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Noções de Economia e Mercados INTRODUÇÃO.......... ...................................................................................................07 UNIDADE I 1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA ..............................................................................11 1.1 – Conceito de economia ...................................................................................11 1.2 – O problema fundamental da economia ..........................................................11 1.3 – Quatro perguntas fundamentais .....................................................................12 1.4 – A curva de possibilidades de produção .........................................................13 1.5 – Os fatores de produção .................................................................................14 1.6 – O sistema econômico ....................................................................................15 2. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA ...............................................................16 2.1 – Curva de demanda ........................................................................................16 2.2 – Bens complementares e bens substitutos ........................................................17 3. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO .............................................................19 3.1 – A função de produção ...................................................................................19 3.2 – Custo de produção, receita e lucro .................................................................19 3.3 – Curva de oferta .............................................................................................20 4. O MERCADO...... .....................................................................................................22 4.1 – O preço de equilíbrio ....................................................................................22 4.2 – Classificação dos mercados ...........................................................................22 5. CONSUMO E POUPANÇA .....................................................................................24 5.1 – Componentes do consumo ............................................................................24 5.2 – Poupança e investimento ...............................................................................24 6. EMPREGO......... ......................................................................................................25 6.1 – Mercado de Trabalho ....................................................................................25 6.2 – Oferta e demanda de emprego .......................................................................25 UNIDADE II 7. ECONOMIA MONETÁRIA ....................................................................................29 7.1 – A moeda: sua história e suas modalidades ......................................................29 7.2 – Funções de moeda ........................................................................................30 7.3 – Demanda e oferta de moeda ..........................................................................31 7.4 – As taxas de juros de equilíbrio .......................................................................32 8. SISTEMA FINANCEIRO .........................................................................................32 8.1 – A organização do sistema financeiro nacional .................................................33 SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS INEDI - Cursos Profissionalizantes6 ••••• 9. INFLAÇÃO........... ....................................................................................................34 9.1 – A definição e a medida da inflação .................................................................34 9.2 – As conseqüências da inflação .........................................................................34 9.3 – Inflação de demanda e inflação de custo .........................................................34 9.4 – A inflação no Brasil .......................................................................................35 10. O SETOR EXTERNO ............................................................................................38 10.1 – O Balanço de Pagamentos ...........................................................................38 10.2 – Taxa de câmbio ...........................................................................................38 10.3 – Organismos internacionais ...........................................................................39 11. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................................40 11.1 – Crescimento e desenvolvimento ...................................................................40 11.2 – Fontes de crescimento .................................................................................40 11.3 – Indicadores de desenvolvimento ..................................................................41 12. POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ....................................................................42 12.1 – Definições ...................................................................................................42 12.2 – Metas de política macroeconômica ..............................................................42 12.3 – Instrumentos de política macroeconômica ...................................................42 13. GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA .........................................................................44 13.1 – O processo de globalização .........................................................................44 13.2 – As conseqüências da globalização ................................................................44 TESTE SEU CONHECIMENTO .................................................................................46 GLOSSÁRIO .............................................................................................................54 BIBLIOGRAFIA.. .........................................................................................................60 GABARITO........ ..........................................................................................................61 ECONOMIA E MERCADOS INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 7 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO Uma das maneiras de estar no mundo, é por meio do conhecimento que você adquire. Ele é construído de diversas formas, na escola, no trabalho, em casa. O que se deseja e se espera das pessoas envolvidas no mercado imobiliário é a consciência e o cumprimento da responsabilidade na busca do conhecimento que, com certeza, irá colaborar para a realização de suas aspirações. A economia, enquanto ciência social aplicada, se preocupa com o problema da escassez, oferecendo ou tentando oferecer alternativas apropriadas para a solução desse mal que assola, de diversas maneiras, todo o mundo. A fome, o desemprego, a inflação são algumas das preocupações por parte daqueles que exercem a profissão de economista. O profissional da intermediação imobiliária não está divorciado da preocupação em se resolver o problema da escassez. Na verdade, no seu dia- a-dia, ele lida com pessoas que têm necessidades ilimitadas e recursos limitados. Essas pessoas confiam, então, um patrimônio imobiliário, que na maioria das vezes é o único bem que elas tem, a esses profissionais, com a intenção de que os mesmos os comercializem, tanto na venda como na compra, buscando assim aumentar os limites dos seus recursos. Este módulo tem a intenção de oferecer ao profissional do ramo imobiliário um importante instrumento para a construção do seu conhecimento. Ele foi escrito de uma maneira clara e sistematizada, buscando sempre facilitar o entendimento de uma área do saber que é a economia. Os conceitos, leis e teorias básicas da ciência econômica estão aqui apresentados, de acordo com as principais bibliografias que tratam de tais questões. Ao estudar esse material,você certamente estará dando passos firmes na direção da construção do saber e é isso que faz a grande diferença entre o profissional preparado e aquele fadado ao fracasso. Invista em você mesmo, sendo aplicado nos estudos, e tenha uma vida de vitórias e realizações. Boa Sorte! Unidade I ¾ Conceituar Economia, Mercado, Produção, Demanda, Oferta, Custo, Receita, Lucro, Consumo, Poupança, Crédito, Emprego, Bens; ¾ Reconhecer características dos principais fatores e da função de produção; ¾ Reconhecer características dos diversos tipos de mercado; ¾ Identificar os agentes econômicos; ¾ Refletir sobre a responsabilidade econômica do profissional da área. 10 ••••• 1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA A economia passou a ser vista como ci- ência a partir da Grécia antiga, onde tivemos os primeiros registros de trabalhos econômi- cos. A economia faz parte de uma ciência maior, denominada ciências sociais. A economia es- tuda a ação econômica do homem, envolven- do, essencialmente, o processo de produção, a geração e a apropriação da renda, o dispêndio (as despesas) e o processo de acumulação. A economia, para que possa dar respos- tas aos problemas econômicos, procura o res- paldo de outras áreas do conhecimento - das ciências humanas, das ciências exatas (matemá- tica) e outras ciências, com o objetivo de re- solver os problemas econômicos. Em outras palavras, a economia, segun- do Rossetti (1997), se preocupa com todos os aspectos que estejam relacionados à produção, distribuição, custos e acumulação de bens e serviços. A economia se preocupa com grandes temas que interferem de uma ou de outra ma- neira na vida do homem. Dentre eles temos: escassez de recursos, emprego, produção, trocas, valor, moeda, preços, mercados, con- corrência, remunerações, agregados, transa- ções, crescimento, equilíbrio, organização. Tais temas fazem parte da vida do homem e representam o campo de estudo da ciência econômica. 