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livro Quebre seus Medos e Seja Feliz

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Elaine Ribeiro 
Joaquin Pincheira 
 
 
 
 
 
 
 
QUEBRE SEUS 
MEDOS E SEJA 
FELIZ 
 
 
 
 
 
 
Editora 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(...) Eu só te peço uma coisa: pare de inventar medos. Você já nasceu com 
tantos e já acumulou tantos outros no decorrer da vida... Não tenha medo de amar. 
Não tenha medo de SE AMAR. Sobretudo, não se ame de acordo com o valor que as 
pessoas irão te dar, estas podem te depreciar... Vai deixar isso acontecer? Não, nós 
estipulamos nossos valores. O tanto que nos aceitamos. E no tanto que nos amamos. 
 
(Fernanda Mello) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode chegar, não tenha medo!! 
 
 Estamos lhe propondo um momento de reflexão sobre um assunto que muito 
se é falado mas pouco trabalhado com afinco: os Medos. Numa análise 
psicoterapêutica buscada em livros científicos, se fala muito sobre trauma, que se 
define como uma circunstância que altera a sucessão natural do organismo físico ou 
mental, ou qualquer situação angustiante ou dolorosa que cause repercussões futuras 
na vida do indivíduo em razão da dificuldade de superação do acontecimento. Nos 
consultórios também se tem falado sobre fobias, definidas como a privação de 
acontecimentos do cotidianos sujeitos pela presença de algo ou ambiente na qual se 
constituiu um trauma. Mas, o que falar sobre os medos? Existem medos de várias 
naturezas e valores, como por exemplo, medo de insetos, medo de altura, medo de 
falar em público, medo de sofrer e assim vai, logo falaremos a respeito de sua 
definição. Mas a nossa proposta é ir mais a fundo no tema, além de passar uma base 
informativa sobre os tipos de medo, a principal é falar sobre o Medo de Ter Medo. 
 Numa abordagem Ontológica, o ser humano possui somente dois tipos de 
emoções: O Amor e o Medo. Todos os sentimentos que fazem a pessoa ser mais forte, 
com autoestima elevada, com foco e objetivos traçados, é ausência e Medo. Já quando 
a pessoa se encontra num estado depressivo, pessimista, de conformismo e baixa 
autoestima, implica na ausência de Amor. De maneira geral, todos os sentimentos 
negativos que a pessoa adquire, é por colocar o medo em demasia em sua vida, e a 
ausência de amor não é por outras pessoas, mas por si mesma (MORALES, M., REIS, T 
& H., 2015). 
 A ideia deste livro, baseada nas teorias de Inteligência Emocional, não é ser um 
manual de auto ajuda, mas passar uma nova perspectiva sobre o autoconhecimento e 
proporcionar a você uma oportunidade de aprender com seus medos, as lições que 
podem lhe oferecer, numa leitura simples, e assim ter ferramentas para enfrenta-los 
na vida prática e colocar mais amor em sua vida (quanto mais amor, menos medo!). 
 Sinta-se confortável, desfrute da leitura, e viva melhor!! 
 
Elaine Ribeiro e Joaquin Pincheira 
 
 
 
 
 
Quem somos (verso do livro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaine Ribeiro 
Psicóloga pela Universidade de Mogi das Cruzes, MBA em 
Gestão de Pessoas pelo Instituto Sedes Sapientiae de São 
Paulo, Especialista em Educação e Família pela Faculdade 
Joao Bagozzi de Curitiba-PR, Terapeuta Holística pelo 
instituto Vivar de São José dos Campos e Life Coach pela 
Sociedade Brasileira de Coaching. 
Idealizadora do I Simpósio Valeparaibano de Gestao de 
Pessoas de São José dos Campos, ministra palestras sobre 
Autoestima e Relacionamento Familiar em instituições 
educacionais e religiosas do Vale do Paraíba, palestrante 
do II Congresso de Saúde Mental de São Paulo, 
empresária de um Espaço Terapêutico e atende 
individualmente numa abordagem Humanista Existencial. 
Joaquin Pincheira 
Jornalista e Especialista em Comunicação Audio Visual, 
experiência como apresentador nas principais emissoras 
da TV chilena, Editor Chefe da TV Novo Tempo de 
Comunicação, Personal Coach pela Universidade de 
Catambria, Espanha e Master Coach em inteligência 
Emocional pelo Instituto Cala Interprises de Miami, EUA. 
Ministra palestras sobre Inteligência Emocional em 
instituições organizacionais e religiosas em São Paulo e 
presta atendimento individual numa abordagem 
Ontológica Quântica. 
Por que temos medo? 
 
Aquele que não tem medo, mesmo que lá no íntimo, atire a primeira pedra! 
Esta afirmativa se dá por sermos seres humanos, passíveis desses sentimentos e 
emoções, existe uma infinidade de fatores desencadeantes do medo, que podem 
acometer pessoas em todas as faixas etárias, podem ser passageiros, assim como 
tornar-se psicopatológicos. 
Os medos cumprem uma função instintiva de manter o ser humano vivo. Se não 
tivéssemos essa qualidade, nos jogaríamos de penhascos sem medo de morrer ou de se 
machucar. O mesmo vale para mágoas relacionadas a sentimentos. É um instinto de 
proteção. Mas quando esse medo mais que proteger implica em uma privação de 
momentos interessantes dos quais as pessoas gostariam de participar e se torna 
constante, ele exige uma revisão para melhorar a qualidade de vida (DALGALARRONDO, 
2006, p. 107). É quando os medos já podem ser considerados fobias. Nesse estágio, a 
mente já estabeleceu o que a psicologia chama de “pensamentos automáticos”. Ou 
seja, toda vez que aquela situação se repete, uma informação automaticamente chega 
até o cérebro (precisamente na amígdala) e o corpo reage com sensações 
desconfortáveis na tentativa de afastar a pessoa daquele “perigo”. O medo surge de 
um estado de ansiedade e, quando se manifesta, o organismo se prepara para uma 
possível reação. Há a liberação de determinados hormônios, que causam aceleração 
dos batimentos cardíacos, ressecamento dos lábios e contrações musculares 
involuntárias. O medo pode estar presente em: insegurança, preocupação, ansiedade, 
fobias como já citado, ataques de pânico e TSTP, o transtorno do estresse pós 
traumático. 
O medo não é uma emoção patológica, mas algo universal dos animais superiores e do 
homem. O medo é um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez 
crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que queríamos evitar e que 
progressivamente nos consideramos menos capazes de fazer. (DALGALARRONDO, 2006, p. 109) 
Podemos citar também sobre o Pânico. Quem sofre do Transtorno de Pânico 
sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são 
seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com 
as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo 
de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração. 
Temos de lembrar sempre que o medo é uma emoção comum e que é sentida 
por todas as pessoas, em diferentes momentos da vida, encarada como uma situação 
que seja percebida como ameaçadora. Esta ameaça pode ser física, moral ou de 
qualquer outra ordem. Alguns exemplos: Ansiedade ao participar de entrevistas ou 
reuniões; perder o sono pela expectativa dos resultados de exames médicos; 
pensamentos referentes a possibilidade de rompimento do relacionamento, etc. 
Algumas vezes damos nomes diferentes à mesma sensação como: apreensão, 
preocupação, ansiedade, angustia, mas são termos que podem estar se referindo ao 
medo. 
Às vezes a pessoa pode não estar consciente do medo, não percebe 
inseguranças, mas mesmo assim eles podem impedir situações novas como por 
exemplo um relacionamento satisfatório ou um emprego interessante. Alguns ficam 
ansiosos quando tem uma entrevista de emprego, sente medo, e algumas vezes 
mentem para si mesmos dizendo que não querem este emprego, e podem evitar a 
entrevista por medo de uma possível reprovação. O medo pode ser manifestar como 
uma “voz” dizendo que as coisa darão erradas. Algumas vezes também o medo pode 
se parecer com vozes críticas que dizem que você não consegue, que não é tão bom 
quanto aquela outra pessoa, não é tão bonita como gostaria, etc. O medo pode 
abranger todas as intensidades, desde uma insegurança leve até o terror total.Para a Psicologia, o medo é pessoal, o que assusta um pode ser indiferente do 
outro. Existem pessoas com medo de espaços abertos e não saem de casa, tem 
pessoas que sentem muita ansiedade de entrar no metrô, outros tem medo de tarefas 
como por exemplo, organizar uma festa, outros tem medo de baratas, avião, de dirigir, 
gatos, etc. Mas o problema pode não ser o metrô, o gato, a festa a ser organizada. O 
problema pode não ser a pessoa, situação ou objeto, mas a maneira como a pessoa 
percebe esta situação, pessoa ou objeto. Por exemplo, uma pessoa que precisa 
apresentar seu trabalho na reunião da empresa. O problema dela seria falar sobre seu 
trabalho? Ou o que a faz entrar em pânico é o que ela pensa que pode acontecer, 
exemplo “E se não gostarem de minha apresentação, e se meu projeto for reprovado, 
ou se meu chefe me demitir porque descobriu que eu sou um péssimo funcionário que 
nem sabe apresentar um trabalho. O que vão pensar de mim?” Um bom passo na 
compreensão do medo pode ser perceber que todos os medos surgem da 
preocupação a respeito do que poderá acontecer em consequência do evento, e não o 
evento em si. 
Visão Psicanalítica. Freud utiliza o termo angustia. A psicanálise trabalha os medos e 
angustias de forma tanto a entender o porquê dos medos como também objetivando 
sua superação “O medo de alguma forma está associado a um estado de angústia, 
angústia que castra, tolhe, inibe e reprime, algo que vai muito além do compreendido e 
manifesto. É na Teoria de Freud sobre o Complexo de Édipo e a angústia de castração 
que se encontra embasamento necessário para dirimir as dúvidas quanto à temática 
sobre o medo e a fobia” (ABLA, 2009, p. 155). Relata também que a fobia é uma torção 
da resposta normal do medo. O medo é direcionado para um objeto ou situação que 
não apresenta um perigo real. O doente reconhece que o medo é irracional, mas não 
pode evitar a reação. Ao longo do tempo, o medo tende a piorar à medida que o medo 
da resposta de medo toma conta. 
 
