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A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização

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GN 107 – Ciência do Sistema Mundo 
Aluna: Andrea Borba RA 165302
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. A construção do sistema mundo moderno-colonial
numa perspectiva ambiental. (In): A Globalização da Natureza e a natureza da
globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. pp.22-58.
Carlos Walter Porto-Gonçalves é doutorado em Geografia pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (1998). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia
Social, atuando principalmente nos seguintes temas: conflito social, colonialidade do
saber, ecologia política, território-territorialidade e justiça ambiental, Amazônia e América
Latina.
Nessa obra ele descreve as relações existentes entre o período da globalização neoliberal
e o meio ambiente, assim como as maneiras pelas quais o sistema-mundo moderno-
colonial sustenta danos socioambientais desde 1592 e nos leva a refletir que o início da
globalização é impreciso a vários autores, contudo há consenso sobre o ano 1970 ter
sido um novo período histórico, ao qual Mílton Santos considera “período técnico-
científico-informacional” (Santos, 1996). Aí ocorreu o apogeu do capital financeiro, a
moeda nacional dos EUA se impôs como moeda internacional, organismos multilaterais -
como FMI e Banco Mundial, afirmaram a hegemonia desse país no mundo e o centro
das relações hierárquicas de poder sobre o qual Estados do G7 circulariam. Outrossim,
Índia, Paquistão, Coreia do Norte e China entram na zona de respeito mundial devido ao
domínio da tecnologia nuclear . A globalização da natureza abrange 4 fases:
1ª Fase: O COLONIALISMO E A IMPLANTAÇÃO DA MODERNIDADE-COLONIALIDADE
O que muitos autores consideram Mundo Moderno, para Porto-Gonçalves é o início da
globalização. A consolidação hegemônica da Europa, a partir do sec. XV, ocorreu graças
a tecnologia desenvolvida às grandes navegações, ao descobrimento, povoamento e
exploração de recursos naturais da América, bem como a dominação da natureza,
escravização de africanos para fins mercantil e a dominação da cultura europeia sobre as
demais. Legado: colonialidade e racionalidade, base das práticas sociais e de poder.
2ª Fase; O CAPITALISMO FOSSILISTA E O IMPERIALISMO
Embricada à fase anterior, essa se destaca pela descoberta da máquina a vapor e
posterior desenvolvimento dos combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás. Com a
revolução técnica ocorre modificação nas relações de poder manipular a matéria e com
ela conformar sociedade e ambiente ao mesmo tempo. Surge a monocultura, não para
atender a demanda regional ou dos povos que produzem, mas para fins comercial e
político. Surgem os oligopólios europeus, norte-americano e japonês – financiados pelos
grandes bancos, e cresce o comércio internacional. Aqui ocorre maior depredação dos
recursos naturais na África, América Latina, Caribe e Ásia. Guerras são justificadas pela
disputa por mercados, obter fontes de matéria-prima ou controlar regiões estratégicas.
3ª Fase: CAPITALISMO DE ESTADO FOSSILISTA FORDISTA
O fordismo destaca-se pelo capitalismo popular, pela linha de montagem, produção
industrial em série e consagra a sociedade de consumo das massas. Aqui o capitalismo
monopolista de Estado nos EUA - Plano Marshall (reconstrução do leste europeu pós
guerra e combate ao comunismo), versus o capitalismo de Estado monopolista na URSS.
Ao término da 2ªGM surgem as grandes corporações empresariais transnacionais e
entidades como FMI, BID, BIRD e ONU.
4ª Fase: A GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERAL
Em sequência e como consequência das fases anteriores, o período técnico-cinetífico-
informacional é consolidado, agrava-se a desigualdade social e a problemática ambiental
no mundo. Face à dívida externa, países do hemisfério sul reduzem-se a semicoloniais
produtores de matéria prima, adotam políticas de ajuste estrutural que agravam a
pilhagem de seus recursos naturais e justificam cortes nas áreas socioambiental. O
sistema financeiro privilegia países industrializados e hegemônicos do hemisfério norte,
observa-se que a dívida externa dos países do hemisfério sul, além de impagável, é arma
política para adoção de políticas de ajuste fiscal. Nessa fase corre a transferência de
indústrias poluentes de países hegemônicos para longe de seu território. Em suma,
colonialismo e imperialismo coexistem sob a globalização neoliberal.
Em contraste à concentração fundiária do agronegócio brasileiro, o American Way of Life
consolida o poder da mídia estadunidense no mundo. Eis uma sociedade constituída por
migrantes em idade economicamente ativa, formados pelos seus países de origem e
atraídos pelo Homestead act, prontos para trabalhar e produzir no amplo, plano e fértil
solo, próspero de água e minerais. Além disso, o estímulo ao desenvolvimento de
máquinas para aumentar a produtividade e reduzir o trabalho, o saving labor. Para além
desses destaques, os norte americanos foram pioneiros no mundo a extrair o petróleo
industrialmente e desde então detém potente poderio militar. “Todas essas considerações
nos conduzem à conclusão de que o processo de desenvolvimento capitalista que
conformou o território dos EUA é único e não reproduzível em mais nenhum lugar no
mundo” (p.55).
	Carlos Walter Porto-Gonçalves é doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: conflito social, colonialidade do saber, ecologia política, território-territorialidade e justiça ambiental, Amazônia e América Latina.
	Nessa obra ele descreve as relações existentes entre o período da globalização neoliberal e o meio ambiente, assim como as maneiras pelas quais o sistema-mundo moderno-colonial sustenta danos socioambientais desde 1592 e nos leva a refletir que o início da globalização é impreciso a vários autores, contudo há consenso sobre o ano 1970 ter sido um novo período histórico, ao qual Mílton Santos considera “período técnico-científico-informacional” (Santos, 1996). Aí ocorreu o apogeu do capital financeiro, a moeda nacional dos EUA se impôs como moeda internacional, organismos multilaterais - como FMI e Banco Mundial, afirmaram a hegemonia desse país no mundo e o centro das relações hierárquicas de poder sobre o qual Estados do G7 circulariam. Outrossim, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e China entram na zona de respeito mundial devido ao domínio da tecnologia nuclear . A globalização da natureza abrange 4 fases:

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