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Afecções do sistema da fêmea

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Afecções do sistema genital da fêmea Equina
-Considerações Anatômicas
A égua apresenta dois ovários, que são palpáveis durante a palpação transretal, a ponto de não precisar do ultrassom, somente com a palpação é possível sentir os folículos, tumores e é possível saber se a região está mais sensível, na maioria das vezes os ovários são candidatos a terem neoplasias, devido a manipulação hormonal que ocorre na égua.
 Vão apresentar também duas trompas de falópio/tuba uterina, útero, tem formato bicornuado, sendo que os cornos vão se encontrar deitados, como se tivessem apoiados ou suspensos. A cérvix é a continuação do útero, ela é palpável e não tem anéis na cérvix ela é lisa. O canal da vagina pode ser palpado como visualizado utilizando o especulo. O clitóris está situado na parte mais ventral, na égua não sabemos mensurar se este órgão está de fato relacionado com o prazer, mas em alguns locais depois da inseminação é feito uma massagem no local para estimula-lo e por último tem a vulva, ela funciona como uma barreira mecânica. 
A cérvix parece um botão e para saber se a égua está aberta ou fechada vemos palpa-la. O óstio uretral é o local em que sairá a urina.
A parte caudal da égua é muito diferente da parte caudal do macho, mas ainda pensando em anatomia, todas as estruturas estarão presentes, ou seja, há o esfíncter anal, períneo, no macho esta estrutura é enorme, pois o prepúcio e o testículo estarão mais na parte ventral abdominal, enquanto que o períneo da égua é menor. E existe a vulva que funciona como uma barreira mecânica. 
Defeitos conformação perineal
•Vulva: Epitélio que faz a barreira mecânica e é a primeira defesa deste sistema. E ao passar por esta estrutura os outros órgãos vão ficando cada vez mais estéril, ou seja, menos contaminado. Para a conformação ideal de uma vulva deve ter dois terços da comissura deve ficar de forma horizontal do assoalho pélvico. 
Quando a égua tem uma vulva funda e bastante verticalizada, veremos que no local haverá um grande acumulo de fezes, pois o animal começa a defecar e as fezes se depositam no canal da vagina. 
Outro problema são as vulvas que não estão fechadas, logo pode predispor a infecção ascendentes endometrite, vaginite ou cervicites, causando por consequência a infertilidade. Portanto, quando a égua tem este tipo de conformação de vulva a queixa principal do proprietário será em relação a infertilidade. 
Por isto a conformação da vulva é importante para uma serie de alterações que podem ter no trato reprodutivo, pensando como uma barreira mecânica. 
A pneumovagina é causada por uma alteração na conformação da vulva, fazendo com que a égua pareça soltar peidos pela vagina, isto acontece também após a palpação transvaginal, pois entra ar. Está presença de ar predispõe a infecções no canal da vagina.
Outra alteração que a égua pode ter devido a conformação da vulva é o acumulo de urina no local, que posteriormente pode levar a infecções. 
Quando a infecção acontece somente no canal da vagina a fêmea apresenta ardência nesta região ou tendem a demorar para urinar, dos males estes são os menores, o problema se torna maior quando está fêmea se torna infértil.
A conformação da vulva da égua é importante em relação ao parto, porque quando está mal conformada a maior predisposição a ter rupturas e lacerações perineais. 
Técnica de Caslick ou vulvoplastia: Nesta região não há artéria e veias que são importantes, então a técnica se torna mais fácil de ser feita. Esta técnica tem como intuito fazer a correção da vulva, sendo mais verticalizada ou má fechamento da vulva. 
Dependendo do comportamento precisa sedar a égua, mas na maioria das vezes não é necessário, porque geralmente a maioria das éguas já estão mais acostumadas com a palpação. 
Pode ser feito o bloqueio epidural com lidocaína 2% sem vasoconstritor, primeiro é feito uma bandagem na cauda do animal e em seguida faz a lidocaína ao redor da comissura dorsal e ventral da vulva. Nesta região há o epitélio e mucosa, quando abrimos um pouco já é possível ver a transição de epitélio e mucosa, é exatamente neste local que será feito a técnica.