1.1 – CONCEITO DE ECONOMIA Devido à complexidade dos problemas que envolvem o comportamento do homem, existem conceitos diferentes para a economia. A cada época, devido às concepções políticas- ideológicas de cada sociedade, pode-se obser- var a economia sob um ângulo diferenciado. Na medida em que novas preocupações de ordem econômica vão surgindo na vida do homem, o seu conceito vai evoluindo. No presente trabalho, adotaremos o se- guinte conceito de economia: “A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da rela- ção existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”. ROSSETTI (1997, p.52.) A partir deste conceito, pode-se verifi- car que a preocupação básica da economia se refere aos escassos recursos para atender as necessidades ilimitadas. Tal conceito demonstra que a economia con- sidera o fato de que se pode ter necessidades ilimi- tadas para satisfazer e que os recursos para tal fim são escassos. Nesse caso, tem-se que escolher a melhor alocação dos recursos capazes de produ- zir o necessário para satisfazer as necessidades. Essas escolhas são feitas pelos agentes econômicos. São agentes econômicos • unidades familiares, • empresas e • governo A economia procura examinar as opções viáveis que se apresentam aos agentes econô- micos para empregar os limitados recursos sob seu comando, tomando decisões racionais di- ante de várias alternativas. 1.2 – O PROBLEMA FUNDAMENTAL DA ECONOMIA Segundo Rossetti (1997), o problema fundamental da economia está relacionado ao conflito entre os recursos limitados e necessi- dades ilimitáveis. Em outras palavras, o pro- blema fundamental da economia se refere à escassez dos recursos de produção. Quando não se tem abundância relativa dos recursos de produção, as necessidades não são completamente satisfeitas. Se todos os bens fossem livres, a disponibilidade ilimitada de recursos seria de tal ordem que a obtenção de quaisquer bens não seria problema. Daí, não ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 11 necessitaria da ciência econômica, pois não haveria problemas a resolver. Não haveria con- flitos de interesses. Mas, são raros os bens que ainda são li- vres e que não temos que pagar para adquiri- los. (água da chuva, por exemplo). Até mesmo o ar que respiramos, que ain- da é livre, vai, pouco a pouco, se transforman- do em bem econômico. Daí surge a necessi- dade da economia, para que se possa usufruir, da melhor maneira possível, desses recursos. Como nenhum sistema econômico foi capaz de satisfazer, plenamente, a todas as ne- cessidades dos indivíduos (em termos de bens e serviços), temos então a importância da eco- nomia, para ajudar a alocar recursos escassos para atender as necessidades ilimitadas. Em todos os países, as unidades familia- res exigem mais e melhores produtos. As em- presas para produzi-los exigem equipamen- tos de mais alta sofisticação, mais ágeis e mais produtivos. Os governos, para garantir a satis- fação das necessidades dos outros agentes, têm de fornecer mais infra-estrutura econômica e social, melhores bens e serviços públicos. To- dos necessitam da economia para auxiliá-los. 1.3 – QUATRO PERGUNTAS FUNDAMENTAIS Existem questões que acontecem em todas as economias, independente do grau de desenvolvimento que possuem. A primeira questão diz respeito ao que produzir. O que produzir com os recursos que são escassos para atender as necessidades ili- mitadas da sociedade. Várias podem ser as al- ternativas de produção, dentre elas o que pro- duzir para usufruir e gastar da melhor maneira possível os recursos que são limitados. Quanto produzir se refere à segunda questão. Quanto produzir de determinado pro- duto ou produtos para atender as necessida- des da sociedade, para a sustentação do seu bem-estar corrente e para a progressiva me- lhoria do seu padrão de vida. A terceira questão é como produzir. Como produzir para otimizar os recursos de produção (terra, capital, trabalho, capacidade tecnológica e capacidade empresarial) face à sua escassez. A última pergunta fundamental diz res- peito a para quem produzir. Para quem vai ser direcionado o produto/serviço. Tal ques- tionamento é importante para que se produza o necessário para atender as necessidades da sociedade. As respostas a essas perguntas são ex- tremamente relevantes para resolver os pro- blemas econômicos que afetam as sociedades como um todo. Várias são as possibilidades de se pro- duzir bens/serviços, com a disponibilidade li- mitada de recursos, para atendê-las. Neste sen- tido, essas possibilidades de produção podem ser destinadas a uma variedade de combina- ções de diferentes categorias de bens e servi- ços que podem ser destinados à sociedade. a) Para melhor apreender o que você leu nos tópicos acima, escreva a seguir o conceito usual de economia: _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ b) Com suas palavras, releia o texto pertinente e defina o que está caracterizado com sendo o problema fundamental da economia. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ c) Quais são as quatro perguntas fundamentais de quem inicia o estudo da economia? _________________________________________ _________________________________________ 12 ••••• 1.4 – A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO A curva de possibilidade de produção retrata as alternativas para a utilização dos re- cursos, quando se compara a produção de dois ou mais produtos. Neste caso, os recursos não são suficien- tes para produzir toda a quantidade de todos os produtos para atender a sociedade, pois os mesmos são escassos. Daí a escolha de alterna- tivas entre o que se produzir de um e de outro produto para atender as necessidades da po- pulação. Unidades Familiares, Empresas e Gover- no, como agentes econômicos que se intera- gem, participam direta ou indiretamente de todas as transações querealizam dentro do sis- tema econômico. Eles podem ser consumido- res e/ou produtores dos bens/serviços que são destinados a eles próprios enquanto agentes econômicos. Unidades familiares são todos os tipos de unidades domésticas, unipessoais ou famili- ares, com ou sem laços de parentesco, segun- do as quais a sociedade como um todo se en- contra segmentada. As unidades familiares possuem e forne- cem os recursos de produção (na forma de tra- balho). Devido a isso, elas se apropriam de diferentes categorias de rendas (que podem ser salários, aluguéis, juros, etc.), e a partir daí de- cidem como, quando e onde e em quê as ren- das recebidas serão despendidas. As empresas são os agentes econômicos que empregam e combinam os recursos de produção para a geração dos bens e serviços que atenderão às necessidades de consumo e de acumulação da sociedade. Essas empresas são heterogêneas, ou seja, são de diversos ti- pos e produzem diferentes produtos. O governo é o agente coletivo que con- trata diretamente o trabalho das unidades fa- miliares e que adquire uma parcela da produ- ção das empresas para proporcionar bens e serviços úteis à sociedade, como um todo. ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 13 Esses agentes - unidades familiares, em- presas e governo - fazem parte do processo produtivo em que se tem que escolher entre alternativas diferentes, devido à escassez de recursos. Todos os agentes econômicos, conside- rados isoladamente ou em conjunto, defron- tam com essa restrição econômica. As unidades familiares podem ter aspi- rações ilimitadas, mas defrontam com a amar- ga realidade dos recursos escassos, definidos por orçamentos restritos proveniente de sua limitação de renda. Normalmente, alguma coisa é sacrifica- da em favor de outra. As prioridades decidi- das, não importam quais sejam, traduzem sem- pre custos de oportunidade. Custos de se pro- duzir um bem em detrimento do sacrifício de outro. Em outras palavras, refere-se ao custo de se deixar de produzir um bem em detrimen- to de outro. 1.5 – OS FATORES DE PRODUÇÃO Os fatores de produção representam os recursos disponíveis que, combinados, são di- recionados para a produção de bens e/ou ser- viços para o atendimento das necessidades da população. São considerados fatores de pro- dução: • a Terra • o Trabalho • o Capital • a Capacidade Tecnológica. • a Capacidade Empresarial a) Fator Terra O Fator Terra constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais re- cursos de produção. As reservas naturais, re- nováveis ou não, encontram-se na base de todo o processo de produção. As dádivas da natureza, aproveitadas pelo homem em seus estados naturais ou en- tão transformadas, são direcionadas para as outras atividades de produção. É a partir da interação com os demais fatores de produção que se viabiliza o efetivo aproveitamento da terra. A consciência social sobre sua preservação e reposição é muito importante, no intuito de que se tenha um me- lhor aproveitamento. b) Fator Trabalho A população de um País é constituída por pessoas de diferentes idades, de várias fai- xas etárias. A partir de determinada faixa etá- ria, as pessoas começam a produzir, a render bens e serviços para si e para a família. Ela desenvolve, então algum tipo de trabalho que passa a ser um fator de economia. O Fator Trabalho é, portanto, consti- tuído por uma parcela da população que con- tribui para o processo de produção. Essa parcela é denominada população economicamente ativa. Essa parte da população total, conside- rada produtiva, é definida por faixas etárias Os limites da faixa etária