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apostila economia e mercado

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Noções de
Economia e Mercados
INTRODUÇÃO.......... ...................................................................................................07
UNIDADE I
1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA ..............................................................................11
1.1 – Conceito de economia ...................................................................................11
1.2 – O problema fundamental da economia ..........................................................11
1.3 – Quatro perguntas fundamentais .....................................................................12
1.4 – A curva de possibilidades de produção .........................................................13
1.5 – Os fatores de produção .................................................................................14
1.6 – O sistema econômico ....................................................................................15
2. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA ...............................................................16
2.1 – Curva de demanda ........................................................................................16
2.2 – Bens complementares e bens substitutos ........................................................17
3. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO .............................................................19
3.1 – A função de produção ...................................................................................19
3.2 – Custo de produção, receita e lucro .................................................................19
3.3 – Curva de oferta .............................................................................................20
4. O MERCADO...... .....................................................................................................22
4.1 – O preço de equilíbrio ....................................................................................22
4.2 – Classificação dos mercados ...........................................................................22
5. CONSUMO E POUPANÇA .....................................................................................24
5.1 – Componentes do consumo ............................................................................24
5.2 – Poupança e investimento ...............................................................................24
6. EMPREGO......... ......................................................................................................25
6.1 – Mercado de Trabalho ....................................................................................25
6.2 – Oferta e demanda de emprego .......................................................................25
UNIDADE II
7. ECONOMIA MONETÁRIA ....................................................................................29
7.1 – A moeda: sua história e suas modalidades ......................................................29
7.2 – Funções de moeda ........................................................................................30
7.3 – Demanda e oferta de moeda ..........................................................................31
7.4 – As taxas de juros de equilíbrio .......................................................................32
8. SISTEMA FINANCEIRO .........................................................................................32
8.1 – A organização do sistema financeiro nacional .................................................33
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
INEDI - Cursos Profissionalizantes6 •••••
9. INFLAÇÃO........... ....................................................................................................34
9.1 – A definição e a medida da inflação .................................................................34
9.2 – As conseqüências da inflação .........................................................................34
9.3 – Inflação de demanda e inflação de custo .........................................................34
9.4 – A inflação no Brasil .......................................................................................35
10. O SETOR EXTERNO ............................................................................................38
10.1 – O Balanço de Pagamentos ...........................................................................38
10.2 – Taxa de câmbio ...........................................................................................38
10.3 – Organismos internacionais ...........................................................................39
11. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................................40
11.1 – Crescimento e desenvolvimento ...................................................................40
11.2 – Fontes de crescimento .................................................................................40
11.3 – Indicadores de desenvolvimento ..................................................................41
12. POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ....................................................................42
12.1 – Definições ...................................................................................................42
12.2 – Metas de política macroeconômica ..............................................................42
12.3 – Instrumentos de política macroeconômica ...................................................42
13. GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA .........................................................................44
13.1 – O processo de globalização .........................................................................44
13.2 – As conseqüências da globalização ................................................................44
TESTE SEU CONHECIMENTO .................................................................................46
GLOSSÁRIO .............................................................................................................54
BIBLIOGRAFIA.. .........................................................................................................60
GABARITO........ ..........................................................................................................61
ECONOMIA E MERCADOS
INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 7
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Uma das maneiras de estar no mundo, é por meio do conhecimento
que você adquire. Ele é construído de diversas formas, na escola, no trabalho,
em casa.
O que se deseja e se espera das pessoas envolvidas no mercado
imobiliário é a consciência e o cumprimento da responsabilidade na busca
do conhecimento que, com certeza, irá colaborar para a realização de suas
aspirações.
A economia, enquanto ciência social aplicada, se preocupa com o
problema da escassez, oferecendo ou tentando oferecer alternativas
apropriadas para a solução desse mal que assola, de diversas maneiras, todo
o mundo. A fome, o desemprego, a inflação são algumas das preocupações
por parte daqueles que exercem a profissão de economista.
O profissional da intermediação imobiliária não está divorciado da
preocupação em se resolver o problema da escassez. Na verdade, no seu dia-
a-dia, ele lida com pessoas que têm necessidades ilimitadas e recursos limitados.
Essas pessoas confiam, então, um patrimônio imobiliário, que na maioria das
vezes é o único bem que elas tem, a esses profissionais, com a intenção de que
os mesmos os comercializem, tanto na venda como na compra, buscando
assim aumentar os limites dos seus recursos.
Este módulo tem a intenção de oferecer ao profissional do ramo
imobiliário um importante instrumento para a construção do seu
conhecimento. Ele foi escrito de uma maneira clara e sistematizada, buscando
sempre facilitar o entendimento de uma área do saber que é a economia. Os
conceitos, leis e teorias básicas da ciência econômica estão aqui apresentados,
de acordo com as principais bibliografias que tratam de tais questões.
Ao estudar esse material,você certamente estará dando passos firmes
na direção da construção do saber e é isso que faz a grande diferença entre o
profissional preparado e aquele fadado ao fracasso.
Invista em você mesmo, sendo aplicado nos estudos, e tenha uma vida
de vitórias e realizações.
Boa Sorte!
Unidade
I
¾ Conceituar Economia, Mercado, Produção, Demanda,
Oferta, Custo, Receita, Lucro, Consumo, Poupança, Crédito,
Emprego, Bens;
¾ Reconhecer características dos principais fatores e da função de
produção;
¾ Reconhecer características dos diversos tipos de mercado;
¾ Identificar os agentes econômicos;
¾ Refletir sobre a responsabilidade econômica do profissional da
área.
10 •••••
1. INTRODUÇÃO À
ECONOMIA
A economia passou a ser vista como ci-
ência a partir da Grécia antiga, onde tivemos
os primeiros registros de trabalhos econômi-
cos.
A economia faz parte de uma ciência maior,
denominada ciências sociais. A economia es-
tuda a ação econômica do homem, envolven-
do, essencialmente, o processo de produção, a
geração e a apropriação da renda, o dispêndio
(as despesas) e o processo de acumulação.
A economia, para que possa dar respos-
tas aos problemas econômicos, procura o res-
paldo de outras áreas do conhecimento - das
ciências humanas, das ciências exatas (matemá-
tica) e outras ciências, com o objetivo de re-
solver os problemas econômicos.
Em outras palavras, a economia, segun-
do Rossetti (1997), se preocupa com todos os
aspectos que estejam relacionados à produção,
distribuição, custos e acumulação de bens e
serviços.
A economia se preocupa com grandes
temas que interferem de uma ou de outra ma-
neira na vida do homem. Dentre eles temos:
escassez de recursos, emprego, produção,
trocas, valor, moeda, preços, mercados, con-
corrência, remunerações, agregados, transa-
ções, crescimento, equilíbrio, organização.
Tais temas fazem parte da vida do homem e
representam o campo de estudo da ciência
econômica.
1.1 – CONCEITO DE ECONOMIA
Devido à complexidade dos problemas
que envolvem o comportamento do homem,
existem conceitos diferentes para a economia.
A cada época, devido às concepções políticas-
ideológicas de cada sociedade, pode-se obser-
var a economia sob um ângulo diferenciado.
Na medida em que novas preocupações
de ordem econômica vão surgindo na vida do
homem, o seu conceito vai evoluindo.
No presente trabalho, adotaremos o se-
guinte conceito de economia:
“A economia é a ciência que estuda as formas
de comportamento humano resultantes da rela-
ção existente entre as ilimitadas necessidades a
satisfazer e os recursos que, embora escassos,
se prestam a usos alternativos”.
ROSSETTI (1997, p.52.)
A partir deste conceito, pode-se verifi-
car que a preocupação básica da economia se
refere aos escassos recursos para atender as
necessidades ilimitadas.
Tal conceito demonstra que a economia con-
sidera o fato de que se pode ter necessidades ilimi-
tadas para satisfazer e que os recursos para tal fim
são escassos. Nesse caso, tem-se que escolher a
melhor alocação dos recursos capazes de produ-
zir o necessário para satisfazer as necessidades.
Essas escolhas são feitas pelos agentes
econômicos. São agentes econômicos
• unidades familiares,
• empresas e
• governo
A economia procura examinar as opções
viáveis que se apresentam aos agentes econô-
micos para empregar os limitados recursos sob
seu comando, tomando decisões racionais di-
ante de várias alternativas.
1.2 – O PROBLEMA FUNDAMENTAL
DA ECONOMIA
Segundo Rossetti (1997), o problema
fundamental da economia está relacionado ao
conflito entre os recursos limitados e necessi-
dades ilimitáveis. Em outras palavras, o pro-
blema fundamental da economia se refere à
escassez dos recursos de produção.
Quando não se tem abundância relativa
dos recursos de produção, as necessidades não
são completamente satisfeitas. Se todos os bens
fossem livres, a disponibilidade ilimitada de
recursos seria de tal ordem que a obtenção de
quaisquer bens não seria problema. Daí, não
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 11
necessitaria da ciência econômica, pois não
haveria problemas a resolver. Não haveria con-
flitos de interesses.
Mas, são raros os bens que ainda são li-
vres e que não temos que pagar para adquiri-
los. (água da chuva, por exemplo).
Até mesmo o ar que respiramos, que ain-
da é livre, vai, pouco a pouco, se transforman-
do em bem econômico. Daí surge a necessi-
dade da economia, para que se possa usufruir,
da melhor maneira possível, desses recursos.
