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Direito Ambiental 1

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Aula 01
Direito Ambiental p/ AGU - Procurador Federal
Professor: Thiago Leite
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 01 – Prof. Thiago Leite 
 
 
AULA 01 
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA 
AMBIENTAL. A PROTEÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Sumário 
1 – Competência em matéria ambiental ....................................................... 2 
2 – A proteção do meio ambiente na CF/88 .................................................. 6 
3 – Jurisprudência correlata ..................................................................... 21 
4 - Questões .......................................................................................... 27 
5 - Resumo da Aula ................................................................................ 40 
 
 
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 01 – Prof. Thiago Leite 
 
AULA 01 - Competência em matéria 
ambiental. A proteção do meio ambiente na 
Constituição Federal 
1 – Competência em matéria ambiental 
 
Na aula passada vimos o conceito de direito ambiental, seu objeto, o conceito de 
meio ambiente e os princípios que regem a matéria. Agora estamos prontos para 
estudarmos a competência ambiental e a proteção do meio ambiente na 
Constituição Federal. Mãos à obra! 
A forma de Estado adotada em nossa Carta Magna é o federalismo, o que 
significa a coexistência de entes estatais autônomos (descentralização política), 
ou seja, cada ente possui capacidade para se auto-organizar e legislar. 
Portanto, a própria Constituição Federal distribuiu competências legislativas e 
administrativas entre os diversos entes estatais (União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios). 
E em matéria ambiental, como esta competência está distribuída? É o que 
veremos a seguir. Fique atento! 
A competência legislativa em matéria de meio ambiente é CONCORRENTE, ou 
seja, cabe a União, Estados e Distrito Federal legislar sobre a matéria. É o que 
preconiza o art. 24, VI e VIII, da CF/88. A União deverá editar as normas gerais, 
e os Estados e DF irão suplementar tais normas. Caso a União não edite norma 
geral, os Estados e DF terão a competência legislativa plena. Mas sobrevindo lei 
federal sobre normas gerais a eficácia da lei estadual ficará suspensa naquilo 
que lhe for contrário. Os Municípios poderão suplementar a legislação Federal e 
Estadual, no que couber. 
 
 
 
• A competência legislativa em matéria
ambiental é CONCORRENTE. Nela, a
União edita normas gerais, e os
Estados e DF irão complementá-las
a
• Pela literalidade do art. 24 da CF, a
competência legislativa dos
Municípios NÃO É a concorrente, mas
sim a SUPLEMENTAR (art. 30, II,
CF/88). Portanto, os Municípios
podem suplementar a legislação
federal em matéria ambiental
a
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 01 – Prof. Thiago Leite 
 
 
 
Os Municípios não podem exercer a competência legislativa 
plena na falta de normas gerais da União, pois tal competência 
só foi dada ao Estados e ao DF (art. 24 da CF/88). 
 
No caso da competência plena dos Estados, a superveniência de 
norma geral federal não revoga a lei estadual, apenas suspende 
sua eficácia. 
 
Assim está tratada a matéria na Constituição Federal: 
 
Artigo 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
... 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
... 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
... 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
 I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
 
Podemos perceber que, dos entes maiores para os entes menores (União para 
Estados e Estados para Municípios) há uma decrescente abstração nas normas, 
ou seja, as leis federais são mais gerais e abstratas que as leis estaduais, que, 
por sua vez, são mais gerais e abstratas que as leis municipais, segundo bem 
ponderado por Marcelo Abelha Rodrigues. 
As normas específicas devem obedecer às diretrizes lançadas pela norma geral, 
sob pena de vício de inconstitucionalidade formal. Foi o que decidiu o STF na ADI 
2.656 (ver decisão no item dedicado à jurisprudência, mais à frente). 
 
 
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 01 – Prof. Thiago Leite 
 
 
 
 
 
 
 
 
Havendo dúvida quanto ao ente competente para editar determinada norma em 
matéria ambiental, podemos usar, na esteira da lição de José Afonso da Silva, o 
princípio da predominância de interesse, ou seja, se o interesse for nacional 
(atingir todo o pais ou mais de um Estado) caberá à União legislar; se o interesse 
for regional (atingir apenas um Estado ou mais de um Município dentro de um 
mesmo Estado) caberá ao Estado legislar; se o interesse for local (atingir apenas 
um Município) caberá ao respectivo Município legislar. 
Já vimos a competência legislativa em matéria ambiental. Agora vamos estudar 
a competência administrativa (material), ou seja, aquela relacionada à execução 
das leis, sua implementação através de políticas públicas, voltadas ao conceito 
de poder de polícia. 
A competência administrativa em matéria ambiental é do tipo COMUM, 
CUMULATIVA ou PARALELA, ou seja, tanto a União, quanto os Estados e os 
Municípios podem tratar da mesma matéria em igualdade de condições. A 
atuação de um ente não exclui a atuação de outro ente em matéria ambiental (a 
atuação pode ser cumulativa). É o que prescreve o art. 23, VI e VII, da CF/88, in 
verbis: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
... 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico 
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
 VII - preservar 
as florestas, a fauna e a flora; ... 
 Parágrafo único. Leis 
complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e 
do bem-estar em âmbito nacional. 
 
Algumas bancas de concurso consideram que os
Estados, DF e Município podem, no âmbito de sua
competência suplementar, ir além da legislação federal,
DESDE QUE SEJA PARA ADOTAR MEDIDAS MAIS
PROTETIVAS AO MEIO AMBIENTE.
 
 
 
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Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 01 – Prof. Thiago Leite 
 
No ano de 2011 foi publicada a Lei complementar nº 140/2011, que trata da 
cooperação entre os entes federados para o exercício da competência 
administrativa comum em matéria ambiental. Dentre os instrumentos previstos 
para referida cooperação destacamos os consórcios públicos, convênios, acordos, 
fundos públicos e privados, comissões, delegações de atribuições e execução, 
entre outros (será objeto de outra aula). 
 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
(CARÁTER VERTICAL) 
COMPETÊNCIA ADMINISTRTIVA 
(CARÁTER HORIZONTAL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visando instrumentalizar e permitir a execução harmônica da competência 
comum administrativa em sede de meio ambiente foi criado o Sistema Nacional 
do Meio Ambiente – SISNAMA, constituído por um conjunto de órgãos e 
entidades da União, Estados, DF e Municípios, responsáveis pela proteção e 
melhoria do meio ambiente. Mais isso será objeto de outra aula. 
 
 
.
Todos os entes políticos possuem 
abstratamente competência para 
exercer o poder de polícia em sede 
ambiental (licenciamento, 
fiscalização, sanções 
administrativas, etc).
• Em caso de aplicação de penalidade,
todavia, a atuação de um ente exclui
a atuação de outro ente, evitando,
assim, o bis in idem.
a
Municípios
Estados
União
Municípios Estados União
 
 
 
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Teoria, jurisprudência e questões 
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Importante ressaltar que a competência para explorar os serviços e instalações 
nucleares de qualquer natureza pertence à União, bem como é sua competência 
privativa legislar sobre o assunto, senão vejamos: 
 
Art. 21. Compete à União: 
... 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e 
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus 
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:... 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
... 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza 
 
