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O PAPEL DO DIREITO NO COMBATE AOS CRIMES AMBIENTAIS

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O PAPEL DO DIREITO NO COMBATE AOS CRIMES AMBIENTAIS 
ALUÍZIO NETO COSTA BARCELOS
Licenciado em Geografia pela UEG Universiade Estadual de Goiás/ Porangatu. Espelialista em Gestão educacional. Especialista em Geografia do Brasil. Professor efetivo do estado do Tocantins. Professor substituto do IFPA. Graduando do Curso de Bacharel em Direito - Faculdade de Colinas do Tocantins- FIESC/UNIESP – Colinas do Tocantins / TO.
STEFANNY MATTEI LIMA
Graduanda do Curso de Bacharel em Direito - Faculdade de Colinas do Tocantins- FIESC/UNIESP – Colinas do Tocantins / TO.
RESUMO
O meio ambiente, desde a criação humana, vem sofrendo degradação, pois o homem por ser pensa apenas em si, e não leva em consideração as gerações futuras que também precisarão da natureza para viver, sendo assim faz uso desenfreado dos recursos ambientais sem preocupação, degradando, destruindo com fins de obter lucro. O artigo tem como objetivo discorrer acerca da eficácia do direito na proteção ao meio ambiente diante da degradação que o mesmo vem sofrendo na sociedade contemporânea, o assunto vem sendo amplamente debatido, isso devido à relevância do bem jurídico em questão, qual seja, o meio ambiente.
Palavras chave: Meio Ambiente. Degradação. Direito Ambiental.
ABSTRACT
Since the creation of mankind, the environment has been degraded, because man is only thinking of himself, and does not take into account future generations who will also need nature to live, thus making unbridled use of environmental resources without concern, degrading, destroying for profit. The article aims to discuss the effectiveness of the law in protecting the environment in the face of the degradation that it has been suffering in contemporary society, the subject has been widely debated, due to the relevance of the legal good in question, namely, the environment. environment.
Keywords: Environment. Degradation. Environmental law.
Introdução 
O meio ambiente é essencial para a conservação da vida no planeta, porém o humano o vem degradando ao decorrer do tempo, através de desmatamento, emissão de gases poluentes e o descarte inapropriado de materiais industriais e afins. Para resolver os problemas causados pela ação humana foram formuladas leis ambientais e realizadas conferências internacionais para a fim de abordar o assunto, o que não se caracterizou por ser o suficiente para a resolução de tal problema.
Mesmo com diversas normas e regras abordadas dentro da legislação ambiental brasileira ainda existem inúmeros casos de danos ao meio ambiente, o que ocorre dentre vários motivos devido a algumas espécies de falhas dentro da própria legislação, as quais acabam por permitir o descaso das empresas e auxiliam para que estas livrem-se das punições.
É notória a existência de diversos fatores que influenciam na problemática ambiental, desde elementos de baixa importância até outros extremamente decisivos e válidos, deste modo, é possível perceber-se que a legislação ambiental brasileira é influenciada por vários aspectos e assim podendo apresentar pequenas brechas, falhas e até mesmo uma situacional ineficácia. É necessária uma maior valorização do meio ambiente, mas também uma maior participação do estado na vida da população, assim como uma melhor prontidão no cumprimento de seu papel, para que assim possa-se alcançar os resultados esperados.
Em 2019 o Brasil se tornou um dos principais assuntos na mídia mundial e nas redes sociais em virtude do grande número de incêndios ocorridos na floresta amazônica, o que chamou a atenção do mundo para o Brasil.
Nesse cenário o governo brasileiro foi durante criticado pela falta de ações para amenizar ou solucionar o problema da degradação do meio ambiente em virtude dos crimes ambientais ocorridos. Essa situação traz à tona uma questão que seria a falta de ação do poder judiciário diante dessas tragédias ambientais, pois o que se vê é o meio ambiente sendo devastado e poucos são responsabilizados e devidamente punidos.
