Buscar

DIREITO AGRÁRIO - 1 PROVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO AGRÁRIO – 1ª PROVA
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
→ DIREITO AGRÁRIO
	O direito agrário compreende o conjunto de regramentos que envolvem a atividade rural.
É o ramo do direito positivo que regula as atividades do homem com a terra, tendo em vista o progresso social e econômico do homem do campo, para o controle social.
Art. 184 a 191, CF.
	
→ FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Não há mais a noção de que a propriedade é absoluta, em razão da função social da propriedade, que surge com a transição do estado mínimo para o estado social, acarretando em verdadeira intervenção estatal no direito de propriedade.
	A primeira norma que tratou sobre a função social da propriedade foi a Constituição Federal de 1934. Todavia, os requisitos para funcionalização da propriedade surgiram apenas com a Lei n.º 4.504/64 – Estatuto da Terra.
	Requisitos: 
- A propriedade deve atingir níveis satisfatórios de produtividade – seria inadmissível a propriedade apenas para especulações imobiliárias. 
- Deve conservar os recursos naturais – controle da utilização dos recursos do meio ambiente. 
- Deve observar as justas relações de trabalho entre os que cultivam e os trabalhadores – cumprimento das normas regentes das relações de trabalho; observância dos direitos do trabalhador. 
- Deve favorecer o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam – progredir social e economicamente.
Art. 186, CF/88. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
→ PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AGRÁRIO
	- Os princípios podem ser encarados como os objetivos do legislador ao criar a norma. 
a) Função social da propriedade
b) Progresso econômico e do homem do campo
c) Progresso social
d) Fortalecimento do espirito comunitário, em especial da família
e) Desenvolvimento do sentimento de liberdade pela propriedade, mas aliado ao de igualdade
f) Implantação da justiça distributiva
g) Eliminação das injustiças sociais no campo
h) Povoamento de maneira ordenada da zona rural (incentivo para as pessoas morarem no campo)
i) Combate ao minifúndio (propriedade que não é autossustentável)
j) Combate ao latifúndio (aglomeração de terras nas mãos de um único proprietário que impossibilita a distribuição)
k) Combate a qualquer propriedade ociosa (não produtiva) 
l) Combate à exploração predatória da terra (impõe consequências ecológicas negativas)
m) Combate aos mercenários da terra
→ POLÍTICA AGRÍCOLA E REFORMA AGRÁRIA
POLÍTICA AGRÍCOLA: 
É o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra que se destinam a orientar, no interessa da economia rural, as atividades agropecuárias, com o intuito de garantia do pleno emprego, bem como de harmonização com o processo de industrialização do país. Compreende construções do Estado efetuadas por meio da terra para se realizar o controle social. Pode, além disso, criar incentivos para a atividade agrícola. 
REFORMA AGRÁRIA: 
Conjunto de medidas que visam a promover a melhor distribuição da terra mediante modificações no seu regime de uso e posse, a fim de alcançar uma maior justiça social. O meio rural não garante a sustentabilidade para todos. Assim, se busca a possibilidade de dividir a terra, garantindo o direito daqueles que desejam ter acesso. 
→ DIFERENÇA ENTRE IMÓVEL RURAL E URBANO 
O critério que define a diferença entre imóvel rural e urbano é a sua destinação, não a sua localização. Assim, pode haver um imóvel rural fora da área rural e vice versa. 
	IMÓVEL RURAL
	IMÓVEL URBANO
	- Lei 4.504/64 – Estatuto da Terra 
- Código Civil – como fonte subsidiária. 
	- Estatuto da Cidade
- Plano Diretor
- Código Civil 
	- ITR – imposto territorial rural
	- IPTU – imposto territorial urbano 
	- Destinado para fins rurais, independentemente da localização.
	- Destinado para fins de moradia, comércio e indústria. 
2. ESPÉCIES DE PROPRIEDADES RURAIS
a) PROPRIEDADE FAMILIAR
Propriedade rural pertencente a uma família. 