considerada, economicamente ativa, variam em função de dois fatores relevantes: • estágio de desenvolvimento da eco- nomia, • e o conjunto de definições instituci- onais, geralmente expresso através da legislação social e previdenciária. Em todos os países, uma parcela da po- pulação economicamente ativa, embora apta, fica à margem do processo produtivo. É a porção economicamente inativa. São, quase sempre, os desempregados. c) Fator Capital Fator Capital é o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade. Com o emprego dessas riquezas é que a população ativa se equi- 14 ••••• pa para o exercício das atividades de produ- ção. Esse conjunto de riquezas dá suporte às operações produtivas realizadas por parte da sociedade. O fator capital é constituído pelas dife- rentes categorias de riqueza acumulada, empre- gadas na geração de novas riquezas. Essas categorias são, também, chamadas de bens de investimento, tais como: máquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas, energia, telecomunicações, transportes, educa- ção e cultura, saúde e saneamento, segurança, construções e edificações (prédios), plantações, etc. Referem-se às riquezas utilizadas pelas empresas para efetuar a produção. Represen- tam os ativos das empresas, o seu patrimônio. Caracterizam-se por aumentar a eficiência do trabalho humano, para a produção de bens e serviços. Em economia, entende-se como ple- no emprego dos recursos de produção (ter- ra, capital e trabalho) quando toda a popu- lação está empregada; não há desemprego voluntário. d) Fator Capacidade Tecnológica O fator capacidade tecnológica é cons- tituído pelo conjunto de conhecimentos e ha- bilidades que dão sustentação ao processo de produção. Essa capacidade envolve des- de os conhecimentos acumulados sobre as fontes de energia empregadas, passando pe- las formas de extração de reservas naturais, pelo seu processamento, transformação e reciclagem, até chegar à configuração e ao desempenho dos produtos finais resultantes. É o elo de ligação entre o capital, a força de trabalho e o fator terra. e) Fator Capacidade Empresarial É através da capacidade empresarial que os recursos disponíveis são reunidos, organi- zados e acionados para o exercício de ativida- des produtivas. O processo de produção, em seus fun- damentos, acontece com a mobilização combinada dos fatores terra, trabalho e ca- pital, sob determinado padrão tecnológi- co. E o fator mobilizador é a capacidade empresarial. 1.6 – O SISTEMA ECONÔMICO Sistema econômico é a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um sistema que organiza a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços destinados à população. Fazem parte do sistema econômico: • estoque de fatores de produção (Ter- ra, Capital, Trabalho, Capacidade Tec- nológica e Capacidade Empresarial), • os agentes econômicos (unidades fami- liares, empresas e governo) e um con- junto de instituições (normas jurídicas). O estoque dos fatores de produção cons- titui a base da atividade econômica. Nenhum sistema econômico é possível sem que um conjunto de normas jurídicas dis- cipline os deveres e as obrigações dos deten- tores dos recursos e das unidades que os em- pregarão. Daí o surgimento das complexas instituições. Os sistemas econômicos podem ser clas- sificados em: a) Sistema capitalista de produção – é o sis- tema regido pelas leis de mercado, onde predominam a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção; b) Sistema socialista – é o sistema no qual as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propri- edade pública dos bens de produção. ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 15 a) Em poucas palavras escreva o que são Agen- tes Econômicos: ________________________________________ ________________________________________ b) Os fatores de produção, base da economia, são: ________________________________________ ________________________________________ c) Como podem ser classificados os sistemas econômicos? ________________________________________ ________________________________________ 2. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA Demanda, em Economia, significa a pro- cura por qualquer bem ou serviço, por deter- minado preço e em determinado momento. O estudo da demanda está alicerçado no conceito de utilidade. Utilidade é a qualidade que os bens eco- nômicospossuem de satisfazer as necessidades humanas. Esta utilidade difere de consumidor para consumidor, uma vez que está baseada em aspectos psicológicos ou a preferências. Como esta utilidade visa satisfazer neces- sidades humanas, ela tem que apresentar algum valor. Utilidade é um conceito subjetivo, pois considera que o valor nasce da relação homem com os bens e/ou serviços. A demanda/procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam ad- quirir em determinado período de tempo a um determinado preço, mantidas constantes todas as outras variáveis (ceteris paribus). As outras variáveis que influenciam a es- colha (demanda) do consumidor são: • preço do bem ou serviço, • o preço dos outros bens, • a renda do consumidor, • o gosto ou preferência do indivíduo. Então, quando o preço de uma merca- doria aumenta, tudo o mais permanecendo constante, o consumidor perde o que chama- mos de poder de compra. Dentro do estudo da demanda, temos a chamada Lei Geral da Demanda, que mostra que há uma relação inversamente proporcio- nal entre a quantidade demandada e o preço do bem, ceteris paribus. Esta relação pode ser vista pela Curva de Demanda. 2.1 – CURVA DE DEMANDA A curva de demanda revela as preferên- cias dos consumidores, sob a hipótese de que 16 ••••• estão maximizando sua utilidade, ou seja, es- tão dando o mais alto grau de satisfação no consumo daquele produto. No exemplo da curva abaixo podemos verificar que para cada nível de preços as pes- soas estão dispostas a adquirir determinadas quantidades de bens, onde quanto menor o preço mais produtos elas estarão dispostas a adquirir. A curva de demanda inclina-se de cima para baixo, no sentido da esquerda para a direita, tendo uma inclinação negativa, devi- do a inversibilidade da relação preço e quanti- dade demandada. Outras variáveis podem influenciar a de- manda como: • a renda dos consumidores; • os preços dos outros bens e serviços; • os hábitos e preferências dos consumi- dores; • os gastos com propaganda e publici- dade, etc. Em teoria da demanda, o preço é um conceito de extrema importância. O preço ex- pressa o valor de troca entre as mercadorias. É sua expressão monetária de valor, que é uti- lizado para calcular o valor das mercadorias. A parte da economia que estuda a forma- ção de preços é dita microeconomia. Tal teoria trata além da formação de preços, da fixação de preços mínimos por parte do governo, dos efei- tos dos impostos sobre mercados específicos e sobre os custos de produção, dentre outros. 2.2 – BENS ECONÔMICOS Em Economia, BEM significa tudo aqui- lo que serve de elemento a uma empresa ou entidade para a formação do patrimônio em- pregado para desempenhar a atividade produ- tiva, útil para a produção direta ou indireta de seu lucro. È tudo aquilo que tem utilidade ma- terial, prática e valor financeiro. Em Economia, os bens são classificados como: • de Capital • de Consumo – durável e não durável • Intermediário • Substituto • Complementar Bens de capital são os bens que servem para produzir outros bens, como por exem- plo, uma máquina de costura, ou seja, máqui- nas e equipamentos que são utilizados para fa- bricar outros bens. Bens de consumo são aqueles que aten- dem, diretamente, à demanda. Eles são desti- nados ao consumo final dos consumidores. Existem dois tipos de bens de consumo: • duráveis, por exemplo: televisores, ge- ladeira, aparelho de som, carro, liqüidi- ficador, pois são bens que não possuem consumo imediato.; • não duráveis, são bens destinados ao consumo final e são consumidos imedi- atamente pelos consumidores, por exem- plo: alimentos, produtos de higiene e limpeza, etc. Bens intermediários são os utilizados para produzir outros bens, mas difere dos bens de capital, porque são consumidos du- rante o processo produtivo. Por exemplo, o tecido que utilizado para produzir a camisa. No final do processo não existe mais tecido, ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 17 mas sim camisa, enquanto a máquina de cos- tura continua como tal, sendo utilizada para produzir outros bens. Bens substitutos são bens que interfe- rem na demanda de um produto por parte do consumidor. Assim, quanto mais substitutos houver para um bem e/ou serviço, mais op- ções o consumidor terá à sua disposição para decidir sobre a sua demanda. Neste caso, pe- quenas variações em seu preço, para cima, por exemplo, farão com que o consumidor passe a adquirir mais de seu produto substituto, pro- vocando queda em sua demanda maior do que a variação do preço. Por exemplo, o consumidor tem sua de- manda por uma certa quantidade de tomate, que possui vários substitutos (repolho, cenou- ra, vagem, pepino, abóbora, etc.). Neste caso, qualquer variação de preço do tomate, por menor que seja, leva o consumidor a trocar uma certa quantidade (ou toda ela) de tomate por quantidades de produtos substitutos. Bens complementares são bens que ten- dem a influenciar a demanda de outros bens. São denominados bens complementares por- que um está relacionado ao consumo do ou- tro. Como por exemplo, o pão e a manteiga. Neste caso, quando o preço do pão subir isto ocasionará uma queda na demanda do próprio pão e, conseqüentemente, na demanda da pró- pria manteiga, que o consumidor utiliza para passar no pão. a) Pesquise no “glossário”, no texto da aposti- la e em dicionário econômico e defina o que vem a ser demanda: _______________________________________ _______________________________________ b) Após sua pesquisa, responda quais as prin- cipais variáveis que influenciam a demanda: _______________________________________ _______________________________________ c) Tente descrever, com suas palavras, o que é “ceteris paribus” : _______________________________________ _______________________________________ d) Para sedimentar o aprendizado, descreva o que é e como se classificam os bens econô- micos: _______________________________________ _______________________________________ 18 ••••• 3. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO A Teoria da Produção pode ser concei- tuada pelo processo de transformação dos fa- tores adquiridos pela empresa (terra, capital, trabalho, capacidade tecnológica e capacidade empresarial) em produtos ou serviços, para a venda no mercado. (Vasconcellos - 2000). No processo de produção, diferentes in- sumos ou fatores de produção são combina- dos de forma a produzir um bem final. Insumos significa cada um dos elemen- tos necessários para produzir mercadorias ou serviços. Ex. matéria prima, horas de serviço, equipamentos. As formas como os insumos são combi- nados constituem os chamados métodos ou pro- cesso de produção. A escolha do método ou processo de produção depende de sua eficiência. Um método de produção é, tecnicamente, eficiente quando comparado com outros méto- dos, utiliza menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produ- to. Um método de produção é economicamente eficiente, quando está associado ao método mais barato relativamente a outros métodos. 3.1 – A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO A produção de alguma coisa requer uma certa quantidade física dos fatores de produ- ção, num determinada quantidade de tempo. Dessas quantidades empregadas vai re- sultar a obtenção de determinada quantidade física do produto pretendido. O resultado ob- tido surge, portanto, em função das quanti- dades de fatores e de tempo despendido. Em síntese, a função de produção é a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utili- zada dos fatores de produção num determina- do período de tempo. A função de produção admite sempre que o empresário esteja utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores e, conse- qüentemente, obter a maior quantidade pro- duzida do produto. Podemos representar a função de produção, da seguinte maneira: Q = f(x1,x2,x3, ... , xn) Onde: Q é a quantidade produzida do bem ou servi- ço, num determinado período de tempo; x1,x2,x3, ... , xn identificam asquantidades utilizadas de diversos fatores de produção; e f indica que Q depende da quantidade de insu- mos utilizados. 3.2 – CUSTO DE PRODUÇÃO, RECEITA E LUCRO O objetivo básico de uma empresa é a maximização de seus resultados, de seu lucro quando da realização de sua atividade produ- tiva, da combinação dos fatores de produção. Assim sendo, o empresário procura sempre obter a máxima produção possível em face da utilização de certa combinação de fatores. O resultado dito ótimo para empresa poderá ser obtida quando for possível alcan- çar um dos seguintes objetivos: a) maximizar a produção para um dado custo total ou b) minimizar o custo total para um dado nível de produção. Custos totais de produção são o total das despesas realizadas pela empresa com uti- lização da combinação mais econômica dos fatores, por meio da qual é obtida uma deter- minada quantidade do produto. Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT): CT = CVT + CFT Os custos fixos totais (CFT), corres- pondem à parcela dos custos totais que não aumentam com o aumento da produção. ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 19 São decorrentes dos gastos com os fatores fixos de produção, como por exemplo, de- preciação, aluguéis, seguros, etc. Já os custos variáveis totais (CVT), correspondem à parcela dos custos totais que variam com o aumento da produção. São despesas realizadas com a compra da maté- ria-prima, materiais secundários, mão-de- obra direta, etc. Os custos, também, podem ser classifi- cados de curto ou longo prazo. Os custos de curto prazo são caracteri- zados por serem compostos por parcelas de custos fixos e de custos variáveis. Os custos de longo prazo são formados unicamente por custos variáveis, pois a partir de determinado momento, os próprios custos fixos que eram fixos passam a aumentar, pois aumentou o número de máquinas para produ- zir mais mercadorias. Os custos são, ainda classificados como médios e marginais. Os custos médios são obtidos pela divi- são entre o custo total e a quantidade produzi- da, ou seja, representa o custo médio para se produzir determinado produto. O custo marginal é dado pela variação do custo total em resposta a uma variação da quantidade produzida, ou seja, deseja saber quanto variará o custo se acrescer uma unida- de na produção. As empresas têm como objetivo maior a maximização de lucros. Onde se pode defi- nir o lucro total como a diferença entre as re- ceitas de vendas da empresa e os seus custos totais de produção. Ou seja: LT = RT – CT Onde: LT = lucro total; RT= receita total e CT= custo total. Receita é o valor que é recebido, que é apurado. Como receita total entende-se o valor das vendas totais realizadas num determina- do período de tempo. Então como receita teremos: RT = P x Q Onde: RT = receita total; P = preço e Q = quan- tidade. Ou seja, receita total é igual ao preço do bem ou serviço multiplicado por sua respecti- va quantidade vendida. Qualquer empresa, que deseje maxi- mizar lucros, escolherá o nível de produ- ção para o qual a diferença positiva entre receita total e custo total sejam a maior possível. 3.3 – CURVA DE OFERTA Em Economia, oferta significa a quanti- dade de bens ou serviços que se oferece aos consumidores. A oferta representa as várias quantida- des que os produtores desejam oferecer ao mer- cado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta de- pende de vários fatores: • de seu próprio preço e dos demais preços, • do preço dos fatores de produção, • das preferências do empresário e • da tecnologia. A função oferta mostra uma relação di- reta entre quantidade ofertada e nível de pre- ços, ceteris paribus. Essa representa a chama- da Lei Geral da Oferta. A relação direta entre a quantidade ofer- tada de um bem ou serviço e seu preço deve- se ao fato de que, um aumento do preço no mercado estimula as empresas, os produtores a produzirem mais, aumentando sua receita. Podemos expressar a curva de demanda con- forme a figura da página ao lado. 20 ••••• A inclinação da curva de oferta é positiva- mente inclinada, uma vez que a relação entre quan- tidade ofertada e o preço é diretamente pro- porcional. Além do preço do bem, a oferta de bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra) e por alterações tecnológicas, ou pelo au- mento do número de empresas no mercado. a) Existem algumas definições sobre o que é insumo; procure no texto que você acaba de ler e transcreva a definição econômica de in- sumo: _________________________________________ _________________________________________ b) Raciocinando como um empresário, quan- do um método de produção é eficiente? _________________________________________ _________________________________________ c) Volet ao texto e escreva o que é função de produção para a economia: _________________________________________ _________________________________________ d) qual o objetivo básico de uma empresa? _________________________________________ _________________________________________ ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 21 4. O MERCADO Na Língua Portuguesa, a palavra mercado tem diversos significados, dependendo da área de atuação. Você mesmo utiliza alguns deles. Em Economia, mercado pode significar o conjunto de transações comerciais entre vários países ou no interior de um país; e pode significar, também, o conjunto de consumidores que absorvem deter- minados produtos e/ou serviços. No presente trabalho será tratado o segundo conceito, ou seja, o que diz respeito ao meio consumidor 4.1 – O PREÇO DE EQUILÍBRIO A interação das curvas de demanda e ofer- ta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. No encontro das curvas de oferta e de- manda (ponto E) teremos o preço e a quantida- de de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem os objetivos dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio “E”, teremos uma situação de escassez do produto. Have- rá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maio- res que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. Se, por outro lado, a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E, ha- verá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do pro- duto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos pre- ços, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Quando há competição, tanto de consu- midores quanto de ofertantes, há uma tendên- cia natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário. 4.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS Há várias formas ou estruturas de mer- cado. Essas dependem, fundamentalmente, de três características básicas: a) número de empresas que compõem esse mercado; b) tipo de produto produzido nesse mercado e c) se existem ou não barreiras, obstáculos para que novas empresas entrem nesse mercado. Neste sentido podemos ter as seguintes estruturas de mercado: Concorrência Perfeita, Monopólio, Oligopólio e Concorrência Monopolista. a) Concorrência Perfeita – é um tipo de mercado em que há um grande número de ven- dedores (empresas). Nesse caso, uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, conseqüentemen- te, o preço de equilíbrio. É um mercado “atomi- zado”, pois é composto de um número expressi- vo de empresas, como se fossem átomos. Esse tipo de mercado possui algumas características básicas: • trabalham com produtos homogêneos, onde não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas; • não existem barreiras para o ingresso de novas empresas, ou seja, qualquer empresa pode entrar no mercado fa- cilmente e • há transparência no mercado, onde to- das as informaçõessobre lucros, pre- ços, etc., são conhecidas por todos os participantes do mercado. 