Sendo assim, é necessário fazer uma análise da eficácia das normas legais existentes atualmente. Em meio as atuais circunstâncias, não há como deixar de lado um tema de tamanha magnitude. O meio ambiente é fator fundamental para que qualquer indivíduo possa viver dignamente na sociedade, cumprindo assim a norma constitucional contido no artigo 225 que nos dá o direito a um meio ambiente saudável.
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, Constituição da República Federativa, Brasília, DF: Senado Federal, 1988)
Dada a fragilidade do meio ambiente perante as ações humanas, urge a necessidade da aquisição de modos preventivos e repressivos de proteção ambiental, visto que os danos causados refletem difusamente, e neste diapasão, o homem enquanto causador da maioria dos danos ambientais, é também o criador do Direito em prol de sua defesa. Ou seja, já que o ecossistema não possui meios próprios para sua proteção, tratou-se, pelo bem coletivo, de tutelar juridicamente, o meio ambiente.
Sabendo que um dos grandes desafios da sociedade moderna, inclusive no âmbito brasileiro, é, sem dúvida alguma, encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente. 
Embora se reconheça necessário o desenvolvimento da humanidade, em toda a sua conjuntura, há que se atentar para aspectos notórios, cuja inobservância pode acarretar prejuízos tão, ou mais danosos que os advindos da estagnação econômico-social, existentes.
Diante disto torna-se imperativo o cuidado e a proteção dos recursos naturais do país, na intenção de se encontrar um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento e a sustentabilidade, por meio das normas legais já existentes.
Sendo assim, este estudo visa à análise jurídica da responsabilização e punição frente aos crimes ambientais, será feita uma análise de alguns dispositivos legais de penalização e se estes dispositivos são efetivamente cumpridos em nosso ordenamento jurídico. Bem como, se o preceito da Constituição Federal está sendo cumprido.
1 Conceito de Meio Ambiente
O meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não vivas, que vai desde a vegetação, a vida humana, pode ser definido também como um conjunto de unidades, pois está diretamente ligada com a interação entre ser humano e natureza. Esta pode sofrer alterações em seu estado natural, de acordo com as ações do homem, a preocupação com a natureza é tamanha e ocorre desde a antiguidade, pois trata-se da vida ambiental e do ser humano, sendo assim é necessário que seja tratado com todo o cuidado, pois através do meio ambiente é que norteia a vida dos animais, das plantas e do ser humano. 
O meio ambiente é o lugar onde se manifesta a vida, seja a existência humana ou de qualquer outra espécie, o que inclui os aspectos que contribuem para que isso ocorra. Em outras palavras, o meio ambiente é formado pelos elementos bióticos, que é o conjunto de seres vivos em um determinado ecossistema, a exemplo dos animais e plantas, e pelos elementos abióticos, que é o conjunto de fatores físicos ou químicos que contribuem para a manifestação da vida, como a água, o solo, a umidade e o vento, bem como pela interação entre cada um desses elementos. (FARIAS, COUTINHO E MELO, p.29) 
Neste mesmo sentido tem-se a Lei nº 6.938/81, dá a definição de meio ambiente em seu artigo 3º, I, in verbis: 
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; (LEI 6.938/81)
O meio ambiente a luz da lei “rege a vida de todas as formas”, diante desse cenário tem-se que este abrangem todos os tipos de recursos naturais, fenômenos físicos universais sem limites, bem como a água, o ar, clima, radiação, energia, estes são providospela natureza, e são caracterizados como recursos ambientais, o texto legal da lei supracitada no artigo 3º, V, esclarece a definição de recursos naturais, in verbis: V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
1.2 O Direito Ambiental no Brasil
O conceito de direito ambiental está diretamente ligado ao meio ambiente, pois este visa através de normas o cuidado com o planeta e sua sustentabilidade, sua aplicabilidade estende-se a observância do comportamento humano, para que este não venha a agredir a natureza, coibindo a degradação por meio de penalidades que são aplicadas aos que causarem danos a natureza, bem como buscar a manutenção necessária para manter a natureza para as gerações futuras. 