Para a técnica da epidural iremos palpar a última vertebra fixa e a primeira vertebra móvel, então manipulamos a cauda para cima e para baixo, a agulha usada é uma 40x8 ou o cateter 16, devemos entrar com a agulha perpendicular ao solo, em seguida ultrapassamos pele e subcutâneo, colocamos a gota de lidocaína diluída no soro, até que esta gota seja absorvida, posteriormente joga todo o restante do medicamento. 
O bloqueio local será feito entre a comissura dorsal e ventral que é local em que será realizada a incisão. A incisão é feita entre a mucosa e epitélio, retirando um filete do mesmo, para que assim possa ocorrer a cicatrização de primeira intenção, o intuito da retirada do filete não é pensando na correção cirúrgica em si e sim na cicatrização, isto vai fazer uma redução da abertura da vulva. Em alguns casos podem ocorrer recidiva, ainda mais quando a fêmea emprenha, porque geralmente ocorre a laceração do local em que houve a sutura.
É retirado 2/3 da comissura dorsal e na sutura não podemos fechar toda a vulva, porque por este mesmo local sai a urina.
Passando 5 a 7 dias é feito a remoção dos pontos, que de fato deixam o óstio menor, mas isto não impede de o potro nascer. O fio usado é o nylon.
Quando a fêmea tem uma vulva em horizontal pode ser feita tanto a técnica de Caslick como uma técnica de túnel, ou seja, é uma incisão perineal, desta forma não é rompido o assoalho do reto e nem o teto da vagina. Assim conseguimos verticalizar melhor a vulva.
Pós-operatório: Antibioticoterapia por conta da ferida cirúrgica, o grupo de antibiótico utilizado é a penicilina e deste grupo utilizaremos a benzatina; antinflamatório não esteoridal por 3 dias intravenoso, flumexin meglumine, fenilbutazona ou cetoprofeno, além disto, fazer higienização da ferida, com utilização de sabão neutro, pode usar spray de prata ou o tanidil é um pó, porem deve ser informado ao tratador que mesmo assim o local deve ser limpo toda vez que o animal defecar. 
Ruptura de vulva e períneo 
É classificada em graus que variam de I ao III e ela será classificada de acordo com as regiões que foram acometidas na laceração. As lacerações podem acontecer em decorrência do parto, porque o potro é grande, parto distorcido, vagina pequena e laceração iatrogênica.
Grau I: Laceração de vestíbulo da vagina e comissura dorsal, com preservação do assoalho do reto e períneo. 
Grau II: Atingi mucosa e submucosa da vagina e músculos perineais. 
Grau III: Laceração do assoalho do reto, músculos perineais e vestíbulo da vagina, quando isto acontece é comum ter fezes no canal da vagina. 
Logo a reconstituição é feita de acordo com os tecidos que foram acometidos, na laceração de grau I é feito a técnica de caslick e reconstituição da comissura dorsal, já no grau II faz reconstituição dos músculos do períneo, seguido da sutura da mucosa e submucosa doo reto e da vagina e no grau III é feito dois procedimentos cirúrgicos, sendo primeiro a reconstituição do assoalho do reto, do períneo e reconstituição do vestíbulo da vagina, depois de cicatrizado a égua deve ser submetido a um segundo procedimento que é a técnica de vulvoplastia e caslick.
Antes de qualquer uma das cirurgias deve ser feita a limpeza do reto, com solução fisiológica, não é feito antissepsia com clorexidine pois irrita a mucosa, ele será mais usado ao redor da vulva. 
A sutura realizada é sempre de cranial para caudal, ou seja, do fundo para fora, neste caso é usado o fio absorvível 2-0. 
Na maioria das vezes é possível ser feito somente aproximação do local, se tiver que ser feito incisão para corrigir ou conseguir aproximar a sugestão é que a incisão seja feita em forma de triangulo invertido, assim há menor perda de tecido, nem sempre da para se fazer, porque dependendo do grau de laceração, qualquer retirada de tecido vai fazer falta no momento da sutura, nestes casos é feito somente a identificação dos tecidos (assoalho doreto, períneo e vestíbulo da vagina). 