22 ••••• Na realidade, não há o mercado, tipica- mente, de concorrência perfeita no mundo real. Possivelmente, o mercado de produtos horti- frutigranjeiros (que produzem tomate, repo- lho, pepino, etc.) seja o exemplo mais próxi- mo que se poderia apontar. b) Monopólio – Apresenta condições opostas às da concorrência perfeita. Nele exis- te, de um lado, um único empresário dominan- do inteiramente a oferta/produção e, de ou- tro, todos os consumidores. Não há, portanto, concorrência, nem produto substituto ou con- corrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vende- dor, ou deixarão de consumir o produto. Para a existência de monopólios, geral- mente, existem barreiras que impedem a en- trada de novas empresas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições: • controle de matérias-primas, onde o monopólio controla a fonte de matéria- prima para produzir o seu produto; • patente exclusiva do produto, não per- mitindo que outras empresas produ- zam aquele produto; • elevado volume de capital, onde a em- presa para entrar necessita de alto vo- lume de capital e tecnologia. c) Oligopólio – é caracterizado por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas ou, então, um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado. No oligopólio, tanto as quantidades ofer- tadas quanto os preços são fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartéis. O Cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem. No oligopólio, normalmente as empre- sas discutem suas estruturas de custos. Há uma empresa líder que, via de regra, fixa o preço, respeitando as estruturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é um modelo cha- mado de liderança de preços. d) Concorrência Monopolista – é uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com oligopólio. Na concorrência monopolista há um nú- mero relativamente grande de empresas, com certo poder concorrencial, porém com seg- mentos de mercados e produtos diferenciados e com margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado. a) Em termos de economia, qual a definição mais usada de mercado? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ b) Com suas palavras tente explicar o que é preço de equilíbrio? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ c) Quais as estruturas de mercado mais conhe- cidas? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I ••••• 23 5. CONSUMO E POUPANÇA Em Economia, Consumo significa a uti- lização, pela população, pelos consumidores, das riquezas, materiais e artigos produzidos. 5.1 – COMPONENTES DO CONSUMO O consumo global de um país é influen- ciado por uma série de fatores, tais como: ren- da nacional, estoque de riqueza ou patrimônio, taxa de juros de mercado, disponibilidade de crédito, expectativa sobre a renda futura, ren- tabilidade das aplicações financeiras, etc. No entanto, estudos estatísticos mostram que as decisões de consumo da coletividade são influenciadas fundamentalmente pela ren- da nacional disponível, ou seja, a parcela da renda que fica disponível para os consumido- res gastarem (ou pouparem). Então: C = f(RND), ou seja, o consumo se dá em função da renda, onde: C = Consumo agregado; RND = renda nacional disponível. 5.2 – POUPANÇA E INVESTIMENTO A poupança é a parcela da renda nacio- nal que não é gasta em bens de consumo. A poupança é a diferença entre a renda e o con- sumo. Em outras palavras, é o não consumo presente, em função de um consumo futuro. Então: S = f(RND), ou seja, a poupança se dá em função da renda, onde: S = poupança agregada; RND = renda nacional disponível. Já o investimento (construções, máqui- nas, etc.) é o acréscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade produ- 24 ••••• tiva. A curto prazo, é visto pelo lado dos gas- tos necessários para a ampliação da capacida- de produtiva. O investimento é a principal variável para explicar o crescimento da renda nacional de um país. Em linhas gerais, pode-se dizer que o in- vestimento agregado é determinado por dois fatores: • a taxa de rentabilidade esperada, • a taxa de juros de mercado. A taxa de rentabilidade esperada ou taxa de retorno é calculada a partir da estimativa do retorno esperado pela aquisição do bem de capital (construções, máquinas, etc.). A taxa de juros e o investimento pos- suem uma relação inversamente proporcio- nal. Se a empresa já dispõe de capital pró- prio, a taxa de juros representará quanto a empresa ganharia, se em vez de investir em suas instalações, aplicasse no mercado finan- ceiro. Isto é o que chamamos de Custo de Oportunidade do Capital. Neste caso, um outro conceito impor- tante é o de crédito, que regulado pela taxa de juros, determina o montante de investi- mentos. Crédito pode ser definido como sendo a troca de um bem disponível no momento pela promessa de um pagamento futuro. Quando as operações de crédito na econo- mia são estimuladas, normalmente, o consu- mo das famílias aumenta. O capital pode sofrer desgaste duran- te o processo produtivo. Para repor esse des- gaste ou mesmo substituir os equipamentos, as máquinas durante o processo produtivo, a depreciação pode ser utilizada para cobrir tais custos. 6. EMPREGO 6.1 – MERCADO DE TRABALHO No mercado de trabalho temos o que chamamos de população economicamente ati- va, que são aquelas pessoas que fazem parte de uma determinada faixa etária que tem condi- ções de estar trabalhando. Fazem parte da população economicamen- te ativa as pessoas efetivamente empregadas, re- cebendo salários e contribuindo para o aumento da renda e do consumo da economia. As pessoas desempregadas, também, fa- zem parte da população economicamente ati- va, embora não estejam trabalhando ou este- jam procurando emprego. 6.2 – OFERTA E DEMANDA DE EMPREGO O mercado de trabalho é constituído pela oferta e demanda de emprego. A oferta de empre- go é determinada pelas empresas que ao produzi- rem, ao aumentarem a produção contratam pes- soas para desempenhar determinadas atividades e recebem renda por isso. O governo também tem papel fundamental neste processo, pois, também, é um grande contratante de mão-de-obra. O governo, além de empregador, pode funcionar como um alavancador de empregos para a população quando desenvolve políticas que influenciam as atividades das empresas. O gover- no pode facilitar o aumento de emprego quando reduz tributos, oferece condições de maior cré- dito para as empresas, para que possam produzir mais, e, assim, contratar mais pessoas. Políticas direcionadas para a melhoria das condições de vida da população, no intui- to de melhorar a distribuição de renda, tam- bém funciona como um incentivo para a gera- ção de empregos. ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II I ••••• 25 a) Claro que você já sabe o que é “consumo”; e quais os seus componentes? __________________________________________ __________________________________________ b) Em poucas palavras, defina o que vem a ser poupança: __________________________________________ __________________________________________c) Como pode ser entendido o que é “investi- mento” no mercado imobiliário? __________________________________________ __________________________________________ d) Pesquise um pouco na apostila e relacione quais os fatores que determinam o investimen- to agregado: __________________________________________ __________________________________________ e) Na profissão de corretor de imóveis muito provavelmente você terá que avaliar bens mó- veis e imóveis: esse bens sofrem depreciação, mas o que é mesmo depreciação? __________________________________________ __________________________________________ f) O mercado imobiliário movimenta grandes somas em qualquer economia. E o que é mer- cado de trabalho? __________________________________________ __________________________________________ g) Pense um pouco e escreva abaixo:: quais as ações no campo econômico que o go- verno poderia adotar para melhorar o ní- vel de emprego? __________________________________________ __________________________________________ ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 27 Unidade II ¾ Conceituar Moeda, Sistema Financeiro, Inflação, Balanço de Pagamentos, Taxa de Câmbio, Globalização, Macroeconomia; ¾ Identificar características básicas de organização do sistema financeiro nacional; ¾ Reconhecer a função da moeda; ¾ Estabelecer comparação entre Crescimento e desenvolvimento Econômico; ¾ Refletir sobre as conseqüências da globalização; ¾ Reconhecer a importância das informações estudadas para o exercício da profissão. 