2 – A proteção do meio ambiente na CF/88 
 
A partir da edição da Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) o meio 
ambiente recebeu uma tutela especial, haja vista que passou a ser protegido 
como bem essencial em si mesmo, e não mais de forma indireta, como um meio 
de se assegurar outros direitos. Seguiram-se, então, diversas leis 
complementando a tutela ambiental, formando uma espécie de teia legislativa de 
proteção do meio ambiente. Essa idéia de tutela irrestrita do meio ambiente foi 
agasalhada pela Constituição Federal de 1988, que deu o suporte valorativo e 
serviu de fundamento de validade para a consolidação do sistema de proteção 
ambiental vigente em nosso país. Portanto, a Carta Magna elevou a tutela 
ambiental a um nível constitucional, como direito fundamental. 
Portanto, toda a legislação infraconstitucional ambiental deve se amoldar aos 
valores e aos parâmetros dados pela Carta da República, inclusive sua 
interpretação e sua aplicação, sob pena de vício de inconstitucionalidade. 
Vários dos princípios fundamentais do direito ambiental são retirados da 
Constituição Federal, que também serve de fonte para importantes institutos 
jurídicos ligados à tutela ambiental, tais como a responsabilidade objetiva da 
pessoa jurídica, a fixação da proteção do ecossistema como princípio da atividade 
econômica, a previsão do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, e do Relatório de 
Impacto Ambiental – RIMA. 
O texto constitucional trata da proteção do meio ambiente de forma direta, como 
no art. 225, mas também de forma indireta, como ao tratar da função social da 
propriedade, da política agrária, etc. 
A proteção ambiental na Carta Magna se concentra de forma visível no art. 225, 
que compõe o Capítulo VI (Do Meio Ambiente) do Título VIII (Da Ordem Social). 
Vejamos, na íntegra sua transcrição: 
 
 
 
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Artigo 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem 
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam 
os animais a crueldade. 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio 
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida 
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
O caput do artigo traz, primeiramente, a indicação do objeto de tutela do direito 
ambiental (bem ambiental), que é o EQUILÍBRIO ECOLÓGICO ou MEIO 
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. Estabeleceu, ainda, o seu 
titular, que é o POVO, e seu regime jurídico, BEM PÚBLICO DE USO COMUM. 
Por último, impôs o ônus da proteção e defesa do meio ambiente ao PODER 
PÚBLICO e a TODA A SOCIEDADE. 
 
 
 
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No parágrafo primeiro o Constituinte elenca algumas atribuições específicas do 
Poder Público para garantir o cumprimento do dever de proteção ao meio 
ambiente, através da previsão de instrumentos e condutas a serem observados. 
Vejamos cada um deles: 
 
I – Preservação erestauração de processos ecológicos e manejo 
ecológico: 
 
Coube a Lei nº 9.985/2000 (art. 2º) a regulamentação de parte deste inciso, na 
medida em que conceituou “preservação” como “conjunto de métodos, 
procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, 
habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, 
prevenindo a simplificação dos sistemas naturais”, “restauração” como 
“restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais 
próximo possível da sua condição original” e “manejo” como “todo e qualquer 
procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos 
ecossistemas”. De forma mais simples, podemos dizer que manejo ecológico é a 
técnica em que a utilização dos recursos naturais se dá de forma minimamente 
invasiva/agressiva, com vistas a manutenção da integridade do ecossistema. Já 
processos ecológicos podem ser conceituados como “o conjunto de atos que 
tipificam os fenômenos ecológicos que sejam essenciais para a manutenção da 
vida e do ambiente”, conforme preconiza Marcelo Abelha Rodrigues1. Portanto, é 
dever do Poder Público garantir a preservação e a restauração dos processos 
ecológicos indispensáveis para o equilíbrio ambiental, além de agir para manter 
a diversidade de espécies e de ecossistemas. 
 
II – Diversidade biológica e Patrimônio genético: 
 
Um dos principais resultados da Rio-92 foi a elaboração da Convenção da 
Diversidade Biológica (CDB), que ingressou em nosso ordenamento jurídico por 
meio do Decreto de promulgação 2.519/1998, segundo a qual diversidade 
biológica “significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros 
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; 
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de 
ecossistemas”. A Convenção está estruturada sobre três bases principais – a 
conservação da diversidade biológica, o uso sustentável da biodiversidade e a 
repartição justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos 
recursos genéticos. Segundo o artigo 1º da referida convenção, seus objetivos 
“são a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus 
componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da 
 
1 Rodrigues, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015 
p. 100. 
 
 
 
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utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos 
recursos genéticos e a transferência adequada de tecnologias pertinentes, 
levando em conta todos os direitos sobre tais recursos e tecnologias, e mediante 
financiamento adequado”. 
O patrimônio genético de um País é um bem ambiental essencial para a 
manutenção de um ecossistema equilibrado, e pode ser conceituado como o 
conjunto de material genético, seja de origem animal, vegetal, microbiana, 
dotado de valor real ou potencial, e que pode ser utilizado cientificamente ou 
comercialmente pelas presentes e futuras gerações. Devido ao crescente 
interesse cientifico e comercial sobre o patrimônio genético a CF/88 incumbiu ao 
Poder Público a importante responsabilidade de fiscalizar aquelas entidades que 
manipulam material genético. A Lei 11.105/2005 trata das normas de segurança 
e fiscalização de atividades envolvendo organismos geneticamente modificados 
(OGM) e seus derivados. 
Compete à União gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento 
tradicional associado (prática/informação individual ou coletiva de comunidade 
indígena ou local, com valor real ou potencial, associado ao patrimônio genético, 
nos termos do art. 7º, XXIII, da LC 140/2011. 
Faz-se necessário um forte controle estatal sobre o banco genético nacional, a 
fim de evitar a chamada biopirataria, grande desafio do século XXI. 
 
 
 
O caso mais famoso de biopirataria foi o do açaí 
(fruto oriundo da Amazônia), que foi ilegalmente 
patenteado por uma empresa japonesa chamada 
K.K. Eyela Corporation. Após forte pressão 
internacional o governo japonês caçou referida 
patente. Outro caso famoso foi o do veneno da jararaca, que teve seu princípio 
ativo descoberto por um brasileiro, mas o registro acabou sendo feito por uma 
empresa americana (Squibb), que utilizou o trabalho e patenteou a produção de 
um famoso medicamento contra a hipertensão (Captopril), nos anos 70. 
 
• A biopirataria é a exploração ou
apropriação ilegal de recursos da
fauna e da flora e do conhecimento
das comunidades tradicionais
a
 
 
 
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Enfim, como bem apontado por Frederico Amado “Para se ter acesso ao 
patrimônio genético brasileiro, é preciso obter autorização da União, que 
controlará o seu uso, comercialização e aproveitamento para quaisquer fins, 
vedado o acesso ao patrimônio genético para práticas nocivas ao meio ambiente 
e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas e químicas”2. 
 
III – Espaços territoriais especialmente protegidos 
 
A existência dos espaços territoriais especialmente protegidos (ETEP) se constitui 
como um dos principais instrumentos na preservação do meio ambiente. Podem 
ser conceituados como espaços delimitados e reconhecidos pelo Poder 
Público como destinatários de especial proteção, em razão de sua 
importância para o ecossistema. Não precisam ser criados por meio de lei, 
mas sua alteração ou sua supressão só podem ocorrem através de LEI. É 
vedada, ainda, qualquer utilização que comprometa a integridade dos elementos 
que justificaram sua especial proteção. Importante ter em mente que os ETEP’s 
não são sinônimos de Unidades de Conservação, mas sim gênero da qual estas 
últimas são espécies. As unidades de conservação serão estudadas em aula 
específica. 
 
