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01_CRIME E SOCIEDADE

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CRIME E SOCIEDADE
Introdução a Criminologia
1. Conceito de criminologia:
A Criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar que cuida
do crime, do infrator, da vítima e do controle social do delito e gera
uma informação válida sobre a gênese, a dinâmica e as variáveis do
crime, orientando a sua prevenção e sua repressão.
A partir desse conceito é possível fixar o método, o objeto e a
função da criminologia.
Quanto ao método a criminologia é uma ciência e interdisciplinar.
O objeto da criminologia é o delito, a vítima e o controle social do
delito.
A função (objetivo) da criminologia é prevenir e orientar a resposta.
As duas perguntas fundamentais da criminologia são:
Por que alguém delinquiu?
O que fazer para minimizar a delinquência?
1.1. Método:
Método empírico é o mesmo que método experimental, ou seja,
aquele que evolui a partir da observação do mundo fenomênico.
O método empírico também pode ser chamado de analítico ou
indutivo, ou seja, parte do objeto para chegar à constatação,
parte da coisa para chegar à ideia.
Assim, a criminologia não é uma ciência formal, não é uma ciência
silogística ou dedutiva.
A criminologia é uma ciência interdisciplinar porque conjuga, no
seu conhecimento, outras ciências e disciplinas, tais como a
biologia, a psicopatologia, a sociologia, política etc.
1.2. Objetos:
a) Delito: o primeiro objeto da criminologia é o delito. Delito não é uma
palavra unívoca, ou seja, dependendo da ciência a palavra delito tem
uma acepção diferente.
 Para o Direito o delito tem um conteúdo formal e dependendo da
teoria adotada (bipartida, tripartite, quadripartite), o delito terá um
conceito diferente.
 Para a filosofia e para a ética tem um conteúdo moral.
A sociologia enxerga o delito como mais um fato social.
 Por fim, para a criminologia, o delito é um problema, ou seja, é algo a
ser decifrado.
 Para a criminologia o delito é um problema social e comunitário com
incidência aflitiva (forma de constranger as pessoas naquela
comunidade) e persistência espaço-temporal e que varia conforme a
efetividade dos controles sociais formais (Polícia, MP, cárcere etc) e
informais (família, vizinhança, igreja etc).
b) Criminoso:
b1)Para os Clássicos:
 Para os clássicos o homem nasce bom e o criminoso é aquele que
optou pelo mal, embora pudesse e devesse respeitar a lei.
Dentro dessa ótica a pessoa tem livre arbítrio para decidir se quer ser
bom ou mal. Origem no “Contrato Social” de Rousseau, onde o homem
é corrompido pela vida em sociedade.
b2)Para os Positivistas:
 Para os Positivistas o livre arbítrio é uma verdadeira ilusão. Para eles
não existe nada que não seja palpável (superação da metafísica). Livre
arbítrio não se demonstra empiricamente, logo, não existe. Não tendo
livre arbítrio, determinados indivíduos, portadores de patologia
(determinismo biológico), praticavam crimes.
O infrator não possui livre arbítrio, é um prisioneiro de sua própria
patologia (determinismo biológico) ou de processos causais alheios
(determinismo social).
b3)Para os Correicionalistas:
 Para os Correicionalistas o criminoso é um fraco, é um ser inferior,
deficiente, inapto ao convívio social, incapaz de dirigir-se por si mesmo
– livremente – sua vida, cuja débil vontade requer uma eficaz e
desinteressada intervenção estatal. Visão próxima a aplicada aos
adolescentes infratores.
b4) Para os Marxistas:
 Para os Marxistas o criminoso é produto do processo econômico de
exploração do homem pelo homem. Culpável é a sociedade e seu
sistema de guerra entre as classes.
c) Vítima:
c1) Vítima de ouro:
Desde os primórdios da civilização até a Alta Idade Média.
Numa primeira fase a vítima tinha um papel muito importante na
gênese do delito, porque havia a justiça privada, autotutela, pena de
talião.
c2) Período de neutralização do poder da vítima:
 Ela deixa de ter o poder de reação ao fato delituoso, que é
assumidos pelos Poderes Públicos.
A pena passa a ser uma garantia de ordem coletiva e não vitimaria.
A partir do Código Penal Francês com ideias dominantes do
Liberalismo moderno.
c3) Período de revalorização do papel da vítima:
Depois da Segunda Guerra Mundial – ciência da Vitimologia
Vitimologia é o estudo do comportamento da vítima com a
avaliação das causas e dos efeitos da ação delitiva sobre o prisma da
interação criminoso-vítima (dupla penal) e o incremento do risco da
ocorrência do delito.
 Esta ideia de que o comportamento da vítima pode até fazer o crime
surgir, fez surgir uma ciência paralela, qual seja:
 vitimo-dogmática, que estuda a participação da vítima no
incremento do risco da ocorrência do delito.
Muitas vezes a vítima cria a situação para que o delito ocorra.
Vitimologia – vitimo-dogmática:
 Fala-se em doutrina de processos de vitimização primária, secundária
e terciária.
Vitimização primária: são as consequências do delito que atingem
diretamente o ofendido.
Vitimização secundária: são os ônus da burocracia, são as vitimização
geradas pelo próprio Estado quando demora a dar uma resposta ao
crime.
Vitimização terciária: é aquela que toca o autor do fato. É a hipótese
em que o criminoso se torna vítima de uma punição desproporcional
(sevícias no cárcere, cárcere lotado etc).
d) Controle social do delito:
É o conjunto de mecanismos e de sanções sociais que pretendem
submeter o indivíduo aos modelos sociais comunitários.
Controles formais: são aqueles pertinentes ao Estado repressor.
Controles informais: são aqueles pertinentes à família, aos amigos,
a igreja etc.
1.3. Função da criminologia:
A partir de dados consistentes pretende a elaboração de uma
política criminal que vise
explicar e prevenir o crime;
 intervir na pessoa do infrator e
avaliar os diferentes modelos de resposta ao crime.
2. Breve digressão histórica:
Calcada tão-somente no aspecto didático-pedagógico podemos
dividir a história da criminologia em quatro períodos:
I) Antiguidade aos precursores da Antropologia Criminal:
O Código de Hamurabi (Babilônia) já possuía dispositivo punindo o
delito de corrupção praticado por altos funcionários públicos.
Mesmo antes, Confúcio já demonstrava conhecer o gravame da
pena o que, certamente viria ser uma das maiores preocupações da
Criminologia.
 Entre os gregos Alcmeon, de Cretona (séc. VI a . C.) foi o primeiro a
dissecar animais e a se dedicar ao estudo das qualidades
biopsíquicas dos delinquentes. Pesquisou o cérebro humano
buscando uma correlação com sua conduta.
 Constava que no homem há um pouco de animal e um pouco de Deus,
e que a vida é o equilíbrio entre as forças contrárias que constituem o ser
humano, e a doença corresponderia ao rompimento desse equilíbrio. E a
morte significaria o desequilíbrio completo.
Acreditava na imortalidade da alma e que se movia eternamente tal
qual os astros nos céus.
 É importante salientar que Alcmeon de Cretona é anterior ao
considerado pai da medicina, a Hipócrates.
Aliás, o pai da medicina creditava que todo o crime assim como o
vício é fruto da loucura. Lançando assim (…) as bases sobre a
imputabilidade ou o princípio da irresponsabilidade penal do homem
insano.
