Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 1 VOLTAR AO ÍN DICE fe ito p o r Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 2 VOLTAR AO ÍN DICE Este eBook é um PDF interativo. Isso quer dizer que durante a leitura do texto você vai encontrar links e botões clicáveis, além de um índice que vai te dire- cionar para a página que você deseja ao clicar no núm ero. Q uando o texto estiver assim , significa que trata-se de um link externo, clique nele para se aprofundar no conteúdo que estam os abordando. Se você quiser retornar em algum a parte do eBook ou achar algum assunto específico com m ais facilidade, clique no texto na parte inferior direita “VO LTAR PARA O ÍN DI- CE” e, em seguida, clique na página de qualquer capítulo para ir diretam ente para a parte que você quer ler. Boa Leitura! DICAS PARA LER ESTE EBOOK fe ito p o r M arihus Altoé Baldotto é especialista em solos e nutrição de plantas, professor per- m anente da U niversidade Federal de Viçosa, engenheiro agrônom o (com licenciatura ple- na em quím ica) e Pós-Doutor em Q uím ica do Solo e Am biental. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 3 VOLTAR AO ÍN DICE ÍNDICE Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 4 VOLTAR AO ÍN DICE A atividade agrária está em desenvolvim ento em todo o m undo, com um eleva- do potencial de geração de renda e em pregos, além dos benefícios am bientais e de m elhoria da qualidade de vida, resultantes dos seus produtos. Atualm ente torna-se fundam ental a preocupação com a geração de tecnologia para au- m ento da produtividade, ou seja, para a continuação da evolução da produção, sem o aum ento de área plantada. Essa preocupação tem com o objetivo garantir o aum ento na geração de bens alim entícios com sustentabilidade, sem avançar com a fronteira agrícola dos biom as brasileiros ainda preservados - com o a Floresta Am azônica, M ata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, os Pam pas e o Pantanal. Os desafios da alta produtividade Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 5 VOLTAR AO ÍN DICE O aum ento da produtividade reduz a dem anda por novas áreas e, otim izando os fatores de produção, além de preservar florestas, usa com m elhor relação custo/benefício os recursos naturais. N esse contexto, o principal problem a nas pesquisas em ciência do solo, é a necessi- dade constante de aperfeiçoam ento do m anejo da fertilidade em atividades agropecuárias no país, principalm ente para atender à lei da restituição de nutrientes, m inim izando o im pacto nas fontes não renováveis. N os últim os anos - nos quais a seca foi intensa e extensa - o preparo profundo do solo vem sendo abordado com o um a alternativa para aum entar a produtividade agrícola. O preparo do solo não pode ser analisado separadam ente, m as deve ser planejado de form a integrada: m anejo integrado de pragas, doenças, plantas concorrentes, fertilidade do solo, e outros. Com o aum ento dos problem as físicos do solo, as técnicas conservacionistas vêm sendo a cada dia m ais im portantes no m anejo e conservação. O preparo reduzido alm eja a dim inuição do núm ero de operações realizadas no preparo convencional, dim ensionando equipam entos m ais leves. O plantio direto, já é, de certa form a, convencional na produção de grãos e cereais, e tem sido adaptado para a im plantação de canaviais, especialm ente em rotação de culturas com plantas anuais. Estim a-se que as perdas “antes e depois da porteira”, som adas, podem ser de m ais da m etade do total da produção agropecuária, sendo necessário o au- m ento contínuo de eficiência. N o M anejo Integrado da Fertilidade do Solo, an- tes de usar corretivos, condicionadores ou fertilizantes m inerais, é necessário usar e abusar das práticas conservacionistas na busca de um agroecossiste- m a equilibrado e saudável. Deveríam os explorar recursos naturais não renováveis som ente para a “conta fechar”, ou seja, buscando a otim ização do uso de recursos, considerando a palavra de ordem , a reciclagem . Tanto para a atender a Política N acional de Resíduos Sólidos, com o pela racionalidade em reaproveitar localm ente todos os co-produtos (m atérias prim as que são cham adas de resíduo/ lixo). Com o trabalham os com agroecossistem a, as exportações de alim entos reque- rem restituição de nutrientes ao solo, caso contrário, o balanço não fecha. Te- m os m uitos resíduos, que na verdade são m atérias prim as, co-produtos. O u seja, elevar a eficiência de uso dos insum os. Antes da m elhoria do am biente radicular e da restituição dos nutrientes com recur- sos naturais escassos, devem os aum entar a eficiência do sistem a, dim inuindo per- das, m elhorando os processos, otim izando a conservação e a reciclagem . O segun- do passo é reduzir o desperdício no transporte, arm azenam ento e com ercialização (antes, durante e após a colheita). Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 6 VOLTAR AO ÍN DICE Sistem as agropecuários de produção bem m anejados, prestam serviços am bientais/ecossis- têm icos, tais com o a m itigação do efeito estufa, recarga dos lençóis freáticos, produção de água e ar puro, m anutenção da biodiversidade, entre outros. Em basadas por crescentes avanços da tecnologia, novas fronteiras agrícolas foram incorporadas e as produtividades vêm alcançando e renovando seus patam ares recordes. A agropecuária brasileira tornou-se altam ente com petiti- va, m esm o considerando as políticas de subsídio dos concorrentes internacio- nais. Ao longo de todo esse tem po, foi tam bém desenvolvida a pesquisa em m onito- ram ento de qualidade dos sistem as agrícolas e, entre outros problem as, verifi- cou-se a erosão e a dim inuição dos estoques de carbono orgânico dos solos. Contudo, com o prim eiro salto tecnológico, foi desenvolvido o Sistem a Plantio Direto. N o início foi questionado com o cada avanço tecnológico é em seu tem - po inicial, m as com benefícios já detalhadam ente com provados. Em paralelo, o cenário atual de degradação dem anda que os agroecossiste- m as busquem sem elhanças com os ecossistem as originais na fronteira agrí- cola brasileira, ou seja, a floresta necessita ser reintroduzida nos sistem as de m anejo. Com a retirada das florestas que cobriam nossos lim itados solos tro- picais, o estoque de carbono sequestrado na superfície dos solos se esgotou, revelando as cam adas m inerais pobres em nutrientes e com lim itações de to- xidez. Além de diversificar a renda e a alocação sazonal dos m eios de produção, dis- tribuindo m elhor a força de trabalho, a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta pode ser a evolução dos sistem as de m anejo agropecuário para esse novo sé- culo, especialm ente possibilitando refazer o sequestro de carbono nos solos. Ciência, tecnologia e inovação (públicas, privadas e voluntárias, dos próprios produtores e associações) estão constantem ente em busca de soluções para os seguintes problem as: Se há um a coisa concreta em nossa agropecuária é que nunca ficam os parados. Som os dinâ- m icos, adaptam o-nos e progredim os. Aceitam os críticas, trabalham os sobre elas e avança- m os com novas tecnologias cada vez m ais sustentáveis: correção do solo, fertilização, plantio direto, Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, crescente uso da agroecologia na agricultura fam iliar, reciclagem com o base de novos insum os, uso de sim biontes, entre outras. Ao analisarm os a crescente evolução das nossas form as de m anejo, desde o inícioda colo- nização do Brasil até a agricultura atual, observam os a transição entre sistem as itinerantes - o desm atam ento, as queim adas e a aração- com o desenvolvim ento de tecnologias para correção da acidez e uso de fertilizantes, com o o m onitoram ento e m anejo de fitossanidade de plantas daninhas. • G rande risco de salinização de áreas fronteiriças; • Alto volum e de substâncias tóxicas utilizadas nas atividades agropecuárias; • Degradação dos solos e dim inuição dos estoques de carbono pela com pactação e erosão. 1.1 Em busca de soluções Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 7 VOLTAR AO ÍN DICE A visão de M anejo Integrado da Fertilidade do Solo vai m uito além da inter- pretação de atributos quím icos, m as considera sua integração com a física e a biologia do solo, bem com o com o ecossistem a em que está inserido. O planejam ento do am biente para alcançar alta produtividade deve considerar a interdependência entre os fatores de produção. Assim , todas as práticas que resultam de fatores inerentes ao solo, culturais e vegetativas, devem ser inte- gradas. A análise de solo pode continuar evoluindo no sentido de indicar o nível crítico (“nível de dano”), para a tom ada de decisão do m om ento e doses de correção, condicionam ento e restituição recom endáveis (“nível de controle”). Esse nível de controle deve, antes da aplicação dos agrotóxicos, considerar os m anejos culturais, edáfico, biológico e outros. M anejo Integrado da Fertilidade do Solo Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 8 VOLTAR AO ÍN DICE Para a fertilidade do solo, antes de usar um fertilizante m ineral com base em recursos natu- rais não renováveis, é im portante usar e abusar das práticas conservacionistas na busca de um agroecossistem a equilibrado e saudável. Em qualquer opção de m anejo, as lim itações dos solos são: Essas adversidades podem ser m inim izadas com a preservação e o increm ento dos teores de carbono orgânico do solo, um a vez que a m atéria orgânica apresenta grupos funcionais ele- tricam ente carregados, que aum entam a CTC e dim inuem a adsorção específica de P, disponi- bilizam nutrientes e têm a capacidade de com plexar íons alum ínio, reduzindo sua toxicidade. Com o crescente aum ento dos custos e dos im pactos am bientais, gerados pela fabricação e uso de fertilizantes sintéticos, a busca de m étodos susten- táveis tem incentivado os estudos com bactérias prom otoras de crescim ento vegetal. Buscam os o aum ento da absorção de nutrientes pelas plantas de form a equi- librada, e sabem os que o uso de substâncias bioestim ulantes aum enta a efi- ciência do uso de fertilizantes. M esm o na agricultura de alta produtividade, é im perativo buscar novos fertilizantes, dado o alto custo e à finitude das m até- rias-prim as vindas de recursos naturais não renováveis. Problem as na porosidade tam bém podem afetar a disponibilidade de outros nutrientes, interferindo, por exem plo, nos m ecanism os de transporte no solo. Adicionalm ente, a relação entre a m atéria sólida do solo, gerando a sua porosi- dade natural, governará os fluxos de gases (atm osfera do solo) e da solução do solo, afetando equilíbrios quím icos e, consequentem ente, biológicos no ecos- sistem a solo. Agregação, estrutura e porosidade são atributos físicos fundam entais para a fertilidade. E, todos eles advém da qualidade quím ico/m ineralógica e da biolo- gia do solo. • Insuficiente desenvolvim ento de cargas elétricas negativas (baixa CTC); • Elevada absorção específica de fosfatos; • Baixa disponibilidade de nutrientes; • Altas concentrações de íons alum ínios tóxicos. O tim izar o reaproveitam ento, uso e reciclagem dos resíduos orgânicos ou m inerais gerados dentro da unidade produtiva e dim inuir as perdas antes, durante e depois da colheita, são cam inhos para a construção e a m anutenção da fertilidade do solo (sustentabilidade). 