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Nordeste Brasileiro p BNB - Aula 01

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Livro Eletrônico
Aula 01
Nordeste Brasileiro p/ BNB (Analista Bancário)
Rosy Ellen Freire Viana Santos, Sergio Henrique
00494751347 - francisco alessandro cordeiro lima
 
 
 
Aspectos Históricos e Geográficos do Nordeste. 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial. ......................................................................................................... 2 
1. O Segundo Reinado (1840-1889). ................................................................................... 3 
1.1. Aspectos Políticos ....................................................................................................................... 3 
1.2. Aspectos Econômicos ................................................................................................................. 3 
1.3. A Imigração Europeia ................................................................................................................. 4 
1.4. A Guerra do Paraguai (1865-1869). ........................................................................................... 5 
2. A Escravidão na História. ................................................................................................ 6 
3. A Escravidão Mercantil da Idade Moderna. .................................................................... 7 
4. A Escravidão Africana. ................................................................................................... 8 
5. As Feitorias, Mercados de Escravos e o Tráfico Negreiro. ............................................... 9 
5.1. Como era a vida do escravo? ................................................................................................... 10 
6. Formas de Resistência do Africano: Quilombos, Ações Culturais e Individuais. ............ 12 
6.1. Principais Formas de Resistência ............................................................................................. 12 
6.2. Os Quilombos ........................................................................................................................... 13 
6.3. O Processo de Abolição da Escravidão ..................................................................................... 14 
6.4. Por que Trouxeram Europeus ................................................................................................... 15 
6.5. Heranças da Escravidão na Cultura e Sociedade ..................................................................... 17 
7. Voto de Cabresto e Política dos Governadores. ............................................................ 18 
Βく A CヴキゲW SW ヱΓヲΓが O RラマヮキマWミデラ S; さPラノケデキI; Sラゲ Gラ┗Wヴミ;SラヴWゲざ W ; RW┗ラノ┌N?ラ SW 30. 19 
9. A Era Vargas e a Ditadura do Estado Novo. .................................................................. 20 
9.1. O Governo Provisório ............................................................................................................... 20 
9.2. O Governo Constitucional de Vargas (1934-1945) .................................................................. 21 
9.2.1. A Tentativa de Golpe da ANL e a Propaganda Anticomunista ............................................................................. 22 
9.3. O Plano Cohen e a Ditadura do Estado Novo ........................................................................... 22 
9.3.1. O Estado Novo ...................................................................................................................................................... 23 
9.4. A participação do Brasil na Segunda Guerra ........................................................................... 23 
10. Exercícios. .................................................................................................................. 25 
11. Considerações Finais. ................................................................................................. 95 
 
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00. BATE PAPO INICIAL. 
 Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente. Estudar as aulas 
anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar 
aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo 
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas 
próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você 
escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua 
disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. O SEGUNDO REINADO (1840-1889). 
Foi o período do governo de D. Pedro II. Está entre os monarcas que ficaram mais tempo no 
poder. Foi um período de estabilidade política, se comparado com os períodos anteriores de 
crescimento econômico devido ao ciclo do café, de modernização, com a instalação das primeiras 
ferrovias, da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão e da migração europeia para o Brasil. 
A Revolução Praieira foi o último grande movimento liberal de contestação à ordem monárquica. 
 
1.1. ASPECTOS POLÍTICOS 
 Logo no início do Segundo Reinado os movimentos separatistas foram sufocados pelas 
tropas imperiais. Encerram-ゲWà ;ゲà ェ┌Wヴヴ;ゲà Iキ┗キゲà Wà ラà ヮ;ケゲà Yà さヮ;IキaキI;Sラざくà D. Pedro instituiu o 
parlamentarismo, que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. Isso porque no modelo 
inglês (o primeiro), o rei é uma figura diplomática e simbólica e quem governa é o primeiro 
ministro, que é indicado pelo parlamento. Aqui o rei é o 4° poder (o poder moderador) e o 
primeiro ministro é indicado por ele. As disputas políticas eram ferozes entre os liberais e os 
conservadores. Para amenizar as disputas políticas o imperador instituiu o ministério da 
conciliação. A cada ano o ministério era trocado e alternado. Um gabinete era conservador e o 
outro ano liberal. Foi assim até a proclamação da república. 
 
1.2. ASPECTOS ECONÔMICOS 
 Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi 
durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o 
implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas 
de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de 
SP que foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do 
Paraíba (entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de 
ferrovias, devido à distância do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até 
àquela altura transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que 
consumíamos de origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação 
de 1810 os ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de 
impostos não cobrir os gastos do Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa 
protecionista que aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não 
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gostaram e há tempos vinham pressionando o Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram 
isso a força decretando oBill Aberdeen. 
De acordo com esta medida inglesa eles poderiam abater qualquer navio brasileiro que 
tivesse carregado de africanos para serem escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse 
lançada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos. 
 
 
Eusébio de Queiroz foi um proeminente político e magistrado carioca, estudou direito em 1832 da faculdade de direito de Olinda. 
 
 Entre as consequências desta lei foi o aumento do tráfico interno (a região nordeste com a 
economia decadente vendia os escravos para o sudeste. Neste contesto Pernambuco recebeu 
milhares de escravos ilegalmente e foi o principal ponto de entrada de africanos ilegalmente no 
país, principalmente em Porto de Galinhas. Os africanos vinham com a mãos entre os pés, e 
anunciavam a chegada das galinhas, quando os navios negreiros aportavam), a imigração europeia 
(pois com o fim do tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a lei de terras (toda terra 
teria que ser comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que imigrantes tivessem 
acesso à terra). 
 
1.3. A IMIGRAÇÃO EUROPEIA 
 A Europa no século XIX passava por diversas guerras. A Itália e a Alemanha, sobretudo, pois 
estavam vivendo as Guerras de Unificação. Muitos europeus querendo novas terras para viver. Os 
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principais grupos de imigrantes foram os Alemães, Italianos, Suíços e Poloneses. As primeiras levas 
de imigrantes vinham com promessa emprego e pagariam a passagem de navio e estadia com 
trabalho. Devido a super exploração alguns países europeus inclusive proibiram a imigração para o 
Brasil. A imigração só deu certo quando foi financiada pelo governo e o imigrante chegava sem 
dívidas. Assim foi instituído o colonato. Os italianos ficaram principalmente em SP e os poloneses e 
alemães no sul do Brasil. 
 
1.4. A GUERRA DO PARAGUAI (1865-1869). 
O Paraguai era um país em franco desenvolvimento econômico e industrial. Entrou em 
conflito com os países da Bacia do Prata (Brasil, Argentina e Uruguai). Solano Lopes, ditador 
paraguaio queria uma saída para o mar, enquanto D. Pedro II defendia a livre navegação no rio da 
prata. E pretendia seu controle. Brasil e Argentina foram estimulados pela Inglaterra à entrar em 
guerra com o vizinho. Foi um dos conflitos mais sangrentos da História. O Paraguai foi destruído e 
mais de 70% de sua população masculina foi morta. As dívidas contraídas pelo governo brasileiro 
foram enormes. Foi também um grande estímulo ao fim da escravidão, pois muitos negros foram 
lutar com a promessa de alforria. Após o conflito o exército torna-se uma instituição forte e com 
grande participação na política nacional. Aderiram ao abolicionismo e ao republicanismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. A ESCRAVIDÃO NA HISTÓRIA. 
 Vamos analisar o histórico da formação da escravidão e da sociedade escravista em nosso 
país e as suas marcas que são sentidas até hoje. A cultura africana influenciou profundamente na 
formação da nossa sociedade. Podemos sentir isso no nosso vocabulário, jeito de falar, nossa 
cultura afetiva e ritmos, porém também herdamos as cicatrizes de uma sociedade escravista e 
ainda há racismo e uma cidadania incompleta a muitos afrodescendentes. 
A escravidão é uma instituição muito antiga na humanidade e já ocorria nos primórdios da 
civilização humana no Egito e Mesopotâmia. As sociedades clássicas (Grega e Romana) eram 
escravistas e tinham neste modo de produção a organização fundamental de sua economia e 
organização social. Os gregos e romanos desprezavam o trabalho manual e quem os realizava. Os 
escravos eram tidos como seres inferiores e na condição de animais. As formas mais comuns de se 
tornar escravo na antiguidade eram através de Guerra (prisioneiros) ou dívida. O que caracteriza a 
escravidão é o fato da pessoa ter sido reduzida a condição de objeto, portanto propriedade 
privada, que pode ser comprada e vendida e não a rotina rigorosa de trabalho. Na escravidão 
grega e romana os cativos (que vive em cativeiro) podiam ser usados no trabalho agrícola ou nas 
minas, em que tinham uma vida miserável e super explorada por um trabalho rigoroso, no entanto 
podiam ser escravos caseiros e de figuras políticas importantes, e seu trabalho podia ser cuidar da 
casa ou dos negócios de seu dono, enquanto ele se dedicava à filosofia e política. Portanto o que 
caracteriza a condição de escravo é a de ser uma propriedade. Na antiguidade não se baseava em 
critérios raciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. A ESCRAVIDÃO MERCANTIL DA IDADE MODERNA. 
O trabalho escravo africano foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses. Era 
uma forma de escravidão com alguns elementos diferentes da escravidão antiga. Ela se 
caracterizou por ser uma modalidade de escravidão mercantilista e baseada em critérios raciais. 
Os europeus possuíam uma visão eurocêntrica do mundo e consideravam-se portadores da 
civilização. Entre os fatores que faziam os europeus sentirem-se superiores era a tradição da 
religião católica e inclusive um dos fatores que estimulou os portugueses colonizarem o Brasil era a 
expansão dessa fé. Essa visão justificou moralmente a escravidão do africano: Converteriam os 
ミWェヴラゲàさゲ;ノ┗;ミSラàゲ┌;ゲà;ノマ;ゲざがàWマàデヴラI;àデヴ;H;ノエ;ヴキ;マà;ケ┌キàミ;àデWヴヴ;くàOゲàヮラヴデ┌ェ┌WゲWゲàヮラSWヴキ;マàデWヴà
escravizado os indígenas encontrados por aqui, mas além da resistência tribal, os índios eram 
defendidos pela Igreja Católica que os convertiam nas Missões Jesuíticas. Mas o que explica 
realmente a opção pela escravidão dos africanos? A resposta encontraremos na dinâmica 
econômica da época: Os escravos africanos eram valiosos e seu trafico movimentava um comércio 
riquíssimo no atlântico sul (entre Brasil e África). Inclusive as maiores fortunas no Brasil colonial 
eram de traficantes de escravos, mais ricos e poderosos que os senhores de engenho. 
 