O direito ambiental é o ramo da ciência jurídica que disciplina as atividades humanas efetiva ou potencialmente causadoras de impacto sobre o meio ambiente, com o intuito de defendê-lo, melhorá-lo e de preservá-lo para as gerações presentes e futuras. (FARIAS; COUTINHO E MELO, p.17)
Pode-se afirmar que o direito ambiental é um conjunto de normas e princípio que visam a preservação e o cuidado com a natureza, levando em consideração o cuidado necessário para que as próximas gerações possam desfrutar das maravilhas da natureza. 
Acerca do conceito de direito ambiental dita Farias; Coutinho e Melo (p.17): 
O objetivo do direito ambiental é defender o meio ambiente e a qualidade de vida da coletividade. Isso implica dizer que esse ramo da ciência jurídica não procura simplesmente regulamentar as relações humanas que se utilizam ou que possam se utilizar dos recursos naturais, posto que sua finalidade é promover a proteção e a melhoria da qualidade ambiental.
1.3 O Direito Ambiental da Constituição Federal De 1988
Em breve analise ao texto da Constituição Federal Brasileira de 1988, verificar cuidado com direito ambiental, uma vez que seu artigo 225 entabulou o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, colocando-o, destacadamente, em capítulo próprio e relativo à ordem social. 
Foi na Constituição de 1988 que a expressão meio ambiente de fato apareceu, com o objetivo principal de cumular a preservação ecológica à qualidade de vida do cidadão, caracteres esses que se fundem em um direito superior, qual seja, o direito à vida. 
Nesse âmbito, cita-se o caput da referida norma: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988). 
Ressalta-se que o direito ao meio ambiente não se caracteriza como um direito fundamental, por não estar elencado no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, mesmo que tenha sido pauta de discussão no Congresso Nacional.
Vislumbra-se que o direito ambiental de certa forma, deve ser considerado como direito fundamental, pois sem os recursos naturais a vida não perpetuará, ou prevalecerá de maneira precária.
Neste sentido, é preciso destacar que a tutela ao direito mencionado é caracterizada como típica de terceira geração, eis que se trata de direito coletivo e difuso que não pode ser individualizado, notadamente porque, como assevera o texto constitucional, impõe-se ao poder público e a coletividade defender o meio ambiente e preservá-lo para esta e as futuras gerações. 
Neste contexto narra José Afonso da Silva (2000, p. 28): 
“O problema da tutela jurídica do meio ambiente manifesta-se a partir do momento em que sua degradação passa a ameaçar não só o bem-estar, mas a qualidade da vida humana, se não a própria sobrevivência do ser humano [...] O que é importante é que se tenha consciência de que o direito à vida, como matriz de todos os direitos fundamentais do homem, é que há de orientar todas as formas de atuação no campo de tutela do meio ambiente. Cumpre compreender que ele é um fator preponderante, que há de estar acima de quaisquer outras considerações como as de desenvolvimento, como as de respeito ao direito de propriedade e como as de iniciativa privada.” (SILVA, 2000)
Por outro olhar, a análise à concepção de desenvolvimento sustentável, elencado nuclearmente, de forma subjetiva, pelo contexto da Constituição Federal de 1988, infere-se que esta engloba questões de ordem ideológica, a serem pautadas através de legislações específicas, inclusive, no âmbito jurídico-penal. 
Nas palavras de Luís Paulo Sirvinskas (2015, p. 161), tem-se que: 
 
 “A divisão da responsabilidade em cuidar do meio ambiente entre o Poder Público e a coletividade impõe-se especialmente neste momento tão importante da consciência ecológica internacional. A atuação do Poder Público pode exteriorizar-se por meio de seus órgãos sob os ditames da lei, mas a coletividade não existe em si mesma senão nas pessoas e organizações que a compõem.” (SIRVINSKAS, 2015)
 
Assim, as cláusulas ambientais constitucionais decretam que para sua consolidação, entre as normas infraconstitucionais estabeleçam regras e penalizem condutas, degradantes e que desabonem os benefícios trazidos a humanidade por meio dos recursos naturais, ademais, essa medidas buscam incentivar o Poder Público, não apenas a criar mecanismos essenciais à preservação ambiental, mediante programas governamentais de atuação ou, até mesmo, de conscientização da coletividade, mas também de garantir a plena aplicação destes.
