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2 INDICADORES SOCIAIS E ESTATÍSTICOS PARA A INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL: POF EDILMA MONTEIRO FERREIRA¹ JESSY CAROLINE AVIZ COSTA KELIANE DE SOUZA TEIXEIRA JACQUELINE MORAES² RESUMO Este trabalho abordará o estudo sobre o orçamento familiar (POF), que é um meio eficaz de aprendizagem. Ao longo do tempo foram pesquisados os orçamentos das famílias e analisado também o atual cenário econômico brasileiro e a relação com o planejamento financeiro das famílias. A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar a importância do planejamento financeiro de famílias. Foram pesquisadas bibliografias de autores especializados em orçamento familiar. E assim, demonstrando a importância de manter o controle para uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Despesas. Consumo. Orçamento familiar. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa de orçamento familiar (POF) pode ser visto como uma ferramenta para o planejamento financeiro. O processo consiste em estimar as receitas e despesas de famílias em um período de 12 meses, essa pesquisa é feita pelo IBGE e abrange um universo nos quais foram selecionados e relacionados vários itens. O orçamento familiar permite que os indivíduos controle sua situação financeira de forma a atender os objetivos no decorrer da vida. O IBGE selecionou várias cidades por serem consideradas as mais populosas do país, nesse cenário econômicas sociais inúmeras modificações ocorrem constantemente, e desse modo as famílias necessitam de um planejamento para auxilia-las nesse processo. As famílias foram a fonte de consumo sondadas nesse período, os itens pesquisados: alimentação dentro e fora do domicílio, habitação, transporte, saúde, educação, vestuário, cultura, lazer, fumo, outras despesas e despesas correntes, além das informações associadas à estrutura orçamentária várias características dos domicílio e das famílias são investigadas ampliando o resultado da pesquisa 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Pesquisas de Orçamentos Familiares A primeira POF se chamou Estudo de Despesas Familiares e aconteceu entre 1974 e 1975. Com o apoio da Organização das N ações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a pesquisa abrangeu vários pontos do território nacional, abordando tanto o Brasil quanto o Brasil rural. Com os resultados da pesquisa, surgiram índices de inflação medidas pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e seus derivados como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). As pesquisas seguintes às 1975, a POF acabou limitadas a onze cidades consideradas as maiores do País, são elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Goiânia, Belém e Distrito Federal. Até o momento já aconteceram seis pesquisas de orçamento familiar no Brasil. Entre 1974 e 1975, entre 1987 e 1988, entre 1995 e 1996, entre 2002 e 2003 e a última entre 2017 e 2018. Assim, dado a existência de novas demandas, além da realização da pesquisa em todo território brasileiro, as POF´s dessa década apresentam diferenças importantes em relação as anteriores. Em face da necessidade de informações detalhadas sobre as condições de vida a partir do consumo, especialmente das famílias de menor rendimento, inclui-se no âmbito das pesquisas a área rural e foram investigadas as aquisições não monetárias. A amostra da POF 2017-2018 manteve características do desenho aplicado à POF 2008-2009, mantendo sua concepção segundo o conceito de amostra mestra, que o IBGE adota para todas as pesquisas domiciliares por amostra no contexto mais amplo do projeto de reformulação dessas pesquisas – a Construção do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares- SIPD. São escolhidas proporcionalmente famílias de todas as classes sociais, do mais rico ao mais pobre. O número de entrevistados em cada classe é escolhido proporcionalmente a distribuição de renda entre a população brasileira. A POF tem duração de 12 meses. Desta forma, além das despesas realizadas em decorrência de condições de preços que os produtos apresentam no mercado. 2.2 A descrição das referências temporárias inerentes ao levantamento das informações sobre orçamentos familiares. As definições da variável tempo, são básicas para o entendimento dos conceitos e resultados de pesquisa. Para propiciar a estimação de orçamentos familiares que contemplem as alterações a que estão sujeitos ao longo do ano, as despesas, as quantidades de bens adquiridos e os rendimentos, definiu-se no período de doze meses. Com o objetivo de ampliar a capacidade de informação, a pesquisa captou dados de consumo com períodos de referências distintos: grupos de bens não duráveis foram captados por períodos de referência menores (07 a 30 dias, enquanto os grupos de bens duráveis tiverem um período de referência (90 dias e doze meses)). A informação do consumo fora da órbita monetária promove uma leitura bastante interessante com relação à renda e gastos das famílias, visto que o fato de uma família não possuir renda monetária suficiente pode não implicar na restrição de bens e serviços no total do gasto. Na realidade, a estrutura é simplesmente a média das cestas das famílias durante um determinado período de tempo, pois cada família aloca os bens baseados em certos fatores, cujo principal é a renda. Outras variáveis também afetam na escolha da composição da cesta das