Porém como dizemos, resposta emocional ao medo é altamente personalizada. 
Algumas pessoas são viciadas em adrenalina, prosperando em esportes radicais e 
outras situações de emoção indutora de medo. Outros têm uma reação negativa ao 
sentimento de medo, evitando situações indutoras de medo a todo custo. Embora a 
reação física seja a mesma, o medo pode ser entendido como positivo ou negativo. Um 
aspecto de transtornos de ansiedade pode ser uma tendência a desenvolver um medo 
do medo. Enquanto a maioria das pessoas tende a experimentar o medo apenas 
durante uma situação que é percebida como assustadora, aqueles que sofrem de 
transtornos de ansiedade podem ter medo do que eles vão sentir em uma resposta de 
medo. Eles percebem suas respostas de medo como negativas, e fazem de tudo para 
evitar essas respostas. 
 
 
Crenças. E sobre as Crendices Populares? As velhas canções de ninar que se analisadas, 
ninguém dormiria! Cada cultura possui seus medos e ferramentas próprias para se 
defender deles e seria também na infância que os medos sofrem processo de 
intensificação pela sociedade. As famílias ou sociedades criam dispositivos de 
amedrontamento de suas crianças: lobisomem, bicho-papão, homem do saco, 
monstros, bruxas, boi-da-cara-preta, mulas sem cabeça, saci, etc., trata-se de 
dispositivos de segurança e de doutrinamento. (PAULI et al 2007) 
 
Não se fala em tratamento para o medo, a não ser nos casos em que ele se 
torna irracional, como na fobia citada. Nesses casos, o tratamento mais conhecido em 
psicoterapia é a Dessensibilização Sistemática, que consiste numa aproximação 
sucessiva do sujeito em relação ao seu objeto de pavor. Por exemplo, se uma pessoa 
desenvolve fobia em viajar de avião, a técnica propõe exposições que gradualmente se 
aproximam da viagem, como balançar, olhar para baixo de um andar alto, entrar em 
um avião estacionado, até que finalmente a pessoa aceite e consiga realizar a viagem. 
Não é um tratamento fácil, requer dedicação de paciente e terapeuta, mas mostra 
resultados bastante significativos. Outros tratamentos são baseados em teorias, como 
as que propõem a origem do medo ou da fobia em traumas do passado, reais ou 
imaginários. Nesses casos, quando se consegue compreender o trauma em seus mais 
diversos significados, os medos tendem a diminuir significativamente. De qualquer 
forma, qualquer tratamento visa a diminuir a níveis normais ou mais equilibrados a 
resposta de alerta que o medo gera. 
Os tempos sombrios em que vivemos, de violência e globalização, que 
apresentam um quadro social em constante mudança, sem garantias, geram um 
universo de insegurança e de medo. Podemos dizer que nossa cultura ocidental, onde 
o individualismo e o consumismo são eleitos como valores pós-modernos, intensifica 
os sentimentos de desamparo do sujeito. Como resposta a esse desamparo vemos 
exemplos de contínuos processos de defesa pessoal e de alarmes, o que indica que as 
pessoas se encontram em um sistema de vigilância contínua: condomínios cada vez 
mais fechados, vigiados, com uma explosão de aparelhagens de segurança; cada vez 
mais, o indivíduo tenta se proteger, fechando vidros de carros, travando portas, 
assumindo comportamentos defensivos. Recursos cada vez mais sofisticados são 
adotados, como sensor de ruptura, sensor de pressão, infravermelho ativo etc. Além 
disso, vemos um outro sentido de busca de segurança, na tentativa de encontrar 
referentes materiais, no organismo, para o medo. Uma possível busca de segurança 
hoje em dia consiste nos mecanismos de medicalização, de estudos do cérebro para 
encontrar fontes materiais para a origem dos males psíquicos, com o desenvolvimento 
da indústria farmacológica, entre outros. As respostas ou estratégias que levamos a 
cabo dependerão de nossas crenças e expectativas de como enfrentamos aquilo que nos 
dá medo, podendo ser de forma ativa (confrontar) ou passiva (evitar ou fugir). 
Certamente, serão mais eficazes quanto mais convencidos estivermos de nossas 
habilidades e recursos para regular esta emoção. O lado prejudicial de não regular de 
forma adequada o medo será a criação de sentimentos de desconfiança, preocupação e 
mal-estar, então, que conheçamos sobre o que acontece em nosso interior para 
podermos lidar da maneira correta e eficaz para nossa vida. 
A origem do medo 
Em seu livro E-Moções — A Inteligência Emocional na Prática, Rodrigo Fonseca 
(fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional — SBie) afirma que o 
primeiro medo sentido por um ser humano ocorre quando a pessoa ainda está na 
barriga da mãe. “Um dos mais fortes sentimentos do ser humano é o medo da rejeição. 
A possibilidade de não atender ou superar a expectativa das pessoas dispara o nosso 
maior medo: o de ser rejeitado ou criticado. Esse processo tem origem na gestação: é 
cientificamente comprovado que os sentimentos, pensamentos e emoções dos pais são 
transferidos para o bebê durante a gestação e, assim, muitos medos manifestados na 
fase adulta podem ter sido gerados ainda no útero materno”, afirma o especialista. 
Além do medo da rejeição, todos os outros medos sentidos pela mãe durante a 
gravidez são passados para o bebê: o medo de não dar conta da responsabilidade, a 
preocupação com o próprio corpo e com a saúde do bebê, o medo de desestabilizar a 
relação com o marido, o medo da nova rotina e até o medo do parto. O bebê não tem 
capacidade de compreender os significados desses medos, e acaba registrando a 
emoção como se fosse dele. 
Intervenção do Cristianismo. Fazendo uma análise histórica, o mecanismo de 
internalização do medo, portanto, iniciou-se nos primórdios do cristianismo. Como nos 
mostra Delumeau, a Igreja teve uma grande contribuição nesse sentido quando 
apresentou o medo do demônio e do pecado. Segundo ele, os homens de Igreja 
apontaram e desmascararam esse adversário dos homens. Partiram à procura do 
Anticristo, anunciaram o Juízo Final, mas que seria ao mesmo tempo o fim do malsobre a terra. Uma ameaça global de morte viu-se assim segmentada em medos 
seguramente temíveis, mas nomeados e explicados, porque refletidos e aclarados 
pelos homens de Igreja (Delumeau 1989:32). Esse processo de internalização do medo, 
porém ocorre de maneira lenta e complexa, pois, como mostra Elias (1993), o homem 
medieval não tinha controle sobre as emoções. O autor assinala as mudanças 
psicológicas ocorridas no processo denominado por ele de civilização, e tais mudanças 
dizem respeito ao fato de terem sido instigados no indivíduo mecanismos de controle 
de sua conduta, uma maneira de manipulação da sociedade para aquisição de bens e 
benefícios para a corte e o clero (Teocentrismo); o medo, portanto, provinha de uma 
ameaça física externa, assumindo a forma do medo de forças exteriores. 
Percebemos, então, que o medo vem adquirindo o aspecto de emoção 
interiorizada no indivíduo, fruto de uma construção histórica. Fazendo parte do 
processo de construção psicológica do homem, o medo se constitui como emoção 
singularizada, constitutiva do psiquismo do sujeito, parte de seu repertório emocional. 
Diferentemente de medos antigos, temos a experiência de medo do indivíduo hoje, 
uma experiência individualizada, singularizada. Pretendemos abordar os sentidos de 
medo hoje inseridos na discussão acerca dos mal-estares contemporâneos. 
 
Medos reais e medos emocionais 
A Inteligência Emocional considera que existem dois tipos de medo: os medos 
reais, que nos protegem dos perigos, e os medos irreais ou emocionais — que são 
criados pela mente e impedem que o indivíduo explore todo seu potencial. Para mudar 
esse sistema, além de entendê-lo é preciso praticar gradativamente uma nova forma de 
raciocínio, que consiste em criar novas boas memórias sobre esses medos. Com o 
tempo, a mente aprende que nem sempre aquela situação exige um estado de alerta, 
em que “fugir” significa sobreviver. Aos poucos, aquele pensamento automático gera 
sensações e comportamentos diferentes e mais tranquilos. Essa técnica de tratamentos 
se chama Processo Cognitivo-Comportamental. 
Os medos reais estão associados a situações que oferecem riscos reais — como 
o medo de se machucar ao saltar de paraquedas ou medo de ser demitido após expor 
suas opiniões pessoais na empresa. Esses medos são agentes protetores, e não geram 
insegurança, pois não são capazes de interferir no sentimento de capacidade individual 
e são reais e concretos no risco oferecido. São esses medos que nos fazem pensar 
antes de agir, de tomar uma decisão ou de fazer uma escolha. 
Já os medos emocionais dizem respeito ao temor de passar por alguma 
situação que possa provocar prejuízos emocionais — como medo de fracassar, de se 
frustrar, de ser rejeitado, criticado ou abandonado. Um exemplo de situação no qual o 
medo emocional atua pode ser encontrado em pessoas que se sentem insatisfeitas em 
seus relacionamentos amorosos, mas insistem nesta relação que já não traz felicidade 
simplesmente porque têm medo da solidão. 
Os medos emocionais despertam insegurança, e geralmente estão relacionados 
a um sentimento de incapacidade, inferioridade e não merecimento. Este tipo de 
medo é capaz de paralisar a vida do indivíduo, que passa a perder oportunidades, 
desistir de sonhos e afastar pessoas importantes. Processos terapêuticos 
e treinamentos de Inteligência Emocional são ferramentas que trabalham os medos de 
maneira profunda, conduzindo o indivíduo à superação de cada um deles e trazendo 
coragem para que ele realize seus maiores sonhos. 
http://www.sbie.com.br/blog/o-que-e-a-inseguranca-e-porque-sentimos-medo/
http://www.youper.co/pt/o-que-e-terapia-cognitivo-comportamental-e-como-ela-funciona
http://www.sbie.com.br/treinamentos/metodo-lotus-inteligencia-emocional/
Quando identificamos o tipo de medo que nos está afligindo, é mais fácil ver a 
solução. Por exemplo, um medo racional pode nos ajudar a encontrar uma forma de sair 
da situação que pode nos prejudicar. Já o medo irracional pode nos paralisar e impedir 
que avancemos, sem que realmente exista uma causa real. 
Sintomas do medo 
Quando sentimos medo o corpo se prepara para o famoso “lute ou fuja”. Seu 
corpo se prepara para dois resultados possíveis, enfrentar a situação e lutar com ela, 
ou sair correndo, fugir. Isso faz seu cérebro trabalhar muito intensamente, o que gera 
mais adrenalina. A pessoa pode se sentir: tremulo e enjoado, dores agudas nos braços, 
pernas e ombros, os sentidos são bombardeados com muito mais informações do que 
costuma administrar e por isso o cérebro não consegue filtrar tanta informação e se 
torna supervigilante, e assim fica muito mais sensível ao que acontece a sua volta. 
Quando tudo isso acontece em relação a algo que não seja uma ameaça física 
(ou seja, você não está sendo atacado de fato) mas acontece em relação à uma 
ameaça emocional, como por exemplo você está medo de falar com seu chefe, começa 
uma espiral de terror onde a o coração dispara, e acelera a adrenalina, que pode fazer 
que sujam dores no corpo. 
Por exemplo: Uma pessoa tinha tanto medo de andar de metrô, mas nunca 
tinha entrado sequer numa estação de metrô. Portanto ele tinha fobia daquilo que ele 
pensava que era o metrô. Toda vez que ele passava perto de uma estação de metrô e, 
só de pensar em entrar, ele suava frio, seu coração acelerava, seus ombros ficavam 
curvados e ele achava que ia desmaiar. Este medo não está relacionado ao ato de 
entrar no metrô, mas a sensação de perda de controle que ele associava a andar de 
metrô. Como essa sensação toda era muito forte, ele nunca teve a chance de lidar com 
o medo de forma racional. 
 