2 Princípio Gerais do Direito Ambiental
O direito ambiental visa o estudo da interação sustentável entre o homem e a natureza, sendo assim possui uma série de princípios que visam o cuidado com o meio ambiente e, tentam coibir a degradação do mesmo, diante disto por meio de medidas legais, o Estado cuida do meio ambiente, aplicando sanções e multa a quem desrespeita tais normas.
Os princípios ambientais possuem como objetivo normatizar os cuidados que a sociedade deve ter com a natureza, para que não ocorra uma degradação descontrolada, e o uso indiscriminado dos recursos naturais.
2.1 Princípio do Acesso Equitativo
A Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972, que por meio de seus princípios visa aclarar as formas de cuidado com o meio ambiente, para que não se esgote os recursos ambientais. 
Princípio 5: Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de sua utilização. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
O princípio da ONU supracitado dita acerca dos cuidados para com os recursos não renováveis, e que é dever da humanidade cuidar para que não haja um esgotamento, visando que as gerações futuras possam utilizar dos recursos naturais, vale ressaltar que o cuidado com o ser humano está no centro, em virtude disso há uma preocupação com o desenvolvimento sustentável do planeta de uma forma geral, para que o indivíduo possa desfrutar de um meio ambiente saudável, diante disto tem se o principio 1, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992, in verbis: 
Princípio 1: Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. (Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992) 
Destarte a preocupação com o desenvolvimento sustentável levando em consideração ao princípio da equitatividade tem-se o Princípio 3, Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992, que dita que: O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras. 
2.2 Princípio Do Direito Humano Fundamental 
Este é visto como o primeiro princípio, fundamental, pois através deste foi ditado os demais, sendo assim teve sua afirmação no direito ambientalem: “Princípio da Declaração de Estocolmo de 1972 foi reafirmado pela Declaração de Rio, proferida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. ” Sendo assim este dita sobre os direitos humanos fundamentais, entre estes está o direito a um meio ambiente saudável e equilibrado que deve ser mantido por todos, possui sua fundamentação em tratados internacionais como a Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, bem como, na Constituição Federal e leis internas brasileiras. 
Princípio 1: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
Sendo assim tem-se que o meio ambiente é um direito fundamental dos cidadãos, dessa forma a Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981, dita que: “art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.” 
O cuidado presente neste princípio vai além do cuidado com a natureza, este é com a vida do indivíduo, com a dignidade que este precisa para viver e se desenvolver, sendo assim coloca a vida como cuidado principal e para que isto venha a se concretizar faz-se imperioso o cuidado com a natureza, pois está é imprescindível para este ter uma vida saudável. 
2.3 Princípio do Desenvolvimento Sustentável
O princípio do desenvolvimento sustentável baseia-se em um tripé social, ambiental e econômico, pois visa normatizar o cuidado do cidadão com a natureza enquanto inverte em suas atividades econômicas, com observância na preservação do meio ambiente para que este venha a perdurar para as gerações futuras. 
Tal princípio possui grande relevância para o direito sendo assim possui sua previsão legal em diversos textos legais, dentre ele a própria Constituição Federal, em seu artigo 225, pode-se citar ainda a Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972, em seu princípio 3, in verbis: 
Princípio 3: Deve-se manter, e sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade da terra em produzir recursos vitais renováveis. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
 O princípio supracitado normatiza o cuidado com a restauração da capacidade da terra em produzir recursos vitais, que são os essenciais para o desenvolvimento do ser humano. 
Tais medidas de restauração, se fazem necessárias tendo em vista que os investimentos na economia são cada vez maiores, e para que não venha a ocorrer um uso desenfreado dos recurso é forçoso o cuidado com o meio ambiente. 