Comércio triangular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. A ESCRAVIDÃO AFRICANA. 
As tribos africanas também conheciam a escravidão. Ela era bastante diferente da 
introduzida pelos europeus. Tratando-se de uma forma de escravidão que submetia as tribos 
derrotadas à guerra. Os derrotados eram humilhados e submetidos à escravidão por temporadas. 
Após algum tempo os homens eram libertados, e mantinham certo grau de dignidade das pessoas 
com a manutenção de seus nomes, famílias e até casas. Não se tornariam mercadorias até a 
introdução desta dinâmica pelos europeus. O português passou a mudar profundamente a 
dinâmica interna das tribos africanas, ao negociar os prisioneiros de guerra que passaram a ser 
vendidos através do escambo: Eram trocados por cachaça e tabaco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. AS FEITORIAS, MERCADOS DE ESCRAVOS E O TRÁFICO NEGREIRO. 
Assim que osafricanos eram capturados e vendido aos portugueses eles eram levados ao 
litoral até as feitorias. 
 
 
Feitorias eram grandes fortes militares que eram estabelecidos no litoral. Além de defesa 
militar eram também usados para armazenar mercadorias. Era uma prática comum dos 
portugueses a construção de feitorias em todo o seu Império Colonial. No Brasil 
armazenavam Pau-Brasil no período colonial. Na África, em Angola e na Guiné 
armazenavam africanos escravizados até a chegada dos navios negreiros. Cuidado para 
não confundir o termo feitor com feitorias. Os feitores eram capatazes responsáveis pelo 
trabalho escravo nas lavouras, pelos castigos e disciplina dos negros. 
 
Eram embarcados nos navios negreiros superlotados. Eram acorrentados com os braços 
entre as pernas e recebiam uma alimentação pobre em meio à péssimas condições sanitárias. No 
trajeto a mortalidade era muito alta e eram jogados os mortos e doentes ao mar. Isso rendeu a 
WノWゲà ラà ;ヮWノキSラà SWà さnavios tumbeirosざくà CエWェ;Sラゲà ;ケ┌キà Wヴ;マà SWゲWマH;ヴI;Sラゲà Wà W┝ヮラゲデラゲà ミラゲà
mercados de escravos. 
 
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5.1. COMO ERA A VIDA DO ESCRAVO? 
 
Toda a vida no Brasil foi permeada pelo trabalho escravo. As principais regiões produtoras 
de cana e ouro formaram as principais concentrações populacionais. Mas uma diferença ocorria. 
Era bem diferente a escravidão nas minas que nas regiões produtoras de açúcar. No Nordeste foi 
implantado o plantation da cana de açúcar com a mão de obra escrava africana. A sociedade toda 
era rural e a vida de todos circulava em torno da grande propriedade e a vida lenta em torno da 
Casa Grande e Senzala. Haviam os escravos da lavoura e os caseiros. Os primeiros submetidos 
sempre aos rigores do trabalho que iniciava às madrugadas e rasgava dia adentro, e aos rigores do 
chicote do Feitor ou do Capitão do Mato. Os segundos submetidos aos caprichos do senhor, da 
さゲキミエ=ざ Wà Sラゲà さゲキミエラ┣キミエラゲざくà D┌ヴ;ミデWà ラà IキIノラà S;à I;ミ;à SWà ;N┎I;ヴà ラà Bヴ;ゲキノà ミ?ラà IラミエWIW┌à ;à ┗キS;à
urbana, mesmo considerando a urbanização que foi feita em Pernambuco pelos holandeses que lá 
estiveram invadindo pelo século XVII. O ciclo do Ouro transformou profundamente o país. Para lá 
migraram milhares de pessoas, que se aglomeraram de forma bastante desordenada surgindo aqui 
nossa primeira experiência com a urbanização: A urbanização espontânea que se seguiu ao 
aglomerarem milhares de pessoas nas minas, fazendo acontecer uma dinâmica de urbanização, 
com desenvolvimento do comércio e de um mercado consumidor interno. A escravidão nas minas 
fora tanto uma escravidão extremamente desgastante nas lavras, como também escravos urbanos. 
Os escravos de lavras (minas) além do árduo trabalho de romper a rocha e escavar as minas, 
estavam submetidos à um clima frio e úmido a maior parte do ano e a umidade das minas. As 
doenças eram frequentes e a expectativa destes homens escravizados era de bem menos que uma 
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década. Já a experiência da escravidão urbana trouxe algumas modalidades de escravidão muito 
particulares, como por exemplo os chamados escravos de ganho. Eram escravos pertencentes a 
pessoas de pequena fortuna, comerciantes e vendedores, que adquiriam seus escravos e os 
colocavam para trabalhar em troca de uma suave compra de sua alforria. Muitos africanos não só 
conseguiram comprar a própria alforria, mas também de outros membros de suas tribos 
originárias e em outros casos, apesar da segregação racial, enriqueceram e tornaram-se 
proprietários de escravos. 
 
 
Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se 
desenvolver novas formas de fugas, cラマラà;ゲàIエ;マ;S;ゲàさa┌ェ;ゲàSWàヮラヴデ;ゲà;àSWミデヴラ筈がàケ┌;ミSラà
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a 
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação. 
 
 
 
 
 
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6. FORMAS DE RESISTÊNCIA DO AFRICANO: QUILOMBOS, AÇÕES CULTURAIS 
E INDIVIDUAIS EXTREMAS. 
A escravidão é uma forma de submissão muito violenta. Violenta em muitos sentidos: Não 
somente é cruel devido à enorme violência física praticada, mas a violência moral à que é 
submetido o escravizado. Entre as razões da alta mortalidade entre a captura no interior da África 
e a fazenda em que viveria era a violência praticada para inibir reações de resistência e tentativas 
de revolta. Nas feitorias africanas ainda eram separadas as famílias, tribos e línguas. Misturavam 
diversos dialetos e tribos inimigas nos mesmos navios. Tudo isso para evitar a comunicação e inibir 
revoltas. O mesmo procedimento era feito no Brasil nos mercados escravos e senzalas. Muitos 
africanos não aceitaram a condição e reagiram de diversas formas, que caracterizam a resistência a 
escravidão. Ela acontecia de diversas formas, desde o suicídio até a formação de quilombos. 
 
6.1. PRINCIPAIS FORMAS DE RESISTÊNCIA 
 Suicídio. 
 Abortos. 
 Revolta contra os feitores e senhores, tomando a fazenda. 
 Trabalho lento. 
 Fugas. 
 Formação de quilombos. 
 
