Buscar

Direito Eleitoral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO
ELEITORAL
2011 – Curso Alcance – 48 PÁGINAS
Roteiro de Aula
1. Organização e Administração Eleitoral
2. Habilitação ao Voto
3. Habilitação à Candidatura
4. Propaganda Eleitoral
5. Arrecadação e Gastos de Campanha
6. Contencioso Eleitoral
7. Algumas Novidades da Lei 12034/09
Orientações de Estudo
• Fontes Normativas
– Constituição
– Lei 4737/65 (CE)
– Lei 9504/97 (LE)
– Lei 64/90 (LI)
– Lei 6091/74 (LT)
– Lei 9096/95 (LOPP)
• Resoluções do TSE
– 21.538/03: Alistamento Eleitoral
– 23.221/10: Registro de Candidatura
– 23.217/10: Arrecadação e Gastos
– 23.190/10: Pesquisas Eleitorais
– 23.191/10: Propaganda Eleitoral e Condutas Vedadas
– 23.193/10: Representações, Reclamações e Pedidos de Resposta
– 23.089/10: Calendário Eleitoral
• Versão Prata
– Arts. 14 a 17 da Constituição
– Lei 9096/95
– Todas as Resoluções mencionadas
– Capítulo sobre ações eleitorais em manual
• Versão Ouro
– Versão Prata
– Leitura de manual
Orientações de Estudo
• Bibliografia
– ZILIO, Rodrigo López. Direito Eleitoral. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2010
– CASTRO, Edson de Resende. Direito Eleitoral. Belo Horizonte: Del Rey, 2010
– GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. Belo Horizonte: Del Rey, 2010
DIREITO ELEITORAL 01
PARTE 01
Tópico 01
Organização e Administração Eleitoral
TSE (118, I, CR)
• Composição (art. 119 CR, “no mínimo”)
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
– 3 Ministros STF Por Eleição
– 2 Ministros STJ
– 2 Advogados → Indicação do STF / Nomeação do Presidente. A OAB não forma a lista, não participa da indicação dos ministros do TSE.
• Presidente e Vice: Membros STF
• Corregedor: Membro STJ
• MPE (arts. 72 a 80 da LC 75/93)
Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.
Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do poder político ou administrativo.
Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República.
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo.
Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:
I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;
II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;
III - dirimir conflitos de atribuições;
IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.
Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos.
§ 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez.
§ 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor.
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membro do Ministério Público até dois anos do seu cancelamento.
– Titular: Procurador-Geral Eleitoral (PGR)
– Substituto: Vice Proc-Geral Eleitoral (Designado pelo PGE dentre os Subprocuradores Gerais da Rep)
– Obs: PGE pode designar outros “membros do MPF” por necessidade de serviço
• MPE (arts. 72 a 80 da LC 75/93)
– Titular: Procurador-Regional Eleitoral
(Designado pelo PGR dentre os PRR ou, não havendo, PR vitalícios)
– Substituto: Vice Proc-Regional Eleitoral
(Designado pelo PGR dentre os PRR ou, não havendo, PR vitalícios)
– Obs: PGE pode designar outros “membros do MPF” por necessidade de serviço
TRE (118, II, CR)
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
• Composição (art. 120 CR, taxativa)
– 2 Desembargadores TJ
– 2 Juízes de Direito (escolha TJ) Por Eleição
– 1 Juiz do TRF ou, não havendo, 1 Juiz Federal (escolha TRF)
– 2 Advogados → Indicação do TJ e Nomeação do Presidente. Não tem participação da OAB. Não passa pelo governador do Estado, e sim pelo Presidente da República.
Apesar de ser uma justiça pertencente à União, percebe-se grande influência da justiça estadual e isso torna-se complicado devido ao jogo de força política dentro da corte eleitoral
JUIZ ELEITORAL (118, III, CR)
• Juiz de Direito, designado pelo TRE, para presidir a Zona Eleitoral (art. 11, LC 35/79)
A zona eleitoral é um fenômeno associado ao cadastro eleitoral e também à jurisdição eleitoral que gira em torno do juiz de direito. Não se confunde com comarca ou com jurisdição eleitoral.
• MPE (arts. 78 e 79, LC 75/93)
– Membro do Ministério Público Estadual queoficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
– Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Procurador Geral de Justiça indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
A justiça eleitoral não possui quadros estáveis e os tribunais têm uma rotatividade grande, uma vez que o exercício da função é vinculada a mandado de dois anos, prorrogáveis por mais dois anos.
JUNTA ELEITORAL (118, IV, CR). As juntas eleitorais é uma figura administrativa que já teve função jurisdicional (no direito positivo ainda possui) e que hoje a sua função, na prática, se resume a quase nada devido ao sistema de votação eletrônica.
O que é a junta eleitoral? Era o órgão da justiça eleitoral competente para a apuração e divulgação de resultado e de solução de conflitos relacionados a totalização, apuração e divulgação de resultado. Como tudo é eletrônico, ela é quase protocolar. 
• Arts. 36 ss
• Regras Gerais
• Composição
– Membros: Indicação pelo Juiz e nomeação pelo TRE (até 60 dias antes)
• 1 Juiz de Direito (Presidente)
• 2 a 4 cidadãos idôneos
– Escrutinadores e auxiliares: nomeação pelo Juiz (até 30 dias antes). Dependendo do volume de trabalho, podem ser chamados para auxiliar nos trabalhos.
• Quantos necessários.
– Podem ser formadas Turmas: cada membro se torna presidente de uma turma composta também pelos escrutinadores e auxiliares (Junta de 4 membros – 4 Turmas). Elas formavam turmas para ganharem tempo. Portanto, cada membro titular se tornava responsável por uma turma que agregava escrutinadores e auxiliares para dar vazão mais rápida ao serviço de apuração.
O Ministério Público tem uma função bem altiva no Direito Eleitoral. Não necessariamente o Ministério Público tem uma atitude do politicamente correto, visto que há primazia da segurança jurídica. Vide posicionamento contrário do MPF na questão da fidelização partidária.
Tópico 02
HABILITAÇÃO AO VOTO
Alistamento Eleitoral
• Arts. 42 a 81 CE e Res. 21.538/03.
• Conceito. É a matéria no direito eleitoral que vai tratar de quem pode integrar o cadastro eleitoral, quem pode conquistar os direitos políticos ativos e como se dá essa administração do cadastro eleitoral. É um procedimento de registro de eleitores. Na prática o efeito do alistamento é validar direitos políticos, sufrágio popular ativo, ou seja, o direito de voto. É procedimento obrigatório para a conquista dos direitos políticos ativos. Ele é determinado pela CF como obrigatório.
• Sistema brasileiro. Tanto o alistamento quanto o voto são obrigatórios no Brasil, consoante CF. Porém, essa obrigatoriedade não está protegida pelo mantro das cláusulas pétreas. A cláusula pétrea é em relação ao VOTO DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO, não falando em voto obrigatório.
• Modalidades
– Obrigatório. Entre 18 e 70 anos. 
– Facultativo. Entre 16 e 18 anos e acima de 70 e analfabetos. O alistamento eleitoral pode ser pedido no ano que a pessoa complete 18 anos. Portanto, ele deve ter a idade ATÉ A DATA DO PLEITO, e não até o pedido de alistamento eleitoral. Assim, na verdade, a idade mínima para o alistamento eleitoral é 15 anos, desde que ele complete 16 até a data do pleito ou da votação.
– Vedado. Não podem os estrangeiros e os conscritos. Os menores de 16 anos também.
Os conscritos são aqueles que estão no serviço militar obrigatório. Logo, durante o período do serviço militar não podem ser alistados. Evita a politização e uma influência política dos superiores em relação aos que estão servindo.
O português equiparado tem direito a alistar-se, sendo exceção a regra da impossibilidade de alistar-se do estrangeiro. 
Obs: Idade.
• Domicílio eleitoral. Tema relativamente polêmico. Art. 41, § único do código eleitoral afirma que é o local de moradia ou residência. Segundo a doutrina clássica e o TSE, o domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio cível, ou seja, não é preciso demonstrar ânimo definitivo de morar. Isso faz com que seja plenamente possível você eleger qualquer cidade aonde você tenha qualquer vínculo político ou pessoal ou familiar, como o local do domicílio eleitoral. 
O problema é que há movimentos migratórios associados à fraudes, mas não se pode tomar o problema como regra. Assim, é plenamente razoável essa distinção entre domicílio eleitoral e cível porque se trata simplesmente de um local onde a pessoa quer exercer sua cidadania ativa e passiva. Portanto, a lógica é diferente. 
O problema central que acaba refletindo na discussão eleitoral é em relação à transferência de votos.
• Transferência. O TSE entende também o domicílio eleitoral pode ser escolhido dentre aqueles em que o eleitor possui algum tipo de vínculo pessoal, afetivo, patrimonial, independentemente da razão. Há um detalhe normativo, porque o CE, ao falar de transferência de voto ou de domicílio eleitoral, faz menção ao requisito de três meses de residência, ao passo que a definição inicial de domicílio eleitoral é feita pelo mesmo código como moradia ou residência. 
