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COLETA DE DADOS – Anamnese (Entrevista) ENTREVISTA 1. Coleta de dados Entrevista É a parte mais importante na coleta de dados dados subjetivos/o que a pessoa diz sobre si mesma/ como percebe seu próprio estado de saúde. O paciente sabe tudo sobre sua saúde... Habilidade de entrevistar (é necessário vínculo com o paciente para ser bem sucedida). Entrevista Inclui informações subjetivas – Os dados da entrevista fornece pistas para validá-los posteriormente com dados objetivos. Por exemplo: ... relata dificuldade na deambulação avaliar a marcha e a força muscular... Entrevista Saber ouvir e observar é fundamental para a obtenção de dados significativos e para o bom relacionamento entre enfº e cliente. 1. Coleta de dados Objetivos da entrevista ▪ Estabelecer relacionamento terapêutico, ▪ Determinar expectativas do cliente sobre profissionais e o sistema de cuidado, ▪ Obter pistas sobre os dados que precisam de uma investigação mais detalhada, ▪ Identificar os pontos fortes e os problemas, ▪ Fazer ponte para ex. físico. Informações obtidas na entrevista Saúde, Estilo de vida, Sistemas de apoio, Padrões de doença, Padrões de adaptação, Forças e limitações, Recursos do cliente. (Potter,Perry, 2013) FONTES DE INFORMAÇÃO CLIENTE FAMÍLIA PESSOAS SIGNIFICATIVAS MEMBROS DA EQUIPE DE SAÚDE REGISTROS DE SAÚDE EXAME FÍSICO RESULTADOS DOS EXAMES LABORATORIAIS e DIAGNÓSTICOS MÉDICOS LITERATURA DE ENFERMAGEM E MÉDICA Fonte direta ou primária Entrevita Processo de comunicação Comunicação é todo o comportamento, consciente e inconsciente, verbal e não verbal. Qualquer comportamento tem significado. EMISSOR RECEPTOR Estratégias para uma comunicação efetiva Silêncio Ouvir atentamente Transmitir aceitação Utilizar linguagem do contexto sociocutural do cliente O parafraseamento (validar as informações) A explicitação A focalização As observações declaratórias - feedback O oferecimento de informações A sumarização Fatores que influenciam a comunicação Internos: Externos: Gostar de pessoas Empatia Capacidade de ouvir Privacidade Interrupções Ambiente físico* Vestuário Anotações Ambiente Físico Temperatura ambiente confortável Iluminação suficiente Barulho reduzido Organização (objetos → distração afastados) Distância entre entrevistador e o paciente de 1,20 a 1,50m (duas vezes o comprimento do braço) Evitar ficar de pé Altura ao nível dos olhos um do outro Você deve ficar face a face com o paciente Fatores Externos Técnica de entrevista Fase de Orientação Fase de Trabalho Fase de Finalização Fase de Orientação COMEÇANDO A ENTREVISTA (Fonte:Jarvis, 2002) ■ Dirija-se a pessoa pelo nome e aperte a mão, ■ Apresente-se e diga sua função, ■ Indique o motivo da entrevista. Exemplo: “Sr. Ferreira, gostaria de conversar sobre a doença que o fez procurar o hospital” PERGUNTAS ABERTAS → narração “ Diga-me como posso ajudar” “ O que o traz ao hospital?” Se a resposta for com frases curtas → “ Conte-me mais sobre isso” PERGUNTAS FECHADAS OU DIRETAS → informações específicas Fase Trabalho (operacional) Comparação entre perguntas abertas e fechadas Abertas Informação narrativa Sentimentos, opiniões e idéias Constroem e fortalecem o vínculo Fechadas, diretivas ■ Informações específicas ■ Levantam dados frios ■ Restringem o vinculo e mantêm a interação neutra Respostas do enfermeiro que auxiliam a narrativa As respostas do enfo ajudam a pessoa a detalhar a história. Pessoas com necessidades relativamente simples história é descomplicada Pessoas com histórias complexas, com doenças crônicas ou emoções concomitantes ao quadro → respostas do enfermeiro ajudam a colher os dados significativos. Respostas → Auxiliar a narração Referência é o PACIENTE Referência é o ENFERMEIRO Facilitação Silêncio Reflexão Empatia Esclarecimento Confronto Interpretação Explicitação Resumo Respostas → Auxiliar a narração ■ Facilitação → Demonstra que você está interessado e que continuará a ouvir → Manter contato visual com o cliente. Enfo “Sim, estou lhe ouvindo” ■ Silêncio → revela que o paciente terá tempo para pensar . Enfo Tempo para observar e registrar comportamentos não- verbais. Respostas → Auxiliar a narração ■ Reflexão → Dá eco as palavras ou sentimentos → ajuda a elaborar o problema. Paciente: Estou aqui por causa da minha urina. Está difícil. Enfo: está difícil? Paciente: Sim, ontem levei uns 30 minutos para urinar. Finalmente consegui um fiozinho de nada e depois, não consegui mais. Respostas → Auxiliar a narração ■ Empatia → Quando se usa uma resposta empática o paciente se sente aceito e consegue lidar abertamente com o sentimento. Paciente (sarcasticamente): Isso é