28 ••••• 7. ECONOMIA MONETÁRIA 7.1 – A MOEDA: SUA HISTÓRIA E SUAS MODALIDADES Em economia, moeda é o meio pelo qual são efetuadas as transações monetárias. Esse meio varia no tempo e entre as culturas. Vai desde a utilização de uma peça de metal cu- nhada pelo governo até às mais sofisticadas formas de transação. Monetária são coisas, ações relativas à moeda. O uso da moeda nas economias em que vivemos é de tal forma generalizada que se torna difícil imaginar o funcionamento de um sistema econômico em que não existam ins- trumentos monetários. Mas, existiam grupos que não utilizavam moeda. Esses primeiros agrupamentos, em geral nômades, sobreviveram sob padrões bas- tante simples de atividade econômica. Eram grupos que não conheceram a moeda e, quan- do recorriam a atividades de troca, realizavam trocas em espécie, ou seja, trocavam merca- dorias por mercadorias. A prática de troca de mercadorias ou serviços, sem fazer uso de moeda, denomina- se escambo. Antes da existência da moeda, o fluxo de trocas de bens e serviços na economia dava-se por meio do escambo, com trocas diretas de mercadoria por mercadoria. No entanto, vários eram os transtornos causados pela falta da moeda, como por exemplo a questão da divisibilidade do bem para a tro- ca por outro, ou seja, quando se tinha que di- vidir uma mercadoria para comprar uma uni- dade inteira de outra. Assim, na medida que a economia foi se desenvolvendo, aumentando as trocas, surgiu a necessidade do aperfeiçoamento dos instru- mentos de troca. Com a evolução da sociedade, certas mercadorias passaram a ser aceitas por todos, por suas características peculiares ou pelo pró- prio fato de serem escassas. Por exemplo, o sal, que por ser escasso, era aceito na Roma Antiga como moeda. Em diversas épocas e locais diferentes, outros bens assumiram idêntica função. Por- tanto, a moeda mercadoria constitui a forma mais primitiva de moeda na economia. Com a evolução do comércio, os me- tais preciosos passaram a assumir a função de moeda por diversas razões: são limita- dos na natureza, possuem durabilidade e re- sistência, são divisíveis em peso. Os metais preciosos tiveram o papel de moeda por muito tempo. Nosso atual papel-moeda teve ori- gem na moeda-papel. As pessoas de posse de ouro, por questões de segurança, o guar- davam em casas especializadas, onde os ou- rives – pessoas que trabalhavam com ouro e prata, emitiam certificados de depósitos dos metais. Ao adquirir bens e serviços, as pessoas podiam então fazer os pagamentos com esses certificados, já que, por serem transferíveis, o novo detentor do título po- deria retirar o montante correspondente de metal junto ao ourives. Mais tarde, com a criação dos Estados nacionais aparece o papel-moeda. Cada Es- tado passou a emitir seu papel-moeda, sen- do este lastreado (garantido) em ouro (pa- drão ouro). O ouro, contudo, era um metal com reservas limitadas na natureza, e como a ca- pacidade de emitir moeda estava vinculada à quantidade de ouro existente, o padrão- ouro passou a apresentar um obstáculo à expansão das economias nacionais e do co- mércio internacional, ao impor um limite a oferta monetária. Dessa forma, a partir de 1920, o padrão- ouro foi abandonado, e a emissão de moeda passou a ser livre, ou a critério das autoridades monetárias de cada país. Assim, a moeda pas- sou a ser aceita por força de lei, denominando- se moeda de curso forçado ou moeda fiduciá- ria (na qual se pode confiar). ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II ••••• 29 Pode-se conceituar moeda como um instrumen- to ou objeto que é aceito pela coletividade para intermediar as transações econômicas, para paga- mento dos bens, serviços e fatores de produção. Essa aceitação é garantida por Lei, ou seja, a moeda tem “curso forçado”. Representa liquidez imediata para quem a possui, pois pode ser troca- da por outras mercadorias e/ou serviços. É a única forma irrecusável para quitação de obrigações. 7.2 – FUNÇÕES E TIPOS DE MOEDA As principais funções da moeda são: • Instrumento ou meio de troca – serve para intermediar a troca de bens, serviços e fatores de produção da economia. • Denominador comum monetário – possibilita que sejam expressos em unidades mone- tárias os valores de todos os bens e ser- viços produzidos pelo sistema econômi- co. É um padrão de medida. • Reserva de Valor – a moeda representa li- quidez imediata. Pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço no futuro. Ou seja, pode ser guardada para render valor no futuro. • Padrão para pagamento diferido – a moeda pode ser utilizada para pagamentos de contas em períodos diferentes. Tipos de Moeda • Moedas metálicas: são emitidas pelo Banco Central, constituem pequena par- cela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor. • Papel-moeda: são emitidas pelo Banco Central, representa parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do pú- blico. Quando juntamos as moedas metá- licas e o papel-moeda em poder do públi- co denominamos de moeda manual. • Moeda escritural: é representada pe- los depósitos a vista nos bancos comer- ciais. a) Volte ao tempo das cavernas e defina o que é escambo: __________________________________________ __________________________________________ b) Dê uma pesquisada no texto e escreva a de- finição de “moeda mercadoria” . __________________________________________ __________________________________________ c) Sempre ouvimos falar de “papel-moeda”. O que vem a ser esse conceito econômico? __________________________________________ ____________________________________________________________________________________ d) Agora que sabemos o que vem a ser papel- moeda, escreva abaixo quais as principais fun- ções da moeda: __________________________________________ __________________________________________ 30 ••••• 7.3 – DEMANDA E OFERTA DE MOEDA A criação da moeda depende da sua res- pectiva demanda e oferta por parte da popu- lação e das autoridades monetárias (governo). Oferta de Moeda Oferta de moeda é o suprimento de moeda para atender às necessidades da coleti- vidade. Pode ser ofertada pelas autoridades monetárias e pelos Bancos Comerciais. A moeda é criada pelo governo e ofer- tada pelas autoridades monetárias e pelos ban- cos comerciais (Itaú, Bradesco, Safra etc). A oferta de moeda pode também ser chamada de meios de pagamento. Os meios de pagamento constituem o total de moeda à disposição do setor privado,não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para efetuar transações econômicas. A liquidez da moeda é a capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente disponí- vel e aceito para as mais diversas transações. Os meios de pagamento em sua forma tradicional são a soma da moeda em poder das pessoas, mais os depósitos a vista nos ban- cos comerciais. Eles representam, então, “o quanto” a coletividade tem de moeda física (metálica e papel) com o público ou no cofre das empresas, somados a “o quanto” ela tem em conta corrente nos bancos. Uma das formas mais tradicionais de se aumentar rapidamente os meios de pagamen- to pode ser observada a partir da ampliação dos empréstimos pelos bancos comerciais ao setor privado. À medida em que os bancos comerciais têm mais recursos, eles possuem um efeito multiplicador, de dobrar, triplicar, a moeda através de empréstimos. O conceito econômico de moeda é re- presentado apenas pela moeda que está com o setor privado não bancário, ou seja, excluem- se os próprios bancos comerciais, e a moeda que está com as autoridades monetárias. Esse dinheiro que pertence aos bancos é denominado de encaixe monetário, que o mes- mo tem que manter junto ao Banco Central. Representa a porcentagem dos depósitos de um banco que não pode ser emprestada ou empregada em qualquer negócio, devendo fi- car como garantia ou lastro do mesmo. Também são considerados, na defini- ção tradicional de meios de pagamento, as cadernetas de poupança e os depósitos a prazo nos bancos comerciais. Os meios de pagamento também podem ser chamados de M1, ou seja, ativos ou haveres monetários. Os demais ativos financeiros, que rendem juros, são chamados de ativos ou haveres não monetários. São os chamados M2, M3, M4, conforme a rapidez com que podem ter li- quidez, ou seja, podem ser transformados em moeda. Ocorre criação de moeda quando há um aumento do volume dos meios de pagamento. O aumento dos empréstimos ao setor privado se refere à criação de moeda. Ocorre destruição de moeda quando existe redução dos meios de pagamento. O resgate de um empréstimo no banco se refere a destruição de moeda. Demanda de Moeda A demanda de moeda corresponde à quantidade desta que o setor privado, não ban- cário, retém, em média, com o público, no co- fre das empresas e em depósitos a vista nos bancos comerciais. Existem três razões pelas quais se retém moeda, em vez de utilizá-la na compra de títu- los, imóveis, etc. 1ª) As pessoas e empresas precisam de di- nheiro para suas transações do dia-a-dia; 2ª) O público e as empresas precisam ter uma certa reserva monetária para fazer face a pagamentos imprevistos ou atra- sos em recebimentos esperados (deman- da de moeda por precaução); e ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II ••••• 31 3ª) Os investidores devem deixar uma “ces- ta” para a moeda, observando o com- portamento da rentabilidade dos vários títulos, para fazer algum novo negócio (demanda de moeda por especulação). As duas primeiras razões dependem di- retamente do nível de renda. Quanto maior a renda maior a necessidade de moeda para tran- sações e por precaução. A terceira depende da taxa de juros, onde há uma relação inversa en- tre demanda de moeda por especulação e taxa de juros. Quanto maior o rendimento dos títu- los, menor a quantidade de moeda que o apli- cador retém em sua carteira, já que é melhor utiliza-la na compra de ativos rentáveis. a) No jargão da economia, o que vem a ser “meios de pagamento”: __________________________________________ __________________________________________ b) Releia o texto e escreva: o que é “encaixe monetário”? __________________________________________ __________________________________________ 7.4 – A TAXA DE JUROS DE EQUILÍBRIO A taxa de juros tem um papel estratégi- co nas decisões dos mais variados agentes eco- nômicos. Para as empresas, as decisões quanto à compra de máquinas, equipamentos, aumentos ou diminuição de estoques, de matérias-primas ou de bens finais são determinadas, não só pelo nível atual, mas, também, pelas expectativas quanto aos níveis futuros das taxas de juros. Se as expectativas quanto à trajetória das taxas de juros se tornam pessimistas, os em- presários devem manter níveis baixos de esto- ques e mesmo de capital de giro, uma vez que o custo de manutenção desses ativos pode ser extremamente caro no futuro. Os consumidores exercem um maior poder de compra à medida em que as taxas de juros diminuem, e o contrário, se as taxas de juros aumentam. A taxa de juros tem um importante pa- pel, pois a determinação de seu patamar influ- encia o volume de consumo, notadamente, de bens de consumo duráveis, por parte das fa- mílias. A diminuição do consumo ocorre por- que as pessoas passam a preferir poupança a consumo, e dirigem sua renda não gasta para os bancos, com o intuito de auferirem receitas financeiras. Muito se indaga sobre as diferenças en- tre as taxas de juros praticadas no mercado. Entre a taxa de juros que é determinada pelo Conselho Monetário Nacional e as taxas de juros cobradas pelos bancos comerciais. A essa diferença entre taxas de juros, no sistema ban- cário, dá-se o nome de “spread”. 