Ou seja, alguns doutrinam que o domicílio eleitoral para a primeira inscrição poderia ser escolhido dentre vários locais sem prazo de residência. Entretanto, a transferência só poderia ser feita ao local de residência por no mínimo três meses.
ENTRETANTO, O TSE NÃO ENTENDE DESSA FORMA, NÃO FAZENDO DISTINÇÃO ENTRE PRIMEIRA INSCRIÇÃO E TRANSFERÊNCIA, NÃO EXIGINDO, PARA ESTA SEGUNDA, RESIDÊNCIA POR TRÊS MESES.
– Requisitos:
• Entrada do requerimento. Até 150 dias antes das eleições, ou seja, mais ou menos cinco meses.
• Decurso temporal. Só poderá alterar a mudança de domicílio NOVAMENTE APENAS APÓS UM ANO DA PRIMEIRA MUDANÇA.
• Residência mínima. Três meses, consoante código eleitoral mas não de acordo com o TSE.
• Quitação eleitoral. Houve várias mudanças de conceitos. O TSE mudou por diversas vezes o seu entendimento sobre o que seria quitação eleitoral. Ou seja, quais são as hipóteses em que o eleitor está quite com a justiça eleitoral. Isso é importante devido ao registro de candidatura, já que a certidão de quitação é documento obrigatório para o registro de candidatura.
• Cancelamento e exclusão. Há certa confusão porque o CE regulamenta isso e outras em que não há legislação. Os pontos centrais são aqueles relacionados à suspensão ou perda dos direitos políticos.
a) Infração ao art. 5º CE. Boa parte não está recepcionado. 
b) Infração ao art. 42 CE. Boa parte não está recepcionado. 
c) Suspensão ou perda de direitos políticos (15 CR). É difícil distinguir o que é perda ou suspensão, porque em tese todas podem ser recuperadas.
– Perda da nacionalidade. O naturalizado pode perder por decisão judicial. O brasileiro nato só poderá perder a nacionalidade com a aquisição VOLUNTÁRIA de nacionalidade DERIVADA.
– Incapacidade civil absoluta. Requisitos do código civil.
– Condenação criminal transitada em julgado. Não confundir perda ou suspensão de direitos políticos com inelegibilidade. Há uma graduação. Uma coisa é a pessoa não ser alistável, outra é a pessoa não ser elegível e outra coisa é ter seus direitos políticos suspensos.
As hipóteses do art. 15 da CR são mais gravosas que a inelegibilidade. Se há a condenação criminal transitada em julgado, não se suspende somente a possibilidade de se candidatar a cargo público, mas perde a possibilidade de votar, ou seja, perde a capacidade eleitoral ativa e passiva. Além do mais, ambos podem fazer concurso público e assumir cargo público por concurso, mas o inabilitado por 08 anos não pode. 
Portanto, para ser inelegível hoje basta a condenação por órgão colegiado em determinados crimes, não se confundindo com a suspensão dos direitos políticos decorrente de SETENÇA TRANSITADA EM JULGADO. 
– Recusa de cumprir obrigação geral e prestação alternativa
– Improbidade administrativa. Processo por improbidade que gere uma sanção deverá ter condenação expressa de suspensão de direitos políticos por determinado prazo. 
• Cancelamento e exclusão
...
d) Pluralidade de inscrições.A pluralidade de alistamento eleitoral NÃO CAUSA A NULIDADE DE AMBOS, ou seja, um dos dois continua válido. Já a pluralidade de filiação gera a nulidade de ambos, e isso gera uma conseqüência interessante uma vez que não sendo filiado, o eleitor não se torna elegível.
e) Falecimento. Há a morte, não há mais direitos políticos.
f) Três pleitos consecutivos geram o cancelamento do título do alistamento eleitoral. A obrigação constitucional é alistar-se e votar. Na verdade, não é escolher candidato, e sim comparecer à urna e assinar o canhoto de comparecimento no mesário. Em tese, não é nem preciso ir à cabine. 
Caso você não compareça uma vez, haverá imputação de multa, porém não haverá o cancelamento do alistamento. Caso não haja o comparecimento, se o eleitor for residente no território nacional, ele terá 60 dias para comparecer à Justiça Eleitoral e justificar ou no dia da eleição justificar em qualquer seção. Acatado, será isento de qualquer penalidade.
Caso resida no exterior, uma vez retornando ao território nacional, terá 30 dias para justificar.
Caso não haja a justificativa, já não haverá certidão de quitação eleitoral, já será passível de pena de multa. Caso haja no terceiro pleito ausência sem justificativa ou sem pagamento de multa, haverá o cancelamento do título. Na prática a obrigatoriedade de voto no Brasil é muito fraca, visto que a multa não chega a 05 reais. O não comparecimento é no pleito e não na eleição.
g) Não comparecimento a revisão eleitoral. Gera também o cancelamento de alistamento. Ela é aferição que a justiça eleitoral faz no cadastro eleitoral para verificar se há fraude.
h) O reverso do português equiparado. É hipótese também de suspensão dos direitos eleitorais. Ou seja, caso o brasileiro seja equiparado lá em Portugal, ele deverá escolher em qual dos dois países irá votar.
Tópico 03
HABILITAÇÃO À CANDIDATURA
Condições de Elegibilidade. A doutrina clássica diz que alguém, para ser candidato, tem que possuir as condições de elegibilidade. Além dos requisitos abaixo, não poderá o candidato incidir em alguma das causas de inelegibilidade. 
O TSE e a legislação ordinária passaram a incluir novas formas de inelegibilidade que não estavam presentes nem na CR nem na LC 64/90, veiculadas por meio de leis ordinárias e resolução do TSE. Como exemplo temos a inelegibilidade por captação ilícita de sufrágio, que foi prevista no art. 41-A da Lei 9.504/97. Logo, para alguns doutrinadores, seria inconstitucional. Entretanto, o STF entendia que era possível, criando uma terminologia própria chamada CONDIÇÕES DE REGISTRABILIDADE ou CONDIÇÃO IMPLÍCITA DE ELEGIBILIDADE, ou seja, condições que não cumpridas não habilitam o registro como candidato. É uma interpretação circense, tirada do art. 14, § 3°, que afirma serem condições de elegibilidade, NA FORMA DA LEI, tais e tais. É uma interpretação forçada, porque deveria ter sido veiculada por meio de Lei Complementar.
OBS: A CR não legitimaria essa atitude uma vez que todo poder emana do povo? O povo, por meio do legislador ordinário, não poderia criar esse nova forma de inelegibilidade?
Entra-se na relação CR – DEMOCRACIA. A tradição constitucionalista básica sempre foi a de impor limites jurídicos ao poder soberano, seja esse poder soberano o rei, seja o povo. Na verdade, o dogma da soberania nacional associado ao texto constitucional não implica vontade do povo independentemente de outras circunstâncias. Na verdade, o regime constitucional é uma imposição de limites do povo SOBRE O PRÓPRIO POVO.
Há um debate teórico nessa área fantástico. Alguns autores vão dizer que, nesse ponto, o regime constitucional e a democracia são antagônicos, uma vez que a democracia diz poder do povo pela maioria e o regime constitucional diz limitação do soberano. Portanto, o regime constitucional é aquele que tira do povo o poder de decidir sobre tudo. Tanto que, se não fosse assim, não existiria cláusula pétrea, e cairia na possibilidade de que cada geração poderia ter sua própria CR (como sustentava Thomas Jefferson), não existindo mais a distinção entre Poder Constituinte Originário e Derivado. 
Na verdade, o povo pode sim se auto limitar, uma vez que essa limitação garante a autonomia do próprio povo. Se não for regime constitucional e o estabelecimento dos direitos fundamentais que o próprio povo entenda em determinado momento como importantes, estaria abrindo a porta para a destruição da autonomia do povo.
O grande problema da fundamentação teórica das cláusulas pétreas e do regime constitucional democrático é esse, ou seja, como é possível tirar do povo a capacidade de decidir sobre determinados temas? O próprio povo cria um mecanismo de prospecção pro futuro para dizer que existem certos núcleos ou postulados que não podem ser barganhados, ou seja, é chamado na teoria constitucional de DESAFIO CONTRA-MAJORITÁRIO, ou seja, é uma instituição contra a maioria, ou seja, normas de proteção contra a maioria do próprio povo. 
Outra forma de condição de registrabilidade entendida pelo STF é a certidão de quitação eleitoral, ou seja, para ser candidato deveria estar quite com a justiça eleitoral. O conceito de quitação eleitoral sempre envolveu o cumprimento de decisão da justiça eleitoral, como exemplo, comparecimento como mesário. O TSE passou a incluir outros requisitos no conceito de quitação eleitoral, tal como o não pagamento de multa ou a não prestação de contas ensejaria a não quitação eleitoral, em suas resoluções. Ou seja, o TSE proibiu o sufrágio passivo via resolução. 
OBS: Concluindo, as condições de registrabilidade ou é vista como um detalhamento das condições de elegibilidade ou é uma categoria a parte, mas que também impedem o direito ao sufrágio passivo. Não podemos esquecer que o impedimento ao sufrágio passivo é um impedimento ao sufrágio ativo.
