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APENDICE_U1

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Unidade 1
Apêndice
2 - U1 / Processo de produção do espaço urbano
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão
Unidade 1
Processo de produção do espaço urbano
Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1
1. Alternativa D.
Resposta Comentada:
O elemento morfológico que completa corretamente a lacuna do texto é a “quadra”, 
e podemos concluir isto especialmente em função do trecho inicial que aponta a 
divisão em perímetro e interior, e indica a relação de todo esse perímetro como a 
rua. Essa constatação já exclui a possibilidade de considerar o “lote” como alternativa 
correta, uma vez que este se relaciona à rua apenas por uma ou duas de suas faces, e 
não através de todo seu perímetro. Apesar de outros elementos morfológicos também 
poderem ser pensados no âmbito de uma divisão de perímetro e interior, como é o 
caso da “praça” e do “parque”, a sequência do trecho elimina esta opção, por consi-
derar o interior da quadra como um domínio do privado sem a predominância do 
aspecto pública que marca a definição desses espaços. 
 
2. Alternativa A.
Resposta Comentada:
Na Figura 1 é possível observar a presença de um traçado de malha fechado e regular 
principalmente na porção superior e esquerda do recorte. Também se nota a presença 
de uma malha fechada e orgânica na parte inferior do recorte, porém é preciso atenção 
ao fato de que também existem descontinuidades viárias neste trecho, com a presença 
de vias de acesso único junto a este trecho orgânico do recorte, configurando, assim, 
uma combinação de tipologia aberta e fechada.
Na Figura 2 observa-se a malha viária comumente conhecida como ortogonal ou 
xadrez. Ela pode ser classificada como uma malha fechada, altamente conectada e 
que conforma quarteirões regulares que configuram formas geométricas.
Por fim, na Figura 3 verifica-se o traçado de malha conhecido como “espinha de peixe”, 
em que uma via principal estrutura a ocupação, e dá origem às demais vias sem saída 
que configuram o tecido. No exemplo apresentado observa-se uma malha altamente 
descontinuada e em processo de formação, tipologia aberta, onde predominam as 
formas orgânicas e ocorrem pontuais presenças de trechos de malha fechada. 
U1 / Processo de produção do espaço urbano - 3
3. Alternativa E.
Resposta Comentada:
No primeiro caso apresentado, podemos identificar rapidamente a atuação do agente 
“Grupos sociais excluídos” pois, como vimos na seção, a produção de favelas é decor-
rente de um processo de ocupação irregular de uma área. Essa falta de posse sobre 
a terra, ou melhor, a inexistência da propriedade privada legal sobre essa terra faz 
com que esse tipo de ocupação não possa ser considerado como uma atuação dos 
“Proprietários fundiários”, uma vez que a existência da propriedade privada sobre 
uma parcela de solo, seja ela uma gleba ou um lote, é princípio fundamental na 
definição desse agente. O mesmo problema com a posse da terra explica o porquê 
de a ação de implantação de infraestrutura ser uma atuação do “Estado”, em um 
processo complexo que estará atrelado à regularização fundiária da favela. Entretanto, 
após o processo de consolidação da urbanização e regularização fundiária, podemos 
observar que o agente “Proprietário imobiliário” pode começar a atuar comprando 
imóveis a preços mais baixos em comparação às áreas de alto padrão, e impulsio-
nando a valorização da área. 
No segundo caso, a mudança na localização de uma indústria compreende uma 
atuação direta do agente “Proprietários dos meios de produção”, que entende a 
terra urbana principalmente como suporte físico para sua produção que apresenta 
aspectos locacionais específicos para viabilizar suas atividades. Desta forma, mesmo 
apresentando uma atuação semelhante à dos “Proprietários imobiliários” pela ação 
de venda do antigo terreno fabril, aproveitando-se da valorização da área, a atuação 
dos “Proprietários dos meios de produção” compreende mais uma camada de relação 
com a terra urbana. A atuação dos “Promotores imobiliários” está ligada ao lotea-
mento do vazio urbano gerado pela relocação da indústria e sua comercialização. 
Devemos nos atentar que, mesmo que seja possível a esse agente a produção de novos 
empreendimentos junto às franjas da área urbana, o processo de ampliação do limite 
urbano municipal requer uma ação político-administrativa do agente “Estado”, e por 
isso ele não pode ser excluído das transformações relatadas nesse caso. 
Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2
1. Alternativa B.
Resposta Comentada:
A proximidade entre a moradia, o trabalho, o serviço e comércios locais, favorece os 
deslocamentos a pé ou através de bicicleta, uma vez que a distância a ser percorrida é 
menor em comparação à cidade dispersa. Essa diversidade de usos também favorece 
o desenvolvimento da vida pública.
A existência de um número de pessoas suficientes para atender a demanda dos trans-
portes coletivo é essencial para o funcionamento e manutenção do sistema, especial-
mente para o transporte de média e alta capacidade. A verticalização pode ser uma 
ferramenta para se alcançar maiores densidades em uma área.
O objetivo do modelo DOTS é promover um transporte de qualidade e incentivar 
4 - U1 / Processo de produção do espaço urbano
os transportes coletivos e ativo. Para este modelo o transporte individual precisa ser 
gerido e utilizado o mínimo possível. 
 2. Alternativa A.
Resposta Comentada:
Na primeira sentença a afirmação de que as linhas de crescimento atuam unicamente 
dentro do tecido urbano é falsa, pois as linhas atuam entre polos e, por isso podem 
atuar também no espaço exterior às aglomerações, como é característico das rodovias 
que conectam duas cidades e direcionam a expansão da malha urbana das cidades 
uma em direção à outra.
Na segunda sentença a afirmação é verdadeira, os polos de crescimento se caracte-
rizam por seu potencial atrativo, e podem assumir dimensões variadas desde um 
ponto no espaço, a exemplo de uma edificação, até uma porção ou a totalidade de 
uma aglomeração, como um bairro e a cidade, respectivamente.
Na terceira sentença a afirmação é falsa pois todos os quatro elementos reguladores 
podem se transformar com o passar do tempo, e passar desempenhar sucessivas 
funções.
Na quarta sentença a afirmação é verdade e ilustra o motivo pelo qual a sentença 
anterior é falsa. 
3. Alternativa A.
Resposta Comentada:
No mesmo texto Rolnik (1995, p. 64) define especulação imobiliária como a retenção 
de terrenos vazios e determinadas localidades, pelo proprietário, na expectativa de 
uma futura valorização, que se dará em função dos investimentos em infraestruturas, 
equipamentos ou grandes obras na região. Assim, a necessidade de manutenção de 
um estoque de terras desocupadas que esperam pela valorização, junto às centrali-
dades e áreas valorizadas, impulsiona a demanda pela expansão da mancha urbana, 
a fim de oferecer terras com menores custos. Esse processo alimenta a segregação 
socioespacial e delimita as regiões da cidade com base em seu valor de troca. 
Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3
1. Alternativa A.
Resposta Comentada:
A solicitação de diretrizes oficiais para o parcelamento urbano junto à prefeitura é 
a primeira ação no processo de licenciamento que busca estabelecer os parâmetros 
para o desenvolvimento do projeto. A fixação das diretrizes oficiais pelo município 
é importante na fase em que a gestão pública indicará os parâmetros de parce-
lamento definidos para a área da gleba, a fim de adequar as propostas do projeto 
com o planejamento urbano proposto para a cidade como um todo. A solicitação 
de Licença prévia ambiental deve ser feita, visando a aprovação da sua localização, 
U1 / Processo de produção do espaço urbano - 5
o atestado de viabilidade ambiental e a definição de condicionantes ambientais que 
deverão ser seguidas na elaboração do projeto. A elaboração dos projetos urbanísticos 
e técnicos deve considerar as diretrizes urbanísticas apontada pela prefeitura, bem 
comoas condicionantes ambientais estabelecidas pela licença prévia ambiental, por 
isso sua execução está condicionada ao cumprimento das etapas anteriores. Deve-se 
apresentar o projeto de loteamento, com desenhos técnicos, memorial descritivo e 
cronograma de execução das obras, para dar sequência ao processo de licenciamento 
o projeto de loteamento, e todos os seus componentes devem ser protocolados na 
prefeitura, dando início à etapa de análise do mesmo pelos órgãos responsáveis. Ao 
solicitar a aprovação do projeto pela prefeitura e a expedição de licença urbanística, 
será feita a análise do projeto de loteamento pela prefeitura, que será aprovado caso 
cumpra todos os apontamentos e diretrizes estabelecidos. A solicitação da licença 
de instalação e de registro imobiliário, com a aprovação do projeto de loteamento, 
é necessária para obter a autorização para o início das obras. O registro imobiliário 
deve ser solicitado em, no máximo, 180 dias após aprovação do projeto. A execução 
das obras exigidas deve começar pela execução das obras básicas, como implantação 
do sistema viário, obras de drenagem e demarcação dos lotes, quadras e logradouros, 
a fim de obter o comprovante de vistoria da prefeitura e dar sequência ao pedido 
de registro imobiliário. Fazer o registro imobiliário do loteamento, com a entrega 
de toda a documentação exigida. A solicitação de licença ambiental de operação é a 
última etapa do processo de licenciamento, e essa solicitação deve ser feita ao final das 
obras do empreendimento, pela necessidade de verificação do cumprimento de todas 
as recomendações estabelecidas. 