O grande oráculo grego, Sócrates, disse através de seu discípulo
Platão, in verbis: “que se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam
criminosos como não reincidirem no crime, dando a eles a instrução e
a formação de caráter de que precisavam”.
 Platão sagaz como sempre afirmou:” o ouro do homem sempre foi o
motivo de seus males” em sua obra “ A República” demonstrando que
os fatores econômicos e sociais são desencadeadores de crimes.
 Dizia também, “onde há gente pobre haverão patifes, vilões etc” e o
criminoso assemelha-se ao enfermo.
 Endossando tal entendimento, Jimenez de Asúa ressaltou o aspecto
intimidativo da pena e sua função inibidora da ação delituosa.
 Aristóteles em sua obra “A Política” ressaltou que a miséria engendra
rebelião e delito. Ohomem na visão aristotélica não é plenamente livre
pois é submetido à razão que controla a sua sensibilidade. Os delitos
mais graves eram os cometidos para possuir o voluptuário, o supérfluo.
 Em sua obra “A retórica”, Aristóteles estudou o caráter dos delinquentes,
observando a frequente tendência à reincidência, e analisou as
circunstâncias que deveriam ser levadas em conta como atenuantes.
 Platão sagaz como sempre afirmou:” o ouro do homem sempre foi o
motivo de seus males” em sua obra “ A República” demonstrando que
os fatores econômicos e sociais são desencadeadores de crimes.
 Dizia também, “onde há gente pobre haverão patifes, vilões etc” e o
criminoso assemelha-se ao enfermo.
 Endossando tal entendimento, Jimenez de Asúa ressaltou o aspecto
intimidativo da pena e sua função inibidora da ação delituosa.
 Aristóteles em sua obra “A Política” ressaltou que a miséria engendra
rebelião e delito. O homem na visão aristotélica não é plenamente livre
pois é submetido à razão que controla a sua sensibilidade. Os delitos
mais graves eram os cometidos para possuir o voluptuário, o supérfluo.
 Em sua obra “A retórica”, Aristóteles estudou o caráter dos delinquentes,
observando a frequente tendência à reincidência, e analisou as
circunstâncias que deveriam ser levadas em conta como atenuantes.
 Em Roma, Sêneca fez uma primorosa análise sobre a ira que considerava
como mola propulsora do crime, e da constante luta fratricida.
 A Idade Média cuja extensão temporal é discutida sendo para alguns
uma noite dos dez séculos e, para outros apenas nove séculos, foi
severamente marcada pelo feudalismo, pela expansão do cristianismo
como ideologia religiosa oficial e pela instalação da nobreza feudal sob
a proteção do papado (que era o centro do poder na Europa
Ocidental) com todas as expansões conquistadoras.
 O crime era mesmo considerado um grande peccatum e, suscitava
punições cruéis e até mesmo o uso da tortura para obtenção da
confissão.
 Para Santo Agostinho chamava a pena de talião significava a justiça dos
injustos, sustentando que a pena deveria ser uma medida de defesa
social e contribuir para a regeneração do culpado, além de
implicitamente conter uma ameaça e um exemplo.
 O grande criador da Justiça Distributiva cujo adágio famoso consagra
por “dar a cada um, o que é seu.”.., segundo uma certa igualdade, teve
em São Tomás de Aquino seu mentor e, também firmou entendimento
que a pobreza é geralmente uma incentivadora do roubo, apesar de
que na sua obra Summa Theologica defendia o chamado furto famélico
(o que atualmente é previsto pela legislação brasileira como estado de
necessidade sendo assim uma das excludentes de crime, é o roubar
para comer).
 Os escolásticos eram seguidores das doutrinas teológico-filosóficas,
dominantes na Idade Média, dos séculos IX até XVIII. A Filosofia, portanto,
estava intimamente ligada à religião.
 No século XVIII, dentro, portanto, surge Afonso X, o sábio, que no Código
das Sete Partidas dá uma definição de assassino e trata dos intitulados
crimes premeditados mediante remuneração ou paga.
 No período de transição entre a Idade Média e a Moderna, do século
XIV ao século XV, é observada a influência das chamadas “ciências
ocultas”, o que bem mais tarde seria conhecida como Criminologia.
 As ciências ocultas eram a Astrologia, a Oftalmoscopia, a
Metoposcopia, a Quiromancia , a Fisiognomia e Demonologia.
 Pela Fisiognomia, por exemplo, tenta-se conhecer o caráter da pessoa
pelo exame dos traços fisionômicos e da conformação craniana. Tal
ciência segundo Drapkin nasceu na idade medieval como o físico Juan
Batista Della Porta, tendo o condão de reunir todas as ciências ocultas
numa só pseudo-ciência. Teve papel de destaque e propiciou o
aparecimento da Frenologia no século XIX.
 Por força de tal contribuição científica ou quase, recorda Drapkin que
em Nápoles, o Marquês de Moscardi decidia em última instância os
processos que a ele chegavam e declinava a qual sentença examinada
a face e a cabeça do delinqüente.
 Já a Demologia que estudava os demônios e os indivíduos supostamente
possuídos por estes, o que veio a facilitar e permitiu o florescimento de
todas as Inquisições. Muito mais tarde, tal estudo propiciou o
aparecimento da Psiquiatria.
 Considerava-se como possuídos pelos demônio, os loucos e os
portadores de alienação mental que eram sistematicamente caçados e
encarcerados, quando não sacrificados por terríveis Tribunais de
Inquisição espalhados pelo mundo europeu católico.
 Com a desculpa de expulsar o demônio de tais corpos insanos, cometia-
se as mais tenebrosas torturas e, não raro eram queimados vivos na
fogueira.
 O mau comportamento humano era interpretado como um morbus
diabolicus, uma enfermidade diabólica, e só o fogo poderia purificar tais
almas atormentadas.
 Baudelaire fez um famoso aviso: ”o mais atual ardil do Diabo consiste em
fazer crer a todos que ele não existe”. Até hoje, tanto a Demologia
como a Astrologia como a própria Fisiognomia tem se preocupado
ainda nos tempos atuais, em co-relacionar a aparência externa das
pessoas com sua conduta íntima.
 Tal observação foi objeto de várias pesquisas entre elas a do abade
Jean Gaspar Lavater (1741-1801) onde ressaltava que “homens de
maldade natural” ou de pendor cruel em muito parecidos com o tipo
delineado por Lombroso e chamado de criminoso lato.
 Enquanto que a fisiognomia estuda o caráter humano a partir dos traços
fisionômicos do rosto, os frenólogos se preocupavam com o estudo da
configuração craniana, ou seja, da cabeça indo além da sua fisionomia.
II) Segundo período da Antropologia Criminal:
 O período da Antropologia Criminal, do século XV até 1875 vários foram
os precursores da Criminologia entre eles Thomas Morus (que descreve
na Utopia, sua obra, uma série de crimes que assolava a Inglaterra na
época , onde sistematicamente se aplicava a pena capital aos
criminosos).
 Dotado de espírito cristão, Morus, dizia por meio de seu personagem
Rafael Hitlodeu, quando o povo é miserável, a opulência e a riqueza
ficam em poder das classes superiores e essa situação economicamente
antípoda faz gerar um maior número de crimes, inclusive pelo
comprometimento moral diretamente ligado ao luxo esbanjador dos
ricos.
 Vivia-se naquela época uma deplorável crise economia na Inglaterra.