Os pontos que são feitos são simples continuo ou simples interrompido, sempre será feito a sutura de cima para baixo, ou seja, assoalho do reto, períneo e vestíbulo. 
Não importa o grau da laceração, a chance de recidiva a sempre após a realização da técnica existe, o ideal seria a retirada da égua da reprodução, porem isto não é feito, em muitos locais a égua ainda fica prenhe e a cada laceração que ela venha ter é feito posteriormente a sua correção.
A técnica cirúrgica não é feita imediatamente após a laceração, primeiro esperamos o local desinchar, para que posteriormente possa ser feito a cirurgia. 
Pós-operatório: Higienização da ferida, limpa o assoalho pelvio, administração de linhaça para deixar as fezes com consistência mais pastosa, ela é administrada junto com o alimento, funciona como o laxante, mas caso não tenha pode ser ofertado algum outro tipo de laxante. Avaliar os cascos dos animais, observando se o mesmo tem laminite. 
Torção de útero
É mais comum em ruminantes, mas pode acontecer em equinos, geralmente ela esta associada com a cólica que é uma dor abdominal, o útero está situado na cavidade abdominal e muitas vezes o animal tem a mesma sintomatologia que a cólica, para diferenciar uma da outra basta fazer a palpação transretal. 
Ela acontece no terço final da gestação, isto dificulta a palpação, porque neste momento o potro já está formando e está ganhando peso. Isto se torna difícil, em uma cólica de trato gastrointestinal, ao palpar uma égua gestante, só conseguimos sentir o potro, dificilmente palparemos outra estrutura, mas se for feita uma palpação mais minuciosa podemos achar o útero torcido ou a causa da cólica abdominal. 
Apresentação clínica é muito intensa e devido a isto o animal não apresenta resposta a analgesia, tem taquicardia, taquipneia e na maioria das vezes a motilidade se mantem normal, ou seja, a auscultação da motilidade fica normal, além disto o animal pode apresentar conteúdo da paracentese alterado. Outros sinais clínicos visto são a dificuldade para andar e apresentam tensão na parede abdominal, é imensurável, pois a musculatura do cavalo é muito forte.
O diagnostico é feito pela palpação transretal, pode ser feito as manobras manuais, como rolar a égua de um lado para o outro a fim de tentar distorcer o útero, antes de fazer isto é realizado MPA, caso não dê certo é feito a laparotomia para correção cirúrgica e retirada do feto.
Prolapso de útero 
São alterações mais frequentes em ruminantes, nesta afecção acontece as alterações de conformação e períneo, na maioria das vezes acontece por atonia uterina, frequente em éguas que são primíparas ou são égua que realmente tiveram problemas graves a ponto de ter atonia uterina, porém é difícil de acontecer em éguas, geralmente as afecções uterinas acontece por infecção e inflamação, além disto o parto distorcido e éguas mais velhas podem ter o prolapso, devido a musculatura estar mais frouxa. 
Uma vez prolapsado deve ser feito a crioterapia, com compressas geladas, deixando no local por um certo período de tempo até que o local desinflame, em situações extremas em que já houver necrose a opção que pode ser feita é a amputação da parte do útero que está necrosada, após isto realiza o antinflamatório e crioterapia e o que sobrar do órgão pode ser recolado no local. 
Tratamento: Se estiver prolapsado devemos evitar ferimentos no útero, realizar fluidoterapia, antibiótico, lavar e envolver o útero com solução fisiológica, administrar hidrocortisona, mas devemos tomar cuidado porque ele pode gerar laminite. Se tiver pouco prolapso pode ser feita a reintrodução e fazer a sutura boca de fumo para manter o útero no local até que o mesmo desinflame e retorne a posição anatômica, mas se tiver necrose é indicado retirar a parte que esta necrosada ou dependendo da situação da égua pode ser feita a eutanásia da égua. 
