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PROCEDIMENTOS COMUM E ESPECIAL - JÚLIO CEZAR MATOS - PROCESSO PENAL II.pdf

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1 
PROFESSOR: JÚLIO CEZAR MATOS 
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
INSTAGRAM: @profjuliocezarmatos 
PROCEDIMENTOS COMUM E ESPECIAL 
 Considerações preliminares 
O procedimento não pode ser estudado como uma 
simples ordenação de atos, sem qualquer regramento. Em 
um Estado Democrático de Direito, que tem como 
princípio básico o do devido processo legal, ele deve ser 
realizado em contraditório, dentro de um prazo razoável e 
cercado de todas as garantias necessárias para que as 
partes possam sustentar suas razões, produzir provas, 
concorrendo para a formação do convencimento do 
magistrado (LIMA, 2019). 
Dispõe o art. 394 do Código do Processo Penal (CPP) 
que o procedimento será COMUM ou ESPECIAL. 
Procedimento especial: é todo aquele previsto no 
âmbito do Código de Processo Penal ou de Leis Especiais 
para as hipóteses legais específicas, incorporando regras 
próprias de tramitação processual e visando à apuração 
dos crimes que constituem o objeto de sua disciplina. 
Exemplos: Procedimento dos crimes de 
responsabilidade dos funcionários públicos (arts. 513 a 
518, CPP); Procedimento dos crimes contra a honra (arts. 
519 a 523, CPP); Procedimento relativo aos processos de 
competência do tribunal do júri (arts. 406 a 497, CPP); Lei 
de Drogas (Lei nº 11.343/2006); Procedimento dos crimes 
de competência originária dos tribunais – perante o 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal 
Federal (STF) (Lei nº 8.038/1990) etc. 
Procedimento comum: é o rito padrão ditado pelo CPP 
para ser aplicado residualmente, ou seja, na apuração de 
crimes para os quais não haja procedimento especial 
previsto em lei (art. 394, § 2º, CPP). 
Com a entrada em vigor da Lei nº 11.719 em 22 de 
agosto de 2008, houve alteração da forma de classificação 
do procedimento comum. Se, antes, levava-se em 
consideração a natureza da pena (reclusão ou detenção), 
hoje prioriza-se a quantidade de pena cominada em 
abstrato ao delito, independentemente de sua natureza. 
De acordo com o art. 394, § º, do CPP, o procedimento 
comum será: 
a) Ordinário: quando tiver por objeto crime cuja 
sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro 
anos de pena privativa de liberdade. 
b) Sumário: quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada seja inferior a quatro e superior a dois 
anos de pena privativa de liberdade. 
c) Sumaríssimo: para as infrações penais de menor 
potencial ofensivo, compreendidas as contravenções 
penais e crimes com pena máxima não superior a dois 
anos, cumulada ou não com multa, ressalvadas as 
hipóteses de violência doméstica e familiar contra a 
mulher. Cuida-se do procedimento destinado à apuração 
das infrações penais de competência dos Juizados 
Especiais Criminais, consoante disposto no art. 61 da Lei nº 
9.099/1995. 
 
Lei nº 9.099/95. Art. 61. Consideram-se infrações penais 
de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não 
com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) 
 
Procedimento aplicável Pena máxima cominada 
Ordinário Pena ≥ 4 anos 
Sumário Pena < 4 anos 
Sumaríssimo 
Pena ≤ 2 anos e 
contravenções penais 
 
A pena de multa, nessas hipóteses, é indiferente para a 
aferição do tipo de procedimento, definido pela pena 
privativa de liberdade em abstrato. Havendo concurso de 
crimes, a tendência natural é que as penas sejam somadas 
como indicativo do procedimento a ser seguido. 
 
 Qual o procedimento deve ser aplicado no caso de 
conexão e/ou continência envolvendo infrações 
penais sujeitas a ritos distintos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
 
Conforme previsto no art. 394, § 1º, I, do CPP, o 
procedimento comum ordinário deve ser aplicado ao 
processo criminal quando tiver por objeto crime cuja 
sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro 
anos de pena privativa de liberdade, não levando-se em 
consideração a qualidade da pena, ou seja, se a infração é 
punida com reclusão ou detenção. 
 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
§1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou 
sumaríssimo: 
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos 
de pena privativa de liberdade; 
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena 
privativa de liberdade; 
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor 
potencial ofensivo, na forma da lei. 
§2º Aplica-se a todos os processos o procedimento 
comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de 
lei especial. 
§3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o 
procedimento observará as disposições estabelecidas nos 
arts. 406 a 497 deste Código. 
§4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código 
aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro 
grau, ainda que não regulados neste Código. 
§5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos 
especial, sumário e sumaríssimo as disposições do 
procedimento ordinário. 
 