Flandres absolvia toda a produção de lã, o que forçou a destinação dos
campos ingleses ao pastoreio de gado menor(o que tornou famosa a
frase de Morus: “Na Inglaterra as ovelhas comem os homens”).
 Além disto, a Inglaterra era submetida ao déposta Henrique VIII,
enquanto a nobreza e o clero eram latifundiários e donos da maior parte
das riquezas do país, ainda existindo a péssima exploração das terras.
 Aliás, por ter bramido contra a tal estado de coisas, apesar de ter sido
chanceler do rei Henrique VIII, Morus acabou sendo decapitado.
 Também Erasmo de Roterdã zombava e satirizava os costumes e os
homens da Igreja e enxergava na pobreza o grande filão da
criminalidade.
 O primeiro autor a distinguir a criminalidade rural da urbana foi Martinho
Lutero. Outros filósofos como Francis Bacon, Descartes admitiram as
causas socioeconômicas como geratrizes da criminalidade.
 Jean Mabilon em 1632, padre beneditino francês introduziu as primeiras
prisões monásticas e Filippo Franci (italiano em 1677) em Florença, cria a
primeira prisão celular.
O Iluminismo que atingiu seu apogeu no século XVIII, por isto chamado
de o século das luzes contribuiu decisivamente para inovações nos
conceitos penais, semeando terreno fértil para as escolas penais e para
a sistematização científica não só do Direito Penal mas também das
demais ciências afins.
 Vigorava uma péssima estrutura e condições inadequadas, os juízes
eram arbitrários e parciais. E a confissão (a rainha das provas) era
sistematicamente obtida mediante a aplicação de crudelíssimas torturas.
 Desta forma,os humanistas e os iluministas se rebelam e conseguem
suprimir em 1780 na França, a tortura; em 1817 na Espanha, em 1840
aboliram a tortura em Hanover e em 1851 na Prússia.
 Dos filósofos que foram ativos nesse movimento renovador e justo tem
relevante importância Montesquieu, que na sua obra principal “L´esprit
des lois”, proclamava que o bom legislador era aquele que se
empenhava na prevenção de delito, não aquele que, simplesmente, se
contentasse em castigá-lo.
 Inaugura assim, um sentido reeducador da pena, Montesquieu. Criou
distinção entre os delitos (crimes que ofendem a religião, os costumes, a
tranquilidade e a segurança dos cidadãos) consagrando a
preocupação em classificar os delitos conforme o bem jurídico atingido,
não só quanto à sua natureza mas também as próprias características
pessoais dos autores de crimes.
 Jean Jacques Rousseau, no Contrato Social assevera que o Estado for
bem organizado existirão poucos delinquentes e na “Enciclopédia”
consta sua afirmação: “a miséria é a mãe dos grandes delitos”.
 Outro filósofo Brissot de Warville enfatizou que “a propriedade era um
roubo” e, neste estio Rousseau em sua obra “Discursos sobre a Origem e
o Fundamento da Desigualdade entre os homens” , editada em 1753,
criticou o primeiro homem que ensejou o conceito de propriedade,
decretando “isto é meu”, tal homem foi o fundador da sociedade civil.
 O pensamento rousseano enxergava na propriedade privada a razão de
todos os conflitos sociais. Tal também foi o ponto fundamental da teoria
marxista no século XIX.
 Voltaire, também condenava a aplicação de pena de morte, os martírios,
suplícios ou torturas aplicadas contra o delinquente. Notabilizou-se por sua
luta pela reforma das prisões (ele mesmo esteve preso e recolhido a Bastilha),
pela reformulação da pena de morte, propondo a substituição por trabalhos
forçados. Também combateu a prática da tortura como método de obter a
verdade ou a prova. “O roubo e o furto são os delitos dos pobres”, salientava.
 César Bonesana, o Marquês de Beccaria que assim como Montesquieu,
Voltaire e Rousseau teve a ousadia de afrontar os costumes penais da época,
publicando “Dos delitos e das penas”, uma obra clássica e de leitura
obrigatória para todos que se interessem pelas ciências criminais. Tal obra
teve o mérito de alterar toda a penalogia sendo precursora da Escola
Clássica do Direito Penal.
 Beccaria geneticamente rebelde (seu próprio pai, Lancelote Beccaria por
afrontar o Duque de Milão, acabou enforcado na praça de Pavia) fez estudo
no Colégio dos Jesuítas de Parma(onde também foram educados Voltaire,
Helvécio, Diderot etc…), rebelou-se contra as inúmeras arbitrariedades da
justiça criminal como ele mesmo escreveu quis defender a humanidade e
não ser um mártir dela.
Alguns pontos principais da obra de Beccaria, a saber:
 A atrocidade das penas opõe-se ao bem público;
 Aos juízes não deve ser dado interpretar as leis penais;
 As acusações não podem ser secretas;
 As penas devem ser proporcionais aos delitos;
 Não se pode admitir a tortura do acusado por ocasião do processo;
 Somente os magistrados é que podem julgar os acusados.
 O objetivo da pena não é atormentar o acusado e sim impedir que ele reincida e servir
de exemplo para que outros não venham a delinquir.
 As penas devem ser previstas em lei.
 O réu não poderá ser considerado culpado antes da sentença condenatória.
 O roubo é ocasionado geralmente pela miséria e pelo desespero.
 As penas devem ser moderadas.
 Mais útil que a repressão penal é a prevenção dos delitos.
 Não tem a sociedade o direito de aplicar a pena de morte nem de banimento.
 E ao concluir sua obra o famoso marquês: “De tudo o que acaba de ser
exposto pode deduzir-se um teorema geral utilíssimo, mas pouco conforme
ao uso, que é legislador ordinário das nações. É que, para não ser uma forma
de violência contra o cidadão, a pena deve ser essencialmente pública,
pronta, necessária; a menor das penas aplicáveis nas circunstâncias dadas
proporcional ao delito e determinada pela lei”.
 Bentham teve, juntamente com Beccaria, Servan, Howard, uma importante
participação no trabalho de reforma penal que se sucedeu, principalmente
após a publicação Dês Delitos e das Penas.
 Bentham é considerado o criador da Filosofia Utilitarista que alicerça seu
fundamento no postulado: “O maior bem-estar para o maior número”. Nesta
doutrina estaria inserida toda uma estratégia de profilaxia ou prevenção de
criminalidade.
 John Howard, xerife de Bedford em 1789 se revelou um excelente
penitenciarista e se dedicou à melhoria das prisões. Foi o responsável pela
abolição de se manter encarcerados os que já haviam cumprido pena, ou
se, absolvidos, não pudessem pagar, a “hospedagem” pois que as prisões
eram exploradas por particulares. Escreveu em 1777, a obra The State of
Prisions traçando um sistema penitenciário mais humano.
O Panóptico
de Bentham
O mais importante pensador para a Frenologia foi o anatomista
austríaco Johan Frans Gall (1758-1823) que foi precursor das chamadas
“teorias das localizações cerebrais” de Broca, em meados do século
XIX.
 É dele também a teoria sobre vultos cranianos, que posteriormente veio
a influenciar a teoria lombrosiana. Gall organizou um mapa dessas
saliências a indicarem a conduta predominante no indivíduo, desde a
passividade absoluta à rebeldia incontrolável, a bondade ou a
maldade, a honestidade e, sua contrário senso a inteligência maior ou
menor.
 Lauvergne em 1859 elaborou estudo sobre os presidiários de Toulon
chegando as mesmas conclusões de Gall.