Sistema genital da fêmea ruminantes
Prolapso 
Prolapso é a procidência da parede vaginal, ou seja, é a exteriorização das estruturas que deveriam estar internas, as procidências acontecem a partir da vulva e lábios vulvares. Quando há o prolapso que envolve somente a vagina é chamado de prolapso vaginal, mas este prolapso pode maior, ou seja, além da vagina prolapsar podemos ter a exteriorização da cérvix e eventualmente do útero, com relação ao ruminante o prolapso uterino tende ser mais raro, mas isto não quer dizer que não possa acontecer, só vai aparecer com menor frequência quando comparamos com o prolapso vaginal ou prolapso cervico-vaginal. Para acontecer o prolapso uterino ou cervical, obrigatoriamente deve ter acontecido o prolapso de vagina, sendo um quadro progressivo, logo ocorre a exteriorização primeiro da vagina, cérvix e se continuar evoluindo pode acorrer o prolapso uterino.
A incidência é mais comum me ruminantes, sendo os bovinos e ovinos, nos caprinos é uma afecção considerada rara, neles iremos estudar uma incidência parecida com o que acontece em éguas, mas mesmo assim não se torna tão frequente.
Antigamente esta afecção estava muito ligada aos animais gestantes, sendo comum no período periparto, ou seja, próximo ao momento de dar à luz, mas atualmente foi percebido que o prolapso acontece também nas fêmeas não gestantes. Este aumento de incidência nos casos e a constatação de que não eram somente animais gestantes que iriam apresentar esta afecção, acabou com que novos estudos fossem desenvolvidos, para melhor entender porque estaria acontecendo esta alteração de posição do sistema genital das fêmeas. 
Também foi visto que as raças gigantes de corte, brahman e nelore. Além disto pode estar relacionado com o tratamento hormonal, pois atualmente houve um aumento na transferência de embrião e superovulação, então o tratamento hormonal que essas fêmeas são submetidas acabam fazendo com que elas tenham uma frequência maior do aparecimento do prolapso, mesmo ela não estando prenhe. 
A procidência da parede vaginal, cérvix e útero são consideradas alterações multifatoriais, ou seja, são a junção de diversos fatores que acabam levando o prolapso destas estruturas, logo o que está associado é a gestação, a presença do útero gravídico acaba promovendo uma maior pressão intrapelvica sobre a região perineal, além disto quanto maior a raça do animal, maior a chance de ter o prolapso, já que o peso do feto tende a ser maior, logo podemos dizer que também ter haver com o peso do útero gravídico.
Outro fator que recentemente foi apontado foi a questão do estabulamento do animal, ou seja, animais que ficaram presos por muito tempo na sua vida, apresentando algumas características geradas por conta do confinamento como:
Sedentarismo, pelo fato do animal estar estabulado durante todo os dias, o mesmo não tem como se movimentar, este fator faz com que todos os ligamentos e estruturas que mantem o útero, vagina e cérvix na sua posição, sejam naturalmente mais flácidos, então os animais que não se movimentam e tem uma vida sedentária acabam tendo uma flacidez das estruturas de suporte do útero, vagina e cérvix.
Outro fator comum é a obesidade, é mais frequente um animal ser obeso se o mesmo vive estabulado comparado com o animal que fica solto a pasto, então a obesidade faz com que as estruturas de suporte tenham maior quantidade do tecido adiposo, a presença do tecido adiposo associado com a musculatura, ligamentos e tendões, faz com que o animal tenha maior chance de ter o prolapso, porque o tecido adiposo deixa a estrutura mais frágil, com menor força de contração.
Os animais que ficam por muito tempo em decúbito, acabam tendo um aumento de pressão sobre o períneo, então se o animal ficar deitado principalmente se for gestante haverá maior pressão do útero, nas estruturas genitais sobre o períneo, então o decúbito prolongado é frequentemente observado no animal estabulado. 
