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Redação sobre violência doméstica

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Violência doméstica e sua possível influência nas organizações
Brasil ano de 1894, Mariana Cândida de Almeida pediu divórcio de Benjamim José do Nascimento Pereira, a requerente reclamava dos maus tratos que sofria nas mãos do marido. Ele chegava ao ponto de machucá-la. Além disso, havia também o agravante dele ser adúltero e forçá-la a manter relações sexuais contra sua vontade. (Idem. Doc.: 13B13. Assunto: Ação de divórcio). Cida (nome fictício) mora em Brasília (DF) e possui dois filhos (que não são filhos do agressor) de 10 e 17 anos. Ela esteve casada com Fábio durante três anos, e ambos ficaram judicialmente separados no começo de 2010. A vítima é uma intelectual, jornalista, historiadora e escritora, muito respeitada em seu meio. O agressor, seu ex-marido, também pertence à classe média com condições normais de vida (CONCIÊNCIA.NET). Qualquer semelhança entre os casos apresentados não é mera coincidência, a violência familiar é um problema antigo da sociedade brasileira. A violência doméstica é um fenômeno que não apresenta barreiras limitantes entre classes sociais, mas se faz presente em toda a sociedade. Esta violência pode ser considerada como oriunda da inabilidade e despreparo de determinados membros familiares em manejar conflitos cotidianos e controlar os acometimentos hostis (OLIVEIRA et al., 2008).
Para Day et al. (2003, p. 10) a violência doméstica trata-se de “toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família”. Esse tipo de violência não se limita a violência física (quando há agressão com o intuito de machucar e deixar marcas na vítima seja essas visíveis ou não), há também a violência psicológica (trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes por toda vida), a violência verbal (nesse caso podendo ser através de xingamentos, forçando suas vítimas a assumirem atos que não cometeram ou até mesmo de forma silenciosa, mantendo-se calado(a) quando se é esperado algum comentário) e ainda a violência sexual (ocorre quando o vítima é obrigado(a) a manter relações sexuais com o agressor(a) mesmo contra a vontade). Todas essas com o intuito de inferiorizar e menosprezar a condição humana da vítima.
Um crime silencioso que não tem apenas como vítima a mulher, os homens também vêm com o passar do tempo sofrendo esse tipo de violência. Em pesquisa realizada em 2008 em Washington e publicada pela revista "American Journal of Preventive Medicine", foi relatado que cerca de 30% dos homens americanos sofrem violência doméstica. Para o estudo do Group Health, os pesquisadores incluíram na violência doméstica tapas, golpes, pontapés e o abuso não físico como ameaças, frases continuamente depreciativas ou insultantes, e conduta controladora. Os pesquisadores determinaram que a violência doméstica tem consequências graves e de longo prazo sobre a saúde mental dos homens (UOL NOTÍCIAS). E não muito diferente do que ocorre nos casos de violência doméstica contra as mulheres, a vítima não denuncia o(a) agressor(a) por vergonha, por achar que a situação não voltará a acontecer ou que se for feita a denúncia o problema só venha a piorar.
A maioria das vítimas desse tipo de violência começa a alterar seu comportamento social e desacreditar mais nas suas capacidades como ser humano. As mulheres são mais susciteis a esse tipo de influência emocional, alterando significativamente sua atividade do cotidiano quando sofrem violência familiar. No mundo, um em cada cinco dias de absenteísmo no trabalho feminino decorre da violência doméstica. Na América Latina, 25% a 50% das mulheres sofrem essas agressões e os custos com o tratamento são de 168 milhões de dólares. No Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida, sendo gastos 10,5% do PIB em serviços de saúde (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, s.d.). A partir do momento em que os reflexos da violência doméstica extrapolam o âmbito estritamente familiar, tendo reflexos na sociedade, no trabalho, ocasionando um déficit nos índices de produtividade, ela deixa de ser preocupação exclusiva dos movimentos feministas, mas também uma problemática de desenvolvimento social e econômico (TAVARES; PEREIRA, 2007).