E devemos destacar também as formas de resistência culturais tais como: 
 
 A capoeira. 
 A manutenção das práticas culturais religiosas como o candomblé ou sua mistura 
(sincretismo) com o catolicismo quer dará origem à umbanda. É a prática cotidiana dos 
homens negros enquanto sujeitos históricos em defesa de sua identidade cultural. Os 
convertidos ao catolicismo cultuavam principalmente santos negros, como São Benedito. As 
irmandades de escravos mais populares eram as de Nossa Senhora do Rosário. 
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6.2. OS QUILOMBOS 
Os quilombos foram a principal forma de resistência organizada pelos africanos que 
conseguiram fugir da escravidão. Nos quilombos haviam negros de diversas tribos africanas, e 
pesquisas apontam que também haviam brancos pobres, indígenas e jesuítas que se dedicaram às 
pregações. Alguns foram muito grandes como o quilombo dos Palmares, no século XVII (formou-se 
no contexto das invasões holandesas) e no início do século XIX ao redor de Recife o quilombo do 
Catucá. 
Um quilombo não é um simples aglomerado. São vários aglomerados tribais em um grande 
território. Uma grande área, preferencialmente de difícil acesso, para facilitar a proteção e fugas, 
ヮヴル┝キマラゲàSげ;ェ┌;くàC;S;à;ェノラマWヴ;SラàデヴキH;ノàYà┌マàマラI;マHラくàEミデ?ラà┗Wja: Os habitantes dos quilombos 
são os quilombolas, e um quilombo é formado por vários mocambos. Então quem seria o líder do 
quilombo? O chefe tribal do maior mocambo. Os estudos apontam que chegavam a realizar trocas 
de produtos agrícolas fora do quilombo. O líder do quilombo dos palmares, só sabemos o título 
pelo qual era conhecido: Zumbi. O quilombo foi destruído pela ação militar de bandeirantes, 
especializados em combater quilombos, no caso Domingos Jorge Velho. O Quilombo do Catucá 
também foi conhecido como quilombo do Malonguinho, numa referência ao seu líder. A elite 
escravista branca tinha muito medo de uma revolta de escravos ou de ataques dos quilombos. 
Catucá foi combatido pelas tropas imperiais enviadas por D. Pedro para combatera confederação 
do Equador. O quilombo estava cada vez mais forte com o aumento das fugas dos escravos no 
início do século XIX, e foi cada vez mais combatido. Com a revolta dos cabanos entre 1832 e 1835 
os quilombolas do Malonguinho provocaram grandes estragos com ataques. O quilombo foi 
destruído pelas tropas federais que foram enviadas para controlar a revolta dos cabanos e também 
eliminar o quilombo, que apesar da forte resistência foram derrotados pelas tropas federais. 
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6.3. O PROCESSO DE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO 
O fim da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888. O último país da América a 
abolir a escravidão. Foi o resultado de um processo que teve seu início no ano de 1950, com a 
promulgação da lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos. Podemos caracterizar o 
processo de abolição da escravidão como gradual, pois foi um lento processo legislativo e 
intelectual associado às práticas da resistência dos negros à escravidão e as transformações que 
estavam ocorrendo na economia e políticas nacionais. Vamos analisar melhor este processo: 
Durante o século XIX a economia brasileira era totalmente dependente da Inglaterra. Esta 
dependência remonta ao ano de 1808 quando a Família real portuguesa se transferiu junto com a 
corte para o Brasil, e assim o príミIキヮWàヴWェWミデWàDくJラ?ラàVIàSWIノ;ヴラ┌à;àさ;HWヴデ┌ヴ;àSラゲàヮラヴデラゲà<ゲàミ;NロWゲà
amigas. Em 1810 assinou com os ingleses os さデヴ;デ;Sラゲ SW IラマYヴIキラ W ミ;┗Wェ;N?ラ Iラマ ;ゲ ミ;NロWゲ 
;マキェ;ゲざ. (Lembre-se que neste contexto a corte foi transferida devido às ameaças de Napoleão 
Bonaparte e foram escoltados pela marinha inglesa). Desde esta época éramos totalmente 
dependentes da importação dos industrializados ingleses e nossa diplomacia era normalmente 
alinhada com os interesses ingleses. Já na época dos tratados de comercio e navegação, constava 
uma cláusula em que o Brasil se comprometia a dar início ao processo do fim da escravidão 
abolindo o tráfico de escravos. Em 1831 é promulgada uma lei no império que não foi cumprida. 
Ela foi aprovada mais para atender às pressões inglesas. Essa e outras medidas tomadas com o 
intuito de aparentar uma iniciativa pelo fim da escravidão ficaram conhecidas como leis para 
inglês ver. A balança comercial brasileira passava por frequentes déficits por volta da quarta 
década do século XIX. Era ainda o início do cultivo do café no RJ e as receitas do Estado 
Monárquico dependiam bastante dos impostos de importação (já que éramos pouco 
industrializados e nossos produtores rurais possuíam muitos privilégios fiscais e econômicos). No 
ano de 1844 o então ministro da fazenda Manuel Alves Branco que criou uma nova tarifa 
protecionista. Os ingleses tinham privilégios nos impostos que eram impressionantes. Pagavam 
uma taxa de 15% ad valorem (sobre o valor do produto). Para termos uma ideia, quando esta taxa 
foi instituída nos tratados de 1810, Portugal pagava 16% para exportar para o Brasil que era seu 
próprio território. Era uma forma de além de aumentar a arrecadação do Estado servia de estimulo 
a iniciativa da indústria nacional, que ainda não havia se desenvolvido por ser muito pouco 
competitiva. Foi criada a tarifa Alves Branco, uma tarifa protecionista que aumentava os impostos 
sobre os produtos ingleses. Como vimos anteriormente, a Inglaterra reagiu violentamente e 
determinou o Bill Aberdeen: A Inglaterra declarou que derrubaria todos os navios negreiros 
brasileiros em qualquer ponto entre a África e nossa costa. A reação inglesa estimulou a criação 
em 1850 da lei Eusébio de Queiroz (Abolição do tráfico negreiro), que desta vez foi posta em 
prática. 
 
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6.4. POR QUE TROUXERAM EUROPEUS 
Havia muitas pessoas para trabalhar no Brasil. Então por que trazer europeus? A resposta 
poderá ser encontrada nas correntes do pensamento científico da época. Havia uma corrente de 
pensamento que ficou conhecida como Darwinismo Social. Eram teorias pseudocientíficas (falsas 
cientificamente) e racistas que eram bastante aceitas na época. A miscigenação era vista como 
ruim e os negros, ameríndios e asiáticos eram raças inferiores e eram dominadas pelos brancos 
europeus porque eles eram raças mais evoluídas. Era esse pensamento que justificava a 
dominação europeia pelo mundo. Surgiu no Brasil a chamada Teoria do Branqueamento, que 
sugeria que para o Brasil desenvolver uma nação evoluída deveria miscigenar a população com 
europeus para que ela fosse se embranquecendo. Essas teorias foram muito aceitas até o início do 
século XX. 
Surgiu na época o Movimento Abolicionista. Entre seus principais nomes estavam o 
deputado nordestino Joaquim Nabuco, o Jornalista e advogado negro Luís Gama e o poeta Castro 
Alves. 
 
Joaquim Nabuco, intelectual e político pernambucano, foi o principal nome do Brasil à época no combate contra a escravidão. É dele a obra mais 
キマヮラヴデ;ミデW Sラ ヮWヴケラSラ さO ;HラノキIキラミキゲマラざく 
 
Eram realizadas palestras, debates manifestações e auxílio a fuga dos negros da senzala. 
Além da atuação urbana e intelectual havia a poderosa defesa no parlamento federal pela 
abolição. 
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Castro Alves era Baiano e estudou direito na faculdade do Recife. Nas artes foi o abolicionista mais destacado, sendo conhecido como poeta dos 
WゲIヴ;┗ラゲく “W┌ デW┝デラ マ;キゲ a;マラゲラ Y さラ ミ;┗キラ ミWェヴWキヴラざく 
 
Havia uma preocupação entre os conservadores do processo abolicionista que ela acabasse 
rapidamente. Entre 1850 e 1888 foram também aprovadas a lei de 1871 do ventre livre, de 1885 
dos Sexagenários. Leis que foram feitas mais para aplacar as exigências populares que 
efetivamente para dar fim a escravidão. Em 1888 à contragosto dos grandes cafeicultores cariocas 
foi assinada pela princesa Isabel a Lei Áurea. 
 
