudo. É comum o conceito de que as crianças representam o futuro do país, mas este futuro tende a ser sombrio quando não se oferecem a estas crianças os direitos que elas têm e as oportunidades que elas precisam. O trabalho, quando na perspectiva correta, dignifica o ser humano e suas relações, pois lhe oferece uma fonte de sustento, que por sua vez lhe propicia autonomia. O trabalho permite a socialização, o aprendizado constante e o desenvolvimento de novas habilidades. A questão é que o trabalho deve estar presente na vida dos indivíduos na época certa. A criança deve continuar sendo criança. 
Palavras-Chave: Trabalho Infantil. Estatuto da Criança. Criança e adolescente.
1 INTRODUÇÃO
	A sociedade evoluiu muito desde as primeiras civilizações até a atualidade e essa realidade trouxe consigo algumas demandas para o convívio social. Entre tais demandas, foi preciso criar leis visando garantir a cada indivíduo seus direitos e lhes cobrar seus deveres. As leis têm como premissa primordial permitir a vida em sociedade sem maiores prejuízos para cada pessoa individualmente. 
	Em território nacional, um marco relevante foi a elaboração da Constituição Federal de 1988, a qual fornece as diretrizes em vigor para a sociedade e governantes. A Constituição reza que todas as pessoas, sem distinção, têm o direito à educação, ao trabalho, à saúde, à dignidade entre outros elementos. 
	A criança e o adolescente também estão presentes nas páginas da Constituição. No artigo 227 são estipulados os deveres da família e do Estado para com as crianças, a saber, “assegurar o direito à vida, à saúde, à alimentação, a educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. (BRASIL. CONSTITUIÇÃO DE 1988, 2019, p.172). Em continuidade deste artigo, é dito que a criança e o adolescente devem estar a salvo de qualquer forma de negligência, violência e exploração. 
	Neste cenário surge a questão do trabalho infantil, que se configura claramente em um tipo de negligência, violência e exploração. A presente pesquisa irá discorrer sobre esta temática tão delicada, buscando apresentar conceitos que abrangem o que é o trabalho infantil e os principais motivos que fazem a criança ingressar no trabalho precocemente. Serão apresentados os mecanismos de defesa à disposição destas crianças, bem como as garantias presentes na Lei, que podem ser aplicados para mudar a realidade destes trabalhadores precoces. 
	A pesquisa foi realizada de modo quantitativo descritivo, embasada em livros e artigos científicos já publicados sobre a temática, abrangendo um período de escrita nos últimos dez anos. As plataformas de busca acessadas foram o Google Play (livros eletrônicos), Scielo, Google Acadêmico e bibliotecas virtuais. As palavras chave usadas na busca foram trabalho infantil e estatuto da criança e adolescente.
	A justificativa para a pesquisa gira em torno do fato do trabalho infantil ainda estar presente de forma significativa na sociedade contemporânea, apesar da existência de Leis específicas que proíbem esse tipo de trabalho. É preciso enfaticamente uma mudança de cultura, pois em muitos casos o trabalho infantil é promovido por conceitos culturais equivocados, como por exemplo, a concepção de que o trabalho dignifica a criança tornando-a melhor preparada para a vida adulta.
	O problema de pesquisa visa responder a seguinte questão: quais os principais prejuízos que o trabalho infantil causa na vida das crianças em todos os aspectos e como estes prejuízos impactam na vida adulta destas crianças?
	De forma concisa, é possível dizer que a vida do homem é composta por fases que abrangem desde o seu nascimento até sua morte. Entre estas fases estão presentes a primeira infância, a adolescência, a juventude, a fase adulta e a velhice. Existem elementos peculiares em cada uma destas fases, tais como o desenvolvimento cognitivo, a inserção na escola, o ingresso na vida profissional, o matrimônio entre outros tantos momentos próprios de cada fase.
