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tcc_charlene_marillac_moreira_alves_2013

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FACULDADE PEDRO LEOPOLDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA 
CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA A APAE DE 
ALPINÓPOLIS – MG 
 
 
 
 
 
Charlene Marillac Moreira Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pedro Leopoldo – MG 
Dezembro/2013 
 
 
 
Charlene Marillac Moreira Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA 
CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA A APAE DE 
ALPINÍPOLIS – MG 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio Apresentado ao Curso de Administração da 
Fundação Pedro Leopoldo, como requisito para obtenção de título 
de Bacharel em Administração. 
 
 
Orientador: Wilken Geraldo Moreira 
 
 
 
 
 
 
Pedro Leopoldo – MG 
Dezembro/2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho, aos meus pais e em especial, 
ao meu marido que acompanharam esta minha conquista com 
o apoio e presença em todos os momentos. E a todos os 
amigos e educadores que me incentivaram e contribuíram 
para a minha formação. 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 Ao terminar este trabalho não posso deixar de agradecer a todos os que 
contribuíram para a sua realização, e cujo contributo foi essencial, dentro e fora do 
âmbito académico. 
- Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por possibilitar a mim evoluir e 
buscar livremente aquilo em que acredito, ao meu marido Ruan Carlos por ter 
enriquecido minha vida de amor e ternura, por ter me incentivado a sorrir e a 
continuar, por ter feito de um sonho realidade, por ter sido acima de tudo meu amigo 
e companheiro. 
- Aos meus pais e principalmente a minha mãe pelo exemplo de mulher, mãe, amiga 
e companheira. Por todo o incentivo e todas as palavras carinhosas que sempre 
disponibilizou aos filhos e por ter nos ensinado que o conhecimento é a única coisa 
que ninguém nunca poderá nos tirar e que o estudo tem o poder de transformar 
vidas. 
- Ao meu orientador, Wilken Geraldo Moreira, pela paciência, empenho e interesse 
dedicados a meu trabalho. 
- Ao meu supervisor de estágio Gerson Carlos pela paciência, dedicação e 
conselhos. 
- As minhas amigas especiais Cristiane Aparecida e Naiara Cardoso que me 
mostraram que a faculdade pode trazer muito mais do que um diploma. 
- Aos meus parentes e amigos, que de alguma forma estiveram presentes nesta fase 
da minha vida. 
- A todas as pessoas que fazem parte da APAE de Alpinópolis – MG e acreditam 
que um mundo melhor é possível e deve começar pelo respeito aos direitos das 
crianças. Em especial ao Presidente da APAE de Alpinópolis Gerson Carlos, 
exemplo de pessoa e profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Parece-me que o prêmio mais alto possível para qualquer trabalho humano não é o que 
se recebe por ele, mas o que se torna através dele." 
 
Brock Bell 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 Página 
 
1. Introdução -------------------------------------------------------------------------------- 07 
2. Diagnóstico-------------------------------------------------------------------------------- 09 
2.1 Introdução------------------------------------------------------------------------------ ---09 
2.1.1 Dados Gerais da Empresa-------------------------------------------------- 10 
2.1.1 Histórico da Empresa--------------------------------------------------------- 10 
2.1.1.1 Áreas Analisadas ----------------------------------------------------------- 19 
3. Estudo temático-------------------------------------------------------------------------- 25 
3.1 Conclusão------------------------------------------------------------------------------- 66 
4. Considerações Finais-------------------------------------------------------------------67 
5. Referências Bibliográficas------------------------------------------------------------ 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
1. Introdução 
A crescente estruturação das organizações da sociedade civil em busca 
de alternativas para sua manutenção nos atuais contextos econômicos e sociais, 
com vistas a buscar recursos para a sobrevivência e disputar visibilidade diante da 
sociedade cada vez mais competitiva. Este trabalho tem relevância, visto que, o 
Terceiro Setor é um objeto de estudo eminente no Brasil, já que este tem crescido 
de maneira rápida e articulada. 
As entidades aparecem como forma de auxílio ao Estado, estas não 
pretendem preencher todos os vazios deixados pelo Estado, mas sim colaborar para 
o bem estar social de todos. Visto que as cidades estão em processo de inchaço e 
cada vez fica mais difícil para o governo manter a sustentabilidade de todos. 
O fortalecimento do Terceiro Setor e sua profissionalização tem como 
plano de fundo a persistente situação de desigualdade social presente na maioria 
dos países. Em âmbito mundial, é crescente a tomada de consciência de que é 
necessário um esforço das nações no sentido de melhorar as condições de vida das 
populações menos assistidas. 
O presente trabalho tem por finalidade diagnosticar e analisar a 
importância da Comunicação na Captação de Recursos em Organizações não 
Governamentais. A metodologia utilizada nesse trabalho é o estudo, e pesquisa na 
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Alpinópolis-MG, que 
contribui com a sociedade na validação dos direitos de crianças, jovens e adultos 
portadores de necessidades especiais, ao proporcionar-lhes assistência médica, 
odontológica, educacional e a inclusão dos mesmos no mercado de trabalho. 
A escolha desta organização se deu a um estágio realizado durante 04 
meses na área de Administração e Marketing da instituição. Durante esse período foi 
possível conhecer um pouco sobre a realidade das organizações pertencentes ao 
Terceiro Setor, a luta diária e o envolvimento das pessoas que trabalham em prol de 
uma causa e a incansável busca por recursos financeiros, materiais e humanos que 
essas organizações enfrentam para dar continuidade ao trabalho desenvolvido. 
Neste período foi possível constatar a importância da Comunicação e das ações 
desenvolvidas pela instituição com o objetivo de promover a causa e captar 
recursos. 
 
 
 
8 
 
 
As análises realizadas durante a construção deste trabalho buscam 
elucidar algumas questões levantadas no início do estudo, dentre elas: analisar a 
importância das práticas administrativas, a tipologia das ferramentas de marketing 
utilizadas, identificar os diversos tipos de doadores e voluntariados e das atividades 
de comunicação dentro de organizações não governamentais e a relevância destas 
ações na construção e divulgação da imagem organizacional desta instituição. 
O trabalho aborda o Terceiro Setor, o tamanho do Terceiro Setor no 
Brasil, as práticas administrativas das organizações, a Comunicação na Captação 
de Recursos. 
A abordagem do Terceiro Setor e o tamanho do Terceiro Setor no Brasil 
vem dissertando sobre sua origem características e definições 
Para um melhor entendimento foi feito um paralelo entre os três setores, o 
Primeiro caracterizado pelo Estado, o Segundo pelo mercado e o Terceiro do qual 
fazem parte as organizações não governamentais, associações profissionais, 
entidades de caridade, entre outras instituições sem fins lucrativos. Foram 
analisadas as pesquisas realizadas para se compreender o tamanho do Terceiro 
Setor no País. 
Foram apresentadas a importância da comunicação para a captação de 
recursos em organizações sem fins lucrativos. Para isso é apresentada uma visão 
sobre a comunicação e a construção da imagem organizacional. A captação de 
recursos é definida segundo a visão de alguns autores especializados no assunto 
como Célia M Cruz, Marcelo Estraviz, AntônioCarlos C Albuquerque e Maria Cecilia 
M Kother. Para melhor compreensão do assunto é apresentada a origem desta 
atividade, os conceitos e as principais fontes de financiamento disponíveis para as 
organizações não governamentais. Por fim são discutidos os benefícios que a 
comunicação pode trazer quando desenvolvida estrategicamente dentro dessas 
instituições. 
Com este estudo espera-se levantar questões importantes para a 
sociedade e para os profissionais atentando para a necessidade da 
profissionalização das organizações sem fins lucrativos na hora de propagar suas 
causas e assim obter recursos. Neste ponto o comunicador tem papel fundamental, 
 
 
 
9 
 
pois, ele tem capacidade de planejar e desenvolver ações estrategicamente visando 
legitimar e buscar espaço para estas organizações junto à sociedade. 
 
2. DIAGNÓSTICO 
 
2.1. Introdução 
Segundo a Federação Nacional das APAE’s, nos meados dos anos 50 
houve o início das mobilizações assistenciais em defesa dos direitos dos portadores 
de deficiências físicas e mentais, dando assim origem a Associação de Pais e 
amigos dos Excepcionais (APAE). 
Nascida no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, na ocasião 
da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, procedente dos Estados Unidos, 
membro do corpo diplomático norte americano e mãe de uma portadora 
de Síndrome de Down. No seu país, já havia participado da fundação de 
mais de duzentas e cinquenta associações de pais e amigos; e admirava-
se por não existir no Brasil, algo assim. 
Beatrice Bemis foi quem incentivou e promoveu discussões com pais, 
amigos, professores a até mesmo médicos dos excepcionais a darem início a 
primeira Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE do Brasil. 
As APAE’s são associações respeitas em todo o Brasil, pelo trabalho que 
realiza inclusão social e na qualidade de vida dos portadores de necessidades 
especiais, entretanto é necessário não somente a ajuda de familiares de pessoas 
excepcionais, mas sim de todas as esferas da sociedade. 
Em Alpinópolis, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 
(APAE), contribui com a sociedade na validação dos direitos de crianças, jovens e 
adultos portadores de necessidades especiais, ao proporcionar-lhes assistência 
médica, educacional e a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. Assim 
este trabalho tem a finalidade de conhecer o sistema de gestão da APAE. Para tanto 
tem como objetivo especifico identificar e apontar as possíveis dificuldades no 
processo de gestão adotada pela associação. 
 
 
 
 
10 
 
2.1.1. Dados Gerais da Empresa 
Razão Social: ASSOCIACAO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONASIS 
ALPINOPOLIS 
Sigla: APAE 
Endereço: Rua Professor Telles,525 – Bairro São Benedito, Alpinópolis/MG – CEP 
37940-000 
Telefone / Fax: 35 - 35231188 
E-mail: 
Website: Não Possui 
CNPJ: 20939567000135 
Inscrição Estadual: Isento 
Natureza jurídica: ENTIDADE BENEFICENTE SEM FINS LUCRATIVOS 
Tema: Captação de Recursos Financeiros de pessoas físicas e ou jurídicas. 
 