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime 
hediondo terão prioridade de tramitação em todas as 
instâncias (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016). 
 
 Oferecimento da denúncia ou queixa-crime 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do 
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
 
 Rejeição da denúncia ou queixa 
As causas de rejeição da peça acusatória constam do 
art. 395 do CPP. São elas: 
a) for manifestamente inepta; 
b) faltar pressuposto processual ou condição para o 
exercício da ação penal; 
c) faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
 
 Recurso cabível contra a rejeição da peça acusatória 
De acordo com o art. 581, inciso I, do CPP, caberá 
recurso em sentido estrito (RESE) contra a decisão que não 
receber a denúncia ou a queixa. 
ATENÇÃO! Especial cuidado deve ser dispensado à Lei 
nº 9.099/1995 (juizado especial criminal), a qual prevê que 
caberá apelação da decisão de rejeição da denúncia ou 
queixa (art. 82, caput), apelação esta que deve ser 
interposta no prazo de 10 (dez) dias (art. 82, §1º). 
 Recebimento da denúncia ou queixa 
Oferecida a denúncia pelo Ministério Público (MP) ou a 
queixa-crime pelo querelante, incumbe ao juiz analisar se a 
peça acusatória deve ser recebida, ou se se trata de 
hipótese de rejeição. 
 Citação do acusado para resposta 
Recebida a peça acusatória, deve o juiz determinar a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, 
no prazo de 10 (dez) dias (art. 396, CPP). Como já fizemos 
amplo estudo da citação no título referente à comunicação 
dos atos processuais, convém apenas lembrar que, em 
regra, a citação deve ser feita pessoalmente. No entanto, 
se o acusado não for encontrado, tal procedimento deve 
ser feito por edital. Nesse caso, não apresentada a 
resposta à acusação, determina-se a suspensão do 
processo e da prescrição, nos termos do art. 366 do CPP. 
Por outro lado, verificando-se que o acusado se oculta 
para não ser citado, sua citação deve ser feita por hora 
certa, nos termos do art. 362 do CPP, hipótese em que, 
após a nomeação de defensor dativo, o processo retomará 
seu curso normal (LIMA, 2020). 
 Resposta à acusação 
Na resposta à acusação, como a peça acusatória já foi 
recebida pela autoridade judiciária, seu objetivo principal é 
uma eventual absolvição sumária, nas hipóteses de 
atipicidade, excludente da ilicitude, excludente da 
culpabilidade (salvo inimputabilidade) ou causa extintiva 
da punibilidade (art. 397, do CPP). Caso não seja possível a 
absolvição sumária, deve o defensor arguir, desde já, 
preliminares, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas,qualificando-as e requerendo sua intimação, quando 
necessário. 
Dispõe o art. 396-A do CPP que, “na resposta, o 
acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que 
 
 
 
 
 
 
3 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar 
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário”. Na resposta, poderão ser arroladas 
até oito testemunhas, não sendo computadas à este 
número aquelas não sujeitas a compromisso, conforme se 
infere do art. 401. 
É importante ressaltar que esse número deve ser 
considerado por fato e por réu. 
A resposta à acusação deve ser oferecida pelo defensor 
técnico dentro do prazo de 10 dias da citação, que começa 
a fluir a partir da efetiva citação e não da data da juntada 
aos autos do mandado ou da carta precatória. A propósito, 
confira-se o teor da súmula nº 710 do Supremo: “No 
processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, 
e não da juntada aos autos do mandado ou da carta 
precatória ou de ordem”. 
 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, 
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar 
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado 
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 
(dez) dias. 
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo 
para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento 
pessoal do acusado ou do defensor constituído. 
 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir 
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, 
oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário. 
§1º A exceção será processada em apartado, nos termos 
dos arts. 95 a 112 deste Código. 
§2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o 
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará 
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos 
por 10 (dez) dias. 
 