ETEP 
 AP (áreas protegidas) 
 *Reserva florestal; 
 *APP; 
 *Jardim botânico; UNIDADES DE 
 *Horto florestal. CONSERVAÇÃO 
 (UC) 
 
 
2 Amado, Frederico. Legislação Comentada para concurso. Editora Método, São Paulo, 2015. 
ORGANISMO 
GENETICAMENTE 
MODIFICADO (OGM)
organismo cujo material genético 
tenha sido modificado por 
qualquer técnica de engenharia 
genética (art. 3º, V, da Lei 
11.105/2005)
 
 
 
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IV – Estudo prévio de impacto ambiental (EIA/RIMA) 
 
É o mais famoso tipo de estudo ambiental e também um dos instrumentos mais 
importantes na preservação do meio ambiente. Como o próprio nome indica, é 
um estudo exigido antes de qualquer atividade/obra potencialmente causadora 
de danos ambientais. Dependendo de seus resultados o Poder Público poderá ou 
não autorizar o seu início. Por ser um estudo complexo, cheio de termos técnicos 
e de difícil compreensão, é necessário que seja feito o Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA), que nada mais é senão um documento que explicita, de 
maneira mais clara, o conteúdo do EIA. Referido estudo só é exigido em caso de 
atividade/obra que cause significativo impacto ambiental, haja vista que é 
um procedimento demorado, caro e complexo. Vale lembrar que cabe ao 
responsável pela atividade/obra arcar com todos os custos do EIA/RIMA. Enfim, 
podemos dizer que o EIA nada mais é que um instrumentode avaliação de 
atividades/obras que causam um significativo impacto ambiental, apontando a 
Compete ao Poder Público criar ou definir os Espaços Territoriais
Especialmente Protegidos - ETEP's (não precisa ser por meio de
lei, pode ser decreto);
Uma vez criados os Espaços Territoriais Especialmente
Protegidos - ETEP's, só podem ser alterados ou suprimidos por
meio de LEI;
A utilização dos Espaços Territoriais Especialmente Protegidos -
ETEP's só pode ser permitida se não houver comprometimento
da integridade dos atributos que justificaram sua proteção.
• Os Espaços Territoriais Especialmente
Protegidos (ETEP's) constituem
exceção ao princípio da Simetria
Jurídica (pelo qual a extinção de um
instituto se dá por ato da mesma
categoria, por exemplo, se a lei cria,
apenas a lei pode extinguir)
a
 
 
 
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viabilidade ambiental (ou não) da referida atividade/obra. E o RIMA é um 
documento que refletirá as conclusões do EIA, de forma acessível ao público em 
geral. 
A Resolução nº 01/1986, do CONAMA, estabelece, em seu artigo 2º, os casos em 
que se presume a existência de significativa degradação ambiental, tais 
como: ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, gasodutos, extração de 
combustível fóssil, extração de minério, aterros sanitários, usinas de geração de 
eletricidade acima de 10MW, distritos industriais, zonas estritamente industriais, 
dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O STF já pacificou o entendimento de que
norma estadual ou municipal que
estabelece hipóteses de dispensa do
EIA/RIMA é INCONSTITUCIONAL!!! Vide
ADI 1.086
A Constituição Federal, em seu art. 225, não fala em
licenciamento ambiental, mas apenas em EIA.
O EIA não é exigido em todas as atividades causadoras de
danos ambientais, mas apenas quando há risco de
SIGNIFICATIVO impacto.
As resoluções do CONAMA 1/86 e 237/97 
regulamentam o EIA, que é espécie do gênero 
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
 
 
 
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ESTUDO DE IMPACTO 
AMBIENTAL (EIA) 
ESTUDO DE IMPACTO DE 
VIZINHANÇA (EIV) 
Possui campo de atuação mais 
amplo, compreendendo os 
impactos para o meio físico, 
biótico e socioeconômico 
É focado na análise de 
impactos à qualidade de vida 
urbana, na vizinhança do 
empreendimento 
Possui fundamento direto no 
artigo 225 da CF 
Decorre do art. 4º, VI, da Lei 
10.257/2001 e possui 
fundamento no art. 182 da CF 
Não pode ser substituído pelo 
EIV 
Não substitui o EIA 
 
 
V – Controle de comercialização e produção de técnicas/produtos que 
coloquem em risco a vida e o meio ambiente 
 
O Estado deve exercer o poder de polícia a fim de evitar danos ambientais 
decorrentes de atividades econômicas potencialmente degradantes, tais como 
aquelas que utilizam agrotóxicos, pesticidas, adubos químicos, material 
radioativo, etc. 
A Lei nº 7.802/89 trata dos agrotóxicos, conceituando-o, em síntese, como o 
produto ou agente de processo físico, químico ou biológico, cuja finalidade seja 
alterar a composição da fauna e da flora, preservando-as da ação danosa de seres 
vivos nocivos. Sua utilização, produção, importação, exportação e 
comercialização depende de prévio registro em órgão federal (Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 
Importante sublinhar, ainda, a crescente preocupação em todo o mundo com o 
aquecimento global, haja vista que tal fenômeno poderá trazer consequências 
nefastas para a humanidade. Em decorrência desta situação, o Brasil assinou o 
Protocolo de Kyoto, que prevê metas de redução dos gases que causam o efeito 
estufa. Foi publicada, ainda, a Lei nº 12.187/2009, que trata da Política Nacional 
de Mudança do Clima. Uma das principais fontes de emissão desses gases são as 
queimadas, motivo pelo qual a eficiência do poder de polícia do Estado se mostra 
tão importante neste combate. 
 
 
 
 
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VI – Educação ambiental 
 
A educação ambiental é fator fundamental para a concretização do princípio da 
participação. Ela, a educação ambiental, visa gerar uma consciência ambiental 
no cidadão, consistente no “alcance de um estado de formação moral e 
comportamento social que implique a adoção de um novo paradigma ético do ser 
humano em relação ao meio ambiente”3. Portanto, por meio da educação 
ambiental se chega a uma consciência ambiental, em que o comportamento do 
cidadão estará voltado para a proteção do meio ambiente. 
Existe uma Lei própria tratando da educação ambiental (Lei nº 9.795/99), que 
será prestada de modo formal e informal (art. 2º) e tendo como agentes 
envolvidos no processo o Poder Público, as instituições educativas, os órgãos 
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, os meios de 
comunicação em massa, as empresas, as entidades de classe e a sociedade como 
um todo (art. 3º). A educação ambiental deverá se basear em uma visão 
sistemática, onde se privilegie um enfoque humanista e integral, com a 
concepção do meio ambiente em seu todo, e interpretação que abarque a 
pluralidade de idéias e pensamentos, levando em consideração a diversidade 
cultura do País (art. 4º). Enfim, a informação aliada a uma educação ambiental 
abrangente são requisitos necessários para a formação de uma consciência 
ambiental que mune o cidadão de um juízo de valor crítico que o leva a refletir e 
debater o meio ambiente como condição essencial para a vida, tornando-o apto 
a participar efetivamente dos processos decisórios. É a chamada “democracia 
participativa ecológica”. 
 
A educação ambiental no ordenamento jurídico: 
 
Lei 6.938/81 
Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente (...) atendidos os seguintes 
princípios: 
... 
X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. 
... 
Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
... 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados 
e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a 
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico 
 
Lei 9.795/99 
 
3 Rodrigues, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015 
p. 314. 
 
 
 
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Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes, competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade 
 
 
 
VII – Proteção da fauna e da flora 
 
Este inciso vai além da proteção dos microbens ambientais (fauna, flora), 
preservando sua função ecológica, pois impede, também, a crueldade contra os 
animais. Nos casos de conflito entre o princípio da liberdade de manifestação 
cultural e o princípio da preservação do meio ambiente os Tribunais têm dado 
primazia a este último, pois não se pode tolerar manifestação cultural que agrida 
o meio ambiente, colocandoem risco a própria vida. 
 
A fauna é composta por4: 
 
 
 
 
 
 
 
4 Sítio do IBAMA: www.ibama.gov.br 
A educação 
ambiental como 
disciplina 
específica no 
currículo de 
ensino
REGRA Não é permitido (art. 10, §1º, da Lei 9.795/99)
EXCEÇÃO
É permitido em cursos de pós-
graduação, extensão e nas áreas 
voltadas ao aspecto 
metodológico da educação 
ambiental (art. 10, §2º, da Lei 
9.795/99)
• Animais Silvestres: são aqueles
pertencentes às espécies nativas,
migratórias e quaisquer outras, aquáticas
ou terrestres, que tenham a sua vida ou
parte dela ocorrendo naturalmente dentro
dos limites do Território Brasileiro e suas
águas juridicionais.
 