 
2. Alternativa E.
Resposta Comentada:
o desmembramento pode ser considerado uma modalidade de parcelamento que 
necessita de uma configuração mais avançada do tecido urbano para se estabelecer, 
entretanto, apesar de não exigir a abertura de um sistema viário para a gleba, ele está 
condicionado à implantação de infraestrutura básica e destinação de áreas públicas, 
assim como o loteamento, como pode ser consultado no art. 11 da Lei nº 6.766/1979 
(BRASIL, 1979).
A responsabilidade pela implantação da infraestrutura básica é do loteador, como 
apontado pelo art. 18, inciso V, da Lei nº 6.766/1979 (BRASIL, 1979), que condiciona 
o registro imobiliário do parcelamento à execução dessas obras ou à apresentação de 
cronograma aprovado e de instrumentos que garantam a execução das mesmas.
Os custos de implantação de um projeto de desmembramento são mais baixos do que 
o de um projeto de loteamento, pois não implicam a abertura de sistema de viário, 
entretanto, ainda cabe ao empreendedor a provisão de infraestrutura básica para 
todos os lotes resultantes desse processo.
6 - U1 / Processo de produção do espaço urbano
O art. 4º, inciso IV, da Lei Lehmann (BRASIL, 1979) estabelece que “as vias de lotea-
mento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e 
harmonizar-se com a topografia local.” 
3. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Os condomínios são regulados pela Lei nº 4.591/1964 (BRASIL, 1964) e pela Lei 
nº 13.465/2017 (BRASIL, 2017), sendo que a segunda incorpora à Lei Lehmann 
(BRASIL, 1979) os conceitos de condomínio de lotes e loteamento de acesso contro-
lado.
A Lei nº 4.591/1964 (BRASIL, 1964) define condomínio como os imóveis compostos 
por áreas privativas, de propriedade exclusiva, e áreas de propriedade comum a todos, 
e estabelece dois tipos de condomínios edilícios: o de casas (art. 8º, alínea a) e o de 
prédios (art. 8º, alínea b). Nos dois casos, o condômino é o proprietário de uma 
unidade autônoma que se constitui em uma edificação (casa ou prédio), à qual será 
vinculada uma fração ideal do solo e das áreas comuns.
Aproveitando esse modelo, a Lei nº 13.465/2017 (BRASIL, 2017) criou o condo-
mínio de lotes, que segue o mesmo princípio dos condomínios edilícios, mas altera a 
unidade autônoma de uma edificação para o lote. Assim, cabe ao proprietário a posse 
da sua unidade e de uma fração da área comum, uma vez que o lote já é a própria 
fração de solo correspondente ao total da gleba. 
Em relação ao loteamento de acesso controlado, essa lei regula o fenômeno de solici-
tação à municipalidade de fechamento do loteamento, que ocorria antes da sua 
promulgação. Nesse caso, o loteamento continua sendo regido por todas as normas 
estabelecidas na Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (BRASIL, 1979), e 
a única diferença é a existência de autorização municipal para o controle do acesso 
à área mediante identificação. Nessa situação, a posse das ruas continua sendo da 
municipalidade o que faz com que não seja permitido o bloqueio total do acesso de 
terceiros à área.

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