Como nenhum sistema econômico foi
capaz de satisfazer, plenamente, a todas as ne-
cessidades dos indivíduos (em termos de bens
e serviços), temos então a importância da eco-
nomia, para ajudar a alocar recursos escassos
para atender as necessidades ilimitadas.
Em todos os países, as unidades familia-
res exigem mais e melhores produtos. As em-
presas para produzi-los exigem equipamen-
tos de mais alta sofisticação, mais ágeis e mais
produtivos. Os governos, para garantir a satis-
fação das necessidades dos outros agentes, têm
de fornecer mais infra-estrutura econômica e
social, melhores bens e serviços públicos. To-
dos necessitam da economia para auxiliá-los.
1.3 – QUATRO PERGUNTAS
FUNDAMENTAIS
Existem questões que acontecem em
todas as economias, independente do grau de
desenvolvimento que possuem.
A primeira questão diz respeito ao que
produzir. O que produzir com os recursos que
são escassos para atender as necessidades ili-
mitadas da sociedade. Várias podem ser as al-
ternativas de produção, dentre elas o que pro-
duzir para usufruir e gastar da melhor maneira
possível os recursos que são limitados.
Quanto produzir se refere à segunda
questão. Quanto produzir de determinado pro-
duto ou produtos para atender as necessida-
des da sociedade, para a sustentação do seu
bem-estar corrente e para a progressiva me-
lhoria do seu padrão de vida.
A terceira questão é como produzir.
Como produzir para otimizar os recursos de
produção (terra, capital, trabalho, capacidade
tecnológica e capacidade empresarial) face à
sua escassez.
A última pergunta fundamental diz res-
peito a para quem produzir. Para quem vai
ser direcionado o produto/serviço. Tal ques-
tionamento é importante para que se produza
o necessário para atender as necessidades da
sociedade.
As respostas a essas perguntas são ex-
tremamente relevantes para resolver os pro-
blemas econômicos que afetam as sociedades
como um todo.
Várias são as possibilidades de se pro-
duzir bens/serviços, com a disponibilidade li-
mitada de recursos, para atendê-las. Neste sen-
tido, essas possibilidades de produção podem
ser destinadas a uma variedade de combina-
ções de diferentes categorias de bens e servi-
ços que podem ser destinados à sociedade.
a) Para melhor apreender o que você leu nos
tópicos acima, escreva a seguir o conceito usual
de economia:
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
b) Com suas palavras, releia o texto pertinente
e defina o que está caracterizado com sendo o
problema fundamental da economia.
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
c) Quais são as quatro perguntas fundamentais
de quem inicia o estudo da economia?
_________________________________________
_________________________________________
12 •••••
1.4 – A CURVA DE POSSIBILIDADE
DE PRODUÇÃO
A curva de possibilidade de produção
retrata as alternativas para a utilização dos re-
cursos, quando se compara a produção de dois
ou mais produtos.
Neste caso, os recursos não são suficien-
tes para produzir toda a quantidade de todos
os produtos para atender a sociedade, pois os
mesmos são escassos. Daí a escolha de alterna-
tivas entre o que se produzir de um e de outro
produto para atender as necessidades da po-
pulação.
Unidades Familiares, Empresas e Gover-
no, como agentes econômicos que se intera-
gem, participam direta ou indiretamente de
todas as transações querealizam dentro do sis-
tema econômico. Eles podem ser consumido-
res e/ou produtores dos bens/serviços que são
destinados a eles próprios enquanto agentes
econômicos.
Unidades familiares são todos os tipos
de unidades domésticas, unipessoais ou famili-
ares, com ou sem laços de parentesco, segun-
do as quais a sociedade como um todo se en-
contra segmentada.
As unidades familiares possuem e forne-
cem os recursos de produção (na forma de tra-
balho). Devido a isso, elas se apropriam de
diferentes categorias de rendas (que podem ser
salários, aluguéis, juros, etc.), e a partir daí de-
cidem como, quando e onde e em quê as ren-
das recebidas serão despendidas.
As empresas são os agentes econômicos
que empregam e combinam os recursos de
produção para a geração dos bens e serviços
que atenderão às necessidades de consumo e
de acumulação da sociedade. Essas empresas
são heterogêneas, ou seja, são de diversos ti-
pos e produzem diferentes produtos.
O governo é o agente coletivo que con-
trata diretamente o trabalho das unidades fa-
miliares e que adquire uma parcela da produ-
ção das empresas para proporcionar bens e
serviços úteis à sociedade, como um todo.
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 13
Esses agentes - unidades familiares, em-
presas e governo - fazem parte do processo
produtivo em que se tem que escolher entre
alternativas diferentes, devido à escassez de
recursos.
Todos os agentes econômicos, conside-
rados isoladamente ou em conjunto, defron-
tam com essa restrição econômica.
As unidades familiares podem ter aspi-
rações ilimitadas, mas defrontam com a amar-
ga realidade dos recursos escassos, definidos
por orçamentos restritos proveniente de sua
limitação de renda.
Normalmente, alguma coisa é sacrifica-
da em favor de outra. As prioridades decidi-
das, não importam quais sejam, traduzem sem-
pre custos de oportunidade. Custos de se pro-
duzir um bem em detrimento do sacrifício de
outro. Em outras palavras, refere-se ao custo
de se deixar de produzir um bem em detrimen-
to de outro.
1.5 – OS FATORES DE PRODUÇÃO
Os fatores de produção representam os
recursos disponíveis que, combinados, são di-
recionados para a produção de bens e/ou ser-
viços para o atendimento das necessidades da
população. São considerados fatores de pro-
dução:
• a Terra
• o Trabalho
• o Capital
• a Capacidade Tecnológica.
• a Capacidade Empresarial
a) Fator Terra
O Fator Terra constitui a base sobre a
qual se exercem as atividades dos demais re-
cursos de produção. As reservas naturais, re-
nováveis ou não, encontram-se na base de todo
o processo de produção.
As dádivas da natureza, aproveitadas
pelo homem em seus estados naturais ou en-
tão transformadas, são direcionadas para as
outras atividades de produção.
É a partir da interação com os demais
fatores de produção que se viabiliza o efetivo
aproveitamento da terra. A consciência social
sobre sua preservação e reposição é muito
importante, no intuito de que se tenha um me-
lhor aproveitamento.
b) Fator Trabalho
A população de um País é constituída
por pessoas de diferentes idades, de várias fai-
xas etárias. A partir de determinada faixa etá-
ria, as pessoas começam a produzir, a render
bens e serviços para si e para a família. Ela
desenvolve, então algum tipo de trabalho que
passa a ser um fator de economia.
O Fator Trabalho é, portanto, consti-
tuído por uma parcela da população que con-
tribui para o processo de produção. Essa
parcela é denominada população economicamente
ativa.
Essa parte da população total, conside-
rada produtiva, é definida por faixas etárias
Os limites da faixa etária considerada,
economicamente ativa, variam em função de
dois fatores relevantes:
• estágio de desenvolvimento da eco-
nomia,
• e o conjunto de definições instituci-
onais, geralmente expresso através
da legislação social e previdenciária.
Em todos os países, uma parcela da po-
pulação economicamente ativa, embora apta,
fica à margem do processo produtivo. É a
porção economicamente inativa. São, quase
sempre, os desempregados.
c) Fator Capital
Fator Capital é o conjunto das riquezas
acumuladas pela sociedade. Com o emprego
dessas riquezas é que a população ativa se equi-
14 •••••
pa para o exercício das atividades de produ-
ção. Esse conjunto de riquezas dá suporte às
operações produtivas realizadas por parte da
sociedade.
O fator capital é constituído pelas dife-
rentes categorias de riqueza acumulada, empre-
gadas na geração de novas riquezas.
Essas categorias são, também, chamadas
de bens de investimento, tais como: máquinas,
equipamentos, instrumentos e ferramentas,
energia, telecomunicações, transportes, educa-
ção e cultura, saúde e saneamento, segurança,
construções e edificações (prédios), plantações,
etc. Referem-se às riquezas utilizadas pelas
empresas para efetuar a produção. Represen-
tam os ativos das empresas, o seu patrimônio.
Caracterizam-se por aumentar a eficiência do
trabalho humano, para a produção de bens e
serviços.
Em economia, entende-se como ple-
no emprego dos recursos de produção (ter-
ra, capital e trabalho) quando toda a popu-
lação está empregada; não há desemprego
voluntário.
d) Fator Capacidade Tecnológica
O fator capacidade tecnológica é cons-
tituído pelo conjunto de conhecimentos e ha-
bilidades que dão sustentação ao processo
de produção. Essa capacidade envolve des-
de os conhecimentos acumulados sobre as
fontes de energia empregadas, passando pe-
las formas de extração de reservas naturais,
pelo seu processamento, transformação e
reciclagem, até chegar à configuração e ao
desempenho dos produtos finais resultantes.
É o elo de ligação entre o capital, a força de
trabalho e o fator terra.
e) Fator Capacidade Empresarial
É através da capacidade empresarial que
os recursos disponíveis são reunidos, organi-
zados e acionados para o exercício de ativida-
des produtivas.
O processo de produção, em seus fun-
damentos, acontece com a mobilização
combinada dos fatores terra, trabalho e ca-
pital, sob determinado padrão tecnológi-
co. E o fator mobilizador é a capacidade
empresarial.
1.6 – O SISTEMA ECONÔMICO
Sistema econômico é a forma política,
social e econômica pela qual está organizada
uma sociedade. É um sistema que organiza a
produção, a distribuição e o consumo de bens
e serviços destinados à população.