O Rolandis, foi o primeiro a submeter um delinquente a uma necropsia
em 1835. Também Lucas estudou a herança genética e o atavismo,
em sua obra Sulla natura Morbosa del Delito, tratou dos caracteres
anormais do criminoso dentro de um enfoque, que posteriormente viria
fundamentar a teoria lombrosiana.
Della Porta relacionava a semelhança fisionômica dos criminosos com
os animais selvagens e, fazendo muitos adeptos. Cita-se, por exemplo,
a semelhança do ministro francês Talleyrand com a raposa e
semelhança de outro francês, o general Kleber, com o leão.
Os psiquiatras como Felipe Pinel (1745-1826) tido como o pai da
psiquiatria Moderna, e foi o primeiro a modificar, através de sua
influência, os seus pares da época, no que diz respeito à forma com
que eram tratados os loucos, tidos até então como possuídos pelo
Diabo, e, por isso eram surrados cruelmente e, via de regra,
acorrentados.
 Pinel recomendava que o louco deveria ser adequadamente tratado
e não sofrer violências que só contribuem para o agravamento de sua
doença.
 É célebre o episódio ligado ao paciente Chevigné, um soldado
encarcerado na La Sante, que segundo Pinel, quando foi
desacorrentado “chorava como uma criança ao se ver tratado como
uma criatura humana”.
 Segundo Drapkin, Esquirol foi o criador do conceito de monomania que
gerou uma nova concepção psiquiátrica da loucura moral que foi
definida em fins do século XVII pelo médico Thomas Abercromby,
como sendo característica de alguém com bom nível de inteligência,
mas com graves defeitos ou transtornos morais.
A partir dessa época, a Escola Inglesa passou a calcar-se na Moral
insanity, sendo Pritchard (1786-1848) o consolidar do seu conceito que,
posteriormente, viria a servir de embasamento para Lombroso na
elaboração do perfil do criminoso nato.
Charles Darwin (1809-1882) teve sua teoria evolucionista coordenada
aos progressos das ciências biológicas por Julian Huxley e James Fisher.
Sua ideia básica é a evolução modificada pelos seres humanos. As
idéias da seleção natural e a da evolução completam a teoria de
Darwin que correspondem a uma generalização das mais importante
no campo da biologia.
 Sem dúvida, Darwin pode ser chamado de Newton da Biologia e
apesar dos notórios progressos contemporâneos das ciências naturais,
sua teoria ainda ocupa lugar relevante na ciênciaatual.
O homem passou pelas fases de peixe, sapo, réptil e ave mas jamais tal
fato foi confirmado por Darwin e, nem possui qualquer apoio científico.
No que concerne aos princípios que regiam as variações hereditárias e
não-hereditárias, as ideias eram vagas e o microscópio não revelara
até aquele momento os fatos básicos relativos aos cromossomos e seu
comportamento.
A Antropologia Criminal foi fundada por Cesare Lombroso. Em
determinado momento histórico, o direito Penal abandonou o terreno
da abstração em que se colocara ao tempo da chamada Escola
Clássica, passando para o concretismo das verificações objetivas sobre
o delito e, fundamentalmente, sobre o criminoso.
 Surgiu no espírito alemão que cultuavam o Direito Penal a necessidade
imperiosa de pesquisar profundamente o coeficiente humano que
existe na ação delituosa.
 Esse movimento desencadeou na criação da Antropologia Criminal
por intermédio Lombroso, médico psiquiatra e professor da
Universidade de Turim, que considerou delinqüente sob os prismas das
ciências que eram centro de suas cogitações habituais e outrossim,
aplicando ao exame da criminalidade, a mesma estratégia utilizada
no conhecimento da natureza humana.
 Lombroso encontrou no criminoso uma variedade especial de homo
sapiens que seria caracterizada por sinais(stigmata) físicos e psíquicos.
Tais estigmas físicos do criminoso nato, segundo Lombroso, constavam
de particularidades de forma da calota craniana e da face, bem
como detalhes quanto ao maxilar inferior, fartas sobrancelhas, molares
proeminentes, orelhas grandes e deformadas, dessimetria corporal,
grande envergadura de braços, mãos e pés.
Os estigmas ou sinais psíquicos caracterizavam o criminoso nato (como
sensibilidade a dor diminuída (eis porque, os criminosos comumente se
tatuariam) crueldade, leviandade, aversão ao trabalho, instabilidade,
vaidade, tendências a superstições e precocidade sexual. Julgou
também ter encontrado a relação entre a epilepsia e a chamada
moral insanity.
 Porém, mais tarde, Lombroso evidenciou que nem todos os criminosos
mostram tais características, ele distinguiu, como pseudos criminosos, os
ocasionais e os passionais.
 Manteve porém, a ideia de que a maior parte dos criminosos, formavam
um tipo antropológico unitário e este seria o criminoso verdadeiro.
 Na verdade, o verdadeiro criminoso é nato. Foi suas conclusões de
grande relevância para a Política Criminal, a fim de conter o impulso
criminal, não caberiam expiações morais ou punições infamantes e a
sociedade teria o direito de proteger-se do criminoso, condenando-o e
isolando-o pela prisão perpétua ou de morte encarada como medida de
seleção.
 O atavismo (que é o aparecimento em um descendente de um caráter
ausente em seus ascendentes imediatos, mas sim em remotos, como por
exemplo, se um membro de determinada família).
 Há duas correntes: os defensores do atavismo físico e os defensores do
atavismo moral (o sentido moral era o último a se adquirir na evolução
natural dos seres humanos).
 As taras psicológicas, segundo Ingenieros, afetavam as faculdades
intelectuais e volitivas do indivíduo, juntando-se às causas endógenas e
exógenas.
 Basicamente Lombroso classificava em três tipos os criminosos:
a) criminoso nato;
b) falso delinquente ou pseudo delinquente ou delinquente ocasional;
c) criminalóide (é o meio delinquente assemelhado ao meio louco ou
fronteiriço).
 Sem dúvida, o cientista ilustre que foi Lombroso anotou detalhados dados
antropológicos, nas observações a que submeteu os criminosos, os vivos
nos cárceres e os mortos através de constantes necropsias.
 A constituição delinquencial considera seu portador apenas como um
predisposto à criminalidade.
 Di Túlio esclarece que o delito provém, na sua opinião, de um estado de
desequilíbrio entre a criminalidade latente e a resistência individual.
 Portanto, o crime seria o resultado de forças crimino-incitantes que
superam as forças crimino-repulsivas que existem em cada indivíduo.
medidas defensivas por serem perigosas.
 Lombroso se depara com um número relativamente pequeno de
criminosos sendo tal tipo correspondente a uma média aritmética,
colhidos entre os delinquentes mais afamados pela gravidade de seus
crimes.
 Um dos mais ferrenhos críticos à teoria de Lombroso foi Charles Goring
através de seu livro The English Convict, publicada em 1913, concluindo
pela inexistência das características morfológicas determinadas dos
criminosos por Lombroso.
 Kretschmer procurou estabelecer uma correlação entre o físico e o
caráter do indivíduo, e para tanto estabelecia três categorias:
a) pícnico: indivíduo de pequeno porte vertical (baixo, gordo e bem-
humorado);
b) atlético: um tipo intermediário, de comportamento normal;
c) leptossomático: de estatura alta, de corpo magro geralmente
introvertido, porém, violento e de mau caráter.