 
 
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• Animais exóticos: são aqueles cuja
distribuição geográfica não inclui o
Território Brasileiro. As espécies ou
subespécies introduzidas pelo homem,
inclusive domésticas, em estado
selvagem, também são consideradas
exóticas. Outras espécies consideradas
exóticas são aquelas que tenham sido
introduzidas fora das fronteiras brasileiras
e suas águas juridicionais e que tenham
entrado expontaneamente em Território
Brasileiro.
• Animais domésticos: são aqueles
animais que através de processos
tradicionais e sistematizados de manejo e
melhoramento zootécnico tornaram-se
domésticas, possuindo características
biológicas e comportamentais em estreita
dependência do homem, podendo
inclusive apresentar aparência diferente
da espécie silvestre que os originou.
Caça profissional
Proibida (art. 2º, 
Lei 5.197/67
Caça esportiva
Pode ser licenciada, de acordo 
com as peculiaridades locais (art. 
1º, §1º Lei 5.197/67)
Caça de controle
Poderá ser licenciada para a 
destruição de animais silvestres 
considerados nocivos à 
agricultura ou à saúde pública
Caça científica
Poderá ser concedida a 
cientistas licença especial 
para a coleta de material 
destinado a fins científicos 
(art. 14, Lei 5.197/67)
 
 
 
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De forma simples, podemos conceituar “flora” como o conjunto de espécies 
vegetais de uma determinada localidade. 
Compete à União elaborar uma lista nacional contendo as espécies da flora 
ameaçadas de extinção (Instrução Normativa MMA 06/2008). 
Compete aos Estados e ao DF elaborar lista contendo as espécies da flora 
ameaçadas de extinção no âmbito de seu território. 
 
O parágrafo 2º do artigo 225 da Constituição é claro e incisivo em imputar a 
responsabilidade pela recuperação do dano ambiental ao explorador de recursos 
minerais. E isto se deve ao caráter altamente impactante da atividade de 
mineração. 
Comércio de espécimes da fauna silvestre e de seus produtos e
objetos, exceto os decorrentes de criadouros legalizados (art. 3º da
Lei 5.197/67
Inserção de espécie no Brasil sem o devido licenciamento
ambiental (Lei 9.605/98)
Exportação de peles e couros de anfíbios e répteis, em bruto (art.
18 da Lei 5.197/67)
• Com base nessa norma protetiva (art. 225,
§1º, VII, CF/88) o STF proibiu
manifestações culturais que imponham
sofrimento e maus tratos aos animais, tais
como a “briga de galo” (ADI 1856 e a ADI
2514)
 
 
 
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O Decreto 97.632/89, em seu art. 1º, aduz: “Os empreendimentos que se 
destinam à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação 
do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório do Impacto Ambiental - 
RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de 
recuperação de área degradada”. 
Não poderíamos deixar de lembrar da tragédia ocorrida na cidade de Mariana/MG, 
onde duas barragens da mineradora Samarco se romperam, despejando 
toneladas de lama e rejeitos sólidos no Rio Doce, mantando pessoas e destruindo 
boa parte da fauna e da flora da região. Especialistas dizem que pode levar 
séculos para a total recuperação do meio. A provável causa desta tragédia foi a 
negligencia da empresa no monitoramento e na operação do empreendimento. 
Como base na norma constitucional em estudo, a empresa operadora deverá 
arcar com todos os custos de reparação. 
Já o parágrafo 3º do artigo 225 da Constituição prevê importante mecanismo de 
proteção do meio ambiente, ao reconhecer a independência das sanções 
ambientais na seara civil, penal e administrativa. Portanto, um mesmo fato pode 
ensejar a aplicação de três sanções (civil, administrativa e penal), pois as normas 
infringidas podem ser de searas diversas. 
A possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica é previsão 
alvissareira e que divide opinião, mas os Tribunais já admitem sua aplicação. 
 
O §4º do artigo 225 da Constituição elenca como patrimônio nacional: 
 
1. A Floresta Amazônica brasileira; 
Não há que se confundir a Amazônia Legal com Floresta Amazônica, haja 
vista que aquela abrange outros Biomas, tal como o cerrado 
2. A Mata Atlântica; 
Sua tutela ganhou relevo com a edição da Lei 11.428/2006 (Lei do Bioma 
Mata Atlântica), regulada pelo Decreto 6.660/2008. 
3. A Serra do Mar; 
É uma cadeia montanhosa com aproximadamente 1.500 km, que se 
estende pelo litoral brasileiro, do Rio de Janeiro a Santa Catarina. Devido a 
sua grande extensão e sua variação de altitude (1.200 a 2.200 metros) 
possui uma enorme diversidade de fauna e flora. 
4. O Pantanal Mato-Grossense; e 
Pantanal consiste na superfície de terra que, periodicamente, é coberta 
pelas águas, tendo uma vegetação adaptada a esse regime de cheias. Com 
a baixa das águas há uma fertilização natural do solo através de uma lama 
humífera, constituída por restos de animais e vegetais, o que explica, em 
parte, a grande biodiversidade do local. 
5. A Zona Costeira 
 
 
 
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Corresponde ao espaço geográfico de interação entre o ar, o mar e a terra, 
incluindo seus recursos, abrangendo, ainda, uma faixa marítima e uma 
faixa terrestre. 
 
Faixa Marítima 
Espaço que se estende por 12 milhas 
náuticas, medido a partir das linhas de base 
Faixa Terrestre 
Espaço compreendido pelos limites dos 
Municípios que sofrem influencia direta dos 
fenômenos ocorrentes na zona costeira 
 
Praia 
Área coberta e descoberta periodicamente 
pelas águas, acrescida da faixa subsequente 
de material detrítico (areia, cascalho, seixo) 
Orla Marítima 
Faixa contida na zona costeira, 
compreendendo uma porção marítima e uma 
porção terrestre 
 
Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Emenda 131/2003, que acrescenta 
ao rol acima (§4º) os Biomas “Cerrado” e “Caatinga”. 
 
 
 
Seguindo no comentário dos parágrafos do artigo 225 da Constituição, temos que 
as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados por ação discriminatória 
necessárias à proteção ambiental são indisponíveis, ou seja, não podem 
ser alienadas, diferentemente das demais terras devolutas, que, por serem bens 
dominicais, são disponíveis. 
O §4º do artigo 225 da CF NÃO incluiu como pertencentes ao
patrimônio nacional os Biomas CERRADO e CAATINGA
Os Biomas elencados no §4º do artigo 225 da CF são
patrimônio NACINAL, não federal ou da União.
 
 
 
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O sexto e último parágrafo do artigo 225 da constituição traz importante medida 
de cautela em relação ao uso da energia nuclear, ao exigir que a localização de 
usinas nucleares seja definida por meio de LEI. A iniciativa é salutar, haja vista 
que não se trata de interesse apenas local, mas de toda a sociedade, em virtude 
do enorme potencial danoso ao meio ambiente. 
 
A Constituição Federal, em relação à função social da propriedade, prescreve: 
 
 
 
 
Terras devolutas 
(bens dominicias)
Necessárias à 
proteção ambiental
INDISPONÍVEIS
Demais terras 
devolutas DISPONÍVEIS
Função social da 
propriedade
Propriedade rural 
(art. 186 CF/88)
Aproveitamento 
racional e adequado
Utilização adequada 
dos recursos naturais 
disponíveis e 
preservação do meio 
ambiente
Observância das 
disposições que 
regulam as relações de 
trabalho
Exploração que 
favoreça o bem-estar 
dos proprietários e dos 
trabalhadores
Propriedade 
urbana (art. 182, 
§2º CF/88)
Obediência ao Plano 
Diretor
 
 
 
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3 - Jurisprudência Correlata 
 