	Certamente, o fato de pular uma destas etapas ou apressar a chegada de outras, pode produzir efeitos nocivos na vida do indivíduo. Especialmente na infância, é preciso respeitar os limites da criança e não exigir nada além da sua capacidade estrutural. A negligência neste aspecto pode culminar em conseqüências muitas vezes irreversíveis.
2 O TRABALHO NA PERSPECTIVA CORRETA
	O trabalho sempre esteve presente na vida do homem, desde as primeiras civilizações. O objetivo primordial do trabalho é garantir a sobrevivência do homem e sua família, pois dele derivam as possibilidades de ter acesso ao alimento, vestimenta e moradia. As primeiras civilizações trabalhavam unicamente para garantir sua sobrevivência, sem aspirações financeiras. Com o passar do tempo, o trabalho passou a significar status social oferecendo sucesso e luxo para alguns. 
	Similarmente a todos os assuntos que envolvem a sociedade, o trabalho passou por várias transformações com o passar do tempo. A título de exemplo, em tempos remotos não havia preocupação com a segurança do trabalhador, ao passo que nos dias atuais existem leis que garantem o oferecimento de segurança no ambiente de trabalho com multas elevadas caso haja o descumprimento.
	O trabalho, contemporaneamente, está intimamente relacionado ao crescimento econômico de um país e ao bem estar social do trabalhador. “Uma das formas do homem se consolidar economicamente e socialmente é por meio do trabalho”. (RIBEIRO, 2017, p.7). O trabalho, portanto, é um elo divisor, que pode representar o enobrecimento do homem ou sua decadência. Na cultura presente em território nacional, a pessoa que não trabalha é inferiorizada pela sociedade.
Quando o homem assume seus gastos e passa a viver a partir do que produz por meio da força de trabalho, então adquire controle sobre suas ações. O trabalho é imposto ao ser humano como uma condição necessária, algo natural, inerente a sua subsistência, onde todos dentro da sociedade desenvolvem algum tipo de atividade, enquanto aquele que nada faz é visto como um encosto que está alienado a viver eternamentena privação. (RIBEIRO, 2017, p.7,8).
	Como dito na citação, o trabalho é um divisor cultural, representando o sucesso ou o fracasso do indivíduo. Por isso inclusive existe grande apelo voltado para a formação acadêmica, sob a premissa de que as pessoas precisam estudar para “ser alguém na vida”. Esse ser alguém está relacionado a construir uma carreira profissional bem sucedida.
	A dignidade da pessoa humana é preocupação primária do Estado brasileiro, direito constitucional. A garantia de tal dignidade está atrelada ao oferecimento de um trabalho igualmente digno. “Atesta-se que a existência digna está intimamente ligada à valorização do trabalho. Assim, não há que se falar em realização plena da dignidade da pessoa humana se o trabalho não for adequadamente apreciado”. (MIRAGLIA, 2010, p.9040).
	O trabalho digno está associado à liberdade de escolha do trabalho, a existência de condições de remuneração justa, jornada limitada, igualdade de oportunidades, condições que preservem a saúde do trabalhador e períodos de repouso. (MIRAGLIA, 2010). O trabalho digno, portanto, é aquele que permite ao trabalhador alcançar sua autonomia não abrindo mão de sua saúde física e mental e que deve resultar em melhor qualidade de vida. 
2.2 ASPECTOS GERAIS SOBRE O TRABALHO INFANTIL
	O trabalho infantil, de acordo com sua conceituação atual compreende a “realização, por crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos, de atividades que visem à obtenção de ganho para promover o sustento próprio e/ou família, como também de quaisquer serviços que não tenham remuneração”. (NETO E MARQUES, 2013, p.9). É considerada criança, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) “a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. (ECA, 2019, p.15).	
	O trabalho infantil pode ser caracterizado de várias formas, entre as quais se destacam:
	Trabalho familiar: caracterizado pelo trabalho, envolvendo criança ou adolescente com idade inferior a 16 anos, direto com pais ou parentes, em função ou favor deles, seja na residência ou outra localidade, como agricultura ou pecuária, artesanato, oficina e como ambulante. A responsabilidade neste cenário é dos pais, pois submetem ou permitem a execução de atividade laboral pela criança. (NETO E MARQUES, 2018). 