Fazem parte do sistema econômico:
• estoque de fatores de produção (Ter-
ra, Capital, Trabalho, Capacidade Tec-
nológica e Capacidade Empresarial),
• os agentes econômicos (unidades fami-
liares, empresas e governo) e um con-
junto de instituições (normas jurídicas).
O estoque dos fatores de produção cons-
titui a base da atividade econômica.
Nenhum sistema econômico é possível
sem que um conjunto de normas jurídicas dis-
cipline os deveres e as obrigações dos deten-
tores dos recursos e das unidades que os em-
pregarão. Daí o surgimento das complexas
instituições.
Os sistemas econômicos podem ser clas-
sificados em:
a) Sistema capitalista de produção – é o sis-
tema regido pelas leis de mercado,
onde predominam a livre iniciativa e
a propriedade privada dos fatores de
produção;
b) Sistema socialista – é o sistema no qual
as questões econômicas fundamentais
são resolvidas por um órgão central de
planejamento, predominando a propri-
edade pública dos bens de produção.
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 15
a) Em poucas palavras escreva o que são Agen-
tes Econômicos:
________________________________________
________________________________________
b) Os fatores de produção, base da economia,
são:
________________________________________
________________________________________
c) Como podem ser classificados os sistemas
econômicos?
________________________________________
________________________________________
2. TEORIA ELEMENTAR DA
DEMANDA
Demanda, em Economia, significa a pro-
cura por qualquer bem ou serviço, por deter-
minado preço e em determinado momento.
O estudo da demanda está alicerçado no
conceito de utilidade.
Utilidade é a qualidade que os bens eco-
nômicospossuem de satisfazer as necessidades
humanas. Esta utilidade difere de consumidor
para consumidor, uma vez que está baseada em
aspectos psicológicos ou a preferências.
Como esta utilidade visa satisfazer neces-
sidades humanas, ela tem que apresentar algum
valor. Utilidade é um conceito subjetivo, pois
considera que o valor nasce da relação homem
com os bens e/ou serviços.
A demanda/procura pode ser definida
como a quantidade de um determinado bem
ou serviço que os consumidores desejam ad-
quirir em determinado período de tempo a um
determinado preço, mantidas constantes todas
as outras variáveis (ceteris paribus).
As outras variáveis que influenciam a es-
colha (demanda) do consumidor são:
• preço do bem ou serviço,
• o preço dos outros bens,
• a renda do consumidor,
• o gosto ou preferência do indivíduo.
Então, quando o preço de uma merca-
doria aumenta, tudo o mais permanecendo
constante, o consumidor perde o que chama-
mos de poder de compra.
Dentro do estudo da demanda, temos a
chamada Lei Geral da Demanda, que mostra
que há uma relação inversamente proporcio-
nal entre a quantidade demandada e o preço
do bem, ceteris paribus. Esta relação pode ser
vista pela Curva de Demanda.
2.1 – CURVA DE DEMANDA
A curva de demanda revela as preferên-
cias dos consumidores, sob a hipótese de que
16 •••••
estão maximizando sua utilidade, ou seja, es-
tão dando o mais alto grau de satisfação no
consumo daquele produto.
No exemplo da curva abaixo podemos
verificar que para cada nível de preços as pes-
soas estão dispostas a adquirir determinadas
quantidades de bens, onde quanto menor o
preço mais produtos elas estarão dispostas a
adquirir. A curva de demanda inclina-se de
cima para baixo, no sentido da esquerda para
a direita, tendo uma inclinação negativa, devi-
do a inversibilidade da relação preço e quanti-
dade demandada.
Outras variáveis podem influenciar a de-
manda como:
• a renda dos consumidores;
• os preços dos outros bens e serviços;
• os hábitos e preferências dos consumi-
dores;
• os gastos com propaganda e publici-
dade, etc.
Em teoria da demanda, o preço é um
conceito de extrema importância. O preço ex-
pressa o valor de troca entre as mercadorias.
É sua expressão monetária de valor, que é uti-
lizado para calcular o valor das mercadorias.
A parte da economia que estuda a forma-
ção de preços é dita microeconomia. Tal teoria
trata além da formação de preços, da fixação de
preços mínimos por parte do governo, dos efei-
tos dos impostos sobre mercados específicos e
sobre os custos de produção, dentre outros.
2.2 – BENS ECONÔMICOS
Em Economia, BEM significa tudo aqui-
lo que serve de elemento a uma empresa ou
entidade para a formação do patrimônio em-
pregado para desempenhar a atividade produ-
tiva, útil para a produção direta ou indireta de
seu lucro. È tudo aquilo que tem utilidade ma-
terial, prática e valor financeiro.
Em Economia, os bens são classificados
como:
• de Capital
• de Consumo – durável e não durável
• Intermediário
• Substituto
• Complementar
Bens de capital são os bens que servem
para produzir outros bens, como por exem-
plo, uma máquina de costura, ou seja, máqui-
nas e equipamentos que são utilizados para fa-
bricar outros bens.
Bens de consumo são aqueles que aten-
dem, diretamente, à demanda. Eles são desti-
nados ao consumo final dos consumidores.
Existem dois tipos de bens de consumo:
• duráveis, por exemplo: televisores, ge-
ladeira, aparelho de som, carro, liqüidi-
ficador, pois são bens que não possuem
consumo imediato.;
• não duráveis, são bens destinados ao
consumo final e são consumidos imedi-
atamente pelos consumidores, por exem-
plo: alimentos, produtos de higiene e
limpeza, etc.
Bens intermediários são os utilizados
para produzir outros bens, mas difere dos
bens de capital, porque são consumidos du-
rante o processo produtivo. Por exemplo, o
tecido que utilizado para produzir a camisa.
No final do processo não existe mais tecido,
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 17
mas sim camisa, enquanto a máquina de cos-
tura continua como tal, sendo utilizada para
produzir outros bens.
Bens substitutos são bens que interfe-
rem na demanda de um produto por parte do
consumidor. Assim, quanto mais substitutos
houver para um bem e/ou serviço, mais op-
ções o consumidor terá à sua disposição para
decidir sobre a sua demanda. Neste caso, pe-
quenas variações em seu preço, para cima, por
exemplo, farão com que o consumidor passe a
adquirir mais de seu produto substituto, pro-
vocando queda em sua demanda maior do que
a variação do preço.
Por exemplo, o consumidor tem sua de-
manda por uma certa quantidade de tomate,
que possui vários substitutos (repolho, cenou-
ra, vagem, pepino, abóbora, etc.). Neste caso,
qualquer variação de preço do tomate, por
menor que seja, leva o consumidor a trocar
uma certa quantidade (ou toda ela) de tomate
por quantidades de produtos substitutos.
Bens complementares são bens que ten-
dem a influenciar a demanda de outros bens.
São denominados bens complementares por-
que um está relacionado ao consumo do ou-
tro. Como por exemplo, o pão e a manteiga.
Neste caso, quando o preço do pão subir isto
ocasionará uma queda na demanda do próprio
pão e, conseqüentemente, na demanda da pró-
pria manteiga, que o consumidor utiliza para
passar no pão.
a) Pesquise no “glossário”, no texto da aposti-
la e em dicionário econômico e defina o que
vem a ser demanda:
_______________________________________
_______________________________________
b) Após sua pesquisa, responda quais as prin-
cipais variáveis que influenciam a demanda:
_______________________________________
_______________________________________
c) Tente descrever, com suas palavras, o que é
“ceteris paribus” :
_______________________________________
_______________________________________
d) Para sedimentar o aprendizado, descreva
o que é e como se classificam os bens econô-
micos:
_______________________________________
_______________________________________
18 •••••
3. TEORIA ELEMENTAR DA
PRODUÇÃO
A Teoria da Produção pode ser concei-
tuada pelo processo de transformação dos fa-
tores adquiridos pela empresa (terra, capital,
trabalho, capacidade tecnológica e capacidade
empresarial) em produtos ou serviços, para a
venda no mercado. (Vasconcellos - 2000).
No processo de produção, diferentes in-
sumos ou fatores de produção são combina-
dos de forma a produzir um bem final.
Insumos significa cada um dos elemen-
tos necessários para produzir mercadorias ou
serviços. Ex. matéria prima, horas de serviço,
equipamentos.
As formas como os insumos são combi-
nados constituem os chamados métodos ou pro-
cesso de produção.
A escolha do método ou processo de
produção depende de sua eficiência.
Um método de produção é, tecnicamente,
eficiente quando comparado com outros méto-
dos, utiliza menor quantidade de insumos para
produzir uma quantidade equivalente do produ-
to. Um método de produção é economicamente
eficiente, quando está associado ao método mais
barato relativamente a outros métodos.
3.1 – A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
A produção de alguma coisa requer uma
certa quantidade física dos fatores de produ-
ção, num determinada quantidade de tempo.
Dessas quantidades empregadas vai re-
sultar a obtenção de determinada quantidade
física do produto pretendido. O resultado ob-
tido surge, portanto, em função das quanti-
dades de fatores e de tempo despendido.
Em síntese, a função de produção é a
relação que mostra a quantidade física obtida
do produto a partir da quantidade física utili-
zada dos fatores de produção num determina-
do período de tempo.
A função de produção admite sempre
que o empresário esteja utilizando a maneira
mais eficiente de combinar os fatores e, conse-
qüentemente, obter a maior quantidade pro-
duzida do produto. Podemos representar a
função de produção, da seguinte maneira:
Q = f(x1,x2,x3, ... , xn)
Onde:
Q é a quantidade produzida do bem ou servi-
ço, num determinado período de tempo;
x1,x2,x3, ... , xn identificam asquantidades
utilizadas de diversos fatores de produção; e
f indica que Q depende da quantidade de insu-
mos utilizados.