Outros fatores determinantes promove o aparecimento do prolapso como, as fêmeas gestante há o relaxamento dos ligamentos pélvicos e perineais, então a fêmea prenhe com o passar da sua gestaçãohaverá um momento em que a produção de estrógeno será grande, a hiperplasia vaginal também tem o fator vaginal visto em cadelas tem também um fator hormonal muito envolvido, parecido com prolapso vaginal das vacas, então o fator que causam estas afecções são similares. 
O relaxamento e o aumento da concentração do estrógeno são um preparo que o organismo faz com parto normal, então esta fêmea para conseguir ter posteriormente o parto normal precisa ter o relaxamento dos ligamentos para permitir a passagem do feto pelo canal do parto, então este aumento da produção de estrógeno é fisiológico.
Próximo ao parto é visto o edema na região genital, pode estar relacionado com a produção de estrógeno a evolução da gestação acaba sendo determinante para a ocorrência deste prolapso.
A fêmeas idosas ou pluríparas, são fêmeas que tem maior tendência em desenvolver esta afecção, porque passaram por muitas gestações e naturalmente vão desenvolver o relaxamento destes ligamentos, logo as fêmeas que estão passando por uma primeira gestação, dificilmente vão apresentar o prolapso, porque terão os ligamentos mais rígidos e firmes, assim como a musculatura perineal, diferente da fêmea que teve mais de 10 a 12 gestações tem maior relaxamento destas estruturas.
O piso do estabulo excessivamente inclinado, é um fator que tem haver com a construção da estabulagem, mas geralmente o piso que o animal fica é inclinado para facilitar o escoamento dos dejetos, quando o animal urina está acaba caindo em uma canaleta, desta forma há uma diminuição da contaminação da cama da fêmea. O problema da inclinação excessiva é que pela gravidade, estando o animal de pé ou deitado haverá um aumento da pressão abdominal sobre o períneo, então é frequente observar no piso inclinado. Os animai que também ficam muito tempo em decúbito com o piso inclinando tem o aumento da pressão sobre a pressão perineal, promovendo maiores chances de acontecer o prolapso. 
Distúrbios hormonais que promovam o aumento do estrógeno, pode ser uma alteração ligada ao aumento excessivo do estrógeno, sendo que este animal pode estar prenhe ou não. 
Cistos ovarianos estão ligados porque o seu aparecimento estimula a produção de estrógeno.
Com relação a alimentação, alguns animais podem ingerir alimentos que são ricos em estrógeno, alguns capins dependendo da época do ano podem ter maior acumulo de estrógeno. 
Animais que sofram previamente algum trauma ou inflamação em região de vulva ou de reto, estes animais já têm alguma inflamação causada por uma laceração já vão ter edema causado por esta laceração, então os lábios vulvares destas fêmeas já vão estar edemaciados, inflamados e lacerados e devido a inflamação pode facilitar o prolapso.
Os animais que apresentam tenesmo, pela força que o animal faz para defecar pode gerar o prolapso vaginal cervical e uterino. O tenesmo é muito frequente nos períodos de pós-parto imediato, isto está ligado com toda alteração abdominal, ou seja, saída do útero gravídico que acaba mudando o posicionamento dos intestinos, além disto podem ter animais que no período pós-parto possam ficar 2 a 3 dias sem defecar, isto faz com que a chance do animal ter a exteriorização das estruturas se torne maior. 
A predisposição hereditária pode acontecer, ou seja, as fêmeas que tiveram prolapso têm a maior chance de gerarem filhas que terão problemas de prolapso, pode ser uma questão anatômica, ou seja, uma característica genética que passa das mães para as filhas, então pode ser que aquela fêmea tenha os bordos vulvares mais separados ou posicionamento do útero diferente no abdômen.
Pré disposição racial, antigamente estava relacionado com as fêmeas de leite, atualmente pela questão de hormônio, as fêmeas de corte estão com maior frequência do prolapso. 
