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STF autoriza mudança de nome para pessoas trans

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NOTÍCIAS SOBRE ALTERAÇÃO DE NOME 
 
DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO 
 
STF autoriza pessoa trans a mudar nome mesmo sem cirurgia ou decisão 
judicial 
ImprimirEnviar280100 
1 de março de 2018, 17h24 
Por Ana Pompeu 
 
Todo cidadão tem direito de escolher a forma como deseja ser chamado. 
Assim definiu o Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (1º/3), por 
unanimidade, ao reconhecer que pessoas trans podem alterar o nome e o 
sexo no registro civil sem que se submetam a cirurgia. O princípio do 
respeito à dignidade humana foi o mais invocado pelos ministros para 
decidir pela autorização. 
 
A sessão retomou julgamento desta quarta (28/2), que já havia formado 
maioria com esse reconhecimento. A controvérsia na corte foi definir se a 
medida vale inclusive sem decisão judicial — entendimento que acabou 
prevalecendo, por maioria. 
 
Com o resultado, o interessado na troca poderá se dirigir diretamente a 
um cartório para solicitar a mudança e não precisará comprovar sua 
identidade psicossocial, que deverá ser atestada por autodeclaração. O 
STF não definiu a partir de quando a alteração estará disponível nos 
cartórios. 
 
 
Na avaliação de Lewandowski, caberia a cada juiz analisar requisitos de 
acordo com o caso concreto. 
Carlos Humberto/SCO/STF 
O primeiro a votar nesta quinta foi o ministro Ricardo Lewandowski, 
citando os princípios da autodeterminação, da autoafirmação e da 
dignidade da pessoa humana. Ele, no entanto, considerava necessária a 
etapa judicial para a alteração do nome registrado no nascimento. 
 
“Sou contrário ao estabelecimento de requisitos mínimos que permitam a 
alteração. Cabe ao julgador, à luz do concreto e vedada qualquer forma de 
abordagem patologizante da questão, verificar se estão preenchidos os 
requisitos para a mudança. Para isso, poderá se valer de depoimentos de 
pessoas que conheçam o solicitante ou outros meios de prova, como 
declarações de médicos e psicólogos”, afirmou. 
 
Para Lewandowski, a mudança pode afetar terceiros, como credores, e ter 
impacto no que diz respeito à Justiça Penal, como antecedentes 
criminais. Portanto, a decisão judicial reduziria a possibilidade de 
eventuais fraudes e evitaria uma série de mandados de segurança, caso 
cartórios se neguem a aceitar mudanças por conta própria. 
 
O ministro lembrou também que a alteração de nome ou de grafia só pode 
se dar por força de lei. Da mesma forma entendeu Gilmar Mendes. 
 
Na quarta, o relator do caso, ministro Marco Aurélio, defendeu a “vivência 
desimpedida do autodescobrimento, condição de plenitude do ser 
humano” e considerou dever do Poder Público promover a convivência 
pacífica com o outro. 
 
Para o vice-decano do STF, cabe a cada um trilhar a respectiva jornada. 
Marco Aurélio também defendia a necessidade de decisão judicial prévia, 
com base em laudo médico e a idade mínima de 21 anos. 
 
A maior parte dos ministros, no entanto, acompanhou a divergência 
aberta por Edson Fachin. O ministro Celso de Mello afirmou ser 
“imperioso acolher novos valores e consagrar uma nova concepção de 
direito fundada numa nova visão de mundo, até mesmo, como política de 
Estado, a instalação de uma ordem jurídica inclusiva”. 
 
 
Defensor de "ordem jurídica inclusiva", Celso de Mello considerou 
desnecessária autorização judicial para a mudança. 
Conforme o decano do Supremo, “a prévia autorização judicial é 
desnecessária e encontra equacionamento na lei dos registros públicos, 
uma vez que se surgir situação que possa caracterizar fraude caberá ao 
oficial do registro civil a instauração de procedimento administrativo de 
dúvida”. 
 