ótimo. Tenho meu próprio negócio, dirijo há 20 anos empregados todos os dias e agora tenho que ficar aqui chamando você para tudo. Enfo: “Isso deve ser muito difícil para você, Compreendo”, ou simplesmente coloca a mão sobre o braço da pessoa. Respostas → Auxiliar a narração ■ Esclarecimento → você solicita confirmação e a pessoa pode, então, concordar ou discordar do que você entendeu. Enfo: : Pelo o que entendo, esse peso no peito começa quando o senhor varre o quintal ou sobe escadas e passa quando para de fazer essas atividades. É isso? Paciente: É, é exatamente isso. Respostas → Auxiliar a narração ■ Confronto → Só utilizar estes últimos tipos de respostas quando a situação justificar. Você fornece um retorno honesto sobre o que vê ou sente. Enfo: : “Você disse que não dói, mas quando tocam desse lugar, você faz careta” Enfo: : “Você parece estar triste” ou “Você está irritado?” Respostas → Auxiliar a narração ■ Interpretação → sua inferência ou conclusão. Enfo:“Tenho a impressão de que toda vez que você sente dor no estômago, acabou de ter algum tipo de estresse na vida” * Você corre o risco de fazer alguma interpretação incorreta, mas se isso ocorrer o paciente corrigirá você. Respostas → Auxiliar a narração ■ Explicitação → Com essa estratégia , você informa a pessoa. Enfo:“O jantar chega as 17:30h” “O motivo de não poder comer ou beber antes do exame é que a alimentação altera o resultado do teste.” ■ Resumo → é uma revisão final do que o enfermeiro compreendeu da narrativa da pessoa. É um tipo de validação no qual a pessoa pode concordar ou corrigi-lo. Enfo: * Há mais alguma coisa que você gostaria de perguntar? Respostas → Auxiliar a narração ■ Deve incluir aspectos positivos da saúde e qualquer problema de saúde identificados, planos de ação ou uma explicação sobre o exame físico que será realizado a seguir. Na despedida, agradeça ao paciente pelo tempo gasto e pela cooperação. Fase de Finalização Tipos de entrevista Emergência perguntas focalizadas no estado físico do paciente solucionar o problema e identificar que fatores ou condições estão provocando as alterações na saúde do cliente. Unidade de internação (pessoa doença crônica) entrevista completa sobre a saúde, hábitos de vida, recursos familiares e sociais e expectativas do cliente. Entrevista com os pais Iniciar a entrevista com o pai/mãe e criança juntos. Oferecer brinquedo para a criança. Ficar atenta na interação entre os pais e a criança. (Fonte:Jarvis, 2002) A comunicação não verbal é a mais importante. Não gesticule muito, as crianças ficam assustadas com gesticulações rápidas e amplas. Não manter contato visual constante, isso pode ser ameaçador. Voz tranquila e palavras simples no diálogo desenvolvimento de linguagem da criança. Entrevista com os pais Lactente – manipulação firme e suave e voz tranquila e calma. Pré escolar – Explicaçõessimples – são egocêntricas, animísticos. Escolar – acrescenta dados importantes, perguntar primeiro a criança e depois confirme com os pais. Adolescente – comunicação honesta, evitar o silêncio, fazer perguntas curtas. Entrevista com os pais Entrevista com o idoso Aborde a pessoa sempre pelo nome, O contato físico é uma habilidade não verbal muito importante empatia em relação à pessoa e o desejo de entender seu problema. Evite apressá-lo, isso só reforça o esteriótipo dos idosos sobre o jovem. (Fonte:Jarvis, 2002) Comportamentos não-verbais Positivos Aparência adequada Assentos em alturas iguais Proximidade do paciente Inclinar-se levemente na direção da pessoa Negativos Postura tensa Manter-se afastado Gestos críticos ou que gerem distração: apontar o dedo, balançar o pé, olhar no relógio. Positivos Rosto mostrando interesse e animação Sorriso adequado à situação Contato visual apropriado Comportamentos não-verbais Negativos Expressão vaga, bocejos,boca tensa Franzir a testa, morder os lábios Evitar contato visualanotações Positivos Tom de voz moderado Velocidade moderada da fala Contato físico compatível com a situação Comportamentos não-verbais Negativos Tom de voz agudo e estridente Fala muito rápida ou muito lenta Contato físico frequente ou inapropriado Regras para a Entrevista ▪ Planejar a entrevista (roteiro). ▪ Determinar um tempo (máximo 30´). ▪ Assegurar um ambiente adequado (privacidade e sentir-se a vontade). ▪ Concentrar-se na pessoa (identifique-se e chame a pessoa pelo nome). ▪ Não ter pressa (ouça as palavras ditas e não ditas, e as que refletem as emoções) O sucesso da entrevista depende do processo de comunicação ou interação enfermeiro – cliente, que levam o paciente a se sentir a vontade para expor seus problemas e esclarecer dúvidas. Perguntas