8. SISTEMA FINANCEIRO Sistema Financeiro Nacional é a estrutu- ra institucional que regulamenta, supervisiona e opera as intermediações financeiras, incluí- das as dos consórcios, os negócios com valo- 32 ••••• res mobiliários, os seguros e a previdência com- plementar. 8.1 – COMPÕEM O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: I - Órgãos Normativos: a) Conselho Monetário Nacional (CMN) b) Conselho Nacional de Seguros Priva- dos (CNSP) c) Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) II - Entidades Supervisoras: a) Banco Central do Brasil (Bacen) b) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) c) Superintendência de Seguros Privados (Susep) d) Instituto de Resseguros do Brasil (IRB- Brasil) e) Secretaria de Previdência Complemen- tar (SPC) III - Agentes operadores do sistema: a) Bancos comerciais ou múltiplos, cap- tadores de depósitos à vista b) Bancos de investimentos e demais ins- tituições financeiras operadoras de poupanças e empréstimos c) Caixas Econômicas d) Cooperativas de crédito e) Intermediários financeiros e adminis- tradores de recursos de terceiros f) Bolsa de mercadorias e de futuros g) Bolsa de valores h) Sociedades seguradoras i) Sociedades de capitalização j) Entidades abertas de previdência com- plementar k) Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) (Fontes: Constituição Federal ) No âmbito do sistema financeiro, qual- quer entidade pública tem o mesmo tratamen- to como se privada fosse, isto é, sem privilé- gio algum, como é o caso do Banco do Brasil. A lei é igual para todas. O Sistema financeiro dispõe de diversas modalidades de créditos para investimentos que podem estar ligados aos seguintes mercados: Mercado monetário: neste são realiza- das as operações de curtíssimo prazo com a finalidade de suprir as necessidades de caixa dos diversos agentes econômicos, como os empréstimos para as pessoas físicas; Mercado de crédito: neste são atendidas as necessidades de recursos de curto, médio e longo prazos, principalmente oriundas da de- manda de crédito para aquisição de bens de consumo durável e da demanda de capital de giro das empresas. Ex: crédito rápido, descon- to de duplicatas, etc. Também engloba os finan- ciamentos de longo prazo, como o Finame etc. As pessoas envolvidas no mercado de crédito são chamadas de credores e devedores. Mercado de Capitais: procuram suprir as exigências de recursos de médio e de longo prazos, principalmente com vistas à realização de investimentos em capital. Ex: compra e ven- da de ações, debêntures, etc. Mercado Cambial: nele são realizadas a compra e a venda de moeda estrangeira, para atender a diversas finalidades, como a compra de câmbio, para importação; a venda por par- te dos exportadores; e venda/compra, para viagens de turismo. Mercados Primários e Secundários: Os primários são aqueles emque se realiza a pri- meira compra/venda de algum ativo recém- emitido; os secundários caracterizam-se por ne- gociarem ativos financeiros já negociados an- teriormente. Mercados à vista, futuros e opções: Os mercados à vista negociam apenas ativos com preços a vista; os mercados futuros negociam os preços esperados de certos ativos e de mer- cadorias para determinada data futura e os mercados de opções negociam opções de com- pra/venda de determinados ativos em data futura. ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II ••••• 33 9. INFLAÇÃO 9.1 – A DEFINIÇÃO E MEDIDA DA INFLAÇÃO A inflação ou instabilidade de preços é definida como um aumento persistente e ge- neralizado no índice de preços, ou seja, são aumentos contínuos de preços. As fontes de inflação diferem em função das condições de cada país, em virtude de al- guns aspectos, como: a) tipo de estrutura de mercado – se con- correncial, monopolista ou oligopolis- ta, dependendo do mercado há um con- dicionamento da capacidade dos vários setores repassarem aumentos de custos aos preços dos produtos; b) grau de abertura da economia ao exteri- or – quanto mais aberta a economia à competição externa, maior a concorrên- cia interna entre fabricantes, e menores os preços dos produtos; e c) estrutura das organizações trabalhistas – onde quanto maior o poder de barga- nha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade e maior a pres- são sobre os preços. 9.2 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA INFLAÇÃO As conseqüências da inflação variam com a intensidade e com a velocidade do processo de alta dos preços. Uma baixa variação de preços, dita discreta, produz efeitos econômicos assimi- láveis, em alguns casos até despercebidos pelos consumidores. O quadro de relativo conforto começa a alterar-se à medida que o processo de alta de preços se torna mais intenso, atingindo os fatores de produção, os produtos, as categorias de renda e os estratos socio-econômicos. A inflação corrói o poder de compra do salário nominal recebido pelo trabalhador, pela população. As inflações intensas podem produzir graves efeitos redistributivos sobre a renda agregada e as riquezas acumuladas. Esses efei- tos dependem da intensidade do processo e dos mecanismos de defesa acionados. No li- mite, podem destruir as bases do ordenamen- to econômico, ao atingirem as funções mone- tárias ou a confiança do público em quaisquer formas de haveres financeiros (moeda, títulos, cadernetas de poupança, etc.). Algumas das suas conseqüências po- dem ser: • Destruição da moeda, com sua capaci- dade de reserva de valor e de sua utili- dade como meio de pagamento; • Destruição da estrutura e da logicida- de do sistema de trocas; • Desarticulação de suprimentos nas ca- deias produtivas; • Regressão das atividades produtivas à linha de subsistência; • Queda vertiginosa do nível de emprego; • Ruptura do tecido social; • Ruptura político-institucional, onde o governo perde o controle da situação. Não há uma única teoria que seja capaz de explicar todos os tipos de inflação. Eles são muitos e, geralmente, são diferenciados por qualificativos que remetem às causas, às magnitudes dos processos de alta e suas ca- racterísticas visíveis. Os principais troncos teóricos que procuram explicar a inflação podem ser agrupados em: inflação de de- manda, inflação de custos e Inflação Inerci- al. 9.3 – INFLAÇÃO DE DEMANDA E INFLAÇÃO DE CUSTO Uma das principais explicações teóricas da inflação sustenta que as altas generalizadas de preços resultam de uma procura ou deman- da agregada excessiva em relação à capacida- de de oferta da economia, ou seja, refere-se ao 34 ••••• excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. Neste caso, a procura exacerbada em- purra os preços para cima, dando origem a uma espiral de alta, tanto mais intensa quan- to menor for a capacidade ociosa da econo- mia. Nesta situação, aumentos da demanda agregada de bens e serviços conduzem a ele- vações de preços. As inflações resultantes de gastos exces- sivos por parte dos consumidores, podem ori- ginar-se tanto do setor real (do próprio con- sumo da população), quanto no setor mone- tário da economia (onde o governo estimula o consumo colocando mais dinheiro no mer- cado, via taxas de juros baixas e com maior crediário). Tal fato, pode resultar do receio de falta de produtos, por parte dos produtores ou pode originar-se da inadequada condução da política monetária, levando à maior oferta de moeda e à multiplicação dos meios de pa- gamento em escalas mais que proporcionais à capacidade efetiva de geração de bens e serviços. Neste caso, uma solução para combater este tipo de inflação poderia ser o arrocho sa- larial, impedindo, assim, que as pessoas deman- dem bens e serviços, resultando em baixa pres- são sobre os preços ou outras medidas que im- peçam as pessoas de adquirir bens e serviços, reduzindo a pressão sobre os níveis de preços. A inflação de custos são movimentos de alta de preços originários da expansão dos cus- tos dos fatores (terra, capital e trabalho) mo- bilizados no processamento da produção de bens e serviços. Este tipo de inflação pode ser associado a uma inflação de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam. Esse tipo de inflação pode originar-se: • da expansão de tributos indiretos co- brados pelo governo, que desencadeia um processo de alta que se auto-alimen- tará em espiral; • da expansão dos custos do fator traba- lho que pode dar origem a altas gene- ralizadas; • da ampliação das margens de lucro, ain- da que setorialmente localizadas, pode propagar-se ao longo da cadeia de pro- dução, elevando os preços. Em síntese, o aumento de salários e dos preços das matérias-primas representam um causador da inflação de custos. Os efeitos desse processo inflacionário podem influenciar no perfil da distribuição da renda, do balanço de pagamentos, nas finan- ças públicas e, até mesmo, nas expectativas das empresas. A inflação inercial ou inércia inflacio- nária fundamenta-se na capacidade de auto- propagação