Relato cotidiano 
A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, declarou ter 
compreendido as diferentes escalas do preconceito a partir de uma 
conversa com uma transexual, que relatou os constrangimentos 
cotidianos e a dificuldade de encontrar apoio em casa. 
 
“Há escalas de sofrimento diferentes na vida humana e esta continua 
invisibilizada”, disse Cármen. “Não se respeita a honra de alguém se não 
se respeita a imagem que tem.” 
 
A Ação Direta de Inconstitucionalidade foi apresentada pela Procuradoria-
Geral da República, com base no artigo 58 da Lei 6.015/1973. Segundo o 
dispositivo, qualquer alteração posterior de nome deve ser motivada e 
aguardar sentença do juízo a que estiver sujeito o registro. 
 
Havia também um Recurso Extraordinário com repercussão geral 
reconhecida, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul 
que manteve decisão de primeiro grau permitindo a mudança de nome no 
registro civil, mas determinando que a parte passasse por cirurgia de 
transgenitalização. 
 
O Superior Tribunal de Justiça já reconhece o direito. No ano passado, a 
4ª Turma concluiu que a identidade psicossocial prevalece em relação à 
identidade biológica, não sendo a intervenção médica nos órgãos sexuais 
um requisito para a alteração de gênero em documentos públicos. 
 
Ambientes abertos 
Pessoas trans podem adotar o nome social em identificações não oficiais, 
como crachás, matrículas escolares e na inscrição do Exame Nacional do 
Ensino Médio (Enem), por exemplo. A Ordem dos Advogados do Brasil 
aceita a prática desde 2017. 
 
Acesso: https://www.conjur.com.br/2018-mar-01/stf-autoriza-trans-mudar-
nome-cirurgia-ou-decisao-judicial 
 
 
MERO DESCONTENTAMENTO 
 
Ser conhecido por outro nome não garante mudança em registro civil 
ImprimirEnviar10300 
3 de janeiro de 2018, 9h47 
Por Jomar Martins 
 
Segundo os artigos 56, 57 e 58 da Lei dos Registros Públicos (6.015/1973), 
o nome de uma pessoa só pode ser alterado em caso excepcional e de 
forma motivada. Assim, o mero descontentamento com o prenome não 
autoriza sua modificação. 
 
Com esse entendimento, a 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio 
Grande do Sul manteve sentença que negou a inclusão do nome 
Mohamad no registro de um morador do estado que se chama Rafael. 
 
Na petição, o autor alegou ter adotado o prenome após frequentar a Casa 
de Cultura Árabe de sua cidade, onde passou a ser chamado de 
Mohamad, já aos 17 anos, devido aos seus traços físicos. Desde então, 
afirma, é conhecido na família, em seu círculo social, no comércio e nas 
redes sociais como Mohamad Rafael. 
 
No primeiro grau, o juiz Guilherme Eugênio Mafassioli Corrêa julgou 
improcedente a ação de retificação de registro civil por entender que a Lei 
dos Registros Públicos, como regra, não permite a alteração do nome, a 
não ser em casos excepcionais. E, mesmo assim, quando houver prova 
de que o atual prenome submete seu titular a situações vexatórias ou o 
expõe ao ridículo; ou quando a pessoa for notoriamente conhecida por 
seu apelido. 
 
‘‘No entanto, isso não pode ser confundido com apelido público notório a 
justificar o acréscimo de Mohamad ao seu nome. Veja-se a referência feita 
pelo representante do Ministério Público acerca do antigo Presidente da 
República ‘Lula’, que é assim conhecido mundialmente. Não é o caso do 
requerente. No mesmo sentido, não se trata de alterar o prenome por 
exposição ao ridículo ou algo semelhante’’, justificou na sentença. 
 
