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Os Sofistas e a Educação Política

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Os Sofistas foram os filósofos que surgiram por volta do século V a.C., e substituíram a necessidade do filosofar sobre a totalidade (cosmos) pelo filosofar sobre o homem (antropologia). 
	O intento da sofística, mais que especulativo, é prático - educativo: a cultura (e a filosofia) como instrumento de formação do homem para a vida pública (do homem político) como meio de educação, limitada ao interesse por tudo o que é humano e pode ser útil aos assuntos públicos como aos privados. 
	A filosofia tem por objeto o homem no mundo; portanto, torna-se antropologia.
	
	Os ensinamentos eram voltados para a construção de opiniões próprias (individuais), uma vez que eles mostravam à população que era necessário ter sabedoria e defender seu pensamento e seus ideais. 
Os principais e mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c.490421 a.C.), Górgias de Leontinos (c.487-380 a.C.), Hípias de Élis, Licofron, Pródicos, que teria sido inclusive mestre de Sócrates, e Trasímaco, embora tenham existido muitos outros dos quais conhecemos pouco mais do que os nomes. 
	O sucesso dos sofistas como retores e educadores se explica tendo presente o momento político em que viveram e ensinaram. 
	Atenas era regida pela democracia e a experiência demonstrava que nas assembleias populares se impunha à consideração e era indicado aos mais altos postos públicos quem sabia melhor arrastar o povo com a eloquência e persuadi-lo com a dialética. (CADERNOS, 2013) 
	Os sofistas surgem exatamente no momento de passagem da tirania e da oligarquia para a democracia. 
	Eram os mestres de retórica e oratória, muitas vezes mestres itinerantes, que percorriam as cidades-Estado fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidades aos governantes e aos políticos em geral.
	Embora sem formar uma escola ou grupo homogêneo, o que os caracteriza é muito mais uma prática ou uma atitude comuns do que uma doutrina única. (MARCONDES, 2007)
No período em que os sofistas ascenderam a primeiro plano, ocorria também uma mudança social de vulto, em que os gregos tornaram-se mais conscientes dos costumes e práticas de outros povos do mundo. 
Isto concentrou a atenção no quanto do mundo é, por assim dizer, obra do homem e não apenas parte da natureza. 
Surgiu, em consequência, ênfase no contraste entre o que é, neste sentido, produto humano, e o que é natural e não-humano, entre nomos (convenção) e phisis (natureza). (HAMILLY, 1990)
	Desse modo, na história da Filosofia, os Sofistas marcam a passagem do período cosmológico para o período antropológico, centrado em questões linguísticas, gramaticais, epistemológicas e jurídicas. 
Lembrando:
Os primeiros filósofos pré-socráticos preocupam-se sobretudo com a natureza, e as explicações cosmológicas se desenvolvem em torno da procura da arché (princípio) de todas as coisas. 
Entre os primeiros filósofos não há textos referentes à política.
	Nesse sentido, são os sofistas que irão proceder a passagem para a reflexão propriamente antropológica, centrando suas atenções na questão moral e política.
	Elaboram teoricamente e legitimam o ideal democrático da nova classe em ascensão, a dos comerciantes enriquecidos. (ARANHA, 1993)
	Há portanto uma paideia, um ensinamento, uma formação pela qual os sofistas foram responsáveis, consistindo basicamente numa determinada forma de preparação do cidadão para a participação na vida política. 
	Sua função nesse contexto foi importantíssima e sua influência muito grande, o que se reflete na forte oposição que sofreram por parte de Sócrates, Platão e Aristóteles. 
	Os sofistas foram portanto filósofos e educadores, além de mestres de retórica e de oratória, embora este papel lhes seja negado, p.ex. por Platão
	Na sofística [...] o problema do homem ocupa o primeiro lugar: é ele o sujeito ao qual a natureza “aparece”, pois é a lei que se substitui ao logos cósmico e supercósmico dos pré-sofistas. 
	Ter reclamado a atenção sobre o homem, sobre sua atividade mundana e as normas que a regulam; sobre o princípio subjetivo do conhecimento (o homem como sujeito do conhecer); ter despertado o sentido crítico da investigação contra todo dogmatismo, como interesse pelo concreto humano, são méritos inegáveis da sofística.
	A considerar como os mais importantes entre os sofistas, Protágoras e Górgias, por exemplo, pareciam mais preocupados com a distinção entre natureza e convenção, de uma forma geral. 
	Por essa razão, tinham como um de seus principais objetivos depreciar o estudo da natureza e, desta maneira, toda a linha filosófica existente até essa época. (HAMILLY, 1990)
	Supostamente, Protágoras alegou que o homem é a medida de todas as coisas, tanto das coisas que são o que são como das coisas que não são o que não são. 
(...) isto significa que tudo é como parece ao homem – não apenas aos homens em geral mas a cada indivíduo em particular.
	Esta tese leva a um relativismo total, sem possibilidade alguma de verdade absoluta.
	Para Protágoras, embora não houvesse verdade absoluta, ainda assim era possível tornar mais forte o melhor logos, ou argumento. 
	Todos os homens possuem senso de justiça, mesmo que seus talentos em outros aspectos não sejam iguais, e constitui tarefa do sofista tirar isto para fora e, ensinando, prover os meios para sua realização. 
	“O homem é medida de todas as coisas; das que são, enquanto são, das que não são, enquanto não são”.
	Portanto, a verdade é relativa ao homem, todos os juízos, tanto afirmativos quanto negativos, são subjetivos. Não há verdade absoluta e objetiva; são subjetivamente verdadeiras as nossas impressões sensoriais. 
	Excluído um critério objetivo de conhecimento para distinguir o verdadeiro do falso, conclui que não importa a verdade disso que se diz (tanto que não há uma verdade objetiva, válida para todos) mas o modo como se diz, não o conteúdo, mas a forma. 
	Uma opinião se impõe sobre as outras não porque verdadeira, mas porque o fascínio da palavra de a “sutileza” do argumentar sabem gerar persuasão em quem ouve. É este o fim da retórica, da qual os sofistas foram grandes mestres. 
	Mas, se as opiniões se distinguem consoante sejam verdadeiras ou falsas, se distinguem consoante sejam úteis ou danosas.
	 O critério de juízo não é a verdade, mas a utilidade ou conveniência. 
	A “virtude”, útil a ensinar, é de saber “tornar mais forte a razão mais fraca”. E disso Protágoras se jactava de ser mestre. 
	Górgias foi, se possível, ainda mais radicalmente oposto à natureza e a seu estudo.
	Escreveu um livro no qual formulou uma tripla alegação: 1) nada há; 2) mesmo que houvesse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; e 3) mesmo que pudéssemos conhecê-la não poderíamos comunicá-la aos demais.
	 