2.1.1.1 Organização Geral da Empresa 
2.1.1.2 Histórico da Empresa 
 A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais ou abreviadamente, 
APAE fundada em Assembleia realizada em 26 de fevereiro de 1987 na cidade de 
Alpinópolis é uma sociedade civil, filantrópica, de caráter educacional, cultural, 
assistencial, de saúde, de estudo e pesquisa, desportivo sem fins lucrativos, com 
duração indeterminada. 
Missão 
Promover a inclusão social, na sua globalidade e articular ações de 
defesa de direitos, prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à família, 
direcionados à melhoria da qualidade de vida da Pessoa com Necessidades 
Especiais e à construção de uma sociedade justa e solidária. 
Objetivo 
 
 
 
11 
 
A prestação e manutenção de serviços necessários e de relevância, com 
visão educativa, assistencial, cultural e desportiva com apoio nas referidas 
Secretarias incluindo a Saúde, por se trata de crianças, adolescentes e adultos com 
Deficiências Intelectuais e Múltiplas, Transtornos Globais do Desenvolvimento, 
Transtornos Desintegrativo da Infância com Diagnóstico sem Fechamento ou 
Diagnóstico Desconhecido e ainda buscar meios específicos para que possamos 
desenvolver a inclusão dos mesmos em nossa comunidade na medida do possível. 
 Essa clientela tem um difícil e complexo atendimento, por vezes 
individual, exigindo preparação especial do material envolvendo todo trabalho 
antecipado da Diretora Escolar, Professores e Equipe do Centro de Atendimento 
Especializado. 
 
Objetivo Especifico 
 Assegurar o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, 
instrumentalizando estas e sua família; 
 Aprimorar os mecanismos didáticos para facilitar o processo de ensino 
aprendizagem e encaminhamento ás escolas comuns de ensino; 
 Criar condições favoráveis á práticas de leitura reflexiva, para a construção de 
estórias coletivas e individuais; 
 Inserir nossos alunos em todos os eventos tanto esportivo como cultural; 
 Desenvolver técnicas e procedimentos de modo a ajustar o ensino a 
capacidade e potencialidades do aluno; 
 Oportunizar a integração da família no processo ensino aprendizagem e 
social; 
 Trabalhar o aluno quanto ao questionamento de problemas e soluções 
utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade e a capacidade de 
análise crítica; 
 Proporcionar ao educando condições para que esse se sinta parte integrante 
na sociedade, sujeito independente, agente ativo e transformador; 
 Desenvolver o pensamento e a criatividade do aluno especial, estimulando e 
elevando a sua autoestima; 
 Aprimorar os mecanismos didáticos para facilitar o processo de ensino e 
aprendizagem e encaminhamento ás escolas comuns de ensino; 
 
 
 
12 
 
 Repensar atividades adequadas para facilitar o ensino aprendizagem a 
inclusão. 
 
Filosofia 
Inclusiva / Transformadora em busca da igualdade que reconheça as diferenças, e 
uma diferença que não produza desigualdade. 
 
 
Valores 
 A Pessoa com deficiência é a razão de ser da instituição, sendo prioridade 
nas decisões. 
 Inovação, pioneirismo, motivação, planejamento e educação continuada da 
equipe são indispensáveis para o processo contínuo de desenvolvimento e 
crescimento da APAE. 
 Empoderamento de usuários e famílias. 
 Inclusão social. 
 Busca de auto sustentação. 
 Trabalho em parceria. 
 
Finalidades Estatutárias 
a) promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, 
preferencialmente intelectual, em todos os seus ciclos de vida (crianças, 
adolescentes, adultos e idosos), buscando assegurar-lhes o pleno exercício 
da cidadania; 
b) coordenar e executar, na sua área de jurisdição, os objetivos, programas e a 
política da Federação das APAEs do Estado e da Federação Nacional das 
APAEs, promovendo, assegurando e defendendo o progresso, o prestígio, a 
credibilidade e a unidade orgânica e filosófica do Movimento Apaeano; 
c) atuar na definição da política municipal de atendimento à Pessoa com 
deficiência, em consonância com a política adotada pela Federação Nacional 
e da Federação das APAEs do Estado, coordenando e fiscalizando sua 
execução; 
 
 
 
13 
 
d) articular, junto aos poderes públicos municipais e entidades privadas, políticas 
que assegurem o pleno exercício dos direitos da pessoa com deficiência e 
com outras entidades do município, que defendam a causa da pessoa com 
deficiência, em quaisquer de seus aspectos; 
e) encarregar-se, em âmbito municipal, da divulgação de informações sobre 
assuntos referentes à pessoa com deficiência, incentivando a publicação de 
trabalhos e de obras especializadas; 
f) exigir de seus associados o permanente exercício da conduta ética, de forma 
a preservar e ampliar o conceito do Movimento Apaeano; 
g) compilar e/ou divulgar as normas legais e regulamentares federais, estaduais 
e municipais, relativas à Pessoa com deficiência,provocando a ação dos 
órgãos municipais competentes, no sentido do cumprimento e 
aperfeiçoamento da legislação; 
h) promover e/ou estimular a realização de estatísticas, estudos e pesquisas em 
relação à causa da Pessoa com deficiência, propiciando o avanço científico e 
a permanente formação e capacitação dos profissionais e voluntários que 
atuam na APAE; 
i) promover e/ou estimular o desenvolvimento de programas de prevenção da 
deficiência, de promoção, de proteção, de inclusão, de defesa de direitos da 
Pessoa com deficiência e de apoio e orientação à sua família e à 
comunidade; 
j) estimular, apoiar e defender o desenvolvimento permanente dos serviços 
prestados pela APAE, impondo-se a observância dos mais rígidos padrões de 
ética e de eficiência, de acordo com o conceito do Movimento Apaeano; 
k) divulgar a experiência apaeana em órgãos públicos e privados, no âmbito 
municipal; 
l) prestar serviços gratuitos, permanentes e sem qualquer discriminação de 
clientela na área específica de atendimento, àqueles que deles necessitarem; 
m) prestar serviços gratuitos, permanentes e sem qualquer discriminação de 
clientela na área específica de atendimento, àqueles que deles necessitarem; 
 
A APAE de Alpinópolis conta com profissionais e atendem atualmente 100 
alunos nos seguinte programas: 
 
 
 
14 
 
 Inclusão social: Articulação e promoção da Inclusão das pessoas com 
deficiência em âmbitos sociais e educacionais. 
 Estimulação Essencial: destinado a crianças de 0 a 3 anos e tem como 
finalidade reduzir a possibilidade da criança especial desenvolver reações 
inadequadas e é um importante apoio para as famílias. 
 Alfabetização / Reabilitação: Para atingir as metas da Alfabetização e 
Reabilitação a APAE de Alpinópolis desenvolve programas educacionais e 
reabilitativos adaptados às necessidades e potencialidades dos alunos. Ao 
organizar os programas – Equipe multidisciplinar, pedagogos e professores 
têm como objetivo assistência global aos alunos especiais, atingirem e 
maximizarem os seus potenciais em habilidades e cognação. Para se atingir 
as metas da alfabetização e reabilitação os alunos ao subdivididos em turmas 
com no máximo 15 alunos com programas específico e formas diferenciadas 
de atendimentos especializados. 
 Profissionalização: os programas de preparação para o trabalho são 
desenvolvidos nas Oficinas Profissionalizantes, atendendo a portadores de 
necessidades especiais que não apresentam condições de aprendizagem 
para a alfabetização mas que possuem habilidades para execução de outras 
atividade nas seguintes oficinas: 
 Oficina Profissionalizante de Trabalhos Manuais 
 Oficina Profissionalizante de Horticultura. 
A estrutura física da APAE conta com: 
 Salas equipadas com materiais escolares; 
 Sala de informática; 
 Brinquedoteca; 
 Sala de fisioterapia; 
 Biblioteca; 
 Sala de terapia Ocupacional; 
 Sala para atendimento psicológica; 
 Sala para fonoaudiologia; 
 Playground; 
 Refeitório; 
 Oficina de arte. 
 
 
 
15 
 
A APAE de Alpinópolis, conta com a Escola de Educação Especial e com 
uma Equipe de apoio interdisciplinar. 
Também com equipe da área de saúde: Médico, Dentista, Enfermeira e 
Auxiliar de Enfermagem. 
 Terapeuta Ocupacional: A função do Terapeuta Ocupacional junto a uma equipe 
multidisciplinar na área de desenvolvimento infantil é intervir de forma holística, 
considerando os aspectos motor, sensorial, perceptivo, cognitivo, afetivo e social. 
Para tanto, usa o brinquedo como recurso terapêutico priorizando a realização de 
atividades funcionais, tendo como meta a função da criança em diferentes atividades 
da vida diária, tais como, comer, vestir, brincar, pegar, soltar, escrever, dentre outras, 
levando em consideração a qualidade do movimento dentro de uma postura 
antigravitacional. 
Levar a criança a fazer escolhas e a desenvolver a resolução de 
problemas é fundamental no processo de aprendizagem global e consequentemente 
para independência. Este vem a ser outro aspecto importante e inerente ao 
terapeuta ocupacional. 
 Assistência Social: É realizada triagens das pessoas portadoras de 
deficiências para a Avaliação Técnica no Tratamento da Reabilitação, atende 
famílias, atua no controle de retornos médicos, aquisição de medicamentos e 
frequência dos alunos. 
A partir da avaliação do Serviço Social o usuário passa a receber o 
acompanhamento de forma planejada visando a efetiva inclusão social. 
 Fonoaudiologia: Além da Avaliação do aluno ao ingressar na escola, a 
fonoaudiologia atua tanto na orientação da pais e professores/monitores, 
quanto no atendimento individual da criança visando desenvolver e/ou 
adequar as habilidades cognitivas. 
 Psicologia: Atua na prevenção, consultoria, atendimento individual ou grupal, 
orientação psicológica, avaliação psicológica, orientação a pais ou 
cuidadores, propondo operar em diversos níveis não apenas direcionando 
exclusivamente ao aluno. 
 