• (CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE) Art. 14, §3º, CF e Res. 22.717/08. SÃO CAUSAS POSITIVAS, OU SEJA, O CIDADÃO DEVERÁ TÊ-LAS.
• Hipóteses
– Nacionalidade brasileira ou português equiparado.
– Pleno exercício dos direitos políticos, isto é, não incidir em alguma das hipóteses de suspensão ou perda dos direitos políticos.
– Alistamento eleitoral. A elegibilidade é um plus em relação ao alistamento eleitoral.
– Domicílio eleitoral na circunscrição. O sistema eleitoral brasileiro se divide em dois, o majoritário e o proporcional, sendo que todos eles giram em torno de três circunscrições eleitorais. A grande circunscrição eleitoral é o Estado porque na esfera nacional só define para Presidente e Vice, e a circunscrição municipal só define nos casos de prefeito e vereador. Todos os demais cargos decorrem da circunscrição eleitoral estadual, incluindo o deputado federal e o senador. O deputado federal representa o povo brasileiro e não o povo do estado onde foi eleito, sendo que a sua escolha em determinado estado é apenas uma questão de logística e uma certa homenagem federativa.
No Brasil circunscrição eleitoral é muito simples porque equivale ao território ou circunscrição territorial da pessoa jurídica de direito público interno, não havendo no Brasil circunscrição eleitoral que sejam distintas do território da pessoa jurídica. 
– Filiação partidária. A lei 9096, no art. 18, afirma que o candidato deverá estar filiado a pelo menos, um ano no partido político. Ademais, só aqueles escolhidos em convenção partidária poderão ser candidatos. Não é possível candidatura autônoma. É uma democracia partidária. O partido político poderá estatuir prazo maior (art. 20).
A dupla filiação partidária acarreta a nulidade de ambas. Quando a pessoa se filia a um partido, deverá, em 24 horas, notificar o juiz eleitoral e o outro partido. Hoje, quem comanda a lista dos filiados é o partido político, diferente de antigamente onde quem fiscalizava era a Justiça Eleitoral. Portanto, cada partido, nos meses de outubro e abril de cada ano mandam suas listas de filiados. O problema é que o partido que manda a lista, podendo prejudicar um candidato, visto que poderia configurar-se dupla filiação e nulidadede ambas, não podendo o candidato eleger-se.
– Idade mínima. Deve completar na DATA DA POSSE, e não na data do PLEITO.
Causas de Inelegibilidade. São fatores impeditivos, seja porque são penas, seja porque são critérios para o exercício da função pública por meio do mandato. SÃO CAUSAS A EVITAR. EFEITOS NEGATIVOS.
• Arts. 14, §§4º a 9º CR, LC 64/90, Res. 22.717/08. 
I. Inalistáveis. Conscritos e o estrangeiro.
II. Analfabetismo
– Conceito. Ser alfabetizado não é condição de elegibilidade, porém ser analfabeto e causa de inelegibilidade. Há grande diferença, visto que o que o Brasil proíbe é o analfabeto, portanto, o semi-analfabeto pode ser candidato, e este é aquele que sabe ler e escrever apesar de não ter nenhum registro escolar de escolaridade.
– Comprovante de escolaridade (!!!). Se não tem diploma oficial, qualquer meio de prova. Não aceitam CNH, o que é um absurdo, visto que para tirar CNH é preciso fazer prova. Não havendo prova de escolaridade, qualquer meio de prova, especialmente a declaração de próprio punho.
– Teste de alfabetização. Caso seja impugnada a candidatura por existir uma suposta causa de inelegibilidade, como o analfabetismo, o sujeito é chamado para fazer o teste de alfabetização. O teste não é de ser alfabetizado, e sim de não ser analfabeto. Quem decide é o povo qual é o melhor candidato, e não o juiz ou o MP. O TSE acabou regulamentando a matéria. Não pode o teste ser público, ser coletivo. Isso ocorre porque o juiz poderia modificar os resultados da eleição. 
DIREITO ELEITORAL 01
AULA 02
III. 3º Mandato Executivo Sucessivo. É causa de inelegibilidade. 
IV. Ausência de desincompatibilização
– CR/88 (14, §6º)
A maior parte dessas causas de inelegibilidade tem por foco o poder executivo e não se aplicam ao poder legislativo. Isso ocorre porque o executivo ele é o único dentro do órgão, ou seja, ele representa o Poder Executivo, diferente do Poder Legislativo em que o candidato é um dentre 513, por exemplo no caso da Câmara dos Deputados, sendo que a maior razão para as inelegibilidades é evitar que alguém manipule o pleito eleitoral usando sua função pública.
Não é possível um terceiro mandato, sendo que, em caso de reeleição, não é preciso desincompatibilização seis meses antes. Os parlamentares podem se reeleger indefinidamente.
Permitia-se antes a reeleição e eleição em Municípios diversos, desde que fizesse a transferência do domicílio eleitoral, dentre outros requisitos satisfeitos. Hoje o TSE não mais admite. 
O vice eleito e reeleito pode ser candidato a titular, visto que a proibição é em relação a um determinado cargo. Porém, o titular não poderá ser candidato a vice no terceiro mandato consecutivo, porque o atual vice prefeito, que já foi titular por dois mandatos anteriores, abre a possibilidade de exercer um terceiro mandato, ainda que apenas em substituição de um dia. Nem os parentes (consangüíneos ou afins até o segundo grau), no terceiro mandato, podem ser candidatos a titular ou a vice. Ou seja, a FAMÍLIA tem direito a dois mandatos.
Deve haver a desincompatibilização para exercer um cargo no poder legislativo. A desincompatibilização é uma pressuposição do Poder Constituinte originário ou pelo legislador complementar de que determinado exercício de função ou cargo pode dar ao titular dessa função ou cargo a capacidade de desequilibrar o pleito em favor dele ou de pessoas ligadas a ele. Portanto, por uma questão preventiva, o constituinte ou legislador determina que o candidato deverá se afastar dessa função para que seja garantida a isonomia do pleito. 
Esse afastamento varia de acordo com o cargo, podendo ser de seis meses, quatro meses. A CR tem um caso de desincompatibilização obrigatória para chefes do poder executivo caso queiram concorrer a outros cargos. Para concorrer devem se afastar seis meses antes, independentemente do cargo que queiram ocupar, salvo se for para o mesmo cargo, em caso de reeleição.
Existe autorização da CR para que uma lei complementar detalhe outras hipóteses de desincompatibilização, o que foi feito pela LC 64/90.
Obs: Leitura obrigatória do art. 1°, I, da LC 64/90. 
IV. Ausência de desincompatibilização
– CR/88 (14, §6º)
– LC 64/90
V. Vínculo de parentesco (14, §7º)
“São inelegíveis, no território de jurisdição (o certo seria território da circunscrição eleitoral) do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Não há inelegibilidade reflexa em relação a parentes de detentores de mandato de cargo eletivo, e sim apenas do executivo. Não se aplica essa inelegibilidade caso haja o afastamento do titular nos seis meses antes do pleito (aplicação da desincompatibilização prevista na CR) ou caso se o parente já seja titular de mandato eletivo e seja candidato a reeleição (independentemente do cargo à reeleição ser do executivo ou do legislativo).
VI. Militar (14, §8º)
• Só se aplica ao militar da Ativa. O militar da reserva, como não exerce a função, não possui a inelegibilidade descrita abaixo, e sim somente o militar da ativa.
– Menos de 10 anos. Se ele quiser se candidatar, ele é afastado da função, deixando de ser militar.
– Mais de 10 anos. Ele é agregado (como se fosse congelado), e caso ele seja eleito, ele passa à inatividade, caso não vença, volta à atividade normalmente.
• Desobrigada prévia filiação partidária (16, §1º, Res). Como ele não pode se filiar a partido político, ele só precisa passar pela convenção partidária para ser candidato, daí caso ele vença as eleições ele se filia ao partido.
VII. Outras Hipóteses (14, §9º c/c LC 64/90)
Art. 1º, I, LC.
Novidades LC 135/10.
Afastamento do trânsito em julgado como requisito para sanção de inelegibilidade (15, LC, p. ex.). Foi uma grande inovação porque antes da reforma tinha que ser respeitado o trânsito em julgado em todos os casos. Portanto, o projeto ficha limpa introduziu no processo eleitoral essa quebra de presunção de inocência, visto que não exige mais trânsito em julgado para que seja aplicada as sanções de inelegibilidade, ou seja, pode-se aplicar a sanção de inelegibilidade após a decisão de órgão colegiado.
Os que sustentam a constitucionalidade afirmam que o princípio da não culpabilidade é restrito ao âmbito penal e que, o constituinte originário, ao constituir o princípio da moralidade eleitoral no art. 14, § 9°, resguardou o pleito eleitoral e autorizou a quebra do princípio do trânsito em julgado para a aplicação das sanções de inelegibilidade. Portanto, a vida indigna do candidato constatada na vida pregressa dele já estaria configurada com a decisão de órgão do poder judiciário colegiado. 