3.2 – CUSTO DE PRODUÇÃO,
RECEITA E LUCRO
O objetivo básico de uma empresa é a
maximização de seus resultados, de seu lucro
quando da realização de sua atividade produ-
tiva, da combinação dos fatores de produção.
Assim sendo, o empresário procura sempre
obter a máxima produção possível em face da
utilização de certa combinação de fatores.
O resultado dito ótimo para empresa
poderá ser obtida quando for possível alcan-
çar um dos seguintes objetivos: a) maximizar a
produção para um dado custo total ou b) minimizar o
custo total para um dado nível de produção.
Custos totais de produção são o total
das despesas realizadas pela empresa com uti-
lização da combinação mais econômica dos
fatores, por meio da qual é obtida uma deter-
minada quantidade do produto. Os custos
totais de produção (CT) são divididos em
custos variáveis totais (CVT) e custos fixos
totais (CFT):
CT = CVT + CFT
Os custos fixos totais (CFT), corres-
pondem à parcela dos custos totais que não
aumentam com o aumento da produção.
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 19
São decorrentes dos gastos com os fatores
fixos de produção, como por exemplo, de-
preciação, aluguéis, seguros, etc.
Já os custos variáveis totais (CVT),
correspondem à parcela dos custos totais
que variam com o aumento da produção. São
despesas realizadas com a compra da maté-
ria-prima, materiais secundários, mão-de-
obra direta, etc.
Os custos, também, podem ser classifi-
cados de curto ou longo prazo.
Os custos de curto prazo são caracteri-
zados por serem compostos por parcelas de
custos fixos e de custos variáveis.
Os custos de longo prazo são formados
unicamente por custos variáveis, pois a partir
de determinado momento, os próprios custos
fixos que eram fixos passam a aumentar, pois
aumentou o número de máquinas para produ-
zir mais mercadorias.
Os custos são, ainda classificados como
médios e marginais.
Os custos médios são obtidos pela divi-
são entre o custo total e a quantidade produzi-
da, ou seja, representa o custo médio para se
produzir determinado produto.
O custo marginal é dado pela variação
do custo total em resposta a uma variação da
quantidade produzida, ou seja, deseja saber
quanto variará o custo se acrescer uma unida-
de na produção.
As empresas têm como objetivo maior
a maximização de lucros. Onde se pode defi-
nir o lucro total como a diferença entre as re-
ceitas de vendas da empresa e os seus custos
totais de produção. Ou seja:
LT = RT – CT
Onde:
LT = lucro total; RT= receita total e
CT= custo total.
Receita é o valor que é recebido, que é
apurado.
Como receita total entende-se o valor
das vendas totais realizadas num determina-
do período de tempo. Então como receita
teremos:
RT = P x Q
Onde:
RT = receita total; P = preço e Q = quan-
tidade.
Ou seja, receita total é igual ao preço do
bem ou serviço multiplicado por sua respecti-
va quantidade vendida.
Qualquer empresa, que deseje maxi-
mizar lucros, escolherá o nível de produ-
ção para o qual a diferença positiva entre
receita total e custo total sejam a maior
possível.
3.3 – CURVA DE OFERTA
Em Economia, oferta significa a quanti-
dade de bens ou serviços que se oferece aos
consumidores.
A oferta representa as várias quantida-
des que os produtores desejam oferecer ao mer-
cado em determinado período de tempo. Da
mesma maneira que a demanda, a oferta de-
pende de vários fatores:
• de seu próprio preço e dos demais
preços,
• do preço dos fatores de produção,
• das preferências do empresário e
• da tecnologia.
A função oferta mostra uma relação di-
reta entre quantidade ofertada e nível de pre-
ços, ceteris paribus. Essa representa a chama-
da Lei Geral da Oferta.
A relação direta entre a quantidade ofer-
tada de um bem ou serviço e seu preço deve-
se ao fato de que, um aumento do preço no
mercado estimula as empresas, os produtores
a produzirem mais, aumentando sua receita.
Podemos expressar a curva de demanda con-
forme a figura da página ao lado.
20 •••••
A inclinação da curva de oferta é positiva-
mente inclinada, uma vez que a relação entre quan-
tidade ofertada e o preço é diretamente pro-
porcional.
Além do preço do bem, a oferta de bem
ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de
produção (matérias-primas, salários, preço da
terra) e por alterações tecnológicas, ou pelo au-
mento do número de empresas no mercado.
a) Existem algumas definições sobre o que é
insumo; procure no texto que você acaba de
ler e transcreva a definição econômica de in-
sumo:
_________________________________________
_________________________________________
b) Raciocinando como um empresário, quan-
do um método de produção é eficiente?
_________________________________________
_________________________________________
c) Volet ao texto e escreva o que é função de
produção para a economia:
_________________________________________
_________________________________________
d) qual o objetivo básico de uma empresa?
_________________________________________
_________________________________________
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 21
 4. O MERCADO
Na Língua Portuguesa, a palavra mercado
tem diversos significados, dependendo da área
de atuação. Você mesmo utiliza alguns deles. Em
Economia, mercado pode significar o conjunto de
transações comerciais entre vários países ou no
interior de um país; e pode significar, também, o
conjunto de consumidores que absorvem deter-
minados produtos e/ou serviços. No presente
trabalho será tratado o segundo conceito, ou seja,
o que diz respeito ao meio consumidor
4.1 – O PREÇO DE EQUILÍBRIO
A interação das curvas de demanda e ofer-
ta determina o preço e a quantidade de equilíbrio
de um bem ou serviço em um dado mercado.
No encontro das curvas de oferta e de-
manda (ponto E) teremos o preço e a quantida-
de de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade
que atendem os objetivos dos consumidores e
dos produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar
abaixo daquela de equilíbrio “E”, teremos
uma situação de escassez do produto. Have-
rá uma competição entre os consumidores,
pois as quantidades procuradas serão maio-
res que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que
forçará a elevação dos preços, até atingir-se
o equilíbrio, quando as filas cessarão.
Se, por outro lado, a quantidade ofertada
se encontrar acima do ponto de equilíbrio E, ha-
verá um excesso ou excedente de produção, um
acúmulo de estoques não programado do pro-
duto, o que provocará uma competição entre os
produtores, conduzindo a uma redução dos pre-
ços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Quando há competição, tanto de consu-
midores quanto de ofertantes, há uma tendên-
cia natural no mercado para se chegar a uma
situação de equilíbrio estacionário.
4.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS
MERCADOS
Há várias formas ou estruturas de mer-
cado. Essas dependem, fundamentalmente, de
três características básicas:
a) número de empresas que compõem esse
mercado;
b) tipo de produto produzido nesse mercado e
c) se existem ou não barreiras, obstáculos para
que novas empresas entrem nesse mercado.
Neste sentido podemos ter as seguintes
estruturas de mercado: Concorrência Perfeita,
Monopólio, Oligopólio e Concorrência Monopolista.
a) Concorrência Perfeita – é um tipo de
mercado em que há um grande número de ven-
dedores (empresas). Nesse caso, uma empresa,
isoladamente, por ser insignificante, não afeta os
níveis de oferta do mercado e, conseqüentemen-
te, o preço de equilíbrio. É um mercado “atomi-
zado”, pois é composto de um número expressi-
vo de empresas, como se fossem átomos.
Esse tipo de mercado possui algumas
características básicas:
• trabalham com produtos homogêneos,
onde não existe diferenciação entre os
produtos ofertados pelas empresas;
• não existem barreiras para o ingresso
de novas empresas, ou seja, qualquer
empresa pode entrar no mercado fa-
cilmente e
• há transparência no mercado, onde to-
das as informaçõessobre lucros, pre-
ços, etc., são conhecidas por todos os
participantes do mercado.
22 •••••
Na realidade, não há o mercado, tipica-
mente, de concorrência perfeita no mundo real.
Possivelmente, o mercado de produtos horti-
frutigranjeiros (que produzem tomate, repo-
lho, pepino, etc.) seja o exemplo mais próxi-
mo que se poderia apontar.
b) Monopólio – Apresenta condições
opostas às da concorrência perfeita. Nele exis-
te, de um lado, um único empresário dominan-
do inteiramente a oferta/produção e, de ou-
tro, todos os consumidores. Não há, portanto,
concorrência, nem produto substituto ou con-
corrente. Nesse caso, ou os consumidores se
submetem às condições impostas pelo vende-
dor, ou deixarão de consumir o produto.
Para a existência de monopólios, geral-
mente, existem barreiras que impedem a en-
trada de novas empresas no mercado. Essas
barreiras podem advir das seguintes condições:
• controle de matérias-primas, onde o
monopólio controla a fonte de matéria-
prima para produzir o seu produto;
• patente exclusiva do produto, não per-
mitindo que outras empresas produ-
zam aquele produto;
• elevado volume de capital, onde a em-
presa para entrar necessita de alto vo-
lume de capital e tecnologia.
c) Oligopólio – é caracterizado por um
pequeno número de empresas que dominam a
oferta de mercado. Pode caracterizar-se como
um mercado em que há um pequeno número
de empresas ou, então, um grande número de
empresas, mas poucas dominam o mercado.
No oligopólio, tanto as quantidades ofer-
tadas quanto os preços são fixados entre as
empresas por meio de conluios ou cartéis.