da inflação e na prática generali- zada da indexação – na correção dos custos dos fatores e dos preços dos produtos - inde- finidamente, pelos índices da inflação passada, para que se mantenha a estrutura dos preços relativos e se recomponha a capacidade de compra das remunerações pagas. A concepção da inflação inercial pressu- põe expectativas compulsivas que levam à re- marcação contínua de preços, à indexação de contratos e a um tipo de convivência com o processo de alta aceito e praticado por todos os agentes econômicos. Existe, ainda, a inflação administrada, onde as empresas monopolistas ou oligopo- listas aumentam seus preços com objetivos de lucrarem mais. Nesse caso, os consumidores não têm outra alternativa, senão deixar de con- sumir os produtos fabricados por tais empre- sas se não quiserem pagar mais por eles. 9.4 – A INFLAÇÃO NO BRASIL Uma das características históricas da eco- nomia brasileira é a tendência secular à alta dos preços. No Brasil, os períodos de variação ace- lerada dos preços têm prevalecido sobre os de inflação moderada, sobretudo nos últimos 50 ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 35 anos. A partir da 2ª Guerra Mundial o País vi- veu épocas de inflação galopante ascendente. E na transição dos anos 80 para 90 esteve bem perto de uma hiperinflação descontrolada. De uma simples leitura das séries his- tóricas da inflação no Brasil, pode-se obser- var que nos últimos 50 anos aconteceram, pelo menos sete, períodos distintos. Eles são definidos pela magnitude das taxas de varia- ção da oferta monetária e dos preços; pelas causas prováveis do processo de alta e pela tipologia dos programas de estabilização. Os períodos são: - 1946-58: Inflação de crédito e estrutural - 1958-63: Inflação predominantemente fiscal - 1964-67: Aplicação de controles orto- doxos - 1968-79: Inflação reprimida- 1980-85: Instalação de movimentos iner- ciais. - 1986-94: Fase dos choques heterodoxos. - 1994: A fundamentação e a implantação do Real. 1946-58: Inflação de crédito e estrutural - Nesse período, aceleraram-se os processos de mudança estrutural do País, tanto no setor real (industrialização) quanto no financeiro (criação de instituições bancárias). Com isso, o efeito mul- tiplicador da moeda escritural exerceu-se com maior impacto, ampliando o efeito inflacionário de emissões primárias de moeda. Acentuaram- se, então, as pressões do setor real sobre o setor financeiro, tanto para elevação da taxa de câm- bio, quanto para abertura de novas linhas de fi- nanciamento subsidiado. O resultado desta com- binação, gradualmente, promoveu a aceleração da inflação, que saiu de um patamar de 20%, ao ano, para 40%, no final deste período. 1958-63: Inflação predominantemen- te fiscal - Durante o período, aliados às pres- sões por crédito pelo setor privado, somaram- se as pressões fiscais devido aos constantes déficits de caixa do governo, fazendo com que se expandisse à oferta monetária. A este fator de impulsão dos preços somaram-se, também, as pressões reivindicatórias da classe trabalha- dora, fazendo com que se impulsionasse, ain- da mais, o processo inflacionário. 1964-67: Aplicação de controles orto- doxos (conforme norma) - No período, o pro- cesso foi o inverso ao verificado no anterior. O governo adotou rígidos mecanismos orto- doxos de controle do surto inflacionário. De- belou o déficit fiscal. Conteve a oferta mone- tária. Reformaram-se o sistema financeiro e a estrutura tributária. Cada um dos fatores di- agnosticados como causadores do surto infla- cionário do Período anterior foi objeto de con- troles rígidos. Com essas medidas, a inflação anual recuou: de uma taxa entre 80 e 90% para um novo patamar, próximo de 20%. 1968-79: Inflação reprimida – Nessa década, as bases institucionais do período an- terior foram mobilizadas para o milagre eco- nômico. Buscou-se conciliar forte crescimento econômico com contenção do processo infla- cionário. As pressões internas, de origem finan- ceira, que pressionavam a procura agregada para cima, somaram-se as pressões externas de custos, resultantes dos choques de oferta do cartel do petróleo. Tal fato ocasionou uma es- piral procura-custos, passando a exercer for- tes pressões de alta na inflação. Neste período, as emissões primárias de moeda utilizadas para conter o déficit do setor público, multiplica- das pelo sistema de intermediação bancária, cri- aram uma das principais precondições para a alta inflacionária dos preços. 1980-85: Instalação de movimentos inerciais – No início da década de 1980, a in- flação brasileira situou-se na faixa dos três dígi- tos, mantendo-se em torno de 100%. Já no iní- cio de 1986, caminhava para 300%. Instalou-se na economia do país um processo inercial de inflação, sob sustentação da correção monetá- ria generalizada. A inflação passada reprodu- 36 ••••• zia-se no presente, animando um movimento ascendente de alta de preços. As expectativas dos agentes econômicos levaram à adoção de indexadores contratuais e a remarcações de pre- ços. 1986-94: Fase dos choques heterodoxos – Foi um período marcado pelos planos econô- micos heterodoxos, ou seja, da escolha de um con- junto de medidas de choque para conter o proces- so inflacionário. Foram vários planos, Plano Cru- zado, Plano Bresser, Plano Verão, Planos Collor I e II, em que a inflação caia no início mas voltava com a falta de sustentação dos planos econômi- cos. 1994: A fundamentação e a implanta- ção do Real. - 1994 foi o ano chave. Primeiro ocorreu a desidexação da economia com a cria- ção da URV – Unidade de Referência de Valor. Depois foi implantado um novo padrão mone- tário, o Real. Neste período a inflação foi con- trolada, quando impunhou-se uma nova disci- plina emissora e a manutenção de uma rigorosa linha estratégica, dirigida para quebrar as resis- tências sociais à estabilidade. A estabilização passaria a ser vista como um valor fundamen- tal. Sistema que prevalece até os dias atuais. A inflação pode ser medida por núme- ros-índices, que são fórmulas matemáticas, onde abrangem as variações dos preços dos diversos produtos que compõem a cesta de consumo da população. a) Pense um pouco e relacione quais as funções do Sistema Financeiro Nacional: _________________________________________ _________________________________________ b) Quais as funções básicas do Conselho Mo- netário Nacional? _________________________________________ _________________________________________ c) E o Banco Central no Brasil? Cite duas de suas principais funções: _________________________________________ _________________________________________ d) Quais mercados estão ligados ao Sistema Financeiro? _________________________________________ _________________________________________ e) No Brasil convivemos há muitos anos com a chamada inflação. Mas em economia, como ela é definida? _________________________________________ _________________________________________ f) Pense e escreva o que é indexação e quais os males de sua prática generalizada? _________________________________________ _________________________________________ g) O que é URV e o que representou para o combate à inflação no Brasil? _________________________________________ _________________________________________ ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II ••••• 37 10. O SETOR EXTERNO Comércio externo é o conjunto de ativi- dades mercantis (comerciais), realizadas entre países diferentes Muitas explicações podem ser levantadas para explicar porque os países comercializam entre si. Dentre essas, destacam-se a diversifi- cação de condições de produção, a possibili- dade de redução de custos na produção de determinado bem vendido para um mercado global. Os economistas clássicos forneceram a explicação teórica básica para o comércio in- ternacional através do chamado Princípio das Vantagens Comparativas. Esse princípio sugere que cada país deva se especializar na produção daquela mercado- ria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Essa será, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente maior (cuja produção é relativamente menos eficiente). Desse modo, explica-se a especialização dos países na pro- dução de bens diferentes, a partir da qual con- cretiza-se o processo de troca entre eles. A Teoria das Vantagens Comparati- vas foi formulada por David Ricardo em 1817. A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os movimentos de mercado- rias no comércio internacional, a partir da ofer- ta ou dos custos de produção existentes nesses países. Logo, os países exportarão e se especi- alizarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação àqueles existentes, para os mesmos bens, nos demais países exportadores. 10.1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS Balanço de Pagamentos é o registro esta- tístico-contábil de todas as transações econômi- cas realizadas entre os residentes do País com os residentes dos demais países. Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exem- plo, todas as exportações e importações de mer- cadorias do período considerado: os fretes, os seguros, os empréstimos obtidos no exterior, ou seja, todas as transações com mercadorias, servi- ços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do mundo. O balanço de pagamentos apresenta as seguintes subdivisões: Balança Comercial – Essa conta com- preende, basicamente, o comércio de merca- dorias. Balanço de Serviços – Registram-se to- dos os serviços pagos e/ou recebidos pelo Bra- sil, tais como: fretes, seguros, lucros, juros, royal- ties e assistência técnica, viagens internacionais. Transferências unilaterais – registram- se as doações financeiras ou não interpaíses. Balanço de Transações Correntes – representa o somatório dos balanços
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