 Juntamente com Pende, Kretschmer foram considerados os fundadores
da Biotipologia.
 A contemporânea Antropologia Criminal não reconhece pela conformação
exterior dos indivíduos, quais devam ser submetidas as medidas defensivas
por serem perigosas.
 Lombroso Acentua Mezger a partir da afinidade biológica a correlação com
certas doenças mentais (ou psicoses) de origem humoral tais como
esquizofrenia (demência precoce) e o ciclofrenia (psicose-maníaco-
depressiva, loucura circular), das quais se deriva as
 personalidades psicopáticas esquizóide e ciclóide e por fim aos
temperamentos esquizotímico e ciclotímico.
 A diferença entre frênicos, óides e tímicos. Drapkin assegura que existem dois
erros fundamentais na teoria de Lombroso e a perfectabilidade do perfil do
tarado e o fato de não poder ser reeducado.
 Outro fator que reforça à crítica à Lombroso é que o cientista italiano
considerava o meio ambiente como fator secundário na criminalidade
depreciando a sua influência.
 Para Drapkin, Lombroso foi incompleto em suas investigações, exagerando o
valor das cifras e dava outras sem base séria, estabelecendo, destarte, uma
verdadeira pirataria científica.
 A teoria lombrosiana conheceu seu apogeu mas também encontrou
adversários de suas ideias, como Francesco Carrara bem como os outros
integrantes da chamada Escola Clássica de Direito Penal (Filangieri,
Carmignani, Romagnosi, Ortolan, Rossi, Fuerbach, Pessina etc…) trouxeram à
baila todos aspectos falhos da Antropologia Criminal, o que acabou por
fulminar a figura do criminoso nato.
 É claro que se reconhece o grande mérito atribuído a Lombroso por ter sido o
primeiro a promover um estudo sério do crime sob a acepção científica-
causal; daí porque considera-lo o pai da Criminologia.
 A atual criminologia não consagra a teoria do criminoso nato embora admita
a tendência delituosa, reconhecendo que o homem pode nascer com a
inclinação para a violência. É importante concluir que a vida psíquica não é
algo em apartado da vida orgânica; o homem é um ser sui generis que tem
uma vida orgânica e uma psíquica inseparáveis entre si. Desta forma, é curial
a relevância da Psicologia Criminal se insere, assim na Biologia Criminal,
através de um estudo morfo-psico-moral do delinquente, absorvendo sua
anatomia, psicologia e a psicopatia do criminoso.
 Tal estudo não abrange os fatores endógenos do delito, como também os
coeficientes sociais que condicionam e provocam o crime.
III) Terceiro período – Sociologia Criminal:
 Enri Ferri (1856-1929) em sua obra Sociologia Criminal deu relevo não só
aos fatores biológicos como também aos mesológicos ou sociológicos,
além dos físicos, na etiologia delinquencial. Revelou o trinômio causal do
delito, composto por fatores antropológicos, sociais e físicos.
 Considerado o criador da Sociologia Criminal, foi quem acendeu a
polêmica entre os defensores do “livre arbítrio” e os adeptos do
“determinismo” no que se refere ao crime.
 É de Ferri, também, a denominada “Lei de Saturação Criminal” em que
dizia, ele,da mesma maneira que em um certo líquido à tal temperatura
ocorrerá a diluição de uma certa quantidade, em determinadas
condições sociais, serão produzidos determinados delitos.
Considerada três as causas dos delitos:
 a) biológicas (herança e constituição);
 b) físicas (clima);
 c) sociais (referentes às condições ambientais).
 A Escola Alemã de Naezcker avaliza a classificação de Ferri e estabelece
fatores delituógenos: os endógenos e exógenos. As primeiras
correspondendo as causas biológicas e ao segundo, as causas físicas e
sociais.
 Ferri não acreditava na liberdade da vontade psíquica do homem e
defendia a teoria jurídica da responsabilidade pessoal. Recomendava
que o Código Penal deveria haver apenas um código de defesa social,
com base na periculosidade do infrator.
 Assim para Ferri, a Sociologia Criminal era a ciência enciclopédica do
delito e da qual o Direito Penal não passaria de um simples ramo ou
subdivisão.
 Aliás, dentro da própria Escola Positiva integrada por Ferri, Gripingni
combateu a exacerbação daquela proposta, atitude em que foi
acompanhado por Etienne de Greef, Antolisei.
 Importante ressaltar que Ferri teria sido o criador da expressão “criminoso
nato” em 1881, que é erroneamente conferida à Lombroso.
 Enrico Ferri classificou os delinquentes em cinco tipos a saber: nato, louco,
ocasional, habitual e passional.
a) O nato é o tipo instintivo de criminoso descrito por Lombroso com estigmas
de degeneração. Tal tipo apresenta a completa atrofia do senso moral.
b) O louco seria não só alienado mental, como também os semi-loucos,
matóides e os fronteiriços.
c) O ocasional é aquele que eventualmente comete crime.
d) O habitual é o reincidente, faz do crime sua profissão. O passional é aquele
que é levado à configuração típica pelo ímpeto.
e) O criminoso passional é caracterizado pela superexcitação nervosa, sofre no
dizer de Ferri uma autêntica tempestade psíquica, pratica a ação delituosa;
pela notoriedade e quase sempre, pelo arrependimento imediato o que o leva
geralmente ao suicídio imediatamente. Foi o terrível ciúme ditado por uma
paixão que Otelo matou Desdêmona (após matá-la, se suicida).
 Os três famosos homicidas shakespearianos são dissecados por Ferri: Macbeth
seria o criminoso nato; Hamlet seria o criminoso louco e Otelo o criminoso
passional (o mais citado pela literatura).
 Raphael Garófalo foi o criador do termo Criminologia e construiu a tríplice
preocupação pois para ele a Criminologia é a ciência da criminalidade, do
delito e da pena. Elaborou sua concepção de delito natural partindo da
ideia lombrosiana do criminoso nato.
 O Direito Penal não era monopólio dos juristas, mas também de interesses dos
sociólogos, apregoava que os verdadeiros delitos ofendem a moralidade
elementar e revelam anomalias nos que os praticam.
 Entendia que existem duas espécies de delitos:
 os legais e os
 naturais,
 sendo que os primeiros eram variáveis de país para país e não ofendiam o
senso moral e nem revelavam anomalias (as lombrosianas) assim as penas
também seriam variáveis.
 Quanto ao delito natural são os que ofendem os sentimentos altruístas
fundamentais de piedade e probidade. Garófalo assevera ser frequente a
presença de anomalias patológicas de toda ordem nos criminosos.
 Para Garófalo, o delinquente típico é um ser a quem falta qualquer
altruísmo, destituído de qualquer benevolência e piedade, são os
epitetados de “assassinos”. Três categorias de criminosos:
a) assassinos;
b) violentos ou enérgicos;
c) ladrões e neurastênicos.
Ainda acrescentou um quatro grupo, o daqueles que cometem crimes
contra os costumes, aos quais chamou de criminosos cínicos.
Garófalo era um defensor da pena de morte sem qualquer
comiseração.
Outra figura relevante foi Adolphe Quetelet, o criador da Estatística
Científica, fulcrado em três princípios estabeleceu as chamadas Leis
Térmicas de Quetelet procurou demonstrar que no inverno se praticam
mais crimes contra a propriedade, que no verão, são cometidos mais
crimes contra a pessoa e, na primavera, acontecem mais crimes
contra os costumes (devido a exacerbação da atividade sexual que se
opera no início dessa estação).