 Absolvição sumária 
Apresentada a resposta à acusação pelo defensor do 
acusado, e ouvido o órgão ministerial caso tenham sido 
juntados documentos dos quais o Parquet não tinha prévia 
ciência, o próximo passo do procedimento é a análise de 
possível absolvição sumária (CPP, art. 397). 
Essa possibilidade de absolvição sumária, que sempre 
existiu no âmbito do procedimento do júri, foi estendida 
ao procedimento comum pela Lei n° 11.719/08. Sua 
utilização, todavia, não é restrita ao procedimento comum. 
Isso porque, segundo o art. 394, §4º, do CPP, com redação 
determinada pela Lei n° 11.719/08, as disposições dos arts. 
395 (causas de rejeição da peça acusatória), 396 
(recebimento da peça acusatória e citação do acusado), 
396-A (resposta à acusação) e 397 (absolvição sumária) 
aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro 
grau, ainda que não regulados neste Código. 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e 
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver 
sumariamente o acusado quando verificar: 
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude 
do fato; 
II – a existência manifesta de causa excludente da 
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; 
ou 
IV – extinta a punibilidade do agente 
 
 Designação da audiência 
 
Caso o acusado não seja absolvido sumariamente, o 
procedimento seguirá seu curso normal. 
No procedimento comum ordinário, a audiência una de 
instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo 
máximo de 60 (sessenta) dias (CPP, art. 400). 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser 
realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-
se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das 
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, 
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações 
e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, 
em seguida, o acusado. 
§1º As provas serão produzidas numa só audiência, 
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, 
impertinentes ou protelatórias. 
§2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio 
requerimento das partes. 
 
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) 
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela 
defesa. 
§1º Nesse número não se compreendem as que não 
prestem compromisso e as referidas. 
§2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das 
testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 
deste Código. 
 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o 
Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, 
o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade 
se origine de circunstâncias ou fatos apurados na 
instrução. 
 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou 
sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais 
 
 
 
 
 
 
4 
por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e 
pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o 
juiz, a seguir, sentença. 
§1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a 
defesa de cada um será individual. 
§2º Ao assistente do Ministério Público, após a 
manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, 
prorrogando-se por igual período o tempo de 
manifestação da defesa. 
§3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou 
o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 
(cinco) dias sucessivamente para a apresentação de 
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para 
proferir a sentença. 
 
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, 
de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será 
concluída sem as alegações finais. 
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência 
determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo 
de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no 
prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. 
 
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em 
livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo 
breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 
§1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do 
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito 
pelos meios ou recursos de gravação magnética, 
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, 
destinada a obter maior fidelidade das informações. 
§2º No caso de registro por meio audiovisual, será 
encaminhado às partes cópia do registro original, sem 
necessidade de transcrição. 
 
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
O procedimento comum sumário será utilizado quando 
tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja 
inferior a 4 (quatro) e superior a 2 (dois) anos de pena 
privativa de liberdade. É o que acontece, a título de 
exemplo, com o crime de homicídio culposo previsto no 
art. 121, §3º, do Código Penal, cuja pena é de detenção, de 
1 (um) a 3 (três) anos. 
O procedimento comum sumário também será 
aplicável às infrações de menor potencial ofensivo, quando 
o Juizado Especial Criminal encaminhar ao juízo comum as 
peças existentes para a adoção de outro procedimento 
(CPP, art. 538). 
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser 
realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-
á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à 
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 
deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, 
às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, 
finalmente, ao debate. 
 
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) 
testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela 
defesa. 
 
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto 
nos parágrafos do art. 400 deste Código. 
 
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a 
palavra, respectivamente,à acusação e à defesa, pelo 
prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 
(dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a 
defesa de cada um será individual. 
§2º Ao assistente do Ministério Público, após a 
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, 
prorrogando-se por igual período o tempo de 
manifestação da defesa. 
 
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando 
imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a 
condução coercitiva de quem deva comparecer. 
 
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, 
independentemente da suspensão da audiência, 
observada em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 
531 deste Código. 
 