 
 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI PAULISTA. 
PROIBIÇÃO DE IMPORTAÇÃO, EXTRAÇÃO, BENEFICIAMENTO, 
COMERCIALIZAÇÃO, FABRICAÇÃO E INSTALAÇÃO DE PRODUTOS 
CONTENDO QUALQUER TIPO DE AMIANTO. GOVERNADOR DO ESTADO DE 
GOIÁS. LEGITIMIDADE ATIVA. INVASÃO DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. 
 ... 
2. Comercialização e extração de amianto. Vedação prevista na legislação 
do Estado de São Paulo. Comércio exterior, minas e recursos minerais. 
Legislação. Matéria de competência da União (CF, artigo 22, VIII e 
XIII). Invasão de competência legislativa pelo Estado-membro. 
Inconstitucionalidade. 
3. Produção e consumo de produtos que utilizam amianto crisotila. 
Competência concorrente dos entes federados. Existência de norma 
federal em vigor a regulamentar o tema (Lei 9055/95). 
Conseqüência. Vício formal da lei paulista, por ser apenas de 
natureza supletiva (CF, artigo 24, §§ 1º e 4º) a competência estadual 
para editar normas gerais sobre a matéria. 4. Proteção e 
defesa da saúde pública e meio ambiente. Questão de interesse 
nacional. Legitimidade da regulamentação geral fixada no âmbito 
federal. Ausência de justificativa para tratamento particular e 
diferenciado pelo Estado de São Paulo. 
...Extrapolação da competência concorrente prevista no inciso V do 
artigo 24 da Carta da República, por haver norma federal regulando 
a questão. (STF, Pleno, ADI 2.656, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 
01/08/2003) 
 
AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA. LICENCIAMENTO AMBIENTAL. ZONA DE AMORTECIMENTO 
DO PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA. LEGITIMIDADE ATIVA AD 
CAUSAM. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Em se tratando de proteção 
ao meio ambiente, não há falar em competência exclusiva de um 
ente da federação para promover medidas protetivas. Impõe-se 
amplo aparato de fiscalização a ser exercido pelos quatro entes 
federados, independentemente do local onde a ameaça ou o dano 
estejam ocorrendo, bem como da competência para o 
licenciamento...3. A atividade fiscalizatória das atividades nocivas 
ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico suficiente 
para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem 
esteja situado em área cuja competência para o licenciamento seja 
do município ou do estado... (STJ - AgRg no REsp: 1373302 CE 
 
 
 
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2013/0068076-0, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de 
Julgamento: 11/06/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 
19/06/2013) 
 
...2. A teor do disposto nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos 
Municípios, no âmbito do exercício da competência legislativa, 
cumpre a observância das normas editadas pela União e pelos 
Estados, como as referentes à proteção das paisagens naturais 
notáveis e ao meio ambiente, não podendo contrariá-las, mas tão 
somente legislar em circunstâncias remanescentes. (STJ - AR: 756 PR 
1998/0025286-0, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de 
Julgamento: 27/02/2008, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 14/04/2008) 
 
“Constitucional. Meio ambiente. Legislação municipal supletiva. 
Possibilidade. Atribuindo, a Constituição Federal, a competência comum à 
União, aos Estados e aos Municípios para proteger o meio ambiente 
e combater a poluição em qualquer de suas formas, cabe, aos 
Municípios, legislar supletivamente sobre a proteção ambiental, na 
esfera do interesse estritamente local. A legislação municipal, 
contudo, deve se constringir a atender as características próprias do 
território em que as questões ambientais, por suas particularidades, não 
contêm o disciplinamento consignado na lei federal ou estadual. A legislação 
supletiva, como é cediço, não pode ineficacizar os efeitos da lei que pretende 
suplementar” (STJ, REsp 29.299, 1ª Turma, de 28.09.1994) 
 
... MANDADO DE SEGURANÇA. MEIO AMBIENTE. DEFESA. ATRIBUIÇÃO 
CONFERIDA AO PODER PÚBLICO. ARTIGO 225, § 1º, III, CB/88. 
DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS. VALIDADE DO 
DECRETO. SEGURANÇA DENEGADA. 1. A Constituição do Brasil atribui ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defender um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, § 1º, III]. 2. A delimitação 
dos espaços territoriais protegidos pode ser feita por decreto ou por 
lei, sendo esta imprescindível apenas quando se trate de alteração 
ou supressão desses espaços. Precedentes. Segurança denegada para 
manter os efeitos do decreto do Presidente da República, de 23 de março de 
2006. (STF - MS: 26064 DF, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 
17/06/2010, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-145 DIVULG 05-08-
2010) 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 182, § 3º, DA 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. ESTUDO DE IMPACTO 
AMBIENTAL. CONTRAIEDADE AO ARTIGO 225, § 1º, IV, DA CARTA DA 
REPUBLICA. A norma impugnada, ao dispensar a elaboração de estudo 
prévio de impacto ambiental no caso de áreas de florestamento ou 
 
 
 
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reflorestamento para fins empresariais, cria exceção incompatível 
com o disposto no mencionado inciso IV do §1º do artigo 225 da 
Constituição Federal. Ação julgada procedente, para declarar a 
inconstitucionalidade do dispositivo constitucional catarinense sob enfoque. 
(STF - ADI: 1086 SC, Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento: 
10/08/2001, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 10-08-2001) 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 187 DA CONSTITUIÇÃO 
DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL. 
APROVAÇÃO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. VÍCIO MATERIAL. AFRONTA 
AOS ARTIGOS 58, § 2º, E 225, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É 
inconstitucional preceito da Constituição do Estado do Espirito Santo que 
submete o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - ao crivo de comissão 
permanente e específica da Assembléia Legislativa. 2. A concessão de 
autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente 
danosa ao meio ambiente consubstancia ato do Poder de Polícia --- 
ato da Administração Pública --- entenda-se ato do Poder Executivo. 
3. Ação julgada procedente para declarar inconstitucional o trecho final do 
artigo § 3º do artigo 187 da Constituição do Estado do Espirito Santo. (STF 
- ADI: 1505 ES, Relator: EROSGRAU, Data de Julgamento: 24/11/2004, 
Tribunal Pleno) 
 
“...Por outro lado, é certo que, pela lógica sistemática da distribuição de 
competência legislativa, apenas a lei federal seria apta a excluir 
hipóteses à incidência do aludido preceito geral, já que se trata de 
matéria nitidamente inserida no campo de abrangência das normas 
gerais sobre conservação da natureza e proteção do meio ambiente 
e, não, de normas complementares, que são da atribuição 
constitucional dos Estados-membros (art. 24, inc. VI, da CF). 
Não é de ser invocada, igualmente, a competência legislativa plena dos 
Estados-membros (art. 24, § 3o, da CF)., quando menos porque não se 
compreende qual seja a peculiaridade local que se estaria atendendo com a 
edição de uma regra constitucional com tal conteúdo normativo...” (Trechos 
do voto do Relator na ADI 1086, citada acima) 
 
“É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime 
ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de 
cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática 
criminosa. Com base nesse entendimento, a Primeira Turma, por maioria, 
conheceu, em parte, de recurso extraordinário e, nessa parte, deu-lhe 
provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a imputação aos 
dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/1998, art. 
54) teria sido excluída e, por isso, trancada a ação penal relativamente à 
pessoa jurídica. (...) No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de 
 
 
 
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que a persecução penal dos entes morais somente se poderia ocorrer se 
houvesse, concomitantemente, a descrição e imputação de uma ação 
humana individual, sem o que não seria admissível a responsabilização da 
pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. Sublinhou-se que, ao se 
condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, 
estar-se-ia quase que a subordinar a responsabilização jurídico-
criminal do ente moral à efetiva condenação da pessoa física. 
Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não 
estabelecera por completo os critérios de imputação da pessoa jurídica por 
crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de 
imputação das pessoas físicas aos entes coletivos.” (RE 548.181, rel. min. 
Rosa Weber, julgamento em 6-8-2013, Primeira Turma, Informativo 714.) 
 