O Cartel é uma organização (formal ou
informal) de produtores dentro de um setor
que determina a política de preços para todas
as empresas que a ele pertencem.
No oligopólio, normalmente as empre-
sas discutem suas estruturas de custos. Há uma
empresa líder que, via de regra, fixa o preço,
respeitando as estruturas de custos das demais,
e há empresas satélites que seguem as regras
ditadas pelas líderes. Esse é um modelo cha-
mado de liderança de preços.
d) Concorrência Monopolista – é uma
estrutura de mercado intermediária entre a
concorrência perfeita e o monopólio, mas que
não se confunde com oligopólio.
Na concorrência monopolista há um nú-
mero relativamente grande de empresas, com
certo poder concorrencial, porém com seg-
mentos de mercados e produtos diferenciados
e com margem de manobra para fixação dos
preços não muito ampla, uma vez que existem
produtos substitutos no mercado.
a) Em termos de economia, qual a definição
mais usada de mercado?
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
b) Com suas palavras tente explicar o que é
preço de equilíbrio?
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
c) Quais as estruturas de mercado mais conhe-
cidas?
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade I
••••• 23
5. CONSUMO E POUPANÇA
Em Economia, Consumo significa a uti-
lização, pela população, pelos consumidores,
das riquezas, materiais e artigos produzidos.
5.1 – COMPONENTES DO CONSUMO
O consumo global de um país é influen-
ciado por uma série de fatores, tais como: ren-
da nacional, estoque de riqueza ou patrimônio,
taxa de juros de mercado, disponibilidade de
crédito, expectativa sobre a renda futura, ren-
tabilidade das aplicações financeiras, etc.
No entanto, estudos estatísticos mostram
que as decisões de consumo da coletividade
são influenciadas fundamentalmente pela ren-
da nacional disponível, ou seja, a parcela da
renda que fica disponível para os consumido-
res gastarem (ou pouparem).
Então:
C = f(RND), ou seja, o consumo se dá
em função da renda, onde:
C = Consumo agregado;
RND = renda nacional disponível.
5.2 – POUPANÇA E INVESTIMENTO
A poupança é a parcela da renda nacio-
nal que não é gasta em bens de consumo. A
poupança é a diferença entre a renda e o con-
sumo. Em outras palavras, é o não consumo
presente, em função de um consumo futuro.
Então:
S = f(RND), ou seja, a poupança se dá
em função da renda, onde:
S = poupança agregada;
RND = renda nacional disponível.
Já o investimento (construções, máqui-
nas, etc.) é o acréscimo ao estoque de capital
que leva ao crescimento da capacidade produ-
24 •••••
tiva. A curto prazo, é visto pelo lado dos gas-
tos necessários para a ampliação da capacida-
de produtiva.
O investimento é a principal variável para
explicar o crescimento da renda nacional de
um país.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o in-
vestimento agregado é determinado por dois
fatores:
• a taxa de rentabilidade esperada,
• a taxa de juros de mercado.
A taxa de rentabilidade esperada ou taxa
de retorno é calculada a partir da estimativa
do retorno esperado pela aquisição do bem de
capital (construções, máquinas, etc.).
A taxa de juros e o investimento pos-
suem uma relação inversamente proporcio-
nal. Se a empresa já dispõe de capital pró-
prio, a taxa de juros representará quanto a
empresa ganharia, se em vez de investir em
suas instalações, aplicasse no mercado finan-
ceiro. Isto é o que chamamos de Custo de
Oportunidade do Capital.
Neste caso, um outro conceito impor-
tante é o de crédito, que regulado pela taxa
de juros, determina o montante de investi-
mentos.
Crédito pode ser definido como sendo
a troca de um bem disponível no momento
pela promessa de um pagamento futuro.
Quando as operações de crédito na econo-
mia são estimuladas, normalmente, o consu-
mo das famílias aumenta.
O capital pode sofrer desgaste duran-
te o processo produtivo. Para repor esse des-
gaste ou mesmo substituir os equipamentos,
as máquinas durante o processo produtivo,
a depreciação pode ser utilizada para cobrir
tais custos.
6. EMPREGO
6.1 – MERCADO DE TRABALHO
No mercado de trabalho temos o que
chamamos de população economicamente ati-
va, que são aquelas pessoas que fazem parte de
uma determinada faixa etária que tem condi-
ções de estar trabalhando.
Fazem parte da população economicamen-
te ativa as pessoas efetivamente empregadas, re-
cebendo salários e contribuindo para o aumento
da renda e do consumo da economia.
As pessoas desempregadas, também, fa-
zem parte da população economicamente ati-
va, embora não estejam trabalhando ou este-
jam procurando emprego.
6.2 – OFERTA E DEMANDA DE
EMPREGO
O mercado de trabalho é constituído pela
oferta e demanda de emprego. A oferta de empre-
go é determinada pelas empresas que ao produzi-
rem, ao aumentarem a produção contratam pes-
soas para desempenhar determinadas atividades e
recebem renda por isso. O governo também tem
papel fundamental neste processo, pois, também,
é um grande contratante de mão-de-obra.
O governo, além de empregador, pode
funcionar como um alavancador de empregos
para a população quando desenvolve políticas que
influenciam as atividades das empresas. O gover-
no pode facilitar o aumento de emprego quando
reduz tributos, oferece condições de maior cré-
dito para as empresas, para que possam produzir
mais, e, assim, contratar mais pessoas.
Políticas direcionadas para a melhoria
das condições de vida da população, no intui-
to de melhorar a distribuição de renda, tam-
bém funciona como um incentivo para a gera-
ção de empregos.
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
I ••••• 25
a) Claro que você já sabe o que é “consumo”;
e quais os seus componentes?
__________________________________________
__________________________________________
b) Em poucas palavras, defina o que vem a ser
poupança:
__________________________________________
__________________________________________c) Como pode ser entendido o que é “investi-
mento” no mercado imobiliário?
__________________________________________
__________________________________________
d) Pesquise um pouco na apostila e relacione
quais os fatores que determinam o investimen-
to agregado:
__________________________________________
__________________________________________
e) Na profissão de corretor de imóveis muito
provavelmente você terá que avaliar bens mó-
veis e imóveis: esse bens sofrem depreciação,
mas o que é mesmo depreciação?
__________________________________________
__________________________________________
f) O mercado imobiliário movimenta grandes
somas em qualquer economia. E o que é mer-
cado de trabalho?
__________________________________________
__________________________________________
g) Pense um pouco e escreva abaixo:: quais
as ações no campo econômico que o go-
verno poderia adotar para melhorar o ní-
vel de emprego?
__________________________________________
__________________________________________
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 27
Unidade
II
¾ Conceituar Moeda, Sistema Financeiro, Inflação,
Balanço de Pagamentos, Taxa de Câmbio, Globalização,
Macroeconomia;
¾ Identificar características básicas de organização do sistema
financeiro nacional;
¾ Reconhecer a função da moeda;
¾ Estabelecer comparação entre Crescimento e desenvolvimento
Econômico;
¾ Refletir sobre as conseqüências da globalização;
¾ Reconhecer a importância das informações estudadas para o
exercício da profissão.
28 •••••
7. ECONOMIA MONETÁRIA
7.1 – A MOEDA: SUA HISTÓRIA E
SUAS MODALIDADES
Em economia, moeda é o meio pelo qual
são efetuadas as transações monetárias. Esse
meio varia no tempo e entre as culturas. Vai
desde a utilização de uma peça de metal cu-
nhada pelo governo até às mais sofisticadas
formas de transação.
Monetária são coisas, ações relativas à
moeda.
O uso da moeda nas economias em que
vivemos é de tal forma generalizada que se
torna difícil imaginar o funcionamento de um
sistema econômico em que não existam ins-
trumentos monetários.
Mas, existiam grupos que não utilizavam
moeda. Esses primeiros agrupamentos, em
geral nômades, sobreviveram sob padrões bas-
tante simples de atividade econômica. Eram
grupos que não conheceram a moeda e, quan-
do recorriam a atividades de troca, realizavam
trocas em espécie, ou seja, trocavam merca-
dorias por mercadorias.
A prática de troca de mercadorias ou
serviços, sem fazer uso de moeda, denomina-
se escambo.
Antes da existência da moeda, o fluxo
de trocas de bens e serviços na economia
dava-se por meio do escambo, com trocas
diretas de mercadoria por mercadoria. No
entanto, vários eram os transtornos causados
pela falta da moeda, como por exemplo a
questão da divisibilidade do bem para a tro-
ca por outro, ou seja, quando se tinha que di-
vidir uma mercadoria para comprar uma uni-
dade inteira de outra.
Assim, na medida que a economia foi se
desenvolvendo, aumentando as trocas, surgiu
a necessidade do aperfeiçoamento dos instru-
mentos de troca.
Com a evolução da sociedade, certas
mercadorias passaram a ser aceitas por todos,
por suas características peculiares ou pelo pró-
prio fato de serem escassas. Por exemplo, o
sal, que por ser escasso, era aceito na Roma
Antiga como moeda.
Em diversas épocas e locais diferentes,
outros bens assumiram idêntica função. Por-
tanto, a moeda mercadoria constitui a forma
mais primitiva de moeda na economia.
Com a evolução do comércio, os me-
tais preciosos passaram a assumir a função
de moeda por diversas razões: são limita-
dos na natureza, possuem durabilidade e re-
sistência, são divisíveis em peso. Os metais
preciosos tiveram o papel de moeda por
muito tempo.