Art. 537. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial 
ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar 
ao juízo comum as peças existentes para a adoção de 
outro procedimento, observar-se-á o procedimento 
sumário previsto neste Capítulo. 
O procedimento comum sumário encontra-se 
regulamentado entre os arts. 531 e 538 do Código de 
Processo Penal. O seu rito é bastante semelhante ao 
procedimento comum ordinário: oferecimento da peça 
acusatória; juízo de admissibilidade da denúncia (rejeição 
ou recebimento); recebida a peça acusatória, será 
determinada a citação do acusado; apresentação da 
resposta à acusação; oitiva do Ministério Público; análise 
de possível absolvição sumária; audiência una de instrução 
e julgamento. 
Há, todavia, algumas diferenças: 
a) Concluindo o juiz pela impossibilidade de absolver 
sumariamente o acusado, deverá designar a realização da 
audiência una de instrução e julgamento. No 
 
 
 
 
 
 
5 
procedimento comum ordinário, esta audiência deve ser 
realizada no prazo máximo de 60 dias (CPP, art. 400, 
caput); no sumário, a audiência deve ser realizada no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias (CPP, art. 531); 
b) No procedimento comum ordinário, poderão ser 
inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela 
acusação e 8 (oito) pela defesa (CPP, art. 401, caput); no 
procedimento comum sumário, poderão ser inquiridas até 
5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) 
pela defesa (CPP, art. 532). 
c) No procedimento comum ordinário, há previsão 
expressa de requerimento de diligências cuja necessidade 
se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução 
(CPP, art. 402); no sumário, não há semelhante previsão. 
d) No procedimento comum ordinário, há previsão 
expressa de substituição das alegações orais por 
memoriais em três situações: a) complexidade do caso; b) 
número de acusados; c) ordenada a realização de 
diligência considerada imprescindível ao julgamento da 
causa. No procedimento comum sumário, não há previsão 
expressa de substituição das alegações orais por 
memoriais: pelo menos de acordo com o texto da Lei, as 
alegações finais serão sempre orais (CPP, art. 534). No dia-
a-dia de fóruns criminais, todavia, é bem provável que 
juizes e partes acordem em substituir os debates por 
memoriais nas mesmas hipóteses autorizadas para o 
procedimento ordinário. 
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 
(Juizados Especiais Criminais) 
Estabelece o art. 394, §1º, III, do CPP que o 
procedimento sumaríssimo é o aplicável aos processos que 
tiverem por fim a apuração das infrações de menor 
potencial ofensivo na forma da lei. A lei, no caso, é a Lei nº 
9.099/1995, que instituiu os Juizados Especiais Criminais, 
correspondendo o procedimento sumaríssimo às previsões 
dos arts. 77 a 81 desta lei. 
 Considerações gerais sobre os Juizados Especiais 
Criminais 
Os Juizados Especiais Criminais, no âmbito da Justiça 
Estadual, estão regulados pela Lei 9.099/1995, e, na esfera 
federal, pela Lei 10.259/2001. São destinados à 
conciliação, ao julgamento e à execução das infrações de 
menor potencial ofensivo, como tais consideradas as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com 
multa. Essa abrangência conceitual das infrações de menor 
potencial ofensivo é dada pelo art. 61 da Lei 9.0991995, 
com aplicação na esfera federal por força do art. 1.º da Lei 
10.259/2001. 
A criação dessa nova espécie de jurisdição penal 
atendeu ao disposto no art. 98, I, da Constituição Federal, 
ao dispor que “a União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e os Estados criarão juizados especiais, providos 
por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para 
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis 
de menor complexidade e infrações penais de menor 
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e 
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a 
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes 
de primeiro grau”. 
 Princípios e objetivos 
 
O art. 62 da Lei 9.099/1995 estabelece os princípios 
que devem informar os Juizados Especiais Criminais, bem 
como os objetivos da aplicação do rito. 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á 
pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, 
economia processual e celeridade, objetivando, sempre 
que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e 
a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação 
dada pela Lei nº 13.603, de 2018) 
 
 Competência dos Juizados Especiais Criminais 
a) Natureza da infração penal: infração de menor 
potencial ofensivo 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor 
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não 
com multa. 
b) Inexistência de circunstâncias que desloquem a 
competência para o juízo comum 
b.1) Conexão e continência (art. 60) 
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes 
togados ou togados e leigos, tem competência para a 
conciliação, o julgamento e a execução das infrações 
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras 
de conexão e continência. 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo 
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das 
regras de conexão e continência, observar-se-ão os 
institutos da transação penal e da composição dos danos 
civis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
b.2) Impossibilidade de citação pessoal (art. 66, pú) 
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio 
Juizado, sempre que possível, ou por mandado. 
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser 
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo 
comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
 
b.3) Complexidade da causa (77, §2º) 
Art. 77. (...) 
§2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não 
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público 
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças 
existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta 
Lei. 
 