A evolução do quadro é progressiva, então o animal que inicialmente apresenta o prolapso vaginal, haverá uma tendência de o prolapso continuar evoluindo, fazendo com que a massa prolapsada aumente com o tempo. Então se foi observado uma fêmea com prolapso de 1 cm, com o passar do tempo a estrutura pode se exteriorizar mais, indo por exemplo para 5 cm. 
A evolução acontece pela exposição intermitente e parcial da mucosa vaginal, então inicialmente há a exposição da mucosa vaginal. 
No prolapso vaginal iremos observar acumulo de dejetos, urina e outras sujidades, então a exposição que era intermitente e parcial da mucosa vaginal, acaba levando uma alteração da mucosa vaginal, então ao passar um tempo que muitas vezes não precisa ser longo, há um ressecamento da mucosa vaginal e uma contaminação ambiental da mucosa. Estes fatores vão acabar promovendo inflamação e infecção local, por isso há um aumento progressivo da massa prolapsada. 
Esta evolução do prolapso é mais frequente no terço final da gestação, justamente quando há o aumento da produção do estrógeno ou no pós-parto imediato com relação ao esforço que o animal realiza no momento do parto, além disto tem a questão do tenesmo no pós-parto imediato.
Portanto, o que está ligado com a questão hormonal é o relaxamento dos ligamentos pélvico e perineais, como uma resposta hormonal ao aumento do estrógeno associado ao aumento do útero gravídico. 
Geralmente os prolapsos podem ter recidivas ou intermitentes, ou seja, o animal apresenta o prolapso, mas no dia seguinte já não apresenta mais, as vezes o animal já tem cura espontânea. 
Classificação do prolapso
É classificado em quatro grau, sendo correlacionados com a severidade do quadro e a duração do processo, então é visto uma evolução progressiva, então os animais que apresentam prolapso há 15 dias, terão de esperar que nesta evolução ele acabe apresentando um grau que sai do menor para o grau maior. 
Grau I: Envolvimento apenas da vagina, ou seja, prolapso vaginal, sendo um quadro intermitente, aparecendo quando o animal estiver em decúbito, momento em que há maior pressão sobre o períneo, animais que estão em estação não é visto o prolapso. Os sintomas relacionados é a inflamação local, edemaciamento da mucosa vaginal, mucosa hiperemica, sinais de dor na região e frequentemente o animal pode apresentar disúria.
Grau II: Protusão vaginal continua, ou seja, independe do decúbito, o animal pode estar tanto em estação quanto em decúbito, neste caso percebemos a presença da vagina prolapsada.
Grau III: Envolvimento da cérvix, sendo uma exteriorização constante, ou seja, animal pode estar em estação ou em decúbito, então neste caso vemos o prolapso vaginal e cervical associado.
Grau IV: É quando acontece uma extensa área de necrose, então obviamente este caso está associado com o tempo. A necrose acontece pela exposição crônica da mucosa vaginal cervical e eventualmente a uterina, o que promove a necrose é a movimentação do animal, no momento de deitar, muitos animais juntos em locais pequenos, movimento da cauda porque gera um certo incomodo. 
Neste casos podemos ter complicações mais graves, como a peritonite, pois a região de ovários e trompas tem comunicação com o abdômen, então se há uma infecção importante na massa prolapsada pode haver a contaminação ascendente da cavidade abdominal, fazendo com que o animal desenvolva a peritonite, desta forma as fêmeas começam a apresentar quadros sistêmicos, ou seja, ficam prostrados, febre, mucosa com alteração de coloração e anorexia, neste momento pode ocorrer o desenvolvimento de aderência abdominal, devido a inflamação. 
Neste grau dizemos que a sobrevivência fetal é mínima, enquanto que nos outros graus o animal já tem maior predisposição ao aborto. 
Em alguns casos podemos ver o prolapso da bexiga associado com o prolapso uterino ou cervical ou vaginal.