 1850: Lei Eusébio de Queiroz. 
 1871: Lei do Ventre Livre. 
 1885: Lei dos Sexagenários. 
 1888: Lei Áurea. 
Quando finalmente foi criada a lei que abolia definitivamente a escravidão, ela já havia se 
tornado inviável. Com a diminuição do número de escravos eles se tornaram muito caros, e o 
trabalho das fazendas paulistas que concentravam os imigrantes italianos tinham se mostrado 
muito mais produtivas e viáveis. A escravidão por fim já era um mal negócio. 
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6.5. HERANÇAS DA ESCRAVIDÃO NA CULTURA E SOCIEDADE 
De acordo com Gilberto Freyre o Brasil é a síntese cultural do Europeu, Africano e indígena. 
Do europeu herdamos a forma de organização do Estado, Religião, modo de produção. Aos 
indígenas devemos grandes contribuições linguísticas, alimentares (a mandioca e derivados, por 
exemplo) e o hábito de banho diário. Ao africano devemos nossas raízes culturais mais profundas. 
A influência não somente no vocabulário, mas também do jeito de falar, a doçura das palavras e o 
amolecimento dos termos. Nossos ritmos são muito influenciados (samba e percussões regionais), 
nossa alimentação (feijoada, acarajé), e o jeito de ser do brasileiro, bastante alegre, receptivo e 
emotivo. Podemos considerar estas heranças como positivas, mas há as marcas negativas e 
deletérias deixadas pelaescravidão. Talvez a mais evidente seja o racismo. Devemos destacar 
também a dificuldade de desenvolver a cidadania para muitos afrodescendentes, que após a 
abolição da escravidão foram abandonados e amontoados em cortiços urbanos ou nas periferias, e 
numa ordem capitalista competitiva em que estavam inseridos. Vão passar por muitos rigores e 
desvantagens em um país, principalmente naquela época muito racista, e vão ter muita dificuldade 
de superar estes obstáculos impostos e desenvolver sua cidadania plena, tendo acesso ao ensino 
superior, trabalho digno e moradia. Podemos citar também a sexualização do negro, e suas 
descrições na literatura como exótico. Outra marca bastante profunda é ligada a forma como o 
trabalho é visto pelas pessoas. A cultura brasileira se formou sob uma situação em que todo o 
trabalho braçal era realizado por escravos e foi inevitável que desenvolvessem as elites e uma 
cultura social nacional de aversão a trabalhos manuais. Isso ocorre devido a muito tempo estas 
atividades serem feitas por escravos, daí a associação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS GOVERNADORES. 
O Brasil durante a República Velha nos anos 20 vivia um momento político que 
SWミラマキミ=┗;マラゲà SWà さ‘Wヮ┎HノキI;àOノキェ=ヴケ┌キI;ざがà ラ┌à ゲWテ;がà ;à ヮラノケデキI;à Wヴ;à Sラマキミ;S;à ヮラヴà ┌マ;à ヮWケ┌Wミ;à
oligarquia (governo de poucos) de poderosos latifundiários, que eram chamados de coronéis. 
Neste período da República Oligárquica, em que vigorava o coronelismo, os dois estados mais ricos 
do Brasil eram MG (grande produtor de carne e leite) e SP (o maior produtor e exportador de café 
do mundo). Eles revezavam entre si a presidência da República. Em uma gestão o presidente seria 
um paulista que indicava um mineiro para a próxima administração. Este acordo de alternância 
política no poder presidencial por MG e São Paulo era a さpolítica dos governadoresざ, articulada 
pelo então presidente Campos Sales. Ele sustentava a さRepública do café com leiteざ. Nesta época 
o sistema eleitoral era extremamente corrupto. Eleições ocorriam normalmente, mas só ganhavam 
a eleição os mineiros e paulistas indicados. Como os outros estados aceitavam isso? Você se 
pergunta. Em troca de total liberdade de administrar os estados como bem quisessem, sem ser 
aキゲI;ノキ┣;SラゲくàáàヮラノケデキI;à Sラゲàェラ┗Wヴミ;SラヴWゲà デ;マHYマàWヴ;à Iエ;マ;S;àSWà さヮラノケデキI;àSラゲàWゲデ;SラゲざàOà voto 
era masculino e aberto, então era muito fácil do coronel forçar os seus empregados da fazenda 
votarem em seu candidato. Este voto sob pressão e coação (obrigado) do coronel é o chamado 
voto de cabresto. 
 
 
 
 
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8. A CRISE DE 1929, O ROMPIMENTO DA さPOLÍTICA DOS GOVERNADORESざ 
E A REVOLUÇÃO DE 1930. 
 
 
 
Em 1929 ocorre a maior crise da história do capitalismo: a quebra da bolsa de valores de NY. 
A crise afetou diretamente o Brasil, que era o maior exportador mundial de café, e nossa balança 
comercial dependia do produto. O então presidente era o paulista Washington Luiz. Naquele ano 
ocorreriam eleições presidenciais, mas preocupado com a crise, com SP e com as exportações de 
café Washington Luiz rompe o pacto oligárquico e indica um paulista: Júlio Prestes. Minas Gerais 
reage fundando um novo partido. Busca apoio do RS e da Paraíba e lança a Aliança Liberal com a 
candidatura do gaúcho Getúlio Vargas para presidente e do Pernambucano João Pessoa para vice. 
A campanha e as eleições ocorreram normalmente e a candidatura de Vargas fez muito sucesso, 
mas como poderíamos esperar, a eleição corrupta garantiu a vitória de Júlio Prestes. Os estados da 
Aliança Liberal não aceitaram o resultado das eleições. A situação política fica tensa, mas a Aliança 
Liberal recebe apoio de 10 estados brasileiros. Os exércitos estaduais marcharam até o Rio de 
Janeiro, capital do Brasil naquela época, depuseram Washington Luiz e impediram a posse de Júlio 
Prestes. Getúlio Vargas foi empossado presidente. A esse episódio em que Vargas chegou ao 
poder político foi chamado pelos correligionários (seguidores) de Getúlio de さRevolução de 30ざ. 
 
 
 
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9. A ERA VARGAS E A DITADURA DO ESTADO NOVO. 
DWミラマキミ;マラゲàSWà さEヴ;àV;ヴェ;ゲざàラàヮWヴケラSラàWマàケ┌WàGWデ┎ノキラà
esteve à frente da presidência do Brasil. Governou diretamente 
15 anos, entre 1930 e 1945. Ficou 5 anos afastado e voltou 
democraticamente em 1950, governando até 1954, quando seu 
governo tem um desfecho trágico. Suicida-se com um tiro no 
peito. A maior parte do tempo em que Getúlio governou, entre 
30 e 45, foi um governo autoritário (um período sem constituição 
e depois como ditador). Foi um período marcado por avanços 
sociais (como as leis trabalhistas), por discursos nacionalistas e 
avanços na economia através da construção de industrias estatais 
(pertencentes ao Estado に pratica de nacionalismo econômico), 
principalmente no setor de base (metalurgia e siderurgia). Para 
a;Iキノキデ;ヴà ミラゲゲラàWミデWミSキマWミデラàSラàヮWヴケラSラàヮラSWマラゲàSキ┗キSキヴà ;à さEヴ;à
V;ヴェ;ゲざàWマàヮWヴケラSラゲぎà 
 
1. Governo Provisório, 
2. Governo Constitucional, 
3. áàSキデ;S┌ヴ;àSラàさEゲデ;SラàNラ┗ラざく 
4. Período democrático. 
 
9.1. O GOVERNO PROVISÓRIO 
 Logo que chegou ao poder, Vargas tomou várias medidas para 
reorganizar o Estado ao seu modo. Suas primeiras medidas foram: 
 
 Dissolveu a constituição (que estava em vigor desde a 
proclamação da República). 
 Nomeou interventores (governadores) estaduais. 
 Criou o MEC e o Ministério do trabalho. 
 Criou a política de Valorização do Café (comprava o café e 
queimava para evitar a queda brusca de seu preço). 
 Incentivou a policultura. 
Durante o início de seu governo, São Paulo encontrava-se muito 
insatisfeito com a perda de poder devido a subida de Vargas. Faziam 
uma forte propaganda política contra Getúlio, chamando-o de golpista 
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e de ditador. Os paulistas organizaram-se e declararam guerra ao Brasil, numa guerra civil que teve 
início em 9 de julho (feriado estadual em SP). Fラキà Iエ;マ;S;à ヮWノラゲà ヮ;┌ノキゲデ;ゲà SWà さRevolução 
constitucionalista de 1932ざがà ヮラキゲà W┝キェキ;マà ケ┌Wà aラゲゲWà ヮヴラマ┌ノェ;S;à ┌マ;à nova constituição e que 
fosse nomeado um interventor paulista. 
Várias manifestações ocorreram em São Paulo, com 
enfrentamentos às tropas do governo. Num destes confrontos 
foram assassinados 4 estudantes paulistas: Martins, Miragaia, 
Dráuzio e Camargo. Tornaram-ゲWà ラゲà マ=ヴデキヴWゲà S;à さヴW┗ラノ┌N?ラà
Iラミゲデキデ┌Iキラミ;ノキゲデ;à SWà ンヲざがà ラà さMMDCざくà áゲà I;マヮ;ミエ;ゲà ヮ;┌ノキゲデ;ゲà
contra o governo sempre vinham com esta sigla. O empenho de São 
Paulo foi grande, e contou com apoio em massa da população, que 
inclusive fazia campanhas para arrecadar fundos para a sua 
ヴW┗ラノ┌N?ラがà Iラマラà ;à I;マヮ;ミエ;à さdoe ouro por SPざがà Wマà ケ┌Wàマ┌キデ;ゲà
pessoas doavam até mesmo as alianças. A participação feminina foi 
marcante e crucial no conflito, pois atuavam em campanhas, como 
enfermeiras, produzindo fardas e armas. O movimento foi sufocado 
pelas tropas federais, mas os paulistas consideraram-se vitoriosos: foi nomeado um interventor 
paulista e em 1934 promulgada uma nova constituição. A Revoluçãoconstitucionalista não 
conseguiu adesão de outros estados. Suas exigências só diziam respeito aos interesses paulistas. 
 