Acesso: https://www.conjur.com.br/2018-jan-03/conhecido-outro-nome-
nao-garante-mudanca-registro-civil 
 
_____________________________________________________________ 
 
Inspirado em trigêmeas e nome bíblico, homem batiza filhas de 
Chislihilquia, Chelmahilquia e Charahilquia 
O G1 conversou com Chislihilquia e ela afirma que sempre gostou do 
nome e nunca sofreu preconceito. O pai, Valdemir Lopes, conta o que 
motivou a escolha dos nomes das filhas. 
Por Gabriela Lago , G1 Tocantins 
 
26/04/2018 07h00 Atualizado 26/04/2018 15h57 
 
 Charahilquia, Chelmahilquia e Chislihilquia (da esq. para a direita), 
moram em Arapoema (Foto: Montagem) Charahilquia, Chelmahilquia e 
Chislihilquia (da esq. para a direita), moram em Arapoema (Foto: 
Montagem) 
Charahilquia, Chelmahilquia e Chislihilquia (da esq. para a direita), moram 
em Arapoema (Foto: Montagem) 
Três irmãs de Arapoema, a 371 km de Palmas, receberam nomes nada 
convencionais:Chislihilquia Chelly Ferreira Lopes, 18 anos, 
Chelmahilquia Chiloma, 27 anos, e Charahilquia Chelma, de 30 anos. Os 
nomes foram escolhidos pelo pai, o pedreiro Valdemir Lopes, que afirma 
ter se inspirado em trigêmeas que conheceu na juventude e feito a junção 
com um nome bíblico. Entenda essa história. 
 
"Quando eu era jovem conheci trigêmeas no Piauí. Elas se chamavam 
Chara, Chelma e Chiloma. Eu gostei e quis colocar nas minhas filhas", 
conta. 
 
De acordo com Lopes, a esposa dele não se opôs a escolha, mas por 
serem evangélicos, ela quis que os nomes tivessem um significado 
bíblico. Para resolver a questão, ele decidiu acrescentar "Hilquia" a cada 
nome. "Eu li na Bíblia que ele [Hilquias] era um profeta de Deus, achei 
importante." 
 
Chislihilquia é a única das três filhas que não recebeu um nome inspirado 
nas trigêmeas que o pai conheceu. "Como a primeira já tinha recebido 
Chara e a segunda Chelma, só restava o Chiloma, mas a mãe delas achou 
que não ia ficar bom 'Chilomahilquia'." 
 
Aí a mãe deu a ideia do nome da terceira filha ser inspirado em uma 
jogadora de vôlei. "Eu não lembro se o nome dela era Shirley ou Chisli, 
mas minha mulher achava bonito e quis colocar Chislihilquia. Ela também 
achou que Chelly como segundo nome ia combinar", explica. 
 
A caçula garante que nunca quis mudar. "Acho incrível, um máximo", 
afirma. 
 
Chisli, como foi apelidada, diz que não passou por constragimentos por 
causa do nome. "As pessoas sempre acharam diferente, mas nunca sofri 
preconceito. O único problema é que elas sempre pediam para soletrar e 
nunca falavam certo da primeira vez." 
 
Moradorar de Arapoema há 38 anos, o pai disse que também não teve 
dificuldade para registrá-las. "Como a cidade era pequena e naquela 
época não tinha essa lei que tem hoje, não tive problemas com as duas 
primeiras. No caso da terceira, houve uma resistência do cartório, mas eu 
argumentei que se ela quisesse poderia mudar quando crescesse e 
concordaram." 
 
Charahilquia Chelma tem 30 anos e é a irmã mais velha (Foto: Arquivo 
Pessoal) Charahilquia Chelma tem 30 anos e é a irmã mais velha (Foto: 
Arquivo Pessoal) 
Charahilquia Chelma tem 30 anos e é a irmã mais velha (Foto: Arquivo 
Pessoal) 
Chelmahilquia Chiloma é a irmã do meio e tem 27 anos (Foto: Arquivo 
Pessoal) Chelmahilquia Chiloma é a irmã do meio e tem 27 anos (Foto: 
Arquivo Pessoal) 
Chelmahilquia Chiloma é a irmã do meio e tem 27 anos (Foto: Arquivo 
Pessoal) 
Chislihilquia Chelly é a caçula e tem 18 anos (Foto: Arquivo Pessoal) 
Chislihilquia Chelly é a caçula e tem 18 anos (Foto: Arquivo Pessoal) 
Chislihilquia Chelly é a caçula e tem 18 anos (Foto: Arquivo Pessoal) 
Lei 
A Lei de Registros Públicos, 6.015/73, em seu parágrafo único do artigo 
55, prevê que os oficiais do registro civil não podem registrar nomes que 
exponham ao ridículo os seus portadores. A alteração do prenome é 
proibida pelo artigo 58, podendo ser alterado só em circunstâncias 
excepcionais. 
 