Porém, o professor acha um absurdo essa lei ter aplicação retroativa, por ferir frontalmente o art. 16 da CR, sendo um sofisma falar que inelegibilidade não é matéria de processo eleitoral, uma vez que processo eleitoral não significa contencioso eleitoral e sim cláusula de proteção da democracia, ou seja, as regras associadas à administração do pleito e ao exercício dos direitos políticos alteradas um ano antes não poderiam ser aplicadas na eleição subseqüente. É uma cláusula de proteção para o eleitor, para o candidato e para a democracia como um todo. 
O outro sofisma diz respeito à irretroatividade da Ficha Limpa. Em resumo, as inelegibilidades podem ser classificadas em sanção e em critério. A inelegibilidade sanção é retirar a capacidade passiva eleitoral como pena a um ilícito praticado, ou seja, pena de um ilícito com reflexos eleitorais. Já a inelegibilidade critério não é pena. Para alguns autores, as hipóteses trazidas pela LC 135 são critérios e não penas, como o caso de quem renunciou ao mandato antes do processo de cassação, podendo, portanto, retroagir, visto que não seria inelegibilidade pena. Porém, para o professor, isso é um sofisma. Issoocorre porque nos dois casos há a retirada do direito político ao sufrágio passivo e ao sufrágio ativo (retirada do eleitor de votar naquele candidato que não pode se candidatar), sendo absolutamente equivocado estabelecer, para eleições que tenham menos de um ano das alterações legislativas, novos critérios de inelegibilidade que em situações concretas do passado, à época, eram lícitas e juridicamente protegidas, ferindo, assim, o princípio da segurança jurídica, dentre outros. O problema de ter aplicação no Brasil pode ensejar a FUTUROLOGIA ELEITORAL, ou seja, o candidato terá que pautar as suas atitudes para o que no presente é lícito, juridicamente possível, mas que no futuro não lhe trará a inelegibilidade por um critério a ser estabelecido pelo legislador no futuro, ou seja, deverá adivinhar o que pode vim a torná-lo inelegível no futuro para não praticar essas condutas, sendo isso verdadeira diminuição da autonomia da vontade.
O TSE, na questão da irretroatividade da LC 135, especialmente no que diz respeito ao prazo de inelegibilidade, aumentado para 08 anos pela referida pena, separou a inelegibilidade sanção da inelegibilidade critério, e os casos em que o TSE entendeu como inelegibilidade sanção, o tribunal não aplicou retroativamente a LC 135. Porém, no caso de inelegibilidade critério, como o da renúncia ao mandato, o TSE aplicou retroativamente (Jader Barbalho). 
O STF apenas analisou a aplicação retroativa da LC 135 para as eleições de 2010 relacionados a fatos pretéritos, e não a constitucionalidade dos dispositivos em si, tal como da inexigibilidade de trânsito em julgado das decisões condenatórias, ficando esse julgado 5 a 5.
- Aumento do prazo da pena (LC, passim). Já é um efeito prático muito importante. Essa inelegibilidade é contada da ELEIÇÃO, sendo o prazo de 08 anos bem razoável. 
8 (oito) novas hipóteses (1º, I, j a q, LC)
• Algumas Hipóteses
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: (...) IMPORTANTE RESSALTAR QUE É INELEGIBILIDADE DE 08 ANOS APÓS O CUMPRIMENTO DA PENA.
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; 
OBS: Inelegibilidade por rejeição de contas, que se dá de dois modos, ou por rejeição das contas políticas ou por rejeição das contas do ordenador de despesas. No caso dos tribunais de contas, o pedido de revisão ou de reconsideração não possuem efeitos suspensivos, sendo a decisão irrecorrível proferida já pela câmara ao invés do pleno. Nesse caso, a inelegibilidade já conta a partir da decisão da câmara, sendo já jurisprudência pacífica do TSE.
Antes a determinação era a seguinte: a inelegibilidade era de cinco anos e era preciso ter uma decisão irrecorrível ou do poder legislativo ou do tribunal de contas. Além de ser irrecorrível, a irregularidade deveria ser insanável, ou seja, irregularidade sanável não dava ensejo à inelegibilidade, continuando isso no novo texto normativo. Entretanto, bastava a distribuição de uma ação judicial no órgão judiciário competente para suspender essa inelegibilidade, sendo ai a grande modificação legislativa, uma vez que hoje é necessária decisão do poder judiciário anulando ou suspendendo a decisão de rejeição das contas. 
Antes mesmo da modificação legislativa, o TSE, de modo ativista e contra legem, afirmava que não bastava a existir a distribuição de uma ação judicial para anular ou suspender a decisão de rejeição de contas, e sim era preciso um pronunciamento judicial em sede de liminar para efeito de suspensão da inelegibilidade. Ademais, especialmente em 2006, a justiça eleitoral se recusava a analisar a questão da sanabilidade da irregularidade, afirmando que a sanabilidade só poderia ser analisada pelo tribunal de contas ou pelo poder legislativo, presumindo que se houve rejeição de contas é porque a irregularidade era insanável, havendo uma série de anulações por parte do TSE desse tipo de decisão proferida pelos órgãos inferiores. PORTANTO, É NECESSÁRIO DEMONSTRAR NA IMPUGNAÇÃO A INSANABILIDADE DA IRREGULARIDADE.
Outro grande detalhe é que a lei afirmou que apenas ATO DOLOSO DE IMPROBIDADE GERA INELEGIBILIDADE, ou seja, é necessário provar, além da insanabilidade, que foi prática de ato doloso de improbidade que gerou a rejeição de contas. Isso é importante porque em certos casos atos culposos de improbidade administrativa não devem, de fato, gerar inelegibilidade.
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;
Resolveu o problema constitucional, ou seja, que a condenação por corrupção eleitoral, captação ilícita de sufrágio, captação de gastos ilícitos de recursos de campanha são de fato inelegibilidades. Isso ocorre porque não era possível afirmar antes da modificação legislativa que essas condutas eram inelegibilidades porque eram previstos em lei ordinária. Antigamente a justiça eleitoral afirmava que tais condutas previstas na Lei 9504/97 não eram penas de inelegibilidade e sim atitudes que levavam à CASSAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA, REGISTRO E MULTA. Porém, agora há previsão expressa por lei complementar de que são penas de inelegibilidade. 
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;
Registro de Candidatura. Na prática é o ato que inaugura para o sujeito a possibilidade de exercício do sufrágio passivo ou de ser candidato, só se tornando candidato com o deferimento do registro de candidatura. É procedimento administrativo feito junto à justiça eleitoral. É uma situação sui generis porque no mundo, exceto no Brasil e na Argentina, não existe administração eleitoral deferida ao juiz, ou seja, aqui no Brasil o poder judiciário eleitoral é, ao mesmo tempo, administrador das eleições, tem função consultiva e normativa, assim como função jurisdicional. Portanto, a maior parte da função da justiça eleitoral é ADMINISTRATIVA. Em geral, em outros países do mundo, há órgãos independentes constitucionalmente previstos que gerenciam e administram as eleições.
Por isso que o juiz eleitoral pode indeferir o registro de candidatura sem a impugnação ao registro. 
• Arts. 7 a 16, LE e Res. 22.717/08
• Conceito
• Lugar do registro (art. 89, CE). Eleições municipais, juiz eleitoral. Eleições presidenciais, TSE. TODO O RESTO, TRE. 
• Convenções partidárias. São obrigatórias por determinação da LE, que ocorrem entre 10 e 30 de junho nos anos das eleições. A nomeação em convenção é requisito absoluto para o registro de candidatura. Deverá ser feito nesse prazo. A justiça eleitoral já liberou, em caso excepcional, a nomeação fora do prazo de 10 a 30 de junho, mas tinha havido autorização para a nomeação posterior, sendo considerada válida pela justiça eleitoral. Caso tivesse sido considerada inválida, toda a lista do partido deveria ter sido indeferida.
O correto seria ter a convenção e a listagem dos nomes definida de 10 a 30 dejunho, mas nesse caso específico a justiça eleitoral abriu exceção.
• Data limite. 19 horas do dia 05 de julho. Até essa data os partidos políticos devem apresentar sua listagem à justiça eleitoral.
Antes, a lei previa que, caso o candidato, mesmo escolhido em convenção, não tivesse seu nome na listagem apresentada até o dia 05 de julho pelo partido, por qualquer razão, poderia impugnar na justiça eleitoral em 48 horas após o fim do prazo final, ou seja, até às 19 horas do dia 07 de julho. Porém, como esse prazo era muito exíguo, foi modificado para 48 horas a contar da publicação que a justiça eleitoral faz da listagem apresentada pelo partido político. Portanto, ele tem hoje 48 horas para fazer o registro de sua candidatura individual a contar da publicação da listagem apresentada pelo partido político.
– Geral
– Suplementar
• Número de candidatos (eleições proporcionais)
– Partido Político. Cada partido poderá lançar até 150% de candidatos em relação ao número de vagas em disputa na circunscrição eleitoral. Por exemplo, em São Paulo são 70 vagas a disputar para deputado federal, logo cada partido poderá lançar 70 + 35 (150%) que totaliza 105 candidatos.
– Coligação. Pode lançar até 200% do número de vagas a disputar, INDEPENDENTEMENTE DA QUANTIDADE DE PARTIDOS POLÍTICOS QUE A COMPÕE.