9.2. O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE VARGAS (1934-1945) 
 A nova constituição trazia algumas novidades importantes tais como: 
 Voto secreto. 
 Voto feminino. 
 Leis trabalhistas (a CLT é de 1932 e se torna 
constitucional em 34). 
 Liberdade de expressão e partidária. 
 
 No Governo Constitucional, ocorreu uma forte 
polarização política (quando as posições políticas vão 
para os extremos). Reproduzia-se no Brasil a 
polarização política, que ocorria na Europa na década 
de 30 entre Fascistas (extrema direita) e Comunistas 
(extrema esquerda). Haviam dois partidos principais que dominavam a cena política: A ANL 
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(aliança nacional libertadora), de orientação socialista, cujo líder era Luiz Carlos Prestes e a AIB 
(ação integralista brasileira), de orientação fascista e seu líder era Plínio Salgado. Os integralistas 
inspiravam-se muito nos movimentos fascistas europeus. Ritos e símbolos. Havia os camisas negras 
SWà M┌ゲゲラノキミキà Wà ラゲà I;マキゲ;ゲà ヮ;ヴS;ゲà SWà HキデノWヴくà Tケミエ;マラゲà ラゲà さI;マキゲ;ゲà ┗WヴSWゲざくà Oゲà キミデWェヴ;ノキゲデ;ゲà
cumprimentavam-ゲWà ヮWノ;à W┝ヮヴWゲゲ?ラà デ┌ヮキà ェ┌;ヴ;ミキà さáNáUÊざà ふ┗ラIZà YàマW┌à キヴマ?ラぶがà Wà ┌ゲ;┗;マà Iラマラà
símbolo a letra do alfabeto grego Sigma. 
 
9.2.1. A Tentativa de Golpe da ANL e a Propaganda Anticomunista 
Em 1935 a Aliança Nacional Libertadora tentou dar um 
golpe de Estado e tomar o poder, mas foram frustrados. O 
golpe deveria ter acontecido simultaneamente no RJ e em 
outras capitais, mas devido à problemas de comunicação 
(lembre-se que naquela época tudo era muito mais 
complicado). Não haviam celulares e computadores. Telefones 
eram raros) o golpe foi antecipado no Nordeste, foi flagrado 
pelas autoridades e foi impedido a tempo na capital. Luiz 
Carlos Prestes e as lideranças da ANL foram presos. Olga 
Benário, judia alemã foi entregue grávida à Alemanha Nazista. 
Este episódio foi manipulado muito bem por Getúlio Vargas 
que iniciou uma profunda propaganda anticomunista, e 
alertando a populaçãラà Sラà さヴキゲIラà ┗WヴマWノエラざà ふ┗WヴマWノエラà Wヴ;à ;à
cor da bandeira comunista) que rondava o Brasil. 
 
9.3. O PLANO COHEN E A DITADURA DO ESTADO NOVO 
Após quase dois anos de intensa propaganda sobre o risco comunista que rondava o Brasil, 
foi encontrado no palácio do Catete (antiga sede do governo) um plano que estipulava os passos 
necessários para a implantação de um golpe comunista. Era assinado por alguém com o 
sobrenome judeu Cohen. Hoje sabemos que este plano era falso, mas foi habilmente usado para 
manipular a opinião pública de forma que um golpe comunista parecesse próximo. Getúlio Vargas 
Wミデ?ラàキミゲデ;ノ;à┌マ;àSキデ;S┌ヴ;がàケ┌WàaラキàIエ;マ;S;àSWàさEゲデ;SラàNラ┗ラざがàIラマàラàヮヴWデW┝デラàSWàゲ;ノ┗;ヴàラàBヴ;ゲキノà
S;àさ;マW;N;àIラマ┌ミキゲデ;ざく 
 
 
 
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9.3.1. O Estado Novo 
É nome que foi dado à ditadura varguista. Teve 
início em 1937, e foi até 1945. Fechou o congresso 
nacional, proibiu os partidos políticos e dissolveu a 
constituição de 34. Ampliou os poderes presidenciais, e 
criou um aparelho repressivo de Estado. Os meios de 
comunicação eram manipulados e censurados. Para isso, 
criou o DIP (Departamento de imprensa e propaganda), 
responsável pela censura e pela propaganda política de 
Getúlio. A imagem de Vargas era sempre associada à dos 
trabalhadores, como o criador dos direitos trabalhistas e 
さpai dos pobresざくà Eマà ヱΓンΑà ラ┌デラヴェラ┌à ┌マ;à ミラ┗;à
constituição autoritária, que respaldasse legalmente sua 
ditadura. Esta constituição ficou conhecida como a 
polaca, por ser bastante semelhante a constituição da 
Polônia. 
Vargas implantou com tudo seu projeto de 
さnacionalismo econômicoざがàラ┌àゲWテ;がàヮヴラI┌ヴ;┗;àヴWS┌┣キヴà;à
dependência com relação ao capital estrangeiro e criar empresas estatais (pertencentes ao 
Estado), sobretudo no setor de base: siderurgia, metalurgia e energia. 
Foram criadas: 
 Usina de Volta Redonda - RJ (financiada pelos EUA em troca de apoio na II Guerra). 
 CSN - RJ (Cia Siderúrgica Nacional). 
 Usina de Tubarão に ES. 
 CVRD. 
 Petrobrás (criada em 1954 no governo democrático de Vargas). 
9.4. A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA 
Quando eclodiu a Segunda Guerra, o conflito ocorreu entre os 
países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) contra os Aliados (Inglaterra, 
França, URSS e EUA). Os dois lados tentaram ganhar o apoio do Brasil 
que lutou junto dos aliados. Politicamente tínhamos mais semelhanças 
com os países do Eixo (governos autoritários) que com os Aliados 
(democracias に e socialismo soviético). Escolhemos o lado por dois 
motivos: 
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1. Os EUA investiram pesado e financiaram a construção da usina de volta redonda. 
2. A Alemanha nazista bombardeou navios brasileiros em nossa costa, o que fez com que 
nossa população se manifestasse contra o Eixo. Foram enviadas a FEB (força expedicionária 
brasileira) e a FAB (força aérea brasileira). Os soldados (que eram chamados pracinhas) lutaram na 
Itália sob o comando dos EUA. 
Devido à participação no conflito, Getúlio sofreu uma forte oposição interna. Seus 
opositores pressionaram o governo e pedia a saída de Vargas, devido a uma contradição: Na 
política interna Getúlio mantinha no país uma ditadura, mas na política externa apoia e manda 
brasileiros para lutar pela democracia contra o autoritarismo fascista. Esta contradição levou 
Vargas a abandonar o poder em 1945. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. EXERCÍCIOS. 
 
1. (Unesp 2003) 
Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a 
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode 
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado 
de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos 
subiu depois da lei (...). 
(J. Nabuco, "O abolicionismo".) 
 
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco? 
 
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o 
preço dos escravos subiu". 
 
Comentários 
a) Lei do Ventre Livre. 
b) A lei declarava livres os filhos de escravas nascidos a partir de sua promulgação. Em 
consequência, "o preço dos escravos subiu" diante da perspectiva de não nascerem mais escravos 
no país. 
 
2. (Ufscar 2001) 
Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado 
em 1883. 
Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a 
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode 
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido 
informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço 
dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito 
de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, comoo 
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de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a 
mesma. 
 ("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.) 
 
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco. 
 
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão 
começou a mudar após 1871? 
 
Comentários 
a) Joaquim Nabuco refere-se à Lei do Ventre Livre, de autoria do Visconde de Rio Branco. Ela 
estabelecia que os filhos dos escravos que nascessem a partir daquela data (1871) seriam 
considerados livres, porém o senhor mantinha consigo o liberto até os 8 anos, quando optava 
entre uma indenização ou o seu uso como mão de obra gratuita até os 21 anos. 
 
b) Joaquim Nabuco denunciou o efeito da lei de 1871 sobre o preço da mão de obra escrava, que 
estava em alta, como estivera após a extinção do tráfico. Desse modo, a campanha abolicionista, 
atingindo os interesses dos grandes senhores de terras, aliava aos argumentos humanitários o 
poderoso argumento da pressão econômica sobre os empresários refratários ao direito de 
liberdade dos negros. 
 