Segundo o artigo 56, o interessado, logo após ter atingido a maioridade 
civil, poderá, pessoalmente ou por procurador, alterar o nome, desde que 
não prejudique os sobrenomes. De acordo com o artigo 57, qualquer 
alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, 
após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz 
a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se 
a alteração pela imprensa. 
 
Acesso: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/inspirado-em-trigemeas-
e-nome-biblico-homem-batiza-filhas-de-chislihilquia-chelmahilquia-e-
charahilquia.ghtml 
 
 
Homem é indenizado por ser confundido com homônimo em cobrança de 
Seguradora 
RECOMENDARCOMENTAR 
DPublicado por Direito Vivohá 9 anos8 visualizações 
Um homem vai ser indenizado por danos morais por ter sido confundido 
com uma pessoa que tinha exatamente o mesmo nome e sobrenome em 
uma ação de cobrança. A decisão foi do juiz do 1º Juizado Especial Cível 
de Planaltina e cabe recurso. 
 
O autor alegou que recebeu uma cobrança do Unibanco AIG Seguros S.A. 
devido a danos causados por acidente automobilístico. Na ocasião, ele 
esclareceu que se tratava de um engano, pois nunca se envolvera em 
acidente de carro. Mas, segundo o autor, mesmo assim foi surpreendido 
com a citação de uma ação judicial de reparação de danos de uma Vara 
Cível de Santa Maria, DF. 
 
Ao comparecer à audiência no Fórum de Santa Maria, uma terceira 
pessoa que tinha o mesmo nome e sobrenome também estava lá, 
havendo a constatação de que os dois eram homônimos. Na mesma 
audiência foi corrigido o equívoco entre as partes. O homem confundido 
entrou com ação contra o Unibanco Seguros, pedindo indenização por 
danos morais no valor de R$ 10 mil. 
 
O Unibanco deixou de comparecer à sessão de conciliação, o que, de 
acordo com a Lei nº 9.099/95, torna verdadeiros os fatos alegados pelo 
autor. Como o réu também não apresentou contestação, o juiz explicou 
que a condenação é medida que se impõe de acordo a mesma lei. 
 
O magistrado julgou então procedente o pedido e condenou o Unibanco 
AIG Seguros a indenizar o autor em R$ 1.000,00. De acordo com o juiz, a 
fixação do valor da indenização deve ser feita mediante o seu prudente 
arbítrio, e deve ainda evitar o enriquecimento sem causa do autor. Nº do 
processo: 2009.05.1.011762-8 
 
https://direito-vivo.jusbrasil.com.br/noticias/2050941/homem-e-
indenizado-por-ser-confundido-com-homonimo-em-cobranca-de-
seguradora 
 
 
PROCESSO FAMILIAR 
 
É prerrogativa do cônjuge mudar ou manter o nome de casado após o 
divórcio 
ImprimirEnviar29400 
4 de fevereiro de 2018, 8h05 
Por Mário Luiz Delgado 
 
Tanto o casamento como a união estável possibilitam ao cônjuge ou ao 
companheiro o acréscimo dos patronímicos ou sobrenomes do outro. 
 
Em se tratando de casamento, aplica-se diretamente o disposto no 
parágrafo 1º do artigo 1.565 do Código Civil1. Esse acréscimo, 
normalmente, é postulado no processo de habilitação, mas pode ocorrer 
depois do casamento. Já decidiu o STJ que o direito de acrescer o 
sobrenome “deve-se estender ao período de convivência do casal, 
enquanto perdurar o vínculo conjugal. Porém, nesta hipótese, o nome 
deve ser acrescido por intermédio da ação de retificação de registros 
públicos, nos termos dos arts. 57 e 109 da Lei de Registros Públicos (Lei 
n. 6.015/1973)”2. 
 