 	Trabalho doméstico: este tipo de trabalho possui características peculiares, como por exemplo, a difícil observação, uma vez que está inserido dentro dos muros domiciliares. As atividades podem incluir serviços de limpeza ou arrumação da casa, serviços na cozinha ou como babá. Este tipo de trabalho nem sempre é remunerado, “em muitas situações, tem sido tomado, equivocada e ardilosamente, como uma forma de acolhida da criança ou do adolescente pobre, pela família receptora, principalmente quando são provenientes de outras localidades do interior do estado”. (NETO E MARQUES, 2013, p.13,14). 
	As crianças e adolescentes trabalham por motivos diversos além dos citados nos parágrafos acima. Ás vezes precisam gerar seu próprio sustento devido ao abandono e condição de rua. Atividades realizadas podem incluir cuidador de carros, “flanelinhas”, limpadores de vidros dos carros parados no farol, catadores de papel e engraxates. (NETO E MARQUES, 2013).
	Um tipo de trabalho infantil muito comum é o trabalho artístico. Esse tipo de trabalho não é vinculado à exploração infantil. Na maioria das vezes, as pessoas nem se dão conta desta questão estar envolvida nesta forma de trabalho. Esse trabalho é popular por meio de programas de televisão e na publicidade. Os abusos envolvidos não são considerados por pelo menos dois motivos: a projeção social e as possibilidades econômicas. (NETO E MARQUES, 2013).
Existe atualmente a crença de que o trabalho infantil é coisa que pertence ao passado. A realidade, porém, apresenta um cenário bem diferente, porque dados confirmam que o trabalho da criança e do adolescente ainda é uma realidade presente. O trabalho infantil é presente em especial na agricultura, no comércio de nas ruas. (ARROYO, VIELLA E SILVA, 2015). Estes autores destacam alguns números estatísticos que embasam tal afirmação. Comentam que no ano de 2008 foi constatado que cerca de 1,7 milhões de crianças se dedicam a atividades produtivas, o que representa 5% das crianças de 5 a 14 anos, e de 9% das crianças de 10 a 14 anos. 
	Estatísticas demográficas apresentam, ainda, resultados sobre a maior prevalência do trabalho infantil, que giram em torno de crianças negras, crianças que vivem nas zonas rurais e crianças que moram na região Nordeste. 
	O fato lamentável é que a erradicação do trabalho infantil está longe de ser uma realidade. Os autores Arroyo, Viella e Silva (2015, p.44) corroboram essa afirmativa com palavras duras, porém realísticas: “como são ingênuas campanhas que sonham com o dia em que toda criança esteja na escola, até em tempo integral, e o trabalho da criança e do adolescente será erradicado de nossa história”.
2.2.1 Principais Motivos que Originam o Trabalho Infantil
2.2.1.1 As questões culturais
	“O trabalho é uma experiência cultural para a infância popular tão determinante quanto a experiência cultural do brincar”. (ARROYO, VIELLA E SILVA, 2015, p.46). Mediante a citação, é perceptível que o trabalho infantil está relacionado às questões culturais. Desde a descoberta do Brasil, no ano de 1.500, existia o trabalho infantil, que era respaldado e legitimado pela sociedade.
	De acordo com o artigo de Paganini (2011, p.3) havia nessa época uma “utilização da mão de obra das crianças legitimada pela sociedade. Logo, era algo extremamente comum a criança ser explorada sem haver qualquer preocupação quanto a sua fase de desenvolvimento”. 
	A chegada dos padres jesuítas no Brasil foi outro marco relevante na história do trabalho infantil. Os padres realizavam ações com claras intenções de inserir a criança numa ideologia cristã, a saber, usar o labor como algo para tornar o homem uma pessoa boa, honesta e obediente. A filosofia pregada por estes padres era que o trabalho “salvaria” o ser humano e o conduziria para o céu.