	Poderíamos descrever isto como um argumento mediante “retirada estratégica”: caso a posição mais radical não seja julgada convincente, volta-se para outra, menos radical. 
	Mas até mesmo esta última elimina a possibilidade de estudo da natureza. Pelo que podemos depreender dos argumentos de Górgias expostos em trabalhos posteriores, eles não foram, como se poderia esperar, lá grande coisa e ele tendia a usar quaisquer tipos de argumentos em que podia pôr as mãos. 
	É bem claro, no entanto, o caráter ambicioso de seu objetivo, e não menos os meios drásticos que utilizou para atingi-los. 
Observação
	A palavra sofista, etimologicamente, vem de sophos, que significa "sábio", ou melhor, "professor de sabedoria". 
	Posteriormente adquiriu o sentido pejorativo de "homem que emprega sofismas", ou seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, de má -fé, com intenção de enganar. 
	Sóphisrna significa "sutileza de sofista".
	 (ARANHA, 1993) 
	O que é Sofismo:
Sofismo ou sofisma significa um pensamento ou retórica que procura induzir ao erro, apresentada com aparente lógica e sentido, mas com fundamentos contraditórios e com a intenção de enganar.
This work is licensedunder
a Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 Unported License.
It makes use of the works of
Kelly Loves Whales and Nick Merritt.
	Conforme apontado, o nome de sofista assume a significação depreciativa, que encontramos em Platão (implacável adversário desses retores) e que com o tempo se tornou de uso comum. 
	Por sua vez, Sócrates censurava-os porque achava que eles alegavam fornecer mais do que realmente davam. 
	Em especial, alegava que eles diziam que podiam ensinar virtude ao homem e achava que não faziam nada disso.
	O nome de sofista assume a significação depreciativa, que encontramos em Platão (implacável adversário desses retores) e que com o tempo se tornou de uso comum. 
	Por sua vez, Sócrates censurava-os porque achava que eles alegavam fornecer mais do que realmente davam. 
	Em especial, alegava que eles diziam que podiam ensinar virtude ao homem e achava que não faziam nada disso.
A Crítica de Sócrates aos Sofistas
	A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento.
	A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos. 
Portanto, na concepção de Sócrates, os sofistas não ensinavam portanto o caminho para o conhecimento, para a verdade única que resultaria desse conhecimento, mas para a obtenção de uma “verdade consensual”, resultado da persuasão. 
	É essa oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre a filosofia e a sofística, e que permite que Platão e Aristóteles considerem os sofistas como não filósofos. (MARCONDES, 2007)
Observação
	Ver no livro do Danilo Marcondes as páginas 40 a 44 (Sobre Sócrates e os Sofistas)
Sócrates
 