Foi criada por necessidade social, a fim de retomar o pensamento coletivo da família em relação à propriedade. Assim, busca resgatar maior igualdade entre os membros da família e, por conseguinte, menos desestrutura social, o que ocorria antigamente, uma vez que as famílias, que eram numerosas, destinavam-se inteiramente à atividade agropecuária desenvolvida pelo núcleo familiar. Isso porque, com a urbanização, essa estrutura acabou se esvaindo, já que cada membro da família começou a seguir carreiras profissionais distintas, nem sempre na produção rural, agravando o problema social da desigualdade. 
	Características: 
- Deve ser explorada pessoalmente pelo agricultor e sua família: em regra, não é possível ter mão de obra de terceiros. Isso visa que a família busque, coletivamente, alcançar objetivos comuns. 
- Deve lhes absorver toda sua força de trabalho: todos os integrantes da família devem trabalhar na propriedade em que vivem. Se um não trabalhar, a propriedade familiar é descaracteriza e não há mais direito aos benefícios legais.
- Deve garantir a subsistência e o progresso social e econômico do núcleo familiar: não basta subsistência. OBS. É difícil fiscalizar esse requisito; caracteriza-se mais como uma meta. 
- Limitação de área de um módulo rural: não pode ser maior, nem menor – unidade de medida que determina uma quantidade de área na qual o agricultor pode explorar a terra e obter seu progresso social e econômico; é diferenciado dependendo do produto e da região. Produção em escala menor.
- Eventualmente trabalhada com a ajuda de terceiros: o objetivo da propriedade familiar é ser explorada pessoalmente pela entidade familiar, não sendo possível a contratação de empregados. No entanto, em determinadas épocas, como no cultivo e na colheita, pode ser necessária a contratação de terceiros, desde que não ultrapasse a mão de obra familiar (pode ser igual ou menor). 
- Deve cumprir a função social da propriedade.
b) EMPRESA RURAL
Criada com o objetivo de produção em grande escala, diante do crescimento populacional. Tem por base a lucratividade, com menor custo, os investimentos tecnológicos e com funcionários.
Características:
- Área de um módulo até 600 vezes um módulo rural;
- Liberdade de contratação de mão de obra permanente (empregados); 
- Uso de tecnologia para massificar a produção; 
- Lucratividade cada vez maior, com redução progressiva de custos; 
- Deve cumprir a função social da propriedade; 
OBS. Não é necessário possuir personalidade jurídica. 
Principais diferenças entre propriedade familiar e empresa rural:
- Finalidade: manutenção da família x lucratividade;
- Área menor x área ampla;
- Eventual ajuda de terceiros x continuada ajuda de terceiros;
- Pouca tecnologia x utilização ampla de tecnologia.
c) MINIFÚNDIO 
Características: 
- Propriedade com área inferior a um módulo rural;
- Não garante progresso social e econômico do rurícola;
- Não cumpre a função social da propriedade (a qual deve garantir o progresso social e econômico, bem como possuir níveis satisfatórios de produtividade). 
- Não arrecada impostos; 
- Combatida pelo legislador. 
d) LATIFÚNDIO
- Também são combatidos pelo legislador. 
	ESPÉCIES: 
	Por extensão: possui área maior de 600 vezes um módulo rural.
	- Não cumpre a função social da propriedade - ataca o objetivo da reforma agrária que é a redistribuição fundiária, ou seja, possibilitar que outras pessoas tenham acesso a terra. 
OBS. Os requisitos da função social são enunciativos, não taxativos. Assim, deve-se fazer uma interpretação teleológica da criação da função social. 
Exceções que podem ser maiores e não são combatidas: áreas com exploração florestal e áreas tombadas.
	Por exploração: possui área de um móduloa 600 vezes um módulo rural. 
	- Não cumpre a função social da propriedade. Difere-se, em razão disso, da empresa rural. Ex. quando uma empresa rural não cumpre a função social da propriedade no que tange aos níveis satisfatórios de produtividade.
3. MÓDULO RURAL
- É a quantidade mínima de terras necessária para o cultivo, a fim de garantir o progresso social e econômico daquele que planta. 
- É unidade de medida expressa em hectares. 
- Varia entre as regiões, bem como por tipo de exploração. Ex. depende do clima.