 
 
16 
 
 Fisioterapia: Prevenção, manutenção e reabilitação física e psicosocial dos 
pacientes. Permite liberdade e facilidades dos movimentos tornando a terapia 
rica e prazerosa, restaurando a flexibilidade e os movimentos dos alunos. 
 Odontologia: O profissional tem por finalidade examinar e detectar se 
existem alterações no meio bucal como: cárie, placa bacteriana, doença 
periodontal, anomalias dos tecidos moles, bem como realizará tratamento 
preventivo, restaurador e adequar o meio bucal do paciente. 
 Saúde: Área de atendimento às pessoas com deficiências que fazem parte da 
APAE de Alpinópolis. 
 Estimulação e CSA: Atendimento de estimulação precoce, sensorial, 
sensório-motora e Comunicação Suplementar Alternativa realizada com as 
pessoas atendidas na APAE. 
 Socialização: Serviço de atendimento as pessoas com deficiências que 
precisam de atividades e aprendizagens básicas relacionadas aos 
conhecimentos elementares e de socialização. 
 Educação infantil: Nível da Educação Básica ministrada na Escola de Ensino 
Especial da APAE de Alpinópolis. 
 Ensino Fundamenta: Nível da Educação Básica ministrada na Escola de 
Ensino Especial da APAE de Alpinópolis. 
 Educação de Jovens e Adultos: Modalidade de Ensino ministrada na Escola de Ensino 
Especial da APAE de Alpinópolis para alunos em idade para participar desta modalidade de 
ensino. 
 
2.1.1.3 Estrutura Organizacional 
A estrutura organizacional da APAE de Alpinópolis/MG é composta da seguinte 
forma: 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Organograma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assembleia Geral 
Conselho Fiscal Diretoria Executiva 
Secretaria Executiva 
AUTO DEFENSORES 
Diretoria da APAE 
Conselho de Administração 
 
Direção Escolar 
Secretaria Escolar Coordenação Pedagógica 
Técnicos da Saúde Corpo Docente Funcionários 
 
 
 
18 
 
A Diretoria Executiva organiza, planeja e direciona o trabalho interno na 
unidade da APAE e na Escola de Ensino Especial da qual esta entidade é 
mantenedora. 
O cargo da Diretoria e sua acessória é voluntária, o período de gestão 
apresentada é de 2011 à 2014. 
 
 2.1.2 Pontos Fortes e Fracos da Organização 
Pontos Fortes 
 Atendimento de qualidade aos portadores de necessidades especiais pela 
equipe clínica e pedagógica; 
 Dedicação dos profissionais; 
 Credibilidade da Instituição; 
 Transparência na prestação de contas. 
 
Pontos Fracos 
 Atraso nos repasses de recursos; 
 Baixo controle da atualização de contribuição de sócio ou inexistência; 
 Déficit de pessoas especializadas; 
 Recursos humanos rotativos e ou insuficientes; 
 Estrutura física inadequada; 
 Falta de espaço físico para o desempenho das atividades propostas; 
 Ausência de verbas públicas; 
 Falta de sede própria; 
 Reuniões com os Conselhos são esporádicas. 
 
2.2 Áreas AnalisadasDando continuidade ao 2º ano da atual Diretoria Executiva, a área 
Administrativo/Financeiro conta com um forte e eficiente alicerce. Oferecendo a base 
para o efetivo e pleno funcionamento da APAE de Alpinópolis, a Área 
Administração/Financeiro é dividida em 4 áreas técnicas (Administrativa, 
 
 
 
19 
 
Desenvolvimento Institucional, Financeira e o Operacional), visando facilitar a 
logística da estrutura organizacional da Instituição. 
Abaixo serão apresentadas as principais atividades, responsabilidades 
juntamente com seus pontos fortes e fracos incorridas a cada área. 
 
Organograma Funcional 
 
 
 
 Área Administrativa 
Responsável por ações relativas à pessoal, além dos convênios, 
contratos e projetos que auxiliam na manutenção e sobrevivência da Instituição. 
A APAE conta no seu quadro de dezesseis (16) funcionários remunerados 
e custeados pela APAE, todos regidos pela CLT e não possuem benefícios como 
vale refeição, plano de saúde ou odontológico, é oferecido somente o auxílio 
transporte e refeição no local de trabalho. A APAE conta também com dezessete 
(17) funcionários cedidos pelo Estado e prefeitura (funcionários efetivos da 
educação, saúde e operacional). 
A avaliação dos currículos, processos de entrevista, seleção e a 
contratação dos colaboradores fica a cago da Coordenadora e do Presidente da 
APAE. Todas as equipes, inclusive as que atuarão na limpeza, transporte, portaria, 
 
 
 
20 
 
cantina e demais serviços participam de uma palestra sobre a deficiência múltipla e 
a importância da inclusão social e de estar preparados para lidar com as pessoas 
portadoras de deficiências e suas famílias 
A APAE conta com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas, 
assistente social, psicólogos, professores, coordenadora pedagógica, Diretor 
escolar, auxiliar administrativo, cozinheiras, auxiliar de cozinha, nutricionistas e 
enfermeiros que são dispostos da seguinte forma: 
 
Quadro de Funcionários custeados pela APAE de Alpinópolis 
Nº de Funcionários Função/ Cargo 
01 Fisioterapeuta 
01 Médico 
01 Fonoaudiólogo 
01 Terapeuta Ocupacional 
01 Psicólogo 
01 Assistente Social 
01 Coordenadora Pedagógica 
01 Diretora 
01 Auxiliar Administrativa 
01 Nutricionista 
01 Dentista 
02 Enfermeiros 
01 Professor 
01 Cozinheira 
01 Auxiliar de Cozinha 
 
A diretora é responsável pela coordenação da escola/ entidade, ele 
designa as cargas horárias escolar, distribuição de aulas entre outras funções, 
enquanto a auxiliar administrativa, atende telefone e organiza a documentação de 
professores e alunos. 
 
 
 
 
 
21 
 
Quadro de Funcionários custeados pelo Estado e Prefeitura de Alpinópolis 
 
 
Nº de 
Funcionários 
Função/ Cargo Órgão 
Responsável 
02 Professores Prefeitura 
13 Professores Estado 
01 Terapeuta Ocupacional Prefeitura 
01 Nutricionista Prefeitura 
 
 Pontos Fortes: 
 
 Comprometimento dos colaboradores; 
 Profissionais Capacitados; 
 Baixa Rotatividade. 
 
Pontos Fracos: 
 
 Alta rotatividade dos colaboradores; 
 Poucos funcionários; 
 Reuniões com Conselho são esporádicas. 
 
Área do Desenvolvimento Institucional 
O Desenvolvimento Institucional da APAE de Alpinópolis atua em ações 
voltadas para a imagem institucional, comunicação e marketing, mobilização e 
desenvolvimento de recursos, voluntariado e eventos internos e externos, buscando 
facilitar a atuação com as outras áreas da Instituição e, principalmente mobilizar 
recursos para a sustentabilidade da instituição que utiliza apenas a promoção de 
eventos como uma forma divulgar e captar recursos, os eventos são vistos como 
formas eficientes de divulgação e ao mesmo tempo de captação de recursos. 
Essa área conta apenas com uma recepcionista e um serviço de 
voluntariado em comunicação. 
 
 
 
22 
 
A APAE mantém - se através de doações e alguns benefícios 
assistenciais, que não suprem uma lacuna deixada pelos órgãos públicos na 
educação de pessoas portadoras de necessidades especiais. 
Foi possível verificar que a instituição depende integralmente dos 
recursos captados, no entanto, não possuem ações planejadas de captação de 
recursos, isto se reflete também na ausência de estratégias de comunicação para a 
captação ou manutenção de parceiros. Captar recursos não é uma tarefa simples, 
ela exige conhecimento, habilidade, tempo e principalmente planejamento 
As Receitas da Entidade, para custeio e investimentos, são auferidas 
exclusivamente por Convênios, Subvenções, Doações voluntárias e anônimas e 
Contribuições de pais, sendo contabilizadas mensalmente através dos 
comprovantes de recebimentos. 
A entidade recebe os seguintes auxílios e subvenções do Poder Público: 
 Programa Dinheiro Direto Na Escola (PDDE); 
 Plano De Assistência Básico (PAB); 
 Sistema Único De Saúde (SUS); 
 Fundo Nacional De Assistência Social (FNEAS). 
No entanto, sabe-se que os recursos financeiros repassados nas diversas 
esferas, não são suficientes para manter a sustentabilidade da Entidade, passando 
muitas vezes por dificuldades financeiras pois fica cada vez mais difícil conseguir 
doações e captar recursos para custear as despesas, tanto para compra de 
materiais, quanto para pagamento de funcionários. O que arrecadam com doações e 
subvenções não são suficientes para suprir as despesas que são 75% maiores do 
que a APAE arrecada. Para completar as dificuldades a verba embora aprovada na 
câmara no orçamento da prefeitura o um subsidio de até 30 mil reais que deveriam 
ser repassados mensalmente a APAE de Alpinópolis esse subsidio não está sendo 
repassado há dois anos, o que compromete muito o orçamento. 
Desta forma uma das alternativas da área Institucional, que tem o intuito 
de buscar meios para captar e gerar recursos, que sejam investidos nos serviços de 
assistência social, educação e saúde, que são oferecidos sem qualquer ônus para 
as Pessoas com deficiências é uma festa organizada anualmente pelo Presidente 
Gerson Carlos Alves, onde a maior arrecadação vem da venda de rifas e do leilão de 
gado, todo os valores captados contribuem para a manutenção das instalações, 
 
 
 
23 
 
pagamentos de despesas administrativas, recursos humanos, ou seja, quaisquer 
despesas que sejam necessárias ao desenvolvimento dos programas e para a 
sustentabilidade da Instituição, nas áreas: assistência social, saúde e educação, 
além de despesas não cobertas pelos convênios nas esferas: municipal, estadual e 
federal. 
Pontos Fortes: 
 Fidelização dos doadores já existentes; 
 Credibilidade e Transparência nos serviços prestados; 
 Realização de eventos de onde vem a maior parte da verba para a 
sustentabilidade da APAE; 
 
Pontos Fracos: 
 Dificuldades na capitação de voluntários; 
 Equipe reduzida; 
 Não possui um site para Divulgação e conhecimento da instituição; 
 Não há padronização na forma de comunicação; 
 Baixa comunicação das ações desenvolvidas a nível Estadual e Nacional das 
APAES; 
 Reduzida iniciativa das famílias na mobilização de eventos; 
 Reduzido alcance de mídia de ampla circulação; 
 Comunicação falha; 
 Centralização de atividades. 
 