Os medos mais comuns da humanidade 
 
Agora que entendemos melhor a definição e origem e como ocorrem em nosso 
organismo, vamos à lista sem temores. 
A Fobia social envolve diversas situações em que as pessoas têm receio de 
interagir com outros porque teme o julgamento que farão dela. Não parece, mas é um 
medo muito comum – atinge cerca de 12% da população mundial, mas é pouco tratado 
e muito menos superado. Vanier (2006) disse que esse é o único medo que tememos 
mais que a morte. Quem sofre de fobia social, também conhecida com ansiedade 
social, pode ter dificuldades para fazer uma apresentação diante os colegas, paquerar 
alguém, falar em público, ir a festas ou simplesmente conversar com outras pessoas. 
 
Também conhecido como acrofobia, o medo de altura atinge cerca de 5% da 
população mundial. Quem sofre desse medo, evita qualquer lugar alto e pode ter 
https://www.psychologytoday.com/blog/the-real-story-risk/201211/the-thing-we-fear-more-death
https://www.psychologytoday.com/blog/the-real-story-risk/201211/the-thing-we-fear-more-death
vertigem ou necessidade de estar sempre segurando em algum ponto mais estável ao 
subir uma escada, por exemplo. Em um parque de diversão, dificilmente irá explorar os 
brinquedos mais radicais. 
Sendo mais amplo neste tópico muitas pessoas sofrem com um medo intenso 
de alguns animais, os mais comuns são os insetos (entomofobia), cobras (ofidiofobia) e 
aranhas (aracnofobia). Acredita-se que o fato deles serem tão diferentes dos mamíferos 
gere uma repulsa natural à esses bichos. Outro ponto é que alguns são considerados 
venenosos e que sua picada pode fazer muito mal, porém apenas a minoria deles têm 
esse tipo de defesa. 
 
O medo de lugares fechados é bem conhecido e chamado de claustrofobia. 
Essas pessoas têm grandes dificuldades de estarem dentro de espaços pequenos como 
elevadores ou cômodos sem janelas. Há uma sensação de compressão, como se o 
ambiente se tornasse ainda menor. Algumas pessoas sentem o mesmo em meio à 
multidão, como em uma grande passeata, por exemplo. 
Outra fobia muito comum e que atinge cerca de um terço da população mundial 
é o medo de voar, conhecido como aerofobia. Quem sofre desse medo sente-se 
desconfortável apenas com a ideia de fazer uma viagem de avião e muitas vezes 
escolhe passar mais dias rodando pelas estradasdo que horas voando. O mesmo vale 
para helicópteros ou qualquer veículo que voe. 
 
O medo de escuro não surpreende muito em estar entre os medos mais comuns 
da humanidade. Muito comum em crianças, esse medo pode seguir até a vida adulta 
em muitas pessoas. Sabe-se que a fobia do escuro não é do escuro em si, mas sim do 
que pode existir ali e que não é possível reconhecer. Esse medo pode ter raízes em 
algum evento traumático e também é influenciado pelo fato de diversas cenas trágicas 
ou de terror serem interpretadas em lugares com pouca luz. Quem tem fobia do escuro 
(nictofobia) tem medo do perigo que acredita que está escondido ali. Portanto, fica em 
constante estado de alerta e desconforto quando as luzes se apagam. 
Preocupação intensa com limpeza para evitar contato com germes e o medo de 
contrair doenças (misofobia), cuidados excessivos para evitar exposições a situações 
que podem ter uma probabilidade maior de doenças (hipocondria) são algumas das 
características de quem tem pavor de ficar doente. Claro que é comum e necessário ter 
cuidados de saúde, mas quem sofre dessa fobia muitas vezes vive apenas em casa ou 
restrito a lugares que tem certeza que não ficará doente. 
 
 O medo que as pessoas têm de ver sangue, seja o seu próprio ou de alguém, 
também conhecida como hematofobia, pode estar relacionada ao fato de que sangue 
significa perigo de morte, ou lesão grave, e que “se sangrou, os problemas serão 
sérios”. Muitas vezes esse medo é confundido com medo de agulhas, quando na 
verdade é o temor de ter seu sangue colhido ou de ser infectado por algo contaminado. 
 
Entre os medos mais comuns também está o de tempestades. Quem sofre desse 
medo já fica inquieto ao mínimo som de um trovão ou quando uma nuvem carregada 
surge no horizonte. Fobia de tempestades, relâmpagos e trovões podem gerar 
complicações como estar sempre atento à previsão do tempo e ficar ansioso logo que o 
clima fica muito úmido e quente. Esse medo intenso é conhecido como brontofobia. 
Evitar a morte todo mundo evita. São cuidados naturais para evitar situações de 
risco que podem dar um ponto final à vida. Conhecido como necrofobia, o problema 
acontece quando o medo de morrer termina por evitar que as pessoas vivam de forma 
saudável. A fobia é tão intensa que a pessoas não saem de casa por medo que algo 
aconteça. É comum também que essas pessoas tenham medo de qualquer coisa ligada 
à morte, mesmo que seja de outras seres. 
Sobre o medo de falar em público, para muitos ter uma pessoa a sua frente já 
seria uma multidão, causa a mesma dificuldade que causaria a outras pessoa diante de 
cem pessoas. Pode ser superado através da psicoterapia onde o psicólogo identificará 
qual técnica seria mais adequada para cada caso, é possível que uma pessoa tenha 
medo de falar em público devido a algum trauma, outras podem ter tido poucas 
oportunidades em treino de habilidades sociais por exemplo. 
Quando alguém usa o termo medo de amar, normalmente está se referindo ao 
medo das consequências que um envolvimento emocional pode trazer, como por 
exemplo decepções, dores devido a afastamentos indesejados, traição, ciúmes, a 
rotina, as cobranças, etc. Mas não devemos esquecer que todos os aspectos positivos 
também são possíveis como por exemplo a satisfação na possibilidade de formação de 
uma família, o companheirismo, o afeto, etc. Um processo psicoterapêutico a curto 
prazo pode oferecer tratamento tanto para identificação da origem destes medos, que 
podem vir do histórico familiar ou de suas vivencias, assim como forma de superação. 
Juntamente com este medo, vem o medo do comprometimento. Este medo 
normalmente coincide com o perfeccionismo. Muitas das vezes sentimos a 
necessidade de fazer a melhor decisão possível para continuar com a nossa vida. A 
nossa vida está em constante mudança e crescimento. Nós apenas conseguimos fazer 
a melhor decisão possível baseado no nosso atual conhecimento. Não existem 
decisões perfeitas, e muitas vezes nós temos a possibilidade de mudar a nossa decisão 
se percebermos que não está a funcionar como desejaríamos. É exatamente deste 
processo que se alimenta a mudança e o crescimento de cada um de nós. As decisões 
estabelecem uma relação com o conhecimento que temos no momento e que 
enfrentamos em determinadas circunstâncias ou situações de vida. 
É com os fatos que temos no momento que nós devemos comprometer com os 
comportamentos, atitudes ou decisões que tomamos. O medo do comprometimento, 
inibe que possamos viver a vida tal qual ela é, cheia de opções e possibilidades que se 
comprovam ser eficazes, bem sucedidas ou felizes apenas se assumirmos e efetuarmos 
aquilo que julgamos ser necessário para atingir os resultados desejados. Só à posterior 
conseguimos analisar aquilo que fizemos. Umas vezes sendo bem sucedidos, outras 
nem por isso. Mas tem sido com a tentativa e erro que toda a humanidade chegou ao 
ponto em que nos encontramos. 
E seguindo a mesma linha, falamos sobre o medo da rejeição. Existe sempre a 
possibilidade de experimentarmos a rejeição dos outros, mas a dor resultante deste 
sentimento, será preferível à dor de se rejeitar a si mesmo de ser aceito pelos outros. 
Poderá você ser sempre feliz vivendo a sua vida de acordo com as ideias dos outros, ou 
você irá sentir ressentimento e frustração deixando fugir a oportunidade de ser aceito 
pelo seu verdadeiro eu? Se você seguir o seu coração, você irá permitir a aproximação 
daqueles que lhe dão suporte e acreditam em si. A grande maioria daqueles que o 
rejeitam certamente não serão as melhores pessoas a escolher para ter na sua vida. 
No medo do fracasso, algumas pessoas ficam humilhadas por não serem 
perfeitas. Eventualmente por terem experimentado a ridicularização ou terem sido 
humilhados pela derrota. No caminho tumultuoso e sinuoso para a via do 
perfeccionismo, vai-se construindo a ideia que se não se tentar, não se pode falhar. 
Por vezes o medo de fracassar paralisa-nos na nossa trilha, mesmo antes de iniciarmos 
a corrida. O medo de falhar normalmente impede-nos de colocarmos todo o nosso 
esforço numa situação. O medo impede e evita que possamos viver a nossa vida em 
todo o seu esplendor. O fracasso é uma opção mas o medo não. 
 