 Estatuto do Idoso 
Atenção! Consoante dispõe o art. 94 da Lei n° 10.741, 
de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), aos crimes 
previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de 
liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se o procedimento 
previsto na Lei n° 9.099/95. 
 Violência doméstica e familiar contra a mulher e 
aplicação da Lei n° 9.099/95 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e 
familiar contra a mulher, independentemente da pena 
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995. 
 Competência territorial 
Segundo o disposto no art. 63 da Lei n° 9.099/95, a 
competência do Juizado será determinada pelo lugar em 
que foi praticada a infração penal. 
Lei 9.099/95. Art. 63. A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a infração 
penal. 
CPP, art. 70. A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de 
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
 Termo Circunstanciado 
Se o processo perante o Juizado Especial se orienta 
peloscritérios da informalidade, economia processual e 
celeridade, nada mais lógico do que se prever a 
substituição do auto de prisão em flagrante e do inquérito 
policial pela inicial lavratura de termo circunstanciado a 
respeito da ocorrência de infração de menor potencial 
ofensivo, a cargo da autoridade policial. 
Portanto, no âmbito do Juizado Especial Criminal, não 
há necessidade de instauração de inquéritos policiais, pelo 
menos em regra. 
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais 
necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do 
termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou 
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se 
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso 
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como 
medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou 
local de convivência com a vítima. 
Por ocasião do julgamento da ADI 3.614, concluiu a 
Suprema Corte que a lavratura de termos circunstanciados 
pela Polícia Militar caracteriza hipótese de usurpação de 
atribuições exclusivas da Polícia Judiciária, seja ela a Polícia 
Civil, seja ela a Polícia Federal. (STF, Pleno, ADI 3.614/PR, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 20/09/2007, DJe 147 
22/11/2007). Com entendimento semelhante: STF, 1ª 
Turma, RE 702.617 AgR/AM, Rel. Min. Luiz Fux, j. 
26/02/2013, DJe 54 20/03/2013. 
 FASE PRELIMINAR DOS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS 
Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo 
possível a realização imediata da audiência preliminar, será 
designada data próxima, da qual ambos sairão cientes. Na 
falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a 
Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a 
do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 da Lei n° 
9.099/95. 
Na audiência preliminar, presente o representante do 
Ministério Público, o autor do fato e a vítima, e, se 
possível, o responsável civil, acompanhados por seus 
advogados, o juiz esclarecerá sobre a possibilidade de 
composição dos danos e da aceitação imediata de pena 
não privativa de liberdade. 
 Composição dos danos civis 
Como visto anteriormente, um dos objetivos 
declarados da Lei n° 9.099/95 é a reparação dos danos 
sofridos pela vítima, sempre que possível. Daí a 
importância da composição civil dos danos, que pode ser 
feita nas infrações que acarretem prejuízos materiais, 
morais ou estéticos à vítima. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a 
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença 
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo 
civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa 
privada ou de ação penal pública condicionada à 
representação, o acordo homologado acarreta a renúncia 
ao direito de queixa ou representação. 
 
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa 
Código Penal, art. 104. O direito de queixa não pode ser 
exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de 
queixa a prática de ato incompatível com a vontade de 
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o 
ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
 Transação Penal 
A transação penal consiste em um acordo celebrado 
entre o Ministério Público (ou querelante, nos crimes de 
ação penal privada) e o autor do fato delituoso, por meio 
do qual é proposta a aplicação imediata de pena restritiva 
de direitos ou multas, evitando-se, assim, a instauração do 
processo. De acordo com o art. 76 da Lei n° 9.099/95, 
“havendo representação ou tratando-se de crime de ação 
penal pública incondicionada, não sendo caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, 
a ser especificada na proposta”. 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime 
de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, 
a ser especificada na proposta. 
§1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, 
o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 
§2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de 
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença 
definitiva; 
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo 
de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, 
nos termos deste artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da 
medida. 
§3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu 
defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 
§4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita 
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de 
direitos ou multa, que não importará em reincidência, 
sendo registrada apenas para impedir novamente o 
mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
§5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a 
apelação referida no art. 82 desta Lei. 
§6º A imposição da sanção de que trata o §4º deste artigo 
não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo 
para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá 
efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível 
no juízo cível. 
 O que ocorre no caso de descumprimento 
injustificado do acordo homologado de transação 
penal? 
 