OBS: Diferença entre coligação proporcional para a majoritária. Na coligação majoritária, que se assemelha a um guarda-chuva, poderá haver várias coligações proporcionais. Porém, nas coligações proporcionais, não poderá haver coligações entre partidos que fazem parte de coligações ligadas a outro candidato do poder executivo, ou, a grosso modo, não poderá existir coligação entre guarda-chuvas diferentes. Cada candidato do poder executivo tem seu guarda-chuva, e nas eleições proporcionais, dentro de uma circunscrição eleitoral, só poderá haver coligação entre partidos dentro do mesmo guarda-chuva.
• Reserva de sexo. Ação afirmativa no direito eleitoral. QUOTA PARA MULHERES. 
– De “deverá reservar” para “preencherá” (10, §3º). Houve essa modificação pela lei 12.034. ou seja, o percentual (de 30% a 70% para cada sexo) deverá respeitar não o número de vagas ideal que cada partido possui, e sim na lista efetivamente apresentada à justiça eleitoral. É mais fácil entender com um exemplo. Suponhamos que um partido político tenha direito a lançar 100 candidatos. Pela regra anterior, no mínimo 30 deveriam ser mulheres e 70 candidatos deveriam ser homens. Só que, caso o partido quisesse registrar apenas 80 candidatos, ele apresentava uma lista com 70 homens e 10 mulheres, alegando que 70% da sua listagem ideal estava sendo respeitada (ou seja, 70 homens). Com a alteração legislativa, esse percentual deverá ser observado na lista de apresentação à justiça eleitoral, ou seja, no exemplo dado, caso o partido queira registrar 80 candidatos, no mínimo 30% dessas vagas, ou seja, mais ou menos 26 candidatos devem ser do sexo feminino. Porém, ninguém observou isso no ano passado, porém está expresso em lei.
• Indicação suplementar das vagas remanescentes.
OBS: O STF já declarou a inconstitucionalidade da CANDIDATURA NATA. Essa candidatura é aquela em que isentava o candidato à reeleição de participar de novas convenções partidárias, mesmo aqueles que já são detentores de mandato. Ou seja, todos deverão participar das convenções partidárias para terem o registro de candidatura deferido.
• Procedimento do Registro
– Regras Gerais
• Princípio da unicidade do registro (88, CE). Só pode ser deferido o registro para um determinado cargo específico numa circunscrição específica.
• Subscrição. Ela é feita pelos diretores partidários.
• Documentação (11, §1º, LE). É importante ver o rol de documentos no artigo citado. Há toda a polêmica no sentido de, por ser lei ordinária, ao instituir determinados documentos como obrigatórios para o registro, se a não apresentação poderia implicar o indeferimento do registro e, portanto, a eliminação ao direito ao sufrágio passivo (exigência de foto, certidão de quitação eleitoral, por exemplo). 
• Diligências para saneamento. Caso haja pendências, o juiz dá prazo de 72 horas para diligências de saneamento.
– Iniciativa. É do partido ou da coligação a iniciativa de registro de candidatura. 
• Geral. É do partido ou da coligação a iniciativa de registro de candidatura.
• Suplementar. É do candidato prejudicado, no prazo de 48 horas da publicação da listagem pela justiça eleitoral.
– Substituição de candidatos. 
– Hipóteses. Várias hipóteses. Morte, renúncia, inelegibilidade superveniente, renúncia.
– Obs:
• Candidato expulso. É possível substituir porque ele foi expulso do partido. Esse procedimento de expulsão deverá ser feito conforme regras estatutárias, respeitados o contraditório e a ampla defesa. 
• Renúncia. Escrita, assinada por duas testemunhas e firma reconhecida. 
– Prazo do pedido
• Prazo Geral. Prazo de 10 dias para substituir o candidato a contar do fato ocorrido.
• Prazos Específicos. No caso de eleição majoritária, poderá ser substituído inclusive no dia da eleição. Ou seja, o candidato, para eleição majoritária, poderá ser substituído até no dia da eleição, desde que dentro do prazo geral de 10 dias do fato ou da citação ou intimação da decisão judicial que declarou a inelegibilidade, por exemplo.
– Eleição Majoritária. Caso haja a substituição, o substituto poderá concorrer aparecendo a foto e o nome do substituído, tal como aconteceu com o Roriz aqui em Brasília.
– Eleição Proporcional. É mais difícil porque o número de candidatos é muito maior. Só é possível a substituição até 60 dias antes da eleição, que dará tempo para os ajustes técnicos das urnas eletrônicas, evitando, assim, confusão com um sem número de candidatos.
Só lembrando que sempre deverá observar dois prazos, o de 10 dias de substituição a contar do fato que a enseje, e os 60 dias anteriores à eleição, no caso de candidato a eleição proporcional. SÃO DOIS PRAZOS QUE CORREM EM COMUM.
DIREITO ELEITORAL 2
PARTE 01
Tópico 04
PROPAGANDA ELEITORAL
• Tipos de Propaganda Política: A propaganda eleitoral é uma espécie de propaganda política. Como sub-espécies temos a institucional, a partidária, a intrapartidária, dentre outras.
A. Propaganda Institucional (37, §1º, CR): é a propaganda de serviços ou atos do poder público em geral. A CR afirma que essa propaganda tem que ter caráter educativo e informativo e não poderá ter veiculação pessoal do político.
A Lei das eleições disciplina alguns aspectos dessa propaganda eleitoral. Há um limite máximo que poderá ser gasto com propaganda institucional no ano eleitoral, e é calculada da seguinte forma: faz-se a média dos três últimos anos dos valores gastos com propaganda eleitoral e os gastos feitos no último ano com propaganda eleitoral, depois de chegar a esses valores, o menor será utilizado como limite para gastos no ano eleitoral. Além disso, a legislação estabelece um período em que é vedada a propaganda institucional.
• Vedação em ano eleitoral. É vedada propaganda institucional nos três meses antes do pleito eleitoral. Há duas exceções a essa propaganda: razões de utilidade ou necessidade pública e propaganda de produtos que entram na esfera da concorrência privada e nesses dois casos quem libera a propaganda é a justiça eleitoral.
B. Propaganda Partidária (240 ss CE, 45 ss LOPP). Ela tem como duração um ano e meio a contar do segundo semestre do ano eleitoral (eleições de 2010, a propaganda teve início no primeiro semestre de 2009 e como fim o final do primeiro semestre de 2010). Ou seja, ela fica parada por apenas seis meses que englobam o pleito eleitoral. Tem como finalidade apresentar programas partidários, debater temas político-comunitários dentre outras finalidades. Em regra o tempo é dividido de acordo com a bancada de cada partido no congresso nacional.
Os partidos tendem a realizar essa propaganda partidária no semestre do ano eleitoral e, por conta disso, como todos os candidatos praticamente já estão decididos, os partidos tendem a utilizá-la comopropaganda eleitoral e acaba sendo punido pela justiça eleitoral por desvio de propaganda. Entretanto o TSE já decidiu que é possível utilizar a propaganda partidária para realizar críticas severas ou fazer críticas à administração ou ao agente político, desde que englobadas em um contexto de debate em tema partidário ou político-comunitário. A linha é muito tênue.
C. Propaganda Intrapartidária (36, §1º, LE). Tem a ver com a realização das convenções partidárias. É para que os partidos políticos, nos quinze dias antes da escolha de seus candidatos na convenção partidária, possam autorizar seus pré-candidatos para que façam suas respectivas campanhas para sua escolha na convenção partidária. Permite-se ao entorno do local onde será realizada a convenção, desde que NÃO SE FAÇA USO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA.
D. Propaganda Eleitoral (240 ss CE; 36 ss LE). Ele inicia no dia 06 de julho, um dia depois do fim do registro de candidatura. É embasada no princípio constitucional da liberdade de expressão, da liberdade de opinião, e claro que com seus princípios próprios.
(Res. 22.718/08)
– Vedações gerais (243, CE). 
– Início. A partir do dia 06 de julho. Porém, nem toda propaganda pode ser feita a partir dessa data. 
• Paga. É a propaganda em que pode haver gastos financeiros em torno dela. Ela só poderá ter início depois de atribuído CNPJ à campanha. A lei 12.034 determinou que a justiça eleitoral insira o CNPJ às candidaturas até três dias antes do registro de candidatura, ou seja, até o dia 02 de julho.
Todo candidato tem CNPJ de sua campanha, e só poderá gastar e arrecadar fundos com a inscrição de sua campanha no CNPJ.
• Gratuita. É o horário eleitoral gratuito na televisão. Ocorre 45 dias anteriores ao ante-véspera do pleito e tem uma infinidade de regras, tal como tempo proporcional ao número de representantes na câmara.
Modificação interessante e recente autorizou candidato à eleição majoritária (governador, presidente, prefeito) a fazer propaganda a candidatos a eleições proporcionais (deputados, vereadores), contanto que o candidato à eleição majoritária não faça propaganda para si mesmo.
Esse horário é gratuito para os candidatos e para os partidos, mas acaba sendo pago com o dinheiro do contribuinte, uma vez que as emissoras de televisão recebem como forma de isenção fiscal 80% do valor comercial daquele horário utilizado. Portanto, são milhões de reais.