E quando é o contrário sobre o medo do sucesso? Muitos de nós aprendemos 
que o sucesso é egoísta. Foi-nos dito vezes sem conta para não nos sentirmos 
“inchados” e “vaidosos”. O sucesso pode trazer louvor, atenção e notoriedade com a 
qual podemos não nos sentir confortáveis. O sucesso pode colocar-nos numa situação 
de liderança e de responsabilidade acrescida. Podemos ficar com a ideia que teremos 
de responder a mais questões e temos de nos expor frequentemente ou ter de falar 
para grupos de pessoas ou organizações. A expectativa dos outros pode crescer sobre 
nós, uma vez que mostrámos ser competentes. Se todas estas situações nos causam 
incómodo e se apresentam como desagradáveis, inserem-se perfeitamente na 
componente do medo, olha-se para o sucesso tal qual uma fobia. Uma forma de fugir 
a tudo isto é parar antes de podermos ser bem sucedidos. No entanto, este 
evitamento tem certamente um preço. Uma contínua falta de sucesso nas nossa vidas 
conduz-nos com toda a certeza para a depressão, desmotivação, sentimento de 
fracasso, letargia e impotência para lidar com grande parte das situações de vida. 
 Por fim, o medo de não expressar os sentimentos funciona como uma panela 
de pressão, quanto mais tempo você mantiver a tampa fechada, maior é a pressão 
gerada. Na verdade os sentimentos são impossíveis de conter, mais tarde ou mais cedo 
eles irão emergir e fazer-se sentir. Talvez de uma forma não relacionada com a 
situação indutora, expressam-se nas mais variadas maneiras, como uma doença física, 
problemas de pele, obesidade, stress, ou incapacidade de lidar com situações 
exigentes. Na verdade, você irá sempre arranjar uma maneira de expressar os seus 
sentimentos. Mantê-los engarrafados e sobre pressão irá sempre conduzi-losa efeitos 
secundários indesejáveis. Expressar as suas emoções de forma aberta e direta canaliza 
a energia de uma forma muito mais saudável, verificando-se ser funcional e adequado 
para o desenvolvimento de equilíbrio emocional. 
 
Ao olharmos para a nossa história de vida facilmente iremos perceber o 
momento em que este medo se instalou. Por vezes há um acontecimento 
determinante, que sentimos como muito perigoso e que vai determinar a forma como 
vivemos aquela situação e outras semelhantes. Por exemplo: Quando criança fui 
mordido pelo cão da minha avó, foi horrível, muito assustador! Ainda hoje tenho medo 
sempre que ouço um cão ladrar. Outras vezes, o medo vai-se instalando devagarinho 
http://www.escolapsicologia.com/o-fracasso-e-uma-opcao-mas-o-medo-nao/
http://www.escolapsicologia.com/como-desenvolver-equilibrio-emocional/
através do que nos dizem e da forma como o vivemos e mesmo sem nunca termos 
estado numa situação semelhante, podemos ter medo dela. Por exemplo: Nunca me 
aconteceu nada de especial na praia, porque eu sempre evitei entrar no mar. A minha 
mãe dizia sempre para eu ter muito cuidado, para não sair da beirinha e contava-me a 
história de um menino da minha idade que se afogou no mar. 
O que acontece é que muitos destes medos não correspondem inteiramente à 
realidade. O nosso cérebro tende a codificar esta informação como perigosa, logo 
como algo de que nós devemos afastar. Nesta situação assistimos a duas formas de 
processamento da informação mais habituais: 
Generalizar: Um único medo começa a ser estendido a situações semelhantes, mesmo 
que estas nunca se tenham revelado perigosas. Por exemplo: Ao ser mordida por um 
cão em criança posso desenvolver um medo por todos os animais com pelo, pois só o 
facto de estar em contato com eles me lembra aquela situação e me deixa ansiosa. 
Catastrofizar: Isto acontece quando o nosso cérebro aumenta o perigo real, criando 
um possível desfecho para a situação, que habitualmente é muito negativo e 
catastrófico. Por exemplo, se conduzir na cidade vou ficar nervosa, vou deixá-lo ir a 
baixo, já não vou conseguir arrancar, vou ficar parada no meio do trânsito se conseguir 
fazer nada. 
Estas formas de processamento da informação, tornam-se cada vez mais 
salientes na nossa mente e damos muita importância a este tipo de pensamentos. 
Porém, como poderá perceber, nem sempre é assim e muitas vezes temos de 
desconfiar do nosso medo e enfrentá-lo. 
Atividade: Escreva quais são seus maiores medos, sua origem e como tem agido 
para superá-los (sem ler o final do livro antes!) 
 
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Quando o medo asfixia o amor 
 
Uma pergunta: Você pode imaginar o que aconteceria se as emoções fossem 
capazes de se disfarçar de outras emoções diferentes? E mais, o que poderia acontecer 
se existissem emoções negativas capazes de se esconder dentro de emoções positivas? 
Seríamos capazes de enfrentá-las? Pensemos no pior dos casos. Uma das piores 
emoções disfarçada como uma das melhores: o que aconteceria se o medo substituísse 
o amor? 
 
O amor, compreendido como um amor romântico: esse “Big Bang” de emoções 
geradas entre duas pessoas, dentro das quais estaria a atração, o compromisso, a 
intimidade e a paixão. Um fenômeno que afeta até a última célula do nosso corpo, 
influenciando, é claro, nossa mente, nossas emoções e até mesmo nossos gostos e 
preferências. 
 
Como o medo poderia se esconder dentro de uma emoção como essa? Vamos 
imaginar: viver apaixonados e com medo. O amor não se trata, no fim das contas, de um 
ato de coragem e generosidade com nós mesmos e com a outra pessoa? Talvez nós 
devamos colocar os panos na mesa e definir claramente o que significa usar o medo 
como disfarce. Vamos colocar de outra forma. O que aconteceria se a emoção que faz 
com que sintamos amor fosse o medo? 
Quando o medo é demonstrado. Em primeiro lugar, a pergunta do milhão: Por que o 
medo? Bom, devemos ser justos com a nossa humanidade e admitir que essa emoção 
nos acompanha desde o começo dos tempos, facilitando nossa fuga ou luta pela 
sobrevivência. Assim, diante de um evento emocional tão forte como o amor, é normal 
que nossos medos sejam ativados, nos avisando que uma mudança poderia ser ruim. 
Dessa forma, se alguém o ativa com muita facilidade, é porque o medo já deixou 
de ter a utilidade que tinha antes. Hoje em dia respondemos desproporcionalmente 
diante de eventos que não são ameaçadores. Melhor dizendo, apelidamos de ruins 
eventos que só podem nos fazer bem. 
Costumamos dizer que o medo deixa de ser útil quando nos paralisa, evitando 
que desfrutemos, soframos ou simplesmente vivamos. As histórias de abandonos, 
de términos abruptos, de dor e de sofrimento deixam marcas na gente e condicionam 
nossa forma de compreender e receber o amor. Nos transformamos em medrosos 
compulsivos do amor, tentando escapar desse suposto sofrimento que um 
relacionamento trás, ou inclusive, esse sofrimento que envolve a solidão e não se sentir 
sozinho. 
Os disfarces do medo 
Nós já vimos as primeiras chaves. No entanto, se o medo é ativado com tanta 
facilidade e o amor é capaz de ativá-lo por conta dos nossos desamores prévios, como 
ele se manifesta? Vejamos alguns exemplos: 
 
A “busca do amor”. Melhor dizendo, o disfarce favorito do medo da solidão, de ficar 
sozinho. Medo por culpa dos clichês que são colocados na nossa cabeça, como “ficar 
sozinho é terrível”. Esse medo toma outra proporção quando, conscientes ou não 
dele, ele nos faz procurar compulsivamente um parceiro, para evitar este terrível 
https://amenteemaravilhosa.com.br/amor-maduro/
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https://amenteemaravilhosa.com.br/aprenda-lidar-sentimentos-termino-doloroso/
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destino final. Corremos um grande risco: tentar controlar o amor, seu destinatário, seu 
desenvolvimento e seu desenrolar. 
A dúvida. Digamos que o amor bateu em nossa porta e a abrimos com todo o ânimo. 
No entanto, uma sombra decide se alojar em nossa mente, em uma de suas formas 
favoritas; Será este o meu momento? Estou me precipitando? É isso o que eu realmente 
quero? Neste caso, o medo do desamor não se esconde. Nós sabemos o que já deu 
errado e intuímos que estas dúvidas são a forma como as nossas cicatrizes emocionais 
dão sinal de vida. 
O perfeccionismo exagerado. Aquela intuição na qual sentimos uma urgência e uma 
necessidade absolutas de satisfazer e agradar ao parceiro, chegando a modificar nossa 
personalidade; tudo isso para que“tudo dê certo”. Só de nos imaginarmos abandonados 
nosso mundo desaba. É o medo que se conecta com nosso lado mais humano: o medo 
da perda, que ameaça aquelas pessoas vitais para a nossa existência. E esse medo se 
alastra se deixarmos que contagie nosso parceiro. 
 
O medo que se esconde por trás da raiva 
 
A raiva é o extremo desadaptativo do tédio e da irritação. Estas últimas são 
consideradas emoções saudáveis, básicas e universais, ou seja, que nos ajudam a 
resolver os problemas com que nos encontramos e que todos sentimos em algum 
momento da nossa vida. 
 
A irritação tem a função de nos proteger daquilo que é suscetível a nos fazer 
mal. Assim, poderíamos dizer que é necessário ficar irritado quando a situação exige, 
delimitarlimites coerentes com o mundo e com os outros e expressar as nossas 
expectativas e necessidades. 
 
Quando acumulamos muitos aborrecimentos não expressados, estamos longe de 
sentir essa emoção no nosso corpo e fica muito mais difícil controlá-la. Acabamos 
explodindo, e é assim que surge a raiva. 
 