Área Financeira 
A área financeira atua no controle de receita e despesas, além dos 
serviços de tesouraria, contábil, contas a pagar/receber. Folhas de pagamentos, 
admissão, rescisão contratual, e atividades afins, assim como os relatórios contábeis 
e outros tipos de controles contábeis são realizados por um escritório de 
Contabilidade Terceirizado, a Coordenadora e Presidente da APAE ficam 
responsáveis por fornecerem os dados e revisá-los após passarem pela 
contabilidade. 
 
 
 
24 
 
O Presidente Gerson Carlos Alves, responsável por supervisionar e 
responder pelas finanças da instituição é também responsável pela parte burocrática 
(folha de pagamentos, controle de férias, admissão, rescisão de contrato. 
É realizado um controle diário das receitas e despesasda Instituição 
através de planilhas e relatórios gerenciais mensais, dessa forma as despesas são 
apuradas através de Notas Fiscais e Recibos em conformidade com as exigências 
legais – fiscais e a realização de pagamentos dentro dos prazos também são 
supervisionados para que não haja existência de dívidas. 
 
Pontos fortes 
 Respeito e comprometimento do colaborador; 
 Baixa rotatividade; 
 Contabilidade terceirizada. 
 
Pontos Fracos 
 Verbas Estaduais e Federais não cobrem mais que 25% total das despesas; 
 Corte de verba por parte dos órgãos Estaduais e Federais. 
 Ineficiência dos controles utilizados (Fluxo Caixa, Estoque, Doações), pois 
não permitem acompanhamento em tempo real. 
 
Área Operacional 
A área Operacional da APAE de Alpinópolis tem seu foco voltado na 
manutenção, conservação e limpeza da Instituição dando suporte também nas áreas 
elétrica, pluvial e predial, pintura em geral, transporte, além do serviço de 
marcenaria. 
O quadro disposto a seguir são de funcionários efetivos da área 
operacional sendo que o cargo de motorista é custeado pela prefeitura de 
Alpinópolis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Quadro de Funcionários 
Nº de Funcionários Função/ Cargo 
01 Motorista 
02 Faxineiras 
01 Pintor 
01 Eletricista 
01 Marceneiro 
01 Ajudante Geral 
 
Pontos Fortes: 
 Profissionais com capacitação adequada para à função; 
 Profissionais cedidos e remunerados pela prefeitura 
 
Pontos Fracos: 
 Baixo recurso para reposição de materiais; 
 Instalações prediais antigas. 
2.3 Conclusão 
O trabalho de diagnóstico foi desenvolvido a partir de entrevista, reunião e 
visita a APAE de Alpinópolis, com isso pode-se constatar que diversas são as 
dificuldades enfrentadas pela instituição, uma delas refere-se à necessidade da 
APAE de reformular suas ações de captação de recursos no sentido de ampliar o 
leque de estratégias passíveis de serem utilizadas outro ponto a ser observado é à 
necessidade de modificar seu modo de se comunicar e se relacionar tanto com 
parceiros quanto com outros atores da sociedade. 
A captação de recursos não é uma tarefa simples, ela exige tempo, 
conhecimento, habilidades e principalmente um bom planejamento. 
 
3. Estudo Temático 
3.1 Introdução 
Levando-se em conta o referencial teórico pretende-se demonstrar 
importância da Captação de recursos e da Comunicação em Organizações Sem 
Fins Lucrativos. Este presente trabalho apresenta noções sobre o Terceiro Setor, 
 
 
 
26 
 
como ele está inserido no país e suas características. Para exemplificar a 
importância desse processo, o estudo visa esclarecer e orientar trazendo definições 
de diversos autores especializados na área. Serão apresentados também alguns 
conceitos relativos ao Terceiro Setor contextualizando-o, nesse mesmo contexto fez-
se uma descrição do Setor no Brasil, e as práticas administrativas nas Organizações 
Sem Fins Lucrativos. 
Por fim faz-se um estudo abordando as questões ligadas a captação de 
recursos, enfatizando seus mecanismos, dificuldades e opções. 
 
3.2 Contexto 
Pesquisando e analisando como se organiza a sociedade, vê-se que 
existe uma infinidade de organizações diferentes, com diferentes objetivos e 
diferentes pessoas. São organizações tão diversas quanto um órgão público, uma 
empresa transnacional e uma pequena empresa. Apesar desta grande diversidade, 
podemos classificar as organizações segundo a natureza de suas atividades, em um 
modelo de três setores. 
Coelho (2000, p. 39-40) descreve os três setores da seguinte forma: 
 
 Governo, ou primeiro setor – As atividades têm por objetivo o atendimento 
universal das necessidades sociais. Ao contrário do mercado, o governo tem 
sua ação legitimada por poderes coercitivos, possuindo todo um arcabouço 
legal que limita, orienta e regula sua atuação. 
 Mercado, ou segundo setor – As atividades envolvem a troca de bens e 
serviços, com o objetivo de produzir lucro. O mercado atua sob o princípio da 
não-coerção legal, ou seja, nenhuma pessoa é obrigada a comprar, nem a 
vender. Os mecanismos do mercado estão ligados a preços e demanda. 
 Terceiro Setor – Seria formado por instituições cujas atividades não são 
coercitivas, ou seja, possuem toda liberdade de atuação, porém seu objetivo 
não está ligado ao lucro, mas sim, ao atendimento das necessidades 
coletivas. 
 
Coelho (2000, p. 40) torna claro neste ponto, a diferença entre interesse 
público e coletivo. Os interesses coletivos referem-se a um determinado grupo, 
 
 
 
27 
 
enquanto os 22 interesses públicos necessariamente dizem respeito a toda 
sociedade. Esses conceitos são importantes para a compreensão da diferença de 
escopo entre o Governo e o Terceiro Setor. Enquanto o primeiro representa os 
interesses de toda a sociedade, uma organização do Terceiro Setor pode buscar 
atender às necessidades de um pequeno grupo, dentro de uma região restrita. O 
Terceiro Setor aparece pela primeira vez, na história brasileira, vinculado à Igreja 
Católica. Na época da Proclamação da República, a Igreja ainda estava 
muito ligada ao Estado, porém as Confrarias, formadas por pessoas religiosas e 
reconhecidas pela Igreja, realizavam um importante papel filantrópico e de 
assistência social. 
Eram organizações voluntárias, que ofereciam serviços como assistência 
médica e financeira, organizava funerais e oferecia refúgio para mendigos. Essas 
organizações tinham estatutos que deveriam ser aprovadas pelo governo e pela lei 
eclesiástica, mantendo, no entanto, a independência de atuação. Exemplos dessas 
organizações são as Irmandades de Misericórdia, que estabeleceram no Brasil os 
primeiros hospitais, hospedarias e asilos. Essas organizações eram financiadas, em 
sua maior parte, por doações de pessoas ricas da sociedade. (Landim 1997). 
Recentemente, o Terceiro Setor vem ganhando cada vez mais importância na 
sociedade, a partir da atuação das chamadas Organizações Não-Governamentais 
(ONG`s). Trata-se de um conceito pouco preciso, porém, amplamente usado na 
sociedade. A ONG situa-se justamente num ponto do caminho que vai da caridade 
pessoalizada à ação pública governamental, não se confundindo com nenhuma das 
duas. 
As origens das ONG`s remontam à década de 70, quando surgem como 
uma forma de congregar os esforços de um grupo de pessoas com ideais comuns, 
notadamente movimentos sociais ou grupos buscando a transformação social. 
 
3.3 Conceituação e origem do Terceiro Setor 
A expressão Terceiro Setor é utilizada para indicar grupos organizados da 
sociedade civil por meio de demandas e interesses comuns. São iniciativas privadas, 
mas com fins públicos e sem fins lucrativos. Neste meio, encontra-se além do 
Estado e do Mercado, as iniciativas privadas e sem fins lucrativos, que buscam a 
expansão do mercado. Fazem parte do setor organizações não-governamentais, 
 
 
 
28 
 
associações, fundações, entidades filantrópicas, culturais, educativas e de classe 
etc. nesse sentido, é importante antes de qualquer estudo, analisar o setor por 
categorias, pois tratado de maneira geral ele reúne organização as mais divergentes 
como fundações filantrópicas e as vinculadas a empresas do mercado, movimentos 
sociais, sindicatos e até mesmo fundos de pensão. 
O surgimento deste setor rompe com a dicotomia entre público e privado, 
pois oferece serviços públicos baseando-se em iniciativas privadas. De acordo com 
Gohn (1995), o que caracteriza este setor é um tipo de investimento social, e mais 
além, é a expressão da participação e da cidadania representada pelo envolvimento 
das pessoas em torno das discussões e soluções de suas demandas. O setor teve 
uma origem marcada pela filantropia, sobretudo proporcionada pela Igreja Católica, 
porém com a globalização e as mudanças ocorridas no mundo, ele tem modificado 
sua essência, tornando-se cada dia mais pluralizado e com funções e fins os mais 
diversificados.Mas uma nação pode ser dividida em setores para uma melhor 
organização, estruturação e compreensão. 
 