3. (IAUPE/Upe 2015) 
A evolução da sociedade brasileira no século XIX apresentou várias características 
importantes. A primeira foi a ascensão de uma nova cultura de exportação, o café, que 
formaria a base de uma nova economia escravista de grande lavoura na região Sudeste. A 
segunda foi o contínuo crescimento das tradicionais culturas coloniais de exportação. 
(LUNA, Francisco Vidal. & KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo: Edusp / Imprensa 
Oficial, 2010. p. 89. Adaptado) 
 
Sobre a temática e a realidade apresentadas no texto, analise as afirmativas seguintes: 
I. O açúcar voltou a ser um produto competitivo no mercado mundial, com o declínio da 
indústria açucareira em São Domingos e nas Antilhas Britânicas. 
II. O tráfico negreiro para o Brasil se extinguiu em 1840, com o início do Segundo Reinado. 
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III. A produção brasileira de algodão, após sofrer com a forte competição do Sul dos Estados 
Unidos na primeira metade do século, reergueu-se na década de 1860, durante a Guerra de 
Secessão Americana. 
IV. O crescimento dessas novas e velhas culturas de exportação impediu o início da 
industrialização brasileira, que só veio a se desenvolver nos primórdios do século XX. 
V. O crescimento de todas essas culturas de exportação gerou uma demanda sempre 
crescente por escravos, e, na terceira década do século XIX, o tráfico atlântico chegou ao 
auge. 
 
Estão CORRETAS 
A) I, II e III. 
B) III, IV e V. 
C) II, III e IV. 
D) I, III e V. 
E) II, IV e V. 
Comentários 
A afirmativa [I] está correta. Com a expulsão dos holandeses, eles passaram a produzir açúcar nas 
Antilhas (ilhas do caribe) e até o século XIX, a américa central liderou a produção de açúcar. 
Quando entra em declínio o açúcar antilhano, a produção de Pernambuco vai novamente receber 
um impulso. Nesta época o principal produto produzido e exportado pelo pais é o café, mas o 
açúcar e o algodão eram bastante produzidos. 
A afirmativa [II] está incorreta porque o tráfico intercontinental só foi proibido em 1850, com a 
aprovação da lei Eusébio de Queiroz, no contexto da Lei inglesa Bill Aberdeen. 
A afirmativa [III] está correta. No século XIX na segunda metade do século foi o café produzido no 
Sudeste, mas Pernambuco produzia muita cana e algodão. Na época o principal produtor e 
exportador mundial de algodão era os EUA. Em 1860-65 ocorreu a Guerra Civil dos EUA, em que o 
sul agrário, grande produtor de algodão, teve sua produção comprometida, abrindo mercado para 
o algodão pernambucano. 
A afirmativa [IV] está incorreta porque a industrialização brasileira foi incentivada ainda durante o 
Segundo Reinado, na chamada Era Mauá, ainda que seu auge tenha ocorrido apenas no século XX, 
além do mais não foi o crescimento das culturas agrícolas de exportação, que impediram a 
industrialização. 
A afirmativa [V] está correta. O impulso agrícola passou a demandar mais braços escravos. Apesar 
da lei Eusébio de Queiroz (abolição do tráfico) ele se tornou mais intenso num primeiro momento, 
e boa parte dos escravos que entravam nos portos pernambucanos, além das lavouras locais, eram 
destinados ao sudeste devido ao ciclo do café. 
Gabarito: D 
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4. (IAUPE/Upe 2015) 
A própria forma pela qual, em geral, nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro 
de 1889 - a "Proclamação da República" - já incorpora algumas ideias importantes. Em 
primeiro lugar, a de que ocorreu uma "proclamação". Logo surgem outras ideias, como a de 
que a República no Brasil teria sido algo inevitável, uma etapa necessária da "evolução" da 
sociedade brasileira. Ainda mais, podemos imaginar que o fácil sucesso do golpe de Estado 
seria resultado de um consenso nacional, e que os militares, os principais protagonistas do 
movimento, teriam atuado de forma unida e coesa. 
(15 DE NOVEMBRO DE 1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. CPDOC/FGV. Disponível em: 
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/ProclamacaoRepublica) 
 
O evento citado no texto teve como principal característica sociopolítica: 
A) uma organização e execução militar. 
B) ;àラヮラゲキN?ラàS;àIエ;マ;S;àけマラIキS;SWàマキノキデ;ヴげくà 
C) uma unidade entre os diversos setores militares. 
D) a fundamental participação da marinha e de seus oficiais. 
E) a participação massiva dos Republicanos civis do final do Império. 
Comentários 
A Proclamação da República teve caráter e organização militar, uma vez que os militares, em 
específico o Exército, foram os responsáveis pelo golpe, chamado Proclamação. Foi orientado 
ヮWノラゲà キSW;キゲà ヮラゲキデキ┗キゲデ;ゲà ふケ┌Wà ノWマラゲà ミ;à H;ミSWキヴ;à さラヴSWマà Wà ヮヴラェヴWゲゲラざぶがà Wà ラゲà マキノキデ;ヴWゲà Wヴ;マà
profundamente influenciados por estas ideias, que pregavam o republicanismo com etapa mais 
evoluída da organização política. Importante destacarmos que o exército se fortaleceu como 
instituição e aderiu ao abolicionismo e ao republicanismo após a guerra do Paraguai. E o erro das 
outras? 
[B] o texto não fala nada disso. 
[C] o texto sugere diz que não havia unidade de pensamento, mas que temos esta impressão. 
[D] o texto não se refere a isso. 
[E] o texto não fala que teve participação popular (civil), e realmente não teve pois foi um 
movimento elitista. 
Gabarito: A 
5. (IAUPE/Upe 2014 - Adaptada) 
O Brasil da segunda metade do século XIX viveu um desenvolvimento urbano e econômico, 
que gerou reflexos na sua produção cultural. Espaço de surgimento e atuação de vários 
artistas e intelectuais, as cidades do Brasil Imperial foram o palco de uma efervescência 
artístico-cultural ímpar. 
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Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA. 
A) Machado de Assis, principal escritor do Modernismo brasileiro, foi autor de várias obras 
que tiveram ampla aceitação popular, o que lhe proporcionou, inclusive, fama no exterior. 
B) As pinturas de Pedro Américo refletiam um tom romântico e nacionalista, retratando, 
inclusive, acontecimentos históricos pátrios.C) Aluísio de Azevedo, grande expoente do romantismo literário no Brasil, sofreu com a 
censura imperial, em relação a sua obra. 
D) C;ゲデヴラàáノ┗Wゲがàェヴ;ミSWàゲケマHラノラàSラàIエ;マ;Sラàけマ;ノàSラàゲYI┌ノラげがàaラキà;┌デラヴàSWàヮラWゲキ;ゲàケ┌Wàデキ┗Wヴ;マà
ampla repercussão nacional. 
Comentários 
Coloquei este exercício para fazermos um aprofundamento interessante. Os movimentos artísticos 
envolvidos com a política. Castro Alves usava a poesia como forma de divulgação das ideias 
abolicionistas, assim com Joaquim Nabuco, político, cientista e ensaísta. O exercício fala das obras 
(pinturas de Pedro Américo, representante do romantismo, que cria obras com cenas heroicas e 
com temas nacionalistas). 
A proposição [B] está correta. Ao longo do século XIX no Brasil, sobretudo, a partir de 1831 com a 
abdicação de D. Pedro I que retornou para Portugal, o Brasil procurou construir elementos para a 
formação da nossa identidade nacional e cultural. Assim, a literatura e as artes foram 
fundamentais para esta construção. O Romantismo forneceu elementos simbólicos para a 
aラヴマ;N?ラàS;àキSWミデキS;SWàミ;Iキラミ;ノくàO┌デヴラàW┝Wマヮノラà;àヮラWゲキ;àSWàGラミN;ノ┗WゲàDキ;ゲàIエ;マ;S;àさCanção de 
T;マラキラざàふくくくàさáà┗キS;àYàノ┌デ;がà┗キ┗WヴàYàノ┌デ;ヴがà;à┗キS;àYàIラマH;デWàケ┌Wàラゲàaヴ;Iラゲà;H;デWマくくくざぶくàOàケ┌;SヴラàSWà
Pedro Américo retratando a independência do Brasil possui uma boa dose de romantismo e 
idealização. 
 