Nesse sentido Fiorillo (2009. p.25) dita que: “O desenvolvimento das atividades econômicas deve considerar o fato de que os recursos ambientais são esgotáveis, devendo haver uma coexistência harmônica entre economia e meio ambiente. Desse modo, tem-se um desenvolvimento, mas de forma planejada, sustentável, afim de que os recursos de hoje não se esgotem ou se tornem inócuos amanhã.”
Diante disto é visível a necessidade do cuidado com a natureza para que esta perdure por muitos e muitos anos, para que as gerações futuras possam desfrutar dos recursos vitais.
 
2.4 Princípio da Função Social da Propriedade 
O princípio da função social da propriedade é visto como um conceito intrínseco em relação à sociedade privada, sendo assim entende-se que para que este se concretize e necessário a ação direta do dono da propriedade para que está se encaixe nas normas legais. Para tanto é necessário que se observe os textos legais que contém tal princípio, sendo assim chamo atenção para o artigo 170, da Carta Magna. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
III - função social da propriedade; (CF/88)
O artigo supracitado faz a alusão ao princípio da função social da propriedade o colocando como uma das formas de assegurar a todos uma existência digna, baseada na ordem econômica, e na valorização do trabalho.
Para tanto se faz de extrema necessidade exemplificar o que vem a ser tal princípio, neste sentido o Estado também por meio da Constituição Federal, narra o que vem a ser a função social da propriedade em seu artigo 186, in verbis: 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (CF/88)
Para que este princípio seja respeitado é necessário que se cumpra uma série de requisitos, que estão arrolados no artigo 186, dentre eles está o aproveitamento racional e adequado, este se refere aos recursos ambientais existentes na propriedade, bem como a utilização dos recursos com observância na preservação do meio ambiente, das disposições que adéquam às relações de trabalho e a exploração para o favorecimento do bem-estar dos proprietários e trabalhadores, naquele ambiente. 
Nesse mesmo sentido se tem o artigo 182, § 2º, da Constituição Federal: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. ”
2.5 Princípio da Prevenção 
O princípio da preservação tem grande importância, pois está interligado ao fato de que, uma vez ocorrido qualquer dano ambiental, sua restauração efetiva é praticamente impossível.
A partir do momento em que uma espécie é extinta o dano passa a ser irreparável. Sendo assim, se ama floresta é desmatada, e desta gerar uma lesão está tornasse uma lesão irreversível, pela impossibilidade de reconstituição da fauna e da flora dos elementos ambientais, que possuíam antes da intervenção do homem. Diante disto a preocupação com a preservação tornou-se alarmante, e para tanto criou-se uma série de textos legais para que esta viesse a ocorrer da forma adequada, neste sentido tem-se o princípio seis da Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972, in verbis: 
Princípio 6: Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais que liberam calor, em quantidades ou concentrações tais que o meio ambiente não possa neutralizá-los, para que não se causem danos graves e irreparáveis aos ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos povos de todos os países contra a poluição. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
O princípio supracitado relata acerca do uso de substâncias tóxicas que podem afetar os elementos naturais, e acerca da luta do povo contra a poluição, sendo assim de acordo com este deve-se observar o uso de poluidores, para que estes não venham afetar de forma demasiada o meio ambiente. 
De acordo com Machado (2005. p. 82), este dá uma definição acerca de tal princípio:
“I- Identificação e inventário das espécies animais e vegetais de um território, quanto à conservação da natureza e identificação das fontes contaminantes das águas e domar, quanto ao controle de poluição; II- Identificação e inventário dos ecossistemas, com elaboração de um mapa ecológico; III- Planejamento ambiental e econômico integrados; IV- Ordenamento territorial ambiental para a valorização das áreas de acordo com a sua aptidão; V- Estudo de Impacto Ambiental.” 
Tais requisitos devem ser observados para que o uso dos recursos e a disposição do local em que será desmatado seja devidamente observado, através de estudos, para que o dano não seja demasiado, e se o dano for exageradamente grande, que este venha a ser remediado de outra forma, pelo indivíduo, ou empresa que deste for dispor. 