[...] temos de considerar que as organizações do Terceiro Setor são 
compostas pela sociedade civil e que por isso suas características 
distinguem-se do Estado (1º Setor) e do mercado (2º Setor), e que a ideia 
de sociedade civil serve para destacarmos um espaço de participação nas 
causas coletivas. (DOMENEGHETTI, 2001, p. 20) 
 
Neste caso, o Primeiro Setor compreende o poder público, responsável 
pelas questões coletivas, o Segundo Setor é a iniciativa privada (empresas), tendo 
interesses mercantis e, por fim, o Terceiro Setor, que compreende as organizações 
representadas pela sociedade civil, com características privadas, porém sem fins 
lucrativos, muitas vezes com finalidade puramente social. 
Quanto à sua origem há que se mencionar que: 
Neste caso, o Primeiro Setor compreende o poder público, responsável 
pelas questões coletivas, o Segundo Setor é a iniciativa privada (empresas), tendo 
interesses mercantis e, por fim, o Terceiro Setor, que compreende as organizações 
representadas pela sociedade civil, com características privadas, porém sem fins 
lucrativos, muitas vezes com finalidade puramente social. 
Quanto à sua origem há que se mencionar que: 
 
 
 
29 
 
 
É impreciso o momento do aparecimento da sociedade civil. Também é 
questionável quando surgiram as organizações representativas da 
sociedade civil. Apenas nos séculos XV a XIX foram formadas as 
instituições de beneficência, caridade e filantropia, quando no Brasil 
surgiram as Santas Casas de Misericórdias e a Cruz Vermelha. (VIOLIN, 
2006, p. 120). 
 
Qualificam-se como entidades do Terceiro Setor as Organizações Não 
Governamentais (ONGs), que por sua vez compreendem as Associações, 
Fundações, Entidades Assistenciais, Institutos, clubes e qualquer outra união de 
pessoas que buscam um bem comum não visando lucro, entre outras. 
Para Domeneghetti (2001, p. 19) 
 
[...] “o termo Terceiro Setor foi introduzido no vocabulário econômico para 
designar aquelas organizações que, em escala cada vez maior, cuidam 
dos desafios sociais de cada sociedade moderna”. 
 
Dentre as razões que levaram ao crescimento mundial do Terceiro Setor, 
encontra-se a pouca representatividade, limitação na execução de tarefas sociais, 
dificuldade na manutenção de programas já implementados e uma morosidade no 
repasse de recursos que torna certas ações do Governo inviáveis. 
Vale mencionar que a Constituição Federal confere imunidade às 
entidades beneficentes de assistência social referente às contribuições sociais 
(artigo 195 § 7)1. Porém, a imunidade somente será reconhecida a entidades 
mediante a obtenção do título de Utilidade Pública Federal e/ou Certificado de 
Entidade de Fins Filantrópicos emitido pelo Conselho Nacional de Assistência Social 
(CNAS). 
Todavia as entidades na esfera do Terceiro Setor não estão totalmente 
imunes de certos tributos, entretanto cabe ao ente tributante decidir sobre a isenção 
cada vez que o Estado pode concedê-la a determinado tributo em razão de algum 
fato ou ato específico. 
 
3.3.1 O Tamanho do Terceiro Setor no Brasil 
De acordo com uma pesquisa divulgada no final de 2004 pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), realizada em parceria com o IPEA 
 
1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL – Artigo 195 – § 7: São isentas de contribuição para a seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
 
 
30 
 
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ABONG (Associação Brasileira de 
ONGs) e GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), realizaram o estudo 
“As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil 2002”, 
primeiro grande esforço no âmbito do Estado, para se compreender o tamanho do 
Terceiro Setor no País. 
Na introdução do relatório (IBGE, 2004 p.10) a equipe de pesquisa 
expõem seus desejos quanto à utilidade que esperam que o trabalho possa ter para 
o governo e para as instituições civis. Quanto ao governo: 
 
“Espera-se que os resultados deste estudo sejam úteis ao governo e ás 
instituições da sociedade civil. Ao governo, porque passará a dispor de 
informações que contribuam para ampliar o conhecimento sobre este 
universo; melhorar o sistema classificatório dos registros administrativos; 
aprimorar a qualidade das estatísticas nacionais; e aperfeiçoar a 
formulação de políticas que envolvem parcerias com o setor privado, tanto 
na sua execução como no monitoramento e no controle social das 
mesmas”. 
 
Quanto as organizações da sociedade civil: 
 
“Para as organizações da sociedade civil, vislumbra-se os vários interesses, 
tais como: o seu autoconhecimento na medida em que passam a saber 
quantas são, onde atuam, quantas pessoas ocupam, dentre outras informações 
que poderão ser aprofundadas em pesquisas e análises posteriores; a 
identificação da pluralidade de perfis e de diferentes perspectivas e áreas d 
atuação dessas organizações; e a possibilidade de identificar caminhos para o 
seu fortalecimento. No que se refere à sociedade, a ampla divulgação das 
informações estimula o debate público sobre as características do setor 
provado não lucrativo, permitindo uma maior compreensão desse universo”. 
 
Os resultados dos estudo do IBGE (2008) mostraram que o Brasil contava 
com 338 mil organizações, contando com 12 milhões de pessoas, entre eles se 
encontram gestores, doadores, voluntários e beneficiados de entidades 
beneficentes. Em relação a distribuição dessas organizações, na região sudeste se 
encontram 42% do total, seguindo da Região Sul com 23% das organizações. Em 
terceiro lugar, encontramos a região Norte com apenas 5%. 
Percebe-se que o segmento das organizações que compõem o Terceiro 
Setor cresce a cada ano. Com isso, as necessidades e oportunidades para parceiros 
e adeptos ficam mais evidentes e abertas para a sociedade e empresas. 
 
 
 
 
 
31 
 
 
3.4 As práticas Administrativas 
As organizações do Terceiro Setor são definidas como “sem fins 
lucrativos”, seu objetivo está no resultado social ou na promoção das ações sociais 
no sentido da maior inclusão. Sua sobrevivência seria garantida por elas. 
Drucker (1994) é enfático no seu livro sobre Administração das 
Organizações Sem Fins Lucrativos (OSFL): “a organização sem fins lucrativo existe 
para provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade”. [...]...não tem ‘lucros’ 
(DRUCKER, 1994, p. 3-8). Elas tem a tendência de considerar tudo o que faz como 
justo, oral e a serviço de uma causa. 
Só promover a inclusão social e a mudança são seus objetivos, a 
administração do Terceiro Setor deve estar ajustada à sua concretização. Por isto, 
os autores que prescrevem o uso das práticas administravas das empresas para a 
gestão das Organizações Sem Fins Lucrativos (OSFL), como Teodósio (2002, 
p.257), recomendam cuidados neste processo de transmigração: “A transposição de 
técnicas gerenciais oriundas da esfera privada não se dá de maneira linear e 
absoluta, esbarrando nas especificidades da gestão social, características das 
organizações do Terceiro Setor”. Se essa recomendação é correta é um dos 
desafios dos administradores das Organizações Sem Fins Lucrativos estará em sua 
habilidade de conjugar os objetivos sociais com a sobrevivência financeira, eficiência 
e busca de resultados sem que o uso de técnicas gerencial privada comprometa a 
especificidade do Terceiro Setor. 
Nas organizações privada, as aplicação dos recursos para a 
sobrevivência cabe ao gerente ou ao conselho diretor. O processo decisório é de 
responsabilidade do principal executivo ou das lideranças principais situados na 
estrutura organizacional. Ao administrador privado são delegados, por seus 
acionistas, o poder e a responsabilidade de decidir sobre o futuro da organização.Os parâmetros da decisão envolvem objetivos, recursos, estratégias, aplicação, 
busca de resultados, ect. Que são estabelecidos pelos acionistas ou pelo “board”. 
São consideradas várias variáveis, tais como: dinâmica do mercado, fornecedores, 
competidores e o cliente, a quem a empresa deve atender ou prestar serviços. O 
cliente para a empresa privada, segundo Whiteley (1999), é o delimitador da ação 
 
 
 
32 
 
decisória do administrador e o atendimento de suas necessidades é o fator de 
sucesso administrativo: 
 
Conheça os seus clientes como sua própria família, satisfaça-os 
completamente, e você terá sucesso. Parece impossível? Não acredite. 
Qualquer um pode saturar a companhia com a voz do cliente. A chave é 
que todas as organizações, a começar pelo líder, precisam calibrar suas 
ações conforme as necessidades, as expectativas e os desejos dos 
clientes. Se uma ação não está indo ao encontro à necessidade do cliente, 
simplesmente a elimine. (WHITELY, 1999, p.21) 
 
Esse parece ser um parâmetro ideal ao máximo de toda organização 
privada. Quando a um distanciamento ou insatisfação do cliente em relação aos 
produtos e serviços da empresa, inicia-se o ciclo de perda de recursos, Ao final, são 
os clientes que possuem os recursos financeiros que serão trocados por bens e/ou 
serviços prestados pelas empresas. Caso essa troca não aconteça continuamente, a 
ameaça à perenidade organizacional pode ocorrer. 
Na gestão das organizações do Terceiro Setor, a lógica da sobrevivência 
é a mesma da iniciativa privada, mas a forma de obtê-la é diferente. Nelas, o 
princípio, as decisões são ou deveriam ser mais coletivas e participativas do que na 
iniciativa privada. Na fundação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIP), por exemplo, deve-se obrigatoriamente prever as instâncias 
decisórias que atuarão no cotidiano da organização: O Conselho Fiscal e o 
Conselho Administrativo. Isto indica que nela o processo decisório deve ser coletivo. 
A diferença maior parece estar no papel do gestor. Se a empresa privada espera-se 
dele a condução e o estabelecimento de estratégias de conquista e dominação do 
mercado, na Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) o gestor 
é um “servidor” 
do bem comum e sua prioridade é atender as necessidades de transformação 
social. Neste sentido, o gestor do Terceiro Setor pode ser visto, frequentemente, 
como um missionário que potencializaria os desejos comunitários por mudança. 
Essa visão se ataca pela visão da Organizações Sem Fins Lucrativos (OSFL) pode 
embaçar o papel administrativo do gestor porque mistura a objetividade necessária, 
que o administrador precisa ter, com a missão do missionário: a expectativa de 
atender a todos. Na administração das organizações do Terceiro Setor, o gestor 
 