• Exceções à extemporaneidade (36-A, LE). Antes dessa data, o TSE entendia que qualquer campanha que fosse feita, mesmo que com menção indireta à candidato, seria propaganda eleitoral antecipada ou extemporânea. A legislação alterou o dispositivo que tratava das propagandas eleitorais e trouxe exceções, ou seja, condutas que não seriam enquadradas como propagandas eleitorais extemporâneas, ou seja, são propagandas que tem alguma relação com as eleições, anteriores ao dia 06 de julho, mas que a legislação autorizou por terem sido consideradas excepcionais. Mas antes da legislação ter modificado, o TSE já havia mudado sua jurisprudência, flexionando mais a questão da antecipação da propaganda eleitoral.
Como exemplo temos: concessão de entrevista; participação em debates de pré-candidatos, mesmo que com a exposição de plataformas, desde que não haja pedido expresso de voto.
– O que é possível no dia da eleição? Boca de urna não é possível. Ou seja, não é possível qualquer tipo de campanha eleitoral. O que é possível é manifestação silenciosa individual em determinado candidato, como uma camisa, uma bandeira, dentre outras propagandas. Não pode ter a finalidade de convencer outro.
• Tipos.
• Espécies de propaganda eleitoral.
I. Ato Público e Comício
– Princípios reguladores. É preciso comunicação da autoridade policial até 24 horas antes da realização. Não é autorização, e sim comunicação para garantir direito de preferência.
– Horário. Das 08 às 24 horas.
– Proibição do Showmício. A lei fala de proibição de manifestação artística gratuita ou remunerada com vista a seduzir eleitor a votar em determinado candidato. A justiça eleitoral fixou jurisprudência bem restritiva, inclusive proibindo shows em telão, não é possível que o próprio candidato toque ou anime o próprio comício. Só foi permitido a música de campanha do candidato. Logicamente artistas podem comparecer à candidaturas, contanto que não cante ou se manifeste artisticamente. 
II. Na Sede Partidária e de comitês. A legislação não fala expressamente em comitê.
– Fachadas e dependências. 
III. Alto-falantes e Amplificadores de Voz. Trio elétrico é vedado.
– Horário. A limitação é até às dez da noite!
– Período
– Locais. Não é permitido auto-falantes a uma certa distância de hospital, teatro, cinema, estabelecimento militares. A distância é de 200 metros.
– Restrições. Em casos de cinemas, teatros, escolas e igrejas, é proibido apenas durante o horário de funcionamento do estabelecimento.
IV. Em Bens. 
a) Públicos, Tombados ou de Uso comum. 
• Regra geral. Absolutamente proibido. Antigamente havia a possibilidade de faixas em viaduto, em semáforos. Hoje, de forma alguma. Ou seja, nem em bens de uso comum é possível propaganda.
• Obs:
– Propaganda móvel (37, §§ 6º e 7º, LE). É possível em bens públicos, desde que propagandas móveis (cavalete, bonecos). Móvel é a que fica entre seis e dez da noite.
b) Bens particulares. Mesmo os bens particulares de uso comum, ou seja, aqueles bem que, mesmo particular, tem acesso franqueado a todos, não é possível propaganda eleitoral, independentemente do limite espacial. Portanto, NÃO É POSSÍVEL PROPAGANDA ELEITORAL EM BENS PARTICULARES DE USO COMUM.
• Regras gerais. Mudou muita coisa. Antes não tinha limitação espacial, depois limitaram o espaço dos bens a serem utilizados, proibindo, inclusive, a utilização de outdoors. 
• Abuso
• Obs: Outdoor. Autorizaram a utilização de placas. O problema era fazer a distinção entre outdoor e placas. A primeira distinção foi a destinação econômica, sendo que o outdoor teria destinação e a placa não teria destinação. Posteriormente, resolveram criar uma regra, no TSE, chegando no limite de 4 metros quadrados (2006). Em 2008, por resolução, aplicou essa metragem a todo bem particular, e como exemplo temos a aplicação em muros, que ficou limitado a 4 metros quadrados (caminhão baú, balão, letreiro).
A lei 12034 PROIBIU A PROPAGANDA ELEITORAL ONEROSA EM BEM PARTICULAR. Ou seja, toda propaganda em bem particular deve ser gratuita e espontânea.
O TSE afirmou que mesmo sendo gratuito, é necessário recibo eleitoral, o que se torna absurdo em determinadas situações, porque se é gratuito, como será contabilizado em recibo? Fica mais uma complicação decorrente das diversas proibições estabelecidas pela justiça eleitoral e pela legislação. Hoje se tornou quase que um terceiro turno eleitoral a prestação de contas de campanha eleitoral.
V. Na Imprensa
Regra geral. É possível na imprensa escrita, porém é proibido no rádio e na televisão.
Parâmetros (43, caput, LE)
 Limitação a 10 anúncios por veículo. A lei 12.034 estabeleceu esse limite. No jornal físico apenas 10 anúncios na campanha inteira.
• Jornal padrão. Um oitavo do espaço, por ser maior o jornal.
• Revista ou tablóide. Um quarto do espaço de uma página, por ser menor.
• Dimensão diversa. 
Matéria não paga. Pode ser feita, como por exemplo o editorial em jornal.
A mídia escrita pode ter preferência por candidato. É DECORRÊNCIA DO REGIME DEMOCRÁTICO. O que não pode existir é que haja uma manifestação favorável de tal modo que possa desequilibrar o pleito, o que acontece no Maranhão, mas nunca foi punido.
VI. Volante e impressos. Pode, desde que possua uma serie de requisito tais como: CNPJ, nome da coligação, nome do partido, nome do candidato, dentre outras.
– Vedação ao anonimato
VII. No rádio e na televisão (47 ss LE). Só horário eleitoral gratuito. Nas demais, é proibido.
OBS: Mídia humorística. Julgado do STF. Foi pedida a declaração de inconstitucionalidade, mas o que foi deferido foi a interpretação conforme, ou seja, continua a proibiçãode tratamento humorístico que venha a ridicularizar candidato, DESDE QUE POSSA DESEQUILIBRAR O PLEITO ELEITORAL. A contrariu sensu, pode fazer tratamento humorístico desde que não cause desequilíbrio no pleito eleitoral. A comédia e o humor também é uma forma de formar convicção do eleitor. 
VII. Internet
– Regras gerais. Havia resolução antiga do TSE que afirmava que só era possível e página exclusiva da campanha. Havia dúvida se em páginas pessoas seria possível ou não. A legislação melhorou muito a regulamentação.
– Fontes alargadas. Ficou estabelecido que em blogs, facebook, Orkut, twitter, dentre outras páginas pessoais, podem ter propaganda eleitoral, respeitado o período de abertura da propaganda eleitoral.
– Gratuidade. Proibiram compra de espaço na internet.
– Proibição em sites de Pessoa Jurídica.
– Descadastramento de spam. É permitido envio de e-mails, desde que haja opção de descadastramento de envio de mensagem eletrônica, sendo que, caso não haja, é cabível multa de 100 reais por cada mensagem enviada. 
Outra novidade foi a doação por internet, que veremos posteriormente.
• Sanções em relação à propaganda eleitoral irregular.
– Penais: caso cometa crime contra a honra, será punido.
– Políticas: cassação de registro de diploma em virtude do uso indevido dos meios de comunicação.
– Cíveis: indenização por quebra de direitos autorais, danos morais ou materiais, dentre outras.
– Multas: variam muito conforme o ilícito.
• Poder de polícia x Direito à propaganda. A justiça eleitoral, na qualidade de poder administrativo, vela pela regularidade dos atos associados ao processo eleitoral. Portanto, ela possui PODER DE POLÍCIA EM RELAÇÃO À COIBIÇÃO DE PROPAGANDA IRREGULAR. Entretanto, aplicar multa ou demais sanções, é necessário a justiça eleitoral ser demandada. Retirar um cartaz irregular ela pode, mas em relação aos demais atos, deverá ser demandada. É a chamada ação ou representação de propaganda eleitoral irregular, para que haja, ao final, garantido o contraditório, a cominação de multa.
• Prévio conhecimento. A lei 12034, para proibir o exagero do poder de polícia que vinha sendo exercido pela justiça eleitoral, estabeleceu expressamente a proibição de coibição de propaganda eleitoral lícita. Além do mais, exigiu, na instrução da representação de propaganda irregular, que seja demonstrado o prévio conhecimento e a prova de autoria do candidato que está sendo acusado.
Tópico 05
ARRECADAÇÃO E GASTOS
Arrecadação e Gastos. Houve muitas modificações legais e jurisprudenciais acerca do tema, do ano de 2006 para cá.
• Sistema brasileiro de financiamento. A idéia é dar mais poder à justiça eleitoral para verificar irregularidades nas campanhas eleitorais. O problema é que nosso sistema é de cunho privado e associado a campanhas individuais, ou seja, os financiamentos de campanha acabam se tornando INVESTIMENTOS de campanha. O problema do controle é na verdade cultural e sistemático. 
O sistema é público e privado. O financiamento público vem pelo fundo partidário, regulado pela LOPP, em torno de 200 milhões por ano. Esse fundo partidário é composto por várias verbas, mas tem percentual composto por orçamento federal. Além disso, o horário eleitoral gratuito é uma forma de financiamento eleitoral indireto.