2.6 Princípio do Poluidor-Pagador 
O princípio do poluidor pagador, ao contrário do que se pensa a priori, não traz consigo a conceito de que se o indivíduo para ele pode poluir, pois a ideia deste é que o que dispõe de forma errada dos recursos pague pelo seu uso indiscriminada, para que assim se evite uma destruição, ou seja este tenta evitar um dano. Neste contexto tem-se o que dita Fiorrilo (2009): “a) busca evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo) e b) ocorrido o dano, visa sua reparação (caráter repressivo)”. Neste mesmo sentido tem-se os textos legais, como o princípio 16, Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972, in verbis: 
Princípio 16: Nas regiões onde exista o risco de que a taxa de crescimento demográfico ou as concentrações excessivas de população prejudiquem o meio ambiente ou o desenvolvimento, ou onde, a baixa densidade de população possa impedir o melhoramento do meio ambiente humano e limitar o desenvolvimento, deveriam se aplicadas políticas demográficas que respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem com a aprovação dos governos interessados. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
O princípio supracitado normatiza quando ao cuidado com o meio ambiente, em locais onde há um grande número de pessoas em regiões em que esse crescimento populacional possa agredir de forma irreversível ao meio ambiente. 
Para que as pessoas não façam o uso indiscriminado dos recursos naturais fez-se necessária a criação de princípios como este que penaliza a quem o faz, sendo assim este visa como os demais princípios o cuidado com o meio ambiente, e em especial possui como objetivo a aplicação de sanção para que assim seja coibida a pratica da degradação. 
Para tanto o legislador, aplica tais penalidades sejam estas monetárias ou na reparação do dano que já existe através de no desenvolvimento sustentável, conforme o artigo 13, da Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972, in verbis:
 
Princípio 13: Com o fim de se conseguir um ordenamento mais racional dos recursos e melhorar assim as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um enfoque integrado e coordenado de planejamento de seu desenvolvimento, de modo a que fique assegurada a compatibilidade entre o desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de sua população. (Declaração da Conferência da ONU no Ambiente Humano, 1972)
Destarte, diante o exposto é de grande valida ressaltar que não se deve confundir a norma o poluidor-pagador com permissão para poluir. Pois, pode-se pensar que por que o Estado estabelece a liquidação de tarifas para suprir a poluição estaria se tratando de algum tipo de licença ou permissão para poluir, como se abordasse uma aprovação ao ilícito ambiental. Este princípio cuida precisamente da proteção ao ambiente em si. A imposição de recuperar e/ou indenizar é uma decorrência de um ato danoso ao meio ambiente, e jamais uma autorização para degradar.
3 Lei dos Crimes Ambientais
As demandas que dizem respeito ao meio ambiente, cada vez mais conquistaram espaço e ganharam notoriedade, principalmente sobretudo relacionado à conscientização da importância de cuidado e preservação do meio ambiente. Nesse sentido discorre Copola (2012): 
Com todo efeito, a preocupação excessiva com o meio ambiente que atualmente se denota não é despropositada, porque quanto maior o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial experimentado, maior é a degradação e a poluição ambiental provocadas, e, via de consequência, maior se torna também a necessidade de preservação do meio ambiente. A questão atinente ao meio ambiente tem sido, também, objeto de discussão, notícia e análise em todos os meios de comunicação, em razão da grande preocupação que o tema tem despertado na população de todo o mundo. (COPOLA, 2012, p. 17).
Por esta razão várias leis foram editadas, temo como principal finalidade a proteção e preservação do meio ambiente, de acordo com o art. 225 da Constituição Federal, caberá ao poder público e à coletividade a defesa e a preservação ambiental para as gerações presentes e futuras, diante disso, em 30/03/1998 entrou em vigor a Lei Federal nº 9.605, com a finalidade de regulamentar este preceito constitucional, esta lei é conhecida como “Lei dos Crimes Ambientais”. Por esta razão entende-se que somente após a promulgação da Lei 9.605/98 é que a proteção ao meio ambiente foi de fato efetivada. Assim salienta: 
Luiz Regis Prado (2001): O reconhecimento da indispensabilidade de uma proteção penal uniforme, clara e ordenada, coerente com a importância do bem jurídico, as dificuldades de inseri-la no Código Penal, e ainda o crescente reclamo social de uma maior proteção do mundo em que vivemos, acabaram dando lugar ao surgimento da Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente (Lei 9.605/98), proposta pelo Governo e aprovada em regime de urgência pelo Poder Legislativo. Tratava-se de lei de natureza híbrida, em que se misturam conteúdos díspares – penal, administrativo, internacional -, e em que os avanços não foram propriamente significativos. (PRADO, 2001, p. 31).