 
 
33 
 
deve articular a opção estratégica de mudança social com a ação operacional 
objetiva do gerenciamento, eficiente, eficaz e que produza resultados. 
Segundo Maximiano, 2002 toda administração envolvem quatro processo 
– planejamento, organização, execução e controle (MAXIMIANO, 2002,p 26). Essas 
seriam práticas comuns às organizações privadas às instituições estatais e várias 
delas podem sê-lo, também, às organizações sem fim lucrativo. 
No estudo realizado entre as OSFL, foram examinadas seis práticas 
administrativas – Institucionalização, Planejamento, Gerenciamento de Recursos 
Humanos, Avaliação de desempenho, Sustentabilidade Financeira e Comunicação – 
por serem procedimentos mais usados, embora em graus diferenciados, pela gestão 
privada ou pública. Nesse estudo levou-se em consideração a experiências de 
autores, no setor privado e nas fundação e gestão de organização do Terceiro Setor. 
A análise de cada processo seguirá a ordem anunciada. 
A institucionalização é a forma legal de constituição de uma organização. 
Nas Organizações do Terceiro Setor, o Estatuto é o documento definidor de sua 
razão de ser e definir seu formato legal: sua constituição em Associação ou 
Fundação com o título de Utilidade Pública ou não, seu CNPJ e sua estrutura 
administrativa - Conselho Fiscal, Executivo, Administrativo, Diretoria Executiva. A 
institucionalização é a identidade da organização, sua forma de ser reconhecida e 
de tornar-se visível junto as demais setores: o Estado, o Mercado e as congêneres. 
No estudo, o existir institucional constitui o primeiro indicador do grau de 
profissionalização das organizações do Terceiro Setor. Ele será medido pela 
presença ou não de outros noves requisitos: 
 Possuir estatuto; 
 Ser registrada no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; 
 Ser registrada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; 
 Ser registrada como de Utilidade Pública – (municipal, estadual ou federal); 
 Possuir Conselho Fiscal constituído; 
 Possuir uma diretoria Executiva; 
 Possuir Departamentos definidos; 
 Realizar parcerias com entidades públicas ou privadas; 
 Possuir escrita Contábil. 
 
 
 
34 
 
A segunda prática, a ser vista, é o Planejamento. Dada a natureza das 
organizações, seus membros precisam saber e compreender aquilo que se pretende 
realizar para que possam envolver nesta ou naquela tarefa. O Planejamento “pode e 
deve ser entendido como um processo através do qual as pessoas que atuam em 
uma organização acordam a essência do que pretendem realizar e com que meios” 
QUEIROZ, 2004, p.35). Ele pode ser defini do também, de uma forma mais 
pragmática, como um “processo desenvolvido para o alcance de uma situação 
desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração 
de esforços e recursos pela empresa” (OLIVEIRA, 2003, p35). Sem a pratica do 
planejamento, não somente os membros da organização ficam sem horizonte, mas 
também os parceiros, apoiadores e financiadores, podem sentir-se inseguros por 
não saberem em que direção caminhar e que trabalho desenvolver. Para as 
Organizações do Terceiro Setor, a adoção de Planejamento é importante também 
porque significa demonstrar coerência com objetivos, metas e projetos e ter 
comprometimento com a sua perenidade. 
O planejamento é o segundo fator a ser usado para avaliar o grau de 
profissionalização das organizações do Terceiro Setor. Ele será mensurado pelo 
registro ou não de sete quesitos: 
 Possuir planejamento Estratégico; 
 Possuir Plano de Marketing; 
 Possuir metas de desempenho estabelecidas; 
 Possuir plano Orçamentário; 
 Possuir sistemas informatizados; 
 Possuir relatórios de acompanhamento orçamentário; 
 Possuir sistemática de avaliação de projetos. 
 
O terceiro procedimento administrativo é o Gerenciamento do Recursos 
Humanos que pode ser considerada a principal atividade do Administrador. 
Na gestão de pessoas supõe-se a realização de várias tarefas: 
 Recrutamento – Como encontrar o profissional com profissional com perfil 
adequado à função; a seleção – como será feira a escolha do profissional 
desejado; 
 Remuneração – como remunerar o profissional pelo trabalho que fará; 
 
 
 
35 
 
 Descrição de função ou do trabalho que o profissional deverá realizar; 
 Capacitação – como melhor formar o profissional pra executar sua função; 
 Plano de Carreira – definição de critérios de evolução profissional dentro da 
organização; 
 Avaliação de Desempenho – parâmetros de avaliação do resultado do 
trabalho executado. 
Um outro aspecto relevante para a administração de RH nas 
organizações sem fins lucrativos é a gestão de trabalho voluntário, um componente 
essencial para este tipo de organização. As pessoas que se dedicam ao trabalho 
voluntário possuem, geralmente, características e motivação específicas que 
comportamentos e técnicas gerencias de RH diferenciadas das que são usadas para 
gerir os funcionários remunerados de empresas privadas ou dos terceirizados ou do 
Terceiro Setor. Como assinala Falconer: 
 
Gestão de voluntáriosé um caso de diferenças mais marcadas entre 
aplicação da administração de recursos humanos em empresas e em 
organizações sem fins lucrativos. Embora soe paradoxal, a 
“profissionalização” do voluntariado está em curso no terceiro setor. Isto 
significa, entre outras coisas, desenvolver a capacidade de recrutar e 
capacitar pessoas para a atuar como voluntárias, compartilhar com estas 
os valores da organização, definir cuidadosos planos de trabalho e 
acompanhar a sua atuação para que o trabalho seja efetivamente 
cumprido, sem deixar espaço para o amadorismo, muitas vezes, 
caracteriza o voluntariado. (FALCONER,1999. P 129) 
 
A gestão de RH é terceiro fator adotado para avaliar o grau de 
profissionalização das Organizações Sem Fins Lucrativos, ele será pela presença ou 
não de outras dez práticas: 
 Possuir funcionários remunerados; 
 Possuir critérios de seleção para funcionários remunerados; 
 Possuir trabalhadores voluntários; 
 Possuir critérios de seleção para voluntários; 
 Realizar treinamento de voluntários; 
 Possuir regras para o trabalho voluntário; 
 Possuir equipe de gerenciamento de Recursos Humanos; 
 Possuir Plano de Carreira; 
 Possuir descrição e função. 
 
 
 
36 
 
 
A quarta prática administrativa a ser examinada são as Avaliações de 
Desempenho. Supõe o estabelecimento de parâmetros para medir e avaliar 
resultados de ação social ou empresarial. Se empresariais, os resultados podem ser: 
financeiro/contábeis (lucratividade, rentabilidade), operacionais (metas de produção 
realizada), mercadológica (participação no mercado). A avaliação dos resultados é 
geralmente tornada pública interna e externamente em relatórios periódicos, 
semestrais ou anuais. 
Os indicadores de desempenho do Terceiro Setor são semelhantes 
àquelas utilizadas pela iniciativa privada, com exceção do fator mercadológico, 
especifico à iniciativa privada. A diferença maior entre ele é o olhar social que 
embasa a avaliação do Terceiro Setor. Essa, no entanto, é outra matéria 
controvérsia no interior das organizações do Terceiro Setor. Quando a avaliação se 
faz com os indicadores quantitativos não são grandes os problemas. A polemica é 
maior quando ela é qualitativa, porque sempre comporta avaliação pessoal e 
subjetiva de questões de ordem intangível, como bem exposto por Ehlers; Calil: 
 
Em geral, não existe muita dificuldade de entendimento em relação aos 
indicadores quantitativos. As dificuldades são maiores quando se monitora 
indicadores qualitativos, justamente porque se referem a mudanças de 
estado ou de situação que, em sua essência, caracterizam fenômenos de 
natureza intangível”. (EHLERS; CALIL, 2004, p. 115) 
 
Este estudo procurou verificar na avaliação de desempenho das OSFL os 
sete procedimentos mais utilizados. 
 Possuir indicadores de resultado para trabalho comunitário; 
 Realizar pesquisa de satisfação com a comunidade; 
 Realizar reuniões de avaliação com funcionários; 
 Possuir critério técnico de qualidade do trabalho; 
 Possuir relatórios de acompanhamento do trabalho executado; 
 Realizar Balanço social; 
 Possuir indicadores de avaliação da qualidade do trabalho dos funcionários. 
 
O quinto critério usado é a Sustentabilidade Financeira nas OSFL. 
Avaliam –se aqui as diversas formas de captação de recursos financeiro, utilizadas 
 
 
 
37 
 
pelas organizações do Terceiro Setor. Nas organizações provada, a geração de 
recursos advém da comercialização de seus produtos ou serviços. Nas OSFL pode 
acontecer o mesmo, mas o mais comum é a busca de patrocínio para seus projetos 
de ação social. Os patrocinadores podem ser: a iniciativa privada, o Estado ou 
outras organizações do Terceiro Setor, como as entidades nacionais ou 
internacionais de fomento ao desenvolvimento social ou de preservação ecológica. 
Na avaliação de Voltolini (2004), um expert na área de disponibilidade de recursos, 
saber articular seu financiamento é vital para tornar as ações as OSFLs efetivas e 
sustentáveis: elas 
 
Precisam de recursos tanto para ser efetivas quanto para ser sustentáveis. 
A existência ou não desses recursos expressa o enraizamento dessas 
organizações na sociedade, manifesta no grau de articulação que elas 
mantêm com se entorno. [...] O financiamento constitui um elemento crítico 
da gestão das organizações. Mais ainda, seria impensável organizações 
com um bom nível de gerenciamento sem planos claros e estratégias de 
financiamento”. (VOLTOLINI, 2004, p.208-209) 
 
A sustentabilidade financeira será aferida pelo uso ou não de uma ou 
várias das sete práticas seguintes: 
 Possuir fonte de renda própria; 
 Receber recursos de fontes governamentais; 
 Receber recursos de organizações privadas; 
 Receber recursos de organizações do terceiro setor; 
 Receber recursos de organizações internacionais; 
 Realizar gestão de custos. 
 