A alternativa [A] está errada pois Machado de Assis é realista, não modernista e na época sua fama 
era nacional, não internacional (fique tranquilo que não está no edital, mas a arte e política na 
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época é possível ser cobrado numa questão mais complicada, pois Pernambuco é um estado cujas 
artes sempre foram destacáveis). 
A alternativa [C] está errada pois a censura à obras e jornais no império era quase inexistente, ao 
menos podemos afirmar que a liberdade de expressão e imprensa foram bem maiores que após a 
república, em que a censura foi usada como instrumento político diversas vezes. 
A alternativa [D] está errada pois Castro Alves foi o poeta dos escravos, romantismo condoreiro. 
Sua poesia possuía intensões sociais. 
Gabarito: B 
6. (IAUPE/Upe 2013) 
Observe um trecho da letra do samba Vai passar, de Chico Buarque de Holanda: 
Num tempo, página infeliz da nossa história, / passagem desbotada na memória / Das nossas 
novas gerações. // Dormia a nossa pátria mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída 
/ Em tenebrosas transações. // Seus filhos erravam cegos pelo continente, / levavam pedras 
feito penitentes / erguendo estranhas catedrais. 
 
Com base no texto e nos conteúdos referentes à escravidão no Brasil imperial, assinale a 
alternativa CORRETA. 
A) A música faz referência à utilização da mão de obra escrava que sozinha ergueu as cidades 
do passado. 
B) A música retrata os aspectos desumanos das relações sociais do passado brasileiro que 
atingiam apenas os escravos. 
C) Mesmo considerando as dificuldades vivenciadas pelos escravos, como afirma a canção, a 
conquista de sua liberdade dependia apenas dos seus esforços. 
D) Apesar dos sofrimentos relativos à condição escrava, era comum, no século XIX, ver, nas 
grandes cidades, escravos que, por exercerem determinados ofícios, detinham uma certa 
autonomia. 
E) Durante o século XIX, a escravidão se limitava aos africanos e a seus descendentes. 
Comentários 
VラIZàヮヴWIキゲ;àヮWヴIWHWヴà;à キマヮラヴデ>ミIキ;àSラàデWマ;àさWゲIヴ;┗キS?ラざàケ┌WがàミラàゲYI┌ノラàXVIがàミラàBヴ;ゲキノがàヮラゲゲ┌ケ;à
uma questão meramente econômica; já no século XIX, o tema está associado às transformações 
ocorridas no Brasil e no mundo no que cerne à transformação das ideias política e sociais. No 
século XIX, no Brasil, os escravos de ganho (escravos com certa autonomia) passaram para os 
espaços urbanos, como as zonas portuárias e locais de grande comercialização, antes ocupados 
somente pela elite, dando ideia de certa liberdade. 
A alternativa [A] está errada pois a mão de obra predominante era escrava, mas vila rica, capital 
mineira por exemplo, tinha muitos escravos de ganho e trabalhadores livres. 
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A alternativa [B] está errada pois as relações sociais descritas podem ser estendidas às pessoas 
pobres, e esta música por ser uma obra de arte pode referir-se a outros momentos históricos. 
A alternativa [C] A conquista da liberdade dos escravos foi um longo processo em que participaram 
através da sua resistência à escravidão, mas não dependia somente de seus esforços, mas 
principalmente da aprovação da lei de libertação. 
A alternativa [E] está errada pois a partir da lei do ventre livre os nascidos a partir de 1871 eram 
livres. 
Gabarito: D 
7. (IAUPE/Upe 2013) 
Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é 
que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e 
mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou 
seja, a um ex-escravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio 
surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais 
sofrera o cativeiro. 
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª 
edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157. 
 
Sobre o que afirma o texto, analise as seguintes proposições: 
I. Nas décadas finais do século XIX, antes da Abolição, uma parcela da população africana do 
Brasil já estava liberta. 
II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos. 
III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos. 
IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII. 
V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade 
de condições de vida. 
 
Estão CORRETAS: 
A) I, II e III. 
B) I, III e IV. 
C) I, II e V. 
D) II, III e V. 
E) I, IV e V. 
Comentários 
[I] Correta. A escravidão no Brasil teve várias nuances (negros livres, libertos, alforriados). 
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[II] Correta. A campanha abolicionista estava sempre presente e chegou ao seu auge no Segundo 
Reinado com a lei Bill Aberdeen (1845), aprovada pelo parlamento inglês (prisão de qualquer navio 
brasileiro que comercializasse escravos). A Inglaterra teve uma importante atuação internacional 
em combate à escravidão. 
[III] Incorreta. Assim como qualquer escravo, tinha a possibilidade de ser liberto. A condição do 
escravo urbano era mais rápida para sua alforria, pois muitos eram escravos de ganho, ou seja, 
pertenciam a um pequeno senhor e trabalhavam vendendo produtos, com parte de seu trabalho 
comprava alforria. 
[IV] Incorreta. A lei Eusébio de Queiroz (1850), que proibiu o tráfico de escravos, e com a Lei Áurea 
(1888), acabando com a escravidão. 
Gabarito: C 
8. (G1 - ifsul 2016) 
A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e 
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão 
do desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam 
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses 
modelos de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira. 
Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-abolicao-escravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015. 
 
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos, 
tais como: 
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico. 
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de 
escravos. 
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava. 
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro, 
devido à mecanização da agricultura nordestina. 
Comentários 
A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século XIX. A 
discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento econômico nacional. 
Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém entendiam a 
relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma propriedade, 
acabar com a escravidão poderia exigir indenização. 
Gabarito: B 
 
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9. (Fgv 2016) 
O excerto a seguir faz parte do parecer de uma comissão da Câmara dos Deputados sobre a 
lei de 1871, que discutia a escravidão no Brasil. 
さ“WマàWS┌I;N?ラàミWマàキミゲデヴ┌N?ラがàWマHWHW-se nos vícios mais próprios do homem não civilizado. 
Convivendo com gente de raça superior, inocula nela os seus maus hábitos. Sem jus ao 
produto do trabalho, busca no roubo os meios de satisfação dos apetites. Sem laços de 
família, procede como inimigo ou estranho à sociedade, que o repele. Vaga Vênus arroja aos 
maiores excessos aquele ardente sangue líbico; e o concubinato em larga escala é tolerado, 
quando não animado, facultando-se assim aos jovens de ambos os sexos, para espetáculo 
doméstico, o mais torpe dos exemplos. Finalmente, com as degradantes cenas da servidão, 
não pode a mais ilustrada das sociedades deixar de corromper-ゲWくざ 
(apudSidney Chalhoub, Machado de Assis, historiador. 2003) 
 
No trecho, há um argumento: 
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma 
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o 
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população. 
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da 
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais, 
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório. 
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo 
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por 
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação 
econômica do país. 
D) cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e 
homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais 
violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos. 
E) moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios 
escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em 
síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata. 
Comentários 
Somente a proposição [E] está em consonância com o excerto elaborado por uma Comissão da 
Câmara dos Deputados sobre a Lei de 1871, a lei do Ventre Livre. No documento há um argumento 
moral que faz referência aos malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios 
escravos contaminando toda a sociedade, inclusive os brancos eram prejudicados. 
Gabarito: E 
 
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10. (G1 - ifce 2016) 
Em meados do século XIX, durante o Segundo Reinado, o Brasil vivenciou um grande surto de 
crescimento industrial. Sobre os fatores responsáveis pelo referido crescimento, considere as 
proposições a seguir. 
I. Disponibilidade de capitais oriundos dos lucros obtidos com a exportação do café, principal 
produto da economia brasileira naquele momento. 
II. Redução das taxas alfandegárias sobre os produtos importados com as tarifas Alves Branco 
(1844), o que favoreceu a aquisição das máquinas necessárias ao desenvolvimento industrial. 
III. Disponibilidade de capitais com a extinção do tráfico negreiro através da Lei Eusébio de 
Queirós, em 1850. 
IV. Iniciativas de empresários como Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, principal 
incentivador das atividades urbano-industriais no país. 
V. Abundância de mão de obra negra especializada a partir do fim da escravidão, com a Lei 
Áurea, em 1888. 
 
Está correto somente o afirmado em 
A) III, IV e V. 
B) I, II e IV. 
C) II, III e V. 
D) I, III e IV. 
E) I, II e III. 
Comentários 
A questão aponta para um processo de modernização econômica do Brasil, a partir de 1850, 
associado à disponibilidade de capital devido aos lucros da exportação de café e a Lei Eusébio de 
Queirós que proibiu o tráfico de escravos favorecendo a entrada dos imigrantes. A Tarifa Alves 
Branco de 1844 foi caracterizada por um protecionismo alfandegário e não por redução nas tarifas 
alfandegárias. A assertiva [V] está equivocada ao defender a existência de mão de obra negra 
especializada a partir do fim da escravidão. 
Gabarito: D 
11. (Udesc 2016) 
A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de 
1871. 
 
Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa correta. 
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A) Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia liberdade a todas as crianças e às 
respectivas mães que viviam sob a escravidão no território brasileiro. 
B) Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, visto que não previa indenização 
pelo fim da escravidão das crianças nascidas a partir da publicação da lei. 
C) Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a partir da publicação da lei, mas deixava 
;àヮラゲゲキHキノキS;SWàSWゲゲ;ゲàIヴキ;ミN;ゲàヮWヴマ;ミWIWヴWマàゲラHàさラゲàI┌キS;SラゲざàSラà;ミデキェラàヮヴラヮヴキWデ=ヴキラà;デYà;à
idade de 21 anos. 
D) Como a lei libertava a criança, mas não libertava os pais, assim que nasciam essas crianças 
eram retiradas do convívio com os pais escravizados e eram destinadas a um abrigo mantido 
pelo Estado. 
E) De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de manter as crianças libertas junto aos 
pais escravizados até a maioridade, mas os senhores não podiam usufruir da mão de obra 
delas. 
Comentários 
A Lei do Ventre Livre previa que toda criança nascida a partir da data da promulgação da Lei seria 
considerada livre. Mas previa, também, que o senhor da mãe da criança poderia manter a mesma 
sob sua guarda até ela completar 21 anos. 
Gabarito: C 
12. (G1 - ifsc 2016) 
Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido 
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa 
CORRETA. 
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida 
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois 
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos 
escravos brasileiros. 
D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado 
por eles já não era economicamente relevante. 
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos 
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. 
Comentários 
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada no 
Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia uma 
grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de escravos e, ao 
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mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto, intensificou a imigração 
para o Brasil. 
Gabarito: E 
13. (Upe 2012) 
Analise a charge a seguir. 
 
 
A charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875, mostra o imperador D. Pedro II sendo 
castigado pelo Papa em clara alusão à chamada questão religiosa. Sobre esse episódio do 
final do regime monárquico no Brasil, é correto afirmar que: 
A) a tensão entre Estado e Igreja não contribuiu para a crise da monarquia no Brasil. 
B) a origem da questão foi a não determinação de expulsão de maçons das irmandades 
religiosas por D. Pedro II, descumprindo determinação papal. 
C) apesar da opinião pública contrária, o imperador manteve na prisão, até o cumprimento 
total da pena, os dois bispos por não acatarem suas determinações. 
D) na província de Pernambuco, as determinações de D. Pedro II foram postas em prática 
pelo bispo de Olinda. 
E) após o incidente, a Igreja passou a condenar oficialmente a prática da escravidão negra no 
Brasil. 
Comentários 
áàさケ┌Wゲデ?ラàヴWノキェキラゲ;ざがàデ;マHYマàIエ;マ;S;àSWàさWヮキゲIラ-ヮ;ヮ;ノざàヴWヮヴWゲWミデラ┌à┌マàマラマWミデラàSWàヴ┌ヮデ┌ヴ;à
não radical entre o Estado monárquico e a Igreja Católica. Desde então os membros da elite 
religiosa no Brasil se afastaram da política imperial, sendo que muitos membros do baixo clero 
teciam críticas abertas ao governo. 
Gabarito: B 
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14. (Upe 2011) 
A partir das últimas décadas do século XIX, uma série de mudanças importantes e cada vez 
mais rápidas marcou a cultura e a língua do Brasil, que foram motivadas pelo (pela): 
 
A) fim da escravidão, pela chegada de imigrantes, pela industrialização e pelo contínuo 
deslocamento de milhares de pessoas de áreas rurais para o centro urbano. 
B) crescimento das cidades que se multiplicaram, tornando-ゲWà ┗WヴS;SWキヴラゲà さI;ノSWキヴロWゲざà SWà
línguas e pelo Romantismo que surgiu em oposição aos valores da sociedade proletária que 
então se firmava. 
C) surgimento do Naturalismo que acentuava a relação entre o indivíduo e o meio ambiente e 
estimulava a reflexão sobre as condições ambientais de sua época. 
D) Realismo que retratava a realidade de um modo direto e impessoal, embora se deixasse 
envolver emocionalmente por ela e pelo deslocamento do eixo cultural do campo para a 
cidade. 
E) invenção do cinema que registrava cenas do cotidiano, do sentimento e da história, com a 
tecnologia do som e a imprensa que divulgava os principais eventos da sociedade. 
Comentários 
A alternativa retrata as transformações socioeconômicas do período e as relaciona com as 
transformações culturais, principalmente linguísticas, na medida em que novos grupos de 
imigrantes chegaram ao país, apesar de haver certa regionalização. O maior número de imigrantes 
concentrou-se em São Paulo, mas foram grandes as comunidades de europeus no sul do país ou 
mesmo em determinadas regiões ao norte. 
Gabarito: A 
15. (Upe 2011 - Adaptada) 
さáàエキゲデルヴキ;àS;àWゲIヴ;┗キS?ラà;aヴキI;ミ;àミ;àáマYヴキI;àYà┌マà;HキゲマラàSWàSWェヴ;S;N?ラàWàマキゲYヴキ;àケ┌WàゲWà
não pode sondar, e, infelizmente, essa é a história do crescimento do Brasil. No ponto a que 
chegamos, olhando para o passado, nós, brasileiros, descendentes ou da raça que escreveu 
essa triste página da humanidade ou da raça com cujo sangue ela foi escrita, ou da fusão de 
uma e outra, não devemos perder tempo a nos envergonharmos desse longo passado que 
não podemos lavar, dessa hereditariedade que não há como repelir. Devemos fazer convergir 
todos os nossos esforços para o fim de eliminar a escravidão do nosso organismo, de forma 
que essa fatalidade nacional diminua em nós e se transmita às gerações futuras, já apagada, 
ヴ┌SキマWミデ;ヴàWà;デヴラaキ;S;ざく 
(NABUCO, J. Essencial. São Paulo: Penguin / Companhia das Letras, 2010) 
 
Comemoramos, em 2010, o centenário de morte de Joaquim Nabuco (1848-1910), uma das 
grandes figuras políticas do império, destacando-se como um dos principais nomes da 
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campanha abolicionista no Brasil do século XIX. Sobre a escravidão no Brasil, analise as 
afirmativas abaixo e conclua. 
( ) Apesar da força da campanha abolicionista, a escravidão no Brasil adentrou o século XX 
como a principal mão de obra da economia imperial. 
( ) O contexto de expansão das ideias abolicionistas no Brasil foi influenciado pela pressão 
inglesa pelo fim do tráfico atlântico e pelos interesses europeus pela exploração econômica 
do território africano. 
( ) Mesmo depois da proibição oficial do tráfico negreiro para o Brasil em 1850, escravos 
ainda entraram ilegalmente, no território brasileiro. 
( ) A exploração do trabalho escravo africano no Brasil do século XIX estava intimamente 
ligada à produção cafeeira. 
( ) Joaquim Nabuco era um pregador solitário contra a escravidão em territórios 
brasileiros, por isso não podemos perceber a campanha abolicionista no Império como um 
dos fatores para a extinção da escravidão negra no país. 
 
Marque a sequência correta: 
A) V - F - V - F - F. 
B) F - V - F - F - V. 
C) F - V - V - V - F. 
D) V - F - F - F - V. 
E) V - V - V - F - F. 
Comentários 
O Império foi eliminado no final do século XIX, um ano após o fim da escravidão. Uma série de 
fatores contribuiu para o fim da escravidão no Brasil, dentre eles a campanha abolicionista levada 
a cabo de um conjunto de intelectuais, destacando-se escritores, jornalistas e advogados. 
Gabarito: C 
16. (Upe 2011) 
Dentre as revoltas políticas e sociais que abalaram o Império do Brasil, a Revolta Praieira se 
destaca. Para muitos historiadores, essa revolta ocorrida em Pernambuco, em 1848, foi a 
última atribulação política interna do império. Sendo assim, sobre a Praieira e seu contexto 
histórico, podemos assinalar que: 
A) no Pernambuco da primeira metade do século XIX, a mão de obra escrava não era mais 
essencial para a produção do açúcar. 
B) não podemos enquadrar a Praieira no conjunto das revoltas liberais que abalaram o 
Pernambuco no oitocentos. 
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C) não há como se analisar a Praieira, sem se considerar a atuação do partido liberal na 
província de Pernambuco. 
D) em essência, as propostas da Praieira divergiam dos movimentos de 1817 e 1824, por não 
compactuar dos ideais do liberalismo. 
E) a repressão estatal, empreendida por D. Pedro I, debelou rapidamente os insurgentes da 
Praieira. 
Comentários 
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