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Gestalt Terapia e Terapia Centrada na Pessoa compilação

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Curso: Psicologia
	
	Disciplina:TeoriasFenomenológicas e Existenciais 1
	Turma:
730481/ 730581
	
	Professor:Alexandre Cavalcanti Galvão alexandre003987@unieuro.com.br
	
	Gestalt Terapia e Terapia Centrada na Pessoa
	Alunos
	Nome
Raimunda Flávia
Raquel da Silva Ferreira
Rodrigo Thiago Cabral
	CPD
44980
44979
47901
Introdução
O objetivo deste artigo é comparar a atuação teórica e psicoterápica de Carl Rogers e Perls e as teorias das suas respectivas abordagens que em alguns conceitos tem semelhança e outros não. São elas Gestalt-Terapia (GT) e Terapia Centrada na Pessoa (TCP). Esta comparação é possível graças à análise do vídeo “Caso Glória”. O Caso Gloria é uma série de três vídeos da década de 60 em que psicoterapeutas muito conhecidos atendem uma mesma paciente, para expor suas ideias e práticas sobre a psicoterapia.
Frederick Perls e a Gestalt-terapia (GT)
A Gestalt Terapia está imersa dentro da Psicologia Humanista, tem uma visão de homem como um ser total (sensações, sentimentos, pensamentos, corpo). A GT utiliza o método fenomenológico, onde não se busca as causas para um sintoma, mas sim entendê-lo sob vários aspectos. É focada no aqui agora, no que está presente no momento para o cliente. De fato, são possíveis muitas aproximações entre a Gestalt-Terapia e a Fenomenologia Existencial, tendo, inclusive, o próprio Perls afirmado considerar a Gestalt-Terapia como um tipo de psicoterapia existencial.
Um dos princípios da Psicologia da Gestalt afirma que existe uma tendência à organização que se atualiza na dinâmica figura-fundo.
A Gestalt-terapia está imersa nas abordagens existenciais. Mas é com seu conceito de limite de contato que Perls mergulha mais fundo sua proposta psicoterapêutica na ideia de campo fenomenal, herdada de Husserl via Psicologia da Gestalt. Para Perls, “o estudo do modo que o ser humano funciona no seu meio é o estudo do que ocorre na fronteira de contato entre o indivíduo e seu meio. É neste limite de contato que ocorrem eventos psicológicos”.
A Gestalt-terapia trabalha com o tempo presente e não quer que a pessoa fique presa no passado, o adentrar-se em si mesmo, e o entrar em contato consigo mesmo e assumir a responsabilidade pelo que se é no presente, são pontos fortes da GT.
Carl Rogers e a Terapia Centrada na Pessoa (TCP)
Rogers propõe uma terapia não diretiva e otimista em relação ao potencial humano. Sua teoria e sua terapia foram desenvolvidos a partir de seus anos de experiência clínica. Rogers não propõe uma estrutura da personalidade mas uma organização funcional a fim de poder acompanhar e estabelecer os momentos terapêuticos, os processos de mudança. Um individuo saudável é congruente, autêntico, consegue dar e receber aceitação e consideração positiva. Sua tendência atualizante é fluida e não está bloqueada. Sua autorregulação organísmica não é tolhida por querer agradar os outros. A terapia de Rogers não pretende dar respostas, mas facilitar o caminho para que o paciente se encontre consigo mesmo e ressignifique seus mecanismos de defesa e suas incongruências a fim de atingir um self autêntico. Rogers propõe em sua teoria que a terapia seja baseada em uma relação cliente – terapeuta onde possam ocorrer trocas de experiências vivenciais. É necessário acreditar na direção, no ritmo e na individualidade do cliente. O terapeuta deve transcender a autoridade científica e estar presente na relação, um ser em relação com o cliente – intersubjetividade. Rogers não chegou a teorizar uma estrutura de personalidade mas pensou nela para poder traçar a análise de processos de mudança – de uma forma mais funcional. A personalidade começa a se organizar na infância na construção de um sistema motivacional e autorregulador que facilite a tendência atualizante e a adaptação. Mais tarde pode passar por um processo de desorganização devido a necessidade de aceitação condicional, relações interpessoais. Essa desorganização da personalidade pode ser enfraquecida e extinta se a pessoa se sentir livre para ser ela mesma e ressignificar experiências antes ameaçadoras. 