"Pantanal Mato-Grossense (CF, art. 225, § 4º) – Possibilidade jurídica de 
expropriação de imóveis rurais nele situados, para fins de reforma agrária. 
A norma inscrita no art. 225, § 4º, da Constituição não atua, em tese, 
como impedimento jurídico à efetivação, pela União Federal, de 
atividade expropriatória destinada a promover e a executar projetos 
de reforma agrária nas áreas referidas nesse preceito constitucional, 
notadamente nos imóveis rurais situados no Pantanal Mato-
Grossense. A própria Constituição da República, ao impor ao poder 
público o dever de fazer respeitar a integridade do patrimônio 
ambiental, não o inibe, quando necessária a intervenção estatal na 
esfera dominial privada, de promover a desapropriação de imóveis 
rurais para fins de reforma agrária, especialmente porque um dos 
instrumentos de realização da função social da propriedade consiste, 
precisamente, na submissão do domínio à necessidade de o seu 
titular utilizar adequadamente os recursos naturais disponíveis e de 
fazer preservar o equilíbrio do meio ambiente (CF, art. 186, II), sob 
pena de, em descumprindo esses encargos, expor-se à desapropriação-
sanção a que se refere o art. 184 da Lei Fundamental." (MS 22.164, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 30-10-1995, Plenário, DJ de 17-11-
1995.) 
 
"Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que 
alude o art. 225, § 4º, da CF, bem da União. Por outro lado, o interesse 
da União para que ocorra a competência da Justiça Federal prevista no art. 
109, IV, da Carta Magna tem de ser direto e específico, e não, como ocorre 
no caso, interesse genérico da coletividade, embora aí também incluído 
genericamente o interesse da União." (RE 300.244, Rel. Min. Moreira Alves, 
julgamento em 20-11- 2001, Primeira Turma, DJ de 19-12-2001.) No 
mesmo sentido: RE 349.184, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 3-12-
2002, Primeira Turma, DJ de 7-3-2003. 
 
 
 
 
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"Reserva Florestal Serra do Mar: indenização. É da jurisprudência do 
Supremo Tribunal que é devida indenização pela desapropriação de 
área pertencente à Reserva Florestal Serra do Mar, 
independentemente das limitações administrativas impostas para 
proteção ambiental dessa propriedade." (RE 471.110-AgR, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-11-2006, Primeira Turma, DJ de 7-
12-2006.) 
 
AMBIENTAL. AGROTÓXICOS PRODUZIDOS NO EXTERIOR E IMPORTADOS 
PARA COMERCIALIZAÇÃO NO BRASIL. TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE 
DE REGISTRO. NECESSIDADE DE NOVO REGISTRO. 1. Somente as 
modificações no estatuto ou contrato social das empresas registrantes 
poderão ser submetidas ao apostilamento, de modo que a transferência de 
titularidade de registro também deve sujeitar-se ao prévio registro. 2. O 
poder de polícia deve ser garantido por meio de medidas eficazes, 
não por meio de mero apostilamento do produto – que inviabiliza a 
prévia avaliação pelos setores competentes do lançamento no 
mercado de quantidade considerável de agrotóxicos -até para 
melhor atender o sistema jurídico de proteção ao meio ambiente, o 
qual se guia pelos princípios da prevenção e da precaução. 3. Recurso 
especial não provido. (STJ - REsp: 1153500 DF 2009/0159679-0, Relator: 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 03/02/2011) 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE... DESCARACTERIZAÇÃO DA 
BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL - 
RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL 
IMPUGNADA - AÇÃO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE 
AUTORIZA A REALIZAÇÃO DE EXPOSIÇÕES E COMPETIÇÕES ENTRE AVES 
DAS RAÇAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A 
PRÁTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA – 
INCONSTITUCIONALIDADE 
A promoção de briga de galos, além de caracterizar prática criminosa 
tipificada na legislação ambiental, configura conduta atentatória à 
Constituição da República, que veda a submissão de animais a atos de 
crueldade, cuja natureza perversa, à semelhança da farra do boi” 
(RE 153.531/SC), não permite sejam eles qualificados como 
inocente manifestação cultural, de caráter meramente folclórico. 
Precedentes . - A proteção jurídico-constitucional dispensada à fauna 
abrange tanto os animais silvestres quanto os domésticos ou 
domesticados, nesta classe incluídos os galos utilizados em rinhas, 
pois o texto da Lei Fundamental vedou, em cláusula genérica, 
qualquer forma de submissão de animais a atos de crueldade . - Essa 
especial tutela, que tem por fundamento legitimador a autoridade da 
Constituição da República, é motivada pela necessidade de impedir a 
 
 
 
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ocorrência de situações de risco que ameacem ou que façam periclitar todas 
as formas de vida, não só a do gênero humano, mas, também, a própria 
vida animal, cuja integridade restaria comprometida, não fora a vedação 
constitucional, por práticas aviltantes, perversas e violentas contra os seres 
irracionais, como os galos de briga (“gallus-gallus”). (STF - ADI: 1856 RJ, 
Relator: Min. CELSO DE MELLO, datade Julgamento: 26/05/2011, Tribunal 
Pleno, Data de Publicação: DJe-198 DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-10-
2011 EMENT VOL-02607-02) 
 
COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE - 
PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A 
obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos 
culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, 
não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 
da Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter 
os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma 
constitucional denominado "farra do boi". (STF - RE: 153531 SC, 
Relator: Min. FRANCISCO REZEK, Data de Publicação: DJ 13-03-1998) 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ESTAÇÃO ECOLOGICA - RESERVA 
FLORESTAL NA SERRA DO MAR - PATRIMÔNIO NACIONAL (CF, ART. 225, 
PAR.4.)- LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA QUE AFETA O CONTEUDO 
ECONOMICODO DIREITO DE PROPRIEDADE - DIREITO DO PROPRIETARIO A 
INDENIZAÇÃO - DEVER ESTATAL DE RESSARCIR OS PREJUIZOS DE ORDEM 
PATRIMONIAL SOFRIDOS PELO PARTICULAR - RE NÃO CONHECIDO ...O 
preceito consubstanciado no ART. 225, PAR.4., da Carta da 
Republica, além de não haver convertido em bens públicos os 
imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele 
referidas (Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica 
brasileira), também não impede a utilização, pelos próprios 
particulares, dos recursos naturais existentes naquelas áreas que 
estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as 
prescrições legais e respeitadas as condições necessárias a 
preservação ambiental... (STF - RE: 134297 SP, Relator: CELSO DE 
MELLO, Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 22-09-1995) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 - Questões 
 
 
Questão 01 – (FCC – 2010 – Procurador do Município de 
Teresina) 
A poluição sonora e os problemas que os altos níveis de som 
ocasionam constituem uma preocupação das sociedades 
contemporâneas. Assim, o legislador constituinte brasileiro 
determinou que: 
a) os Estados-membros podem suplementar a legislação federal no que 
couber para adotar parâmetros mais restritivos em matéria de poluição 
sonora. 
b) cabe à União estabelecer normas gerais sobre poluição sonora e, tanto os 
Estados e Distrito Federal como os Municípios podem complementar essa 
legislação com base em sua competência legislativa concorrente. 
c) os Municípios podem legislar sobre poluição sonora com fundamento em 
sua competência para legislar sobre assuntos de interesse local e, assim, 
podem adotar legislação que permita níveis mais altos de som para 
atividades econômicas consideradas fundamentais para o próprio 
desenvolvimento do Município. 
d) os Estados-membros têm competência legislativa residual ou 
remanescente em matéria de poluição sonora. 
e) a União tem competência legislativa exclusiva em matéria de controle da 
poluição sonora e assim estabelece critérios e padrões nacionais específicos 
para aeronaves, veículos automotores, bares e demais atividades que 
provocam ruídos, como também equipamentos industriais e domésticos. 
 
Comentário: O Município não possui competência legislativa 
concorrente em matéria ambiental, o que torna a letra “b” errada. A 
legislação municipal ambiental não pode contrariar a legislação 
federal/estadual, o que torna a letra “c” errada. Os Estados e a União 
possuem competência legislativa concorrente em matéria ambiental, 
o que torna a letra “d” e “e” erradas. A letra certa, portanto, é a “a”. 
 