Já o financiamento privado, através de doações de campanhas.
• Condições prévias para gastar e arrecadar em campanha.
a) Pedido de registro
b) Pedido de registro do(s) comitê(s) financeiro(s). Esse comitê é do partido ou da candidatura que é o órgão de administração financeira. No partido esse comitê tem função de orientação e de organização das contas.
c) Inscrição no CNPJ. Até três dias deverá ser fornecido pela justiça eleitoral, a contar do último dia da data do registro de candidatura.
d) Conta bancária. Obrigatória, salvo nos municípios em que não haja agência ou que possuem menos de 20 mil habitantes.
• Obrigatoriedade. Porque é o lastro financeiro da campanha, é a fonte. Não é obrigatória nos municípios em que não haja agência ou que possuem menos de 20 mil habitantes. Só pode arrecadar e gastar com verbas da conta bancária. Deverá ser aberta uma conta exclusiva, não podendo ser utilizada uma conta já existente.
• Movimentação
• Pagamento não proveniente da conta. Enseja rejeição de contas.
e) Recibos eleitorais
• Confecção. Deverá ser emitido recibo eleitoral para absolutamente tudo, e tem toda uma lógica de confecção. Só tem uma forma de não contabilizar recursos ou gastos por meio dos recibos eleitorais, que são os GASTOS PESSOAIS DO ELEITOR NÃO EXCEDENTES A MIL UFIR.
• Data limite para arrecadação e gastos. A data limite é a até a data da eleição. É possível arrecadar após a eleição para saldar débitos anteriores com a campanha.
• Divulgação parcial na internet. Para tentar tornar mais transparente as contas gastas com a campanha eleitoral, exigiram que fossem publicadas na internet divulgações parciais ao longo da campanha. Nas datas 06/08 e 06/09. 
O problema é que não é preciso demonstrar o doador de campanha, ou seja, só serão conhecidos os doadores de campanha após as eleições.
ARRECADAÇÃO
• Tipos de recursos admitidos: doações, fundo partidário, recursos próprios do candidato, dentre outros recursos.
• Recursos não identificados. Todo recurso que chega à campanha, deverá ser atribuído a um CPF ou CNPJ, ou seja, alguém, pessoa física ou jurídica, deverá ser responsabilizado contabilmente por aquele dinheiro que entra na conta bancária. 
A entrada de dinheiro sem lastro não poderá ser utilizado em campanha. Ou seja, após as eleições, esse dinheiro deverá estar sobrando na conta bancária. Se houver o gasto, será irregularidade passível de punição. Portanto, vira sobra de campanha. Após saberemos a destinação desse dinheiro.
• Vedações: há várias vedações de pessoas que não podem doar. Dentre as mais conhecidas temos o governo estrangeiro, as entidades esportivas (vedação introduzida pela Lei 12034), dentre outros.
• Meios para arrecadação
– Pessoalmente
– Comitê financeiro
• Doações. É uma forma de financiamento privado, sujeita à limitação, com índices diferentes para pessoa física ou jurídica.
– Limites. Pessoa física, até 10% do rendimento bruto do ano anterior à campanha. Para pessoa jurídica, até 2% do faturamento anual bruto do ano anterior. Ultrapassado esse valor, há sanções diretas.
– Sanções diretas. O candidato sofrerá rejeição das contas e poderá ser enquadrado até em abuso de poder econômico. 
• Multa. De 5 a 10 vezes do valor ultrapassado.
• Pessoa Jurídica. Além da multa, incide a pena de proibição de contratar com o poder público no prazo de 05 anos.
– Formalidade essenciais: As duas abaixo:
• Recibo eleitoral
• Doação diretamente na conta bancária
– Doação por internet. 
– Doação Indireta. É a de bens e serviços para a campanha, e deverá ser contabilizada. Deverá ser feito um arbitramento do valor desse serviço.
• Comercialização de bens e eventos
– Regras gerais
– Requisitos para realização de evento. Deverá ser comunicada à justiça eleitoral para que, caso ela queira, mande representante para fiscalizar o evento.
GASTOS
– Limite global
• Teto máximo → lei. O teto é inexistente, porque a lei 11300 deixou a fixação desse teto ao legislador ordinário, que nunca foi feito. Qual a alternativa? Enquanto não houver a lei, o partido que fixa para cada candidatura o limite máximo de gastos. Ou seja, há a declaração dos valores máximos por candidatura.
– Tipo de gastos. São vários, como contratação de pessoal, publicidade, advocacia, mídia, dentre outros.
Deve haver um cuidado com a compra de votos indireta, que é muito fácil de ser mascarada, como no caso de contratação de cabos eleitorais como se fossem prestadores de serviços.
– Responsabilidade para prestação de contas. Passou a ser SOLIDÁRIA com a Lei 11300, ou seja, do administrador da campanha e do candidato. Tanto que o candidato assina todas as prestações de contas.
– Vedações.
• Material que proporcione vantagem. Não pode haver brindes, ajudas.
– Gastos não contabilizáveis. Sãoaqueles que não precisam ser contabilizados, com valor de 1000 UFIR feito pelos eleitores.
– Assunção de débitos pelo Partido Político. Criação muito estranha pela Lei 11300. Antes, caso o candidato tivesse um saldo devedor na conta bancária, ele já teria suas contas rejeitadas. Entretanto, agora os partidos políticos podem comprar esse débito, ou seja, sumir com os débitos, e o candidato não terá suas contas rejeitadas. É quase uma segunda forma de doação oculta. 
A forma mais comum de doação oculta é quando o doador faz uma doação para o partido político e este repassa para determinado candidato indicado pelo doador. Antes era muito comum, porém hoje as contas destinadas ao partido político para repasse a candidatos tem escrituração própria e contabilidade própria, devendo ter repasse específico, o que melhorou muito a fiscalização. 
IMPORTANTE RESSALTAR que, anteriormente, as sobras de campanhas, ou seja, todo dinheiro que sobrava ao final da campanha, inclusive aqueles recursos não identificados que deverão, obrigatoriamente, fazer parte das sobras da campanha, iam para o FUNDO PARTIDÁRIO. Entretanto, a lei foi modificada e agora a destinação das sobras vão diretamente PARA O PARTIDO POLÍTICO. Sucede que, com a autorização dos partidos de assumirem os débitos das campanhas dos candidatos, evitando, assim, a rejeição de contas, esse dinheiro das sobras, especialmente os recursos não identificados, acabam por financiar determinados políticos, o que se torna verdadeira DOAÇÃO INDIRETA PREVISTA EM LEI, um absurdo legislativo.
A justiça eleitoral, por meio de resolução, encontrou uma solução bem interessante. O TSE destacou das sobras de campanha os RECURSOS NÃO IDENTIFICADOS, e DESTINARAM ESSES VALORES PARA O TESOURO NACIONAL. O TSE FOI MUITO INTELIGENTE, EVITANDO DOAÇÃO INDIRETA.
– Sobras de campanha
• Definição. Dinheiro que sobra ao final da campanha, inclusive aqueles sem identificação. Porém, o TSE destacou das sobras os recursos não identificados e determinou que os recursos sejam recolhidos ao TESOURO NACIONAL.
• Destinação. Ia, anteriormente, para o fundo partidário. Hoje vai diretamente para os partidos políticos. Os recursos não identificados vão para o tesouro nacional, porque não seria sobra de campanha.
– Prestação de contas. Quase um terceiro turno das eleições.
• Exigência. Obrigatória. Todo mundo tem que prestar contas, inclusive o candidato morto ou desistente. Caso não tenha gasto nada, terá que prestar contas.
• Data. Até 30 dias do pleito.
• Retificadora. Há possibilidade de retificação das contas.
• Natureza jurisdicional. A lei 12034 atribuiu natureza jurisdicional ao processo de prestação de contas. Antigamente, entendia-se que era um processo administrativo da justiça eleitoral, não cabendo recurso, via de regra, acabando-se assegurando procedimentos processuais extremos, como MS, para rever processos de prestações de contas. Por isso foi imposta natureza jurisdicional ao processo de prestação de contas, com previsão de recurso a ser interposto no prazo de 3 dias.
• Julgamento. São 4 resultados possíveis ao final do processo de prestação de contas.
– Aprovadas.
– Aprovadas com ressalvas. Há irregularidade que não compromete, no todo, a prestação de contas. Uma observação é que a data que deverá constar é a da contratação e não a do pagamento do contratado para prestação de serviços. Imaginem uma prestação de contas para presidente? É o tipo de resultado mais corrente.
– Rejeitadas. Irregularidades insanáveis.
– Não prestadas. Não foram prestadas. 
Havia uma dúvida em relação ao seguinte: a rejeição de contas implica efeito automático em relação ao diploma ou ao registro de candidatura? Não. O candidato só pode ser diplomado se as contas forem julgadas. Mas se as contas forem rejeitadas isso não impede a diplomação porque, contas rejeitadas quem é o titular da ação eleitoral é o Ministério Público para assegurar o contraditório e a ampla defesa para, ao final, determinar a cassação de diploma, a declaração de inelegibilidade, dentre outras cominações.