Quetelet distinguiu a criminalidade feminina da masculina, tentou
correlacionar o crime à idade cronológica do criminoso, observando
que a incidência delitual é maior entre os 14 e 25 anos (no homem) e,
na mulher, entre 16 e 17 anos, caindo o referido índice após os 28 anos.
O conceito de crime, e da pena e de criminoso vão variar para as
inúmeras escolas, a saber:
a) Escola Clássica, Metafísica, onde o crime é uma infração sendo a
pena repressão. O criminoso é livre de querer ou não. A maioria dos
penologistas desta Escola, entre eles Beccaria, Romagnosi, Filangieri,
Pagano, Rossi, Carmignani, Carrara, Ellerio e Pessina consideravam que o
livre arbítrio é que determina a existência do crime.
b) Já para a Escola Positiva Determinista enxerga no crime uma ação
anti-social que revela o criminoso temível; a pena é intimidação,
correção, coação da temibilidade do criminoso de fato e dos criminosos
possíveis, prevendo a defesa social.
c) A Nuova Scuola ou Escola Antropológica vê o criminoso como um ser
anômalo, tachado de nascença para o crime ou para a possibilidade de
delinquir, sobre o qual, além dos fatores intrínsecos (antropológicos),
exercem também influência os extrínsecos do meio físico, a ambiência é
de somenos importância.
 Os psicopatologistas acusam o criminoso de ser portador de uma
degeneração mental mais grave seus principais defensores são Maudsley,
Benedict, Kraft- Ebing, Magnam, Fere, Delbruck, Naeck, Gortner,
Intergenieros, Julio de Maros, Bombarda.Para a chamada Escola Crítica,
Eclética ou Terza Scuola o criminoso é produto de condições sociais
defeituosas apregoava “ a sociedade tem os criminosos que merece”; os
degenerados e suscetíveis que ela faz, mais facilmente se impressionam às
causas sociais de delinquência.
 O criminoso é responsável, não porque seja livre, mas porque, sendo são e
bem desenvolvido tem aptidão para determinar a vontade por ideias e
representações oriundas da Moral, do Direito, do senso prático que
regulam a conduta de todos porque possuem responsabilidade moral.
Seus partidários: Gabriel Tarde, Lacassagne, Manouvrier, Laurent,
Colajanni, Alimena, Carnevalle, Baer, Havelock Elles, Salleiles, Prins, Von
Liszt, Drill, Von Hamel, José Higino, Lima Drumond, Aurelino Leal, Clóvis
Beviláqua e alguns doutrinadores socialistas como Turatti, Bataglia, Bebel e
Van Kan. João Vieira, Viveiros de Castro, Esmeraldino Bandeira, Cândido
Motta e Moniz Sodré.
 A Escola Neo-Clássica enxerga o crime como ato ilegal, é o ilícito jurídico, e a
pena é intimidação geral a repressão ocasional; o criminoso é responsável
socialmente e individualmente previne-se a maior parte dos crimes previsíveis.
Seus partidários: Manzini, Rocco, Massari.
 Escola Neo-Positiva já identifica o crime como uma to biossocial que revela a
perigosidade do criminoso, o que deve ser tratado no sentido de proteger à
sociedade, pelas mediadas de segurança. Seus partidários: Florian, Púglia,
Asúa, Crispigni, Saldaña e Mendes Correa. Lacassagne (professor de
Medicina Legal de Lyon) remontando quetelismo contra a tese lombrosiana,
apresentou uma doutrina sociológica do crime.
 As teorias antropossociais relacionam os princípios constitucionais de
Lombroso com os sociais, o meio social influi sobre o criminoso
antropologicamente-nato, predispondo-o para o delito. Tais teorias foram
sustentadas por Lacassagne e Manouvrier.
 Lacassagne opôs-se à tese de Lombroso, era médico e via no cérebro três
zonas com funções diversas que regem as faculdades do indivíduo, a zona
frontal, as intelectuais; a zona parental, as volitivas; a zona occipital, as
afetivas.
 Quando há perturbações na zona frontal aparece o louco; na zona parietal
advém a debilidade de vontade; o que permite oaparecimento do
delinquente ocasional; na zona occipital, quando faculdades afetivas ficam
perturbadas, aparece o verdadeiro delinquente, ou seja, o indivíduo
predisposto para o crime, que, quando as condições do meio e seu próprio
egoísmo o impelem, virá efetivamente a delinquir.
 Quanto maior for a desorganização social, maior será a criminalidade. Dizia
que a sociedade é como um meio de cultivo, e afirmava que abriga em seu
seio uma série de micróbios (que são os delinquentes e que estes, não se
desenvolverão, se o meio não lhes for propício).
 Para Lacassagne os fatores sociais atuando sobre um indivíduo predisposto, é
podem dar origem ao crime. Manouvrier foi um dos grande colaboradores
de Lacassagne na luta empreendida contra as doutrinas de Lombroso, foi
professor de antropologia na Universidade de Paris.
 Aubry dizia que o crime tinha por causa principal o contágio moral que sofria
o indivíduo predisposto, e citava, como por exemplo, a influência do cinema
sobre as crianças e certos adolescentes. A sua doutrina do contágio moral foi
tratada no seu livro La contagion du meurtre (o contágio da morte).
 As chamadas teorias sociais propriamente ditas legaram a etiologia do
crime, aos fatores exógenos (de proeminência social) descredibilizando os
fatores endógenos.
 Dentre os seguidores dessas teorias que garantem que o crime tem uma
origem notadamente social, destacam-se Gabriel Tarde, Vaccaro, Max
Nordau e Auber.
 Vaccaro declara que o crime é o resultado da falta de adaptação político-
social do delinquente com relação à sociedade em que vive. O delito é uma
forma de rebeldia, de contestação uma vez que a lei serve para defender os
interesses das classes sociais dominantes.
 Gabriel Tarde não aceitava as ideias de Ferri sobre o trinômio criminogenético
(fatores físicos, sociais e biológicos) e acrescenta que a influência do clima
não está comprovada como fator criminal.
 Aliás sobre a influência física (que é considerável e uniforme) dentro do
mesmo grupo social.
 A polêmica entre Ferri e Tarde, poder-se-ia aduzir que os próprios fatores
individuais (endógenos) pela mesma razão não poderiam subsistir
isoladamente, até porque para que ocorra o crime, não basta que haja o
indivíduo, necessário também que exista um grupo social, o que nos faria
imergir num eterno círculo vicioso.
 As causas cósmicas ou físicas do crime tais como as estações, temperatura,
natureza do solo, produção agrícola, o clima e demais fatores naturais
recebeu novas críticas do espanhol Arambusu em seu livro “La nuova ciência
penal “ e atribuiu a Ferri o defeito de confundir o acessório com o principal e
as causas ocasionais com as verdadeiramente determinantes do crime.
 Ferri, erigiu sua objeção como sendo puramente metafísica, porque tudo o
que é necessário ou concorre para a verificação de um fenômeno é a causa
determinante, explicando: “o coração é o principal e as veias são acessórios,
mas ninguém pode viver sem elas”.
 A classificação de Ferri tem sido aceita por grande parte dos criminologistas.
 O notável Tarde escreveu três obras importantíssimas para a Criminologia: “A
Criminalidade Comparada” (1886), “As leis de Imitação” e a “Filosofia Penal”
(1890).