	Esse tipo de cultura se estendeu até os dias atuais. Em muitas regiões do país, é normal os filhos acompanharem os pais em suas atividades diárias e ajudá-los na labuta, sem que isso aparente ou seja considerado trabalho infantil. A autora Silva (2012, p.7) chama atenção para a região da Ilha do Galeão no município de Cairú na Bahia. Segunda a autora, devido à questões culturais, na zona rural, é comum que as crianças ajudem seus pais “em atividades de pesca, no plantio e colheita de cacau, guaraná, mandioca, cravo e pimenta do reino, dentre outras culturas próprias da Região do “Baixo Sul”.” 
	Esse tipo de trabalho é corriqueiro na zona rural desta região. Os filhos acompanham seus pais e os ajudam nas tarefas diárias, como parte de suas rotinas. O problema se configura a partir do momento em que estas crianças não conseguem acompanhar seus colegas de classe devido ao cansaço pelo trabalho que realizam. 
2.2.1.2 A pobreza
	A condição de pobreza está intimamente relacionada a presença do trabalho infantil. Logo no início da história do Brasil, esta condição estava presente. No ano de 1582 foi criada a Santa Casa de Misericórdia, com a missão de atender as crianças, por meio da chamada Roda dos Expostos. No entanto, esta instituição explorava a mão de obra das crianças. As crianças atendidas se encontravam, na maioria das vezes, em condições de total miséria, o que favorecia a exploração através do trabalho por elas prestado em troca de casa e comida. (PAGANINI, 2011).
“Na precarização da vida familiar, na escassez de trabalho, no desemprego dos pais, as crianças são levadas a serem sujeitos ativos de trabalho para a sobrevivência pessoal e familiar”. (ARROYO, VIELLA E SILVA, 2015, p.23). 
2.2.1.3 O desinteresse pela escola e pelos estudos
	“As causas determinantes da exclusão escolar estão associadas à baixa renda das famílias, baixa escolaridade dos pais, à gravidez na adolescência, aotrabalho infantil”. (NOCCHI, FAVA E CORREA, 2015, p.17). 
2.3 MECANISMOS DE DEFESA EM PROL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
	O trabalho infantil, a princípio totalmente aceito e promovido pela sociedade por motivos peculiares, começou a ser visto por outros pontos de vista, incluindo a postura do Estado. No ano de 1934, o Brasil adota uma nova Constituição, onde constava a proteção contra a exploração do trabalho infanto-juvenil, trazendo algumas proibições como: menores de quatorze anos estavam proibidos de trabalhar; menores de dezesseis anos estavam proibidos de trabalhar em jornadas noturnas e menores de dezoito anos não podiam trabalhar em indústrias insalubres. (PAGANINI, 2011).
· Lei 8.069 de 13 de julho de 1990: sanciona o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). É o principal instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do adolescente. No capítulo V o ECA aborda o direito à profissionalização e à proteção no trabalho. No Art. 60 reza: “é proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”. (ECA, 2019, p.45).
· Decreto n.6481/2008: proíbe o trabalho doméstico aos menores de 18 anos, “pois esta norma, atendendo a determinação constante na Convenção nº 182 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, qualificou o trabalho doméstico como pior forma de trabalho infantil”. (NETO E MARQUES, 2013, p.14).
2.4 A INFÂNCIA ROUBADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
	De acordo com os elementos pesquisados e expostos durante todos os capítulos deste artigo, é possível afirmar que os danos causados nas crianças e adolescente submetidos ao trabalho infantil são devastadores. As crianças são privadas de direitos básicos, defendidos pela Constituição, tais como desfrutar de proteção e segurança no lar, poder se desenvolver através de brincadeiras, cursarem o sistema escolar regularmente e a preservação da saúde. 
	No ambiente doméstico, a título de exemplo, o prejuízo pode envolver questões físicas. As crianças e adolescentes que realizam atividades no âmbito do lar estão mais expostas a acidentes, tais como queimaduras, quedas, alergia, problemas de coluna, entre outros. (NETO E MARQUES, 2015).