A raiva já não é funcional, já não nos ajuda, apenas entorpece as nossas 
ações direcionadas à realização das nossas metas. Além disso, ela nos faz sentir muito 
mal a nível emocional, sem falar do quão prejudicial é para as nossas relações sociais em 
geral. O que acontece é que por medo de sentir dor, por receio de sofrer, aguentamos 
até que a emoção diga “Basta!” e precise ser expressada. 
 
Como se fôssemos uma panela de pressão, nos enchemos de 
aborrecimentos não comunicados e de exigências sem sentido. Assim, acabamos 
raivosos, o que nos faz parecer pessoas hostis e agressivas. 
Os outros deixam de nos levar a sério ou de nos quererem bem, e acabam por de 
cansar de nós. Assim, a forma agressiva que usamos para expressar a nossa dor nos faz 
perder a razão que no início até poderia estar ao nosso lado. 
Por trás da raiva há muito medo. A pessoa raivosa, ainda que possa parecer dura, 
esclarecida e alguém que impõe respeito por onde passa, no fundo é um ser morto de 
medo. Ela precisa usar essa forma de se expressar, essa ira, para se defender. Do que as 
https://amenteemaravilhosa.com.br/como-lidar-emocoes-forma-eficaz/
https://amenteemaravilhosa.com.br/nao-alimente-dor/
https://amenteemaravilhosa.com.br/respeito-dinheiro-pedem-ganham/
pessoas que sentem ira pretendem se defender? Evidentemente, de algo que pode lhes 
causar dano ou fazer sofrer. Elas têm muito medo de cair no sofrimento e utilizam essa 
estratégia da ira para se livrar dele. 
A pergunta vem de imediato: Por que estas pessoas vão sofrer ou sentir dor? A 
resposta é clara: não ver supridas suas expectativas, necessidades ou exigências lhes dá 
muito medo, porque isso significa que nem sempre o mundo, a vida ou os outros vão 
fazer as coisas da forma como elas gostariam. 
Nem sempre os outros vão agir em prol do nosso benefício e nem sempre a 
nossa vida vai ser fácil e cômoda, porque a vida quase nunca é fácil ou cômoda. 
A pessoa raivosa interpreta que ela está em uma situação de perigo por não ter 
essas exigências satisfeitas. Esse suposto perigo lhes dá medo e esse medo envia sinal ao 
corpo para criar a resposta de luta na qual implica sua defesa. Se for necessário, a 
pessoa com raiva irá colocar em prática qualquer estratégia que considere que pode 
salvá-la: gritar, intimidar, quebrar coisas, agir de forma exagerada, insultar. 
 
Talvez com este comportamento você pense que as coisas irão mudar, mas no 
fim não é isso que acontece e a pessoa acaba encontrando mais problemas: brigas 
familiares ou com amigos, dores de estômago, consumir drogas para fugir dos 
problemas, etc. 
Como gerir a raiva? Para começar, temos que saber que o objetivo não é eliminar a 
emoção saudável de raiva, mas sim a ira que é a que está nos dando uma rasteira. Ficar 
com raiva é benéfico e nos permite ter relações sociais mais saudáveis além de uma 
grande libertação emocional para nós mesmos. 
O primeiro passo que devemos dar para eliminar a raiva é, como ocorre com 
todas as emoções, aceitá-la e querer senti-la. Para isso, podemos nos retirar para uma 
sala silenciosa, fechar os olhos e deixá-la entrar no nosso corpo, criar um próprio espaço 
para ela, dar-lhe um nome, forma e cor para que possamos sentir que ela existe e para a 
observarmos. 
 
Ter consciência de que a raiva existe e aceitá-la não significa julgá-la. Julgar as 
emoções é precisamente uma das coisas que faz com que elas aumentem, já que 
voltamos a repetir o círculo vicioso de nos “emburrarmos” com a mesma emoção por 
interpretá-la como perigosa. 
Uma vez que tenha aceitado a sua emoção e a sua intensidade tenha diminuído, 
você pode começar a questionar as suas exigências em relação ao mundo e aos 
outros. Para isso podemos fazer algumas perguntas: “O que eu estou dizendo a mim 
mesmo para sentir esta raiva? O que eu estou exigindo? Estas exigências são realistas? 
As pessoas podem agir como quiserem ou têm que sucumbir aos meus desejos?” 
Você pode fazer essas perguntas a si mesmo até encontrar as suas exigências 
absolutistas e decidir que você tem que mudá-las por desejos e preferências, aceitando 
que mesmo que você queira que algo aconteça, pode ser que realmente não venha a 
acontecer. 
https://amenteemaravilhosa.com.br/voce-sabe-qual-e-inteligencia-que-ajuda-cuidar-das-suas-relacoes-sociais/
Por último, mas não menos importante, você deve descobrir este medo que está 
no fundo de si e ver qual necessidade você tem que ainda não foi descoberta. Talvez seja 
algo que venha da sua infância, como uma necessidade de amor, de segurança, ou uma 
necessidade mais presente, relacionada ao amor, à família ou ao trabalho. 
 
Assim que a identificar, anote-a, tire-a para fora, tome consciência e, assim como 
fez com as exigências, questione-a e perceba que você já não precisa de tudo isso de que 
acredita precisar. Se esta necessidade que você tem não for suprida, não vai acontecer 
nada terrível como você pode pensar, já que não se trata de algo realista. 
 
Refletindo sobre nossos medos 
 
A incerteza pode causar medo. Quando as coisas vão no sentido daquilo que 
queríamos, sentimo-nos seguros e temos a necessidade de manter o controle. Na 
tentativa de evitar o medo, podemos cair na tentação de olhar para o mudo desejando 
que fique sempre na mesma. Por vezes ficamos paralisados em rotinas rígidas que nos 
impedem de crescer e ser flexíveis. Podemos também ter tendência para insistir que os 
outros se conformem com as nossas ideias do que é certo e errado, e sentimo-nos 
ameaçados quando eles não o fazem. Tentar criar um mundo totalmente “seguro” é 
como construir a nossa própria prisão. Mantém-nos reféns do nosso próprio medo. 
Muitas das desordens de ansiedade, como por exemplo o transtorno de 
pânico, emergem do fato de se ter medo de ter medo. Viver uma vida desta forma 
tornar-se totalmente incapacitante, vive-se em constante alerta sempre que algo não 
acontece como desejaríamos. 
 
Sensação Incapacitante. Por vezes o medo nos dá uma sensação de tão incapacidade 
que julgamos poder morrer. Cresce em nós um pensamento de rejeição da coisa 
temida, afastamo-nos dela, esperando que um dia nasça em nós a coragem para lidar 
com o medo. Pela experiência que tenho de implementar programas de tratamento 
para problemas relacionados com os transtornos de ansiedade, a técnica mais eficaz 
para conseguir gerir e/ou erradicar os medos é através da exposição, mais 
concretamente através do enfrentamento daquilo que representa o medo. 
Algumas coisas da nossa vida resolvem-se com o passar do tempo, mas se isso 
se tornar uma regra pela qual nos orientamos, de deixar que o tempo somente resolva 
as coisas por nós, corremos o risco de ficarmos expostos às forças externas, as quais 
não temos qualquer tipo de controle. Se estivermos passivamente à espera que as 
coisas na nossa vida mudem, caímos rapidamente numa situação de vitimização ou 
desapontamento. Uma atitude muito mais construtiva é adotar um papel mais positivo 
e trabalhar nas coisas que pretendemos, nas coisas que estávamos à esperar que 
acontecessem por si só. Deveremos tentar orientar as nossas ações no sentido de 
ficamos numa situação mais vantajosa e favorável. 
Há quanto tempo está à espera que os seus comportamentos e atitudes 
autodestrutivas façam efeito por si só? Uma semana, um mês, um ano? Dez anos, 
vinte anos? Talvez seja agora o tempo de pedir ajuda ou de uma vez por todas se auto 
ajudar. 
https://amenteemaravilhosa.com.br/experiencias-traumaticas-infancia/
http://www.livroataquesdepanico.com/
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Auto Sabotagem Emocional. Uma das piores coisas que nos pode acontecer é 
recusarmos admitir os problemas que temos, enveredando por umaatitude auto 
sabotadora, essa é a armadilha da negação. Uma premissa para a mudança é a 
necessidade de admitirmos os nossos problemas ou situações incapacitantes, a 
negação pode manter-nos “paralisados” para sempre. Por vezes recusarmos admitir os 
nossos problemas e medos é um resultado do falso orgulho. Você tem dificuldade em 
admitir que está errado, que necessita enfrentar os seus problemas de frente? Se sim, 
talvez esteja na altura de perceber porquê. Pondere procurar recolher feedback de 
uma fonte imparcial, como um conselheiro, ou um psicólogo, ou até um curso de 
desenvolvimento pessoal. O objetivo é identificar algumas áreas que necessita mudar 
e/ou enfrentar na sua vida. 
 
Se a sua vida está a desmoronar-se, mas você finge que não está acontecendo 
nada, a isto chama-se negação. É fácil negar a verdade quando temos uma visão em 
túnel e ignoramos o panorama geral. Ignorar as coisas nunca foi uma grande estratégia 
dado que não faz com que elas desapareçam. Uma das formas de identificar a 
intensidade do problema é tentar registar o grau de desconforto e de disfunção que 
causa no seu dia-a-dia. O que é que deixou de fazer, o que é que evita, o que é que o 
deixa em pânico, desesperado, o que é que o deixa ansioso ao ponto do seu coração 
lhe saltar pela boca? Numa escala de 0 a 10 quanto é que está a prejudicar o seu 
trabalho, o seu estudo, o seu relacionamento, a relação com os seus amigos e 
familiares, em que grau lhe afeta o seu bem-estar e a felicidade? Em que grau diminui 
a sua autoestima e autoconfiança? 
 