como: O que pode estar causando seu problema? busca compreender as percepções do cliente e o significado que o problema tem para ele. A sensação de causa do problema do cliente ajuda a direcionar o histórico de enfermagem e o planejamento da assistência. Avaliação física 1. Coleta de dados Pode ser realizado concomitante a entrevista se complementam. Regras para o exame físico Escolha um método de avaliação física, Verifique exames complementares de diagnóstico para conhecer o funcionamento orgânico de seu cliente, Registre dados objetivos (observados) usando termos específicos e mensuráveis, Registre os dados subjetivos (relatados). EXAME FÍSICO GERAL Sinais vitais Peso e altura Pele e anexos: integridade, coloração, cicatrizes, temperatura, umidade, turgor, oleosidade, textura, higiene, prurido Mucosas: integridade, coloração, umidade, higiene, prurido Gânglios (quando palpáveis) da cabeça, pescoço, tórax, MMSS e MMII: tamanho, mobilidade e sensibilidade Postura: decúbito, capacidade para relaxar, ritmo, amplitude de movimento, deformidades Edemas: localização, consistência, dimensões Sondas, drenos, cateteres: localização, permanecia, funcionamento Uso de próteses: tipo, localização EXAME FÍSICO GERAL Cabeça: tamanho, simetria, posição, sensibilidade dolorosa, lesões, edema Couro cabeludo: textura, crostas, protuberâncias, lesões, alopécia, características dos cabelos, pediculose, descamação Rosto: expressão, movimento, simetria, pigmentação, síndromes Pescoço: amplitude de movimento, rigidez de nuca, simetria, cicatrizes, tamanho, gânglios infartados, nódulos, distensão da jugular EXAME FÍSICO DETALHADO Olhos: lacrimejamento, acuidade, uso de lentes, óculos, próteses, diplopia, fotofobia, dor, ptose, palpebral, edema, exoftalmeia, estrabismos, conjuntivas congestas, cor da esclerótica, pupilas (tamanho e reação a luz) Ouvidos: acuidade, uso de aparelhos, zumbido, dor, condições do pavilhão auricular (higiene, deformidades) Nariz: olfato, simetria, deformidades, cor da mucosa, coriza, sangramento, higiene EXAME FÍSICO DETALHADO Boca: halitose, coloração e umidade da mucosa, mastigação, deglutição, paladar, lesões nos lábios, sialorréia, , retração ou sangramento gengival, uso de próteses, cáries, dentição e fala Tórax: tamanho, forma, simetria, expansibilidade, cicatrizes, ausculta pulmonar, características da respiração, frêmito, ausculta cardíaca, mamas (simetria, tamanho, nódulos, secreção mamilar, dor, intumescimento, mamilos), axilas (nódulos, gânglios, higiene) EXAME FÍSICO DETALHADO Abdome: tamanho, simetria, cicatrizes, distensão, tônus muscular, adiposidade, pulsações anormais, ausculta, sensibilidade Genitais: conformação anatômica, secreção, sangramento, higiene, edema, dor prurido, ciclo menstrual Ânus e reto: hemorróidas, lesões, secreções, fissuras, fístulas, sangramento, dor para evacuar, prurido EXAME FÍSICO DETALHADO MMSS: simetrias, edemas, rede venosa, perfusão, pulsos, sensibilidade, condições de articulações (ombro, cotovelo, punho, dedos), movimentos, força muscular, unhas, higiene MMII: marcha, simetria, edemas, varizes, flebite, perfusão, pulsos, sensibilidade, condições de articulações (quadril, joelhos, pés, dedos), movimentos, força muscular, unhas, higiene EXAME FÍSICO DETALHADO CONTINUANDO...... Depois de fazer a anamnese e o exame físico (coleta dos dados) a organização dos dados .... LEVANTAMENTO DOS DADOS ORGANIZAR OS DADOS (agrupamento dos dados) Identificação das necessidades não atendidas Ex: Agrupamento dos dados HORTA (1970) NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS Oxigenação Exercícios e atividade física Hidratação Sexualidade Nutrição Abrigo Eliminação Mecânica corporal Sono e Repouso Motilidade Exercícios Cuidado corporal Sexualidade Integridade cutâneo-mucosa Abrigo Integridade física Regulação Térmica (João Mohana) Agrupamento dos dados HORTA (1970) NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS Segurança Aceitação Amor Auto - realização Liberdade Auto-estima Comunicação Participação Criatividade Auto- imagem Aprendizagem(ed.e saude) Atenção Gregária Lazer Recreação Espaço Orientação no tempo e no espaço (João Mohana) Agrupamento dos dados HORTA (1970) NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS Religião Teologia Ética Filosofia de vida (João Mohana) Referências JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-koogan. 2013.cap.4. POTTER P.A.; PERRY, A.G. -Fundamentos de Enfermagem 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara- koogan. 2013. BONI, V.; QUARESMA, S.J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. vol. 2 nº 1 (3), jan-jul/2005, p. 68-80. www.emtese.ufsc.br