2.1 Principais lim itações do fertilidade dos solos 2.2 Crescim ento vegetal sustentável Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 9 VOLTAR AO ÍN DICE As bactérias prom otoras de crescim ento podem colonizar a região rizosférica e filosférica, o interior ou a superfície de tecidos vegetais, com o potenciais agentes do crescim ento e de proteção de plantas. Essas bactérias são capazes de fixar nitrogênio atm osférico, produ- zir horm ônios vegetais, solubilizar fosfato, sintetizar sideróforos, prom over o controle biológico e a indução de resistência sistêm ica na planta hospedeira. Deste m odo, o isolam ento, a caracterização e a seleção de bactérias prom otoras de crescim ento visam agregar valor em propágulos e em cam po. O s ácidos húm icos dos resíduos orgânicos reciclados por com pos- tagem , poderiam ser fonte de carbono para esses m icro-organism os, auxiliando, ainda, na aderência às plantas e na proteção contra as condições desfavoráveis. A técnica prolonga a vida útil do inóculo e, com isso, m elhora a eficiência de colonização das plantas por esses organism os benéficos. Especialm ente, essa é um a biotecnologia de grande potencial para a propagação de plantas, sobretudo para a cultura de tecidos. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 10 VOLTAR AO ÍN DICE Degradação do solo: fator lim itante da fertilidade O uso inadequado do solo tem levado à sua degradação, e do ponto de vista físico, a com pactação e a erosão do solo são os problem as m ais expressivos que a nossa agropecuária enfrenta e deverá enfrentar. A perda contínua de solo, especialm ente das cam adas superficiais m ais fér- teis, leva à dim inuição da produtividade das culturas. O im pacto da erosão nas perdas de nutrientes e de m atéria orgânica e, ainda, por depreciação da terra na m anutenção de estradas e assoream ento, resulta em custos anuais na casa de dezenas de bilhões de reais! 3.1 A erosão Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 11 VOLTAR AO ÍN DICE O escoam ento de água por enxurrada é um prejuízo significativo, considerando a im portância deste recurso natural. Além disso, por colocar em risco a integridade física do ser hum ano e de suas construções, torna-se um dos principais desafios geotécnicos deste m ilênio. O conjunto de processos naturais ou alterados pelo hom em , que levam à rem oção de solo e degradação am biental tem o nom e genérico de erosão. A erosão é o processo pelo qual ocorrem perdas de solo. Com essas perdas de solo, são re- m ovidos nutrientes, m atéria orgânica e organism os. Apesar de sua ocorrência natural, quan- do acentuada pela atividade hum ana, pode atingir m agnitudes danosas ao m eio am biente. Esses danos podem ser notados principalm ente pela dim inuição da fertilidade do solo nos locais de perda e pelo assoream ento e contam inação de águas interiores e oceânicas devido ao aporte contínuo de m ateriais m inerais e orgânicos. Além disso, do ponto de vista geotéc- nico, com os deslizam entos, a erosão coloca em risco a vida hum ana. N o Brasil, têm sido estim ados que m ais de 500 m ilhões de toneladas de solo são perdidos anualm ente! Se estes solos forem dos prim eiros centím etros, m ais férteis, tais perdas resul- tarão na concentração de m atéria orgânica das nascentes e dos cursos d’água, além car- bono orgânico, aum entando a dem anda biológica por oxigênio nas águas superficiais e do m aterial m ineral, que provoca assoream ento. O oposto de escorrim ento da água da chuva é a sua infiltração. Portanto, para garantir a recar- ga do lençol freático e o reabastecimento das águas subterrâneas, que alim entaram as nas- centes, é fundam ental o favorecim ento da infiltração da água no solo. A água superficial, as nascentes, os córregos e lagos, dependem da adequada recarga dos aquíferos. Perturbações nesta recarga são fatores lim itantes para as nascentes e, assim , m atam -se os grandes rios a partir do m anejo inadequado da sua bacia hidrográfica, especialm ente nas suas cabeceiras. Podem os ver o problem a erosivo tanto do ponto de vista da baixa infiltração, com o pela deposição de solo nas calhas dos rios, assoreando-os e, assim , dim i- nuindo o seu volum e. Assoreados, além de transportar m enor volum e d’água, correm um m aior risco de transbordam entos. Sem contar que águas m ais ra- sas tendem a apresentar m aior fluxo, o que provoca m aior erosão das próprias m argens dos rios, em um círculo vicioso. 