	
	Sócrates (470 – 399 a. C): Sócrates, considerado por Platão como sendo o bom sofista, aquele que é sábio e justo, fez de sua vida uma busca constante pela verdade. 
	Mas Sócrates não se considerava um sábio, ao contrário, ele sempre se consideram um ignorante. Aquele que nada sabe, tendo como uma de suas máximas “só sei que de nada sei”. 
	Com essa máxima, ele dá início a um processo investigativo para encontrar a verdade utilizando-se de um método dialético baseado em dois momentos, a saber, a ironia e a maiêutica. 
	Para exercitar o seu método, Sócrates conversava com pessoas de qualquer casta social, de qualquer idade, e como a ironia significa em grego “perguntar”, ele, reconhecendo de nada saber, na tentativa de aprender alguma coisa, perguntava as pessoas que diziam saber alguma coisa sobre um determinado assunto. 
	Usando de habilidades para perguntar, fazia com que as pessoas que acreditavam saber de algo, passassem a ter dúvidas sobre aquilo que acreditavam saber. 
	A concepção filosófica de Sócrates pode ser caracterizada como um método de análise conceitual. Isso pode ser ilustrado pela célebre questão socrática “o que é…?” – encontrada em todos esses diálogos –, através da qual se busca a definição de uma determinada coisa, geralmente uma virtude ou qualidade moral. 
	
	Para entender melhor, tomemos o diálogo Laques, cujo tema central é a coragem e no qual Sócrates discute com Laques, um soldado ateniense famoso pela coragem nas guerras em que serviu aos exércitos de sua cidade. 
	Nesse diálogo temos exatamente um momento em que Laques é apresentado a Sócrates como o indivíduo mais qualificado para definir a coragem, por ser reconhecidamente corajoso (190-195). 
	Laques oferece então diversos exemplos de situações em que indivíduos demonstraram coragem nas batalhas: o soldado que luta sozinho contra o inimigo numericamente superior, o soldado que mesmo ferido continua a combater, o soldado que não se retira da batalha, o indivíduo que não teme enfrentar perigos etc.
	Entretanto, Sócrates recusa esse tipo de resposta, dizendo que não é o que busca, mas sim uma definição do próprio conceito de coragem, que nos permite exatamente entender os exemplos dados como casos de coragem e não de outra coisa qualquer, p.ex., imprudência ou loucura. 
	Ver no livro do Danilo Marcondes as páginas 44 a 49 (Sobre Sócrates)
	Após o interlocutor reconhecer a sua ignorância, Sócrates não se sentia um vencedor, mas ao contrário, iniciava a segunda etapa de seu método, a maiêutica, que em grego quer dizer “parto”. 
	Esse nome foi dado ao método socrático em homenagem a sua mãe, pelo fato dela ser parteira. 
	E se a parteira ajudava as mulheres grávidas a darem a luz, então, o seu método ajudava as pessoas a parirem ideias. 
	Deste modo, Sócrates volta a perguntar àquelas pessoas que outrora tiveram as suas certezas destruídas pela ironia, para reconstruí-las em bases mais sólidas, mediadas pela maiêutica.
	É bom lembrar que ao se utilizar da ironia e da maiêutica não que dizer que Sócrates já tinha as respostas previamente, ele também se encontrava na condição de aprendiz e algumas vezes nos diálogos platônicos, não se chega a uma conclusão acerca de certos conceitos, ou seja, algumas questões analisadas por Sócrates e seus interlocutores ficaram sem respostas conceituais. 
	Sócrates queria que os atenienses ultrapassassem a esfera dos exemplos conhecidos por eles de homens virtuosos para pensar o que é a virtude, de exemplos de homens justos para pensar sobre a justiça, de exemplo de homem bom para pensar o que é o bem em si mesmo, etc. ele queria que as pessoas pensassem em conceitos universais e não apenas em situações pontuais. 
	Esse modo de proceder de Sócrates passou a incomodar as autoridades da democracia ateniense, fazendo com que ele fosse acusado de desrespeitar os deuses da cidade e de perverter a juventude.
	Essas acusações levaram Sócrates para a prisão e a ser condenado à morte. 
	Sócrates, um homem justo, morreu injustamente. 
	O que ele defendia era que as pessoas fossem capazes de produzir os seus próprios conhecimentos, numa perspectiva de autoconhecimento, ou seja, ele queria que cada pessoa pudesse conhecer a si mesmo – conhece a ti mesmo. 
	Com isto ele pretendia que quem prosseguisse no percurso do autoconhecimento, não produzisse conhecimento do ponto de vista epistemológica, mas ao mesmo tempo também produzisse valores para guias a sua vida na polis.
 QUADRO SINÓTICO (Marcondes, p. 49)
	Séc. V a.C., consolidação da democracia grega, principalmente em Atenas.
	Importância da arte do discurso e da argumentação para o processo decisório político na democracia. 
	 Os sofistas surgem como mestres de retórica e de oratória. 
	 Os sofistas possuem uma concepção filosófica segundo a qual o conhecimento é relativo à experiência humana concreta do real, a verdade resultando apenas de nossas opiniões sobre as coisas e do consenso que se forma em torno disso.
	 A verdade é, portanto, múltipla, relativa e mutável → relativismo. 
	Os sofistas mais importantes e influentes foram Protágoras e Górgias. 
	 Sócrates opõe-se aos sofistas ao defender a necessidade do conhecimento de uma verdade única sobre a natureza das coisas, afastando-se das opiniões e buscando a definição das coisas. 
	Segundo Sócrates, pode-se chegar a essa verdade pelo método maiêutico.

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