Nosso atual papel-moeda teve ori-
gem na moeda-papel. As pessoas de posse
de ouro, por questões de segurança, o guar-
davam em casas especializadas, onde os ou-
rives – pessoas que trabalhavam com ouro
e prata, emitiam certificados de depósitos
dos metais. Ao adquirir bens e serviços, as
pessoas podiam então fazer os pagamentos
com esses certificados, já que, por serem
transferíveis, o novo detentor do título po-
deria retirar o montante correspondente de
metal junto ao ourives.
Mais tarde, com a criação dos Estados
nacionais aparece o papel-moeda. Cada Es-
tado passou a emitir seu papel-moeda, sen-
do este lastreado (garantido) em ouro (pa-
drão ouro).
O ouro, contudo, era um metal com
reservas limitadas na natureza, e como a ca-
pacidade de emitir moeda estava vinculada
à quantidade de ouro existente, o padrão-
ouro passou a apresentar um obstáculo à
expansão das economias nacionais e do co-
mércio internacional, ao impor um limite a
oferta monetária.
Dessa forma, a partir de 1920, o padrão-
ouro foi abandonado, e a emissão de moeda
passou a ser livre, ou a critério das autoridades
monetárias de cada país. Assim, a moeda pas-
sou a ser aceita por força de lei, denominando-
se moeda de curso forçado ou moeda fiduciá-
ria (na qual se pode confiar).
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
••••• 29
Pode-se conceituar moeda como um instrumen-
to ou objeto que é aceito pela coletividade para
intermediar as transações econômicas, para paga-
mento dos bens, serviços e fatores de produção.
Essa aceitação é garantida por Lei, ou seja, a
moeda tem “curso forçado”. Representa liquidez
imediata para quem a possui, pois pode ser troca-
da por outras mercadorias e/ou serviços. É a única
forma irrecusável para quitação de obrigações.
7.2 – FUNÇÕES E TIPOS DE MOEDA
As principais funções da moeda são:
• Instrumento ou meio de troca – serve para
intermediar a troca de bens, serviços e
fatores de produção da economia.
• Denominador comum monetário – possibilita
que sejam expressos em unidades mone-
tárias os valores de todos os bens e ser-
viços produzidos pelo sistema econômi-
co. É um padrão de medida.
• Reserva de Valor – a moeda representa li-
quidez imediata. Pode ser acumulada
para a aquisição de um bem ou serviço
no futuro. Ou seja, pode ser guardada
para render valor no futuro.
• Padrão para pagamento diferido – a moeda
pode ser utilizada para pagamentos de
contas em períodos diferentes.
Tipos de Moeda
• Moedas metálicas: são emitidas pelo
Banco Central, constituem pequena par-
cela da oferta monetária e visam facilitar
as operações de pequeno valor.
• Papel-moeda: são emitidas pelo Banco
Central, representa parcela significativa da
quantidade de dinheiro em poder do pú-
blico. Quando juntamos as moedas metá-
licas e o papel-moeda em poder do públi-
co denominamos de moeda manual.
• Moeda escritural: é representada pe-
los depósitos a vista nos bancos comer-
ciais.
a) Volte ao tempo das cavernas e defina o que
é escambo:
__________________________________________
__________________________________________
b) Dê uma pesquisada no texto e escreva a de-
finição de “moeda mercadoria” .
__________________________________________
__________________________________________
c) Sempre ouvimos falar de “papel-moeda”.
O que vem a ser esse conceito econômico?
__________________________________________
____________________________________________________________________________________
d) Agora que sabemos o que vem a ser papel-
moeda, escreva abaixo quais as principais fun-
ções da moeda:
__________________________________________
__________________________________________
30 •••••
7.3 – DEMANDA E OFERTA DE
MOEDA
A criação da moeda depende da sua res-
pectiva demanda e oferta por parte da popu-
lação e das autoridades monetárias (governo).
Oferta de Moeda
Oferta de moeda é o suprimento de
moeda para atender às necessidades da coleti-
vidade. Pode ser ofertada pelas autoridades
monetárias e pelos Bancos Comerciais.
A moeda é criada pelo governo e ofer-
tada pelas autoridades monetárias e pelos ban-
cos comerciais (Itaú, Bradesco, Safra etc).
A oferta de moeda pode também ser
chamada de meios de pagamento.
Os meios de pagamento constituem o
total de moeda à disposição do setor privado,não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que
pode ser utilizada imediatamente para efetuar
transações econômicas.
A liquidez da moeda é a capacidade que
ela tem de ser um ativo prontamente disponí-
vel e aceito para as mais diversas transações.
Os meios de pagamento em sua forma
tradicional são a soma da moeda em poder
das pessoas, mais os depósitos a vista nos ban-
cos comerciais. Eles representam, então, “o
quanto” a coletividade tem de moeda física
(metálica e papel) com o público ou no cofre
das empresas, somados a “o quanto” ela tem
em conta corrente nos bancos.
Uma das formas mais tradicionais de se
aumentar rapidamente os meios de pagamen-
to pode ser observada a partir da ampliação
dos empréstimos pelos bancos comerciais ao
setor privado. À medida em que os bancos
comerciais têm mais recursos, eles possuem um
efeito multiplicador, de dobrar, triplicar, a
moeda através de empréstimos.
O conceito econômico de moeda é re-
presentado apenas pela moeda que está com o
setor privado não bancário, ou seja, excluem-
se os próprios bancos comerciais, e a moeda
que está com as autoridades monetárias.
Esse dinheiro que pertence aos bancos é
denominado de encaixe monetário, que o mes-
mo tem que manter junto ao Banco Central.
Representa a porcentagem dos depósitos de
um banco que não pode ser emprestada ou
empregada em qualquer negócio, devendo fi-
car como garantia ou lastro do mesmo.
Também são considerados, na defini-
ção tradicional de meios de pagamento, as
cadernetas de poupança e os depósitos a
prazo nos bancos comerciais. Os meios de
pagamento também podem ser chamados de
M1, ou seja, ativos ou haveres monetários.
Os demais ativos financeiros, que rendem
juros, são chamados de ativos ou haveres não
monetários. São os chamados M2, M3, M4,
conforme a rapidez com que podem ter li-
quidez, ou seja, podem ser transformados
em moeda.
Ocorre criação de moeda quando há um
aumento do volume dos meios de pagamento.
O aumento dos empréstimos ao setor privado
se refere à criação de moeda.
Ocorre destruição de moeda quando
existe redução dos meios de pagamento. O
resgate de um empréstimo no banco se refere
a destruição de moeda.
Demanda de Moeda
A demanda de moeda corresponde à
quantidade desta que o setor privado, não ban-
cário, retém, em média, com o público, no co-
fre das empresas e em depósitos a vista nos
bancos comerciais.
Existem três razões pelas quais se retém
moeda, em vez de utilizá-la na compra de títu-
los, imóveis, etc.
1ª) As pessoas e empresas precisam de di-
nheiro para suas transações do dia-a-dia;
2ª) O público e as empresas precisam ter
uma certa reserva monetária para fazer
face a pagamentos imprevistos ou atra-
sos em recebimentos esperados (deman-
da de moeda por precaução); e
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
••••• 31
3ª) Os investidores devem deixar uma “ces-
ta” para a moeda, observando o com-
portamento da rentabilidade dos vários
títulos, para fazer algum novo negócio
(demanda de moeda por especulação).
As duas primeiras razões dependem di-
retamente do nível de renda. Quanto maior a
renda maior a necessidade de moeda para tran-
sações e por precaução. A terceira depende da
taxa de juros, onde há uma relação inversa en-
tre demanda de moeda por especulação e taxa
de juros. Quanto maior o rendimento dos títu-
los, menor a quantidade de moeda que o apli-
cador retém em sua carteira, já que é melhor
utiliza-la na compra de ativos rentáveis.
a) No jargão da economia, o que vem a ser
“meios de pagamento”:
__________________________________________
__________________________________________
b) Releia o texto e escreva: o que é “encaixe
monetário”?
__________________________________________
__________________________________________
7.4 – A TAXA DE JUROS DE
EQUILÍBRIO
A taxa de juros tem um papel estratégi-
co nas decisões dos mais variados agentes eco-
nômicos.
Para as empresas, as decisões quanto à
compra de máquinas, equipamentos, aumentos
ou diminuição de estoques, de matérias-primas
ou de bens finais são determinadas, não só pelo
nível atual, mas, também, pelas expectativas
quanto aos níveis futuros das taxas de juros.
Se as expectativas quanto à trajetória das
taxas de juros se tornam pessimistas, os em-
presários devem manter níveis baixos de esto-
ques e mesmo de capital de giro, uma vez que
o custo de manutenção desses ativos pode ser
extremamente caro no futuro.
Os consumidores exercem um maior
poder de compra à medida em que as taxas de
juros diminuem, e o contrário, se as taxas de
juros aumentam.
A taxa de juros tem um importante pa-
pel, pois a determinação de seu patamar influ-
encia o volume de consumo, notadamente, de
bens de consumo duráveis, por parte das fa-
mílias.
A diminuição do consumo ocorre por-
que as pessoas passam a preferir poupança a
consumo, e dirigem sua renda não gasta para
os bancos, com o intuito de auferirem receitas
financeiras.
Muito se indaga sobre as diferenças en-
tre as taxas de juros praticadas no mercado.
Entre a taxa de juros que é determinada pelo
Conselho Monetário Nacional e as taxas de
juros cobradas pelos bancos comerciais. A essa
diferença entre taxas de juros, no sistema ban-
cário, dá-se o nome de “spread”.