E a certidão de quitação eleitoral? Antes, o conceito de quitação eleitoral abrangia o cumprimento do dever de votar e cumprimento às convocações eleitorais. A justiça eleitoral, entretanto, incluiu como fatos ensejadores da não quitação eleitoral o não pagamento de multa e a não apresentação de contas ou contas rejeitadas. 
O legislador, posteriormente, deixou expresso que compõe a quitação eleitoral a não apresentação das contas. Ou seja, a rejeição das contas NÃO É CAUSA DE NÃO QUITAÇÃO ELEITORAL. Na verdade, não é possível inferir a inelegibilidade ou falta de condição de registrabilidade a rejeição das contas do candidato porque existem casos e casos de rejeição de contas que, no contexto global, não poderiam ensejar a cassação do diploma ou a falta de condição de registrabilidade.
Portanto, a rejeição de contas não ataca automaticamente o efeito jurídico do ATO DE DIPLOMAÇÃO DO CANDIDATO. É preciso uma ação eleitoral, proposta pelo MP, para que haja a desconstituição desse ato.
Tópico 06
CONTENCIOSO ELEITORAL
• Sistema brasileiro. É uma área bem tortuosa, porque o período é muito rápido entre o registro da candidatura e a diplomação. Portanto, há uma série de ações que podem ser ajuizadas nesse ínterim. A Lei 12.034 sistematizou muita coisa.
No Brasil não vigora o efeito cascata como ocorre em Portugal, ou seja, em Portugal cada ato da eleição exaure a possibilidade de discussão judicial sobre aquele ponto. No Brasil há um conjunto de ações que podem ser propostas em várias etapas do processo, com ritos próprios.
• Nomenclaturas mais comuns
– AIRC (ação de impugnação de registro de candidatura)
– AIJE (ação de investigação judicial eleitoral)
– Representação do art. 96 da LE
– RCED (recurso contra a expedição de diploma)
– AIME (ação de impugnação de mandato eletivo)
• Ritos mais comuns. São todos muito ágeis, muito rápidos.
– Ordinário: arts. 3º ss da LC 64/90. É aplicável à AIME, por analogia à AIRC. A diferença básica dele é que são dois dias para defesa.
– Sumário: art. 22 da LC 64/90. É o rito aplicado na AIJE, sendo o rito mais usado. Ele é usado para a maioria dos ilícitos eleitorais (captação ilícita de sufrágio, dentre outros).
– Sumariíssimo: art. 96 da LE. É associado à propaganda eleitoral e ao direito de resposta. A diferença é que, em alguns casos, a regra para defesa é de 48 horas, outros 24 horas.
OBS: Os prazos, quando em horas, são contados de hora em hora, não se interrompendo, nem se suspendendo, inclusive final de semana e feriados. Hoje, os ilícitos eleitorais obedecem apenas um rito, que é o sumário.
• Legitimados ativos. Giram em torno de 04. Os legitimados são: MP, COLIGAÇÃO, PARTIDO E CANDIDATO. A tese de doutorado do professor foi tentar legitimar associações e tutela coletiva na justiça eleitoral, mas isso é minoritário, inclusive a Lei 12034 vedou expressamente ação civil pública em matéria eleitoral.
• Obs.:
– Recursos não têm efeito suspensivo (257 CE), logo a sentença é executada de imediato. Antes, havia uma regra interessante sobre inelegibilidade, uma vez que as sentenças que a declaravam não eram auto-executáveis, porque tinha um artigo específico que estabelecia o trânsito em julgado para o cumprimento. Com a LC 135, basta a decisão de órgão colegiado para que seja executada a sentença de declaração de inelegibilidade.
As exceções que existem no caso concreto estão ligados ao poder geral de cautela do poder judiciário, que poderá dar efeito suspensivo ao recurso. 
→ Execução imediata da sentença
– Efeitos da decretação de inelegibilidade não demandam mais trânsito em julgado (15 LC).
• Previsão recursal com efeito suspensivo (26-C, LC). A LC 135 criou o art. 26-C, no qual afirma que o órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1° poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal edesde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. A competência poderá ser da justiça comum também. Se não for proposto, HAVERÁ PRECLUSÃO, caso não interposto logo e diretamente o recurso.
DIREITO ELEITORAL 2
PARTE 02
I. AIRC. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA.
• Finalidade. É um pente fino. Ela separa aqueles que podem e aqueles que não podem ser candidatos no pleito eleitoral. Não há dilação probatória, é uma ação extremamente célere. É uma ação objetivo. Tem como finalidade averiguar se o candidato preenche os requisitos de elegibilidade, se já incidiu em alguma causa de inelegibilidade ou se ele preenche as condições de registrabilidade. Quanto menos burocracia melhor, porque ela deverá transitar em julgado 45 dias antes das eleições. Isso não acontece nunca, principalmente nas eleições municipais, mas o objetivo seria esse. Porém, há possibilidade, inclusive, de representação ao CNJ caso as ações não sejam ágeis. 
Essa ação é importante porque o eleitor tem que saber se o candidato que ele está votando está apto a concorrer às eleições. Além do mais, conforme reforma legislativa, os votos do candidato nem se transferem mais ao partido. Não se discute se está havendo abuso de poder, se há irregularidade na campanha, nada disso! Apenas se discute aspectos ligados ao registro da candidatura.
• Rito. É o ordinário, do art. 3° da LC 64/90. 
• Prazo. Cinco dias para a propositura depois da publicação do edital dos candidatos que tiveram seu registro deferido, com prazo de defesa de sete dias. É o prazo de defesa mais elástico. 
• Hipóteses
– Ausência de condições de elegibilidade
– Ocorrência de causa de inelegibilidade
– Ausência de condições de registrabilidade
• Outros detalhes. 
– Preclusão. O prazo para o ajuizamento da ação fixa a preclusão de determinadas inelegibilidades, porque as causas de inelegibilidade constitucionais não precluem, mas as causas infra-constitucionais precluem nesse momento. Como exemplo, se deixou de veicular na ação a inelegibilidade por falta de prestação de contas, não será possível argumentar em ação posterior.
– Indeferimento de ofício. É possível o indeferimento ex officio da candidatura, visto que inicia-se o registro de candidatura por procedimento administrativo. Caso haja a impugnação de registro já deferido, o processo se judicializa, havendo o rito já citado acima (prazo de defesa de sete dias, etc.). Caso haja o indeferimento, haverá recurso contra esse indeferimento. Portanto, a justiça eleitoral não precisa esperar pedido para indeferir registro de candidatura.
– Campanha à “conta e risco”. É importante que o registro de candidatura só seja cassado com o trânsito em julgado. Ou seja, indeferido o registro, o candidato poderá continuar sua campanha, por sua conta e risco, porque nada garante que o seu registro seja deferido posteriormente. 
Observação importante é que, caso a AIRC seja julgada improcedente, mas há recurso, e nesse meio tempo o candidato se elege, após o julgamento do recurso cassando a candidatura dele, esse efeito retroage ao pedido de registro de candidatura, e isso é trágico porque os votos que ele obteve serão NULOS, conforme alteração da Lei 12034. Antes, a destinação dos votos era analisada com base na situação que o candidato se encontrava no dia da eleição, ou seja, se ele teve o seu registro cassado após as eleições, ou seja, tendo concorrido no dia das eleições com o registro regular, esses votos eram transferidos ao partido político. Essa sistemática foi revogada pela Lei 12034, sendo que não é mais necessário analisar a situação do registro do candidato no dia da eleição, já que todos os votos serão NULOS.
Portanto, havia uma hipótese em que o registro do candidato era indeferido e os votos que ele obteve iriam para o partido político, qual seja, a candidatura era sub judice à época da eleição e à data da eleição o registro estava deferido. Hoje, como falamos, acabou essa sistemática, já que a Lei 12034 estabelece expressamente que a transferência dos votos do candidato para o partido político DEPENDEM DO DEFERIMENTO DO REGISTRO DE CANDIDATURA. Ou seja, validade dos votos e transferência ao PP condicionados ao deferimento do registro (16-A, LE). É contraditório porque nesse caso, aparentemente, o voto é considerado individual ao candidato, e não ao partido.
II. AIJE
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.341 – email: 
• Finalidade. É um instrumento processual para investigar, portanto, o objetivo dela não é auferir se determinado candidato tem condições de participar do pleito eleitoral, e sim saber se o candidato ou alguém praticou determinadas condutas que favoreceu certo candidato em detrimento da isonomia do pleito eleitoral. É uma ação de investigação típica. O objetivo e investigar se alguém praticou abuso de poder econômico, abuso de poder político, uso indevido dos meios de comunicação, de modo a privilegiar candidatura e desequilibrar o pleito. Ela demanda uma dilação probatória maior.
• Rito. É o sumário, com prazo de dois dias para a defesa, seguindo o rito do art. 22 da LC 64/90.
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:
I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguintes providências:
a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível;
b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente;
c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta lei complementar;
II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas;
III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias;
IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo;
V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação;
VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento das partes;
VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito;
VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias;
IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo s por crime de desobediência;
X -

Continue navegando