Em agosto de 2012 foi publicado pelo G1 a história de uma vítima de abusos sexuais e violência doméstica pelo companheiro com quem conviveu um ano, a vítima uma advogada de São José dos Campos em São Paulo, relata que deixou de trabalhar por seis meses afim de obter provas para poder denunciar seu agressor. O acusado é bacharel em direito e conheceu a vítima quando ele estagiava em um dos cartórios do fórum de São José dos Campos. "No começo ele foi um cavalheiro, depois começaram os socos, cintadas, espancamentos", conta a advogada. "Ele me fotografou e me ameaçou, disse que se ele publicasse as fotos eu só conseguiria trabalhar como prostituta e teria que mudar de cidade", após sua denúncia o acusado foi preso (G1.GLOBO.COM). Corsi (2003) menciona que os efeitos e consequências da violência doméstica para o agredido são: baixa autoestima; tristeza, angústia, ansiedade, insegurança, incerteza, problemas de autocontrole e condutas exageradas; dificuldades de concentração, dependência econômica e emocional; padrões de condutas violentos; depressão e estresse. Esse fato mostra quanto à violência doméstica pode afetar significativamente o desempenho no trabalho de suas vítimas, movidas pela influência psicológica causadas pelas agressões.
Atualmente no Brasil há várias formas de coibir esse tipo de violência, uma delas é a LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006, esta Lei também conhecida como LEI MARIA DA PENHA cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher e que também pode ser utilizada para homens quando a agressão ocorre de homem para homem. Quando essa violência doméstica passa a ser um problema de conduta profissional cabe às organizações trabalharem no sentindo de auxiliar seus funcionários que sofrem esse tipo de violência a procurarem ajuda ou mesmo buscar tratamento com o psicólogo do trabalho, esse por sua vez deve ir em busca de métodos na sua profissão que possam ao menos amenizar os efeitos psicológicos causados no funcionário da organização. Uma possível maneira de redução da violência familiar é considerando a violência doméstica não mais apenas como um tipo de violência qualquer, pois trata-se de um caso de saúde pública e não pode ser menosprezado pela população e muito menos pelas autoridades do nosso país.
REFERÊNCIAS
* CONCIÊNCIA.NET. Um Caso de Violência Doméstica Contra a Mulher (Ação Solidária). Disponível em: < http://www.consciencia.net/um-caso-de-violencia-domestica-contra-mulher-apelo-de-acao-solidaria-2/>. Acesso em: 10 out. 2012.
* CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE ON LINE. A violência doméstica é também uma questão de saúde pública. Disponível em: <www.datasus.gov.br/cns/temas/tribuna/violencia_contra_mulher.htm>. Acesso em: 06 nov. 2008.
* DAY, V. P.; TELLES, L. E. B.; ZORATTO, P. H.; AZAMBUJA, M. R. F.; MACHADO, D. A.; SILVEIRA, M. B.; DEBIAGGI, M.; REIS, M. G.; CARDOSO, R. G.; BLANK, P. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista de Psiquiatria, v. 25, supl. 1, p. 9-21, 2003.
* G1.GLOBO.COM. Acusado de crimes contra mulheres é preso após investigação de vítima. Disponível em: < http://m.g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2012/08/acusado-de-crimes-contra-mulheres-e-preso-apos-investigacao-de-vitima.html>. Acesso em: 08 out. 2012
* Idem. Doc.: 13B13. Assunto: Ação de divórcio.
* OLIVEIRA, P. R. C.; TEIXEIRA, K. M. D.; SANTANA, M. M.; OLIVEIRA, M. M.; FREITAS, M. C. P.; LINHARES, A. M.; LELIS, C. T.; ROSADO, A. P. N.; MORAIS, L. S. As representações sociais da violência doméstica: um estudo com mulheres de comunidades populares urbanas de Viçosa-MG. Oikos, v. 1, n. 1, p. 11-32, 2008.
* TAVARES, F. A.; PEREIRA, G. C. Reflexos da dor: contextualizando a situação das mulheres em situação de violência doméstica.Revista Textos e Contextos, n. 8, 2007. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/ojs/index.php/fass/article/view/2318/1817> . Acesso em: 27 out. 2008.
* UOL NOTÍCIAS. Quase 30% dos homens americanos sofrem violência doméstica. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2008/05/19/ult1766u26855.jhtm> . Acesso em: 10 out. 2012.

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