Segundo os estudos realizados pelas Organizações Sem Fins Lucrativos 
a comunicação neste não se deve quesito avaliam-se os contatos e meios usados 
pelas organizações para se comunicar com seus diversos públicos. De acordo com 
Para Figueiredo (2007) por Comunicação, entende-se [...] “um conjunto 
de ferramentas que podem ser utilizadas na exposição e divulgação dos produtos de 
uma organização”. Nas empresas privadas é comum a existência de planos de 
comunicação, englobado no Plano de Marketing. Nas organizações do Terceiro 
Setor nem sempre o Marketing é visto positivamente. Ele pode ser considerado por 
muitos como uma ferramenta mercadológica eminentemente comercial e, portanto, 
 
 
 
38 
 
estranha ao meio ou incompatível com a gestão das entidades sem fins lucrativos. 
Embora as organizações do Terceiro Setor possam variar seu perfil e de público, os 
meios de comunicação a serem usados podem ser fundamentalmente das empresas 
privadas desde que utilizados com adaptações para respeitar a diferença 
organizacional existente entre elas. Mesmo com esta precaução, deve-se, no 
entanto, registrar a controvérsia sobre o uso desta ferramenta pelas OSFLs, 
existente na literatura. 
 
Uma década de debate (sobre o Marketing no Terceiro Setor) não foi tempo 
suficiente nem para formas massa crítica a respeito do marketing na área 
social nem para retirá-lo de uma redoma de preconceito e desinformação. E 
embora cada vez mais organizações de Terceiro Setor venham recorrendo ao 
seu uso, premidas quase sempre pelo imperativo da sustentabilidade 
financeira, a grande maioria delas está longe de compreender o marketing em 
toda a sua amplitude conceitual e na integral extensão de suas possibilidades 
como instância de planejamento e matéria- prima para desenvolvimento de 
estratégias. (VOLTOLINI,2004, p. 141) 
 
De acordo com Figueiredo (2007), tendo como foco a Comunicação, fator 
fundamental que as organizações do Terceiro Setor possuam: 
 
Estratégia de comunicação definida, material publicitário de divulgação, marca 
gráfica definida, utilizar assessoria de comunicação, site na internet, relatório 
anual de atividades e informativo periódico para o seu sucesso. (FIGUEIREDO 
2007) 
 
 
Por fim, os Fatores de Sucesso, que engloba aqueles que são tidos como 
imprescindíveis ao alcance dos seus objetivos das Organizações Sem Fins 
Lucrativos. Vale ressaltar que os fatores de sucesso não são sempre os mesmos e 
podem variar de acordo com a visão individual de gestores, pelas condições 
históricas, econômicas, políticas e sociais que envolve o desenvolvimento do 
negócio. Ainda os Fatores de Sucesso podem ainda variar segundo a cultura de 
cada pais ou região onde atua, pela problemática social, solidária oi comunitária. 
Há ainda, a expectativa de que no Terceiro Setor não pode existir 
competitividade, estratégia de concorrência e outra práticas do setor privado. 
 
3.5 Marketing e Terceiro Setor 
 
 
 
39 
 
Segundo Carvalho; Felizola (2009, p. 1), “o marketing e a forma de 
captação de recursos no TerceiroSetor diferem da forma em que são praticados em 
empresas”, pois o beneficiário dessas entidades quase certamente não é aquele que 
financiou o bem o serviço prestado, e mesmo quando os serviços são cobrados do 
usuário, dificilmente estes são os únicos responsáveis pelo seu custeio. 
Os mesmos autores afirmam que: 
 
Uma ação de marketing que tem como alvo o financiador difere 
profundamente de uma campanha de arrecadação de fundos junto a 
cidadãos. Estas ações, por sua vez, diferem de uma atuação de marketing 
que tem como objetivo promover uma causa social, como a erradicação do 
trabalho infantil, ou de proteção ao meio ambiente. Em suma, o chamado 
marketing social é mais complexo do que a relação comercial cliente-
fornecedor que, tipicamente, caracteriza os mercados onde atuam 
empresas e apesar do parentesco com o marketing de empresas, envolve 
um conjunto de técnicas e metodologias distintas (CARVALHO; FELIZOLA, 
2009, p. 1-2). 
 
Dessa forma, o marketing social se distingue do marketing comercial por 
beneficiar em primeira instância o indivíduo ou a sociedade. O objetivo do marketing 
social é modificar atitudes ou comportamentos atendendo interesses do mercado ou 
sociedade, que se dá pela concretização de ideias e serviços. Esta afirmação pode 
ser reforçada com os conceitos de dois autores a seguir: 
 
a) Marketing social é um modelo de gestão voltada para as transformações 
sociais com base na mudança de comportamentos e atitudes, individuais e 
coletivas. (KOTLER, 1978) 
b) “Marketing social é o uso das técnicas e ferramentas do marketing 
tradicional, para promover a adoção de comportamento que desenvolverá a 
saúde e o bem-estar de um público-alvo específico ou da sociedade como um 
todo” (SINA; SOUZA, 1999, p.27). 
 
Em resumo pode-se afirmar que o marketing para o Terceiro Setor ou 
marketing social é a gestão estratégica do processo de mudança social, a partir da 
aquisição de novos comportamentos, atitudes e práticas, nos âmbitos individual e 
coletivo, orientados por determinações éticas, fundamentadas nos direitos humanos 
e na equidade social. 
 
 
 
40 
 
O marketing nesse tipo de entidade pode ser classificado em filantrópico, 
campanhas sociais, de patrocínio, de relacionamento e de promoção social, 
conforme o objetivo específico traçado por ela (CARVALHO; FELIZOLA, 2009). 
Os mesmos autores descrevem em seu estudo as características de cada 
tipo: 
 
O marketing da filantropia promove a imagem da empresa como benfeitora 
e sensível às causas sociais, sendo normalmente utilizado por empresas e 
corporações em benefício das causas de algumas instituições. 
O marketing das campanhas sociais tem características muito peculiares. 
Possuem um forte apelo emocional, contribui para um movimento sério, 
que rapidamente obtém a adesão de empresas, governo e sociedade civil, 
geralmente conta com apoio da mídia, valoriza o produto e constrói uma 
imagem positiva da empresa para o consumidor. São campanhas neste 
sentido as contra a fome, contra violência, a favor do desarmamento e 
valorização da cidadania. 
O marketing de patrocínio de projetos sociais as empresas buscam retorno 
de imagem, promoção da marca e/ou do produto, bem como a fidelização 
e captação de clientes. É dividido em dois tipos: o patrocínio de projetos de 
terceiros e de patrocínios de projetos próprios. No primeiro caso as 
empresas ou instituições atuam em parceria com o governo no 
financiamento de suas ações sociais. 
Alguns exemplos: Petrobrás, Fundação Boticário, etc. No segundo caso, 
as empresas, por meio de seus institutos e fundações sociais, criam seus 
próprios projetos e os implementam com recursos próprios, como exemplo 
a Fundação Roberto Marinho, das Organizações Globo. Como ressaltam 
Melo Neto e Froes (1999), nos projetos de patrocínio a empresa busca 
alavancar e desenvolver o seu negócio, fazendo uso das potencialidades 
do marketing social. 
O marketing de relacionamento com base em ações sociais é utilizado por 
empresas e instituições que utilizam o uso da força de vendas ou de 
representantes como prestadores de serviços sociais para orientar seus 
clientes como usuários de serviços sociais, estreitando o seu 
relacionamento com clientes e parceiros, visando a fidelização dos 
clientes, a promoção da marca e/ou produto. 
E por fim, o marketing de promoção social de produtos e marcas, também 
chamado de marketing de causa, é o licenciamento do nome ou da 
logomarca de uma entidade ou de uma campanha social do governo à 
empresa, em troca de uma porcentagem de faturamento. Ao utilizar o 
nome da entidade ou sua logo na campanha, a empresa agrega valor 
social ao negócio e aumenta as vendas de seu produto. (CARVALHO; 
FELIZOLA, 2009, p.7) 
 
Mais importante do que definir a tipologia da ferramenta de marketing 
utilizada, é a entidade desenvolver um trabalho profissional que, mediante a 
adequação das ferramentas disponíveis, transmita à sociedade corretamente seus 
 
 
 
41 
 
ideais, ações e resultados, de forma que possa encontrar sempre parceiros 
dispostos a se envolver com a sua causa. 
 
3.6 Personagens do Terceiro Setor 
As principais organizações, relacionadas através da pesquisa realizada 
por Kanitz ; Lorenzi (2006), que podem ser consideradas personagens do terceiro 
setor, são: Fundações, Entidades Beneficentes, Fundos Comunitários, Entidades 
Sem Fins Lucrativos, Organizações Não-Governamentais (ONG), Empresas com 
Responsabilidade Social, Empresas Doadoras, Elite Filantrópica e Pessoas Físicas. 
(KANITZ ; LORENZI, 2006). 
 
3.6.1 Organizações Não Governamentais 
As Organizações Não Governamentais (ONGs) são as entidades de 
direito civil, com autonomia, de caráter privado, porém com finalidade pública, que 
atuam no Terceiro Setor e, em seus objetivos, não visam o lucro. 
 