Questão 02 – (FCC – 2012 – Analista Ministerial do MPE-AP) 
Se, em observância a determinadas atividades nocivas que 
estivessem ocorrendo ao meio ambiente em Macapá, este 
município desejasse criar, através de lei, guardas municipais 
destinadas à fiscalização de tais atividades, a criação dessas 
guardas, de acordo com a Constituição do Estado do Amapá: 
 
 
 
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a) não seria legítima, pois a competência para legislar sobre a proteção 
ambiental é somente da União e do Estados. 
b) não seria legítima, pois é de competência exclusiva da União legislar sobre 
a proteção ambiental. 
c) seria legítima, desde que houvesse intervenção do Estado decretada de 
ofício pelo Presidente da República. 
d) seria legítima, respeitadas as competências estadual e federal. 
e) não seria legítima, pois guardas municipais apenas podem ser criadas por 
meio de normas constitucionais estadual ou federal. 
 
Comentário: O Município possui competência legislativa suplementar 
e competência administrativa comum em matéria ambiental, 
possibilitando a criação dessas guardas, desde que respeitadas as 
competências estadual e federal (REsp 29.299), o que torna a letra 
“d” correta. 
 
Questão 03 – (FCC – 2013 – Procurador da Assembléia 
Legislativa da Paraíba) 
Compete ao Estado legislar: 
a) exclusivamente, sobre o controle da poluição. 
b) exclusivamente, sobre a conservação da natureza. 
c) concorrentemente, com a União sobre a proteção do meio ambiente. 
d) concorrentemente, com os Municípios sobre as florestas. 
e) subsidiariamente, caso não haja legislação municipal, sobre a pesca. 
 
Comentário: A competência legislativa sobre meio ambiente é 
concorrente entre a União, os Estados e o DF (art. 24, VI, CF), o que 
torna a letra “c” correta. 
 
Questão 04 – (FCC – 2015 – Juiz Substituto de Roraima) 
A competência para legislar sobre controle da poluição é: 
a) privativa da União. 
b) privativa dos Estados e Distrito Federal. 
c) concorrente entre a União e os Estados e Distrito Federal. 
d) privativa dos Municípios. 
e) privativa do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
 
 
 
 
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Comentário: A competência legislativa sobre controle de poluição é 
concorrente entre a União, os Estados e o DF (art. 24, VI, CF), o que 
torna a letra “c” correta. 
 
Questão 05 – (FCC – 2013 – Procurador da Assembléia 
Legislativa da Paraíba) 
Uma lei municipal que trata de coleta seletiva de resíduos sólidos 
será: 
a) inconstitucional, pois o tema é de competência exclusiva da União. 
b) inconstitucional, pois o tema é de competência exclusiva do Estado. 
c) constitucional, pois o tema de resíduos sólidos é de competência exclusiva 
do Município. 
d) constitucional, desde que se obtenha a anuência da Assembléia 
Legislativa do respectivo Estado. 
e) constitucional, por versar sobre assunto de interesse local. 
 
Comentário: O Município possui competência para legislar sobre 
assunto de interesse local, como é o caso da coleta seletiva (art. 30, 
I, CF c/c art. 10 da Lei 12.305/2010), o que torna a letra “e” correta. 
 
Questão 06 – (FCC – 2009 – Defensor Público do Pará) 
Relativamente às competências constitucionais em matéria 
ambiental, é correto afirmar que: 
a) a disciplina das competências comuns é feita exclusivamente pela 
Constituição, excepcionando o papel reservado à Lei Complementar nesse 
particular. 
b) compete privativamente à União legislar sobre todos os aspectos do meio 
ambiente e o aproveitamento dos recursos naturais. 
c) no regime da Constituição de 1988 vigora a regra segundo a qual a lei 
estadual, se existente, prevalece sobre a lei federal. 
d) a preservação das florestas, da fauna e da flora é competência material 
comum da União, dos Estados e dos Municípios. 
e) tanto nas competências materiais comuns, quanto nas competências 
legislativas concorrentes,a atuação federal prevalece sobre a estadual, 
naquilo em que for geral. 
 
Comentário: Citação literal do art. 23, VII, CF, o que torna a letra “d” 
correta. 
 
 
 
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Questão 07 – (FCC – 2012 – Procurador do Município de João 
Pessoa) 
As competências constitucionais materiais relacionadas ao 
licenciamento ambiental, assim entendido o procedimento destinado 
a licenciar atividades ou empreendimentos efetiva ou 
potencialmente poluidores, são consideradas. 
a) concorrentes, cabendo à União a expedição de normas gerais no plano 
legislativo e aos Estados e Municípios a expedição de normas específicas ou 
suplementares. 
b) privativas da União, que poderá delegar aos Estados e Municípios o 
exercício do licenciamento ambiental. 
c) comuns, cabendo à lei complementar disciplinar o exercício destas 
competências pelas três esferas da Federação. 
d) exclusivas, cabendo a cada esfera da Federação exercer as atividades que 
lhes sejam atribuídas pela lei federal de caráter geral. 
e) reservadas aos Estados, que poderão exercer a atividade de licenciamento 
sempre que não for vedado pela legislação federal. 
 
Comentário: A competência administrativa para a defesa do meio 
ambiente é comum, cabendo à Lei Complementar fixar normas de 
cooperação (art. 23, VI, CF/88 c/c parágrafo único), o que torna a 
letra “c” correta. 
 
Questão 08 – (FGV – 2008 – Juiz do Pará) 
A respeito da tutela jurídica do meio ambiente a da repartição de 
competências administrativas em matéria ambiental, assinale a 
afirmativa incorreta: 
a) No Ordenamento Jurídico brasileiro, meio ambiente é considerado bem 
jurídico autônomo, definido como o conjunto de condições, leis, influências 
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege 
a vida em todas as suas formas. 
b) A Constituição da República conferiu tratamento especial ao meio 
ambiente, dedicando a esse um capítulo específico, incluído no Título "Da 
Ordem Social". 
c) A proteção do meio ambiente, o combate à poluição e a preservação das 
florestas, da fauna e da flora são de competência comum da União, dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
d) União, Estados, Municípios e Distrito Federal têm competência comum 
para proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
 
 
 
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artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos, bem como para preservar as florestas, a fauna e a flora. 
e) As normas para a cooperação entre União, Estados, Municípios e o Distrito 
Federal no exercício de sua competência executiva comum para proteger o 
meio ambiente deverão ser fixadas por decreto federal. 
 
Comentário: As normas para a cooperação entre União, Estados, 
Municípios e o Distrito Federal no exercício de sua competência 
executiva comum para proteger o meio ambiente deverão ser 
fixadas por lei complementar (parágrafo único do art. 23 da CF), o 
que torna a letra “e” incorreta. 
 
Questão 09 – (CESPE – 2012 – Advogado da União) 
Compete privativamente à União legislar sobre florestas, 
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais. 
 
Comentário: Errado. Trata-se de competência concorrente entre 
União, Estados e DF (art. 24, VI, CF) 
 
Questão 10 – (CESPE – 2011 – Juiz do Piauí) 
A CF atribui competência legislativa concorrente à União, aos 
estados e ao DF para legislar acerca de proteção do ambiente, sendo 
vedado aos municípios editar leis desse teor. 
 
Comentário. Errado. Os Municípios possuem competência para 
legislar sobre o meio ambiente de maneira suplementar, de acordo 
com o interesse local, nos termos do art. 30, I e II da CF. 
 
Questão 11 – (MP-PARANÁ – 2009 – Promotor do Paraná) 
Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) para atender a suas peculiaridades próprias, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, desde que não exista lei federal sobre 
normas gerais ambientais. 
b) a competência plena dos Estados sofre dupla limitação, qualitativa e 
temporal: a norma estadual não pode exorbitar a peculiaridade ou o 
interesse do próprio Estado e terá que se ajustar ao disposto em norma 
federal ambiental superveniente. 
c) a competência da União para legislar sobre normas gerais ambientais 
não exclui a competência suplementar dos Estados. 
 