	Os prejuízos físicos podem ser irreversíveis. As crianças possuem uma condição peculiar: ainda estão em desenvolvimento e, portanto, sua vulnerabilidade física é maior. De acordo com Neto e Marques (2015, p.17), as crianças não têm seus ossos e músculos plenamente desenvolvidos e por esse motivo correm maior “risco de sofrer deformações nos ossos, cansaço muscular e prejuízos ao crescimento e ao desenvolvimento, dependendo do ambiente e condições de trabalho a que forem submetidas”. Os autores comentam sobre outros aspectos fisiológicos incluindo o sistema auditivo. As crianças são mais sensíveis aos ruídos e por isso podem sofrer perdas auditivas mais rapidamente e de forma intensa.
	É certo que os prejuízos são muitos e podem refletir em todas as fases da criança. Os autores Neto e Marques (2015) deixam expostamente clara esta avassaladora realidade, citando o que denominam como tríplice exclusão: na infância, quando perdem a oportunidade de brincar, estudar e aprender; na vida adulta quando perdem oportunidades de trabalho devido falta de qualificação e na velhice, pela falta de condições dignas de sobrevivência. (NETO E MARQUES, 2015). 
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G.; VIELLA, Maria dos Anjos Lopes; SILVA, Maurício Roberto. Trabalho Infância: exercícios tensos de ser criança. Haverá espaço na agenda pedagógica? Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2015, 435p.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO 1988. Constituição da República Federativa do Brasil (recurso eletrônico). Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Documentação, 2019, 533p. Disponível em: 
<https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF.pdf> 
Acesso: 22 out 2019.
ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE). Brasília: 2019. Disponível em: <https://www.mdh.gov.br/biblioteca/crianca-e-adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-versao-2019.pdf/view> Acesso 21 out 2019.
MIRAGLIA, Lívia Mendes Moreira. O direito do trabalho e a dignidade da pessoa humana – pela necessidade de afirmação do trabalho digno como direito fundamental. XIX Encontro Nacional do CONPEDI. 2010. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/fortaleza/3828.pdf> Acesso: 19 out 2019.
NETO, Xisto Tiago de Medeiros; MARQUES, Rafael Dias. Manual de atuação do Ministério Público na prevenção e erradicação do trabalho infantil. Conselho nacional do Ministério Público. Brasília: CNMP, 2013, 132p. Disponível em: <https://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/Destaques/Publicacoes/Guia_do_trabalho_infantil_WEB.PDF> Acesso 21 out 2019.
NOCCHI, Andréa Saint Pastous; FAVA, Marcos Neves; CORREA, Lelio Bentes. Criança e trabalho: da exploração à educação. São Paulo: LTr, 2015, 17p.
PAGANINI, Juliana. O trabalho infantil no Brasil: uma história de exploração e sofrimento. Revista Amicus Curiae, vol.5, n.5, p.1-11, 2011. Disponível em: <http://periodicos.unesc.net/amicus/article/view/520> Acesso: 19 out 2019.
RIBEIRO, Regina da Conceição. A influência e a importância do trabalho para a sociedade e suas diferentes concepções. VIII Jornada Internacional Políticas Públicas. 2017. Disponível em: 
<http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo2/ainfluenciaeaimportanciadotrabalhoparaasociedadeesuasdiferentesconcepcoes.pdf> Acesso: 20 out 2019. 
SILVA, Solange Oliveira. Trabalho infantil: um desafio social à educação do campo – as crianças trabalhadoras na Ilha do Galeão, Cairú-BA. XXI Encontro nacional de geografia agrária. Uberlância, 2012. Disponível em: 
<https://www.mpro.mp.br/documents/29249/4643602/Trabalho+Infantil+um+Desafio+Social+%C3%A0%20Educa%C3%A7%C3%A3o+do+Campo.pdf/60abf658-0683-445a-905d-36a6ff658c89;jsessionid=4BCD164DB4365E1487277076FA0A2FCC.node01?version=1.0> Acesso: 22 out 2019.

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