 Sepultando a doutrina do atavismo radical, Tarde aceita apenas
residualmente a doutrina lombrosiana ao aceitar o atavismo equivalente
oriundo de Guilherme Ferrero (que prevê certas predisposições mentais,
psíquicas que permitem comparar o criminoso ao homem primitivo).
 Afirma Tarde em sua obra “Leis de imitação”, assegura que a delinquência é
um fenômeno marcadamente social e que motor propulsor de
conglomerado social é a imitação. Daí, retira-se a assertiva de que 90% das
pessoas não possuem índole criminosa, submetendo-se à rotina social, na
mesma esteira é o entendimento do notável espanhol Ortega y Gasset; dos
10% restantes; 9% possuem a iniciativa delituosa e o 1% corresponde aos
indivíduos de espírito inovador (como Lênin).
 É de Gasset autor da celebra frase símbolo internacional do altruísmo: “Eu sou
eu e a minha circunstância”, afirma que os verdadeiros homens são aqueles
que podem salvar ou melhorar o mundo, os que têm coragem de fincar os
pés no fundo dos rios e nadar contra as correntes das águas. A
responsabilidade por um crime só pode existir se durante e após a sua
prática, temos o mesmo indivíduo, portador da mesma personalidade. Tal
conceito foi útil para fixar as circunstâncias eximentes e atenuantes da
responsabilidade criminal.
Quarto período: Política Criminal.
 Franz Von Liszt é considerado o pai Política Criminal sua obra principal é
intitulada pelos Princípios de Política Criminal, foi publicado em 1889.
 Em seu Tratado de Direito Penal, em 1908, Manzini definia a Política Criminal
como sendo “as doutrinas das possibilidades políticas com relação à
finalidade da prevenção e repressão da delinqüência”.
 Para Manzini, a Política Criminal é o conjunto de conhecimentos que podem
levar a realizar um plano real e não utópico.
 Já para Fuerbach é o saber legislativo do Estado em matéria de
criminalidade. Para Guilhermo Portella, é o conjunto de ciências que
estudam o delito e a pena, com o fim de descobrir as causas da
delinqüência e determinar seus remédios.
 Para Liszt é o conjunto sistemático de princípios segundo os quais o Estado e a
sociedade devem organizar a luta contra o crime”
 A denominação é anterior a Von Liszt, pois em 1793 Klinsroad a chamava de
Política de Direito Criminal.
 Os doutrinadores modernos afirmam que são penalistas e não médicos,
psiquiatras, biólogos, etc. Não há antagonismo entre Política Criminal e
Criminologia.
 A Política Criminal segundo Newton Fernandes e Valter Fernandes é o
aproveitamento por parte do Estado, de todas aquelas normas que lhe
servem para a prevenção e repressão da delinquência.
 É conceito amplo(que não se baseia somente as normas abstratas de direito
e, sim nas normas concretas determinadas pela Criminologia).
 Já se evidenciava-se princípios da Política Criminal em Beccaria, em Manzini,
Filanghier, Jeremias Bentham, Voltaire, Fuerbach, Henre, Van Habel, Klinsroad.
 A Política Criminal é um ramo de Direito Penal apesar de utilizar dados da
Antropologia Criminal, da Estatística Criminal, não se confunde com a
Criminologia.
 A suspensão condicional (sursis), o livramento condicional e o sistema hoje
praticado no mundo todo, como por exemplo, o tratamento tutelar dos
menores delinqüentes também são conquistas da Escola da Política Criminal.
 Enfim, a Criminologia focaliza o fenômeno do crime de maneira bem
diversificada, prescrutando-lhe as causas, enquanto que a Política Criminal
tem como objetivo a descoberta e a utilização prática dos processos eficazes
de combater ao crime, necessita recorrer à conclusões criminológicas e à
Penologia que ausculta os resultados com as sanções penais.
 Por muitos autores tem-se conceituado a Política Criminal como ciência e a
arte dos meios preventivos e repressivos de que o Estado, no seu tríplice papel
de Poder Legislativo, Executivo e Judiciário dispõe para consecução de seus
objetivos na luta contra o crime.
 Aliás, desde de Platão (a gênese do crime está relacionada pelas influências
econômicas) que atribuía à falta de educação dos cidadãos e má
organização do Estado, como geratrizes do crime.
 Aristóteles também visa na miséria a condição estimuladora da rebelião e do
delito depois pulando para Rousseau que considerava que o homem nasce
bom, a sociedade que o perverte, ou seja, o transformava em mau e
criminoso; por Durkheim que considerava o crime um fenômeno de
normalidade social, porque constante e útil; no que foi rechaçado e
combatido e existirá e nem por isso ela normal em biologia”.
3. Teorias explicativas do delito:
3.1. TEORIAS DO CONSENSO:
 Partem do princípio do funcionamento das instituições e indivíduos, onde
se aceita e se compartilha regras.
 Escolas Criminológicas fundadasnas teorias do consenso:
I) Escola Ecológica de Chicago (1930) – Park e Burguen.
II) Escola da Associação ou do Contato Diferencial (1924) – Sutherland.
III) Escola da Anomia (ausência de normas) – Durkheim (1890) e Merton (1938).
IV) Teoria da Subcultura do delinquente – Cohen (1950)
I) Escola Ecológica de Chicago (1930) – Park e Burguen.
 Observa o homem dentro seu habitat.
 Método de observação participante: vai até o local e começa a observar
o fenômeno criminal a partir das circunstâncias da própria cidade.
 Conclusões: grandes cidades são geratrizes de crime, porque:
a) Os controles sociais informais não funcionais. As pessoas têm menos
vínculos familiares e sociais;
b) Os grupos familiares se deterioram nas grandes cidades;
c) Há uma alta mobilidade, o que enfraquece ainda mais os vínculos
pessoais;
d) Há um estímulo ao consumo excessivo;
e) Há uma proximidade tentadora aos centros comerciais;
f) Superpopulação etc.
II) Escola da Associação ou do Contato Diferencial (1924) – Sutherland.
 Pesquisaram os criminosos nas empresas.
 Entre 1920 a 1944 pesquisou 70 grandes empresas nos EUA.
Objeto empírico: trustes e cartéis.
 Premissas:
1ª Crime não é exclusivo de pobre;
2ª Crime não deriva da simples inadaptação da pessoa à sociedade;
3ª Crime exige organização para burlar os controles formais e informais;
4ª Quem delinque, delinque porque se reconhece no exemplo de quem
delinquiu. Copia o outro que delinquiu e que se deu bem.
Conclusões:
a) O comportamento criminal é aprendido;
b) Aprender a delinquir depende de comunicação e de imitação. Esse
aprendizado também inclui o motivo sobre qual se delinque.
c) O conflito cultural é causa da associação diferencial, ou seja, por não
compactuar com as premissas postas na sociedade é que a pessoa se
associa ao diferente, ao crime. Adesão a uma vida louca.
d) O cometimento o delito depende de situações favoráveis e
desfavoráveis, depende, portanto, de um prognóstico que o agente faz
a cerca do êxito da sua conduta.
 Resumindo o seu pensamento:
A complexidade dos crimes + os seus efeitos difusos na sociedade + a
tolerância das autoridades + a impunidade geram as condições para
a delinquência.
III) Escola da Anomia (ausência de normas) – Durkheim (1890) e Merton (1938)
 O problema todo reside na ausência de normas, ou mesmo, na ausência de
efetividades das normas é gera a possibilidade para delinquência.
