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O segundo Reinado - Trabalho Completo

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“O Segundo Reinado”
Disciplina: História 
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1 – Introdução
O Segundo Reinado se iniciou com a ascensão de D. Pedro II, em 1840, e terminou com sua queda, em 1889, com a proclamação da República. Esse período pode ser dividido em três fases: um primeiro momento de instabilidade, um segundo de apogeu e a crise. D. Pedro II assumiu o poder com apenas anos, por meio do Golpe da Maioridade, apoiado pelos liberais que se opuseram ao regresso imposto pelos conservadores no Período Regencial. Inicialmente havia a necessidade de estabilizar a política brasileira e conter as revoltas regenciais que ainda ameaçavam a unidade territorial brasileira, como a Farroupilha. A paz foi selada com os revoltosos do sul em 1845, dando início ao período de estabilidade no Império brasileiro
Contidas as revoltas, D. Pedro I tinha a importante tarefa de conciliar dois importantes grupos políticos que conflitavam: os liberais e os conservadores. A estratégia do monarca velo por melo do Parlamentarismo Brasileiro (ou parlamentarismo às avessas), que possibilitava a alternância entre liberais e conservadores no poder, garantindo a estabilidade política, o parlamento brasileiro ao contrário do Inglês tinha o Presidente do Conselho de Ministro indicado pelo Imperador, submetendo assim o parlamento, já que este poderá demitir o Presidente do Conselho e dissolver o parlamento em algum caso de impasse. Essa estabilidade política também se deve ao expressivo desenvolvimento econômico do Segundo Reinado.
Esse período foi marcado pela hegemonia do café, principal produto econômico brasileiro. A produção cafeeira teve duas fases: a primeira se refere à produção no Vale do Paraíba a segunda se relaciona com a sua expansão no Oeste Paulista.
A cafeicultura paulista trouxe importantes consequências socioeconómicas, como a implantação de mão de obra livre imigrante e a expansão do sistema de ferrovias. Nesse momento surge uma figura importantíssima para a história econômica brasileira, o Barão de Mauá, um dos primeiros industriais do Brasil ele fez grandes obras como o primeiro estaleiro e da primeira fundição de ferro no Brasil, instalou a estrada de ferro Mauá e o cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa. Além disso este controlava, em seu auge, dezesseis empresas no Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos. O Barão
Para entender como se deu a crise do Segundo Reinado, precisamos atentar para as transformações ocorridas no Brasil na segunda metade do século XIX. Em 1850 tivemos a promulgação da lei Eusébio de Queirós que, pondo fim ao tráfico Internacional de escravos, trouxe importantes mudanças na dinâmica socioeconômica brasileira. A partir de 1850 a entrada.de escravos no território brasileiro diminuiu expressivamente e foi necessário criar estratégias para continuar atrás tecendo com mão de obra as lavouras cafeicultoras de início houve uma tentativa do tráfico interno de regiões decadentes como o nordeste para as regiões mais proeminentes como sudeste, no entanto essa alternativa seria muito onerosa para os fazendeiros. A alternativa para esse cenário apareceu no oeste paulista que velo a partir do Incentivo à utilização de mão de obra Imigrante, principalmente italiana. Devido às péssimas condições de vida e trabalho encontradas por esses imigrantes a imigração começou a ser subvencionada polo governo, muitos fazendeiros ainda nos hábitos escravistas chegavam a castigar fisicamente os imigrantes.
No que se refere à política externa, podemos afirmar que a atuação brasileira na Guerra do Paraguai foi um divisor de águas, marcando o início de um processo de fragilização do Segundo Reinado e de questionamentos a política de D. Pedro si. Após a Guerra do Paraguai os militares fortalecidos e inspirados pelas ideias positivistas pressionavam o governo pela abolição e por um governo republicano, o Imperador não os dava atenção, já que desde a independência o governo tinha uma identificação com as alas mais civis, isso era uma oposição aos regimes ditatoriais republicanos dos caudilhos militares da América do Sul.
2- O Golpe da Maioridade
O denominado “Golpe da maioridade” foi um momento da história brasileira que marca o fim do período regencial e o início do Segundo Reinado.
O governo do Imperador D. Pedro I passou a enfrentar problemas políticos bastantes sérios. Com a questão da sucessão de sua filha em Portugal e a usurpação do poder realizada pelo irmão, com a mobilização da nobreza portuguesa, D. Pedro I é forçado a voltar a Portugal.