 
Outra importante característica da Lei 9.605/98 é que esta lei unificou a questão ambiental em seu bojo sistematizando as sanções penais e administrativas.
3.1 Medidas Aplicáveis no Âmbito da Competência Administrativa
As sanções administrativas possui previsão legal no Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Trazendo no artigo segundo o conceito de infração administrativa. In verbis: 
Art. 2º  Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III deste Capítulo. 
Parágrafo único.  O elenco constante da Seção III deste Capítulo não exclui a previsão de outras infrações previstas na legislação.
 
No artigo seguinte estão arroladas as sanções aplicadas administrativamente, vejamos:
Art. 3o  As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;   (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
X - restritiva de direitos. 
§ 1o  Os valores estabelecidos na Seção III deste Capítulo, quando não disposto de forma diferente, referem-se à multa simples e não impedem a aplicação cumulativa das demais sanções previstas neste Decreto. 
§ 2o  A caracterização de negligência ou dolo será exigível nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 3o do art. 72 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 
Art. 4o  O agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará as sanções estabelecidas neste Decreto, observando:                      (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento dalegislação de interesse ambiental; e
III - situação econômica do infrator. 
§ 1o  Para a aplicação do disposto no inciso I, o órgão ou entidade ambiental estabelecerá de forma objetiva critérios complementares para o agravamento e atenuação das sanções administrativas.                (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 2o  As sanções aplicadas pelo agente atuante estarão sujeitas à confirmação pela autoridade julgadora.
Toda a lei vem arrolar os tipos de sanções administrativas e os casos em que serão punidas por ela, ressalta-se que os delitos que não se enquadram nesta lei são punidos judicialmente.
O art. 24, inciso VIII e §1º, da Constituição Federal discorre acerca da competência para legislar quanto o assunto refere-se à responsabilidade por dano ao meio ambiente, conforme segue :
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...)
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; (...)
O artigo 14 da Lei n° 9.638/1.981 enumera quais as sanções administrativas são cabíveis em caso de dano causado ao meio ambiente:
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade. (...)
§ 3º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA (...)
Para que sejam aplicadas as sanções administrativas em caso de dano crime contra o meio ambiente, é necessário ser averiguado a existência ou não do dolo ou da culpa por parte do infrator, tendo em vista que na esfera administrativa é aplicada a teoria subjetiva.
3.2 Medidas Aplicáveis no Âmbito Cível.
A responsabilidade civil no âmbito do direito ambiental, é a que impõe ao infrator o dever de reparar o prejuízo ou dano causado em função de sua ação lesiva ao meio ambiente. De acordo com o art. 14, §1º da lei 6938/81 essa responsabilidade é objetiva, ou seja não há a necessidade de ser comprovado o dolo ou a culpa do agente.
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Essa responsabilização civil, tem como principal objetivo a reparação ao dano causado ao meio ambiente, visto que tem-se como mais importante a restauração do ambiente danificado, com isso, nota-se o interesse do legislador em recuperar o meio ambiente.
3.3 Medidas Aplicáveis no Âmbito Penal
A lei nº 9.605/1998 é vista como um marco na proteção ao meio ambiente. O texto legal tipifica condutas como crime, além de tornar possível a responsabilização criminal das pessoas jurídicas. 
Com o advento da Lei nº 9.605/98 a política criminal na esfera ambiental ganhou importância. Uma vez que, está regulamenta a atuação do poder de polícia ambiental do Estado, por meio dos órgãos ambientais, com a aplicação de penalidades por cometimento de infrações administrativas ambientais.