8. SISTEMA FINANCEIRO
Sistema Financeiro Nacional é a estrutu-
ra institucional que regulamenta, supervisiona
e opera as intermediações financeiras, incluí-
das as dos consórcios, os negócios com valo-
32 •••••
res mobiliários, os seguros e a previdência com-
plementar.
8.1 – COMPÕEM O SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL:
I - Órgãos Normativos:
a) Conselho Monetário Nacional (CMN)
b) Conselho Nacional de Seguros Priva-
dos (CNSP)
c) Conselho de Gestão da Previdência
Complementar (CGPC)
II - Entidades Supervisoras:
a) Banco Central do Brasil (Bacen)
b) Comissão de Valores Mobiliários
(CVM)
c) Superintendência de Seguros Privados
(Susep)
d) Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-
Brasil)
e) Secretaria de Previdência Complemen-
tar (SPC)
III - Agentes operadores do sistema:
a) Bancos comerciais ou múltiplos, cap-
tadores de depósitos à vista
b) Bancos de investimentos e demais ins-
tituições financeiras operadoras de
poupanças e empréstimos
c) Caixas Econômicas
d) Cooperativas de crédito
e) Intermediários financeiros e adminis-
tradores de recursos de terceiros
f) Bolsa de mercadorias e de futuros
g) Bolsa de valores
h) Sociedades seguradoras
i) Sociedades de capitalização
j) Entidades abertas de previdência com-
plementar
k) Entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão)
(Fontes: Constituição Federal )
No âmbito do sistema financeiro, qual-
quer entidade pública tem o mesmo tratamen-
to como se privada fosse, isto é, sem privilé-
gio algum, como é o caso do Banco do Brasil.
A lei é igual para todas.
O Sistema financeiro dispõe de diversas
modalidades de créditos para investimentos que
podem estar ligados aos seguintes mercados:
Mercado monetário: neste são realiza-
das as operações de curtíssimo prazo com a
finalidade de suprir as necessidades de caixa
dos diversos agentes econômicos, como os
empréstimos para as pessoas físicas;
Mercado de crédito: neste são atendidas
as necessidades de recursos de curto, médio e
longo prazos, principalmente oriundas da de-
manda de crédito para aquisição de bens de
consumo durável e da demanda de capital de
giro das empresas. Ex: crédito rápido, descon-
to de duplicatas, etc. Também engloba os finan-
ciamentos de longo prazo, como o Finame etc.
As pessoas envolvidas no mercado de crédito
são chamadas de credores e devedores.
Mercado de Capitais: procuram suprir
as exigências de recursos de médio e de longo
prazos, principalmente com vistas à realização
de investimentos em capital. Ex: compra e ven-
da de ações, debêntures, etc.
Mercado Cambial: nele são realizadas
a compra e a venda de moeda estrangeira, para
atender a diversas finalidades, como a compra
de câmbio, para importação; a venda por par-
te dos exportadores; e venda/compra, para
viagens de turismo.
Mercados Primários e Secundários: Os
primários são aqueles emque se realiza a pri-
meira compra/venda de algum ativo recém-
emitido; os secundários caracterizam-se por ne-
gociarem ativos financeiros já negociados an-
teriormente.
Mercados à vista, futuros e opções: Os
mercados à vista negociam apenas ativos com
preços a vista; os mercados futuros negociam
os preços esperados de certos ativos e de mer-
cadorias para determinada data futura e os
mercados de opções negociam opções de com-
pra/venda de determinados ativos em data
futura.
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
••••• 33
9. INFLAÇÃO
9.1 – A DEFINIÇÃO E MEDIDA DA
INFLAÇÃO
A inflação ou instabilidade de preços é
definida como um aumento persistente e ge-
neralizado no índice de preços, ou seja, são
aumentos contínuos de preços.
As fontes de inflação diferem em função
das condições de cada país, em virtude de al-
guns aspectos, como:
a) tipo de estrutura de mercado – se con-
correncial, monopolista ou oligopolis-
ta, dependendo do mercado há um con-
dicionamento da capacidade dos vários
setores repassarem aumentos de custos
aos preços dos produtos;
b) grau de abertura da economia ao exteri-
or – quanto mais aberta a economia à
competição externa, maior a concorrên-
cia interna entre fabricantes, e menores
os preços dos produtos; e
c) estrutura das organizações trabalhistas
– onde quanto maior o poder de barga-
nha dos sindicatos, maior a capacidade
de obter reajustes de salários acima dos
índices de produtividade e maior a pres-
são sobre os preços.
9.2 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA
INFLAÇÃO
As conseqüências da inflação variam com
a intensidade e com a velocidade do processo de
alta dos preços. Uma baixa variação de preços,
dita discreta, produz efeitos econômicos assimi-
láveis, em alguns casos até despercebidos pelos
consumidores. O quadro de relativo conforto
começa a alterar-se à medida que o processo de
alta de preços se torna mais intenso, atingindo os
fatores de produção, os produtos, as categorias
de renda e os estratos socio-econômicos.
A inflação corrói o poder de compra do
salário nominal recebido pelo trabalhador,
pela população.
As inflações intensas podem produzir
graves efeitos redistributivos sobre a renda
agregada e as riquezas acumuladas. Esses efei-
tos dependem da intensidade do processo e
dos mecanismos de defesa acionados. No li-
mite, podem destruir as bases do ordenamen-
to econômico, ao atingirem as funções mone-
tárias ou a confiança do público em quaisquer
formas de haveres financeiros (moeda, títulos,
cadernetas de poupança, etc.).
Algumas das suas conseqüências po-
dem ser:
• Destruição da moeda, com sua capaci-
dade de reserva de valor e de sua utili-
dade como meio de pagamento;
• Destruição da estrutura e da logicida-
de do sistema de trocas;
• Desarticulação de suprimentos nas ca-
deias produtivas;
• Regressão das atividades produtivas à
linha de subsistência;
• Queda vertiginosa do nível de emprego;
• Ruptura do tecido social;
• Ruptura político-institucional, onde o
governo perde o controle da situação.
Não há uma única teoria que seja capaz
de explicar todos os tipos de inflação. Eles
são muitos e, geralmente, são diferenciados
por qualificativos que remetem às causas, às
magnitudes dos processos de alta e suas ca-
racterísticas visíveis. Os principais troncos
teóricos que procuram explicar a inflação
podem ser agrupados em: inflação de de-
manda, inflação de custos e Inflação Inerci-
al.
9.3 – INFLAÇÃO DE DEMANDA E
INFLAÇÃO DE CUSTO
Uma das principais explicações teóricas
da inflação sustenta que as altas generalizadas
de preços resultam de uma procura ou deman-
da agregada excessiva em relação à capacida-
de de oferta da economia, ou seja, refere-se ao
34 •••••
excesso de demanda agregada em relação à
produção disponível de bens e serviços.
Neste caso, a procura exacerbada em-
purra os preços para cima, dando origem a
uma espiral de alta, tanto mais intensa quan-
to menor for a capacidade ociosa da econo-
mia. Nesta situação, aumentos da demanda
agregada de bens e serviços conduzem a ele-
vações de preços.
As inflações resultantes de gastos exces-
sivos por parte dos consumidores, podem ori-
ginar-se tanto do setor real (do próprio con-
sumo da população), quanto no setor mone-
tário da economia (onde o governo estimula
o consumo colocando mais dinheiro no mer-
cado, via taxas de juros baixas e com maior
crediário).
Tal fato, pode resultar do receio de falta
de produtos, por parte dos produtores ou
pode originar-se da inadequada condução da
política monetária, levando à maior oferta
de moeda e à multiplicação dos meios de pa-
gamento em escalas mais que proporcionais
à capacidade efetiva de geração de bens e
serviços.
Neste caso, uma solução para combater
este tipo de inflação poderia ser o arrocho sa-
larial, impedindo, assim, que as pessoas deman-
dem bens e serviços, resultando em baixa pres-
são sobre os preços ou outras medidas que im-
peçam as pessoas de adquirir bens e serviços,
reduzindo a pressão sobre os níveis de preços.
A inflação de custos são movimentos de
alta de preços originários da expansão dos cus-
tos dos fatores (terra, capital e trabalho) mo-
bilizados no processamento da produção de
bens e serviços. Este tipo de inflação pode ser
associado a uma inflação de oferta. O nível de
demanda permanece o mesmo, mas os custos
de certos fatores importantes aumentam.
Esse tipo de inflação pode originar-se:
• da expansão de tributos indiretos co-
brados pelo governo, que desencadeia
um processo de alta que se auto-alimen-
tará em espiral;
• da expansão dos custos do fator traba-
lho que pode dar origem a altas gene-
ralizadas;
• da ampliação das margens de lucro, ain-
da que setorialmente localizadas, pode
propagar-se ao longo da cadeia de pro-
dução, elevando os preços.
Em síntese, o aumento de salários e dos
preços das matérias-primas representam um
causador da inflação de custos.
Os efeitos desse processo inflacionário
podem influenciar no perfil da distribuição da
renda, do balanço de pagamentos, nas finan-
ças públicas e, até mesmo, nas expectativas das
empresas.
A inflação inercial ou inércia inflacio-
nária fundamenta-se na capacidade de auto-
propagação da inflação e na prática generali-
zada da indexação – na correção dos custos
dos fatores e dos preços dos produtos - inde-
finidamente, pelos índices da inflação passada,
para que se mantenha a estrutura dos preços
relativos e se recomponha a capacidade de
compra das remunerações pagas.