No entanto, não havia quem assumisse o poder e pudesse administrar e controlar o Brasil durante sua ausência, que não se sabia inclusive quanto tempo duraria. D, Pedro II, seu filho e herdeiro natural do trono ainda era demasiado jovem. Além disso, a Constituição brasileira recém promulgada determinava uma idade mínima para que um monarca assumisse o poder.
Diante disso e de um período conflituoso que se seguiu, com revoltas, guerras e tentativas de descentralização do poder e da administração pública, a elite brasileira fica apreensiva e acredita que só a autoridade central do Imperador poderia pôr fim aos problemas, estabilizando o país e garantindo os seus privilégios.
Para solucionar a questão, é formado um Ministério da Maioridade, que visava resolver a questão o mais rápido possível e com o mínimo impacto. O adiantamento da maioridade ocorreria por uma proclamação da Assembleia Geral ao povo. A Constituição previa a idade mínima necessária para Pedro II assumir em 21 anos. Um ato adicional a essa Constituição reduz esse limite aos 18 anos.
Ainda assim, a situação do país, as inseguranças de setores da sociedade e o clima violento fizeram com que o próprio Pedro II decidisse assumir, aos 14 anos de idade.
O assunto é coordenado pelos liberais, que instituem o “clube da maioridade” liderado por Antônio Carlos de Andrada e Silva. No clube se discutia a melhor forma e o melhor momento da aclamação do imperador.
Segundo alguns historiadores, a decisão tomada pelos liberais pode ser considerada um golpe político contra os conservadores, daí surge o termo “Golpe da Maioridade”. Outros argumentam que não houve golpe propriamente dito, mas o assentimento do Imperador Pedro II em assumir o trono naquele momento. Por trás disso, no entanto, os liberais retiravam o poder das mãos dos conservadores numa manobra política bem coordenada. Em 24 de julho de 1840, D. Pedro II forma ministérios com os liberais e inicia assim um revezamento político que durará por todo período seguinte. Inicia-se assim o chamado “Segundo Reinado”, a segunda fase do período imperial brasileiro, sob a liderança de D Pedro II, que se estenderá até o advento do golpe republicano de 1889.
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3 – O Governo de D. Pedro II:
O governo de D. Pedro II foi o mais extenso de toda a história política brasileira, tendo durado 49 anos e marcado por muitas mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil. A disputa entre o Partido Liberal e o Conservador, ambos elitistas e que defendiam quase os mesmos interesses, foi uma das marcas da política nesta fase.
Após a Revolução Praieira, ocorrida entre os anos de 1848 e 1850, na província de Pernambuco, não houve mais nenhuma revolta interna contra a autoridade monárquica. Neste período houve certa estabilidade que, segundo alguns estudiosos, está relacionada com o desenvolvimento da economia cafeeira no país. Na segunda metade do século XIX, o café era muito consumido dentro e fora do país, e tornou-se o principal produto de exportação brasileiro.
Durante o governo de Dom Pedro II também ocorreu a Guerra do Paraguai, um conflito armado em que o Paraguai enfrentou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) com o apoio da Inglaterra.
4 - As leis Abolicionistas
As leis abolicionistas são como conhecemos a legislação que promovia a emancipação dos escravos de maneira gradual, elas foram aprovadas entre a Lei Eusébio de Queirós (1850) e a Lei Áurea (1888). As leis aprovadas nesse período foram a Lei do Ventre Livre(1871) e a Lei dos Sexagenários (1885). Ambas foram resultadas da movimentação dos abolicionistas, assim como da reação de escravocratas.
As leis abolicionistas, conforme afirmado anteriormente, foram aprovadas entre 1850 e 1888 e são: a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários. Faremos, a seguir, uma curta abordagem a respeito de cada uma delas.
· Lei do Ventre Livre
Por meio da Lei do Ventre Livre, os senhores de escravos tinham direito de libertar os filhos de escravos com 8 anos de idade em troca de indenização
· Lei dos Sexagenários
O crescimento do movimento abolicionista na década de 1880 foi notável, e a causa foi abraçada por diferentes classes sociais do Brasil. O fortalecimento do abolicionismo fez crescer as ações de resistência contra a escravidão, fossem essas legais ou ilegais (à luz da legislação da época). O fortalecimento do movimento de libertação gerou uma reação conservadora, e a Lei dos Sexagenários foi um reflexo disso.