 
 
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d) a competência suplementar dos Estados a um texto legal poderá desviar-
se da mens legis ambiental federal. 
e) compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre fauna e florestas. 
 
Comentário: a atuação suplementar dos Estados não poderá se 
desviar dos parâmetros fixados na lei federal, sob pena de 
invalidade, o que torna a letra “d” incorreta. 
 
Questão 12 – (CESPE – 2008 – Procurador do Estado de 
Alagoas) 
Uma empresa, com o objetivo de explorar comercialmente material 
radioativo existente em município brasileiro, formulou pedido de 
licenciamento ambiental aos órgãos municipal, estadual e federal. A 
direção dessa empresa crê que um desses órgãos ou alguns 
deles deverão resolver as pendências administrativas e permitir a 
exploração do material radioativo. 
Nessa situação hipotética, considerando a competência dos entes 
federados, é correto afirmar que o empreendedor agiu: 
a) corretamente, pois se trata de hipótese de competência concorrente 
ambiental. 
b) corretamente, pois se trata de hipótese de competência comum 
ambiental. 
c) corretamente, pois se trata de hipótese de competência 
legislativa estadual e administrativa municipal. 
d) incorretamente, pois se trata de hipótese de competência da União. 
e) incorretamente, pois se trata de hipótese de competência exclusiva 
do município. 
 
Comentário: de acordo com o art. 21, XXIII, CF, a competência para 
exploração de material radioativo é exclusiva da União, o que torna 
a letra “d” correta. 
 
Questão 13 – (VUNESP – 2015 – Juiz substituto de São Paulo) 
A Constituição federal previu que todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecendo 
incumbências ao poder público para assegurar a efetividade desse 
direito. Dentre essas incumbências arroladas no art. 225, não 
está a seguinte: 
 
 
 
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a) fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material 
genético. 
b) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos. 
c) preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais. 
d) exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente a recuperação do meio ambiente 
degradado. 
 
Comentário: no at. 225 da CF exige-se do Poder público, para a 
instalação de obra ou atividade potencialmente danoso ao meio 
ambiente, o estudo prévio de impacto ambiental – EIA, o que torna 
a letra “d” aquela a ser marcada. 
 
Questão 14 – (CESPE – 2014 – Juiz do Distrito Federal) 
Em relação ao direito ambiental e à aplicação das normas 
constitucionais ambientais, assinale a opção correta. 
a) A expressão atribuída, no texto da CF, ao meio ambiente como bem de 
uso comum do povo fundamenta a aplicaçãoimediata das normas 
constitucionais ambientais nas áreas públicas, ao passo que, para a 
aplicação de restrições ambientais nas áreas privadas, é imprescindível a 
edição de lei. 
b) A localização das usinas nucleares deve ser objeto de lei federal 
específica, podendo a lei ambiental estadual ou distrital regular o 
funcionamento das atividades nucleares. 
c) É privativa da União a competência para legislar sobre a defesa do solo, 
da água, dos recursos minerais e da fauna, admitindo-se, em casos 
específicos, sua delegação aos estados e ao DF. 
d) No Brasil, não há a aplicação imediata nem a existência de um direito-
dever fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado, dado o 
tratamento genérico conferido pela CF ao direito de todos ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
e) O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-
se na medida em que tal direito é extensão do direito à vida, sob os aspectos 
da saúde e da existência digna com qualidade de vida, ostentando o status 
de cláusula pétrea, consoante entendimento do STF. 
 
Comentário: o direito a um meio ambiente equilibrado aplica-se, de 
imediato, tanto a áreas públicas quanto a áreas privadas, o que torna 
as letras “a” e “d” erradas. A competência para legislar sobre 
atividades nucleares é privativa da União, conforme art. 22, XXVI, 
 
 
 
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CF, o que torne a letra “b” errada. A competência para legislar sobre 
defesa do solo, da água, dos recursos minerais e da fauna é 
concorrente, e não privativa da União, o que torna a letra “c” errada. 
Portanto, correta a letra “e”. 
 
Questão 15 – (FCC – 2014 – Procurador do Estado do RN) 
Segundo a Constituição Federal, 
a) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, facultando-se ao 
Poder Público defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
b) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
c) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso especial do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
d) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso especial do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
apenas à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes 
e futuras gerações. 
e) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso especial do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
apenas ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
 
Comentário: citação literal do artigo 225 da CF, o que torna a letra 
“b” correta. 
 
Questão 16 – (VUNESP – 2014 – Procurador Jurídico 
Legislativo da Câmara Municipal de Sertãozinho/SP) 
O art. 225 da CF/88 dispõe que “Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações". Esse dispositivo está relacionado 
ao desenvolvimento sustentável e representa o princípio da: 
a) equidade intergovernamental. 
b) qualidade de vida. 
 
 
 
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c) solidariedade governamental. 
d) equidade intergeracional. 
e) qualidade e equilíbrio intergovernamental. 
 
Comentário: o princípio da equidade intergeracional ou 
solidariedade intergeracional está relacionado ao desenvolvimento 
sustentável, na medida em que visa garantir um meio ambiente 
equilibrado tanto para a atual quanto para as futuras gerações, o que 
torna a letra “d” correta. 
 
Questão 17 – (MPE-SC – 2014 – Promotor de Santa Catarina) 
A Mata Atlântica é considerada, pela Constituição Federal de 1988, 
patrimônio da União. 
 
Comentário: errado, haja vista que o art. 225, §4º, CF prevê que a 
Mata Atlântica é patrimônio nacional, e não patrimônio federal ou da 
União. 
 
Questão 18 – (FCC – 2014 – Procurador do Município do 
Recife) 
A proteção constitucional do meio ambiente 
a) impõe aos Municípios a obrigação de promover a educação ambiental no 
ensino fundamental, sendo facultado aos demais entes da federação esta 
mesma obrigação nos ensinos médio e superior. 
b) não configura um direito fundamental, pois está prevista fora do rol do 
artigo 5º da Constituição Federal de 1988. 
c) impõe apenas ao Poder Público o dever de defender e preservar o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado. 
d) estabelece que as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais 
são indisponíveis. 
e) determina que as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua 
localização definida pelo licenciamento ambiental, assegurada a participação 
popular por meio de audiência pública. 
 
Comentário: citação literal do artigo 225 da CF, o que torna a letra 
“d” correta. 
 
 
 
 
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Questão 19 – (FEPESE – 2013 – Advogado do IPREV) 
Assinale a alternativa correta em matéria de direito ambiental 
a) O meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem público de uso 
especial, é essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. 
b) Aquele que explorar de forma lícita recursos minerais, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente, fica dispensado de 
recuperar o meio ambiente degradado. 
c) Para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, será exigido o estudo prévio de 
impacto de vizinhança, a que se dará publicidade. 
d) São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
e) A definição da localização, bem como a instalação de usinas que operem 
com reator nuclear, dependem de autorização legislativa do Estado que 
sediará a atividade, sem a qual não poderão ser instaladas. 
 
Comentário: o meio ambiente é bem de uso comum do povo, o que 
torna a letra “a” errada. A responsabilidade por dano ambiental do 
explorador de recursos minerais é objetiva, não sendo afastada pela 
licitude da atividade, o que torna a letra “b” errada. O estudo prévio 
exigido na letra “c” é o de impacto ambiental, e não o de vizinhança. 
A localização de usinas nucleares depende de lei federal, e não 
estadual. A opção correta é citação literal do artigo 225, §5º, CF, o 
que torna a letra “d” correta. 
 
Questão 20 – (CESPE – 2013 – Juiz do RN) 
No que concerne à tutela constitucional do meio ambiente e à 
repartição de competência em matéria ambiental, assinale a opção 
correta. 
a) Permite-se a instalação, em local previamente fixado por decreto da 
Presidência da República, de usinas que operem com reator nuclear, desde 
que se realizado o devido estudo de impacto ambiental. 
b) As terras devolutas ou arrecadadas pelos estados por ações 
discriminatórias são indisponíveis

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