Atividade: Tente responder a todas estas questões acima, é um exercício muito 
revelador, lhe permitirá perceber o grau de desconforto que as suas “negações” 
provocam na sua vida. Ao olhar de frente para as sua negações, fica mais perto de 
poder decidir colocar um ponto final na sua atitude paralisante e seguir em frente. 
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Vencendo nossos medos 
Cada medo terá sua causa e portanto, seu método de superação poderá ser 
diferente para cada caso. A ajuda psicológica, ou terapia, estudará a necessidade de 
técnicas específicas de enfrentamento ou a possibilidade de trabalhar o 
autoconhecimento. 
Tratamentos de fobias baseados na psicologia do medo tendem a se concentrar 
em técnicas como dessensibilização sistemática e inundações. Ambas as técnicas 
trabalham com respostas fisiológicas e psicológicas do corpo para reduzir o medo. Na 
dessensibilização sistemática, a pessoa é gradualmente conduzido através de uma 
série de situações de exposição. 
 
Por exemplo, um cliente com um fobia de cobras pode passar a primeira sessão 
falando sobre cobras. Lentamente, ao longo das sessões subsequentes, o cliente seria 
levado a olhar para imagens de cobras, brincar com cobras de brinquedo, e, 
eventualmente, lidar com uma cobra viva. Isso é muitas vezes acompanhado por 
aprender e aplicar novas técnicas de enfrentamento para gerenciar a resposta de 
medo. 
Inundação é um tipo de técnica de exposição, mas pode ser muito bem sucedido. 
Na inundação, o cliente é exposto a uma vasta quantidade do objetos temidos ou 
situações até que o medo diminui. 
 
É importante que tais abordagens de confronto sejam realizadas apenas com a 
orientação de um profissional de saúde mental treinado. Estas técnicas são 
potencialmente traumáticas, no entanto, em algumas circunstâncias, elas têm uma 
excelente taxa de sucesso. 
Aceitar ou lutar? Chegando no ponto no qual sabemos o porquê e o como, a pergunta 
lógica é: estamos sozinhos diante do perigo? De forma alguma. Entretanto, é necessário 
que, antes de começar a pensar no medo ou no amor, tenhamos consciência da nossa 
humanidade. Da nossa necessidade de amor e nossos medos como pessoas. Que 
compreendamos que o medo estará sempre por perto e que nós podemos aceitá-lo e 
optar pelo amor, ou não. 
Logo encontramos algo que também é inseparável da vida e da condição humana: o 
tempo. Pode ser óbvio, e parecer até mesmo uma “armadilha”, mas ainda assim, 
continua sendo uma das cartas mais altas. O tempo e sua capacidade de cicatrização nos 
influenciam mais do que podemos imaginar, e nos ajudam a observar a partir de outra 
perspectiva os eventos que originaram os medos que, hoje em dia, nos assombram. 
 
Por último, nós somos pessoas individuais, com nossa aprendizagem e sabedoria 
pessoal. E, acima de tudo, nossa infinita capacidade de amar e nossa vontade insaciável 
de sermos amados, integrarmos algo e sermos apreciados. 
 
O amor que sentimos, somado a tudo que ele implica, nos dá a extraordinária 
capacidade de voltar a amar. E quem melhor do que ele para expor a solidão, a dúvida e 
a perda, para voltarmos a amar? Certamente, assim, acabaremos asfixiando o medo com 
o nosso amor, e não o contrário. 
 
http://psicoativo.com/2015/12/dessensibilizacao-gradual.html
http://psicoativo.com/2015/12/ofidiofobia-medo-de-cobras-causas-sintomas-tratamentos.html
https://amenteemaravilhosa.com.br/5-passos-para-curar-uma-perda/
Enfrentamento. Não podemos esquecer que o medo é uma sensação natural. A única 
forma de o ultrapassar é enfrentá-lo. Normalmente quando você decide enfrentar o 
seu medo, percebe que afinal não era assim tão assustador quanto parecia. Existem 
vários fatores que podem criar o medo e a maioria das pessoas não percebem que o 
medo em si é algo que é totalmente interno à sua própria mente. Não é uma coisa 
real, concreta, você não pode apontar para algo e dizer: “Isso aí é o medo, cuidado ou 
você vai tropeçar nele”. É um produto de reações produzidas pela nossa mente a 
determinados estímulos, é interno a nós mesmos, embora possa sentir-se de forma 
bastante real quando se sente no nosso corpo. A boa notícia é que, dado que é um 
subproduto das nossas reações às coisas, você tem um número de opções para lidar 
com ele ou até mesmo removê-lo totalmente. Uma vez que você esteja ciente das 
causas, pode controlá-lo e trabalhar nele e, seguir a sua vida mais liberto e menos 
condicionado. 
Seguem algumas formas de enfrentar os medos: 
Imaginar a pior consequência. O que pode acontecer se você chegar atrasado no 
trabalho? Seu novo chefe ficará zangado? E se você for reprovado em um teste, o que 
pode acontecer? Tudo isso tem consequências e soluções que temos condições de 
enfrentar. 
Uma tarefa complicada é um desafio e também uma oportunidade para demonstrar o 
seu valor. É uma boa desculpa para ampliar seu círculo social, uma oportunidade para 
compartilhar com seus colegas de trabalho o seu aprendizado e as suas preocupações, 
um incentivo para aumentar a sua autoestima e momentos agradáveis para recordar. 
Os momentos vividos não se repetem e são preciosos. Divirta-se e aproveite o passeio 
de volta para casa, prepare o jantar com entusiasmo, sente-se no sofá para ler um 
bom livro e ajude alguém que precisa. 
Bom humor. Uma pessoa que ridiculariza um problema tira o seu peso, a sua 
importância e o libera. Muitas pessoas passaram a serem mais completas e tranquilas 
quando foram capazes de rir de si mesmas (apesar da sua deficiência). Pode parecer um 
pouco trágico, mas ser capaz de rir de si mesmo faz bem e promove a aceitação. 
Você tem complexos? Peito, nariz, costas, pés, mãos… Tudo isso lhe incomoda? O que 
prefere: assumir que são parte de você, fazer de conta que não existemou passar o resto 
da vida envergonhado? 
E quanto aos outros? Você decide o valor que dá às críticas alheias. Eles também têm 
seus medos, complexos e problemas. 
Imagine que você tem a oportunidade de se olhar em um monte de espelhos. Pode 
optar por prestar atenção no que mais gosta ou focar somente nos defeitos. Ok, você 
pode dizer que tudo isso não tem a menor importância e que a realidade permanecerá a 
mesma. 
Vivencie o seu medo. Sentir medo é normal, o cérebro de todos os seres vivos, quando 
percebe o perigo, reage instantaneamente; em outras palavras, o cérebro ativa 
instintivamente um sistema de proteção contra possíveis ataques ou situações que 
podem causar algum desequilíbrio. 
Enfrente a situação que lhe causa medo. Se seu medo for racional, como o de estar 
dirigindo em uma tempestade, bastará tomar algumas medidas de precaução. Se um dia 
https://amenteemaravilhosa.com.br/rir-de-si-mesmo-e-o-melhor-remedio/
https://amenteemaravilhosa.com.br/o-complexo-de-inferioridade/
você se encontrar nesta situação, mas contar com um seguro para seu carro e tiver se 
informado sobre o que deve fazer, terá a possibilidade de enfrentá-la e sair dela sem 
problemas. 
Se o seu for um medo irracional à escuridão, coloque-se à prova nesta situação. Pode 
iniciar com algo menor, como ficar em um quarto escuro por alguns minutos até você se 
acostumar à situação e ir repetindo este teste até superar seu medo. Lembre-se de que 
é recomendável que o emprego deste tipo de técnica seja supervisionada por um 
profissional da saúde. 
Nos seres humanos, a forma de enfrentar o medo é o resultado da confluência 
de mecanismos instintivos e do aprendizado que adquirimos ao longo da vida. Nesse 
sentido, podemos dizer que quando enfrentamos uma ameaça, primeiramente é ativado 
o nosso instinto de sobrevivência, e depois um processo mental aprendido com 
as experiências que nos levam a agir de uma forma ou de outra.“O medo é esse pequeno 
quarto escuro onde os negativos são revelados” (Michael Pritchard). 
 
No entanto, a forma de reagir ao perigo varia de uma pessoa para outra. 
Algumas agem de forma agressiva, outras ficam imóveis e com a mente em branco, 
tentando projetar (ou não), uma possível solução para o perigo que estão enfrentando. 
Existem também pessoas que têm sangue frio, e são capazes de pensar rapidamente em 
uma solução para evitar ou enfrentar a ameaça com precisão. 
 
O medo é uma força que podemos transmutar. Existe uma verdade universal: para 
superar o medo é preciso enfrentá-lo. É muito fácil falar, mas difícil de colocar em 
prática. Na verdade, o medo é uma emoção poderosa, e se você conseguir transformá-la 
em uma força interior que lhe permita seguir em frente, se tornará uma pessoa mais 
segura e livre. 
Quando precisar enfrentar uma situação que causa medo e você tem a intenção 
de superá-lo, questionar a si mesmo pode ajudá-lo. Por que me sinto assim? Quais 
são as lembranças ou sentimentos que percebo nesse momento? Como reajo e qual é a 
parte do meu corpo que esconde essa emoção? 
 
As respostas lhe permitirão definir e materializar esse medo, para que você se 
conscientize e evite que uma situação semelhante se repita. O primeiro passo é 
perceber por que o medo aparece. Dessa forma, podemos identificar as suas causas e 
qual é a sua função nas situações que enfrentamos. 
 
Perceber as causas nos permite avaliar se esse medo tem a função de nos proteger ou se 
é um desequilíbrio imaginário em nossa vida. 
Para viver bem, precisamos superar nossos temores. No entanto, só existe uma forma 
de superar os medos: a coragem para enfrentá-los. Somente uma pessoa que é capaz de 
“olhar os seus medos de frente” e superá-los consegue ser feliz. 
Não podemos acreditar que algumas pessoas não sentem medo. É um sentimento 
natural, inerente aos seres humanos, e todos nós em algum momento da vida sentimos 
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medo de algo. A pessoa corajosa não é aquela que não conhece o medo, mas aquela que 
o supera. 
 
“Às vezes você não percebe as suas próprias forças até que enfrenta sua maior 
fraqueza”.(Susan Gale) 
Portanto, quando observamos pessoas enfrentando a vida com coragem, não 
quer dizer que elas não sintam medo, mas que estão superando os seus temores, 
olhando-os de frente para alcançar os seus objetivos. 
 