- É calculado para cada propriedade em separado. 
 
4. TAMANHOS DE PROPRIEDADE
Pequena: 1 a 4 módulos fiscais (1 a 4) 
OBS. só propriedades pequenas são beneficiárias do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar).
Média: maior que 4 até 15 módulos fiscais (>4 a 15)
Grande: maior que 15 módulos fiscais (>15) 
→ MÓDULO FISCAL: unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, observando os seguintes fatores: 
a) Tipo de exploração predominante no município; 
b) Renda obtida com a exploração dominante; 
c) Outras explorações que, embora não dominantes, são importantes para a economia;
d) Conceito de propriedade familiar. 
5. PROPRIEDADE PRODUTIVA
É aquela que produz satisfatoriamente, atingindo os índices de produção estabelecidos pelo governo (INCRA). Assim, não basta produzir.
Se a propriedade não for produtiva, há consequências legais. Ex. ITR progressivo; desapropriação.
6. EXPLORAÇÕES RURAIS TÍPICAS: 
I – HORTIGRANJEIRA: hortifrúti e animais de pequeno porte. Ex. hortaliças, galinha.
II – LAVOURA TEMPORÁRIA: cultivo sazonal. Depende de plantio e cultivo. Ex. soja, milho. 
III – LAVOURA PERMANENTE: planta-se uma única vez e se colhe várias. Ex. café, uva. 
IV – PECUÁRIA: animais de médio e grande porte. Ex. ovelha, gado. 
V – FLORESTAL: exploração de madeira. Demandam tempo para maior rentabilidade. 
7. CONDOMÍNIO E INDIVISIBILIDADE
Condomínio significa propriedade conjunta. 
→ ESPÉCIES DE CONDOMÍNIO: 
- PRO DIVISO: duas ou mais pessoas exercendo propriedade comum, mas havendo divisão fática do exercício da propriedade. Ou seja, as posses são delimitadas dentro do condomínio.
Características: 
	- podem os condôminos usar dos interditos possessórios uns contra os outros; 
	- cada comunheiro usufrui na porção do imóvel com exclusividade; 
	- do que cada um colher não haverá rateio de despesas e nem de benefícios;
	- as benfeitorias que cada um edificar serão próprias;
	- se na divisão o condômino edificar fora da sua área de posse, terá ele direito a indenização;
	- por ocasião da partilha, cada um terá direito de preferência sobre a área possuída.
- PRO INDIVISO: dois ou mais condôminos exercem no todo a posse sobre o bem. Não há divisão fática. 
Características:
	- é a verdadeira comunhão de direito de fato;
	- limitações: 
1) o condômino somente pode desfrutar proporcionalmente a sua parte ideal da comunhão; 
2) ao exercer seu direito, não poderá o condômino contrariar os interesses da comunhão; 
3) nenhum condômino pode impedir que os demais exerçam também seus direitos; 
4) nenhum condômino pode contrariar os interesses da comunhão. 
→ POSSIBILIDADES DE INDIVISIBILIDADE: 
- Material: não é possível dividir, sob pena de perder sua substância. 
- Legal: lei dispõe que é indivisível.
- Convencional: nasce por acordo de vontade entre as partes. 
→ DIREITO DE PREFERÊNCIA NO CONDOMÍNIO 
Qualquer condômino não pode vender sua parte (alienação onerosa), sem antes oferecer aos demais condôminos. Para tanto, os outros condôminos devem ser formalmente notificados: 
- Notificação judicial: por meio de processo judicial. 
- Notificação extrajudicial: a notificação válida é realizada por meio do Cartório de Protestos (a fim de garantir conhecimento sobre o conteúdo e sobre o recebimento da notificação). Concede-se o prazo mínimo de 30 dias para o condômino exercer o direito de preferência, oferecendo o mesmo valor e as mesmas condições para aquisição. OBS. Não basta carta AR. 
- Se não for observado o direito de preferência: em até seis meses contados da data do registro da transferência de propriedade na matrícula do bem, a parte que possui direito de preferencia pode ingressar com ação de preferência. No processo, realiza-se uma espécie de adjudicação compulsória.

Outros materiais