Na união estável, a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) já permitia a 
averbação do patronímico do companheiro pela companheira, desde que 
ambos fossem “solteiros, desquitados ou viúvos” e desde que houvesse 
impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de 
qualquer das partes ou de ambas (artigo 57, parágrafo 2º). Atualmente, 
aplica-se à união estável, por analogia e construção jurisprudencial3, as 
mesmas regras do casamento quanto ao acréscimo do sobrenome, ou 
seja, o parágrafo 1º do artigo 1.565 do Código Civil. 
 
O acréscimo do sobrenome, segundo Rodrigo da Cunha Pereira, era tido 
como um ato simbólico da “fusão de almas” decorrente do casamento. 
Contudo, o autor considera isso um equívoco, pois “misturar os nomes 
pode significar mesclar e confundir as identidades. O nome é um dos 
principais identificadores do sujeito e constitui, por isso mesmo, um dos 
direitos essenciais da personalidade. Misturá-los significa não preservar a 
singularidade”4. 
 
A adoção do sobrenome do marido pela mulher sempre foi (e continua 
sendo) uma tradição entre nós. Na vigência do CC/1916 e até o advento 
do Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62), o acréscimo era obrigatório 
para a mulher. Depois de 1962, tornou-se facultativo, mas ainda 
prerrogativa exclusiva da mulher. A partir do CC/2002, também o marido 
(e por extensão o companheiro) adquiriu o direito de acrescer o 
sobrenome da mulher, muito embora essa situação seja pouco frequente 
na prática, por razões culturais. 
 
Bom que se esclareça que aquilo que a lei permite é o “acréscimo”, ou 
seja, ao casar, um cônjuge pode somar aos seus os apelidos de família dooutro cônjuge, mas não pode “substituir” os seus pelo do cônjuge. 
Inexiste autorização legal para a supressão de apelidos de família. 
 
Com a dissolução do casamento ou da união estável, tem-se, como um 
dos primeiros efeitos pessoais do divórcio ou do fim da convivência, a 
possibilidade de os ex-cônjuges ou ex-companheiros retomarem o uso 
dos nomes que usavam antes da relação conjugal ou convivencial. Isso 
pode ocorrer tanto por ocasião da sentença de divórcio ou de dissolução 
como posteriormente, por iniciativa de quaisquer dos ex-cônjuges ou ex-
companheiros5. 
 
Antes do CC/2002, a perda do nome de casado era quase obrigatória. É 
que o parágrafo único do artigo 25 da lei divorcista (Lei 6.515/77) impunha 
como regra a perda do nome, por ato da conversão em divórcio da 
separação judicial, excetuadas as hipóteses de conservação por razões 
de evidente prejuízo. 
 
Na separação judicial, a manutenção ou perda do nome estava 
relacionada à discussão da culpa, e a perda do nome somente teria lugar 
se vencida a mulher naquela ação. 
 
Com o código de 2002, a regra foi invertida. O parágrafo 2º do artigo 1.571 
permitiu, expressamente, a manutenção do nome de casado6, pelo 
cônjuge divorciado, em tutela do seu direito ao nome (direito da 
personalidade), seja pelo divórcio direto, seja pelo divórcio-conversão, 
em inexistindo renúncia a esse direito, salvo no caso da perda 
determinada por sentença judicial em face dessa última espécie de 
divórcio, regulada na forma do artigo 1.5787. Esse dispositivo 
estabeleceu a perda condicionada do direito de uso do sobrenome pelo 
cônjuge declarado culpado mediante critérios objetivamente 
considerados a contrario sensu, a partir do elemento volitivo do cônjuge 
inocente que haveria de, expressamente, requerer a não conservação, 
pelo ex-consorte, daquele direito. 
 
Mesmo antes da EC 66/2010, que provocou o afastamento definitivo de 
qualquer discussão de culpa no bojo da ação de divórcio, já defendíamos 
a inconstitucionalidade do artigo 1.578 do CC8. 
 