3.1.1 Tipos As perdas de solo são causadas por dois tipos de erosão: eólica e hídrica, cau- sadas predom inantem ente pelo vento e pela chuva. A erosão eólica está m ais associada com áreas em vias de desertificação. O im pacto da chuva em solo descoberto é o m aior agravante da erosão hídrica. Contudo, obviam ente, não se objetiva reduzir a zero a erosão. Assim , o controle da erosão parte do uso do solo de acordo com sua capacidade de suporte, adotando práticas de preserva- ção do solo, reduzindo a degradação deste recurso natural. Conhecer os recursos naturais envolvidos na erosão e m anejá-los de form a conservacionista, pode reduzir o avanço da fronteira agrícola, m antendo e in- crem entando as áreas de preservação am biental e, tam bém , dim inuir o aporte de m ateriais m inerais e orgânicos que levam ao assoream ento e à poluição de águas interiores e oceânicas. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 12 VOLTAR AO ÍN DICE 3.1.2 Form as de m anifestação Erosão pelo im pacto da gota da chuva Erosão lam inar Erosão em sulcos Erosão em voçorocas Ao atingir o solo descoberto, o pingo de chuva form a um a m icrocratera com pactada, de até quatro vezes o tam anho da gota. H á desagregação dos agregados do solo. A partir desse desprendim ento de partículas argilosas, ocorre o seu transporte e o entupim ento de poros do solo. Form a-se um a crosta delgada superficial, que reduz a infiltração da água. A m anutenção da cobertura do solo, basicam ente, é um a prática conservacionista eficiente em reduzir tal erosão. A erosão lam inar vai rem ovendo cam adas de solo, sem m odificar o relevo nos prim eiros m o- m entos. Em geral, passa despercebida no início. Assim , seu perigo está na sua continuidade, pela pouca visibilidade. Aparecem raízes e m aterial m ais grosseiro na superfície do solo, dada a desagregação e rem oção das partículas m ais finas. A fertilidade do solo, m aior nas cam adas superficiais do solo, vai dim inuindo ao longo do tem po. Com m enor fertilidade, o solo vai perdendo vegetação e tornando-se m enos coberto, o que aum enta a predisposição à erosão pelo im pacto da gota da chuva, iniciando um ciclo de degradação do solo. Com o se agrava em áreas de declividade m aior, tem no plantio em nível, nas faixas de contenção, etc., as m edidas de controle da erosão m ais eficientes. Erosão ocasionada pelo deslocam ento preferencial da enxurrada, form ando sulcos progressivam ente m ais profundos. A erosão em sulcos é agravada em áreas de declive acentuado e, principalm ente, longo. O plantio em nível, as fai- xas de contenção, etc, são as m edidas preventivas que geralm ente contêm a erosão em sulcos. Com o é visível no terreno, pode ser logo controlada. Se não for controlada, a erosão em sulcos pode evoluir para erosão em voço- rocas. Elas form am ravinas que m odificam totalm ente a paisagem . Podem ser com prida e profunda, atingindo m agnitudes de dezenas e centenas de m etros. O correm pela passagem de enxurrada anualm ente no m esm o sulco, aprofun- dando-o. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 13 VOLTAR AO ÍN DICE Alternativam ente, a infiltração da água por cam adas m ais superficiais e o encontro dessa água com um a cam ada subsuperficial de difícil percolação, pode levar ao solapam ento, ou seja, um a form a de deslizam ento de cotas superior para inferior. Com o a erosão por voçoro- cas é m uito m ais grave, im pedindo geralm ente o cultivo na área erodida, seu controle é m ais oneroso e dem anda m anejo especializado. Diversos fatores afetam a erosão do solo, tais com o clim a, solo relevo, vegetação e m anejo. A chuva é o principal fator clim ático relacionado à erosão. Contudo, a m esm a intensidade de chuva pode levar a diferentes situações erosivas. Dois aspectos, m ais im portantes, são: quan- tidade e a duração da chuva. Além da quantidade e da duração, a frequência entre os eventos de chuva é fundam ental para a avaliação do processo erosivo. De form a geral, intervalos m ais curtos tendem a m anter o solo m ais úm ido e, assim , dim inuir a taxa de infiltração. O im pacto da gota (seu tam anho) e a enxurrada, portanto, são fundam entais na com preensão da energia cinética, que gera o traba- lho, com o fator causador da erosão. Pode ser dem onstrado que a energia da gota da chuva é dezenas e/ou, em casos extrem os, centenas de vezes, superior à da enxurrada. Dessa form a, adverte-se sobre a im portância da m anutenção da cobertura do solo. Vale ressaltar, entretanto, que o efeito desagregador do im - pacto da gota da chuva, im pele ao selador, ou de entupim ento de poros, dim inuindo drastica- m ente a infiltração e increm entando a velocidade das enxurradas, num ciclo m aléfico ao solo. 3.1.3 Fatores que afetam a erosão Solo Relevo Q uando a capacidade de arm azenam ento, a perm eabilidade e a infiltração de água no solo são atingidas, as forças de desagregação, dispersão e transporte pelo escoam ento da enxurrada levam à aceleração do processo erosivo. O s fatores, portanto, que m elhoram a agregação, estruturação, teor e qualidade de argila e de m atéria orgânica, tendem a condicionar solos m enos propensos ao processo erosivo. Algum as form as de uso do solo contribuem para a erosão. O processo é dividi- do em três etapas: 1. Desprendim ento ou desagregação da estrutura do solo. G eralm ente, tanto o revolvim ento do solo com o o im pacto da gota da chuva sobre a estrutura do solo, desprendem as partículas m ais finas (argilas). 2. O m aterial desprendido sofre transporte por m eio da água da chuva via en- xurrada e/ou vento. 3. Deposição do m aterial que foi desagregado e transportado. O aum ento de declividade do terreno acentua a velocidade de escoam ento hí- drico. Q uanto m ais longa a distância percorrida pela enxurrada, sob declive, m aior tende a ser a erosão. