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RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira CIMENTO DE FOSFATO DE ZINCO O cimento de fosfato de zinco é o mais antigo de uso na odontologia (mais de 120 anos, por isso é um excelente material), porém não adere na estrutura dental e nem na peça. Para que haja adesão é necessário ter preparos com boa retenção por ficção e uma ótima adaptação. O preparo dental precisa ser um preparo alto e com as paredes mais próximas ao paralelismo (2,5 até 3° de cada lado). Preparos altos e retentivos, ou conduto com paredes mais próximas do paralelismo. Se for indicado esse cimento para cimentação de pinos mal adaptados ou com pouca retenção friccional, vai falhar. Esse cimento como não tem adesão ele precisa de propriedades para ter RESISTÊNCIA COESIVA. E para ter Resistência coesiva tem que ter boa retenção por fricção e boa adaptação. A adaptação ideal para esse cimento é em torno de 60 micrometros (fio de cabelo), tolerável no máximo 120 micrometros. (entre 40 e 60, máximo 120) ➔ Pino estojado (abraça a raiz por fora): é utilizado quando se tem pouca estrutura de raiz ou que elas estejam mais fragilizadas. Esse pino irá reter a raiz impedindo que ela ``abra``. Com isso, diminui tensões e diminui chances de fraturas. OBS: Onde não tiver efeito férula, biomecanicamente a melhor opção seria metal respeitando os 2/3 de comprimento e 1/3 de diâmetro, nesse caso o metal seria melhor do que o pino de fibra de vidro. Já em dente anterior o paciente não vai querer pino metálico fundido, ai pode ser utilizado pino de fibra de vidro e adesão ao seu RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira favor. Em dente posterior você vai sempre utilizar METAL quando não tiver efeito férula. ➔ Então você vai preparar mantendo as paredes mais próximo do paralelismo acompanhando a inclinação das paredes do conduto, onde o pino vai ter no máximo 1/3 (ou menor) de diâmetro em relação ao remanescente. Respeitando os 2/3 do comprimento radicular e 1/3 do diâmetro da raiz e utilizamos liga tipo 1 ou tipo 2, é sucesso no tratamento sem necessidade de pino estojado. ➔ Se caso o paciente chega ao consultório sem efeito férula e o conduto está amplo, teremos muito mais estrutura de pino do que estrutura de dente. Nesse caso, mesmo o metal tipo 1 (+ macio), quando for submetido à forças oblíquas vai gerar muita tensão ao remanescente dentário. Para evitar essa tensão, é indicado utilizar o pino estojado, para que ocorra distribuição de forças ao longo do eixo do dente. Se optar por adesão, principalmente anterior, deve ser informado ao paciente que será uma tentativa de preservar o remanescente de estrutura dentária dele. ➔ Pino metálico fundido pode ser cimentado com esse cimento de fosfato de zinco, que é um cimento muito barato. INDICAÇÕES: - Prótese fixa metálica; - Prótese fixa cerâmica (desde que a cerâmica seja muito resistente); - Bandas ortodônticas; - Elementos protéticos intra-canal; - Cimentação; - Forramento sob restaurações (visando proteger tecidos biológicos de agressão térmica, elétrica e/ou mecânica). - Base de restaurações; - Selamento provisório de cavidades (curativo de demora). COMPOSIÇÃO: - Pó: é básico (pH acima de 7); RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira Óxido de zinco (aproximadamente 90%); Óxido de magnésio (aproximadamente 10%). - Líquido: é ácido; Solução aquosa de ácido fosfórico (45 a 70%) . MANIPULAÇÃO: Primeiro, é necessário agitar o frasco, para misturar o ácido com a solução. Após o uso, fechar rapidamente para que não volatilize a água presente nele. Para garantir que a água presente nele volatilize em menor velocidade, é importante mantê-lo em ambiente refrigerado (geladeira). Nunca armazenar em lugares quentes. CONSIDERAÇÕES: - O pó deve estar livre de