De acordo com a lei dos crimes ambientais as penas previstas para quem cometer crimes contra o meio ambiente variam de imposição de penas privativas de liberdade ou restritivas de direito, além de multa, destacando-se que na maioria dos casos as condenações resultarão em transação penal, suspensão condicional do processo ou a suspensão condicional da pena (sursis). 
As penas privativas de liberdade (reclusão e detenção), serão aplicadas somente para pessoas físicas, por outro lado, as penas restritivas de direito, são passíveis de serem aplicadas tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, sendo que os dois casos são tratados de forma distinta pela Lei nº. 9.605/1998, tendo o art. 8º destinado às pessoas físicas e o art. 22 destinado às pessoas jurídicas, vejamos:
Art. 8º. As penas restritivas de direito são:
I – prestação de serviços à comunidade;
II – interdição temporária de direitos;
III – suspensão parcial ou total de atividades;
IV – prestação pecuniária;
V – recolhimento domiciliar.
Art. 22. As penas restritivas de direito da pessoa jurídica são:
I – suspensão parcial ou total de atividades;
II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º. A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
§ 3º. A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.
As pessoas jurídicas também estão sujeitas a penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, além das penas restritivas de direito, de acordo com o Art. 21:
As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: 
I - multa; 
II - restritivas de direitos; 
III - prestação de serviços à comunidade., 
Os crimes ambientais elencados na Lei 9.605/98 são de ação penal pública incondicionada, de acordo com o art. 26 da referida lei. Além disso, convém destacar que uma grande parte dos crimes ambientais, pertencentes ou não na Lei de Crimes Ambientais, admite a transação penal, tendo em vista que a pena máxima para estes crimes não é superior a dois anos ou equivale a multa, mesmo diante dessa realidade, deve ser considerado que houve um avanço em relação a proteção ao meio ambiente com a responsabilização penal, pois mesmo havendo muitas possibilidades de acordos, multas, suspensão de processo, o simples fato de existir na lei a punição penal já é algo que intimida e coíbe a prática de crime ambiental.
Considerações Finais
É notório a necessidade de se punir os crimes ambientais, como principal meio de se proteger o meio ambiente, visto que este produz todos os elementos necessários para a vida humana. 
Sabe-se que há uma visível preocupação para o cuidado com a natureza por parte do Estado na criação de leis e tradados de cuidado com a natureza, princípios que tem como objetivo principal o cuidado como o meio ambiente, entretanto, pouco se vê tais normas sendo postas em prática. No entanto, apesar da grande preocupação e do enfoque que se dá a natureza a única coisa que se vê é o aumento desenfreado da degradação do meio ambiente por crimes ambientais, sendo assim.
A lei de crimes ambientais prevê sanções tanto naesfera criminal quanto na cível, conforme foi demonstrado no decorrer do artigo, conforme dito anteriormente, apesar das punições na esfera penal na maioria das vezes se resumirem a acordos e suspensão de processo, o simples de haver na lei a expressa possibilidade de uma sanção mais grave, já causa um sensação de medo e intimidação.
A obrigação de reparar o dano também é algo a ser visto como benéfico e de suma importância, pois de nada adianta a imposição de multas, restrições de direito e outras sanções, se o dano causado ao meio ambiente não for reparado.
A lei dos crimes ambientais, e as demais legislações existentes no país são relevantes, porém as mesmas necessitam de aplicação imediata, sem exceções, devendo a punição estender-se a pessoas físicas e principalmente a pessoas jurídicas, tendo em vista que o que se tem visto são tragédias ambientais causadas por irresponsabilidade dessas empresas. 
 
Referências 
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BRASIL, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente nº 6.938 de 31 de agosto de 1981
BRASIL, Lei Crimes Ambientais nº 9.605 promulgada em 12 de fevereiro de 1998.
FARIAS, Talden; COUTINHO, Francisco Seráfico da Nóbrega; MELO, Geórgia
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