Súmula Vinculante 35. A homologação da transação penal 
prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa 
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se 
a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público 
a continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial. 
 Suspensão condicional do processo 
Cuida-se, a suspensão condicional do processo, prevista 
no art. 89 da Lei n° 9.099/95, de importante instituto 
despenalizador por meio do qual se permite a suspensão 
do processo por um período de prova que pode variar de 2 
(dois) a 4 (quatro) anos, desde que observado o 
cumprimento de certas condições. 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for 
igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, 
o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá 
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, 
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não 
tenha sido condenado por outro crime, presentes os 
demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
§1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na 
presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá 
suspender o processo, submetendo o acusado a período 
de prova, sob as seguintes condições: 
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II - proibição de frequentar determinados lugares; 
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem 
autorização do Juiz; 
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
§2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica 
subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e 
à situação pessoal do acusado. 
§3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o 
beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não 
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. 
§4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a 
 
 
 
 
 
 
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ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou 
descumprir qualquer outra condição imposta. 
§5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará 
extinta a punibilidade. 
§6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão 
do processo. 
§7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste 
artigo, o processo prosseguiráem seus ulteriores termos. 
 Análise do procedimento comum sumaríssimo 
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não 
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, 
ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 
desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de 
imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de 
diligências imprescindíveis. 
§1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada 
com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta 
Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do 
exame do corpo de delito quando a materialidade do 
crime estiver aferida por boletim médico ou prova 
equivalente. 
§2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não 
permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público 
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças 
existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta 
Lei. 
§3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser 
oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a 
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a 
adoção das providências previstas no parágrafo único do 
art. 66 desta Lei. 
 
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a 
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará 
citado e imediatamente cientificado da designação de dia e 
hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual 
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, 
o responsável civil e seus advogados. 
§1º Se o acusado não estiver presente, será citado na 
forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da 
audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer 
suas testemunhas ou apresentar requerimento para 
intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização. 
§2º Não estando presentes o ofendido e o responsável 
civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para 
comparecerem à audiência de instrução e julgamento. 
§3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma 
prevista no art. 67 desta Lei. 
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de 
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver 
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de 
oferecimento de proposta pelo Ministério Público, 
proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta 
Lei. 
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, 
quando imprescindível, a condução coercitiva de quem 
deva comparecer. 
 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao 
defensor para responder à acusação, após o que o Juiz 
receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de 
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se 
presente, passando-se imediatamente aos debates orais e 
à prolação da sentença. 
§1º Todas as provas serão produzidas na audiência de 
instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir 
as que considerar excessivas, impertinentes ou 
protelatórias. 
§2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, 
assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo 
dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. 
§3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os 
elementos de convicção do Juiz. 
 
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da 
sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por 
turma composta de três Juízes em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
§1º A apelação será interposta no PRAZO DE DEZ DIAS, 
contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, 
pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual 
constarão as razões e o pedido do recorrente. 
§2º O recorrido será intimado para oferecer resposta 
escrita no prazo de dez dias. 
§3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação 
da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei. 
§4º As partes serão intimadas da data da sessão de 
julgamento pela imprensa. 
§5º Se a sentença for confirmada pelos próprios 
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão. 
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em 
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou 
omissão. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) 
§1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito 
ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência 
da decisão. 
§2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para 
a interposição de recurso. (Redação dada pela Lei nº 
13.105, de 2015) 
§3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. 
 Representação nos crimes de lesões corporais leves e 
lesões culposas 
 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da 
legislação especial, dependerá de representação a ação 
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões 
culposas.

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