partículas estranhas; - O liquido deve apresentar-se límpido, semelhante a água pura; e não deve possuir sedimentos ou depósitos no frasco. REAÇÃO DE PRESA: Reação Àcido + Base => Sal + Água ➔ Não deve deixar haver excessivo ganho ou perda de água no momento da reação. RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira ➔ REAÇÃO AUTOCATALÍTICA: precisa de água para reagir, e é liberado água na reação. Não deixar acontecer um excessivo ganho ou perda de água durante a reação, para não ressecar o material. Assim teremos como produto um sal fantástico que será o fosfato de zinco amorfo. PROPRIEDADES FÍSICAS: - Alta resistência à compressão (quando o paciente oclui, se o preparo tiver retenção por fricção e o material tiver a película de 40 à 60 micrometros e no máximo 120 micrometros, esse cimento não irá fraturar); - Importante respeitar a espessura adequada da película de cimento; - Solubilidade e desintegração desse cimento é maior em 24hr, se tiver preparos terminados em dentina, o cimento de fosfato de zinco vai SOLUBILIZAR/DESINTEGRAR, mas não leva à falha. As restaurações que terminam em esmalte, o cimento NÃO IRÁ SOLUBILIZAR. (Se respeitarmos a manipulação adequada do cimento). -> Portanto, depende do substrato onde termina o preparo. BIOCOMPATOBILIDADE: - Baixo pH inicial ( pH 1,5 muito ácido; mas quando manipulo corretamente o pH sobe para 4,5) - Necessidade de proteção prévia em cavidades profundas e muito profundas (no caso de vitalidade pulpar). Vai aplicar hidróxido de cálcio P.A., que é básico, vai neutralizar um pouco a acidez desse cimento; - Selamento da cavidade (com verniz cavitário); - Proporcionar corretamente o pó e o líquido, e correta manipulação. TEMPO DE TRABALHO: Tempo decorrido do início da espatulação até o momento em que o cimento não exiba plasticidade para ser utilizado: 3 à 6 minutos – 23°C. RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira TEMPO DE PRESA: Tempo necessário para que distúrbios físicos externos não causem alterações dimensionais permanentes no cimento ( de 5 à 9 minutos em 37°C). Ou seja, tempo para que o cimento tenha propriedades para que o paciente possa desempenhar suas funções mastigatórias e ele não sofrer alterações dimensionais ou fraturar. Tempo de manipulação: 1 minuto e 30 segundos; Tempo de trabalho: 3 a 6 minutos; Tempo de presa: 5 a 9 minutos. Obs.: Tudo isso depende da temperatura ambiente. ➔ Para cimento de fosfato de zinco, deve-se utilizar um aplaca de vidro grossa ou pelo menos uma placa média (precisa ser polida). ➔ Esse cimento possui reação de presa EXOTÉRMICA, ou seja, libera CALOR ( entre 4 e 6°C). ➔ Possui pH baixo; ➔ A placa de vidro espessa e resfriada, vai dissipar o calor. Além de fazer com que o pH aumente diminuindo a acidez do cimento de fosfato de zinco. (A placa resfriada de 4 a 8°C terá uma máxima resistência a compressão) ➔ Cria-se uma condensação de água na superfície da placa de vidro grossa (resfriada a 4°C). Se a umidade relativa do ar seja alta e a placa de vidro muito resfriada irá formar vapor de água, formando umidade na superfície da placa de vidro, o que irá interferir nas propriedades do pó e do líquido. TÉCNICA DE MANIPULAÇÃO: - Espatulação vigorosa; - Utilizar a maior área possível da placa; - Controlar a temperatura; - Dispersar o líquido após manipular. RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira PROPORÇÃO: RESTAURADORA I – Porf. Gilberto Bruna Franciele de Oliveira - Para forramento: utilizar uma medida da concha maior do dosador + 4 gotas do líquido; - Para cimentação: uma medida da concha pequena do dosador + 4 gotas. ➔ Dividir a porção do póao meio, depois ¼, depois 1/8 e depois 1/16. ➔ Somando o tempo (segundos) de manipulação das porções do pó, dará 1,5 minutos.
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