As ONGs caracterizam-se por serem organizações sem fins lucrativos, 
autônomas, isto é, sem vínculos com o governo, voltadas para o 
atendimento das necessidades de organizações de base popular, 
complementando a ação do Estado. Têm suas ações financiadas por 
agências de cooperação internacional, em função de projetos a serem 
desenvolvidos, e contam com trabalho voluntário. Atual através da 
promoção social, visando a contribuir para um processo de 
desenvolvimento que supõe transformações estruturais da sociedade. 
(TENÓRIO, 2006, p. 11) 
 
O Termo ONG, tradução inglesa de Non-Governmental Organizations 
(NGOs), surgiu na Reunião do Conselho Econômico Social, idealizada pela 
Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1950. (VIOLIN; 2006). 
Segundo Tenório (2006, loc. cit.) “num espaço de tempo muito curto, o 
mundo se viu diante de problemas globais, cujas soluções agora dependem da 
capacidade de articulação de um espectro mais amplo de agentes sociais”. 
Este cenário contribuiu para que pessoas preocupadas com determinadas 
situação se reunissem em torno de um ideal em comum, a fim de defender 
interesses próprios e coletivos. 
De acordo com a Associação Brasileira de Organizações Não 
Governamentais 
 
 
 
42 
 
(ABONG), no Brasil, as primeiras ONGs surgiram: 
 
[...] nas décadas de 70 e 80, apoiando organizações populares, com 
objetivo de promoção da cidadania, defesa de direitos e luta pela 
democracia social. As primeiras ONGs nasceram em sintonia com as 
demandas e dinâmicas dos movimentos sociais, com ênfase nos trabalhos 
de educação popular e de atuação na elaboração e controle social das 
políticas públicas. (ABONG, 2009). 
 
 
Uma ONG nasce da vontade ou necessidade de um grupo de pessoas, 
que buscam com a criação da mesma uma personalidade própria e maior 
representatividade perante a sociedade e ao governo. Atuam em diversas áreas, 
como: educação, meio ambiente, saúde, esporte, cultura, entre outros. 
Seus recursos são provenientes de apoios financeiros do governo, 
empresa privadas, doações da população que se identificam com a causa e vendas 
de produtos. 
Salienta-se que umaONG precisa ter bem claro e definido seus objetivos, 
pois somente desta maneira conseguirá atrair maior número de voluntários, 
tornando-se um organismo de utilidade pública reconhecida e respeitada. (ABONG, 
2009). 
 
3.6.2 Associações 
Uma associação se dá pela união de duas ou mais pessoas. Pode ser 
declarada de utilidade pública, quando tem por objetivo fins humanitários, 
beneficentes, culturais literários, entre outros, visando exclusivamente ao bem estar 
da coletividade, sem nenhum fim lucrativo, podendo a finalidade ser alterada pelos 
sócios. Essa formação é considerada uma pessoa jurídica, fato indispensável para a 
formalização legal da associação. (DOMENEGHETTI;2001). 
As associações tem seus modelos no associativismo, e tem como foco 
principal a união, de forma ordenada, de pessoas preocupadas com alguns 
problemas da sociedade, que juntas buscam superar dificuldades e gerar benefícios 
econômicos sociais ou políticos. 
 
Tantos as associações quanto as fundações necessitam de uma reunião 
de pessoas e de um acervo de bens, mas nas associações predominam a 
pluralidade de pessoas que buscam o fim comum, enquanto que as 
 
 
 
43 
 
fundações o que prevalece é a existência de um patrimônio afetado a um 
determinado fim. (VIOLIM,2006,p.188). 
 
A criação de uma associação remete à obrigatoriedade de agir legalmente 
para obtenção de recursos através de convênios junto à administração pública, que 
levará em consideração a sua formalização. 
O Novo Código Civil (Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002), define as 
Associações enquanto Pessoa Jurídica de Direito Privado em seu artigo 44, já os 
artigos 53 ao 61, do mesmo diploma legal, regulamente as Associações. 
Existem diversas formas de associações como: associações de 
consumidores, de produtores, de classe, filantrópicas, entre outras. 
Para Domeneghetti (2001) para que se possa constituir e registrar uma 
associação é necessário: 
 
1. Discussão e elaboração de um projeto; 
2. Preparação do Estatuto Social; 
3. Formação e convocação da Assembleia Geral para a constituição da 
Associação; 
4. Registro do Estatuto e da Ata da Assembleia de constituição no Cartório 
de Registro de Pessoas Jurídicas; 
5. Obtenção da inscrição na Receita Federal – CHPJ; 
6. Obtenção da inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda – Inscrição 
Estadual - se a Associação exercer algum tipo de comércio; 
7. Obtenção de registro no INSS; 
8. Registro na Prefeitura Municipal (prestação de serviços); 
9. A contratação de funcionários implicará nos necessários trâmites 
burocráticos junto ao Ministério do Trabalho: abertura de livros de registro 
de empregados e inspeção por parte da Secretaria do Trabalho, abertura 
de contas do FGTS, registro no INSS etc. (DOMENEGHETTI 2001, P. 
32) 
 
A razão pela qual se cria uma associação é a solução mais eficaz 
encontrada com a união de pessoas que, somando forças, buscam a melhoria de 
determinadas situações. 
 
3.6.3 Fundações 
No dizer de Szazi (2003, p.37), fundação é “um patrimônio destinado a 
servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público determinada, que 
adquire personificação jurídica por seus instituidor”. Em outra palavras, é possível 
dizer que uma fundação pode ser criada pelo desejo de apenas um indivíduo, não 
 
 
 
44 
 
necessitando que haja a reunião de pessoas para que ela exista, como se dá nas 
demais pessoas jurídicas existentes no ordenamento jurídico brasileiro. 
Posto isto, pode-se dizer que, para a criação de uma fundação, basta que 
uma pessoa assim o deseje e destine um patrimônio para esse fim, o que pode se 
dar até por meio de vontade contida em testamento. 
Contudo, há que se verificar uma importante situação no tocante à criação 
de fundações colocada pelo art. 62, parágrafo único, do Código civil brasileiro, o qual 
reza que as fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, 
culturais ou de assistenciais. Fugindo desses fins específicos, a fundação não será 
constituída, ou, se já em funcionamento, deverá ser extinta e o patrimônio 
remanescente será incorporado ao de outra fundação, designada pelo juiz, que se 
proponha afim igual ou semelhante ao da fundação em extinção. 
 
3.6.4 Voluntariado 
O texto "O Voluntariado" (2005) desenvolvido pela Rits - Rede de 
Informações para o Terceiro Setor - mostra uma nova visão da realidade do trabalho 
voluntário e de sua importância para a comunidade como um todo: os voluntários e 
os que são favorecidos com o trabalho. 
Voluntário "é a pessoa que doa o seu trabalho, suas potencialidades e 
talentos em uma função que a desafia e gratifica em prol da realização de uma ação 
de natureza social" (DOHME, 2001, p.17). 
O voluntariado parte do princípio da união da solidariedade com a 
cidadania, não substituindo o Estado, nem entrando em confronto com o trabalho 
remunerado, define a capacidade da sociedade de assumir responsabilidades e de 
agir por si mesma. Porém voluntariado não é só trabalho assistencial de apoio a 
população mais desestruturada, mas uma atividade que inclui diversas iniciativas de 
cidadãos em áreas como educação, saúde, cultura, direitos, meio ambiente, esporte 
e lazer. (RITS, 2005). 
Drucker (2002) enfatiza uma ideia importante em se tratando de terceiro 
setor, lembrando que a instituição sem fins lucrativos não está meramente prestando 
um serviço, ela não quer que o usuário final seja um usuário, mas sim um executor, 
um voluntário, provocar esta mudança no ser humano é um foco oportunizador. 
 
 
 
45 
 
O texto de Rits, (2005) indica que o trabalho voluntário é uma via de mão 
dupla: não existindo somente a generosidade e doação, mas também abertura para 
novas experiências, oportunidade de aprendizado, sentimento de utilidade, criação 
de novos vínculos de pertencimento, afirmando o sentido comunitário de quem 
participa. 
Uma organização com fins sociais se beneficiará com o trabalho de 
voluntários, não somente pela não-remuneração, mas possuirá indivíduos que 
exercerão trabalho com total adesão aos fins propostos, desenvolvendo algo que 
gosta e que escolheu, realizando a atividade a que se propõe com sentimento de 
caridade, amor ao próximo e sentimento comunitário. (DOHME, 2001). 
O voluntariado ainda é uma realidade pouco visível e valorizada, é preciso 
conhecer a riqueza e diversidade das experiências existentes, além de criar 
condições para utilizar o potencial de solidariedade existente na sociedade. 
Analisando esta categoria de trabalho, Rits (2005) analisa a existência de 
Centro de voluntários, que tem por missão básica envolver voluntários, mobilizando 
pessoas e recursos para encontrar soluções criativas para problemas comunitários, 
transformando necessidades sociais em oportunidades de ação voluntária. Estes 
centros se definem pelas ações de promoção e fortalecimento do trabalho que 
realizam, sendo tão diversas quanto ás necessidades a que desejam sanar e a 
criatividade de quem as organizam. 
O objetivo mais amplo de um centro comunitário é contribuir para que 
haja sempre mais e melhor trabalho voluntário em atuação. Também capacita 
voluntários e instituições, identificando e divulgando experiências de trabalhos 
voluntários e incentivando a desenvolverem estas ações por iniciativa própria. Assim 
articula a oferta e a demanda de trabalho voluntário, oferecendo oportunidades de 
ação voluntária, e estabelecendo um elo entre quem quer ajudar e quem precisa de 
ajuda. (RITS, 2005). 
 
3.7 Captação de Recursos 
A captação de recursos no Brasil é ainda uma atividade vista como um 
grande obstáculo para a realização dos objetivos geral do Terceiro Setor. Mas ela 
observa a captação de recursos baseada nas ferramentas de marketing, o que exige 
do gestor muito profissionalismo Isto significa que é preciso organização, 
 
 
 
46 
 
responsabilidade, otimismo, seriedade e foco. Não há um manual pronto, pois quem 
dita

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