A aquisição do patronímico do cônjuge, pelo casamento, como já 
afirmado, constitui, induvidosamente, direito de personalidade. 
 
O nome, como direito da personalidade, constitui o principal "elo de 
ligação entre o indivíduo e a sociedade em geral"9, pois identifica e 
diferencia a pessoa dentro do tecido social. 
 
A Constituição de 1988 não previu, de maneira explícita, a proteção ao 
nome da pessoa natural, muito embora o faça de maneira indireta, ao 
tutelar o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
cabível (artigo 5º, V); bem como ao proteger a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (5º, X, 
CF). 
 
O Código Civil de 2002, por sua vez, trouxe norma expressa de proteção 
ao direito à identidade10, que abrange o nome, o prenome, o nome dos 
pais, ou patronímico, o gentílico ou nome de família, o sobrenome 
adquirido pelo casamento ou por adoção, e ainda quaisquer outros sinais 
identificadores da pessoa. 
 
A perda do nome da mulher casada, consoante anteriormente previsto na 
Lei do Divórcio, ou mesmo a perda do nome do cônjuge considerado 
“culpado”, tal como preconizado no defasado artigo 1.578, viola um 
direito da personalidade. 
 
Por essas razões, é inconstitucional (artigo 5º, X, CF) a perda ao direito do 
uso do nome de casado, estabelecida pelo artigo 1.578, quaisquer que 
sejam as razões. 
 
As ressalvas feitas pelo dispositivo, exceções de mantença já trazidas 
pela Lei 8.408/1992 (que deu nova redação ao artigo 25 da Lei de 
Divórcio), atenuando a hipótese da penalidade imposta, não afastam a 
eiva de inconstitucionalidade. 
 
Em suma, adquirido o sobrenome pelo casamento e incorporado este aos 
caracteres identificadores do cônjuge na sociedade, somente a renúncia 
pelo que agregou o sobrenome possibilitará a alteração do registro civil e 
o retorno ao nome de solteiro. Irrelevante a perquirição de culpa. Culpado 
ou inocente, manterá o seu direito da personalidade. 
 
A mudança do nome de casado ou a sua conservação, com a dissolução 
do casamento, é uma prerrogativa do cônjuge. 
 
1 Parágrafo 1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu 
o sobrenome do outro. 
2 STJ – REsp 910.094-SC, rel. Raul Araújo, julgado em 4/9/2012. 
3 "É sabido que as possibilidades de alteração de nome dentro da 
legislação nacional são escassas, ocorrendo, no mais das vezes, 
flexibilização jurisprudencial da vetusta Lei 6.015/73, em decorrência do 
transcurso de quase quatro décadas, entremeado pelo advento do 
divórcio e por nova constituição que, em muitos aspectos, fixou balizas 
novas para os relacionamentos interpessoais – como a igualdade entre os 
sexos dentro da relação familiar – e ainda, reconheceu a existência de 
novos institutos, v.g. a união estável, na qual se enquadra o 
relacionamento vivenciado pela recorrente nos últimos trinta anos” (STJ – 
Recurso Especial 1.206.656-GO). 
4 PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Divórcio. Teoria e prática. 4. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2013, p. 86. 
5 Como o acréscimo do sobrenome é apenas uma possibilidade, uma 
opção, mas não um efeito necessário do casamento, a sua supressão 
pode ser feita independentemente do divórcio. Nesse sentido, já decidiu o 
TJ-RS: ‘AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO. MULHER QUE ADOTOU 
O NOME DO MARIDO. FILHO DE NOVO RELACIONAMENTO POR 
NASCER. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA VOLTAR AO 
USO DO NOME DE SOLTEIRA ANTES DO DECRETO JUDICIAL DO 
DIVÓRCIO. 1. O nome integra o acervo de direitos de personalidade e 
identifica a pessoa individual e socialmente. Está suficientemente 
justificada a necessidade de antecipar os efeitos da tutela final, uma vez 
que se aproxima o nascimento de filho de nova relação familiar e, como é 
fácil estimar, naturalmente gera dissabores a manutenção do nome da 
mãe, como se ainda casada, faticamente, estivesse, com o primeiro 
marido, sendo outro o pai da criança. 2. Não obstante o pedido, na 
origem, não seja de divórcio consensual, não há possibilidade de a 
pretensão, no essencial, ser desacolhida, mesmo com eventual 
contestação do varão’ (Agravo de Instrumento 70047188388, 8ª Câmara 
Cível, Tribunal de Justiça do RS, relator: Luiz Felipe Brasil Santos, 
julgado em 25/1/2012). 
6 “[...] a possibilidade de manutenção do nome de casada da ex-cônjuge – 
quando do divórcio ou da separação – não foi instituída pelo novo Código 
Civil somente para permitir que se preservasse sua identificação social, 
mas, igualmente, para que o rompimento do vínculo conjugal não 
acarretasse identificação distinta entre pessoas vinculadas pela relação 
parental ou familiar (quer biológica, quer afetiva)” (Apelação Cível 
70032545204, 7ª Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, relator: José 
Conrado Kurtz de Souza, julgado em 8/3/2010). 
7 Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial 
perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente 
requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: I – 
evidente prejuízo para a sua identificação; II – manifesta distinção entre o 
seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida; III – dano 
grave reconhecido na decisão judicial.§ 1º O cônjuge inocente na ação de 
separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de 
usar o sobrenome do outro. § 2º Nos demais casos caberá a opção pela 
conservação do nome de casado. 
8 DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueiredo. Código Civil anotado. 
São Paulo: Método, 2005, v. 1, p. 800-801. 
9 BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. 5. ed. atualizada 
por Eduardo Carlos Cabianca Bittar. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 2001, p. 124. 
10 Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
 