 Pela teoria da anomia constata-se que a ausência de regras para a regular
as situações sociais gera conflituosidade. A consequência disso é o
enfraquecimento na consciência coletiva do que é certo e do é errado.
Fragilização do consciente coletivo.
 O crime é um fenômeno normal e comum em toda a sociedade, só deixa de
sê-lo quando ultrapassa os seus limites e passa a agredir a própria sociedade.
 A punição é saudável porque ela reafirma no consciente coletivo do que é
certo e do que é errado, reafirma os valores que são caros à sociedade:
família, propriedade, ética etc.
 A pena aplaca a sede de vingança coletiva, a rivalidade da sociedade para
com aquela pessoa, reduz o desconforto emocional coletivo em face do
coletivo;
 A impunidade fomenta a criminalidade. Onde não há Estado o crime
prospera.
 Formas de reagir à pressão (Escola da Anomia):
1) Conformidade.
2) Ritualismo: o cidadão renuncia aos bens, abre mão das coisas, mas
continua se movendo no mundo fenomênico como uma pessoa comum.
3) Retraimento: o cidadão vira praticamente um monge, renuncia a
tudo, aos bens e aos ritos que a sociedade considera importante.
4) Invasão: que se redobra na rebelião: o cidadão começa a se tornar
forte concorrente a delinquir.
IV) Teoria da Subcultura do delinquente – Cohen (1950)
 Subcultura não se confunde com contracultura. Os movimentos de
subcultura reproduz os valores tradicionais, mas com sinal invertido,
com sinal negativo, sob o signo da intolerância com quem é diferente,
ex.: nazifacismo. Contracultura renega os valores tradicionais e propõe
algo para ficar no seu lugar. O movimento hippie é um movimento de
contracultura e não de subcultura.
Cohen observou a juventude americana do final dos anos 50 e
constatou a frustração do american dreams, o sonho da prosperidade
econômica e junto com essa frustração Cohen encontrou segregação
racial, desagregação familiar etc.
 Reconhecimento da cultura do gueto: estabelecimento de novos
padrões de comportamento a partir de afinidades grupais e
normalmente sob um paradigma violento. As gangues (movimento de
subcultura) surgiram como uma reação à inacessibilidade aos bens da
vida.
IV) Teoria da Subcultura do delinquente – Cohen (1950)
 Subcultura não se confunde com contracultura. Os movimentos de
subcultura reproduz os valores tradicionais, mas com sinal invertido,
com sinal negativo, sob o signo da intolerância com quem é diferente,
ex.: nazifacismo. Contracultura renega os valores tradicionais e propõe
algo para ficar no seu lugar. O movimento hippie é um movimento de
contracultura e não de subcultura.
Cohen observou a juventude americana do final dos anos 50 e
constatou a frustração do american dreams, o sonho da prosperidade
econômica e junto com essa frustração Cohen encontrou segregação
racial, desagregação familiar etc.
 Reconhecimento da cultura do gueto: estabelecimento de novos
padrões de comportamento a partir de afinidades grupais e
normalmente sob um paradigma violento. As gangues (movimento de
subcultura) surgiram como uma reação à inacessibilidade aos bens da
vida.
 O crime resulta da interiorização (aprendizagem, socialização e
motivação) de um código moral ou cultural que torna a delinqüência
imperativa.
 “As teorias da subcultura partem do princípio de que delinquentes são as
culturas e não as pessoas.”
 À semelhança do que acontece com o comportamento conforme à lei,
também a delinquência significa a conversão de um sistema de crenças e
valores em ação.
 Conclusões:
a) a violência das gangues não tem justificativa, não tem utilidade.
b) A conduta é sempre maliciosa para mostrar o quão patética é a vítima.
c) Não consegue enxergar um horizonte positivo, não conseguem propror
uma solução harmônica para a convivência.
3.2. TEORIAS CONFLITIVAS:
 Surgem do argumento que a coesão da sociedade é fundada na força e
na sujeição, ou seja, não é a cooperação que faz a coesão, mas sim a
coerção. O criminoso não aceita os controles, não se ressocializa. O crime
é de interesse da sociedade.
I) Teoria do “Labelling Approach” (Teoria do Etiquetamento): Howard Becker
(1960).
II) Escola Crítica (Criminologia Radical): Rusche e Kircheimer (1967).
III) Novo Movimento de Defesa Social (Tolerância Zero).
I) Teoria do “Labelling Approach” (Teoria do Etiquetamento): Howard Becker
(1960)
 A criminalidade não é a qualidade de determinada conduta, mas o
resultado de um processo através do qual se atribui esta qualidade (um
processo de estigmatização). Em outras palavras, criminoso é uma etiqueta
que a sociedade prega em alguém.
Principais ideias:
a) Essa teoria desloca o problema criminal da ação para a repressão. O
problema não está na conduta, mas sim na forma em que se pune essa
conduta;
b) A intervenção da justiça criminal gera mais criminalidade, porque ela
estigmatiza o desviante e impede que ele retorne à sociedade;
c) Pessoas que sofrem com os mesmos estigmas tendem a agrupar-se para
reagir a esse processo de estigmatização;
d) O controle social do crime é seletivo e discriminatório.
 OBS: Quem rouba um tostão é ladrão, quem rouba um milhão é barão!
II) Escola Crítica (Criminologia Radical): Rusche e Kircheimer (1967).
 Crítica a criminologia clássica e positivista.
 Fortemente influenciados pela doutrina marxista.
 O processo de criminalização de determinadas condutas se relaciona com a
disciplina da mão de obra no interesse do capital e com a contenção dos
movimentos sociais (lock out, greve).
 Alessandro Baratta na Itália.Roberto Lira no Brasil. Michael Foucault na França.
 O delito depende do modo de produção capitalista. A lei penal, por sua vez,
deriva e justifica esse modelo.
 O Direito não é ciência, é ideologia. O Direito é apenas uma forma de
dominação (Foucault).
 O homem tem um livre arbítrio relativo, que é reduzido pela propaganda e
pela educação, isto é pela lavagem cerebral que o modo capitalista produz.
O foco é no ter, no possuir.
 Se criminaliza as condutas para justificar o monopólio do Estado sobre a
violência.
 Vertentes:
1) Neorealismo (Young, Joch): novos aspectos devem ser considerados:
desemprego maciço, o contraste entre a riqueza e a pobreza e o surgimento de
novas vítimas até então invisíveis, quais: as mulheres e as crianças. Eles propõem
uma reação ao marxista de que tudo tem a ver com economia.
2) Minimalistas (Martin Sanches): propõe uma contração (redução) do sistema
penal em certas áreas. Descriminar determinadas condutas que não são
relevantes para a sociedade. O Direito penal como a última ratio. Por outro
lado, propõe uma maior efetividade do direito penal em outras áreas.
3) Abolicionistas (Mathiensen): Os abolicistas fazem uma crítica arrasadora ao
sistema penal. O sistema penal não resolve nada, apenas gera problema. As
pessoas saem da cadeia pior do que entraram.
III) Novo Movimento de Defesa Social (Tolerância Zero):
 Movimento da lei e da ordem: Rudolf Giuliane (prefeito de NY).
Premissas:
a) Vamos lutar passo-a-passo contra pequenos delitos.
b) Sistema de repressão mais ostensivo.
c) Mais poderes para a atividade policial.

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