Sinais clínicos: É uma afecção que não é difícil de diagnosticar, porque a visualização da massa é fácil de ser vista, muitas vezes os proprietários já trazem esta informação como queixa principal. Então a exposição tecidual através da rima vulvar facilita a percepção da pessoa responsável pelo animal conte isto aí veterinário e no momento do exame físico seja visível ao veterinário. Além disto,pode ser visto edema, congestão sanguínea, fica mais escuro e desvitalização do tecido prolapsado, ou seja, pontos de isquemia ou pontos esbranquiçados. Pode ser visto disúria e retenção urinária, devido ao envolvimento da bexiga urinária ou o meato urinário fica obstruído, este meato está localizado no assoalho ventral da vagina, se há um prolapso que envolva a parede ventral da vagina, pode ter o comprometimento do fluxo da urina pelo meato urinário pelo meato obstruído, a complicação disto é a ruptura de bexiga, então a fêmea que tem retenção urinária o exame físico tem que ser mais ágil e realizar a sondagem. Não da para fazer cistocentese, então neste caso devemos reduzir o prolapso e realizar a sondagem do animal. Inquietação do animal, podemos observar o prolapso retal secundário ao tenesmo. 
É comum vermos quadros infecciosos acometendo vulva, vagina e cérvix então falamos que os animais apresentam uma vaginite, cervicite ou vulvite, logo pode ter secreções amareladas, esverdeadas com odor forte, indicando morte tecidual. Além disto a fêmea pode apresentar o aborto.
Diagnostico: É feito pela observação do animal, que pode apresentar maior movimentação da cauda, ao realizar a palpação da massa devemos procurar o local do meato urinário, para isto lavamos o local e lubrificamos com nitrofurazona.
Realizar a palpação retal, para avaliar o feto e avaliação da bexiga, já que a mesma pode estar envolvida no prolapso.
Para ajudar na manipulação da massa prolapsada e reduzi-la podemos usar o soro gelado, porque ele promove vasoconstrição que posteriormente diminui o tamanho da massa, também pode ser usada a nitrofurazona, é uma pomada, que tem efeito antimicrobiano e antifúngico, ajudando no controle ambiental. Então limpamos e hidratamos o local. 
Quando for usado o soro é frequente fazermos a diluição do soro tópico, sendo o PVPI tópico 2 a 10%, sendo um tratamento antisséptico. Para ajudar na redução podemos trabalhar com substâncias que tenham efeito osmótico, como o açúcar, a glicerina tem efeito osmótico e também hidrata o local. 
Além de realizar a redução deve ser feita a sutura perivulvar para manter o conteúdo interno até que tenha o reposicionamento adequado. 
Os animais que estão em grau I podem ter melhora apenas com mudanças em manejos, ou seja, tiramos o animal do estabulo, aumenta a frequência dos exercícios e deixam de ficar em decúbito. Se não tiver tido a resolução é feito a redução da estrutura associado coma sutura perivulvar, com esta sutura fazemos o estreitamento vulvar, ou seja, não tem mais o prolapso porque não tem espaço para que ele aconteça, mas mesmo após esta técnica muitos animais acabam apresentando recidiva, ou seja, deiscência da sutura, o que promove isto são os animais que tem tenesmo ou que o prolapso foi muito intenso devido a pressão gerada na pelve. As suturas que podem ser feitas são:
Caslick que retira um segmento do lábio vulvar e aproxima por sutura, sutura de buhner e método de flessa. Para fazer este procedimento é feito a epidural Inter coccígea, bloqueando a sensibilidade da região perineal. 
Este procedimento pode ser feito em animais gestantes, o único cuidado é que no momento do parto deve ser retirada a sutura perivulvar, para não promover nenhum parto distócico, mas tem outros procedimentos que são a fixação das estruturas internas, não podem ser realizados nos animais que são gestantes.
Nos animais que tem necrose tecidual é feito a vaginectomia parcial antes de promover a redução, pois de reduzirmos o tecido necrótico o animal tende a ter infecção sistêmica, então para estes animais que tem grau IV é feito a vaginectomia parcial ou colpoplastia. Amos procedimentos podem ser feitos a campo.