Depois que foi decretada a emancipação de escravos no Ceará e Amazonas, em 1884, foram criados 49 Clubes da Lavoura que defendiam os interesses dos escravocratas.|1| O objetivo era barrar o avanço do abolicionismo, e isso resultou na aprovação da Lei dos Sexagenários, em 28 de setembro de 1885.
Essa lei concedia a alforria para os escravos que tivessem mais de 60 anos, mas possuía condições rígidas. Os escravos beneficiados com a libertação deveriam trabalhar por três anos para seus senhores como forma de indenização. Além disso, tal lei proibia-os de mudarem-se da cidade na qual haviam sido alforriados, durante um período de cinco anos. Essa lei também estipulava o preço desses escravos como máximo no registro nacional.
Lei Áurea
A Lei Áurea foi decretada em 13 de maio de 1888, depois ter sido aprovada no Senado e assinada pela princesa Isabel. Essa lei decretou a abolição definitiva e imediata da escravatura no Brasil e foi resultado da forte pressão popular sobre o Império. Por meio dela, cerca de 700 mil escravos conquistaram sua liberdade.
As leis abolicionistas promoveram a abolição gradual, conforme desejavam as elites econômicas do Brasil. 
5 - O Fim da Escravidão no Brasil
O que caracteriza a escravidão é a subordinação de seres humanos a regime de trabalho sem qualquer remuneração; sem identidade e sem a liberdade de ir e vir; o escravo é considerado uma coisa, uma “peça”, para os proprietários de escravos no Brasil. Todo escravo possui um dono, para o qual trabalha e ao qual deve obediência cega. O senhor do escravo pode vendê-lo, emprestá-lo, espancá-lo e até matá-lo.
A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, aboliu a escravidão no Brasil; um ato da Princesa Isabel que foi consequência das ações de repúdio à escravidão brasileira, ainda presente na segunda metade do século XIX.
O desenvolvimento industrial da Inglaterra nos séculos XVIII e XIX gerou a produção em escala, criando a necessidade de grande mercado consumidor no exterior. O Brasil mantinha um regime secular de escravidão, um contingente significativo de mulheres, homens e crianças sem remuneração, consequentemente sem poder de compra; os intelectuais europeus e os intelectuais brasileiros incitados por aqueles empunharam a bandeira da abolição da escravatura - tratava-se da tomada de consciência da negação dos direitos humanos – oposição ferrenha aos escravocratas.
A resistência dos senhores proprietários de um modo geral não foi capaz de barrar as leis do Ventre Livre, do Sexagenário e outras que já anunciavam o fim da escravidão no Brasil. No final da segunda metade do século XIX, a pressão da Inglaterra contra o regime escravo no Brasil aumentou; a economia brasileira mantinha-se estruturada no aumento das exportações do açúcar, do algodão e da borracha amazônica, tendo o setor externo como o motor da economia.
Foi nesse cenário que a imigração de europeus foi incentivada pelo governo do Brasil já independente. Desse modo, a criação de colônias estrangeiras no Brasil, principalmente na Região Sul, trouxe para o Brasil um tipo diferente de mão-de-obra, com especialização e regime de trabalho livre. Assim, a assinatura da Lei Áurea oficializou a abolição da escravidão, como uma consequência natural dos acontecimentos políticos, sociais e econômicos que ocorriam no mundo e no Brasil.
O fim da escravidão foi oficializado no Brasil em 1888. Os negros fugidos, habitantes dos quilombos, tornaram-se livres; os negros execram-vos deixaram de ter dono e passaram a ter o direito a ingressar no mercado de trabalho livre. No entanto, a subordinação secular ao regime escravo e a falta de qualificação para ocupar vagas de trabalho nos centros urbanos, transformaram muitos execra-vos em carregadores nas regiões portuárias ou vendedores de alimentos. Mas, a maioria dos execra-vos permaneceu desempregada ou prestando serviços nas propriedades rurais, como trabalhadores braçais e com remunerações irrisórias.
5 – Referências:
O Golpe da Maioridade, disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/golpe_maioridade.html. Acesso em 23 de junho de 2020
Segundo Reinado, disponível: https://www.estudokids.com.br/segundo-reinado-d-pedro-ii-questao-abolicionista-e-crise/. Acesso em 23 de junho de 2020
Leis Abolicionistas, disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/as-leis-abolicionistas.htm. Acesso em 23 de junho de 2020
O Fim das Escravidão, disponível em: https://administradores.com.br/artigos/o-fim-da-escravidao-no-brasil. Acesso em 23 de junho de 2020
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