Momentos da terapia
Rogers está presente na relação e convida Gloria a também estar. Ela diz quem é, o que faz, um pouco sobre sua vida. Rogers acompanha a narrativa de Gloria buscando identificar qual a queixa real que a trouxe a terapia. Consegue mostrar-se presente refletindo os sentimentos de Gloria e sendo autêntico ao dizer que irá ajudá-la, mas não lhe dará respostas. Rogers consegue chegar a queixa real a partir da aparente insegurança de Gloria. Sua empatia e aceitação incondicional fazem Gloria identificá-lo com o pai e levantar questões como perfeccionismo, não ser ouvida e aceita.
Caso Gloria
É um documentário produzido em 1964, sobre a paciente chamada Glória de 30 anos, não deixou claro seu estado civil, mas da a entender que é divorciada quando fala sobre seu ex-marido, não disse sua profissão e fala brevemente sobre sua filha. O documentário tem o objetivo de demonstrar como uma sessão de terapia pode acontecer e suas diversas formas de serem tratadas, pode perceber claramente a diferença entre os atendimentos de Carl Rogers (trabalho feito anteriormente) e Fritz Perls.
A abordagem de Friederich Salomon Perls, mostra que ele busca conscientizar que vivemos apenas o aqui e o agora, e é possível encontrar no atendimento da Gestalt Terapia com o caso Gloria, mostra de forma muito explicita, a idéia do ser como responsável por suas escolhas, idéia marcante no existencialismo. 
A sessão com Perls demonstrou uma alta proporção de mensagens instantâneas de protesto. A técnica que Perls utilizou com Glória, foi oferecer a ela a oportunidade de descobrir e entender a si mesma, na experiência individual do momento atual, chamado também de aqui e agora, para isso ele manipula e confronta a paciente Gloria para que se confronte. Um exemplo deste confronto se dá no início da sessão, onde a paciente diz que está nervosa. Ele pergunta como ela pode estar nervosa se está sorrindo, ela diz que quando fica nervosa ou com medo ela sorri. 
Ela não diz o motivo de estar ali, e são discutidos assuntos que surgem na própria terapia, como porque ela mexe as mãos, quando ela se refere ao canto coloca a mão no peito, e balança os pés, essas observações irritam Gloria, fazendo com que ela fique sempre na defensiva com o Perls, ela se utiliza o tempo todo dos mecanismos neuróticos para se proteger, (é uma abordagem fenomenológica, de uma função do campo organismo e meio, do mesmo modo que o meio está em constante mudança, espera-se de um indivíduo saudável que ela consiga acompanhar esta mudança, caso contrário surge a neurose). Ele, por sua vez, tenta fazer com que ela se abra para que ele consiga ajudá-la a lidar melhor com suas dificuldades, sendo que uma das características da Gestalt Terapia é fazer com que o outro enxergue além de si mesmo, quebrando seus bloqueios e proporcionando-lhe um encontro pleno para consigo e para com o mundo.
Perls se concentra no nível não verbal, e observa muito o comportamento dela, que para ele seria a única maneira do paciente não se enganar, tanto que o canto dela era o peito, angustia e o desejo de ser amada. Em um dos momentos do documentário Perls chama Glória de falsa, pois ela estava agindo de má-fé, ela fica muito incomodada com aquilo e extremamente irritada, ela queria que ele fosse alguém que a protegesse e confortasse, e não que a julgasse como falsa. Tal fala do terapeuta é a busca da frustração do eu da paciente, de fazer-se sincera consigo mesma, e não agindo de má-fé , tentando se enganar e se vitimizar, ela tinha que demonstrar o que realmente estava sentindo, e Perls mostra que ela tem que ter responsabilidade com ela mesma, pois ela é responsável por suas escolhas, sua liberdade e sua responsabilidade existencial, Perls age de forma a inquietar a paciente para que ela busque conhecer a si mesmo, entender seus sentimentos e vontades. 