O Medo de Ter Medo 
 
Não adianta dizer que não suporta sentir medo se precisa conviver com ele. O 
medo deseja ser seu amigo e o adverte que você pode ser atropelado por um carro, que 
pode ser mordido ou atacado por cão. Como já dissemos, para dar esses avisos ele 
precisa ativar seus mecanismos, os únicos que ele conhece. 
 
Nós interpretados esses mecanismos como terríveis, insuportáveis, horrorosos e, 
dessa forma, mais uma vez eles se manifestam para salvá-lo. Desta vez, o perigo são os 
seus próprios sintomas que só querem ajudá-lo. 
 
Que contradição, não é verdade? Mesmo que seja paradoxal, isto é exatamente 
o que acontece com muitas pessoas. No transtorno do pânico, por exemplo, a pessoa 
começa a sentir as manifestações próprias do medo e as interpreta como perigosas, 
porque pensa: “Eu estou tendo um infarto”, “Eu vou morrer aqui mesmo!” Obviamente 
isso provoca mais terror, o que aumenta as palpitações, a sudorese e os tremores, 
confirmando assim as interpretações catastróficas. Isto se transforma em um círculo 
vicioso insuportável e consolida o medo do próprio medo, o que nos torna incapazes de 
viver normalmente, porque na verdade tememos a nossa própria sombra. 
Como cortar o círculo do medo? Existe uma maneira de cortar o círculo vicioso do 
medo, embora você tenha que aceitar que vai sentir um pouco de medo. Sim, outra 
contradição! Para se livrar do seu próprio medo você terá que aceitá-lo e integrá-lo 
como uma parte de você mesmo. 
Para chegar a essa aceitação, o primeiro passo é não julgá-lo e deixá-lo ficar. 
Sinta e abrace o medo, converse com ele como conversaria com um amigo com o qual 
está tentando se reconciliar. 
 
Lembre-se de que o medo não quer prejudicá-lo, apenas protegê-lo. Não o 
mande embora do seu ser, da sua vida. Convide-o para ficar, embora ocasionalmente ele 
o perturbe, no fundo é um grande parceiro de vida. O segundo passo, uma vez que você 
aceitou o seu sentimento, é discutir com ele, mas sempre com aceitação. O medo o fará 
interpretá-lo como perigoso, mas agora você já sabe que ele não é. Se você sente que é 
perigoso é porque você acredita que é assim, mesmo que seja uma crença falsa. 
 
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Converse com os pensamentos indutores de ansiedade: Como é que eu sei que 
isto é um infarto? Não é muito mais provável que sejam sintomas de ansiedade? Se isto 
já me aconteceu muitas vezes e eu nunca desmaiei, por que iria acontecer agora? 
Uma vez que você mesmo respondeu francamente a todas essas perguntas, 
perceberá que as suas interpretações são responsáveis por essas reações desagradáveis: 
o medo ativa os seus mecanismos de defesa em uma intensidade ou tempo maior do 
que o necessário. A única coisa que devemos temer é o nosso próprio medo. 
 
Aprenda com o medo 
Apenas superando todos os tipos de medo você se sentirá bem consigo mesmo. 
Dessa forma, será a pessoa que sempre sonhou e a que realmente é, poderá visualizar 
alguma felicidade na vida, enfrentando os temores noturnos e a imobilidade. 
O que realmente devemos temer é a incapacidade de superar os medos que prendem a 
nossa alma e nos impedem de viver com liberdade, perder a paixão pelo que fazemos e 
o entusiasmo pela vida, a falta de coragem para superar o fracasso e a adversidade; isso 
é realmente assustador. 
 
Não deixe a sua coragem guardada na gaveta a cada manhã quando você acorda. 
Lembre-se de que a sua vida é preciosa, sua voz merece ser ouvida e a sua coragem o 
definecomo pessoa. Portanto, esqueça os medos, enfrente a vida de cabeça erguida 
para demonstrar seu orgulho e força. 
Use toda a sua coragem para enfrentar os medos, pois não existe temor maior do que 
não poder enfrentar os seus problemas, não ser você mesmo a cada minuto que passa e 
não encontrar coragem para derrotar os medos. 
 
Se você lutar contra o medo de forma irracional e sem conhecer a sua motivação, 
poderá administrá-lo no presente, mas não estará combatendo a raiz do problema, o 
que fará com que ele volte a qualquer momento. O medo precisa ser analisado. Não se 
deixe levar por explosões imprudentes sem muita consciência do que está fazendo. 
 
Como diz o ditado popular: “O medo é uma ação e a coragem é uma reação”. 
Lembre-se disso nos momentos em que se sentir petrificado, imóvel ou sem coragem 
para continuar com os seus planos. Caso contrário, você pode se arrepender por dar 
mais atenção aos seus medos do que aos seus verdadeiros sonhos e desejos. 
 
Prepare-se para o momento em que o medo ataca. Se você sabe, ou pelo menos 
suspeita, que estará em uma situação que lhe causa medo, é importante que você se 
prepare para enfrentá-lo. O medo racional pode ser combatido com algumas medidas de 
precaução, enquanto que o medo irracional requer uma análise ou uma introspecção 
profunda – já que pode tratar-se de uma fobia ou um transtorno psicológico e, pelo 
geral, requer uma consulta de um especialista. Pense no que realmente está gerando 
este temor, lembre-se das ocasiões em que você teve de enfrentar esta situação e como 
foi o resultado final. 
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Não se esqueça de que o medo se expressa física e mentalmente. Podemos 
combater os sintomas físicos com exercícios de respiração. É um método para perceber 
e controlar melhor o seu corpo nos momentos de crise. 
Mas isso não é o suficiente. Você precisa falar e expressar os seus sentimentos para os 
outros, escrever ou simplesmente olhar em um espelho e falar consigo mesmo sobre o 
que está acontecendo. Estes são alguns recursos que podemos utilizar para encontrar o 
equilíbrio desejado. Não superamos o medo nos escondendo dele; é preciso vivenciá-lo. 
 
Saber distinguir e conviver com o(s) seu(s) é importante para se conhecer 
melhor e ter uma vida mais criativa e transformadora – mesmo que isso o amedronte 
de vez em quando. 
 “O medo existe para nos dar conforto frente a um mundo que pode ter 
características ameaçadoras”, afirma Luís Fernando Tófoli, professor de Psicologia 
Médica e Psiquiatria da Unicamp. Mais do que um instinto, nos seres humanos o medo 
estabeleceu reações de comportamentos mais complexas, a partir da nossa 
capacidade de imaginar o futuro, de simular acontecimentos e reconhecer a finitude 
da existência. Demos, nas nossas mentes, um peso maior a ele. “O medo, que é um 
sentimento primal, ganhou valores simbólicos e explicações. Ele pode ser, portanto, 
um motor poderoso para nosso autoconhecimento”, defende Tófoli. “Primeiro, porque 
nos obriga a olhar o desagradável, a buscar cuidados”, diz. Não é à toa que o 
transtorno que mais leva pessoas ao atendimento médico é justamente o do pânico, a 
manifestação mais aguda e intensa de um medo. “A segunda razão é que a forma 
como cada um vivencia esse sentimento diz muito de sua própria história de vida, e dos 
pontos que precisa buscar transformar e viver melhor. Nesse sentido, reconhecer a 
existência dessas fobias e ter a chance de olhá-las de frente pode ser o primeiro passo 
para transformá-las em algo que se pode superar, ou simplesmente conviver.” De 
acordo com Tófoli, a fobia que cada um desenvolve traduz parte do seu universo 
interno. Medos não caem do céu aleatoriamente e escolhem um ou outro para se 
instalar. O pavor de cachorro, por exemplo, pode surgir por diversas razões, desde 
associações com eventos ligados à vida da pessoa (o ataque por um cão bravo na 
infância) até enigmas mais profundos e inconscientes, desvendados apenas com uma 
psicoterapia. “Porém, o principal é cada um se perguntar: ‘Por que eu tenho medo 
disso? Por que essa coisa me paralisa?’ Essas questões podem ser o ponto de partida 
para você se entender melhor”, afirma o especialista. 
Você precisa ter medo. A escritora americana Elizabeth Gilbert, famosa pela jornada 
que a levou a escrever o livro Comer, Rezar, Amar foi uma criança muito medrosa, 
apavorada. Tinha todos os receios comuns dessa fase da vida (de escuro, de nadar no 
fundão da piscina, de pessoas desconhecidas na rua) e mais outros que foi 
colecionando no decorrer dos primeiros anos. “Eu era uma criatura sensível e 
facilmente traumatizável, me debulhava em lágrimas com qualquer perturbação em 
meu campo de força”, relata em sua obra mais recente Grande Magia: Vida Criativa 
sem Medo, na qual relata histórias de pessoas que decidiram enfrentar seus demônios 
internos em prol de uma vida mais criativa. “Coragem significa fazer algo que nos 
causa medo. Não é ser destemido, que é não saber o que a palavra medo significa: é ir 
lá e fazer apesar dele”, diz a escritora. Elizabeth Gilbert ouviu muitas histórias para 
compor sua obra, de amigas próximas a desconhecidos, e chegou à conclusão que o 
temor precisa ter espaço na nossa vida caso queiramos ter uma existência mais 
criativa. Afinal, a criatividade reside na área dos resultados incertos, algo inaceitável 
para o medo. Mas a verdade é que, toda vez que a criatividade está agindo na nossa 
mente, ela se faz perceptível demais e acaba por despertar o temor. “O medo e a 
criatividade dividiram o mesmo útero, nasceram ao mesmo tempo. É por isso que 
precisamos ser cuidadosos em relação à maneira como lidamos com o medo, pois, 
quando uma pessoa tenta aniquilá-lo, com frequência acaba assassinando a 
criatividade por tabela”, diz Gilbert. “Eu permito que meu medo viva, respire e estique 
as pernas confortavelmente. Tenho a impressão de que quanto menos eu brigo com 
meu medo, menos ele contra-ataca. Quando consigo relaxar, o medo relaxa também”, 
explica a autora. 
 