Sutura de buhner: Podemos fazer uma abertura na porção ventral da vulva, com uma incisão de 2 cm, introduzindo a agulha pelo lábio vulvar até que ela saia na outra extremidade, ou seja, próxima ao ânus. Primeiro é passado somente a agulha e depois que passamos a fita cirúrgica, no momento em que a ponta da agulha aparece na outra extremidade colocamos a fita cirúrgica, depois disso puxamos a agulha e no local só sobra a fita. Isto é realizado no outro lábio vulvar. 
Método de flessa: É um instrumental cirúrgico, sendo colocado em região vulvar para comprimir a passagem do local, tem veterinário que a usam, porem não é o de primeira escolha. Pode ficar 3 a 4 meses. Se após 4 meses o animal não apresentou recidiva, não vai mais acontecer.
Todas as suturas podem ter recidivas.
Se houver necrose no meato urinário deve ser feita a reconstrução do mesmo, matendo o animal sondado por alguns dias.
Fixação interna
Fixação da vagina ou da cérvix na parede abdominal.
Vaginopexia dorsal: É muito realizada em nelores, já que tem muito tratamento hormonal, geralmente não tem recidiva a não ser que ocorra alguma falha na técnica cirúrgica. É feito a fixação da parede da vagina nos dois pontos de ancoragem realizando o aceso percutâneo, para isto é feito a anestesia epidural junto com anestesia local, nos pontos em que houver a incisão de pele e musculatura. Outro cuidado pré-operatório é o posicionamento do especulo vaginal no reto, para ajudar na localização do reto, é introduzido o especulo no reto e posteriormente é feito uma bolsa de fumo no ânus, para manter o especulo vaginal durante o procedimento cirúrgico, isto é importante porque podemos ancorar a sutura junto com o reto, causando posteriormente uma complicação. 
Então uma mão faremos o acesso transvaginal e com a outra faremos o posicionamento do instrumental que vai ancorar a braçadeira de náilon. 
Externamente é feito duas incisões longitudinais próximas a garupa, com 5 cm de distância das vertebras sacrais, no bovino adulto estas incisões são feita com uma distancia de 15 cm, em gados menores é feito com uma distancia de 7 a 8 cm.
Então é feito a incisão, divulsão do tecido com tesoura, no momento em que estiver preparado, fazemos a palpação transvaginal e deslocamos a vagina em direção a esta região. A partir deste ponto adicionamos a braçadeira de náilon que passa da primeira incisão para vagina e da vagina para a segunda incisão, mantendo-a por 90 dias, após este período, ela pode ser retirada, porque já vai ter tido uma aderência na parede abdominal. 
É indicado que o animal seja retirado da reprodução, ela ainda pode emprenhar, pode ter cobertura natural ou ter IA, mas durante a gestação ou o parto pode ser o rompimento da sutura, além disto o animal pode apresentar um parto distócico. 
Cervicopexia: Nesta técnica precisa ser feito o acesso abdominal, então fixamos a região da cérvix no tendão pré-púbico, neste caso precisa de um auxiliar que vai introduzir uma mão pela vagina do animal até sentir a cérvix, assim que senti-la ele fará o pinçamento da estrutura, facilitando a ancoragem do fio pela região cervical. Neste caso também é feita a epidural Inter coccígea e faz o bloqueio L invertido, para possibilitar a laparotomia esquerda (é feito do lado esquerdo por causa do rúmen). O fio usado neste caso é o não absorvível, de tamanho 2, introduziremos o fio e ancoramos ele na cérvix e no tendão pré-púbico, neste momento podemos usar as duas mãos para realizar o nó. Se for usar o fio absorvível deve ser aquele de degradação bem lenta, vycril e poliglactina. 
Pós-operatório: Antimicrobiano sistêmico, controle da infecção, aumenta o tempo de uso quando é feito o a ancoragem interna. AINE, se for feita Vaginopexia ou Cervicopexia pelo menos três dias de uso, caso tenha sido feita somente sutura perivulvar é feito um dia. Curativos locais, spray repelente, limpeza dos pontos da laparotomia e nos animais gestantes fazer acompanhamento e retirada previa das suturas, para que possa ocorrer o parto.

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