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 14 VOLTAR AO ÍN DICE H á, ainda, o form ato da encosta. Paisagens côncavas apresentam predom ínio de erosão em sulcos e/ou, voçorocas, devido à tendência de concentração do fluxo hídrico. N as encostas convexas, no entanto, a dispersão das enxurradas pela área tende a favorecer a erosão lam inar. Vegetação M anejo A vegetação é o principal fator de proteção do solo em sistem as naturais. Ela atua na cap- tação da água das chuvas e na sua distribuição no perfil do solo, abastecendo os lençóis e conferindo à bacia hidrográfica o balanço equilibrado dos fluxos d’água. É a vegetação que gera m atéria orgânica, que increm enta a agregação do solo. Fixando os outros fatores com o clim a, fertilidade e relevo, pode-se afirm ar que espécies anu- ais e em m onocultura, tendem a proteger m enos o solo do que a diversificaçãodas espécies. M anejar a cobertura do solo é o fator preventivo m ais eficiente. Ao passar de ecossistem a para agroecossistem a, é natural que m aiores perdas aconteçam . Contudo, o m anejo pode atenuar ou frear o processo de assoream ento e polui- ção dos cursos d’água, controlando a erosão. O revolvim ento do solo durante a aração e a gradagem para o cultivo, leva à desestruturação e desagregação do solo, iniciando o ciclo de processos ero- sivos. O m anejo inadequado da cobertura, predispõe o solo ao im pacto das gotas das chuvas, que resultam em aum ento da erosão. 3.1.4 Conservação e controle da erosão O passo inicial de m anejo e conservação do solo consiste em usá-lo dentro de sua capacidade de uso, ou seja, de sua aptidão agrícola. Diversos arranjos vêm sendo testados com o estratégias de m anejo do solo, visando aum entar a sua proteção pela m anutenção de cobertura, sem perder de vista a questão econôm ica. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 15 VOLTAR AO ÍN DICE As práticas conservacionistas de controle da erosão podem ser edáficas, vegetativas ou m ecânicas. Edáficas: com um ente conhecidas pelo nom e de culturais, estão associadas à m odificações no sistem a de cultivo com o: plantio em curva de nível, plantio direto, sistem as agroflorestais, inte- gração lavoura, pecuária e florestas, etc. Vegetativas: são aquelas pelas quais a proteção ocorre a partir de sua cobertura com plantas, prevenindo o im pacto da chuva sobre o solo descoberto ou fazendo barreira contra para reten- ção ou dim inuição da velocidade de escoam ento da água das chuvas (enxurradas). M ecânica: construção, via cortes e aterros, de estruturas arti- ficiais que m inim izam a velocidade das enxurradas. Exem plo: canais de escoam ento nas bacias de captação. O uso com binado das práticas conservacionistas resulta em controle da erosão, conferindo m anutenção e, ou, aum ento da fertilidade do solo e dim inuição das perturbações am bientais, sobretudo do assoream ento de cursos d’água e dos deslizam entos em centros urbanos. Atualm ente, destaca-se entre as práticas culturais de controle da erosão o Sis- tem a de Plantio Direto. Contudo, tal sistem a incorpora conceitos de rotação de culturas, adubação verde, adubação orgânica, cobertura m orta, curvas de nível, vegetação perm anente, etc. A adoção dos Sistem as de Plantio Direto na palhada e os sistem as agroflores- tais (integração lavoura, pecuária e florestas), são as form as de m anejo que dim inuem os processos físicos que lim itam a boa am biência radicular. O pri- m eiro passo para garantir a qualidade do sistem a radicular é a escolha da área em sintonia com as necessidades da cultura, ou seja, verificar as exigências de aeração e/ou um idade, norm alm ente inversam ente proporcionais. G eralm ente, há presença de acidez, íons alum ínio tóxicos e baixa disponibilida- de de nutrientes no subsolo. Além da correção na cam ada superficial do solo - por m eio da calagem - as plantas de sistem as radiculares m ais profundos têm tido um am biente condicionado com gesso agrícola (prática da gessa- gem ), um insum o que m elhora a fertilidade das cam adas m ais íntim as do solo, fortalecendo o crescim ento de raízes e m elhorando a exploração por água e nutrientes. 3.1.5 Práticas edáficas Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 16 VOLTAR AO ÍN DICE Sistem a de Plantio Direto O Brasil já usa o Sistem a de Plantio Direto há cerca de cinco décadas. Com sua adoção, o país pode incorporar áreas antes im próprias para a produção de grãos, econom izar em insum os e exportar tecnologia e equipam entos para o m undo. Baseado em um processo de agricul- tura sustentada, o sistem a rem ove o m ínim o possível do solo e pro- cura, na agricultura com ercial, dar características de solo de floresta para as área de lavoura. Além do ganho na produtividade, o plantio direto incorpora ganhos ao reduzir custos de produção. O tripé básico do plantio direto é a rotação de culturas, com a co- bertura perm anente do solo e o preparo som ente na linha de plantio. Desde 2001, o plantio direto brasileiro é indicado pela FAO (Fundo das N ações U nidos para a Agricultura) com o o m odelo de agricultura. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 17 VOLTAR AO ÍN DICE Sistem as agroflorestais Em paralelo, o cenário atual de degradação dem anda que os agroecossistem as busquem se- m elhanças com os ecossistem as originais na fronteira agrícola brasileira. O u seja, a floresta necessita ser reintroduzida nos sistem as de m anejo. As florestas protegem o solo e captam a água da chuva, facilitando o processo de infiltra- ção pela passagem lenta por seus ram os, troncos e raízes, m elhorando a recarga do lençol freático. O círculo positivo se instala, pois há aum ento de m atéria orgânica e de diversidade biológica, contribuindo, para a m elhoria da porosidade do solo e m elhor infiltração de água. Com o visto, o plantio direto e os sistem as agroflorestais incorporam outras práticas de con- servação do solo observadas em uso isolado pelos agricultores. Dentre elas destacam -se: A rotação de culturas é um a prática de conservação do solo na qual se alternam , em um a m esm a área de plantio, diferentes espécies de plantas cultivadas, obedecendo a um a se- quência racional e planejada. Tal prática resulta em m elhor aproveitam ento dos nutrientes, diversidade de m aterial orgânico e biológico, controle de com petidores, doenças e pragas. Assim , acarreta m elhoria da produtividade. Consiste em prática auxiliar de disposição das culturas em faixas variáveis, de form a alternada ano a ano, sobretudo quando os cultivos são com espécies de crescim ento m enos denso, ou seja, de pouca proteção ao solo. Tais faixas (ou cordões) são feitas, por exem plo, com cana-de-açúcar, capim elefante, capim cidreira, para contenção do fluxo d’água que escorre superfi- cialm ente, dim inuindo-o e, assim , reduzindo o processo erosivo. Rotação de culturas Culturas em faixas e cordões de vegetação Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 18 VOLTAR AO ÍN DICE 3.1.6 Práticas vegetativas 3.1.7 Práticas m ecânicas Visa cobertura do solo com m aterial vegetal vivo e, em seguida, sua incorporação. É um a for- m a de incorporação de resíduos orgânicos que, ao contrário dos grande volum es de estercos e palhas, que necessitam de transporte e m ovim entação antes e dentro da propriedade, se inicia com pequeno volum e de m aterial: apenas sem entes! Se tais sem entes são de legum i- nosas, plantas que fixam nitrogênio atm osférico a partir de relações sim bióticas com bacté- rias, a adubação verde resulta em um resíduo m ais rico em nitrogênio. A relação entre carbono e nitrogênio num resíduo orgânico (relação C/N ) é um a das princi- pais variáveis envolvidas na velocidade de decom posição da m atéria orgânica. As principais legum inosas usadas na adubação verde são as m ucunas, crotalárias e os feijões guandu e de porco. Adubação verde Cobertura m orta Adubação orgânica A m atéria orgânica regula a tem peratura do solo, favorece o aum ento da atividade biológica, é fonte de nutrientes, m elhora a estrutura e os fluxos de gases e líquidos, sendo um fator de fundam ental im portância para m anutenção da boa qualidade do solo. Em geral, é feita usando estercos e palhas. Tais m ateriais, quando decom postos, naturalm en- te ou de form a acelerada, form am o húm us. Q uando, em decom posição acelerada, se usa as m inhocas de form a planejada. Tam bém cham ada de m ulching,consiste na proteção do solo com palhas, resí- duos vegetais ou m ateriais artificiais, evitando o im pacto da gota da chuva e o início da erosão. Além disso, dim inui a tem peratura do solo e reduz as perdas de nutrientes suscetíveis de volatilização, bem com o de um idade. Tende, ainda, a incorporar-se ao solo, se constituída de m atéria orgânica aces- sível a biota, increm entando a atividade m icrobiana. As espécies m ais usadas para a obtenção de cobertura m orta, após desidratação, são o capim elefante e o capim gordura. As práticas m ecânicas de controle da erosão são construídas para evitar que enxurradas ocasionadas por chuvas m uito intensas não causem problem as graves. São, principalm ente, voltadas para a contenção escoam ento e facilita- ção da infiltração, dim inuindo a perda de solos e as perturbações a ela asso- ciadas. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 19 VOLTAR AO ÍN DICE Curvas de nível Distribuição racional dos cam inhos Plantio em contorno A curva de nível é um a linha im aginária onde todos os pontos dentro da linha têm a m esm a cota. Assim , curvas de nível são curvas planas que unem pontos de igual altura; portanto, são resultantes da intersecção da superfície física considerada com planos paralelos ao plano de com paração. A distribuição racional dos cam inhos inicia-se pela sua construção em nível. Além disso, é recom endável que possuam largura m ínim a de 5m e inclinação, no sentido do barranco, de 0,05 % . G eralm ente são necessários carreadores secundários para ligação entre os principais. Tam bém é recom endável que se- jam construídos enviesados (pendentes ou inclinados). Tais cam inhos para ligação com largura m ínim a de 4m , devem desencontrar- -se nos carreadores principais em nível, para evitar a form ação de ram pas con- tínuas, o que aum entaria a velocidade dos fluxos e o processo erosivo. A água de enxurradas que escoa pelos carreadores, sobretudo pelos penden- tes, deve ser desviada e, sem pre que possível, coletada por bacias de captação ou caixas de retenção devidam ente dim ensionadas. U m a prática com um é a construção de “barraginhas”. A água escoada pode, ainda, ser retirada para terraços. Esta prática é pré-requisito para a locação de estradas, carreadores, terraços e, tam bém , para a orientação do preparo do solo e das linhas de plantio. Recom enda-se que, um a vez m ar- cadas, sejam posicionadas de form a perene e visível, visando facilitar os trabalhos futuros naquela área. As curvas de nível são, portanto, a base da conservação do solo. O plantio em contorno corta transversalm ente o sentido da declividade. Além de conter o processo erosivo, tal prática contribui para a execução dos tratos culturais, facilitando o m anejo. O s restos culturais, por exem plo, são dispostos no sentido das curvas de nível, dificultando o percurso livre da enxurrada pela dim inuição da sua velocidade e energia e, tam bém , aum entando a sua veloci- dade de infiltração no solo. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 20 VOLTAR AO ÍN DICE Assim , não é indicado os plantios “m orro abaixo”, no sentido do declive, prática inadequada que facilita o processo erosivo. As linhas de plantas são posicionadas de acordo com as ni- veladas básicas em quatro categorias: 1. Paralelas para baixo das niveladas; 2. Paralelas para cim a das niveladas; 3. Paralelas tanto para baixo com o para cim a das niveladas; 4. Paralelas intercaladas para baixo e para cim a das niveladas. Para o plantio em contorno, recom enda-se tam bém a observação do com prim ento da ram pa. O com prim ento da ram pa é inversam ente proporcional à declividade da ram pa. Preparo do solo Sulcos e cam alhões N o preparo do solo, a aração é realizada entre duas linhas niveladas. Pode-se tom ar com o referência um a nivelada básica, abrindo sobre ela o prim eiro sulco, que servirá com o guia para o trator, até a próxim a nivelada básica. Pode-se partir de cim a ou de baixo do terreno. N o entanto, o ideal é alternar o sentido de ano para ano. Infelizm ente, não se pode repetir continuam ente o plano de preparo do solo traçado, pois, se em um a determ inada área for repetido o sistem a de aração, poderá ser form ada um a elevação ou um a depressão. Em am bos os casos, a repetição leva à alteração da topografia do terreno. Todavia, o uso alternado na m esm a área devolve a terra ao seu lugar de origem , m antendo a topografia do terreno inalterada. Para as áreas onde a cobertura do solo não esteja eficientem ente controlan- do o agravam ento da erosão, áreas recém plantadas, e/ou de recuperação de degradação, a construção de sulcos e cam alhões pode se constituir num a prá- tica adequada. Esses sulcos são construídos em contorno, tom bando a terra sem pre para o lado de baixo, form ando, portanto, o cam alhão. A distância entre os sulcos e cam alhões va- ria com a textura e estrutura do solo, ou seja, com a capacidade de infiltração de água no solo. Em m édia, os sulcos possuem 0,20 m de largura e 0,20 m de profundidade, espa- çados de 3 a 4 m . Contudo, os critérios de construção de tais estruturas podem ser os m esm os para a confecção de terraços. M ulching vertical Consiste, tam bém , em sulcos construídos em nível. N o entanto, têm a peculia- ridade de serem m ais estreitos (~ 0,10 m ) e profundos (~ 0,60 m ) que os an- teriores e, ainda, preenchidos com m aterial seco (daí o nom e m ulching, m uito usado para cobertura m orta). G eralm ente, são espaçados na ordem de 10 m . Além de possibilitar m aior infiltração de água no solo, incorpora m atéria orgâ- nica em profundidade. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 21 VOLTAR AO ÍN DICE Terraceam ento O s terraços são as versões m ais elaboradas dos sulcos e cam alhões. Com o já visto, são construídos transversalm ente aos declives, a intervalos dim ensionados. São elaborados por m eio de cortes e aterros. Assim , o princípio do terraceam ento é parcelar o declive, ou seja, o com prim ento da ram pa, visando conter a velocidade de escoam ento e dim inuir o processo erosivo. Além disso, a dim inuição do fluxo d’água resulta na sum a m ais efetiva infiltração no solo. Devido ao seu alto custo, em relação às práticas citadas anteriorm ente, os terraços têm sido usados em situações m ais graves de erosão. Esta prática varia quanto aos fatores am bien- tais, visando alocar-se à determ inadas função. 3.2 Com pactação O utro problem a causado pelo uso excessivo e inadequado da m ecanização do solo é a com pactação de cam adas subsuperficiais, conhecida com o “pé-de-a- rado” ou “pé-de-grade”. Alguns solos podem apresentar cam adas coesas natu- ralm ente, decorrentes de seu processo de gênese. Contudo, a m aior parte dos problem as têm surgido pela atividade antrópica. As cam adas, com pactadas, tendem a aum entar a erosão, pois dificultam a infiltração da água da chuva. É im portante, tam bém , atentar para as condições de um idade do terreno antes do preparo. O ponto de um idade ideal é aquele em que o trator opere com o m ínim o esforço, produzindo os m elhores resultados na execução do serviço. Com o solo m uito úm ido, os problem as de com pactação aum entam . A terra (barro) fica retida nos im plem entos, chegando a im pedir a operação. Em solo m uito seco, é preciso passar a grade várias vezes para quebrar os torrões, o que exige m aior consum o de com bustível. Com isso, o custo de pro- dução aum enta e o solo perde a estrutura. Teor de argila, um idade do solo e profundidade de preparo desejada são variáveis chave para bom dim ensiona- m ento dom aquinário e dos im plem entos. Durante as operações agrícolas no sistem a de cultivo, o solo pode sofrer um a sequência de ações de com pactação e descom pactação. Esses processos poderão agravar ou prom over a desagregação da estrutura e a com pactação do solo. O em pobrecim ento da estrutura do solo, com desagregação e desprendim ento das partículas, facilita o seu arrastam ento pela água da chuva, acelerando o processo de erosão e lim itando a produtividade. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 22 VOLTAR AO ÍN DICE Solos não cultivados em áreas urbanas necessitam de m anejo e conservação, o que atualm ente é um desafio! N os países desenvolvidos, a poluição das cida- des tornou-se um a realidade, e hoje busca-se incansavelm ente soluções para esse problem a. A concentração urbana, por outro lado, exige adicional fonte de ar puro, áreas para recreação, etc. Estratégias de planejam ento urbano deno- m inadas áreas verdes estão sendo a cada vez m ais difundidas. Degradação do solo em áreas urbanas 4.1 Causas A erosão em áreas urbanas têm sido atribuída ao intenso escoam ento super- ficial, fruto da rem oção da cobertura vegetal, que expõe o solo à erosão até as cam adas subsuperficiais e leva à m aior suscetibilidade do processo erosivo e, ou, dificulta o estabelecim ento de vegetação de cobertura do solo. Tais fatos levam à m udanças nos sistem as naturais de drenagem das águas superficiais e subsuperficiais, alavancando o processo erosivo e suas consequências. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 23 VOLTAR AO ÍN DICE 4.2 Consequências 4.3 Controle A erosão nos centros urbanos resulta em acúm ulo de sedim entos e obstrução dos cursos d’água, potencializando inundações e causando prejuízos diversos pelo assoream ento dos leitos. Reduz, portanto, a capacidade de arm azenam ento de águas, prejudicando o abaste- cim ento público e industrial, a recreação, a navegabilidade, etc. São observadas, tam bém , alterações na qualidade da água, elevando os custos de tratam ento e na ecologia, tanto pela m odificação quím ica, quanto física da cor. As m edidas de controle da erosão em áreas urbanas passam pelo adequado tratam ento no plano diretor urbano, ou seja, o uso racional do solo do ponto de vista de m anejo e conser- vação. As ações tratadas até aqui visam a coleta e o desvio do excesso de água de escoa- m ento. O princípio norteador consiste no planejam ento da ocupação e do uso do solo em com um acordo com a preservação das características topográficas, de solo, de drenagem e da vegetação local. A ocupação do solo deve levar em consideração o relevo, ou seja, a declividade do terreno. As áreas situadas em terrenos adjacentes aos cursos d’água têm com o função a coleta, para infiltração do volum e de chuva. Excedentes não devem causar problem a em áreas planeja- das. Contudo, dependendo das condições de ocupação, m enor quantidade de água pode ser coletada e retida nas m argens de tais corpos, acum ulando-se em fluxos que aum entarão a vazão da bacia e, consecutivam ente, a possibilidade de inundações. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 24 VOLTAR AO ÍN DICE É fato que a ocupação intensa e desordenada levará à increm entos de im perm eabilização do terreno e, consequente, um potencial erosivo m aior. A adoção de faixas de terra entre as construções deve ser respeitada. A largura entre tais faixas deve ser planejada, principalm en- te, conform e o tipo de solo, a declividade e a vegetação natural. É im portante verificar as áreas m ais sujeitas à erosão, sobretudo por um levantam ento habi- lidoso do solo e sua suscetibilidade. As áreas de escoam ento natural das águas devem ser m antidas protegidas e, se possível, aum entar sua eficiência. A construção de barreiras per- pendicularm ente a estas áreas é um dos principais agravantes de perturbação de solos em áreas urbanas. N as rodovias, é com um a observação de arraste do asfalto quando construído contra o fluxo natural do escoam ento, trazendo perigo e transtorno aos usuários. Áreas de encostas declivosas e m argens de cursos d’água são potencialm ente m ais perigo- sas. Além disso, a construção de vias em contorno, a coleta das águas de calhas pelos m o- radores, etc., devem fazer parte de políticas públicas e, ou, privadas de educação e proteção am biental. N o contexto das políticas públicas de educação proteção am biental e planejam ento urbano, devem ser observadas a legislação federal e local específicas para o controle da erosão ur- bana. O plano diretor deve ser a base transparente e participativa para a tom ada de decisão. Equipes plurais podem considerar cada aspecto em sua im portância singular e conjunta, au- m entando as chances de sucesso das ações e políticas públicas. Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 25 VOLTAR AO ÍN DICE Considerações finais Ao final deste m aterial é possível perceber que a fertilidade do solo integra atributos quím icos, físicos e biológicos. Estes fatores devem ser m anuseados de form a conjunta, com objetivo de aum entar a produtividade e preservar os solos. É fundam ental para a agricultura tropical deste novo m ilênio conciliarm os a produção agropecuária com a preservação da natureza. Só assim vam os ga- rantir que nossos cam pos produzam alim entos saudáveis, em quantidade su- ficiente para abastecer a população. Tam bém terem os a certeza de que esta- m os entregando serviços ecossistêm icos de qualidade, com o a produção de água e ar, e cuidando da nossa diversidade para as próxim as gerações Com o aum entar a fertilidade do solo? M inim izando im pactos e aum entando a produtividade 26 VOLTAR AO ÍN DICE OBRIGADA! fe ito p o r
Compartilhar