A concepção da inflação inercial pressu-
põe expectativas compulsivas que levam à re-
marcação contínua de preços, à indexação de
contratos e a um tipo de convivência com o
processo de alta aceito e praticado por todos
os agentes econômicos.
Existe, ainda, a inflação administrada,
onde as empresas monopolistas ou oligopo-
listas aumentam seus preços com objetivos de
lucrarem mais. Nesse caso, os consumidores
não têm outra alternativa, senão deixar de con-
sumir os produtos fabricados por tais empre-
sas se não quiserem pagar mais por eles.
9.4 – A INFLAÇÃO NO BRASIL
Uma das características históricas da eco-
nomia brasileira é a tendência secular à alta dos
preços. No Brasil, os períodos de variação ace-
lerada dos preços têm prevalecido sobre os de
inflação moderada, sobretudo nos últimos 50
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
INEDI - Cursos Profissionalizantes ••••• 35
anos. A partir da 2ª Guerra Mundial o País vi-
veu épocas de inflação galopante ascendente. E
na transição dos anos 80 para 90 esteve bem
perto de uma hiperinflação descontrolada.
De uma simples leitura das séries his-
tóricas da inflação no Brasil, pode-se obser-
var que nos últimos 50 anos aconteceram,
pelo menos sete, períodos distintos. Eles são
definidos pela magnitude das taxas de varia-
ção da oferta monetária e dos preços; pelas
causas prováveis do processo de alta e pela
tipologia dos programas de estabilização.
Os períodos são:
- 1946-58: Inflação de crédito e estrutural
- 1958-63: Inflação predominantemente
fiscal
- 1964-67: Aplicação de controles orto-
doxos
- 1968-79: Inflação reprimida- 1980-85: Instalação de movimentos iner-
ciais.
- 1986-94: Fase dos choques heterodoxos.
- 1994: A fundamentação e a implantação
do Real.
1946-58: Inflação de crédito e estrutural
- Nesse período, aceleraram-se os processos de
mudança estrutural do País, tanto no setor real
(industrialização) quanto no financeiro (criação
de instituições bancárias). Com isso, o efeito mul-
tiplicador da moeda escritural exerceu-se com
maior impacto, ampliando o efeito inflacionário
de emissões primárias de moeda. Acentuaram-
se, então, as pressões do setor real sobre o setor
financeiro, tanto para elevação da taxa de câm-
bio, quanto para abertura de novas linhas de fi-
nanciamento subsidiado. O resultado desta com-
binação, gradualmente, promoveu a aceleração
da inflação, que saiu de um patamar de 20%, ao
ano, para 40%, no final deste período.
1958-63: Inflação predominantemen-
te fiscal - Durante o período, aliados às pres-
sões por crédito pelo setor privado, somaram-
se as pressões fiscais devido aos constantes
déficits de caixa do governo, fazendo com que
se expandisse à oferta monetária. A este fator
de impulsão dos preços somaram-se, também,
as pressões reivindicatórias da classe trabalha-
dora, fazendo com que se impulsionasse, ain-
da mais, o processo inflacionário.
1964-67: Aplicação de controles orto-
doxos (conforme norma) - No período, o pro-
cesso foi o inverso ao verificado no anterior.
O governo adotou rígidos mecanismos orto-
doxos de controle do surto inflacionário. De-
belou o déficit fiscal. Conteve a oferta mone-
tária. Reformaram-se o sistema financeiro e a
estrutura tributária. Cada um dos fatores di-
agnosticados como causadores do surto infla-
cionário do Período anterior foi objeto de con-
troles rígidos. Com essas medidas, a inflação
anual recuou: de uma taxa entre 80 e 90% para
um novo patamar, próximo de 20%.
1968-79: Inflação reprimida – Nessa
década, as bases institucionais do período an-
terior foram mobilizadas para o milagre eco-
nômico. Buscou-se conciliar forte crescimento
econômico com contenção do processo infla-
cionário. As pressões internas, de origem finan-
ceira, que pressionavam a procura agregada
para cima, somaram-se as pressões externas de
custos, resultantes dos choques de oferta do
cartel do petróleo. Tal fato ocasionou uma es-
piral procura-custos, passando a exercer for-
tes pressões de alta na inflação. Neste período,
as emissões primárias de moeda utilizadas para
conter o déficit do setor público, multiplica-
das pelo sistema de intermediação bancária, cri-
aram uma das principais precondições para a
alta inflacionária dos preços.
1980-85: Instalação de movimentos
inerciais – No início da década de 1980, a in-
flação brasileira situou-se na faixa dos três dígi-
tos, mantendo-se em torno de 100%. Já no iní-
cio de 1986, caminhava para 300%. Instalou-se
na economia do país um processo inercial de
inflação, sob sustentação da correção monetá-
ria generalizada. A inflação passada reprodu-
36 •••••
zia-se no presente, animando um movimento
ascendente de alta de preços. As expectativas
dos agentes econômicos levaram à adoção de
indexadores contratuais e a remarcações de pre-
ços.
1986-94: Fase dos choques heterodoxos
– Foi um período marcado pelos planos econô-
micos heterodoxos, ou seja, da escolha de um con-
junto de medidas de choque para conter o proces-
so inflacionário. Foram vários planos, Plano Cru-
zado, Plano Bresser, Plano Verão, Planos Collor I
e II, em que a inflação caia no início mas voltava
com a falta de sustentação dos planos econômi-
cos.
1994: A fundamentação e a implanta-
ção do Real. - 1994 foi o ano chave. Primeiro
ocorreu a desidexação da economia com a cria-
ção da URV – Unidade de Referência de Valor.
Depois foi implantado um novo padrão mone-
tário, o Real. Neste período a inflação foi con-
trolada, quando impunhou-se uma nova disci-
plina emissora e a manutenção de uma rigorosa
linha estratégica, dirigida para quebrar as resis-
tências sociais à estabilidade. A estabilização
passaria a ser vista como um valor fundamen-
tal. Sistema que prevalece até os dias atuais.
A inflação pode ser medida por núme-
ros-índices, que são fórmulas matemáticas,
onde abrangem as variações dos preços dos
diversos produtos que compõem a cesta de
consumo da população.
a) Pense um pouco e relacione quais as funções
do Sistema Financeiro Nacional:
_________________________________________
_________________________________________
b) Quais as funções básicas do Conselho Mo-
netário Nacional?
_________________________________________
_________________________________________
c) E o Banco Central no Brasil? Cite duas de
suas principais funções:
_________________________________________
_________________________________________
d) Quais mercados estão ligados ao Sistema
Financeiro?
_________________________________________
_________________________________________
e) No Brasil convivemos há muitos anos com
a chamada inflação. Mas em economia, como
ela é definida?
_________________________________________
_________________________________________
f) Pense e escreva o que é indexação e quais os
males de sua prática generalizada?
_________________________________________
_________________________________________
g) O que é URV e o que representou para o
combate à inflação no Brasil?
_________________________________________
_________________________________________
ECONOMIA E MERCADOS – Unidade II
••••• 37
10. O SETOR EXTERNO
Comércio externo é o conjunto de ativi-
dades mercantis (comerciais), realizadas entre
países diferentes
Muitas explicações podem ser levantadas
para explicar porque os países comercializam
entre si. Dentre essas, destacam-se a diversifi-
cação de condições de produção, a possibili-
dade de redução de custos na produção de
determinado bem vendido para um mercado
global.
Os economistas clássicos forneceram a
explicação teórica básica para o comércio in-
ternacional através do chamado Princípio das
Vantagens Comparativas.
Esse princípio sugere que cada país deva
se especializar na produção daquela mercado-
ria em que é relativamente mais eficiente (ou
que tenha um custo relativamente menor). Essa
será, portanto, a mercadoria a ser exportada.
Por outro lado, esse mesmo país deverá
importar aqueles bens cuja produção implicar
um custo relativamente maior (cuja produção
é relativamente menos eficiente). Desse modo,
explica-se a especialização dos países na pro-
dução de bens diferentes, a partir da qual con-
cretiza-se o processo de troca entre eles.
A Teoria das Vantagens Comparati-
vas foi formulada por David Ricardo em 1817.
A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma
explicação para os movimentos de mercado-
rias no comércio internacional, a partir da ofer-
ta ou dos custos de produção existentes nesses
países. Logo, os países exportarão e se especi-
alizarão na produção dos bens cujo custo for
comparativamente menor em relação àqueles
existentes, para os mesmos bens, nos demais
países exportadores.
10.1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS
Balanço de Pagamentos é o registro esta-
tístico-contábil de todas as transações econômi-
cas realizadas entre os residentes do País com os
residentes dos demais países. Desse modo, estão
registrados no balanço de pagamentos, por exem-
plo, todas as exportações e importações de mer-
cadorias do período considerado: os fretes, os
seguros, os empréstimos obtidos no exterior, ou
seja, todas as transações com mercadorias, servi-
ços e capitais físicos e financeiros entre o país e o
resto do mundo.
O balanço de pagamentos apresenta as
seguintes subdivisões:
Balança Comercial – Essa conta com-
preende, basicamente, o comércio de merca-
dorias.
Balanço de Serviços – Registram-se to-
dos os serviços pagos e/ou recebidos pelo Bra-
sil, tais como: fretes, seguros, lucros, juros, royal-
ties e assistência técnica, viagens internacionais.
Transferências unilaterais – registram-
se as doações financeiras ou não interpaíses.
Balanço de Transações Correntes –
representa o somatório dos balanços

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