Sem paralisar. A saída é, então, não deixar o pavor comandar. “A capacidade de uma 
pessoa lidar com seus medos está diretamente relacionada com o seu campo de 
memórias positivas ou traumáticas. Nossas memórias são aprendizados. Eles podem 
representar recursos ou limitações, e nem sempre iremos nos lembrar da causa 
original de nossos medos paralisantes”, afirma a psicóloga Bel Cesar. Entender onde 
eles foram gerados é um passo para conviver melhor com cada um deles. Porque o 
temor é, muitas vezes, inconsciente, e se forma na nossa memória implícita, se 
estabelecendo sem que a mente tenha conseguido um registro simbólico dele. “Isso 
pode gerar alguns traumas futuros, que é um tipo de medo paralisante, uma resposta 
biológica de defesa incompleta, na qual o sistema nervoso está em alta ativação e a 
pessoa, em sua tentativa de se defender de uma ameaça em situação de desamparo, 
se congela”, explica. Em alguns casos, como na síndrome do pânico e de ansiedade 
generalizada, o homem ou a mulher se veem incapazes de agir e precisam de ajuda 
médica. Mas nem todo medo é patológico – pelo contrário –, e criar processos de 
conscientização das nossas tensões e descargas físicas na medida em que eles surgem 
pode ajudar a relativizá-los. Como insistia a mãe da escritora Elizabeth Gilbert: 
enfrentar aos poucos o que nos aflige pode mostrar que a sombra na parede do quarto 
quase nunca é um bicho-papão. A questão é que vivemos em uma época na qual 
cultivamos um leque maior de medos do que há 100 anos. “E muitos deles são, 
certamente, irrelevantes ou fictícios”, afirma o professor Luís Fernando Tófoli. Para ele, 
nunca as pessoas se cercaram de tantas formas de contornarou até eliminar riscos 
potenciais como hoje: compras em shopping centers, moradias em condomínios 
fechados, previdência privada, sabonetes bactericidas. “Até o futuro dos filhos deve ser 
planejado de uma forma milimétrica a evitar que passem por qualquer situação de 
risco ou infortúnio. Já temos uma geração criada dessa forma, com uma aversão 
delirante a tudo que possa trazer qualquer vestígio de medo. Tenho sérias dúvidas se 
essa é a melhor forma de lidarmos com os problemas do mundo real.” Difícil querer 
planejar tão direitinho o futuro nessa era em que vivemos, de tantas instabilidades. 
 
Medo de mudança. Em um estudo informal, o pesquisador americano Jonathan Alpert 
sempre coloca seus pacientes, amigos e colegas à prova. “Faço a seguinte pergunta a 
eles: ‘Imagine sua vida daqui a um ano. Se ela estiver exatamente como está agora, 
você se sentirá bem com isso?’”, diz ele. “Eles sempre respondem que não, ao passo 
que eu pergunto: ‘E o que você está fazendo para mudar sua vida?’. É engraçado que 
muitos não conseguem responder, poucos admitem, baixinho, que nada. É o medo que 
impede as pessoas, a imagem que é mais difícil do que parece. O medo nos faz pensar 
que nosso sonho é inalcançável”, afirma Alpert, que é autor do livro Vença seus 
Medos. “Na sociedade atual, o medo é o epicentro da nossa infelicidade, é o que está 
por trás de tudo o que nos mantêm paralisados. Um medo de encarar para mudar”, 
afirma o pesquisador. E a escritora Elizabeth Gilbert completa: “O medo é um ferro-
velho abandonado onde nossos sonhos são largados para definhar sob o sol 
escaldante”. A pergunta proposta por Alpert (e principalmente a resposta que as 
pessoas dão a ela) conclui que vivemos com mais medo do que deveríamos. Ou 
lidamos pior com os temores que carregamos. 
 
“Estamos, sim, mais sobrecarregados de situações estressoras”, afirma a 
psicóloga Bel Cesar. “Mas é importante ressaltar que o problema não está apenas na 
violência e em outros fatores externos, mas na fragilidade do nosso sistema nervoso 
em lidar com isso”, pondera. “Medos internos, como o de não ser aceito, de abandono, 
da falta de recursos financeiros, de mudanças, de ter sucesso ou fracasso podem ser 
superados se aprendermos a reconhecê-los e a buscar recursos para lidar com eles. 
Como crescemos num sistema de educação basicamente intelectual, e não afetivo, 
aprendemos muito sobre o mundo exterior e quase nada sobre como lidar com nossas 
emoções”, diz. Se não tiver um sentido dado a ele, o medo pode gerar tanto raiva 
como tédio – e pouca coragem de agir. Em Grande Amor, o lama Michel Rinpoche 
conta que, para evitar qualquer tipo de sofrimento, criamos um sentimento ainda mais 
absurdo. Padecemos muito mais pelo medo de sofrer do que pelo próprio sofrimento. 
“Os povos que levam uma vida mais dura aprendem que sofrer não é problema. Estão 
focados no que é realmente importante”. Por que sofrer tanto por conta de um medo 
se ele também determina um aspecto da sua identidade? “Uma vez fui conversar com 
um monge. Era começo de dezembro, tinha nevado e estava muito frio. O quarto dele 
ficava num lugar aberto, fechado somente por um compensado, por onde passava 
vento e um frio cortante. Quando perguntei se não sentia frio, o monge me olhou, 
como se não tivesse entendido, e respondeu: ‘No inverno faz frio!’”, conta Rinpoche. “O 
peso que damos a certas coisas, como nossos medos, ocupa em nós um espaço muito 
grande, bem maior do que o necessário. Depois ficamos sem espaço para o que de fato 
tem importância, para viver as coisas que queremos e planejamos”, afirma. 
 
 
 
Considerações Finais 
 O que o medo nos impede? Quantas pessoas não permanecem trabalhando em 
atividades que não gostam, com pessoas que são obrigadas a suportar, por medo de 
não conseguir algo novo, ou de ter que passar pela situação de começar do zero com 
dificuldades financeiras? E quantas pessoas ficam anos em relacionamentos ruins e 
infelizes por medo de ficarem sozinhos? Tem aquelas que também sonham em montar 
um negócio e este sonho fica guardado na gaveta esperando a oportunidade que 
nunca chega por medo de arriscar e não dar certo. 
 O medo é importante para nos fazer pensar antes de agir, mas quando nos 
impede de agir, sem assumirmos o controle de nossa vida, pode ser um grande 
inimigo, pois pode nos fazer enxergar uma situação pior do que ela realmente é. 
 
O medo pode ser um importante obstáculo para nosso crescimento e, para 
seguir adiante, também devemos aprender a enfrentá-lo. Quando permitimos que o 
medo nos detenha, podemos ficar paralisados durante muito tempo e, sem querer, 
deixarmos escapar nossos objetivos. 
 
O medo não é bom e nem ruim, depende das circunstancias que o rodeiam. No 
entanto, dentro deste relativismo, podemos dizer que é humano. 
Muitas situações diferentes nos causam medo, desde uma cobra ou um rato 
até o sentimento de solidão, mesmo estando cercado por milhares de pessoas. 
Podemos dizer que uma cobra ou um leão podem despertar um medo lógico, porque 
eles são animais que realmente podem nos ferir. A melhor resposta para o medo que as 
situações que enfrentamos na vida nos trazem é cognitiva e não fisiológica. 
Vemos o seu lado mais suave quando, em poucos segundos, ele consegue ativar 
nosso corpo para enfrentar algum perigo. E se o perigo for um leão? Será que o medo 
sempre nos mostra o caminho correto? Podemos fugir de um leão? Nossos músculos 
estão preparados para ganhar essa corrida? Acho que seria mais adequado subir em 
alguma árvore ou encontrar uma arma para que possamos nos defender. 
Mas, quantos leões encontramos no nosso dia a dia? Acredito que nenhum. Temos 
trabalho para entregar, horários para cumprir, o trânsito e os meios de transporte, etc. 
Essas situações podem ser comparadas às aranhas, ou seja, são situações que não 
colocam nossa vida em risco. A melhor resposta para o medo que as situações que 
enfrentamos na vida nos trazem é cognitiva e não fisiológica. 
 
A psique humana é muito complexa e nem sempre sentimos medos de ameaças 
reais. Muitas vezes nossos medos são apenas fantasias que criamos a partir de 
experiências traumáticas que estão enraizadas na nossa mente. Isto cria temores de 
perigos que não existem, mas que podem ser muito invasivos e até mesmo socialmente 
incapacitantes. 
 
Como agir diante do medo? A fim de identificar qual é a natureza do medo que 
você sente, são necessários alguns artifícios: 
Faça uma pausa para refletir sobre os medos que você sente; simplesmente respire 
fundo e se acalme, pois desta forma a sua consciência fluirá melhor. 
Em primeiro lugar, não se sinta culpado por sentir medo. Lembre-se de que isso é 
normal e de que você pode vencê-lo pouco a pouco. 
Confie em você mesmo. Lembre-se de que nesse medo existe um aprendizado sobre si 
mesmo que pode se transformar em um maravilhoso ensinamento. 
Não veja o medo como um inimigo. Na verdade, por causa dele, cometemos grandes 
bobagens, mas também realizamos grandes feitos. Quem tem medo de falhar se esforça 
https://amenteemaravilhosa.com.br/compreender-o-medo-para-enfrenta-lo/
um pouco mais. Quem tem medo de perder a liberdade enfrenta muitos perigos para 
preservá-la. Isso não é um processo fácil. Ele é alcançado da mesmo 
forma como obtemos as grandes realizações na vida: com perseverança, com paciência e 
passo a passo. O único fator determinante com relação ao medo é que tenhamos 
realmente o desejo de superá-lo, não existe outra forma de encará-lo. 
 
A coragem é feita de medo. A diferença entre um covarde e um corajoso é 
simplesmente uma decisão. Isto não quer dizer que o corajoso não sinta medo, mas que 
decidiu enfrentá-lo em vez de fugir. 
 
Em resumo, o medo pode ser controlado. Removê-lo do poder de afetá-lo é 
remover o próprio medo. Ter a autoconfiança para ser capaz de lidar com os medos da 
sua vida irá ajudá-lo com outros acontecimentos também. Identifique alguns do seus 
medos, olhe-os de frente, enfrente-os e recuse-se a que eles o controlem.

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