Perls também aponta que qualquer fuga para o passado ou para o futuro é entendida como uma resistência ao encontroque se dá naquele momento e delimita o objetivo desta abordagem como sendo o de proporcionar que o paciente recupere seu potencial perdido e integre suas oposições e conflitos, com a intenção de promover a consciência dela mesma, de seus sentimentos, pensamentos e ações. 
Em nosso entendimento o que ela queria realmente era receber um abraço e poder chorar. Tanto que Perls termina a sessão quando vê ela com lágrimas nos olhos. Perls deixa Gloria frustrada em muitos momentos para que ela mesma se conheça a partir disso, e mostra para ela que busque conhecer a si mesmo, entender seus sentimentos e vontades. O terapeuta não deve dar respostas e conselhos, mas contribuir para que o paciente mesmo descubra, dando sua própria escolha. 
A abordagem de Carl Rogers demonstra seu método, centrada no cliente, desenvolvendo uma relação de confiança para favorecer o crescimento psicológico da paciente. A empatia é um fator essencial dessa relação.
Rogers procura promover a autonomia da cliente para que ela possa decidir sobre o que fará com os seus problemas e como poderá resolvê-los. A psicoterapia não é um trabalho em que o psicoterapeuta induz o cliente a fazer algo, ou tenta fazer algo por ele. É um processo em que o paciente se liberta para amadurecer e desenvolver-se, removendo obstáculos que impeçam de avançar.
Conclusão
Gloria obteve resultados nas duas abordagens. Interessante notar que o processo terapêutico de cada um é bem diferente, o caminho terapêutico traçado é singular. Por sua vez, Glória, a mesma cliente, é uma pessoa diferente em cada uma das sessões. Na Terapia Centrada na Pessoa, pode usufruir de um encontro genuíno consigo mesma e com Rogers e foi possível identificar que a demanda real não era a busca por aceitação da filha, mas busca por autoaceitação. Já na Gestalt, pode entrar em contato com várias emoções, medo, nervosismo, vergonha, raiva, sentir-se rebaixada, com o reflexo de sua linguagem não verbal, com a possibilidade de se expor ainda que não estivesse tão confortável e com suas polaridades, contradições (abraço). 
Em relação às terapias, pode se inferir que é possível ao terapeuta encontrar-se tanto na teoria quanto nas técnicas e exercer seu trabalho psicoterápico onde possa ser ele mesmo.
Ambas são teorias humanistas em psicologia, contribuem para um processo terapêutico de conscientização e possuem divergências em suas implicações clínicas.
Tanto Rogers como Perls são diferentes em seus modos de ação terapêuticas, porque também são culturalmente diferentes. Suas abordagens diferentes vêm enriquecer a Psicoterapia e a psicologia como um todo.
Referenciais
· http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000100002 Acesso em 20/06/2020 13h49
· https://psicologado.com.br/abordagens/centrada-na-pessoa/a-abordagem-centrada-na-pessoa-acp#:~:text=A%20abordagem%20centrada%20na%20pessoa%20(ACP)%20se%20insere%20na%20corrente,e%20observa%C3%A7%C3%B5es%20no%20contexto%20cl%C3%ADnico. Acesso em 20/06/2020 12h10
· https://youtu.be/GYuf6PmcVT4 Acesso em 20/06/2020 10h15 
· https://youtu.be/DRcszf0n6ig Acesso em 20/06/2020 15h45
· Textos básicos da disciplina de TFE 1 – Holanda e Yountef 
· https://minutosaudavel.com.br/gestalt-terapia/
· Rogers, C. (1979). Psicoterapia e consulta psicológica. São Paulo: Martins Fontes.
· Perls, F. (1981). A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: Zahar Editores.  
· MORE IRA , VIR GINIA. A Gestalt -terapia e a Abordagem Centrada na Pessoa são 
enfoques fenomenológicos? Rev. Abordagem Gestal t. V 15 n . 1v Goiânia jun. 2009
· MOREIRA, Virginia. Convergências e divergências entre as psicoterapias de Carl Rogers e Frederick Perls. São Paulo,  v. 2, n. 1, p. 20-50, jun.  2010
· RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia: refazendo um caminho. Capítulo “Gestalt-terapia e existencialismo” [disponibilizado pelo professor].
· SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney E. Teorias da personalidade. Trad.: Priscila Lopes. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

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