famílias, tais como preferências, disponibilidade dos bens, preços dos bens e questões culturais. Na estrutura, pode-se perceber que certos grupos de bens pressionam o orçamento familiar mais do que outros. Esse fato depende de diversas variáveis, como, classe de renda, região geográfica, entre outras. O agregado de consumo é composto por duas partes: a alimentar e a não alimentar. A parte alimentar compreende toda a aquisição monetária e não monetária com refeições para aquela unidade familiar. A não alimentar seria o total de todos os gastos com produtos e serviços realizados pela família. O agregado de consumo é a somatória das escolhas efetuadas pelas famílias em doze meses. A decisão de consumir reflete hábitos culturais e regionais, perfil de renda, preferências individuais. Ademais, mostra a importância de determinados grupos de despesas na composição do consumo estratificados pela renda familiar. O consumo agregado tem diversas finalidades: componente do Produto Interno Bruto, análise microeconômica das decisões familiares. Nesse trabalho, abordaremos a construção dessa variável para análise de bem-estar na construção do mapa da pobreza. 2.3 Despesas de consumo para análise do bem-estar Para análise de consumo de bem-estar no caso específico do Brasil, seguem-se algumas referências e recomendações, pois a construção do consumo envolve o somatório de um grande número de itens de pesquisas devidamente selecionados utilizando como fonte a pesquisa de orçamentos familiares. Correspondem às despesas realizadas pelas unidades de consumo com aquisições de bens e serviços utilizados para atender diretamente às necessidades e desejos pessoais de seus componentes no período da pesquisa. Estão organizadas seguindo os seguintes grupamentos: a alimentação, habitação, vestuário, transporte, higiene e cuidados pessoais, assistência à saúde, educação, recriação e cultura, fumo, serviços pessoais e outras despesas diversas não classificadas anteriormente. (POF 2017-2018). Segue a classificação das despesas de consumo favorecendo uma melhor compreensão. • Alimentação dentro e fora do domicílio. A pesquisa de Orçamentos Familiares capta durante sete dias as despesas de alimentos das famílias, tanto coletiva quanto individual. Para a análise de bem-estar, esse grupo é de particular importância, pois as famílias de baixa renda tendem a gastar uma parcela considerável do seu orçamento em alimentação. Assim, entendeu-se que o grupo alimentação pode ser incluído integralmente no consumo das famílias, visto que este constitui uma parcela primordial no consumo total das famílias. • Habitação O item habitação possui a maior participação dentroda cesta de consumo das famílias e, portanto, tem significativa importância na análise do bem-estar. Nesse grupo, sete tipos de despesas relacionadas à habitação do domicílio principal: aluguel; reformas do lar; mobiliários e artigos do lar; eletrodomésticos e consertos; artigos de limpeza; e serviços de utilidade pública. Em relação a todas as despesas citadas, todas elas foram incluídas no item habitação, por serem despesas recorrentes que aumentam o bem-estar. • Transporte Neste item, por inserir todos os itens relacionados às despesas com transporte. Despesas habituais com transporte urbano, tais como: ônibus, táxi, metrô, trem, barca, transporte alternativo bonde e plano inclinado. Inclui também as aquisições de combustível para veículo próprio. Considera-se importante incluir todos esses gastos, pois estes podem permitir que as famílias adquiram lazer, dessa forma tendo seu bem-estar associado. • Saúde Despesas com produtos e serviços relativos a saúde, tais como: remédios; consulta e tratamento dentário; consulta médica; tratamento médico e ambulatorial; hemodiálise; serviços de cirurgia; hospitalização; exames e diverso; material de tratamento e despesas com planos de saúde. As despesas com planos de saúde foram incluídas, devido sua ótica de seguro e ao bem-estar que proporcionam as famílias cobertas. Além disso, tais gastos compõem uma parcela importante das despesas correntes das famílias. • Educação Despesas efetuadas com mensalidades e outras despesas escolares com cursos regulares, curso superior de grande ação e outros cursos e atividades. As despesas com educação foram incluídas, pois apresentam parcela importante do orçamento das famílias que podem pagar pelo acesso ao sistema particular de ensino. • Vestuário, cultura e lazer, serviços pessoais e higiene e cuidado pessoal. Os gastos com vestuário, sapatos e acessórios incluem os gastos com produtos femininos, masculinos e infantis. Quanto aos grupos cultura e lazer, serviços pessoais e higiene e cuidado pessoal, inclui despesas com cinema, teatro, depilação, maquiagem e demais despesas similares. • Fumo Despesas com cigarros, charutos, fumo para cachimbo e outros artigos para fumantes como, por exemplo, fósforos e isqueiros. • Outras despesas Nesse grupo, estão classificadas as despesas de comunicação, cerimônias e festas familiares e religiosas, serviços profissionais como: de cartório, advogado, despachante e despesas com imóveis de uso ocasional. • Outras despesas correntes As despesas correntes correspondem às despesas com impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários, pensões, mesadas, doações e previdência privada. • Aumento do ativo Despesas que são consideradas investimento, como aquisição de imóveis, barras de ouro e melhoramento de imóveis próprios e outros investimentos • Diminuição do passivo Despesas como pagamentos de débitos, juros e seguros com empréstimos pessoais e prestação de financiamento de imóvel. As informações sobre os gastos das famílias na POF foram captadas em seu período de referência mais curto. O objetivo principal da pesquisa é obter informações sobre a estrutura de orçamentos das famílias, ou seja, conhecer os bens consumidos e os serviços utilizados, durante o ano pelas famílias residentes nas áreas urbanas e rurais. Este conjunto de bens e serviços denomina-se ´´cesta de compras`` da população. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 A importância da Pesquisa de Orçamentos Familiares para a melhoria das condições de vida. Uma das principais questões ao se falar da pobreza e desigualdade no Brasil é definir um indicador mais apropriado para medir o bem-estar das pessoas. Pode-se construir indicador tanto a partir da renda quanto do consumo, todavia, neste tópico temos como objetivo, usar a pesquisa de orçamentos familiares para a análise da pobreza e desigualdade. 3.2 Despesas de consumo. As despesas de consumo correspondem ao mais importante componente da estrutura de despesas das famílias. A estimativa da participação das despesas de consumo na despesa total, obtida a partir da POF 2017-2018, foi de 81,0% para o Brasil, com média mensal de R$ 3 764,51. O valor médio das despesas de consumo realizadas pelas famílias residentes em situação rural (R$ 2 158,83) correspondeu a 57,3% da média nacional desse tipo de despesas e a 53,7% do gasto médio das famílias em situação urbana (R$ 4 020,98). A seguir, são apresentados alguns comentários sobre as participações das despesas dos diferentes grupos que integram o consumo familiar em relação ao total de gastos de consumo. De acordo com a tabela a seguir e gráfico, observa-se que as despesas com alimentação, habitação e transporte correspondem a 72,2% da despesa de consumo média mensal das famílias brasileiras, o que representava da despesa total. Tabela 1- Distribuição da despesa de consumo monetária e não monetária média mensal familiar, por tipos de despesa de consumo de consumo, segundo a situação do domicílio e as Grandes Regiões. Tanto as despesas com educação como as despesas com transporte, contudo, perderam espaço para os demais agrupamentos. A participação do grupo habitação passou de 35,9% para 36,6%. A de gastos com assistência à saúde, de 7,2% para 8%. A participação dos gastos com educação, por fim, passou de 3% em 2008–2009 para 4,7% em 2017-2018. No grupo alimentação, chama atenção ainda o crescimento das despesas com alimentação fora do domicílio, cuja participação passou de 24,1% em 2002-2003 para 31,1% em 2008-2009 e 32,8% em 2017-2018. Os 15,1% da participação de outras despesas em 2017-2018 é dividido em 4,3% de despesas com vestuário, 3,6% com higiene e cuidados pessoais, 3% em despesas diversas, 2,6% em recreação e cultura, 1,3% em serviços pessoais e 0,5% em fumo. Gráfico 1- Distribuição da despesa de consumo monetária e não monetária média mensal familiar, por tipos de despesa. Considerando não apenas as despesas de consumo, mas todas as despesas correntes chamou atenção ainda o aumento de 2,1% em 2008-2009 para 3,2% em 2017-2018 da participação das despesas com diminuição do passivo (pagamento de dívidas). A parcela destinada ao aumento do ativo, por outro lado, caiu de 5,8% para 4,1%. Ou seja, entre os dois períodos, separados por uma profunda crise econômica, as famílias brasileiras passaram a gastar mais com o pagamento de dívidas, ficando com menos recursos para investir. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Chegamos ao resultado que o controle do orçamento familiar é importante para os indivíduos, pois quando se tem um bom orçamento tem mais chances de consolidar seus objetivos, sabemos que existem famílias que não tem renda e sobrevivem com o mínimo possível, mas diante dessa situação essas famílias procuram mecanismos para alcançar o melhor desenvolvimento social. 5. CONCLUSÃO Diante desse contexto, as famílias brasileiras foram se adaptando as novas realidades econômicas do país, o que tornou o orçamento familiar mais que essencial para o auxílio e reestabelecimento de algumas famílias. Esses indivíduos possuem papel fundamental na economia, muitas famílias acumulam dividas por não terem conhecimento dos valores cobrados e taxas de juros abusivas aumentando as suas receitas. As necessidades pessoais são ilimitadas e sempre estão se renovando, por esse motivo o orçamento familiar precisa fazer parte do planejamento financeiro dessas pessoas para evitar gastos desnecessários e assim alcançar os objetivos e a independência econômica. Portanto, podemos concluir que os brasileiros já gastam mais com habitação, alimentação e transporte. REFERÊNCIA https://www.boavistaservicos.com.br/estudos-economicos/pof-2017-2018-brasileiros-ja-gastam-mais-com-transportes-do-que-com-alimentacao-habitacao-e-a-principal-despesa-das-familias/ <acesso em: 25 nov.2019 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101670.pdf < acesso em: 21 nov. 2019> https://www.ibge.gov.br/ <acesso em: 19/ nov.2019> 1 Edilma Monteiro Ferreira Jessy Caroline Aviz Costa Keliane de Souza Teixeira 2 Jacqueline Moraes Centro Universitário Leonardoda Vinci – UNIASSELVI – Serviço social (SES 0499/2) – Prática do Módulo V – 25/11/2019
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