Acesso: https://www.conjur.com.br/2018-fev-04/processo-familiar-
prerrogativa-conjuge-mudar-ou-manter-nome-casado 
 
 
Alteração de nome: adoção! 
Publicado em 03/08/2013 por Fernanda Passini 
Em post anteriores, já foi abordadoalgumas das exceções da regra geral 
de que o nome não pode ser alterado. Foi tratado: erro de grafia e 
alteração do nome pela alteração do estado civil. 
 
E neste post, é a vez de falar sobre a adoção, que é outro meio em que 
ocorre a alteração do nome, sendo mais uma das exceções. 
 
Esta possibilidade já era prevista pelo Código Civil, nos termos do art. 
1627 do Código Civil, o qual foi posteriormente substituído por previsão 
idêntica no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Pelos 
dispositivos referidos, com a decisão favorável à adoção, o adotado pode 
assumir o sobrenome do adotante. Pode ainda, a pedido do adotante ou 
do adotado, modificar seu prenome, se for menor de idade. Confira a 
redação atual do dispositivo legal aplicável: 
 
adoção 
 
“Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será 
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá 
certidão. 
 
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de 
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. 
 
 § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é 
obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do 
art. 28 desta Lei. “ 
 
Nos casos de adoção, após concluído o processo e transferindo-se a 
guarda definitiva e respectivo poder familiar do menor, o registro inicial 
será “cancelado”, somente podendo ser fornecida por ordem judicial. 
 
Será realizado um novo registro do adotado, no qual a criança passará a 
usar o sobrenome dos adotantes como pais, bem como a ascendência 
(avós) destes. Nestes casos, pode ser modificado prenome (mais 
conhecido como nome) da criança, não sendo a alteração restrita 
somente a alteração do sobrenome. Porém, a mudança deve ser 
solicitada juntamente com o pedido de adoção. 
 
Em situação semelhante: 
 
– há a possibilidade de modificação do nome em casos de 
reconhecimento de paternidade, podendo, nestes casos, incluir o 
sobrenome do pai. 
 
– há também julgados que preveem a modificação em casos de filiação 
socioafetiva, prevalecendo este sobre o vínculo biológico. 
 
Acesso: https://fernandapassini.wordpress.com/2013/08/03/alteracao-de-
nome-adocao/

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